análise de cenários bndes

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Prospec: Modelo de Gerao de Cenrios em Planejamento Estratgico

Eduardo Marques*1988

*Ex-gerente no Departamento de Planejamento do BNDES.

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APRESENTAOBNDES foi pioneiro no aproveitamento da tcnica de cenrios no processo de planejamento estratgico. Antes de sua experincia, algumas empresas multinacionais importavam cenrios de suas matrizes e alguns grupos nacionais de grande porte davam incio aos estudos de cenrios, em geral baseados em consultoria. O ambiente nacional de grande incerteza no incio dos anos 80 praticamente obrigou o Banco a introduzir um mecanismo no sentido de especular sobre de que forma essas incertezas poderiam influir sobre os rumos do pas e, conseqentemente, sobre o seu papel como banco de desenvolvimento e sobre os investimentos e resultados da empresa. Isso representou ainda uma oportunidade de exerccio de um processo de participao intenso, j que os cenrios foram elaborados a partir de uma pesquisa interna de vises de futuro, como uma etapa dinamizadora do planejamento estratgico conduzido pela rea de Planejamento/Deplan. Ao esforo interno se somaram os resultados de inmeras entrevistas estruturadas, realizadas com personalidades do mundo acadmico e empresarial e com consultores, dos quais os grupos de entrevistadores retiraram uma variada gama de informaes, catalogadas em seguida em cenrios sobre os quais se deveria trabalhar. A especulao sobre o futuro, com vistas a iluminar as decises estratgicas, exige uma viso da totalidade do ambiente externo. No incio dos anos 80, alm das restries externas, havia o processo de redemocratizao, um evento eminentemente poltico. A metodologia dos cenrios levou a uma anlise sistemtica dos atores proeminentes que poca influam no desenho do futuro do pas, empresrios, grandes lderes polticos, religiosos e sociedade organizada. Por incrvel que possa parecer hoje, uma das indagaes feitas aos especialistas em cincia poltica era se, efetivamente, os militares iriam cumprir as etapas do programa de redemocratizao! Os resultados foram apresentados em palestras sucessivas aos executivos de to-

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das as diretorias do Banco, de forma que pudessem conhecer, avaliar e influir sobre as vises de futuro obtidas pelo grupo de trabalho. Esse processo gerou uma conscientizao interna sobre as ameaas e oportunidades do futuro e induziu vrias mudanas de cunho organizacional e operacional. Assim, no incio dos 80 os primeiros cenrios considerados mais provveis foram o da continuao da crise e do reajustamento, nos moldes do FMI. A pesquisa sistemtica feita pela equipe, entretanto, identificou que o pas estava em vias de retomar o crescimento econmico, contra todas as opinies oficiais e de oposio poca, e assinalou esse fato, gerando intensa discusso nacional, de alta relevncia para animar os empresrios a pensarem na retomada de seus investimentos. Um evento fortuito foi importante para gerar um fato social: o documento de trabalho do Deplan, com um carimbo de proibida a reproduo somente para uso interno, vazou para a imprensa, e a revista Senhor, de grande importncia na poca, publicou-o na ntegra, com o ttulo Um documento sigiloso do BNDES Sem mudana o Brasil acaba. No acabou, sabemos, mas mudou. E nessa mudana os cenrios do Banco tiveram um grande papel: ajudaram a nao a pensar de forma organizada sobre o seu futuro; indicaram caminhos; e mostraram a viabilidade da integrao competitiva do pas na economia internacional, possvel graas maturao dos investimentos capitaneados pelo Banco na capacidade de produo de bens de capital e intermedirios e de insumos bsicos. Obviamente, h formas e formas de realizar essa integrao, mas o papel modernizador dos cenrios para o pas foi claro. Os cenrios tiveram influncia nos meios empresariais e acadmicos. Como mtodo de trabalho, foram adotados conjuntamente pelo Banco, pela Petrobras e pela Eletrobrs em seus planejamentos estratgicos, com os contedos mostrando os matizes de cada empresa. O processo de privatizao exige a incluso de cenrios como pano de fundo da avaliao econmica. A Presidncia da Repblica, desde os anos 80, tem utilizado os cenrios em suas anlises, e recentemente realizou os cenrios do Brasil 2020 e apoiou o Avana Brasil em processo de cenrios. Hoje praticamente todo processo formal de planejamento estratgico no Brasil envolve cenrios.

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A lio final que se pode tirar dessa experincia que vale a pena abrir as janelas, especular sobre o futuro, consultar opinies externas de vrios campos do saber e matizes de valor e usar o mtodo como um indutor da participao interna e de mensagem institucional. Foi um processo, no um evento, em que cresceram os que dele participaram, direta e indiretamente.*

* O processo aqui descrito ocorreu ao longo dos anos 80 e foi capitaneado por Julio Mouro, como chefe do Deplan, e nas superintendncias de Sebastio Soares, Nildemar Secches e do prprio Julio. Os participantes do grupo de trabalho, nesse perodo, foram: Ana Maria Castro, Eduardo Marques, Evandro Fernandes Costa, Guilherme Gomes Dias, Helio Blak, Jos Carlos de Castro, Jos Murad, Jos Roberto Rodrigues Affonso, Lilian Ferreira Pinto, Luiz Paulo Velloso Lucas, Mrcio Garcia, Maria de Ftima Serro Pombal Dibb, Paulo Srgio Ferracioli da Silva, Yolanda Maria Ramalho Moreira e Zilda Maria Borsoi Coelho. Devemos registrar tambm o importante papel exercido pelo consultor externo, o professor Antonio Barros de Castro. Como processo gerencial, muitos outros tcnicos e executivos do Banco participaram e, na impossibilidade de list-los todos, eles sabero se reconhecer no relato.

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1 - Cenrios: Conceituao

Planejar determinar os objetivos e os meios eficazes para alcan-los, na expresso de Ackoff. Nesse processo, uma atividade contnua de anlise do futuro uma exigncia lgica e operacional. Do ponto de vista estritamente lgico, os objetivos so visualizados e devem se realizar no futuro, cuja anlise , portanto, necessria. Do ponto de vista da eficcia da deciso, preciso saber ver antes, para modificar, aproveitar ou induzir ocasies a favor da empresa. Finalmente, no realizar uma anlise do futuro significa admitir que haver estabilidade no ambiente externo, o que contraria a experincia; observa-se, na verdade, uma acelerao nas mudanas estruturais (econmicas, polticas, sociais, tecnolgicas etc.), causa de rompimento entre os padres conhecidos no passado e os esperveis no futuro. O ser humano intrinsecamente limitado e no tem o dom de adivinhar o futuro. Entretanto, possvel explorar configuraes futuras de suas variveis mais relevantes e das relaes que entre elas se tecem. Isso se chama estruturar a incerteza do futuro, que feita a partir da definio de um sistema e de sua estrutura, os quais correspondem a um modelo da realidade que cerca a empresa, ou seja, o seu ambiente externo. Esse modelo permite simular situaes hipotticas futuras sobre o comportamento das variveis e das suas inter-relaes. O estudo do futuro implica vencer trs grandes dificuldades: a primeira a prpria incerteza, a ser estruturada; a segunda a complexidade, a ser reduzida; e a terceira a organicidade, a ser respeitada. Devido grande complexidade ambiental, necessrio trabalhar com um nmero reduzido de variveis relevantes para o negcio da empresa. A escolha dessas variveis e a especificao das relaes que se estabelecem entre elas so feitas por intermdio das regras cientficas (tericas ou empricas) da economia, da cincia poltica, da sociologia, das tcnicas etc.

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Como o conhecimento cientfico deixa lacunas, o processo de previso no apenas cincia, mas tambm arte. Dessa combinao de cincia e arte resultam os cenrios, que podem ser definidos como: descrio de um futuro possvel, com a explicitao dos eventos que levariam sua concretizao, ou, ainda, seqncia coerente de eventos futuros hipotticos (H. Kahn). A combinao de cincia e arte aconselha que se faa o uso de instrumental matemtico para esclarecer as relaes quantitativas e qualitativas entre as variveis, mas o papel preponderante no processo deve caber ao especialista, o nico capaz de manejar conhecimentos tericos e prticos e de usar sua sensibilidade para elaborar vises coerentes de futuro. Outras caractersticas importantes do mtodo de cenrios so a procura sistemtica das descontinuidades que poderiam ocorrer no futuro e a explicitao do papel dos atores econmicos e polticos. Isso se explica porque o futuro depende no apenas dos condicionantes do passado e da situao atual, mas tambm das estratgias dos atores mais proeminentes. Na verdade, o papel fundamental dos atores o de mudar a realidade medida que tentam viabilizar o seu projeto de futuro. Nos cenrios no se projetam tendncias. Ao contrrio, procura-se lanar luz sobre as descontinuidades escondidas no futuro, que podem ser oportunidades ou ameaas capazes de ajudar ou prejudicar os projetos dos atores, inserindo nossas prprias estratgias nessa anlise. Os mtodos clssicos de estudos do futuro baseiam-se, apesar dessas constataes, na tentativa de atribuir ao futuro a mesma estrutura do passado, atravs da projeo de tendncias. Esses mtodos projetam continuidade onde a complexidade e a dinmica do ambiente esto, na verdade, gestando uma ruptura. O mtodo de cenrios evita essa armadilha, causa da maioria dos erros de previso. Os cenrios apresentam uma ligao imediata e natural com o planejamento estratgico, criando a moldura dentro da qual so estabelecidas as decises, diretrizes e prioridades para a ao. A definio das variveis relevantes dos cenrios feita a partir das variveis relevantes do Negcio ou mbito de Atuao da organizao. As funes

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administrativas de Produo, Finanas, Recursos Humanos, Tecnologia e Marketing estaro refletidas nos cenrios, pela mesma razo. Os estudos do futuro so de naturezas diferentes segundo se referem ao curto ou ao longo prazo. Os de longo prazo so reunidos sob a forma de cenrios, enquanto os de curto prazo correspondem Monitoria do Ambiente Estratgico (MAE), cuja funo esclarecer os fatores-chave do curto prazo (at 12 meses) e mostrar suas influncias sobre o Negcio (via modelo corporativo) e sobre os cenrios possveis. Em geral, podem ser utilizadas tcnicas projetivas nesse tipo de trabalho, tendo em vista que h mtodos capazes de captar as descontinuidades que se avizinham, trabalhando a partir de informaes exgenas fornecidas ao modelo em tempo real. Entre tais tcnicas, podemos citar os fatores antecedentes e, especialmente, a anlise bayesiana, tpicos que sero retomados na parte consagrada aos modelos. Em resumo, as principais componentes de um cenrio so as variveis relevantes, os atores, as descontinuidades e as tendncias pesadas, conforme mostra a Figura 1. A elaborao de cenrios, pelos ganhos que traz e pela sua importncia no processo decisrio, deve ser feita por grupo permanente (embora no exclusivamente dedicado a isso), localizado na unidade de planejamento. O Figura 1 Principais Componentes de um CenrioVariveis Relevantes

Atores

Cenrio

Descontinuidades

Tendncias Pesadas

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mtodo Prospec permite faz-lo mesmo que a organizao no possa ou no deseje criar uma equipe permanente para tal. Seu calendrio composto de uma atividade contnua de monitoria e uma peridica de realizao ou reavaliao de cenrios uma vez por ano, dentro do cronograma do planejamento estratgico. Por essa razo, a equipe de cenrios e de monitoria dever se valer de todo apoio interno possvel e lanar mo da consulta a especialistas externos, naqueles aspectos em que a empresa no disponha de conhecimento suficiente em seu interior. Se iniciar seu processo de cenrios antes de dispor de um sistema formal de planejamento estratgico, a empresa dever mesmo assim estabelecer as variveis relevantes de seu Negcio, para que estas sejam refletidas nos cenrios.

2 - O Prisma Prospectivo

A operacionalizao das idias contidas na seo anterior passa pelo estabelecimento de quatro conceitos cruciais para os estudos prospectivos, mostrados na Figura 2, que denominamos prisma da prospectiva. Atravs dele os praticantes desse mtodo de trabalho interpretam a realidade e procuram descrever futuros possveis. Figura 2 O Prisma da ProspectivaSistema S = (X, R)

Teoria

Modelagem

Informaes Relevantes

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Um sistema um conjunto organizado de elementos ativos em relao entre si. Na representao S = (X, R), X indica o conjunto dos elementos do sistema e R o conjunto de suas inter-relaes. O sistema deve ser visto como um todo indissocivel de elementos ativos, cujo significado s pode ser completamente percebido quando analisado simultaneamente com o conjunto de suas inter-relaes. So essas relaes que estabelecem a lei de evoluo do sistema, a sua dinmica, e correspondem sua estrutura. A dinmica das relaes entre os elementos explica o aparecimento da auto-regulao e da finalidade, conceitos fundamentais para o entendimento dos sistemas sociais, pois esto ligados s estratgias dos atores. Os estados futuros do sistema so os cenrios. A descrio do sistema se faz em duas etapas: uma primeira de listagem das variveis relevantes e uma segunda de gerao de modelos, os quais nada mais so do que representaes formalizadas das relaes entre as variveis. Essas etapas formam a anlise estrutural. Nesse ponto deve-se definir o horizonte do estudo, porque dele depende a anlise de fenmenos cuja maturao pode vir a se dar dentro ou fora do perodo considerado. Para melhorar a descrio do sistema, ns o dividimos em subsistemas, que so agrupamentos de variveis, definidos segundo um critrio misto de homogeneidade analtica e utilidade para o planejamento. A homogeneidade apia-se em categorias normalmente adotadas para a descrio da realidade, atravs da economia, da sociologia, da cincia poltica, das tcnicas etc. A utilidade permite que os aspectos ambientais mais relevantes para a empresa sejam ressaltados. Por exemplo, uma empresa da rea de energia poderia criar um Subsistema Transporte. As variveis so conceitos complexos, que podem ser melhor precisadas por meio de indicadores. Assim, por exemplo, a descrio do comportamento futuro da varivel PIB (pertencente ao Subsistema Macroeconmico) ser melhor compreendida com a explicao de indicadores como Taxa de Crescimento, Produto Agropecurio, Produto Industrial, Produtos de Servios etc.

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Quanto aos modelos, os mais explorados tm sido os econmicos, pois a quantificao e a disseminao dos conhecimentos tericos tornam mais fcil sua construo. Entretanto, preciso considerar que grande parte das mudanas estruturais se d a partir de variveis qualitativas, como as do domnio poltico. As indefinies do Brasil de hoje so um claro exemplo de proeminncia das variveis polticas sobre as econmicas. Uma importante exigncia dessa etapa a dupla preocupao com o relevante e com as mudanas estruturais possveis, que devem ser sistematicamente pesquisadas, pois a percepo de germes de mudanas e de tendncias pesadas inspira os atores mais poderosos a antecipar as suas aes, induzindo novas mudanas em um ambiente j conturbado.

2.1 - ModelagemOs modelos so, como se sabe, uma reduo da realidade. Sem eles, entretanto, no seria possvel checar a coerncia do discurso sobre os cenrios possveis. Os modelos podem ser quantitativos ou conceituais (qualitativos). No primeiro caso, so tratadas exclusivamente variveis quantificveis, como os grandes agregados da macroeconomia. No segundo caso, procuram-se as relaes lgicas entre variveis, quer sejam quantitativas ou qualitativas. Temos insistido na necessidade de evitar o uso exclusivo dos modelos quantitativos, como os que descrevem o subsistema econmico ou os corporate models. A prospectiva oferece uma grande quantidade de modelos qualitativos, os quais, conjugados com os quantitativos, permitem um considervel aprofundamento conceitual sobre o ambiente externo. A aplicabilidade dos modelos depende da rigidez estrutural que apresentem e da sua aptido para tratar ambientes turbulentos e descontinuidade. Os modelos de carter projetivo (como os da econometria) so aceitveis em ambiente de pouca turbulncia em que no haja rompimento estrutural entre o passado e o futuro, limitando-se, por essa razo, ao curto prazo, enquanto os modelos prospectivos, que no projetam tendncias mas pro-

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curam captar rupturas, prestam-se melhor aos ambientes turbulentos e ao longo prazo. O Quadro 1 mostra uma listagem de mtodos que podem ser usados, separadamente ou combinados, na composio de um modelo para elaborao de cenrios. A indicao deve-se capacidade do mtodo de analisar ambientes turbulentos, ao horizonte do estudo e aptido em tratar variveis quantitativas e/ou qualitativas. O bom estudo prospectivo aquele em que h judiciosa combinao de modelos, permitindo cobrir a zona cinzenta do curto para o longo prazo e dando a transio ao longo do tempo entre o que permanece e o que muda. Quadro 1 Mtodos para Estudos ProspectivosMtodo Nvel de Turbulncia Ambiental Horizonte Variveis Quantitativas Qualitativas

Monitoria Ambiental Observao Indicadores Antecedentes Anlise Bayesiana Anlise de Risco Poltico Extrapolao Regresso Simples/Mltipla Indicadores Antecedentes Anlise Bayesiana Julgamento Delfos Impactos Cruzados . Smic, Chivas Integrativo Cenrios

Alto Alto Alto Alto

Curto Curto Curto Curto/Mdio

X X X X

X X

Baixo Alto Alto Alto Alto

Curto Curto Mdio Longo Longo

X X X X X

X X

Alto

Longo

X

X

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Os mtodos que se aplicam monitoria ambiental so os primeiros a ser considerados, porque se preocupam, primordialmente, com o que ocorre agora e nos prximos 12 meses. Ela deve ser feita no apenas visando acompanhar melhor a conjuntura, mas tambm deve dar indicaes sobre o futuro prximo. O grau zero da monitoria ambiental a procura sistemtica dos riscos e oportunidades no horizonte mais prximo. Duas outras tcnicas merecem especial considerao, por permitirem obter resultados quantificados, acoplveis a um corporate model: os indicadores antecedentes e a anlise bayesiana. Os indicadores antecedentes partem da hiptese de que existe uma ligao lgica entre variveis da economia, permitindo detectar padres de comportamento do ambiente. A anlise conjunta de sries tais como ndices de bolsas, produto industrial, ndices de vendas, nmero de falncias etc. permite captar padres de continuidade ou descontinuidade econmica e determinar, por exemplo, a proximidade de uma reverso na economia (recesso ou retomada). J a anlise bayesiana procura superar uma importante restrio dos mtodos economtricos, isto , a busca das regularidades no passado e sua projeo no futuro. O modelo bayesiano permite captar mudanas de tendncia e de nvel nas sries quantitativas, pela anlise das mudanas que informaes qualitativas atuais ou previstas trariam para parmetros do modelo, previamente calculados a partir do passado. A previso por extrapolao a mais usada, embora o mtodo de regresso apresente restries importantes, devido estrutura matemtica dos modelos economtricos (linearidade, independncia entre variveis) e hiptese de projetar no futuro as regularidades captadas no passado. A prospectiva ope-se a essa viso, sobretudo no longo prazo, por aceitar a idia real de que os atores procuram exatamente o contrrio, isto , construir um futuro diferente do passado. Na frmula do professor Goux, o futuro a chave da explicao do presente, pois o mundo hoje adquire a forma ditada por decises tomadas procurando atingir objetivos futuros. A anlise bayesiana e os indicadores antecedentes permitem superar essas dificuldades. Os mtodos de previso por julgamento visam criar um quadro que discipline a tomada da opinio de especialistas e a explorao da riqueza de informaes assim obtida.

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O mtodo Delfos procura alcanar o consenso de um grupo de especialistas, por intermdio de uma srie de questionrios e respostas, enviados pelo correio. Os especialistas trabalham em separado, o que permite evitar o efeito da personalidade dominante comum nas discusses em mesa-redonda. Atravs de tratamento estatstico das respostas e de feed-backs com os consultados, alguns destes revem suas posies, e o conjunto tende para uma rea de consenso. O mtodo apresenta alguns problemas: pode ser demorado e custar caro, pois os especialistas devem ser pagos, pode conduzir a um consenso em torno de um modismo e no leva em conta inter-relaes de variveis. No entanto, apresenta a vantagem de, segundo a experincia, conduzir realmente a um consenso. Os mtodos de impactos cruzados buscam captar os efeitos de reforos e enfraquecimentos que ocorrem como resultado das mtuas influncias entre as variveis, o que constitui um ponto de fraqueza quanto ao mtodo Delfos, pois as respostas variam quando as perguntas em um questionrio so cruzadas umas contra as outras. Em uma anlise de impactos cruzados procura-se atribuir probabilidades realizao de vrios eventos, tanto cada um isoladamente quanto condicionado realizao de outros eventos. Calcula-se em seguida a probabilidade de realizao de uma seqncia de eventos (portanto, de um cenrio). As probabilidades fornecidas a priori pelos especialistas consultados em geral no obedecem s leis do clculo de probabilidades, sendo necessrio corrigi-las a posteriori. No mtodo original de impactos cruzados, a correo era feita por intermdio da introduo de ndices de influncias entre as perguntas (portanto, por intermdio de mais uma etapa de julgamento). Godet e Duperrin introduziram um mtodo (Smic) em que essa correo feita por intermdio de um programa de computador que gera o conjunto de probabilidades coerentes mais prximo das probabilidades incoerentes fornecidas pelos especialistas, criando assim o melhor compromisso entre a viso do especialista e a lgica probabilstica. A construo de uma seqncia de eventos com probabilidades corrigidas d origem a cenrios que so automaticamente hierarquizados a partir das respectivas probabilidades de realizao.

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O mtodo Chivas (Clculo de Hierarquizao de Variveis em Anlise de Sistemas) procura captar as inter-relaes, sem entretanto lanar mo de probabilidades, que podem ser muito difceis de avaliar por alguns especialistas. Seu objetivo hierarquizar variveis pela sua capacidade de influir no sistema como um todo, um critrio natural quando se pensa no carter proativo do planejamento estratgico. O critrio de hierarquizao baseia-se na capacidade lquida de influir que apresenta uma varivel calculada sobre a matriz de impactos cruzados, abatendo-se do seu potencial total de influncia a sua receptividade s influncias das demais variveis do sistema. Os cenrios so construdos sobre as variveis assim hierarquizadas. Finalmente, os chamados modelos integrativos so os prprios cenrios, que podem ser compostos a partir de uma combinao apropriada de mtodos, segundo os critrios de classificao adotados no quadro anterior.

2.2 - Sistema de Informaes Relevantes (SIR)O principal problema da anlise dos sistemas complexos a insuficincia das informaes. Referimo-nos aqui no falta de dados ou informaes, mas ao carter intrinsecamente incompleto de todo sistema de informao. A inexatido dos dados deve-se a problemas conceituais ou de medio. Nas contas nacionais, por exemplo, o consumo global determinado por resduo, implicando a incluso da variao de estoques nesse agregado, o que do ponto de vista conceitual imperfeito. Por outro lado, as sries de grandes agregados apresentam margens de erro considerveis (15%?), pelo recurso (inevitvel) s amostragens estatsticas (os dados so imprecisos, portanto). A dificuldade de obter os dados necessrios no poucas vezes leva realizao de simplificaes nos modelos, cujo carter arbitrrio pode comprometer os resultados. No de estranhar que a montagem de um sistema de informaes sofisticado, que recorram aos mais modernos computadores e softwares de melhor performance, tenha sido indicada como soluo para esses problemas.

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A experincia demonstrou que os Sistemas de Informao Gerencial (Management Information Systems) no correspondem agilidade exigida pelo processo decisrio. Perderam-se no volume brutal de informaes manipuladas, na dificuldade de sua atualizao e na sua aplicabilidade exclusiva aos problemas totalmente estruturados. Por maior que seja, uma base de dados s ter utilidade para o planejamento se estiver acoplada a um mecanismo de explorao da sua riqueza informativa. Procurou-se criar, ento, sistemas mais flexveis, centrados em informaes relevantes, os chamados Sistemas de Apoio Deciso (Decision Support Systems), cuja ambio principal ajudar no trato dos problemas pouco estruturados. A Figura 3 mostra a seqncia de tratamento por que passa um bloco de informaes antes de ser integrado aos cenrios. A primeira etapa do tratamento de dados a sua crtica. Os dados colhidos devem passar por um filtro a fim de que s os verdadeiramente relevantes sejam trazidos mesa de deciso. As variveis relevantes so definidas a partir da matriz cognitiva do administrador. O julgamento resulta de uma combinao de emoo, crena e racionalidade, que determinam a percepo do problema em anlise e da o curso de ao escolhido pelo administrador. Analisando esse tema, Ansoff usa a expresso mental success model, para definir o modelo segundo o qual o administrador julga o que d certo e o que no d, deFigura 3 Tratamento das InformaesFiltro Base de Dados Filtro

Especialistas

No

Padro Reconhecido ? Continuidades Descontinuidades

Sim

Cenrios

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terminando, portanto, os limites da base de dados que consultar para decidir. A segunda etapa consiste no uso de teoria e modelos para detectar permanncia ou mudana de padro no conjunto dos dados. Se da anlise inicial emergir um padro habitual, as informaes so passadas pauta da deciso. Se o padro emergente no for reconhecido, necessrio fazer uma anlise especfica, para saber as razes da nova configurao. Nesse caso, o problema encaminhado a especialistas, internos ou externos empresa, cuja funo ser explicar o novo padro, tornando-o reconhecvel, atravs da teoria antiga ou de uma nova. Observe-se que o reconhecimento de um padro no quer necessariamente dizer que se tenha encontrado a verdade, pois possvel que a teoria no esteja correta. Essa ressalva vale sobretudo para a anlise de risco poltico. A implementao de um sistema de informaes, mesmo voltado exclusivamente para informaes relevantes, extremamente trabalhosa. A coleta, a crtica e a digitao de dados exigem tempo e dedicao de homens-hora. Observa-se, por outro lado, que a estrutura do banco de dados deve ser coerente com os modelos de utilizao dos dados. O Quadro 2 mostra um exemplo de como o SIR armazena informaes sobre uma varivel, no caso expressa qualitativamente e j em termos de comportamento futuro. O estabelecimento formal de um SIR no deve constituir obstculo para a elaborao dos cenrios. Em uma primeira etapa, prefervel ter um SIR formado de folhas de papel mas com cenrios completos do que mostrar um sistema complexo, informatizado, caro e rgido e no ter cenrios. Quadro 2 Armazenagem de Informao em um SIREspecialista: 2 Varivel: S2. Salrio Real Comportamento Futuro: A recuperao do salrio real ser um dos elementos integrantes do processo de retomada. Aumentos assegurados pelo crescimento da produtividade. Variveis Influentes:E1 E2 E3 E4 0 1 1 0 I1 0 I2 1 I3 0 I4 0 I5 M1 M2 M3 M4 P1 P2 P3 P4 P5 S1 S2 S3 S4 T1 T2 0 1 0 1 1 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 0

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2.3 - TeoriaMesmo com o uso de mtodo sofisticado para tratar a informao, no se consegue evitar totalmente a possibilidade de erro de interpretao. Um mesmo fato encontra vrias explicaes, dependendo da teoria. Na expresso de Godet, o fato um, sua leitura mltipla. Dados s se tornam informao depois de submetidos a um corpo de teoria. Infelizmente, da epistemologia sabe-se que uma teoria falha pode dar resultados corretos e uma teoria correta pode ser muito difcil de comprovar, conforme lembra, ainda, Godet. Embora no seja costumeiro, necessrio nos estudos prospectivos ter clareza quanto teoria adotada. Essa afirmativa vlida tanto para os elaboradores quanto para os usurios de cenrios. Nada mais prtico do que a teoria. Basta pensar nas vrias interpretaes sobre a crise brasileira e nas solues ortodoxa e heterodoxa ensaiadas para resolv-la.

3 - Ligao com o Negcio

Os cenrios so o horizonte de eventos de interesse da empresa. Sua utilidade para o planejamento depende da capacidade que tenham de permitir a identificao dos efeitos das variaes ambientais sobre variveis relevantes do Negcio. Em geral, um estudo de cenrios se faz em um alto grau de globalidade, dando preferncia aos grandes desenhos ambientais. O detalhamento das influncias se faz em uma segunda etapa, que passa por anlises especficas quanto tecnologia, ao marketing, a um modelo corporativo etc. Para identificar os pontos de contato dos cenrios com o Negcio, as variveis relevantes so subdivididas em indicadores, os quais detalham e explicitam melhor os aspectos a considerar e esto tambm ligados ao processo de monitoria ambiental.

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Supondo o caso de uma empresa cuja interface internacional seja muito importante, o Quadro 3 definiria a situao para o confronto das influncias diretas Negcio x Cenrios. Estes ltimos constituem um precioso insQuadro 3 Subsistema Internacional: Exemplo de Confronto Direto Cenrios x NegciosVariveis Indicadores Variveis do Negcio Produo Financiamento Recursos Tecnologia Marketing HumanosCiclo Longo de Acumulao Crescimento do Produto Mundial Setores Lderes X X X X X

Diviso Posio Econmica Internacional do Relativa dos Trabalho Grandes Blocos Movimentos de Setores Produtivos Comrcio Internacional Estratgia das Multinacionais Preos Relativos/Relao de Trocas Tendncias Tecnolgicas Tendncias Energticas Novos Materiais Novos Processos Preo do Petrleo e do Gs Reservas de Petrleo e Gs Perspectivas de Consumo Outras Fontes (Convencionais, No-Convencionais) Tecnologia de Conservao Dficit Pblico e Dficit Comercial Americano Inflao Mundial Taxa de Juros Valor do Dlar Dvida Mundial Institucionalidade

X X X X X

X X X

X X X

X X X X X

X X X

X

Sistema Financeiro Internacional

X X X

X X X X

Obs.: Variveis a partir de cenrios do BNDES para 1986.

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trumento para a anlise do quadro de ameaas e oportunidades. Confrontando os objetivos e estratgias correntes com os cenrios, possvel determinar se h ou no correes de rumo a fazer. Para isso necessrio optar por um cenrio de referncia e elaborar o plano estratgico dentro dele. Aparece, portanto, a questo angustiante de confiar ou no no cenrio escolhido. Como decidir se um cenrio concludo ou no um instrumento confivel para deciso, tendo em vista que esta se refere a importantes aspectos estratgicos, que vo engajar todo o futuro da empresa? A escolha do cenrio de referncia pode ser feita por meio de um processo de hierarquizao do tipo Smic, que determina formalmente o cenrio mais provvel. Na maioria dos casos, entretanto, a escolha feita a partir da conscincia que nasce no prprio processo de anlise de que certo cenrio mais provvel do que os demais. Em outros termos, o nvel de conhecimento gerado pela anlise estrutural suficiente para que os participantes do processo se convenam de que certo cenrio realmente mais provvel. O mtodo Prospec concebido de tal forma que o processo prospectivo transcorre com grande dinmica e troca de informaes entre a empresa e os especialistas consultados. Isso evita o surgimento de uma caixa-preta cujo mecanismo de funcionamento desconhecido da firma, que no pode julgar se ele adequado ou no, e permite ainda que o desenrolar dos estudos e suas concluses sejam discutidos em sua essncia, melhorando o conhecimento conceitual da empresa sobre a multiplicidade de fenmenos que a cercam.

4 - Vantagens do Mtodo de CenriosPodemos agora sistematizar algumas vantagens a respeito da integrao do mtodo de cenrios ao processo de planejamento estratgico: Ligao Natural com o Negcio da Empresa As variveis relevantes do mbito de atuao da organizao, isto , aquelas que resumem a essncia do seu sucesso no longo prazo, so explicita-

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mente relacionadas com as variveis relevantes dos cenrios. Perturbaes nas variveis do Negcio podem ser captadas a partir das variaes dos cenrios, tanto no longo prazo quanto no curto prazo, por meio de um sistema de monitoria ambiental e um modelo corporativo. Globalidade A empresa e seu ambiente externo formam um sistema, um todo orgnico, cujas alternativas de comportamento futuro so descritas. Todas as variveis relevantes so analisadas dentro de seu contexto, e os seus efeitos diretos e indiretos so levados em conta. Estudo das Descontinuidades Ao abandonar a projeo de tendncias, o mtodo obriga a uma busca sistemtica das descontinuidades que poderiam ocorrer no futuro e das suas causas e conseqncias. O quadro de oportunidades e restries previsveis adquire maior coerncia e passa a ser fator de dinamismo no processo de planejamento. Eficcia da Deciso Ver antes permite evitar obstculos e preparar o terreno para o sucesso das decises estratgicas, atravs de modificao, aproveitamento ou induo de oportunidades. Em ambiente concorrencial, pode ser a balana entre ganhar e perder. Melhor Conhecimento do Ambiente A anlise estrutural, isto , a busca sistemtica das variveis relevantes, das suas inter-relaes, das suas descontinuidades e continuidades, permite aprofundar o conhecimento sobre o sistema em anlise. O melhor conhecimento conceitual proporciona maior segurana nas decises. Tratamento Diferenciado das Variveis As variveis relevantes para o futuro do Negcio so no apenas as quantitativas mas tambm as qualitativas. Os mtodos tradicionais s permitem o tratamento das primeiras (problemas totalmente estruturados). A anlise conjunta dos aspectos quantitativo e qualitativo do ambiente exige metodologias novas, que fazem parte do arsenal da prospectiva, principalmente a anlise sistmica, as matrizes de impacto cruzado e os questionrios (Del-

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fos, por exemplo). A anlise quantitativa permite ligar os cenrios com um modelo corporativo que descreve os impactos das variaes ambientais nas variveis do Negcio. A anlise das variveis qualitativas permite completar a descrio do ambiente, dando relevo aos valores sociais que incidem nas decises estratgicas. Monitoria Ambiental A organicidade do mtodo e sua ligao com o processo decisrio exigem a preparao de um suporte de informaes, constantemente atualizado. A complexidade ambiental pode ser reduzida se somente variveis verdadeiramente relevantes forem acompanhadas por um SIR. A monitoria ambiental preocupa-se com o curto prazo e ajuda a esclarecer qual cenrio, entre os vrios alternativos, est se concretizando. Estratgias de Atores Ao estabelecer objetivos e trabalhar para a sua concretizao, os atores socioeconmicos forjam progressivamente o futuro. Da combinao de sucessos e insucessos de suas estratgias, submetidas s restries e oportunidades ambientais, resultar o futuro. Explicitar os atores e suas estratgias permitir aprofundar o conhecimento do futuro e concorrer para melhorar a qualidade das decises. Treinamento de Pessoal O envolvimento de um grupo de participantes da organizao nas etapas fundamentais da gerao de cenrios visa dar ocasio para treinamento terico e prtico ao pessoal que, futuramente, se encarregar de implementar o plano estratgico e refazer os cenrios.

5 - Etapas do Mtodo ProspecO mtodo Prospec dividido em trs fases: uma anlise retrospectiva, na qual se estuda o passado do sistema e se detectam as suas leis de comportamento; uma anlise estrutural, na qual so estabelecidos os limites do sistema e se realiza a modelagem, simulando os possveis caminhos do futuro; e

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uma fase de resultados, na qual as vrias informaes so consolidadas para constituir os cenrios. Essas etapas so iluminadas por um SIR e esto representadas na Figura 4 (um pictograma do processo: cada quadro uma imagem do instrumental usado na aplicao do mtodo).

Fase 1: Anlise Retrospectiva

O processo iniciado pelo estabelecimento de uma base de dados que contm as principais sries histricas das variveis quantitativas, bem como os elementos sobre as variveis qualitativas (estratgias de atores, por exemplo). A partir dessa base de dados, realizam-se estudos sobre o comportamento passado do sistema.

Fase 2: Anlise Estrutural Limites do Sistema Delimitao do Sistema de Anlise . Objetivo: delimitar, a partir da totalidade do ambiente externo, o sistema a estudar e determinar como dividi-lo em subsistemas (para efeito de anlise e escolha das variveis). . Mtodo: discusses em mesa-redonda entre a equipe da empresa e os especialistas. . Resultado: tema dos cenrios, limites do sistema e subsistemas a serem abordados. Escolha das Variveis e Atores Relevantes . Objetivo: especificar as variveis a serem abordadas pelos especialistas, isto , as que estabelecem relaes entre Negcio, Ambiente Externo e Cenrio.

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Figura 4 Etapas da Gerao de Cenrios: Pictograma do Processo

Variveis e Atores Relevantes Tema Susbsistemas Negcios Ambiente Cenrios

Modelos

Comportamento Futuro (Variveis e Atores Indicadores)

Matriz Estrutural

Variveis e Atores Indicadores

Hierarquizao ISM Chivas

Anlise de Coerncia Cenrios Sadas para o Planejamento Estratgico

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. Mtodo: discusses em mesa-redonda entre os representantes da organizao e os consultores; as variveis e atores so listados a partir de sua capacidade de refletir nos cenrios as variveis mais importantes do Negcio da organizao. . Resultado: lista de variveis relevantes dos cenrios. Caracterizao das Variveis e Atores: Subdiviso em Indicadores . Objetivo: precisar o significado atribudo s variveis e atores, introduzir os indicadores (que so detalhamentos das variveis), criar conscincia sobre as variveis ambientais que afetam o negcio e identificar os fatos portadores de futuro e as tendncias pesadas. . Mtodo: discusses em mesa-redonda entre os representantes da organizao e os consultores, complementadas por anlises posteriores feitas por estes ltimos. . Resultado: definio (caracterizao) das variveis, atores indicadores, descontinuidades, germes de futuro etc. Modelagem e Simulao Matriz Estrutural do Sistema . Objetivo: explicitar as relaes de influncia direta entre os elementos do sistema (variveis e atores) e permitir hierarquizao das variveis. . Mtodo: construir uma matriz quadrada em que as linhas e colunas so as variveis e atores, preencher a matriz com avaliaes das intensidades de influncias diretas entre estas e complementar a anlise com a aplicao do modelo Chivas (ver modelagem). . Resultado: lista de variveis e atores hierarquizados. Comportamentos Futuros (Consultas a Especialistas) . Objetivo: descrever os comportamentos futuros das variveis, atores e indicadores.

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. Mtodo: a descrio feita pelos especialistas consultados e congrega suas vises de futuro quanto a cada um dos elementos do sistema, respeitando suas inter-relaes (atravs da matriz estrutural). . Resultado: banco de pr-cenrios, formados pela descrio dos comportamentos futuros. Modelos . Objetivo: criar mecanismos para a simulao do comportamento do sistema, ou de partes dele. . Mtodo: modelos quantitativos ou lgicos (qualitativos) sob a forma de inter-relao no conjunto das variveis e atores (os modelos quantitativos referem-se ao comportamento futuro dos agregados macroeconmicos, de variveis tcnicas etc.). . Resultado: seqncia de valores futuros das variveis e indicadores quantitativos e seqncia de hipteses logicamente encadeadas no caso de modelos qualitativos ou mistos. Anlise de Coerncia Interna dos Cenrios . Objetivo: garantir a coerncia interna dos cenrios. . Mtodo: a partir da base de pr-cenrios, escolher os mais provveis e complet-los por meio de melhor especificao de comportamentos futuros, correes, preenchimento de omisses e simulaes com modelos. . Resultado: descries de comportamentos futuros coerentes e cuja realizao conjunta seja de alta probabilidade. Fase 3: Resultados Cenrio . Redao do relatrio final e explicitao dos vnculos com o planejamento estratgico.

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6 - Consultas a EspecialistasO objetivo da consulta captar, dentro de um quadro metodolgico rigoroso, o pensamento do entrevistado sobre o comportamento futuro das variveis previamente escolhidas, de forma que as respostas possam ser catalogadas segundo unidades analticas das disciplinas envolvidas (economia, sociologia, poltica e tcnicas). O instrumento de consulta so as planilhas mostradas no Quadro 4, nas quais os especialistas descrevem sua percepo sobre o comportamento futuro de variveis pertencentes a cada um dos subsistemas, levando em conta suas articulaes com variveis dos demais subsistemas. Para tal, o especialista deve comear indicando as variveis que influem diretamente sobre aquela que est analisando no momento, usando os quadros para esse fim destinados. A ordem de anlise das variveis a que melhor lhe convier. Garante-se, dessa forma, a construo de uma malha totalmente articulada, em que mudanas em cada varivel repercutem de forma direta e indireta por todo o sistema. As planilhas diferem segundo o tipo de indicador. Quando este quantificvel, solicita-se o fornecimento da sucesso de valores que assumir no perodo. No caso do indicador qualitativo, ou na falta dos valores de um quantitativo, descreve-se seu comportamento futuro em linguagem natural. Cada varivel deve ter sua relevncia para a anlise indicada segundo um dos ndices abaixo: 0: sem relevncia; 1: baixa relevncia; 2: mdia relevncia; e 3: alta relevncia.

Cada indicador, por sua vez, deve ter especificado se est atingindo valor ou nvel crtico, o que feito atravs dos nmeros 0 (no crtico) ou 1 (atinge valor/nvel crtico), colocados na coluna C. Essa uma indicao

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destinada ao Plano Estratgico, pois alerta para ameaas e oportunidades no ambiente externo. facultado ao especialista retirar ou acrescentar variveis ou indicadores, mas qualquer alterao deve ser justificada. Tambm necessria a presena de um coordenador, cujo papel conduzir o processo como um todo, explic-lo para a empresa e os especialistas e zelar para que se mantenha a coerncia entre as vrias contribuies solicitadas. Os especialistas, por questes de economia ou de independncia intelectual, devem elaborar em separado suas contribuies, porm submet-las a uma anlise conjunta a fim de que as possveis incoerncias sejam removidas. O papel do coordenador fundamental nesse ponto, pois lhe cabe suscitar a cooperao a fim de se chegar a um consenso entre especialistas, em geral acostumados a trabalhar de forma independente e segmentada. Muitas vezes esse acordo se obtm no pela eliminao de cenrios particulares, mas pela criao de novas vises de futuro que se agregaro a cenrios aceitos pela maioria, em um processo de enriquecimento mtuo. Quadro 4 Planilhas para Consultas a EspecialistasSubsistema: Varivel: Relevncia: Cenrio: Data: Indicadores Quantitativos Nmero e 1988 1989 1990 ... 2000 ... 2010 C Nome

Subsistema: Varivel: Relevncia:

Cenrio: Nmero e Nome

Data: Indicadores Qualitativos Comportamento Futuro C

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Os resultados do mtodo dependem da eficcia das reunies em grupo, inclusive porque estas constituem importante ocasio para o treinamento do pessoal envolvido e a melhoria do conhecimento pela empresa sobre os vrios aspectos do ambiente.

7 - Experincia com o Mtodo: Os Cenrios do BNDESAtravs desse processo de consulta, construiu-se uma base de informaes, extremamente rica, acrescida dos cenrios obtidos na literatura e de outros contatos externos. Aps um rigoroso processo de anlise da coerncia interna das respostas e da complementao de pontos omissos, foi possvel identificar cinco tipos de cenrios (ou padres reconhecidos, na linguagem da Figura 3). Na verso de 1984, o principal elemento discriminador dos cenrios foi o Subsistema Internacional (devido s hipteses de tratamento sobre a dvida externa), que foi por isso mesmo denominado a raiz dos cenrios. Segue-se a ele em relevncia o Subsistema Poltico, que descreve a estratgia poltica do governo esperada em cada hiptese de tratamento da dvida. Os demais subsistemas (Macroeconmico, Industrial e Social) so dominados, em especial o Social, cujas variveis so extremamente sensveis s evolues observadas na raiz do cenrio. As cinco categorias de cenrios tm diferentes probabilidades de ocorrer. O mtodo indica que se retenham apenas aqueles de mais alta probabilidade, com exceo de eventuais casos de baixa probabilidade porm de conseqncias muito graves, que justificariam anlise complementar. Foram obtidas as seguintes categorias (abril de 1984): alfa: rompimento com declarao unilateral de moratria, devido a dificuldades internas causadas pelos ajustes (baixa probabilidade, no considerado); beta: acomodao com xito relativo na negociao entre o Brasil e os credores, mas sem ganhos significativos no campo social (mdia probabilidade, abandonado);

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gama: agravamento da recesso, com fracasso no ajustamento externo, agravamento das condies sociais (baixa probabilidade, no considerado); delta: continuidade da recesso, com possibilidade de ajustamento externo pelo mecanismo ortodoxo, com agravamento das condies sociais (alta probabilidade, considerado); e epsilon: autonomia com modificao negociada no esquema de ajustamento externo, melhoria considervel das condies sociais (alta probabilidade, considerado). Os cenrios considerados mais provveis foram objeto de uma anlise aprofundada, dando bases para a corporificao de duas categorias, consideradas de probabilidade ainda mais alta e que foram analisadas detalhadamente, inclusive com vrias simulaes de comportamento da raiz dos cenrios, de variveis macroeconmicas, da evoluo da estrutura produtiva e das conseqncias sociais associadas, levando-se em conta as mtuas interaes desses subsistemas. Naturalmente, nesse processo as planilhas eletrnicas so de um valor inestimvel. Finalmente, os cenrios adotados para a quantificao foram: Ajustamento (abril de 1984): Nesse cenrio, a poltica interna de corte ortodoxo. Mantm-se o processo de renegociao anual da dvida e o entendimento com o FMI em relao s metas econmicas do pas. Em conseqncia, sero mantidas as restries ao investimento pblico e expanso do crdito e uma poltica ainda de conteno salarial, alm de alguma liberalizao nas transaes externas, em especial nos controles das importaes. Retomada (abril de 1984): Nesse cenrio, supe-se que, com a mudana nas condies de negociao da dvida externa, recuperam-se graus de liberdade na formulao da poltica econmica interna. A retomada do desenvolvimento econmico considerada vivel, pela reunio de condies estruturais favorveis, ou seja, sucesso na substituio de importaes, disponibilidade de capacidade ociosa no parque industrial e ganho de poder competitivo do setor manufatureiro, permitindo manter um ritmo razovel quanto s exportaes, e pela gradual recuperao do poder de compra dos salrios. Durante o processo de planejamento, ambos os cenrios foram complementados, nos detalhes, pelas vrias unidades do Sistema BNDES, atravs

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da anlise das perspectivas futuras dos setores cobertos nos Planos de Ao. importante observar que, aps discusses aprofundadas, com todas as reas do Banco, o cenrio da Retomada foi escolhido como cenrio de referncia e o Plano Estratgico foi elaborado a partir da perspectiva de criar condies para a retomada do desenvolvimento econmico e social.1 A experincia acumulada permitiu guardar aspectos importantes do mtodo, como a anlise estrutural e as consultas a especialistas. O modelo macroeconmico foi aperfeioado, com a abertura da economia em setores, o aprofundamento da anlise do papel da tecnologia e do sistema financeiro internacional, a avaliao mais profunda do aspecto social, a explicitao do setor energtico etc. O desenvolvimento da economia nacional, durante os anos de 1984 e 1985, demonstrou que o cenrio de Ajustamento fora superado. A constante monitorao ambiental indicou a convenincia de rever os cenrios, o que se fez no segundo semestre de 1985, resultando na manuteno do cenrio da Retomada e na introduo de um cenrio de Crescimento Acelerado.2 A ltima verso dos cenrios do BNDES introduz o conceito de integrao competitiva, segundo o qual o Brasil tem setores econmicos que podem efetivamente concorrer livremente em nvel internacional, permitindo e necessitando de certa forma aumentar as importaes, em especial de produtos destinados a manter a modernidade do parque produtor. No horizonte considerado, que vai at o ano 2000, o fator mais importante do cenrio o internacional: admite-se que no perodo os desenvolvimentos tecnolgicos (informtica, microeletrnica, comunicaes, biotecnologia, novos materiais) induziro importantes modificaes na base manufatureira, mas no sero capazes por si s de gerar um novo ciclo de expanso na eco1 A descrio completa dos cenrios de Ajustamento e Retomada encontra-se na publicao Cenrios para a economia brasileira, 1984-1990 (Rio de Janeiro: BNDES, ago. de 1984). 2 Essa reviso est descrita no documento Novos cenrios para a economia brasileira, 1985-1994, que o BNDES publicou em outubro de 1985. Nela est clara a identificao do gargalo que a energia (principalmente eletricidade) poder constituir para um novo ciclo de desenvolvimento da economia nacional. Essa constatao est tambm na origem da introduo do subsistema Energia na verso 1986 dos cenrios (elaborados em cooperao com a Eletrobrs e a Petrobras).

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nomia mundial. Admite-se, ainda, um razovel grau de estabilidade nas finanas internacionais com um gradual controle do dficit norte-americano. O segundo fator em ordem de importncia so as foras polticas dominantes, que conduziriam o pas na direo da modernizao econmica, com nfase no aspecto social. Sua relevncia est em que o novo ciclo de crescimento no Brasil no se far mais pela substituio de importaes, mas pelo aumento da participao no mercado externo que a integrao competitiva , lastreada em um mercado interno competitivo e com melhorias sociais. A falncia dessa segunda condio, porm, acabaria por criar as bases de um Cenrio de Fechamento, com retrocesso poltico e social e sem garantias de crescimento econmico. A realidade brasileira oscilou entre os cenrios detectados. Iniciou com a Retomada, passou ao Crescimento Acelerado, recuou ao Ajustamento e apresenta hoje caractersticas do incio da Integrao Competitiva, dentro da lgica ortodoxa do Ajustamento. O basculamento de um cenrio em outro um fenmeno inevitvel, e sua freqncia no caso brasileiro reflete a instabilidade do ambiente, muito condicionada por fatores polticos. A contnua monitorao do ambiente fundamental nesse contexto.

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Anexo - Exemplos de Subsistemas e VariveisQuadro A.1 Subsistema InternacionalVariveis Indicadores

Ciclo Longo de Acumulao Diviso Internacional do Trabalho

C Crescimento do Produto C Setores Lderes C Posio Econmica Relativa dos Grandes Blocos C Movimentos de Setores Produtivos C Comrcio Internacional C Estratgia das Multinacionais C Preos Relativos/Relao de Trocas C Novas Matrias C Novos Processos C Preo do Petrleo e do Gs C Reservas de Petrleo e Gs C Perspectivas de Consumo C Outras Fontes Convencionais No-Convencionais C Tecnologias de Conservao C Dficit Pblico e Dficit Comercial Americano C Inflao Mundial C Taxa de Juros (Libor) C Valor do Dlar C Dvida Mundial C Institucionalidade

Tendncias Tecnolgicas Tendncias Energticas

Sistema Financeiro

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Quadro A.2 Subsistema MacroeconmicoVariveis

PIB

Indicadores

Renda Nacional

Ocupao da Capacidade Balano de Pagamentos

C Agricultura C Produo Industrial Indstria de Transformao: . BK . BCD . BCND Insumos Bsicos: . Fertilizantes . Qumica e Petroqumica . Outros (Siderurgia, Cimento, Papel e Celulose, No-Ferrosos etc.) Construo Civil Extrativa Mineral C Servios C Consumo C Poupana C Investimento Formao de Capacidade Obras Pblicas Residncias C Governo CXM C Salrios C Rendimento do Capital

Preos

C Exportaes C Importaes C Saldo da Balana Comercial C Servios Ex-Juros C Juros Recebimentos C Juros Pagamentos C Saldo em Conta Corrente C Investimento Direto C Reservas Brutas Totais C Cmbio C Salrios C Relao de Trocas

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Quadro A.3 Subsistema AgrcolaVariveis Indicadores

Agricultura Internacional

C Polticas Agrcolas: USA, CEE Subsdios C Mercado das Commodities de Exportao C Soja C Caf C Acar C Influncias da Demanda Externa C Arroz C Milho C Feijo C Acar C Cana-de-Acar (Proalcool) C Ligaes com Polticas Monetria e Fiscal C Preos Mnimos C Subsdios C Endividamento do Setor Agrcola C Proalcool Subsdios vo se manter? Prejuzos da PB? C Irrigao no NE? C Soja C Cana & Acar C Caf

Agricultura para Exportao

Agricultura para Abastecimento

Agricultura para Fins Energticos Novas Fronteiras Poltica Agrcola

Demanda Derivada de Fertilizantes

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Quadro A.4 Subsistema EnergticoVariveis Indicadores

Recursos

C Petrleo e Gs C Carvo C Hidrulicos C Fsseis C Biomassa lcool Lenha C Xisto C Petrleo e Gs guas Profundas Fator de Recuperao C Eltrica C lcool C Derivados de Petrleo C Carvo C Xisto C Residencial, Comrcio e Servios C Industrial C Transportes C Agropecuria

Oferta

Demanda

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Quadro A.5 Subsistema PolticoVariveis Indicadores

Fatores do Poder

C Partidos Polticos C Sindicatos C Instituies Religiosas C Foras Armadas C Associaes de Classes C Empresas Multinacionais C Empresas Estatais C Ministrios C Secretarias de Estado C Poder Legislativo C Poder Judicirio C Poder Executivo C Regime de Governo C Importncia Relativa dos Fatores de Poder C Tipos de Relacionamentos entre Fatores C Tipos de Participao dos Fatores C Poltica Monetria C Poltica Tributria C Poltica de Distribuio de Renda C Poltica de Relaes Externas C Legislao de Relaes Externas C Poltica de Estatizao/Desestatizao C Poltica de Segurana Nacional

Estrutura de Poder

Resultados da Dinmica da Estrutura de Poder

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Quadro A.6 Subsistema SocialVariveis Indicadores

Emprego

C PEA C Formal C Informal C Urbano C Rural C Desemprego

Distribuio de Renda Demografia C Densidade Populacional C Mobilidade da Populao (Interna) Taxa de Urbanizao Correntes Migratrias C ndice de Natalidade C ndice de Mortalidade C Taxa de Crescimento Demogrfico = (c d) C Taxa de Crescimento Populacional = (c d) + Imigrao Emigrao C Composio e Distribuio da Populao segundo Sexo, Idade e Estrutura Familiar

Estrutura Socioeconmica C Percentual da Populao Pertencente a cada Segmento Socioeconmico C Hiatos entre os Diversos Segmentos C Condies de Vida de cada Segmento (Moradia etc.) C Estrutura de Consumo de cada Segmento C Estilo de Vida de cada Segmento C Sistema de Valores de cada Segmento Variveis Culturais C ndice de Alfabetizao C Nveis de Escolaridade C Caractersticas da Orientao Educacional: Tendncias C Estrutura Institucional do Sistema Educacional: Tendncias C Veculos de Comunicao: Estrutura Institucional do Setor Graus de Concentrao Regime de Funcionamento Nveis de Audincia e Leitura: Tendncias

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Quadro A.7 Subsistema EcolgicoVariveis Indicadores

Poluio Sonora Poluio Atmosfrica Poluio Hidrogrfica Poluio Visual Legislao sobre o Uso do Solo e Meio Ambiente(*) Os respectivos ndices de medio.

(*) (*) (*) (*)

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