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RESUMO: Em busca de um estilo de vida saudável, consumidores procuram por alimentos saudáveis e inovadores. Atendendo esta demanda, as indústrias alimentícias criam e inovam em produtos, buscando a satisfação e realização do consumidor, e o marketing desperta no consumidor, motivos para aquisição de seus produtos. Apesar da oferta e consumo elevado dos produtos dietéticos, o consumidor pouco sabe a respeito. Portanto, este estudo busca analisar o conhecimento dos consumidores de um supermercado localizado em Taguatinga-DF, acerca dos produtos diet e light. Os dados coletados mostram o desconhecimento significativo acerca dos produtos. As variáveis renda familiar, sexo, idade e escolaridade estão diretamente relacionadas ao conhecimento dos produtos. Existe a necessidade de investimentos em educação alimentar e nutricional, a fim de garantir consumo adequado dos alimentos dietéticos. ABSTRACT: In pursuit of a healthy lifestyle, consumers are looking for healthy food and innovative. Given this demand, the food industry create and innovate in products, seeking satisfaction and fulfillment for the consumer, and awakens in consumer marketing, reasons for purchasing their products. Although supply and high consumption of dietary products, the consumer knows little about. Therefore, this study seeks to analyze consumers’ awareness of a supermarket located in Taguatinga- DF, about diet and light products. The collected data show significant ignorance about the products. The variables family income, gender, age and education are directly related to product knowledge. There is a need for investments in food and nutrition education, to ensure adequate intake of dietary foods. ANÁLISE DO CONHECIMENTO DOS CONSUMIDORES DE UM SUPERMERCADO DE TAGUATINGA-DF ACERCA DE PRODUTOS DIET E LIGHT Publicação Anhanguera Educacional Ltda. Coordenação Instuto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE Correspondência Sistema Anhanguera de Revistas Eletrônicas - SARE [email protected] v.7 • n.17 • 2013 • p. 59-79 Paloma Popov Custódio Garcia Faculdade Anhanguera de Brasília Bruna Carolina Caitano Sousa Faculdade Anhanguera de Brasília Andrea Gonçalves de Almeida Faculdade Anhanguera de Brasília ANUÁRIO DA PRODUÇÃO ACADÊMICA DOCENTE Palavras-chave: Diet, Light, Marketing, Consumidor, Dietéticos. Keywords: Diet, Light, Marketing, Consumer, Diet. Informe Técnico Recebido em: 28/12/2012 Avaliado em: 02/03/2013 Publicado em: 13/06/2014

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RESUMO: Em busca de um estilo de vida saudável, consumidores procuram por alimentos saudáveis e inovadores. Atendendo esta demanda, as indústrias alimentícias criam e inovam em produtos, buscando a satisfação e realização do consumidor, e o marketing desperta no consumidor, motivos para aquisição de seus produtos. Apesar da oferta e consumo elevado dos produtos dietéticos, o consumidor pouco sabe a respeito. Portanto, este estudo busca analisar o conhecimento dos consumidores de um supermercado localizado em Taguatinga-DF, acerca dos produtos diet e light. Os dados coletados mostram o desconhecimento significativo acerca dos produtos. As variáveis renda familiar, sexo, idade e escolaridade estão diretamente relacionadas ao conhecimento dos produtos. Existe a necessidade de investimentos em educação alimentar e nutricional, a fim de garantir consumo adequado dos alimentos dietéticos.

ABSTRACT: In pursuit of a healthy lifestyle, consumers are looking for healthy food and innovative. Given this demand, the food industry create and innovate in products, seeking satisfaction and fulfillment for the consumer, and awakens in consumer marketing, reasons for purchasing their products. Although supply and high consumption of dietary products, the consumer knows little about. Therefore, this study seeks to analyze consumers’ awareness of a supermarket located in Taguatinga-DF, about diet and light products. The collected data show significant ignorance about the products. The variables family income, gender, age and education are directly related to product knowledge. There is a need for investments in food and nutrition education, to ensure adequate intake of dietary foods.

ANÁLISE DO CONHECIMENTO DOS CONSUMIDORES DE UM SUPERMERCADO DE TAGUATINGA-DF ACERCA DE PRODUTOS DIET E LIGHT

PublicaçãoAnhanguera Educacional Ltda.

CoordenaçãoInstituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE

CorrespondênciaSistema Anhanguera deRevistas Eletrônicas - [email protected]

v.7 • n.17 • 2013 • p. 59-79

Paloma Popov Custódio Garcia – Faculdade Anhanguera de BrasíliaBruna Carolina Caitano Sousa – Faculdade Anhanguera de BrasíliaAndrea Gonçalves de Almeida – Faculdade Anhanguera de Brasília

ANUÁRIO DA PRODUÇÃO ACADÊMICA DOCENTE

Palavras-chave: Diet, Light, Marketing, Consumidor, Dietéticos.

Keywords: Diet, Light, Marketing, Consumer, Diet.

Informe TécnicoRecebido em: 28/12/2012Avaliado em: 02/03/2013Publicado em: 13/06/2014

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Análise do conhecimento dos consumidores de um supermercado de Taguatinga-DF acerca de produtos diet e light

1. INTRODUçãO

Atualmente, tem-se observado nas pessoas, a grande preocupação e interesse com a saúde, bem-estar e qualidade de vida. A busca por estilos de vida saudáveis, leva à escolha de alimentos saudáveis e inovadores, e que sejam práticos no uso. Diante disso, as indústrias têm criado produtos inovadores, que atendam a demanda e a necessidade do consumidor. Entre estes produtos, estão o diet e light, largamente consumidos, porém, pouco conhecidos. Tais produtos são indicados para pessoas portadoras de doenças que exigem a restrição de determinados nutrientes, como nas Doenças Crônicas Não transmissíveis (DCNT), e para pessoas que almejam a perda de peso e manutenção de hábitos alimentares saudáveis, respectivamente.

Diet e light são termos que ainda confundem o consumidor, e a leitura dos rótulos alimentícios é um hábito quase inexistente. O rótulo é um instrumento de confiança que trata das características de determinado alimento. Através deste, pode-se determinar, por exemplo, em qual nutriente o alimento é considerado diet ou light. Vale ressaltar que na Lei Federal nº 8.078/90, que trata do Código de Defesa do Consumidor, um dos direitos estabelecidos são as informações da rotulagem dos alimentos (BRASIL, 1990).

O investimento da propaganda e marketing nos produtos dietéticos é grande, desta forma, consumidores são influenciados ao seu consumo, sem quer que saiba seu conceito e finalidade. Portanto, o objetivo geral desta pesquisa é avaliar o nível de conhecimento dos consumidores de um Supermercado de Taguatinga-DF, acerca dos produtos diet e light.

2. ALIMENTAçãO SAUDÁvEL

A promoção da alimentação saudável constitui-se numa das estratégias de saúde pública de vital importância para o enfrentamento dos problemas alimentares e nutricionais do contexto atual (COUTINHO; GENTIL; TORAL, 2008).

De acordo com os dados da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) 2008/09, as despesas com alimentação representam 16,1% da despesa total e 19,8% das despesas de consumo realizadas pelas famílias brasileiras. A pesquisa também revelou que as famílias estão gastando mais com alimentação fora de casa. O consumo excessivo de açúcares foi observado em 61% da população, já a de gorduras saturadas, em 82% das pessoas. O consumo insuficiente de fibras foi observado em 68% dos brasileiros (IBGE, 2010).

A partir dos dados apresentados pela POF 2008/09, mostra-se a necessidade de guias alimentares para a população brasileira. Segundo Barbosa et al. (2006), os guias alimentares possuem duas propostas: a primeira, ser um guia de saúde pública, e a segunda, uma ferramenta de educação nutricional. Spiller et al. (1993) apud Philippi et al. (1999) completam

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dizendo que, o guia alimentar é instrumento que garante a informação à população, e promove saúde e hábitos alimentares saudáveis (SPILLER et al., 1993).

No Brasil, o Ministério da Saúde (MS) disponibiliza o Guia Alimentar “Como ter uma Alimentação Saudável”, que traz os “10 Passos para Alimentação Saudável”. O guia alimentar dispõe de algumas diretrizes, que visam à alimentação saudável e promoção da saúde. Neste guia, observa-se a variedade de alimentos e porções recomendadas: 6 porções do grupo do arroz, pães, massas, tubérculos e raízes; 3 porções de legumes e verduras; 3 porções ou mais de frutas; 1 porção de feijão por dia; 3 porções de leite e derivados; 1 porção de carnes, peixes ou ovos; 1 porção por dia de óleos vegetais, azeite ou margarina sem ácidos graxos trans; 1 porção do grupo dos açúcares e doces por dia. Além disso, recomenda a ingestão diária de água de pelo menos dois litros (seis a oito copos) nos intervalos das refeições. Outros aspectos relevantes são as diretrizes especiais de prática de exercícios físicos e a qualidade sanitária dos alimentos. O Guia alimentar ainda salienta que, a alimentação saudável deve contemplar alguns atributos básicos, como: acessibilidade física e financeira, sabor, variedade, cor, harmonia e segurança sanitária (MS, 2006).

Destaca-se o deslocamento do consumo de alimentos pouco saudáveis para alimentos mais saudáveis, respeitando a cultura alimentar das populações ou comunidades (BRASIL, 2006).

3. DOENçAS CRôNICAS NãO TRANSMISSívEIS (DCNT)

Estudos mostram que, no Brasil e em outros países, o sobrepeso e a obesidade vêm crescendo aceleradamente, e as DCNT vem aumentando consideravelmente, sendo frequentemente determinada pela alimentação inadequada (VINHOLES; ASSUNÇÃO; NEUTZLING, 2009; COUTINHO; GENTIL; TORAL, 2008).

Os fatores de risco para a as DCNT são: sexo, idade, herança genética, tabagismo, alimentação inadequada, inatividade física, consumo de álcool, entre outros, potencializados pelos fatores socioeconômicos, culturais e ambientais (BRASIL, 2008).

Observa-se a redução dos casos de desnutrição e a prevalência crescente de excesso de peso nas populações, que contribui para o aumento de DCNT, processo denominado “transição nutricional” (COUTINHO; GENTIL; TORAL, 2008). Barbosa, Costa e Soares (2006) afirmam que: “No Brasil, essa transição ocorre em consequência de mudanças nos padrões nutricionais, associadas à modificação da estrutura alimentar, demográfica, socioeconômica, epidemiológica e ao estilo de vida das populações”.

Em 2008, 36 milhões (63,0%) de óbitos no mundo aconteceram em razão das DCNT (ALWAN et al., 2010 apud MALTA; NETO; JUNIOR, 2011). No Brasil, as DCNT são responsáveis por 72,0% das causas de óbitos Políticas importantes para sua prevenção e controle das DCNT têm sido implementadas (SCHMIDT et al., 2011).

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Análise do conhecimento dos consumidores de um supermercado de Taguatinga-DF acerca de produtos diet e light

A Organização Mundial da Saúde (OMS) relata que a hipertensão arterial (HAS) e a obesidade são problemas de saúde pública mundial e estão entre os principais fatores de risco responsáveis pela maioria das mortes e doenças. (WHO, 2002).

Lançado em 2011, o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis, tem o objetivo de parar o crescimento da proporção de adultos brasileiros com excesso de peso ou com obesidade (MS, 2011).

4. ObESIDADE

De acordo com Mendonça e Anjos (2004), obesidade é uma DCNT, caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, consequência de balanço energético positivo, trazendo malefícios à saúde, e repercutindo diretamente na qualidade de vida.

As causas da obesidade podem ser genéticos, ambientais, fisiológicos e metabólicos. Entre os fatores ambientais, estão o alto consumo de açúcares simples e gorduras de má qualidade, e a diminuição de atividades físicas (OLIVEIRA; FISBERG, 2003).

A Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico - VIGITEL, relata que obesidade é um fator de risco para saúde e tem forte relação com altos níveis de gordura e açúcar no sangue, excesso de colesterol e casos de pré-diabetes, além de estar diretamente relacionada às doenças cardiovasculares, problemas ortopédicos, asma, apneia do sono, alguns tipos de câncer, esteatose hepática e distúrbios psicológicos (MS, 2011).

Gigante; Moura; Sardinha (2009) comentam sobre os riscos do excesso de peso, afirmando que:

Indivíduos obesos apresentam pelo menos o dobro da chance de desenvolver diabetes, resistência à insulina, dislipidemia, apnéia, doença da vesícula, hipertensão, doença coronariana, osteoartrite e gota. Essas associações e o crescente aumento na prevalência de obesidade, bem como de outros fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como inatividade física, tabagismo, pressão e colesterol elevados são responsáveis por grande parcela dos gastos em saúde.

Segundo dados de levantamento feito pela VIGITEL, o excesso de peso e a obesidade aumentaram nos últimos seis anos no Brasil, e o número de pessoas acima do peso avançou de 42,7%, em 2006, para 48,5%, em 2011 e o percentual de obesos subiu de 11,4% para 15,8%. Esse aumento acontece em ambos os sexos (BRASIL, 2011).

5. HIPERTENSãO

Hipertensão arterial sistêmica (HAS) é o aumento da pressão do sangue circulante sobre as artérias. A pressão arterial é considerada alta quando igual ou maior que 140/90 mmHg, aferida em pelo menos duas vezes ao dia, em momentos diferentes. A pressão arterial considerada normal é aquela em que o indivíduo apresenta a pressão arterial sistólica PAS

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< 120mmHg e pressão arterial diastólica PAD <80mmHg (BRASIL, 2002). A tabela a seguir apresenta os valores de referência e classificação diagnóstica da HAS em pessoas maiores de 18 anos.

Tabela 1. Classificação diagnóstica da Hipertensão Arterial em maiores de 18 anos

Pressão Arterial Sistólica PAS (mmHg)

Pressão Arterial Diastólica PAD (mmHg)

Classificação

< 130

130 - 139

140 - 159

160 - 179

≥ 180

≥ 140

<85

85 – 89

90 - 99

100 – 109

≥ 110

<90

Normal

Normal limítrofe

Hipertensão leve (estágio 1)

Hipertensão Moderada (estágio 2)

Hipertensão grave (estágio 3)

Hipertensão sistólica (isolada)

FONTE: III Consenso Brasileiro de HA, 1999.

A hipertensão arterial sistêmica é responsável pelo desenvolvimento de nefropatias crônicas e doenças cardiovasculares, como cardiopatia isquêmica, acidente vascular encefálico e insuficiência cardíaca (COSTA et al., 2007).

Olmos e Lotufo (2002) afirmam que “a prevalência da HAS sofre influência de uma série de fatores, como idade, peso corpóreo, sexo, etnia, ingestão de sal, de álcool, posição socioeconômica e também a hereditariedade”. No Brasil, a prevalência estimada de hipertensão é de 35% da população acima de 40 anos. Isso representa um total de 17 milhões de portadores da doença (IBGE, 2004).

Mudanças no estilo de vida e alimentação e prática de exercícios físicos são ações preventivas da HAS (FEIJÃO et al., 2005). A POF 2008-2009 mostra que o consumo médio de sódio pelos brasileiros é de 8,2g diárias, sendo que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de até 5g diárias (IBGE, 2011).

No último Dia Mundial da Saúde (sete de abril de 2011), as associações representantes das indústrias alimentícias assinaram um termo de compromisso com o Ministério da Saúde, onde estabelece um plano de redução gradual na quantidade de sódio presente em 16 categorias de alimentos (BRASIL, 2011b).

6. DIAbETES MELLITUS

Conforme definição de Toscano (2004) “o diabetes mellitus (DM) é uma disfunção metabólica de múltipla etiologia caracterizada por hiperglicemia crônica, resultante da deficiência na secreção de insulina, ação da insulina ou ambos”. A insulina é um hormônio regulador

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Análise do conhecimento dos consumidores de um supermercado de Taguatinga-DF acerca de produtos diet e light

de glicose no sangue, secretado pelas células betas, das ilhotas pancreáticas do pâncreas (CARVALHEIRA; ZECCHIN; SAAD, 2002).

Alguns dos sintomas da hiperglicemia são: urina aumentada (poliúria), aumento da sede (polidipsia), perda de peso, aumento da fome (polifagia) e visão turva ou complicações agudas que podem levar a risco de vida, como cetoacidose. Quando não tratada, causa disfunção e falência de órgãos (GROSS et al., 2002).

Tabela 2. Diagnóstico do diabetes melito e alterações da tolerância à glicose de acordo com valores de glicose plasmática (mg/dl).

Categoria Jejum TOTG 75g – 2h Casual

Normal

Glicose plasmática de jejum alterada

Tolerância à glicose diminuí-da

Diabetes melito

Diabetes gestacional

<110

≥ 110 e <126

<126

≥126

≥110

<140

≥ 140 e <200

≥ 200

≥140

≥ 200 com sintomas

FONTE: GROSS, 2002.

O diabetes mellitus é classificado em: tipo I e II, gestacional e outros (defeitos genéticos associados a outras doenças e uso de fármacos diabetônicos, como corticóides e anticoncepcionais). O DM tipo I é decorrente da destruição das células beta do pâncreas. É caracterizada por magreza e tendência à cetoacidose (aumento da concentração de ceoácidos no sangue). Este tipo possui pouca influencia hereditária. Atinge cerca de 5 a 10% dos diabéticos (crianças, adolescentes e adultos). Sua etiologia é auto-imune ou idiopática. (BRASIL, 2002b).

O DM tipo II é caracterizado pela resistência à insulina e deficiência de na sua secreção. Na resistência insulínica ocorre menor captação de glicose por tecidos periféricos (especialmente muscular hepático), em resposta à ação da insulina. Entre os fatores de risco: idade maior que 40 anos, história familiar, excesso de peso e obesidade, doença vascular aterosclerótica antes dos 50 anos, histórico prévio de hiperglicemia e/ou glicosúria (glicose na urina), mães de recém-nascidos com mais de 4 kg, mulheres com antecedentes de abortos frequentes, partos prematuros, mortalidade perinatal, polidrâmnio (aumento da quantidade de líquido amniótico), diabetes gestacional, dislipidemia, uso de medicamentos diabetogênicos e sedentarismo. Este tipo de diabetes atinge 90% dos pacientes diabéticos do Brasil (BRASIL, 2002b).

De acordo com a POF 2008-2009, cerca de 61,3% da população consome açúcar em excesso. A média de energia diária proveniente do açúcar livre para cada pessoa foi 14% do total, sendo que a recomendação diária é 10% (IBGE, 2011).

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Estima-se cerca de 4,9 milhões de diabéticos adultos no Brasil, prevendo-se, para 2025, cerca de 11,6 milhões. A prevenção do diabetes tipo II e suas complicações começam a partir do consumo de frutas, legumes e verduras. Estudos mostram que o consumo de alimentos de base vegetal não processados, como cereais integrais e fibras protege contra o diabetes. Outros estudos mostram que o aumento da atividade física reduz risco de desenvolvimento de diabetes tipo II e diminui em 50% o risco de indivíduos com intolerância à glicose evoluírem para diabetes, quando associada a perda de peso e dieta saudável (KING, 1998; HELMRICH, 1991; MANSON et al., 1992; KNOWLER et al., 2002; JIANG et al., 2002 apud BRASIL, 2006).

7. ALIMENTOS DIET E LIGHT

O mercado de produtos diet e light se disseminam a cada ano. Segundo a ABIAD (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos Dietéticos), em 5 anos, o mercado brasileiro deste segmento cresceu mais de 200% (HARA, 2003).

Os alimentos diet e light se enquadram como alimentos para fins especiais. A Portaria N° 29, da Secretaria de Vigilância Sanitária/MS (BRASIL, 1998b), define os alimentos para fins especiais como:

Alimentos especialmente formulados ou processados, nos quais se introduzem modificações no conteúdo de nutrientes, adequados à utilização em dietas diferenciadas e ou opcionais, atendendo às necessidades de pessoas em condições metabólicas e fisiológicas específicas.

As Portarias SVS/MS n° 27 e n° 29 de 13 de janeiro de 1998 tratam da definição do alimento diet e light. O alimento light é aquele que sofre uma redução de no mínimo 25% em algum nutriente ou valor energético, seja açúcares, gorduras totais, calorias, sódio ou colesterol total, (BRASIL, 1998a). Já o alimento diet, recebe isenção de algum nutriente. É especialmente formulado para grupos da população que apresentam condições fisiológicas específicas (BRASIL, 1998b).

Estes produtos são utilizados para controle de peso e dietas de ingestão controlada de nutrientes, respectivamente (BRASIL, 1998b).

A Portaria SVS/MS n° 27 também trás a definição da Informação Nutricional Complementar, que é a “declaração de propriedades nutricionais particulares, relativas ao seu valor energético e o seu conteúdo de proteínas, gorduras, carboidratos, fibras alimentares, vitaminas e ou minerais”. Esta deve ser aplicada ao alimento light (BRASIL, 1998a).

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8. ROTULAGEM NUTRICIONAL

Segundo a ANVISA, “o rótulo é toda inscrição, legenda, imagem ou toda matéria descritiva ou gráfica que esteja escrita, impressa, estampada, gravada, em relevo, ou litografada ou colada sobre a embalagem do alimento” (BRASIL, 1998c).

A rotulagem dos alimentos orienta o consumidor sobre a qualidade e a quantidade dos constituintes nutricionais, promovendo escolhas alimentares apropriadas e individualizadas (CÂMARA et al., 2008).

No Brasil, o Decreto Lei n° 986, de 21 de outubro de 1969, institui as Normas Básicas sobre Alimentos, cujo Capítulo III, normatiza os aspectos gerais da rotulagem de alimentos (BRASIL, 2004a). A Resolução RDC n° 259, publicada pela ANVISA em de 20 de setembro de 2002, aprova o Regulamento Técnico sobre Rotulagem de Alimentos Embalados. Esta determina a obrigatoriedade de algumas informações nos rótulos dos alimentos, como: denominação de venda do alimento; lista de ingredientes; conteúdos líquidos; identificação da origem; nome ou razão social e endereço do importador, no caso de alimentos importados; identificação do lote; prazo de validade; e instruções sobre o preparo e uso do alimento, quando necessário (BRASIL, 2002c).

Em 26 de dezembro de 2003, a ANVISA publicou as Resoluções RDC nº 359 - Regulamento Técnico de Porções de Alimentos Embalados Para Fins de Rotulagem Nutricional e RDC nº 360 - Regulamento Técnico Sobre Rotulagem Nutricional de Alimentos Embalados. Foram feitas algumas alterações nos rótulos dos alimentos, e de acordo com as Resoluções, os nutrientes que devem ser declarados obrigatoriamente no rótulo são: carboidratos, proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas, gorduras trans, fibra alimentar e o sódio. A porção do alimento em medida caseira também deve ser declarada no rótulo, assim como o Valor de Referência Diária (%VD) em 2000 kcal (BRASIL, 2003).

As informações presentes nos rótulos permitem ao consumidor maior entendimento e conhecimento do alimento, trazendo segurança alimentar e prevenção de possíveis problemas de saúde, apesar do hábito de leitura ser quase inexistente na população brasileira.

Marchi; Lago; Pachemshy (2011) avaliaram o hábito de leitura dos rótulos de alimentos lácteos por consumidores de supermercados em Sinop – MT e pode constatar que, 71,9% dos entrevistados costumam ler os rótulos dos alimentos. A maioria destas pessoas são aquelas que possuem graduação, muitos com pós-graduação, e renda de 6 a 10 salários mínimos.

Silva (2003) concluiu em seu estudo, que ainda existem falhas na influência da rotulagem nutricional sobre o consumidor, e que são necessárias ações educativas que esclareçam aos indivíduos a importância das informações nutricionais no momento da compra e no consumo dos alimentos.

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9. MARkETING

A publicidade significa divulgar, tornar público um produto. Já a propaganda significa criar na mente das pessoas uma ideia ou crença. Ambos fazem parte das estratégias do marketing (GRAZINI; COIMBRA, 1997 apud ISHIMOTO; NACIF, 2001).

Ishimoto e Nacif (2001) relatam que o marketing estuda influências que atraem a atenção do consumidor e buscam satisfazer os seus desejos e necessidades. Ainda segundo os autores, o marketing de alimentos na informação nutricional interfere na segurança alimentar e, portanto, na saúde do consumidor. As informações dos produtos podem ser utilizadas como instrumento na educação alimentar da população.

A preocupação com a alimentação e saúde, e a busca incessante por uma aparência física considerada “saudável”, provocou interesse nas indústrias alimentícias de fabricar produtos inovadores, que atendam a demanda dos consumidores.

A American Dietetic Association (ADA) sugere que as alegações de saúde e de conteúdo nutricional, devem ser baseadas em evidência científica, e devem estar explícitos efeitos positivos e negativos dos componentes alimentares e nutrientes (ADA, 1990 apud ISHIMOTO; NACIF, 2001).

Conforme dados do estudo de Coutinho (2004), cerca de 43% dos consumidores brasileiros buscam nas embalagens informações sobre os benefícios para a saúde.

Serra e Santos (2003), em seus estudos, analisaram a influência da mídia na construção da obesidade e do corpo perfeito. O estudo pôde concluir que a mídia pode influenciar as decisões, atitudes e comportamentos de jovens, aproveitando-se da imagem de pessoas famosas e discursos de especialistas para divulgação do produto. Ainda segundo os autores, a mídia desempenha papel estruturador na construção e desconstrução de procedimentos alimentares.

Pesquisas constataram que o marketing intenso de fast foods e alimentos ou bebidas de alta densidade energética e pobre em micronutrientes seja um fator determinante da causa de ganho de peso e obesidade. Outros estudos concluem que a publicidade tem efeito sobre as escolhas alimentares e influencia os hábitos alimentares (FIATES; AMBONI; TEIXEIRA, 2006).

Os produtos dietéticos, frequentemente considerados “produtos saudáveis” por consumidores, é um assunto questionável pela ciência da nutrição. Os profissionais da área recomendam o seu uso somente em dietas especiais (SERRA; SANTOS, 2003).

10. O MéTODO DA PESqUISA

Pode ser classificada como uma pesquisa exploratória, descritiva e transversal, por apenas utilizar dados em um único momento. Gil (2008) relata em seu estudo que o objetivo de

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Análise do conhecimento dos consumidores de um supermercado de Taguatinga-DF acerca de produtos diet e light

uma pesquisa exploratória é familiarizar-se com um assunto pouco conhecido. O objetivo geral da pesquisa foi avaliar o conhecimento acerca dos alimentos diet e light. Antes de sua realização, um projeto de pesquisa foi submetido ao Plataforma Brasil, sendo aprovado através do número do parecer 108.714.

O público alvo da pesquisa são clientes de um Supermercado de Taguatinga-DF, todos escolhidos aleatoriamente. No total, foram 100 participantes na pesquisa. A pesquisa foi realizada mediante um questionário, aplicado nos dias 11, 13, 17 e 24 de Agosto de 2012. Este era composto de 10 questões objetivas, relacionadas ao perfil socioeconômico (renda, sexo, idade e escolaridade) e aos produtos diet e light, e 01 questão discursiva (subjetiva), de opinião sobre os produtos.

Junto ao questionário, foram entregues aos participantes da pesquisa, duas vias do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), para assinarem. Uma via ficava com o participante e outra com o pesquisador. Cada termo continha a assinatura dos pesquisadores da pesquisa. O TCLE contêm informações necessárias à pesquisa e garante que não existem riscos aos voluntários, pois os dados pessoais não serão divulgados e não serão utilizados procedimentos invasivos.

Após aplicação do questionário, foi entregue a cada participante um folder, com respectiva explicação e esclarecimentos sobre os produtos diet e light, realizada pelo pesquisador. O folder continha informações básicas como conceitos, de acordo com a ANVISA, e comparação de rótulos dos alimentos tradicionais, diet e light. A comparação dos rótulos dos alimentos permite maior compreensão e entendimento dos produtos dietéticos.

Os dados coletados, obtidos a partir do questionário foram organizados e analisados por meio de estatísticas descritivas, tabelas e gráficos, realizados através do programa Microsoft Office 2007 (Word e Excel). Dados socioeconômicos (idade, sexo, escolaridade e renda) foram analisados através de tabelas de distribuição de frequência, todos em percentual. Apenas os dados de uma questão, sobre o consumo de produtos diet e light, foram dispostos em gráfico.

11. RESULTADOS E DISCUSSãO

Na tabela 3, encontram-se características que definem o perfil socioeconômico dos entrevistados. Observa-se prevalência do sexo feminino (54%) e pessoas com a faixa etária entre 14 e 26 anos, (47%) na pesquisa. Uma justificativa para a participação desta faixa etária, é que, ao lado do supermercado existem cursinhos e outros comércios, onde pessoas mais jovens frequentam ou trabalham.

Pessoas com renda familiar média acima de R$3.000,00 (31% dos entrevistados) e com renda familiar média entre R$2.000,00 a 3.000,00 (24% dos entrevistados) tiveram maior participação na pesquisa. Segundo a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da

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República (SAE/ PR), o perfil socioeconômico da população brasileira mudou. Famílias que possuem a renda mensal domiciliar entre R$ 1.064,00 e R$ 4.561,00 e com renda familiar per capita entre R$ 291 e R$ 1.019, estão incluídas na classe social C. Esta classe, chamada hoje de nova classe média, é composta por 53,9% da população (BRASIL, 2012).

Outro fator utilizado para definir o perfil socioeconômico dos entrevistados, foi o nível de instrução (escolaridade). Os dados coletados mostram que, maior parte dos entrevistados, cerca de 53%, possuíam nível de escolaridade médio (cursando ou concluído). Pessoas com o nível fundamental tiveram menor participação na pesquisa. França, Gasparini e Loureiro (2004) afirmam que: “na década de 90, o Brasil realizou significativos progressos na área da educação”.

Tabela 3 - Características socioeconômicas dos entrevistados.

Características N° de pessoas (%)

Sexo

Feminino 54

Masculino 46

Renda familiar média

Até R$ 500,00 00

R$ 500,00 a R$ 1.000,00 21

R$ 1.000,00 a R$ 2.000,00 24

R$ 2.000,00 a R$ 3.000,00 24

Acima de R$ 3.000,00 31

Faixa etária

14 a 26 anos 47

27 a 39 anos 29

40 a 52 anos 14

53 a 65 anos 08

66 a 78 anos 02

Nível de escolaridade

Fundamental 14

Médio 53

Superior 33

A figura a seguir (Figura 1) mostra o consumo de produtos diet e light. Pode-se obervar que, cerca de 51% dos entrevistados, declararam não consumir os produtos.

70 Anuário da Produção Acadêmica Docente

Análise do conhecimento dos consumidores de um supermercado de Taguatinga-DF acerca de produtos diet e light

26%

8%

15%

51%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Sim, os dois produtos

Sim, somente o Diet Sim, somente o Light Não consumo

Indivíduos

Consumo de produtos Diet e Light

Figura 1. Consumo de produtos dietéticos por entrevistados.

Entre as pessoas entrevistadas, 26% disseram consumir tanto o produto diet, quanto o light, 15% disseram consumir somente o light, enquanto 8% disseram consumir apenas o diet.

Em relação ao gênero, 45,65% dos homens entrevistados, declararam consumir os produtos juntos ou isolados e 54,34% disseram não consumir nenhum dos produtos. A maioria das mulheres (51,85%) declarou consumir os produtos juntos ou isolados, enquanto 48,14% disseram não consumir nenhum dos produtos.

Em uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos Dietéticos (ABIAD), com 720 paulistanos idades acima de 18 anos, constatou-se que o consumo de diets e lights é maior na classe A (60% da população), e diminui significativamente na classe D (18,9%). Nota-se mais uma vez que o consumo de alimentos dietéticos está relacionado à renda familiar (ABIAD apud ORTOLANI, B. G. et al., 2008).

Em uma questão do questionário aplicado, perguntava-se sobre o conhecimento da diferença existente entre os dois produtos. 50% dos entrevistados responderam, com toda certeza, que sim, há diferença, enquanto 50% disseram não conhecer a diferença entre os produtos. As pessoas que responderam “sim” estavam convictas em suas respostas, mas no decorrer das questões, principalmente nas de definição dos produtos, notava-se o desconhecimento dos produtos em questão em grande parte dos entrevistados.

As tabelas a seguir fazem uma comparação entre os resultados obtidos, associando-os aos parâmetros contidos na pesquisa.

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Tabela 4. Conhecimento do conceito do alimento light, associado ao perfil socioeconômico dos entrevistados.

Variáveis

Qual dos alimentos oferece apenas a redução de algum nutriente?

Diet (%) Light (%) Não sei (%) Total (%)

GÊNERO

Feminino

Masculino

13

18

29

19

12

09

54

46

Total 31 48 21 100

RENDA FAMILIAR

Até R$ 500,00

R$ 500,00 a R$ 1.000,00

R$ 1.000,00 a R$ 2.000,00

R$ 2.000,00 a R$ 3.000,00

Acima de R$ 3.000,00

0

08

10

03

10

0

10

08

16

14

0

03

06

05

07

0

21

24

24

31

Total 31 48 21 100

ESCOLARIDADE

Fundamental

Médio

Superior

01

10

03

11

22

20

09

16

08

21

48

31

Total 14 53 33 100

A tabela 4 mostra que, 48% das pessoas entrevistadas sabem que o alimento light é aquele em que há a redução de algum nutriente. O sexo feminino demonstrou mais conhecimento a respeito do alimento light.

72 Anuário da Produção Acadêmica Docente

Análise do conhecimento dos consumidores de um supermercado de Taguatinga-DF acerca de produtos diet e light

Tabela 5. Conhecimento do conceito do alimento diet, associado ao perfil socioeconômico dos entrevistados.

Variáveis

Qual dos alimentos oferece a retirada total de algum nutriente?

Diet (%) Light (%) Não sei (%) Total (%)

GÊNERO

Feminino

Masculino

28

21

15

19

11

06

54

46

Total 49 34 17 100

RENDA FAMILIAR

Até R$ 500,00

R$ 500,00 a R$ 1000,00

R$ 1.000,00 a R$ 2.000,00

R$ 2.000,00 a R$ 3.000,00

Acima de R$ 3.000,00

0

03

16

15

15

0

13

06

05

10

0

05

02

04

06

0

21

24

24

31

Total 49 34 17 100

ESCOLARIDADE

Fundamental

Médio

Superior

01

04

09

10

20

23

06

10

17

17

34

49

Total 14 53 33 100

Quando perguntados sobre “Qual o alimento oferece a retirada total de algum nutriente?” (tabela 5), a maioria (49%), respondeu diet. As mulheres novamente demonstraram mais conhecimento, quando comparados aos homens. Os dados apresentados na tabela 4 e 5 mostram que não há diferença significativa entre o conhecimento de ambos os produtos.

Vale ressaltar que, nas questões de definição dos produtos (tabela 4 e 5), as pessoas ficavam indecisas, mostravam dúvidas e até mesmo confundiam os conceitos. Na visão de muitos, o alimento light era isento apenas de gordura e o diet era isento apenas de açúcar, e nunca de outros nutrientes. Hara (2003) diz que muitos consumidores ainda têm dificuldade em diferenciá-los.

Apenas 35% dos entrevistados conheciam o conceito do alimento diet e light, simultaneamente. Só o consumidor que conhece os dois conceitos terá discernimento suficiente para consumir adequadamente esse gênero de produto (OLIVEIRA, 2005). No estudo realizado pela ABIAD, 57% dos entrevistados (classe A, B e C) reconheciam a diferença entre os produtos, mas 43% ainda apresentaram dúvidas ou conceitos incorretos sobre esta diferença (ABIAD apud ORTOLANI et al., 2008).

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Os dados apresentados nas tabelas 6 e 7 evidenciam que 66% das pessoas entrevistadas tem entendimento que o alimento light é aquele que oferece menos calorias e é indicado para a perda de peso.

Tabela 6. Conhecimento da finalidade do produto light, associado ao perfil socioeconômico dos entrevistados.

Variáveis

Qual dos alimentos oferece menos calorias?

Diet (%) Light (%) Não sei (%) Total (%)

GÊNERO

Feminino

Masculino

09

15

39

27

06

04

54

46

Total 24 66 10 100

RENDA FAMILIAR

Até R$ 500,00

R$ 500,00 a R$ 1.000,00

R$ 1.000,00 a R$ 2.000,00

R$ 2.000,00 a R$ 3.000,00

Acima de R$ 3.000,00

0

03

06

07

08

0

17

16

12

21

0

01

02

05

02

0

21

24

24

31

Total 24 66 10 100

ESCOLARIDADE

Fundamental

Médio

Superior

02

08

04

05

33

15

03

24

06

10

65

25

Total 14 53 33 100

Conforme a definição descrita anteriormente, pela Portaria SVS/MS n° 27 da ANVISA, o alimento light é aquele indicado para a perda de peso, por reduzir a quantidade de algum nutriente (ex: gordura, açúcar, colesterol, sódio, entre outros) ou valor calórico da dieta, desta forma é indicado para dietas de emagrecimento (BRASIL, 1998a).

74 Anuário da Produção Acadêmica Docente

Análise do conhecimento dos consumidores de um supermercado de Taguatinga-DF acerca de produtos diet e light

Tabela 7. Conhecimento da finalidade do produto light, associado ao perfil socioeconômico dos entrevistados.

VariáveisQual dos alimentos é indicado para a perda de peso?

Diet (%) Light (%) Não sei (%) Total (%)

GÊNERO

Feminino

Masculino

11

13

36

30

07

03

54

46

Total 24 66 10 100

RENDA FAMILIAR

Até R$ 500,00

R$ 500,00 a R$ 1.000,00

R$ 1.000,00 a R$ 2.000,00

R$ 2.000,00 a R$ 3.000,00

Acima de R$ 3.000,00

0

04

07

06

07

0

16

16

13

21

0

01

01

05

03

0

21

24

24

31

Total 24 66 10 100

ESCOLARIDADE

Fundamental

Médio

Superior

01

09

04

05

36

12

04

21

08

10

66

24

Total 14 53 33 100

Na questão “Qual dos alimentos é indicado para diabéticos e hipertensos?”, apresentada na tabela 8, a grande maioria dos entrevistados estavam certos e responderam diet (65%), e apenas 23% respondeu light. Um das explicações para tal resultado, é que as pessoas geralmente associam o alimento diet ao nutriente açúcar e quase nunca a outros nutrientes. Os alimentos podem receber redução ou isenção de qualquer nutriente ou valor energético (BRASIL, 1998b). Frequentemente os produtos são indevidamente considerados como alimentos de baixa caloria, resultando no uso incorreto dos alimentos diet (OLIVEIRA; ASSUMPÇÃO, 2000).

A Portaria SVS/MS n° 29 define o alimento diet como “aquele que recebe isenção de algum nutriente”. É especialmente formulado para grupos da população que apresentam condições fisiológicas específicas, como as seguintes comorbidades: diabetes, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, entre outras associadas à ingestão de alimentos (BRASIL, 1998b).

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Tabela 8. Conhecimento da finalidade do produto diet, associado ao perfil socioeconômico dos entrevistados.

VariáveisQual dos alimentos é indicado para diabéticos e hipertensos?

Diet (%) Light (%) Não sei (%) Total (%)

GÊNERO

Feminino

Masculino

36

29

10

13

08

04

54

46

Total 65 23 12 100

RENDA FAMILIAR

Até R$ 500,00

R$ 500,00 a R$ 1.000,00

R$ 1.000,00 a R$ 2.000,00

R$ 2.000,00 a R$ 3.000,00

Acima de R$ 3.000,00

0

13

17

14

21

0

07

05

06

05

0

01

02

04

05

0

21

24

24

31

Total 65 23 12 100

ESCOLARIDADE

Fundamental

Médio

Superior

01

01

12

06

16

31

05

06

22

12

23

65

Total 14 43 33 100

O nível de conhecimento do sexo feminino em relação aos produtos dietéticos é maior, quando comparado ao sexo masculino, como observado em todas as questões do questionário. Taveira e Pierin (2007) relatam em seus estudos sobre hipertensão que, as mulheres têm maior preocupação com a sua saúde, frequentam mais os serviços de saúde e são mais participativas do que os pacientes do sexo masculino. Hara (2003), em seu estudo percebeu que o principal motivo para o consumo dos produtos dietéticos é a busca pela boa forma.

Como observado nas tabelas acima (6, 7 e 8), pessoas com renda familiar média entre R$ 1.000 e R$ 2.000,00, R$ 2.000 e R$ 3.000,00, e acima de R$ 3.000,00 e pessoas com nível de escolaridade médio e superior demonstraram ter mais conhecimento acerca dos alimentos diet e light. Oliveira et al. (2005) em seus estudos constataram que, o número de consumidores de produtos diet e light que estão mais informados é proporcional à faixa etária e/ou ao nível de renda. Os dados acima sugerem que o conhecimento dos produtos dietéticos estão correlacionados ao sexo, escolaridade e nível socioeconômico.

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Análise do conhecimento dos consumidores de um supermercado de Taguatinga-DF acerca de produtos diet e light

A educação é apontada como fator determinante para aumentar a distribuição de renda, elevar a remuneração e, numa perspectiva mais ampla, contribuir para o crescimento do país (FRANÇA; GASPARINI; LOUREIRO, 2004).

A função da rotulagem é orientar sobre a qualidade e a quantidade dos constituintes nutricionais dos produtos, auxiliando escolhas alimentares mais apropriadas (CAMARA, 2007), sendo assim é imprescindível sua leitura. Apesar da importância da leitura da informação nutricional dos alimentos, 53% dos participantes da pesquisa declararam não ler, enquanto apenas 47 % declararam ler os rótulos dos alimentos. Em um estudo realizado por Martins (2004), analisou-se o hábito de leitura e entendimento/recepção das informações contidas nos rótulos de produtos por frequentadores de supermercados do Município de Niterói – RJ. A autora concluiu que 61% dos entrevistados liam os rótulos dos alimentos que compravam, mas esta atitude prevalecia em consumidores com problemas de saúde ou de classe social mais elevada.

As pessoas, em geral, demonstravam bastante interesse pelos produtos dietéticos. As opiniões dos entrevistados a respeitos dos produtos eram diversas, entre elas: “fazem bem à saúde, evitam doenças”, “são bons para pessoas com doenças”, “faltam esclarecimentos e orientação à população”, “auxiliam na alimentação”, “os sabores são ruins”, “não funcionam”, “é só estratégia de marketing”, “não gosto”, “bons para perda de peso”, “são bons para dietas” e muitos não tiveram opinião.

Ao final da pesquisa, foi entregue um folder, com orientação sobre os produtos. Era nítida a surpresa dos participantes quando descobriam o real conceito e finalidade dos produtos. Muitas pessoas comentavam a falta de informações e esclarecimentos e outros nem mesmo tinham opinião, pois não sabiam nada a respeito dos produtos. Apesar de grande parte dos entrevistados responderem a alternativa certa de cada questão, a porcentagem de pessoas que ainda desconhecem os produtos é significativa.

12. CONCLUSãO

Os alimentos para fins especiais atendem condições específicas de saúde e promovem melhora da qualidade de vida de pessoas com exigências, desta forma, a divulgação de informações referentes à estes é extremamente importante para garantir o consumo e escolhas adequadas dos indivíduos.

As informações básicas destes produtos deveriam ser inseridas na educação escolar, em centros de saúde, e principalmente na mídia, porém, de uma maneira sucinta e clara, declarando o real conceito e finalidade do produto. A desinformação e desconhecimento podem levar ao uso inadequado dos produtos, que causa danos à saúde do indivíduo.

É necessário investimentos em educação alimentar e nutricional, que divulguem sobre os produtos dietéticos, visando garantir a segurança alimentar da população, em geral. É

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importante ressaltar que devem ser impostos limites à publicidade deste ramo alimentício e a fiscalização deve ser mais atuante. Os órgãos devem buscar avanços neste sentido.

O profissional Nutricionista também é importante e faz parte deste processo, pois além de assegurar uma alimentação saudável e segura, atua na prevenção e tratamento de patologias. O seu papel neste contexto, é divulgar a informação correta dos produtos dietéticos, orientar e educar a população, garantindo o consumo adequado dos produtos.

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