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Selecionar a personalidade da História a biografar. Pesquisar elementos sobre o(a) biografado(a) (no manual, em livros de História, nomeadamente outras biografias, em Memórias, Discursos, enciclopédias, CD-ROM, videogramas e na Internet). Construir uma cronologia: – Factos da vida e obra da personalidade em causa. Colocar questões orientadoras. Exemplos: – Como qualificar a personalidade do(a) biografado(a)? Que teve ele(a) de interessante ou de menos digno? – Que acontecimentos moldaram o seu carácter, a sua ideologia e a sua ação? – Com que obstáculos se defrontou essa pessoa na vida? Como os ultrapassou? – Que efeitos teve o(a) biografado(a) a nível local, regional, nacional ou mundial? O mundo ficaria melhor ou pior se ele(a) não tivesse vivido? Como e porquê? Optar por elaborar uma biografia cronológica ou temática: – no primeiro caso seguir a vida e obra ao longo do tempo; – no segundo, debruçar-se sobre um ou mais aspetos relevantes da ação do(a) biografado(a). Redigir a biografia. Dela deve constar: – apresentação da figura histórica (data e local de nascimento e morte; origem familiar; estudos; profissão; vida afetiva); – análise, mais ou menos desenvolvida, da sua vida e obra (carácter, episódios relevantes da vida; fatores que os condicionaram); – conclusão (importância histórica da pessoa biografada). N. B. Evitar desenvolver a época em que viveu a figura biografada. Esta é que constitui o assunto central do trabalho. Procurar ser objetivo, sem que o trabalho se resuma a um suceder de factos. A sua leitura deve resultar o mais agradável possível. Recorrer a ilustração, se entender necessário. Elaborar uma biografia Regras a seguir Elaborar uma biografia constitui um procedimento cativante de abordar e compreender a História. Para lá da movimentação das massas e dos condicionalismos geográficos ou económicos, há os indivíduos de carne e osso que protagonizam o devir histórico. Uns mais famosos, outros menos conhecidos, todos são, com os seus percursos singulares de vida, produto de uma época e atores de um tempo que é o da História. A – DADOS BIOGRÁFICOS 1847 A 11 de fevereiro, nasce Thomas Alva Edison, em Milan, Ohio. É o sétimo filho de Samuel Edison, negociante mal-sucedido, e Nancy Eliot Edison, ex-professora. 1853 A exposição do Palácio de Cristal, em Nova Iorque, mostra as invenções e os produtos americanos. 1854 Frequenta durante 3 meses a escola de Port Huron, no Michigan, para onde a família se mudara. O professor classifica-o como tendo «o diabo no corpo, um coca-bichinhos estúpido que não para de fazer perguntas mas a quem custa aprender». 1854-58 A mãe encarrega-se da sua instrução. Monta o seu primeiro laboratório no sótão da casa paterna. 1859 Obtém o primeiro emprego: vendedor de jornais, sanduíches e guloseimas nos comboios que fazem a ligação entre Port-Huron e Detroit. Aproveitando as notícias que chegam à estação, edita um jornal próprio, o Weekly Harald, que vende no comboio. 1861 Aprende o código Morse. Início da Guerra Civil Americana (1861-1865). 1863-67 Trabalha como telegrafista em várias cidades do Midwest. Faz diversas experiências com o material telegráfico. Cabo telegráfico submarino entre os EUA e a Inglaterra (1866). 1868 Regista a sua primeira patente: um contador automático de votos. Muito avançada para o tempo, a invenção é ridicularizada pelos políticos americanos. 1869 Vai para Nova Iorque. Depois de consertar e melhorar um indicador de cotações da Bolsa de Nova Iorque, assina um contrato bem pago com a Gold and Slock Telegraph Company. Abre uma loja de aparelhos telegráficos, que serve também de laboratório. EXEMPLO DE UMA FIGURA A BIOGRAFAR: THOMAS ALVA EDISON TEHA11-P3 © Porto Editora Análise de documentos/fontes

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Page 1: Análise de documentos/fontes - Abre Horizontes- Porto Editora · Análise de documentos/fontes. 1871 Casa com Mary Stilwell. 1872-75 Desenvolve e regista várias patentes relacionadas

Selecionar a personalidade da História a biografar.

Pesquisar elementos sobre o(a) biografado(a) (no manual,em livros de História, nomeadamente outras biografias, emMemórias, Discursos, enciclopédias, CD-ROM, videogramase na Internet).

Construir uma cronologia:

– Factos da vida e obra da personalidade em causa.

Colocar questões orientadoras. Exemplos:

– Como qualificar a personalidade do(a) biografado(a)? Que teveele(a) de interessante ou de menos digno?

– Que acontecimentos moldaram o seu carácter, a sua ideologiae a sua ação?

– Com que obstáculos se defrontou essa pessoa na vida? Comoos ultrapassou?

– Que efeitos teve o(a) biografado(a) a nível local, regional,nacional ou mundial? O mundo ficaria melhor ou pior se ele(a)não tivesse vivido? Como e porquê?

Optar por elaborar uma biografia cronológica ou temática:

– no primeiro caso seguir a vida e obra ao longo do tempo;

– no segundo, debruçar-se sobre um ou mais aspetosrelevantes da ação do(a) biografado(a).

Redigir a biografia. Dela deve constar:

– apresentação da figura histórica (data e local de nascimentoe morte; origem familiar; estudos; profissão; vida afetiva);

– análise, mais ou menos desenvolvida, da sua vida e obra(carácter, episódios relevantes da vida; fatores que oscondicionaram);

– conclusão (importância histórica da pessoa biografada).

N. B.

Evitar desenvolver a época em que viveu a figura biografada.Esta é que constitui o assunto central do trabalho.

Procurar ser objetivo, sem que o trabalho se resuma a umsuceder de factos. A sua leitura deve resultar o mais agradávelpossível.

Recorrer a ilustração, se entender necessário.

Elaborar uma biografia

Regras a seguir

Elaborar uma biografia constitui um procedimento cativante de abordar e compreender a História. Para lá da

movimentação das massas e dos condicionalismos geográficos ou económicos, há os indivíduos de carne e

osso que protagonizam o devir histórico. Uns mais famosos, outros menos conhecidos, todos são, com os

seus percursos singulares de vida, produto de uma época e atores de um tempo que é o da História.

A – DADOS BIOGRÁFICOS

1847A 11 de fevereiro, nasce Thomas Alva Edison, em Milan, Ohio. É o sétimo filho de Samuel Edison, negociante mal-sucedido, eNancy Eliot Edison, ex-professora.

1853 A exposição do Palácio de Cristal, em Nova Iorque, mostra as invenções e os produtos americanos.

1854Frequenta durante 3 meses a escola de Port Huron, no Michigan, para onde a família se mudara. O professor classifica-o comotendo «o diabo no corpo, um coca-bichinhos estúpido que não para de fazer perguntas mas a quem custa aprender».

1854-58 A mãe encarrega-se da sua instrução. Monta o seu primeiro laboratório no sótão da casa paterna.

1859Obtém o primeiro emprego: vendedor de jornais, sanduíches e guloseimas nos comboios que fazem a ligação entre Port-Huron eDetroit. Aproveitando as notícias que chegam à estação, edita um jornal próprio, o Weekly Harald, que vende no comboio.

1861Aprende o código Morse.Início da Guerra Civil Americana (1861-1865).

1863-67Trabalha como telegrafista em várias cidades do Midwest. Faz diversas experiências com o material telegráfico. Cabo telegráfico submarino entre os EUA e a Inglaterra (1866).

1868Regista a sua primeira patente: um contador automático de votos. Muito avançada para o tempo, a invenção é ridicularizada pelospolíticos americanos.

1869Vai para Nova Iorque. Depois de consertar e melhorar um indicador de cotações da Bolsa de Nova Iorque, assina um contrato bempago com a Gold and Slock Telegraph Company. Abre uma loja de aparelhos telegráficos, que serve também de laboratório.

EXEMPLO DE UMA FIGURA A BIOGRAFAR: THOMAS ALVA EDISON

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1871 Casa com Mary Stilwell.

1872-75Desenvolve e regista várias patentes relacionadas com o telégrafo, entre elas o célebre quadruplex que permite enviar 4 men-sagens em simultâneo. Nasce a filha Marion Estelle a quem dará o diminutivo de “Dot” (Ponto).

1876

Muda-se para Menlo Park, onde monta o seu laboratório.Nasce Thomas Alva Jr. (“Dash” = Traço).A Exposição de Filadélfia, que assinala o centenário da independência dos EUA com uma mostra das invenções e indústriaamericanas, recebe 10 milhões de visitantes.

1877 Inventa o microfone de limalha de carvão e o fonógrafo.

1878 Nasce seu filho William Leslie.

1879 Comercializa a lâmpada incandescente e concebe todos os maquinismos necessários à distribuição da corrente elétrica.

1881 Cria a Edison Electric Lamp Co. e a Edison Machine Works para a produção de iluminação elétrica.

1884 Morre a primeira esposa, Mary.

1886 Casa com Nina Miller.

1887Desenvolve o fonógrafo e funda nova companhia para a sua comercialização.Muda-se para um laboratório grande e moderno, em West Orange, New Jersey.

1888Reúne uma equipa para trabalhar no cinetoscópio, “um instrumento que faz para os olhos o que o fonógrafo fez para os ouvidos”Nasce a filha Madeleine.

1889Tirando partido do fonógrafo cria uma empresa de brinquedos que produz bonecas que falam.Funda a Edison General Electric e a Edison Manufacturing Co.

1890 Nasce o filho Charles.

1891-1900 Realiza diversos melhoramentos na utilização dos Raios X.

1893 Constrói o seu primeiro estúdio cinematográfico, para a produção de filmes.

1894Regista as patentes do cinetoscópio (caixa com imagens filmadas para serem vistas no seu interior) e do cinetógrafo (máquinade filmar).

1895 Inventa o cinetofone, que sincroniza o som do fonógrafo com a imagem do cinetoscópio.

1896Vitascópio (projetor de cinema).Henry Ford guia o seu primeiro carro nas ruas de Michigan.

1898 Nasce o filho Theodore.

1900-1910Inventa e aperfeiçoa a pilha alcalina que transforma num enorme sucesso.Faz importantes invenções na área da construção civil/cimento armado.

1910-1914 Melhora o fonógrafo e a produção de discos. Introduz a ponta de diamante na leitura do disco e o “disco indestrutível”.

1913 Realiza o seu primeiro filme sonoro: “Nursery Favorites”.

1914Início da Primeira Guerra Mundial.Sintetiza o fenol, necessário à produção de discos e até então importado da Alemanha.

1915Sintetiza as anilinas que permitem ao setor têxtil resistir à interrupção das compras feitas à Alemanha.A General Electric lança-se na engenharia naval produzindo novos equipamentos para os navios americanos.

1917-1918Trabalha em colaboração com o Departamento de Defesa dos EUA em numerosos projetos (deteção de armas e submarinosatravés de ondas sonoras, torpedos, lâmpadas subaquáticas, e muitos outros).

1918 Fim da Primeira Guerra Mundial.

1928 Recebe a medalha de ouro do Congresso, pelas suas múltiplas realizações.

1930 Regista a última patente.

1931 Morre em West Orange, a 18 de outubro.

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B – OUTROS DADOS: O IMPACTO DO FONÓGRAFO

De todos os fenómenos naturais, o som era,decerto, aquele que, até aqui, a ciência e os invento-res tinham perturbado menos. Pelo menos, em com-paração da eletricidade e da luz – obrigadas a fazeros mais reles serviços – o som gozava uma tranquili-dade relativa. Neste século uma tal paz não podiadurar. O Dr. Bell foi o primeiro a inquietá-lo com ainvenção do Telefone. E agora temos um fantasista,que apenas pretende isto – guardar o som de con-serva. O aparelho – há necessariamente um apare-lho – recebe, por exemplo, o discurso do orador,guarda-o, e, daí a meses ou anos, pode reproduzi-lo,com a voz do orador e as suas menores inflexões,desde os ímpetos da retórica até aos espirros e àstosses casuais. Deve-se fazer proximamente em Lon-dres uma grande experiência. A primeira aplicação,em que se vai empregar, ao que parece, é nas dispo-sições da última vontade. Em lugar de fazer o testa-mento por escrito, o moribundo fala o seu testa-mento, o aparelho recolhe as palavras, e, dado o casode uma contestação judiciária, o aparelho vem ao tri-bunal e reproduz a mesma voz do moribundo cortadados mesmos gemidos. A descrição do aparelho é com-plicada, mas, tanto quanto pude perceber, consiste nisto por alto: um tímpano de uma sensibilidade quasesobrenatural, à medida que vibra com os sons recebidos, vai imprimindo numa tira de massa um certonúmero de sinais côncavos; essa tira, voltada do avesso e solidificada, apresenta as saliências que, operandosobre um complicadíssimo aparelho, pelo sistema dos cilindros de realejo, reproduzem com uma exatidãomilagrosa os sons recebidos pelo tímpano. Nada mais simples […].

Eça de Queirós, Crónicas de Londres, 26 de janeiro de 1878

O papa Leão XIII (1878-1903) grava a bênção num fonógrafo (gravura daépoca).

C – NOTA BIOGRÁFICA

O FEITICEIRO DE MENLO PARK

Sétimo filho de uma família pouco abastada, Thomas Alva Edison nasce a 11de fevereiro de 1847, em Milan, no Ohio. Alguns anos depois, a família muda--se para Port Huron (Michigan), onde o pai monta um pequeno negócio. É emPort Huron que Thomas tem um brevíssimo contacto com a escola formal,que frequenta apenas três meses. Irrequieto em demasia, desespera o mes-tre que o considera desadaptado e pouco inteligente. Será a mãe, antiga pro-fessora, a encarregar-se da sua instrução, ministrada em casa, de forma umtanto anárquica.

Mal saído da infância, com apenas doze anos, Edison mostrava já oextraordinário dinamismo que marcaria toda a sua vida: devorava os livros dabiblioteca local, fazia repetidas experiências no seu improvisado laboratóriocaseiro, tinha um emprego fixo (como ardina, no caminho de ferro) e o seupróprio negócio, um pequeno jornal de notícias, que editava com sucesso.

Edison, com 21 anos de idade.

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O deflagrar da Guerra Civil Americana (1861-1865), em que o telégrafo desempenhou um papel rele-vante na coordenação das operações militares, dá ao jovem Edison a oportunidade de satisfazer a sua pai-xão pelos maquinismos: torna-se telegrafista itinerante e dedica-se ao aperfeiçoamento dos aparelhos, cujaeficiência melhora claramente.

É, porém, o retorno ao tempo de paz que lhe suscita a primeira patente: um conta-dor elétrico de votos que, embora eficiente, desagrada aos políticos, adeptos de ummétodo mais conservador. Este primeiro insucesso comercial, que o enche de dívidas,leva-o a procurar emprego em Nova Iorque, onde, graças à sua habilidade, consegueum contrato bem pago, como técnico de máquinas, numa corretora. O trabalho per-mite que se estabeleça por conta própria, com uma pequena oficina de aparelhos tele-gráficos.

Em 1876, já casado e com uma filha, Edison resolve dedicar-se por inteiro à pes-quisa. É então que se muda para Menlo Park, nos arredores de Nova Iorque, ondeconstrói o seu primeiro grande laboratório. Aí concebe as mais extraordinárias inven-ções. Torna-se, nas palavras de Eça de Queirós, o «fantasista» que oferece ao mundo apossibilidade de «guardar o som de conserva» (fonógrafo), de transportar a voz aimpensadas distâncias (microfone de carvão), de se iluminar com um minúsculo fila-mento incandescente (lâmpada elétrica).

Tais feitos fazem-no internacionalmente famoso, «o feiticeiro de Menlo Park», «o génio» do século XIX.Sempre sagaz, com a resposta pronta, Edison quantifica a sua genialidade como sendo «1% de inspiração e99% de transpiração». A frase torna-se tão famosa quanto o seu autor.

A década passada em Menlo Park marcou Edison, também, no que toca à vida familiar. Em 1884, depoisde 13 anos de casamento, morre Mary Stilwell, sua primeira esposa. Deixa-lhe três filhos. Aos dois maisvelhos, Edison dera, carinhosamente, os diminutivos de Dot (Ponto) e Dash (Traço), em honra do telégrafoque tanto o apaixonara. Dois anos mais tarde, casa de novo, com Nina Miller, com quem partilhará o restoda sua vida e que lhe dará, também, descendência.

Aos 40 anos, já famoso e com uma situação financeira confortável, Edison está ainda insatisfeito.Apostado em rentabilizar, de forma mais eficiente, as suas descobertas, constrói novas instalações emWest Orange (New Jersey). Pouco depois, cria duas novas companhias, a Edison Manufacturing e a EdisonGeneral Electric. Esta última, que destina ao fabrico de todos os dispositivos elétricos, desde as simples lâm-padas e tomadas aos motores e válvulas gigantes, estará na origem de um dos maiores conglomeradosindustriais da América, cujo sucesso persiste até aos nossos dias. O seu êxito confirma a emergência dosEUA como grande potência industrial.

Mesmo depois de ter atingido o topo da carreira empresarial, Edison mantém intacta a sua sede de ino-var: aperfeiçoa constantemente o fonógrafo – de todas as invenções, a que mais acarinha –, desenvolvetodas as componentes necessárias à instalação de uma rede elétrica nacional, deixa-se fascinar pelo mundodas imagens em movimento, tornando-se um dos pais da Sétima Arte.

Tantas patentes e tanto sucesso levantam suspeitas e alguns acusam-no de se apropriar indevidamentedas criações dos seus colaboradores. Outros, porém, rendem-se à sua enorme capacidade de trabalho, ao seutalento e, sobretudo, à sua extraordinária versatilidade. Já próximo dos 70 anos, dá ainda mostras de tudoisto, pela forma brilhante como ultrapassa as dificuldades que a Primeira Guerra Mundial traz ao comérciointernacional: a falta de componentes para sua indústria fá-lo lançar-se na síntese e produção dos ácidosque importava da Alemanha. Produz também anilinas, salvando o têxtil americano. Ao mesmo tempo, cola-bora com o Departamento de Defesa, em numerosos projetos tecnológicos.

Edison faleceu na sua casa de West Orange, a 18 de outubro de 1931, três anos após ter sido agra-ciado com a medalha de ouro do Congresso. Nessa altura, há muito que, para o grande público, ohomem dera lugar à lenda. Edison tinha-se tornado na essência do «herói americano», do homem que,vindo do nada, se elevara por mérito próprio, transformando o mundo com as suas extraordinárias reali-zações.

Protótipo da lâmpadaelétrica de Edison.

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