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An´ alise de Dados de Alta Freq¨ encia 1. Introdu¸ ao Dados finaceiros de alta freq¨ encia (DAF) ao observa¸ oes sobre vari´ aveis finan- ceiras a¸ oes, taxas de juros, taxas de ambio, op¸ oes etc, tomadas diariamente ou em escala intra-di´ aria, freq¨ uentemente irregularmente espa¸ cadas no tempo. ao importantes em estudos emp´ ıricos da micro-estrutura do mercado: descoberta de pre¸ cos, competi¸ oes entre mercados relacionados, comportamento estrat´ egico de participantes do mercado, modelagem da dinˆ amica de mercado em tempo real. Dados t´ ıpicos: ”‘trade-by-trade”’em mer- cados acion´ arios, ”quotes” de taxas de ambio; os tempos s˜ ao geralmente da- dos em segundos; dados ”tick-by-tick”’. 1

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Page 1: An´alise de Dados de Alta Freq¨uˆencia - IME-USPpam/slide9.pdfAn´alise de Dados de Alta Freq¨uˆencia 1. Introdu¸c˜ao • Dados finaceiros de alta freq¨uˆencia (DAF) s˜ao

Analise de Dados de Alta Frequencia

1. Introducao

• Dados finaceiros de alta frequencia (DAF)sao observacoes sobre variaveis finan-ceiras acoes, taxas de juros, taxas decambio, opcoes etc, tomadas diariamenteou em escala intra-diaria, frequentementeirregularmente espacadas no tempo.

• Sao importantes em estudos empıricosda micro-estrutura do mercado: descobertade precos, competicoes entre mercadosrelacionados, comportamento estrategicode participantes do mercado, modelagemda dinamica de mercado em tempo real.

• Dados tıpicos: ”‘trade-by-trade”’em mer-cados acionarios, ”quotes” de taxas decambio; os tempos sao geralmente da-dos em segundos; dados ”tick-by-tick”’.

1

Page 2: An´alise de Dados de Alta Freq¨uˆencia - IME-USPpam/slide9.pdfAn´alise de Dados de Alta Freq¨uˆencia 1. Introdu¸c˜ao • Dados finaceiros de alta freq¨uˆencia (DAF) s˜ao

• DAF tem caracterısticas unicas, que naoaparecem em dados com frequencias maisbaixas (semanais, mensais etc).

• Dados nao-sincronizados

- negociacoes de acoes nao aparecemde forma sincronizada; acoes diferentestem frequencias de negocios diferentese mesmo para uma mesma acao, a in-tensidade de negociacao varia de horapara hora do dia.

- para retornos diarios de acoes, nego-ciacoes nao-sincronizadas podem intro-duzir:

a) correlacao cruzada de lag 1 entre re-tornos de acoes;

b) correlacao de lag 1 no retorno de umacarteira;

c) em alguma situacoes, correlacao neg-ativa na serie de retornos de uma par-ticular acao.

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• O numero de observacoes de uma serie

de DAF e usualmente enorme; por ex-

emplo, o numero diario de cotacoes para

t.c. USD/EUR no mercado ”spot” e da

ordem de 20.000.

• Os DAF sao geralmente registrados com

erros e tem que ser corrigidos (”limpos”)

antes de serem analisados.

Os dados sao irregularmente espacados,

com numero aleatorio de observacoes

por dia.

• DAF exibem padroes periodicos (intra-

dia e intra-semana): as atividades de

uma bolsa de valores sao mais densas

no comeco e fechamento do que na hora

do almoco.

2. Algumas Bases de Dados

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• TAQ (Trades and Quotes): dados do

NYSE, AMEX, NASDAQ; mercado acio-

nario; desde 1992.

• Berkeley Options Data Base: dados de

mercados de opcoes; 1976-1996.

• Olsen Associates: mercados de cambio;

desde 1980’s.

3. Software e Surveys

• S-PLUS HF Library

B. Yam and Eric Zivot

http://faculty.washington.edu/ezivot/splus.htm

• S-Plus Library

W. Breymann

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http://www.math.ethz.edu/∼breymann

• Andersen (2000), Campbel et al. (1997),

Dacorogna et al. (2001), Wood (2000),

Goodhart and O’Hara (1997).

4. Manipulacao de Dados

• Primeiramente, e necessario construir as

variaveis de mercado, que incluem: variacoes

de precos entre transacoes (ou entre cotacoes,no

caso de dados de FX=t.c.), duracoes

entre negocios ou cotacoes, e ”spread”

entre cotacoes bid e ask.

• Precos de ativos financeiros movem-se

em incrementos mınimos, chamados ”ticks”

(ou ”tick sizes”), logo variacoes de precos

podem ser expressas em u.m. ou numero

de ticks. Por exemplo, em cotacoes

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de USD/EUR, o tick e $ 0.0001, en-

quanto que na NYSE e de $ 0.01, e na

BOVESPA R$ 0,01.

• variacoes de precos sao obtidas tomando-

se diferencas no nıvel de preco.

• Retornos de acoes ”overnight” diferem

substancialmente dos demais retornos

ao longo do dia, portanto e necessario

que se tenha um criterio para analisa-

los, o mesmo ocorrendo com finais de

semana. Mesma observacao vale para

duracoes.

• spread bid-ask: diferenca entre

bid: precos segundo os quais os ”traders”

compram ativos; (pb)

e

ask: precos segundo os quais os ” traders”

vendem os ativos; (pa)

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”bid-ask spread” : pa − pb ; tambem e

dado em multiplos de ticks (usualmente

pequeno, um ou dois ticks);

Para o publico: pb= preco de venda;

pa= preco de compra.

• Direcao da negociacao: uma negociacao

e considerada

”buy” - se preco da transacao e maior

do que a cotacao media do bid-ask;

”sell” -se for menor;

” indeterminada” - se for igual.

• Volatilidade realizada: central para a teo-

ria moderna de financas; e usada em

aprecamento de ativos, selecao de carteiras

e administracao de riscos; pode ser es-

timada de varias maneiras.

• Variacoes de precos de negocios e de

cotacoes sao v.a. discretas e multiplas

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do tick; uma proporcao significativa deobservacoes nao apresenta variacoes deprecos; a maioria limitadas por ±3 ticks.

• Muitas negociacoes parecem ocorrer nomesmo tempo, logo ha um numero sig-nificativo de transacoes com duracoesnulas.

• Atividades financeiras podem exibir padroesperiodicos devido ao efeito do calendario:precos de ativos, volumes, duracoes, spreadde bid-ask, frequencia de ticks. Por ex-emplo, na NYSE, intensidade de transacoestem a forma de um ”U” invertido. Duracoestem efeito oposto. Dados de taxas decambio tem um padrao intra-diario com3 picos, correspondentes a horas de negociosnos tres centros geograficos: Asia, Eu-ropa e USA.

5. Modelo de Roll (1984)

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Pt: preco de mercado do ativo

Pt = P ∗t + ItS

2,

onde :

S = pa − pb;

P ∗t : preco do ativo num mercado ”sem

friccao”;

It ∼ i.i.d., binaria,

It =

{1, com probabilidade 1/2 (compra iniciada),−1, com probabilidade 1/2 (venda iniciada).

Logo,

Pt = P ∗t +

{S/2, com prob. 1/2,

−S/2, com prob. 1/2

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Se nao houver mudanca em P ∗t , as variacoes

de preco sao

∆Pt = (It − It−1)S

2.

Dado que E(It) = 0 e Var(It) = 1, seguem-

se que:

E(∆Pt) = 0,

Var(∆Pt) =S2

2,

Cov(∆Pt,∆Pt−1) = −S2

4,

Cov(∆Pt,∆Pt−j) = 0, j > 1,

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do que resulta

ρj(∆Pt) ={−0,5, se j = 1

0, se j > 1.

Portanto, o ”bid-ask spread” introduz cor-relacao negativa de lag 1 na serie de variacoesde precos. E o chamado ”bid-ask bounce”.

Suponha que : P ∗t = pa+pb2 .

Entao, Pt = pa ou Pt = pb, com probabili-dade 1/2.

Se Pt = pa, entao ∆Pt = 0 ou ∆Pt = −S.

Se Pt = pb, entao ∆Pt = 0 ou ∆Pt = S.

Suposicao: ∆P ∗t = P ∗t −P ∗t−1 = εt ∼ i.i.d.(0, σ2),

ou seja, um passeio aleatorio (suponha εtindependente de It).

Pode-se mostrar neste caso que

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ρ1(∆Pt) =−S2/4

S2/2 + σ2≤ 0,

ou seja, a correlacao e reduzida, mas oefeito permanece.

O efeito do spread continua a existir paracarteiras e series multivariadas.

6. Modelos para Variacoes de Precos

Sejam:

yi = ∆Pti = Pti − Pti−1 variacao de preco,

∆ti = ti − ti−1 duracao

Como dados sao discretos e concentrados(em ”nao ha variacao”), ha dificuldadesem modelar variacoes de precos intra-diarios.

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• Modelo ”Probit” Ordenado

yi: k possıveis valores, s1, . . . , sk.

yi = sj, se αj−1 < y∗i ≤ αj, j = 1, . . . , k,

onde y∗i = P ∗ti − P ∗ti−1e a variacao de

preco do ativo virtual, nao observada,

suposta seguir o modelo

y∗i = xiβ + εi.

Hauseman, Lo and MacKinlay (1992)

• Modelo de Decomposicao

yi = AiDiSi,

onde:

Ai = 1, se existe variacao de preco na

negociacao i,

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Ai = 0, caso contrario;

{Di|A1 = 1} = 1, se preco aumenta na

negociacao i,

{Di|A1 = 1} = −1, se preco diminui na

negociacao i;

Si = tamanho da variacao de preco (em

ticks), se existe variacao;

Si = 0, se nao existe variacao de preco.

Fi= informacao ate i-esima transacao

P (yi|Fi) = P (AiDiSi|Fi) =

= P (Si|Di, Ai,Fi).P (Di|Ai,Fi).P (Ai|Fi).

pi = P (Ai = 1), δi = P (Di = 1|Ai = 1),

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Si|Di, Ai = 1 ∼ 1+ geometrica deparametro λj,i .

Classificar negociacao i em 3 categorias:

(1) nao ha variacao de precos; Ai = 0,com prob. 1− pi;

(2) preco aumenta: Ai = 1, Di = 1, comprob. piδi; Si cresce, com densidade 1+g(λu,i);

(3) preco decresce: Ai = 1, Di = −1,com prob. pi(1 − δi), Si decresce comdensidade 1 + g(λd,i).

Obter verossimilhanca e estimadores dosparametros associados a modelos logısticosusados para pi e δi.

McCulloch and Tsay (2000)

7. Modelos para Duracoes

Sao modelos propostos para intervalos detempo entre negociacoes. Lembremos que

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duracoes longas indicam falta de atividade

de ”trades”, ou perıodos sem informacoes

novas.

• Modelo ACD

Engle e Russel (1998) propuseram o mo-

delo ACD (de ”autoregressive conditional

duration”). Zhang, Russel e Tsay (2001)

estenderam o modelo ACD para consid-

erar nao-linearidades e quebras estrutu-

rais nos dados.

Como vimos, transacoes intradiarias ex-

ibem padroes periodicos. Chamemos de

xi a i−esima duracao ajustada, ou seja,

xi =∆tif(ti)

,

onde f(ti) e uma funcao determinıstica

que estima a componente periodica de

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∆ti. Tsay (2002) sugere usar ”splines”cubicas, funcoes indicadoras e quadraticas.

• Seja ψi = E(xi|Fi−1) a media condi-cional da duracao entre os negocios i−1e i e Fi−1 toda a informacao disponıvelate a negociacao i− 1.

O modelo ACD e dado por

xi = ψiεi, εi ≥ 0,∼ iid, (2)

ψi = ω+r∑

j=1

γjxi−j +s∑

j=1

ωjψi−j,(3)

ω > 0, γj ≥ 0, ωj ≥ 0.

O modelo e indicado ACD(r, s).

• A sequencia εi usualmente e conside-rada uma v.a. exponencial com media1 ou Weibull, com media 1.

• Se ηi = xi − ψi (uma diferenca martin-gale) podemos escrever (q = max(r, s))

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xi = ω+q∑

j=1

(γj+ωj)xi−j−s∑

j=1

ωjηi−j+ηj,

ou seja um ARMA(q,s).

• Supondo-se modelos estacionarios,

E(xi) =ω

1−∑qj=1(γj + ωj)

. (4)

Logo, devemos ter∑j(γj + ωj) < 1.

• EACD (1,1)

xi = ψiεi, εi ∼ E(1), (5)

ψi = ω+ γ1xi−1 + ω1ψi−1. (6)

• E(xi) = E(ψi);

Se xi estacionario, E(xi) = E(ψi) =ω

1−γ1−ω1= µx.

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Var(xi) = µ2x

1−ω21−2γ1ω1

1−ω21−2γ1ω1−2γ21

.

Portanto, variancia incodicional constante

se 2γ21 + ω21 + 2γ1ω1 < 1.

• Estimacao: maxima verossimilhanca.

• Volatilidade Realizada

– Modelos da famılia ARCH e MVE es-

timam volatilidade, considerada uma

variavel nao-observada.

– Resultados nao satisfatorios, previsoes

nao precisas.

– Modelos multivariados podem ser nao-

factıveis para dimensoes altas.

– Estimar, modelar e prever volatilidade

e correlacao usando dados de alta

frequencia intra-diarios.

Medidas de volatilidade e correlacao

baseadas em retornos ao quadrado

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e produtos de retornos. Depois mo-delar com modelos mais simples (tipoARIMA, ARFIMA).

– pi,t: log-preco do ativo i, no instantet, alinhados a um intervalo de tempocomum igualmente espacado (e.g.,5, 15 ou 30 minutos).

m: numero de ”trades” durante umasessao de negocios

m = 72 intervalos de 5 min, se sessaotem 6 horas por dia.

∆t: intervalo de amostragem (e.g, 5min).

ri(t, j∆t): log-retorno do ativo i, i =1, . . . , n, no dia t, t = 1, . . . , T ,no instante j∆t, j = 1, . . . ,m.

– Variancia Realizada (VR)

V Rit =m∑j=1

r2i (t, j∆t), t = 1, . . . , T.

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– Volatilidade Realizada (VOLR)

V OLRi,t =√V Ri,t.

– log-volatildade realizada (LVOLR)

LV OLRi,t = ln(V OLRi,t).

– ri,t = (ri(t,∆t), . . . , ri(t,m∆t))′: ve-

tor de log-retornos do ativo i, i =

1, . . . , n, no dia t, em intervalos de

∆t minutos.

rt = (r1,t, . . . , rn,t)′.

– Matriz (n × n) de covariancias

realizadas:

COV Rt = rtr′t.

– A correlacao realizada entre os ativos

i e j e dada por

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CORRi,j,t =COV Ri,j,t

V OLRi,tV OLRj,t,

i, j = 1, . . . , n, t = 1, . . . , T.

– Problemas praticos: escolha de m ou

∆t; propriedades (consistencia e nor-

malidade assintotica) dependem de

∆t→ 0 (ou m→∞).

– Duas questoes importantes:

Q1: qual parametro VR estima?

Q2: Estimativas de VR sao economi-

camente importantes?

– Andersen, Bollerslev, Diebold e Labys

(2000 a,b, 2001, 2003) (ABDL)

Barndorff-Nielsen e Shephard (2002

a,b, 2004 a,b) BNS

Desenvolveram teoria rigorosa ligando

VR com processos de tempo contınuo

de variacoes de retornos quadraticos.

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• Referencias

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