análise de falha de engernagem de bronze - final
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Universidade Federal de São Carlos
Centro de Ciências Exatas e Tecnologia
Departamento de Engenharia de Materiais
Análise e Prevenção de Falhas
Alunos: Alexandre Romão Costa Nascimento RA: 320919
Mônica Granusso RA: 321338
Professor Claudemiro Bolfarini
Análise de falha de engrenagem do torno
mecânico IMOR OFICINA 650.
Resumo: Neste trabalho foi feita a investigação dos fatores que levaram à
falha de uma engrenagem cilíndrica reta que compunha um sistema de redução de
velocidades de um torno universal da marca IMOR Oficina 650, fabricado pela
empresa ROMI. Para tanto, foram desenvolvidas caracterizações químicas emetalográficas do material bem como a simulação via elementos finitos que permitiram
inferir que o motivo da falha foi a sobrecarga aplicada devido a operação inadequada
do equipamento.
Introdução
O objetivo deste trabalho foi analisar a falha de uma engrenagem de liga de
cobre, utilizada em um torno IMOR Oficina 650, e identificar a causa da sua fratura.
Figura 1 Engrenagem que falhou em serviço, analisada no projeto.
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Figura 2 Peça fraturada.
Através das figuras 1 e 2, nota-se que a formação da trinca e a rupturaocorreram junto à chaveta que possibilita o acoplamento da engrenagem com o eixo.
Também é possível notar uma deformação plástica severa na parte interna da peça.
Uma observação mais detalhada destaca a existência de uma pequena trinca
no canto de outra chaveta e possibilita uma melhor observação da superfície de
fratura.
Figura 3 Detalhe de uma chaveta com trinca.
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Figura 4 Detalhe da superfície de fratura e da área deformada plasticamente.
Como a engrenagem está em bom estado e não apresenta sinais dedesgaste ou corrosão, essas hipóteses foram logo descartadas. A superfície de fratura
e os dentes da engrenagem também não indicam que o mecanismo de fadiga seja o
responsável pela ruptura.
Assim, a hipótese mais plausível é a de que a falha ocorreu por erro de
operação, sendo essa a mais comum em casos de falhas de engrenagens, por uso de
uma carga que excedeu o limite de resistência do material devido à concentração de
tensão causada pelo entalhe da chaveta.
Para confirmar a hipótese sugerida, utilizou-se de metalografia, análise
química e simulação numérica para obtenção de dados quantitativos e estudo do
problema.
Engrenagens: Uma breve introdução
Engrenagens são usadas para transmitir torque e velocidade angular em uma
ampla variedade de aplicações. São, hoje em dia, altamente padronizadas em relação
à forma do dente e ao tamanho. A Associação Americana de Manufatura de
Engrenagens (AGMA) apóia a pesquisa sobre o projeto, os materiais, a manufatura e
a montagem das mesmas.
Existem vários tipos de engrenagem, cada uma servindo a uma gama de
aplicações. Uma maneira de classificá-las é por meio da relação dos eixos sobre as
quais são instaladas. A lista abaixo resume alguns tipos de engrenagens mais
utilizadas.
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Tabela 1 - Classificação de Engrenagens. Fonte [1]
Tipos de Engrenagens de Uso Comum
Eixos Paralelos Retas ExternasRetas InternasHelicoidais ExternasHelicoidais Internas
Eixos de IntersecçãoCônicas RetasCônicas em EspiralEngrenagem de Face
Eixos Não Paralelos e Sem Intersecção Helicoidal CruzadaHipóide
No presente trabalho estudou-se a falha de uma engrenagem cilíndrica reta
feita de Bronze que operava em um torno mecânico da marca IMOR Oficina 650,
oriundo da empresa ROMI e já fora de linha de produção. Para compreender os
aspectos que abrangem os possíveis motivos para a falha do equipamento, será feita
uma breve introdução a respeito da terminologia e fundamentos sobre o
funcionamento de engrenagens cilíndricas retas.
Um engrenamento pode ser idealizado como dois cilindros que giram em
contato sem escorregamento. O diâmetro de cada cilindro representa o diâmetro ou
circunferência primitiva. Os dentes da engrenagem devem se projetar tanto acima
como abaixo da circunferência primitiva e a evolvente só existe fora do círculo de
base. A parte do dente que fica acima da circunferência primitiva é denominada
adendo ou saliência ou altura de cabeça (a).
A forma mais conveniente de definir o tamanho dos dentes é por meio do
módulo (m), definido como a razão entre o diâmetro primitivo e o número de dentes.
Figura 5 - Elementos geométricos que compõem o perfil de dentes da engrenagem. Fonte [Robert L. Norton]
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A razão de contato mp define o número médio de dentes em contato ao
mesmo tempo. Pode-se calculá-la pela relação abaixo onde Z é distância de ação
obtida entre outros parâmetros, pela distância entre os eixos rotativos e , o ângulo de
ataque padronizado em 20° pela AGMA.
Se mp = 1, então um par de dentes deixa de fazer contato ao mesmo tempo
em que o próximo par inicia o contato. Isso é indesejável, pois pequenos erros no
espaçamento dos dentes poderão causar oscilações na velocidade, vibrações e
ruídos. Além disso, o carregamento será concentrado na ponta do dente, criando o
maior momento flexor possível. Maiores razões de contato permitem uma distribuição
dos esforços entre os dentes.
Existem diversos outros parâmetros geométricos empregados na fabricação
do perfil de dentes de uma engrenagem que não serão abordados neste trabalho
tendo em vista a não disponibilidade de informações.
Entre os materiais empregados para a fabricação de engrenagens podemos
citar ferros fundidos, pós metálicos, ligas de cobre, plásticos de engenharia e
principalmente os aços. Neste trabalho, como veremos em outra seção, a coloração
da engrenagem nos indica que o material foi feito de alguma liga de cobre, motivo pelo
qual foi feita uma análise química e metalográfica para a identificação do material.
Sendo assim, será feita uma breve menção à metalurgia do cobre e suas ligas.
Metalurgia do Cobre e suas ligas
As propriedades das ligas de cobre são muito influenciadas pelas propriedades
do próprio cobre: alta condutividade térmica, excelente ductilidade e tenacidade e
excelente resistência à corrosão. Essas propriedades estão diretamente relacionadas
à estrutura atômica do cobre, cúbica de face centrada, e o seu comportamento. Cada
liga de cobre melhora o desempenho do seu metal base e possibilita sua utilização em
diversas aplicações.
As ligas de bronze para fundição podem ser classificadas metalurgicamente em
três categorias:
y Liga de solução sólida em fase única:
Em quantidades menores a 11% o estanho substitui o átomo de cobre na rede
cristalina, alterando a distância usual entre os átomos de cobre e aumentando a
resistência em relação ao cobre puro. Uma solidificação lenta gera somente fase
alfa e a estrutura cristalina permanece CFC. Há Retenção de bastante ductilidade
apesar do aumento em resistência mecânica.
y Liga polifásica:
Se a quantidade de estanho é de 11% ou mais, parte da fase alfa se
transforma e aparece uma nova fase, delta. A fase delta, basicamente CFC,
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contém muito mais estanho que cobre e é mais dura e resistente, mas menos
dúctil. Portanto, essas ligas são caracterizadas por alta resistência mecânica,
dureza e resistência ao desgaste e uma ductilidade muito menor.
y Materiais compósitos:
Podem ter estruturas de fase única ou polifásicas servindo de matriz ao redor
de partículas ou glóbulos de chumbo, que é quase completamente rejeitado pela
estrutura do cobre. O chumbo apresenta três funções importantes na liga, todasligadas à proteção do eixo e melhoria no desempenho do maquinário, que são a
diminuição do coeficiente de atrito, absorção de impurezas presentes na interface
e aumento da conformabilidade.
A microestrutura de ligas de bronze para fundição possui alma dendrítica com
uma composição gradiente de estanho aumentando conforme elas crescem. A
microestrutura de bronzes com chumbo é similar, com a adição de partículas de
chumbo nos contornos inter-dendtíticos.
Essas ligas de cobre são utilizadas para fabricação de bombas, buchas,
mancais, placas de desgaste, engrenagens e outros.
Resultados e Discussão
Metalografia
Para os ensaios de metalografia, a amostra foi cortada e embutida em
baquelite. Foram empregadas as lixas de granulometria 120, 180, 240, 400, 600 e
1200. O polimento foi realizado em politriz com pasta de diamante. O ataque químico
utilizado foi o cloreto férrico diluído em água a 50%. As imagens são apresentadas
abaixo.
Figura 6 - Micrografia de uma amostra da engrenagem. Ampliação de 50x.
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Pode-se notar nas figuras acima a evidência de regiões escurecidas que
correspondem aos precipitados de chumbo. Além disso, há indícios da presença de
dendritas ao longo de toda a imagem, evidenciando a origem de solidificação.
Comparando as imagens 2 e 3 acima com as obtidas na literatura [metals
handbook e Cooper.org], já temos forte indício de que trata-se de um cobre com alto
teor de chumbo. A imagem abaixo apresenta uma micrografia de um bronze alto
chumbo da série C93700.
Figura 8 - Micrografia de bronze C93700. Escala: 25m. Fonte: Cooper.org.
Apesar da relativa semelhança, a micrografia sozinha não seria capaz de
definir a classificação do material. Além disso, comparando o valor de dureza obtido
em durômetro Brinell com pré-carga de 62,5 Kgf e esfera de 2,5mm, notou-se que a
Figura 7 - Micrografia de uma amostra da engrenagem. Ampliação de 200x.
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engrenagem apresentava valores mais altos (80HB) que a média das ligas de bronze
alto chumbo (55HB).
Análise Química
Uma amostra da peça teve uma face lixada com lixas de granulometria 120
180, 240, 400 e 600 e foi encaminhada à técnica responsável pela análise química. A
análise feita foi a espectrometria de emissão ótica com fonte de centelha e a coloração
característica da peça possibilitou o uso de um orientativo base de cobre . O resultadoestá descrito abaixo.
Composição Química da Amostra
Cobre 70,5%
Chumbo 14,42%
Zinco 9,12%
Estanho 5,20%
Ferro 0,313%
Níquel 0,160%
Antimônio 0,154%
outros 0,133%
A partir desses valores é possível classificar o material como uma liga de
bronze com alto teor de chumbo.
Comparando os dados obtidos em análise com a literatura, encontrou-se a liga
C94100, uma liga de cobre para fundição de bronze com alto teor de chumbo, com as
seguintes características:
Composição Química ± C94100
Cobre 70%
Chumbo 18,5%
Zinco 3%
Estanho 5,5%
Características Mecânicas ± C94100
Limite de Resistência à Tração 170 MPa
Limite de Escoamento 110 MPa
Alongamento 5 %
Dureza Brinell 60 HB
Outra liga para efeitos de comparação é uma liga especial de composição
muito parecida, desenvolvida e patenteada pela Termomecânica ± São Paulo S.A., a
liga TM23. Sua composição, bem como suas características, é discriminada abaixo.
Composição Química ± Liga TM23
Cobre 73%
Chumbo 15%
Zinco 8%
Estanho 4%
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Características Mecânicas ± Liga TM23
Limite de Resistência à Tração 275 MPa
Limite de Escoamento 157 MPa
Alongamento 23 %
Estricção 17 %
Dureza Brinell 75 HB 10
Energia absorvida em ensaio Charpy A 18 Nm/cm²
Assim, é possível observar o efeito dos elementos de liga nas propriedades
mecânicas que cada liga oferece. O estanho e o zinco atuam aumentando a
resistência mecânica e a dureza do cobre enquanto a adição de chumbo vai atuar
aumentando a conformabilidade e usinabilidade e diminuindo o coeficiente de atrito
entre a peça e a máquina ou eixo.
Análise de Esforços
Como medida preliminar, foram realizados cálculos de torção segundo
conceitos básicos da mecânica de materiais. O modelo representativo corresponde a
um tubo de parede grossa com diâmetro interno de 32mm e diâmetro externo do
50mm, conforme apresentado na figura abaixo.
Figura 9 - Tubo representando os esforços de torção aplicados na engrenagem.
Se considerarmos que a tensão de ruptura do tubo seja de 275 MPa, podemos
determinar o torque a ser aplicado no tubo, de forma que a tensão de Von Mises seja
igual ou superior a este valor. Considere as equações abaixo:
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Nas equações 3 e 4 é a tensão de cisalhamento, T é o valor do torque, r o
valor da distância radial de onde se deseja determinar a tensão de cisalhamento, J é o
valor do momento de inércia da seção transversal, os valores 1, 2, e 3 são as tensões
principais usadas para calcular a tensão de Von Mises.
De acordo com o círculo de Mohr para torção pura, os valores de 1, 2, e 3 são
iguais, em módulo, à própria tensão de cisalhamento . Calculando o valor do
momento de inércia e relacionando as equações temos os seguintes resultados.
Estabelecendo-se que a tensão de Von Mises seja igual a 275MPa, ou seja,
igual ao limite de ruptura da liga TM23, a tensão de cisalhamento correspondente
deverá ser de 158,77MPa. Assim, podemos determinar para uma distância de
19,5mm, correspondente àquela entre o centro e a extremidade da chaveta.
Sabendo que o torque é a razão entre a potência do motor e a rotação,
determina-se que para o emprego de um torque de 4kN.m com uma rotação de900rpm, tipicamente utilizada em diversas operações, o motor precisaria fornecer uma
potência de aproximadamente 512CV, muito maior do que a especificação do produto
que é de 4CV.
Considerando a validade do modelo em questão, uma falha de sobrecarga
como a proposta, só seria possível por meio de uma operação inadequada do
operador, de forma que fosse fornecida energia ao eixo da engrenagem de bronze,
mesmo estando ela engatada a outra engrenagem.
Os resultados apresentados não tornam possível desenvolver conclusões a
respeito da falha da engrenagem, demandando portanto um análise mais apurada por
meio da técnica dos elementos finitos, que será realizada em uma seção adiante.
Considerações sobre chavetas e concentração de tensões
O objetivo da mecânica da fratura é determinar se uma trinca poderá levar um
componente à fratura catastrófica em tensões normais de serviço. Isso é feito
controlando-se a fratura, ou seja, evitando que as trincas atinjam tamanhos críticos.
A presença de uma trinca ou uma descontinuidade geométrica, como entalhes,
afeta a resistência de um componente porque na sua vizinhança a magnitude do
campo de tensões é intensificada por um fator K, que multiplicado pela tensão
nominal, indica o nível de tensões efetivo.
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A união e a transmissão de torque de um eixo para uma engrenagem é feito
através de chavetas, que são partes desmontáveis da maquinaria. Como as chavetas,
possuem cantos relativamente afiados (< 0,02 in de raio), os assentos de chaveta
também devem ter. Isso causa concentrações de tensões significativas.
A figura 8 mostra como evolui a concentração de tensões de um eixo com um
rasgo de chaveta em função da relação do raio de curvatura desse rasgo com o
diâmetro do eixo.
Figura 10 Valores de Kt para um eixo com rasgo de chaveta em torção
Se considerarmos que a tensão se concentra com mesma intensidade na
engrenagem e que as chavetas da peça analisada têm um raio muito pequeno, é
adequado utilizar um valor Kt=4. Ou seja, a tensão gerada pelo torque na engrenagem
será aproximadamente 4 vezes maior no canto da chaveta.
Simulação dos esforços
Para a simulação foram desenvolvidos modelos tridimensionais da
engrenagem, bem como um eixo com os três encaixes para as chavetas. Os
parâmetros utilizados para a construção da engrenagem e do eixo estão apresentados
na tabela abaixo.
A figura 11 apresenta a concepção tridimensional do sistema em que operava
a engrenagem, construída com o auxílio do software Solidworks.
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Tabela 2 - Parâmetros para a construção do eixo e da engrenagem.
Figura 11 - Modelo tridimensional de engrenagem e eixos acoplados.
Quanto ao material, foi empregado o bronze comercial com chumbo, oriundo
do banco de dados do software Solidworks. Suas propriedades são apresentadas na
tabela 3, onde também são apresentados o valor de Dureza Brinell, além de valores
de Tensão de Escoamento e Limite de Resistência à tração obtidos pela literatura.
Tabela 3 - Propriedades Físicas e Mecânicas do Bronze empregado na simulação. Os valores da tensão de
escoamento e do limite de resistência foram obtidos na literatura.
Propriedades do Bronze
Módulo de Elasticidade 110 GPaMódulo de Cisalhamento 41 GPa
Razão de Poisson 0,37 -
Massa Específica 8700 Kg/m3
Dureza 80 HB
Tensão de Escoamento* 157 MPa
Limite de Resistência à Tração* 275 MPa
Acredita-se que por erro do operador, a engrenagem de bronze tenha entrado
em operação em contato com outra engrenagem que tinha seu eixo travado, levando a
formação de uma sobrecarga. No modelo para a determinação dos esforços, além do
Engrenagem Cilíndrica de Bronze
Número de Dentes 18
Diâmetro Primitivo 50 mm
Módulo 2.77 mm
Largura da Face 17 mm
Diâmetro do Eixo 32mm
Número de Chavetas 3
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torque acima, dois dentes foram determinados como superfícies fixas, tendo em vista
o fato de que em um engrenamento, sempre se procura ter mais de um dente em
contato com o outro em todos os instantes em que ocorre a transmissão de torques
entre eixos. A figura a seguir, apresenta o modelo com os esforços e superfícies fixas
representadas pelas setas rosas e verdes, respectivamente.
Foram empregados valores crescentes de torques ao eixo culminando com os
resultados apresentados nas figuras 13 e 14, que mostram a distribuição de tensões
na região da chaveta da engrenagem para um torque de 20N.m, valor bastante aquémdo observado na solução analítica apresentada na seção anterior. Nota-se que a
região mais à direita da chaveta, onde houve a propagação da trinca, chega a níveis
de tensões tão elevados quanto 300MPa, excedendo o limite de ruptura estimado para
o bronze em questão.
Estes resultados servem como um bom embasamento para verificação da
hipótese de que a engrenagem foi, de fato, submetida a um nível de carregamento
excessivo que promoveu a sua falha na região de concentrações da chaveta, tendo
em vista a necessidade de torques tão baixos quanto 20N.m capazes de levar a
tensões concentradas que superam facilmente o limite de resistência de um bronze
com alto teor de chumbo.
Sugestões
Para solucionar o problema de concentração no canto das chavetas, poderia se
pensar em outras maneiras de transmissão de torque como, por exemplo, com a
utilização de estrias, que são várias chavetas construídas no eixo, com formas
semelhantes a dentes. Esse modelo, devido ao seu formato, concentra menos tensão
que o rasgo quadrado da chaveta e oferece uma melhor transmissão, substituindo
satisfatoriamente as três chavetas necessárias na peça.
Figura 12 - Representação dos esforços aplicados no sistema.
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Figura 13 Distribuição de tensões de Von Mises.
Figura 13 Destaque para a região de concentração de tensões no mesmo local onde ocorreu a fratura da engrenagem.
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Figura 15 - Representação de acoplamento por chavetas.
Figura 14 - Detalhamento das concentrações de tensão na chaveta.
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Figura 16 Representação de acoplamento por estrias.
Referências Bibliográficas
1. Robert L. Norton. Machine Design: An integrated approach. Third Edition.
Pearson Education Ltd.
2. ASM Metals Handbook. Volume 2 Properties and Selection: Non-Ferrous Alloys
and Special Purpose Materials.
3. Catálogo do produto Torno Universal IMOR Oficina 650. Fornecido pela
empresa ROMI ltda.