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Universidade São Francisco Curso de Fisioterapia ANÁLISE DA TERAPÊUTICA APLICADA A LACTENTES COM BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA Bragança Paulista 2008

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Universidade São Francisco

Curso de Fisioterapia

ANÁLISE DA TERAPÊUTICA APLICADA A LACTENTES

COM BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA

Bragança Paulista

2008

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Camila Nascimento

Kettyma Cristina Garcia Macedo

ANÁLISE DA TERAPÊUTICA APLICADA A LACTENTES COM BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA

Bragança Paulista

2008

Monografia apresentada à disciplina Trabalho de Conclusão de Curso do Curso de Fisioterapia da Universidade São Francisco sob a orientação da Profª Patrícia Teixeira Costa como exigência parcial para conclusão do curso de graduação.

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NASCIMENTO, Camila ; MACEDO, Kettyma Cristina Garcia. Análise da terapêutica

aplicada a lactentes com Bronquiolite Viral Aguda. 2008. Trabalho de Conclusão de

Curso. Curso de Fisioterapia da Universidade São Francisco, Bragança Paulista.

____________________________________________________________________ Prof.ª Patrícia Teixeira Costa USF – Orientadora Temática ____________________________________________________________________ Prof.ª Rosimeire Simprini Padula USF – Orientadora Metodológica ____________________________________________________________________ Ft. Maria Carolina Salomão

USF – Banca Examinadora

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DEDICATÓRIA

Ao meu pai,

Dedico esse trabalho ao meu pai Luiz Carlos Garcia de Macedo, que sempre me

incentivou, me mostrou o caminho certo a seguir, me ajudando a realizar esse sonho, que

cativou em mim a dedicação e paixão pelos estudos.

KETTYMA CRSITINA GARCIA DE MACEDO

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DEDICATÓRIA

À minha mãe Vera,

Que me ensinou a viver dentro das dificuldades que a vida mostrou, sempre

superando os obstáculos de cabeça erguida, dizendo“ nunca abaixe a cabeça pois tem

alguém lá em cima olhando por você”. Minha grande amiga, mãe, companheira

responsável por eu estar onde estou.

CAMILA NASCIMENTO

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“O homem não deixa de existir quando morre e sim quando deixa de sonhar e lutar pela vida.”

George Jerre Vieira Sarmento

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço à Deus, criador de todo o universo, autor da minha vida, por me

fazer forte e incansável, por não desistir apesar dos obstáculos.

Aos meus pais, Luiz Carlos e Sônia, que nunca mediram esforços para que este sonho se

realizasse. Que me apoiaram e estiveram disponíveis em me auxiliar nessa jornada,

buscando o melhor para mim sempre.

Às minhas irmãs Karlla e Kelly, que me ajudaram com trabalhos, pesquisas e sempre me

acalmavam durante a ansiedade e nervosismo.

Aos meus amigos Lívia Leardini e Tito Ferreira que sempre participaram de cada

momento, sejam estes felizes ou tristes, que me ensinaram que amigo é aquele que

participa, mesmo de longe, dividindo um pedacinho de mais essa etapa conquistada.

Às minhas amigas sempre presentes nessa jornada Thaís Lattanzi e Bruna Bortoletto, que

dividiram o aprendizado, as risadas, muitas risadas e o amor incondicional por esta

profissão maravilhosa.

À minha amiga e companheira Natália Lima, que dividiu comigo a melhor fase de minha

vida e que cresceu ao meu lado durante esses quatro anos, dividindo moradia, profissão e

um amor de irmã e amiga.

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À Camila Nascimento, por ser uma amiga excepcional e dividir comigo a autoria deste

trabalho, sempre me acalmando, auxiliando e mostrando que no final tudo dá certo.

À minha querida professora e amiga Patrícia Teixeira Costa, que me deu a honra de

orientar este trabalho, pela paciência, dedicação e competência sempre.

À professora Rosimeire Simprini Padula, pela atenção, carinho e por me acalmar nos

momentos de dificuldade de realização deste trabalho.

A todos os professores do Curso de Fisioterapia, que contribuíram para a minha

formação profissional e crescimento pessoal.

KETTYMA CRISTINA GARCIA DE MACED0

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela minha vida e nela a fé que me depositou para conseguir o que

desejo.

Aos meus pais Vera e Sidnei, que sempre me apoiaram nas minhas decisões, sempre

preocupados em fazer o melhor, conseguindo orientar minhas atitudes no caminho certo,

devo a eles ser quem sou.

À minha irmã Tata, que, mesmo longe, sempre esteve perto, ajudando a superar os

obstáculos por ela já passados, mostrando experiência e sabedoria de um ser humano

melhor.

Ao meu tio Afonso, que sempre me acolheu de uma forma especial, me ajudou em

momentos que só ele sabia como fazer aquele agrado de não tio apenas mas sim muito mais

que isto.

À minha madrinha Danielle Maria Mello Turcato, que esteve comigo em todas as

fases da minha vida, acompanhando cada minuto, trazendo a maior alegria de nossas vidas,

o pequeno grande Enrico.

À minha amiga Kettyma Macedo, que apareceu na minha vida e roubou um

pedacinho do meu coração, sempre presente nos momentos difíceis, alegres, choros e risos,

ali estava ela pra compartilhar tudo, mostrando a verdadeira amizade.

À minha amiga Thaís Lattanzi, que dividiu e participou da minha vida de maneira

especial, mostrando que nunca é tarde para fazer o que gosta e lutar para conquistar as

coisas desejadas.

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Ao meu porto seguro Kleber Augusto Turcato, que me mostrou que a vida não é

simplesmente o que eu pensava mas sim uma coisa grandiosa capaz de nos trazer muita

felicidade, de nos surpreender a cada segundo, nunca deixando escapar que as coisas

acontecem no momento certo.

À professora e orientadora Patrícia Teixeira Costa, que me mostrou que a vida não

tem limites, me ajudando a finalizar mais uma etapa da minha vida.

À professora Rosimeire Simprini Padula, pela paciência desde o começo deste

trabalho, auxiliando sempre que necessário.

A todos os professores do Curso de Fisioretapia, que me incentivaram a realizar o

curso de graduação de uma forma que, a cada dia, me apaixonasse pela minha profissão.

CAMILA NASCIMENTO

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RESUMO

Introdução: A Bronquiolite Viral Aguda (BVA) é caracterizada pela inflamação dos

bronquíolos que cursa com acúmulo de secreção, hiperresponsividade brônquica e

obstrução de vias aéreas inferiores. A Fisioterapia é de suma importância nessa patologia

com o intuito de evitar complicações associadas. Objetivo: Analisar a terapêutica aplicada

aos lactentes com BVA. Método: Foi realizada análise de prontuários dos pacientes

internados na Enfermaria Pediátrica do Hospital Universitário São Francisco (HUSF) no

período de 01 de fevereiro a 30 de junho de 2008. Foram incluídos no estudo 16 pacientes

com idade de 0 a 1 ano de idade, com diagnóstico de BVA. Para registro das informações

coletadas, foi utilizada uma ficha de coleta de dados elaborada pelos autores do estudo.

Resultados: O estudo indicou uma incidência de 7% de lactentes com BVA, com idade

variando de 0 a 9 meses, com maior ocorrência nos lactentes com 2 meses de idade (31%);

o sexo predominante foi o masculino (56%); as patologias associadas foram

Broncopneumonia (44%) e Sepse (6%). O uso de Broncodilatadores ocorreu em 94% dos

casos e o uso de corticóides em 81% dos casos. As condutas fisioterapêuticas mais

utilizadas foram: Manobras de higiene brônquica (44%); Inaloterapia (13%); Tosse

estimulada (10%); Higiene nasal (26%); Aspiração nasotraqueal (5%). O número de

atendimentos de fisioterapia variou de 0 a 5 em 62% dos casos e de 6 a 11 dias em 38% dos

caos. Foi utilizada oxigenioterapia nas formas tenda de oxigênio (41%); nebulização à

distância (46%) e halo (10%). O tempo de oxigenioterapia variou de 0 a 17 dias, com

predomínio de 6 a 11 dias (62%). Os pacientes permaneceram internados de 0 a 17 dias,

com predomínio de 6 a 11 dias (68%). Todos os pacientes evoluíram para alta hospitalar.

Conclusão: Este estudo mostrou uma baixa incidência de BVA no HUSF. As condutas

clínicas aplicadas foram broncodilatadores, corticosteróides e oxigenioterapia suplementar.

A maioria dos lactentes recebeu atendimentos de fisioterapia respiratória, sendo os recursos

mais utilizados as manobras de higiene brônquica. Todos os lactentes evoluíram para alta

hospitalar.

Palavras chave:Bronquiolite viral aguda; terapêutica; fisioterapia,lactentes;oxigenioterapia

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ABSTRACT

Introduction: Acute Viral Bronchiolitis is characterized by an inflammation of the

bronchiole which courses with an accumulation of secretion, bronchial hyperresponsiveness

and obstruction of lower respiratory tract. Objectives: Analyse the therapeutics applied to

the infants undergoing an AVB and register the number of infants hospitalized, follow the

evolution; analyse the associated pathologies. Methodolgy: It was carried out the analysis

of the medical register of the hospitalized patients in the Pediatrics Infirmary of HUSF from

February 1st to June 30th 2008, it was included 16 patients whose ages were ranging from 0

to 1 year old, having an AVB diagnosis, and for the registering of the collected information,

a collected data record created by the authors of the study was used. Result: The study

indicated an incidence of 7% of patients undergoing AVB, ages were ranging from 0 to 9

months old, with a higher ocurrence on the two-month-old infants (31%); male was the

predominant gender (56%); the associated pathologies were BCP (44%) and sepsis (6%).

Bronchodilators usage ocurred in 94% and corticosteroids in 81% of the cases. The

Physiotherapy procedure was: MHB (44%); Inhalotherapy (13%); stimulated coughing

(10%); HN (26%); nasal traqueal aspiration (5%). The number of physiotherapy

intervention ranged from 0 to 5 days (62%) and from 6 to 11 days (38%). Oxygen therapy

was used in the forms of O2 tent (41%); distant nebulization (46%) and halo (10%). The

oxygen therapy time ranged from 0 to 17 days, with the predominancy from 6 to 11 days

(62%). The patients stayed in the hospital from 0 to 17 days, with the predominancy from 6

to 11 days (68%). All the patients progressed to the hospital release. Conclusion: This

study showed a low incidence of AVB. The clinical conducts applied were bronchodilators

and corticosteroids and supplement oxygen therapy. Most of the infants received

respiratory physiotherapy procedures, being bronchial hygiene procedures the most used.

All the infants progressed to the hospital release.

Keywords: Acute Viral Bronchiolitis; therapy; physiotherapy; infants; oxigenotherapy

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................16

1.1 Particularidades dos lactentes.............................................................................16

1.2 Considerações gerais sobre Bronquiolite Viral Aguda.......................................17

2. OBJETIVOS............................................................................................................26

2.1 Objetivo Geral.....................................................................................................26

2.2 Objetivos Específicos..........................................................................................26

3. MÉTODO.................................................................................................................27

3.1 Desenho do Estudo..............................................................................................27

3.2 Local de Estudo...................................................................................................27

3.3 Critérios de Inclusão...........................................................................................27

3.4 Critérios de Exclusão..........................................................................................27

3.5 Materiais..............................................................................................................27

3.6 Procedimento.......................................................................................................28

3.7 Análise de dados.................................................................................................28

4. RESULTADOS........................................................................................................29

5. DISCUSSÃO............................................................................................................42

6. CONCLUSÃO.........................................................................................................47

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................48

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................49

ANEXOS

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1. Incidência de Bronquiolite Viral Aguda........................................22 GRÁFICO 2 . Idade dos lactentes com Bronquiolite Viral Aguda.....................23 GRÁFICO 3. Sexo dos lactentes com Bronquiolite Viral Aguda........................24 GRÁFICO 4. Cidade de procedência dos lactentes com Bronquiolite Viral Aguda.....................................................................................................................25

GRÁFICO 5. Patologias associadas dos lactentes com Bronquiolite Viral Aguda.....................................................................................................................26

GRÁFICO 6. Broncodilatadores utilizados nos lactentes com Bronquiolite Viral Aguda.................................................................................................................... 27 GRÁFICO 7. Corticosteróides utilizados nos lactentes com Bronquiolite Viral Aguda.....................................................................................................................28

GRÁFICO 8. Condutas fisioterapêuticas utilizadas nos lactentes com Bronquiolite Viral Aguda.......................................................................................29 GRÁFICO 9. Número de atendimentos fisioterapêuticos realizados nos lactentes com Bronquiolite Viral Aguda...............................................................................30

GRÁFICO 10. Formas de oxigenioterapia utilizadas nos lactentes com Bronquiolite Viral Aguda.......................................................................................31

GRÁFICO 11. Tempo de oxigenioterapia utilizado nos lactentes com Bronquiolite Viral Aguda.......................................................................................32 GRÁFICO 12. Tempo de internação dos lactentes internados com Bronquiolite Viral Aguda ...........................................................................................................33 GRÁFICO 13. Evolução dos lactentes com Bronquiolite Viral Aguda...............34

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LISTA DE SIGLAS

BVA – Bronquiolite Viral Aguda

VAI – Vias aéreas inferiores

VSR – Vírus sincicial respiratório

HUSF – Hospital Universitário São Francisco

MHB – Manobras de Higiene Brônquica

DP – Drenagem postural

HN – Higiene nasal

BCP – Broncopneumonia

V/Q – Relação ventilação- perfusão

AFE – Aceleração do fluxo expiratório

SatO2 – Saturação de oxigênio

IOT – Intubação Orotraqueal

IMV – Ventilação Mandatória Intermitente

I:E – Relação Inspiração/Expiração

FiO2 – Fração Inspirada de O2

VMI – Ventilação Mecânica Invasiva

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Particularidades dos lactentes

No período embriológico, por volta do 24º ao 26º dia após a concepção, há formação

da bolsa pulmonar que, após quatro dias, diferencia-se nos pulmões direito e esquerdo.

Paralelamente, ocorre a formação das paredes dos brônquios, que são constituídos por

músculos, tecido conjuntivo e cartilagem, originados pela diferenciação e

transformação das células mesenquimais, já as fibras elásticas e colágenas são

fornecidas por tecidos não celulares (TECKLIN, 2002).

As pequenas vias aéreas estarão sendo formadas entre a 5ª e a 16ª semana de

gestação, caracterizando o início do período pseudoglandular. As glândulas secretoras de

muco e a cartilagem de suporte surgem no final deste período, continuando seu

desenvolvimento no período canalicular, onde a árvore brônquica se completa da glote aos

bronquíolos terminais. O processo de afilamento e planificação do epitélio brônquico e da

aparência dos capilares são os principais eventos desse período (16ª a 24ª semana de

gestação), formando a interface ar-sangue, permitindo a troca gasosa para a respiração

(TECKLIN, 2002).

A partir da 25ª semana de gestação, inicia-se a produção dos alvéolos pulmonares,

onde existem células produtoras de surfactante. A formação alveolar perdura até os oito ou

dez anos de idade (TECKLIN, 2002).

O surfactante reduz a tensão dentro dos alvéolos, permitindo assim que estes inflem

com pequenas pressões e menos trabalho, o que seria necessário, por parte do bebê, para

inflar um alvéolo com deficiência de surfactante. Essa substância mostra-se pronta na 34ª

semana de gestação, refletindo a maturidade pulmonar (TECKLIN, 2002).

Sendo este o mecanismo pelo qual ocorre a formação normal do trato respiratório,

diferenças estruturais no seu desenvolvimento tornam as crianças sensíveis às infecções de

vias aéreas inferiores, predispondo a acometimentos respiratórios como sibilância nos

primeiros anos de vida (POSTIAUX, 2004).

Certas estruturas nos neonatos, mesmo sendo normais, predispõe as crianças à

insuficiência respiratória aguda, sendo esta definida com uma condição onde ocorre o dano

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na troca gasosa dentro do pulmão. O tamanho das vias aéreas e a vantagem mecânica

precária para os músculos respiratórios são grandes contribuintes para falência respiratória.

(TECKLIN, 2006).

As principais diferenças anatômicas dos neonatos são: laringe alta, podendo causar

obstrução das vias aéreas superiores; tecidos linfáticos espessados; 1/20 da área alveolar de

um adulto, com diâmetro pequeno e conseqüente aumento da resistência ao fluxo aéreo,

dificultando a respiração; diâmetro torácico e volume pulmonar diminuídos devido ao

alinhamento da parede horizontal da caixa torácica e a configuração arredondada do tórax,

o que caracteriza pouca vantagem mecânica; retrações do esterno associadas ao aumento do

esforço inspiratório, resultando em uma parede torácica aumentada; ausência ou redução

dos canais para a ventilação colateral, que são denominados canais de Kohn (alvéolo-

alvéolo) e de Lambert ( bronquíolo-alvéolo) e desenvolvimento insatisfatório dos músculos

abdominais, deixando as vias aéreas do bebê susceptíveis à obstrução por muco.

(TECKLIN, 2006).

Estudos virológicos permitem supôr que os mecanismos de defesa imunológica do

aparelho respiratório em relação às infecções virais são defeituosos nas crianças que

apresentam episódios de sibilância (POSTIAUX, 2004).

1.2. Considerações Gerais sobre Bronquiolite Viral Aguda

A BVA é caracterizada por inflamação dos bronquíolos, constituindo uma das

principais causas de hospitalização de crianças até 5 anos de idade, particularmente os

menores de um ano (SARMENTO 2007).

Segundo LANZA et al. (2008), é uma infecção respiratória aguda que comumente

acomete pacientes pediátricos. Geralmente é de etiologia viral, compromete as vias aéreas

de pequeno calibre (bronquíolos), causa processo inflamatório agudo que cursa com

acometimento respiratório do tipo obstrutivo com diversos níveis de gravidade.

A Bronquiolite Viral Aguda (BVA) é uma das causas mais comuns de infecção nos

primeiros anos de vida. Acomete cerca de 15% das crianças até dois anos de idade e é

também responsável pela hospitalização de cerca de dois a cada 100 lactentes

(ALBERNAZ et al., 2003).

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Essa síndrome do sistema ventilatório frequentemente acomete crianças nos dois

primeiros anos de vida onde o pico de incidência ocorre abaixo dos 12 meses de idade, com

predominância epidemiológica no outono e inverno (CARVALHO et al., 2007).

Os agentes etiológicos mais comumente associados à BVA são o vírus sincicial

respiratório (VSR), parainfluenza, influenza, adenovírus, rinovírus, mycoplasma

pneumoniae, chlamydia pneumoniae, metapneumovírus humano e coronavíru.

(CARVALHO et al., 2007) .

O VSR é responsável por 60 a 80% dos casos de BVA, seu modo de transmissão é

através do contato ocular e/ou nasal com secreção contaminada (CARVALHO et al., 2007).

Esse vírus é o agente mais importante na causa de enfermidades respiratórias em

crianças. Nos Estados Unidos, aproximadamente 100.000 crianças são hospitalizadas por

ano por infecção pelo VSR ( BOURROUET, 1999).

A BVA ocasionada por esse vírus cursa com infecção e inflamação respiratória; o

vírus multiplica-se nas células epiteliais ciliadas causando inflamação das mesmas, sendo

esta uma resposta predominantemente neutrofílica (PITREZ et al., 2003).

Essa inflamação contribui juntamente com edema de tecidos peribrônquicos para

obstrução das vias aéreas distais e a replicação viral induz ainda ao aumento da reatividade

da musculatura lisa, aumento da secreção de muco, necrose do epitélio respiratório e

deposição de fibrina (CARVALHO et al., 2007).

Durante o episódio de BVA a lesão mucosa decorrente do processo inflamatório

facilitaria também a sensibilização para outros alérgenos ou provocaria uma exposição de

receptores para-irritantes resultando em quadros de chiado (FONSECA et al., 2003).

Nas doenças respiratórias obstrutivas como a BVA, o comprometimento funcional

mais comumente presente é o chamado desequilíbrio da relação ventilação- perfusão (V/Q).

Em função da obstrução parcial das pequenas vias aéreas, ocorre a hiperinsuflação

pulmonar ou aumento da Capacidade Residual Funcional, aumento das resistências

inspiratória e expiratória e hipoventilação alveolar com hipoxemia (CARVALHO et al.,

2002).

Fatores de risco específicos são capazes de induzir ou agravar as infecções

respiratórias infantis como a Bronquiolite Viral Aguda (BVA), definida como infecção

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viral das vias aéreas inferiores mais comum no lactente e também como primeiro episódio

de sibilância (PITREZ et al., 2005).

Uma hipótese é que indivíduos poderiam apresentar uma predisposição a esse

episódio e também para a própria BVA como manifestação de infecção viral. Outra é que a

sensibilização pulmonar causada pelo vírus provocaria uma exposição de receptores para

irritantes resultando nos quadros de sibilância (FONSECA et al., 2003).

Fatores ambientais exacerbados principalmente nessas épocas do ano como o frio, a

umidade e a poluição podem aumentar a incidência dessa enfermidade respiratória,

associada à presença de vírus que, ano após ano, participam das epidemias respiratórias

(ZAMORANO et al., 2003).

A poluição ambiental, tanto de elementos particulados como pela emissão de gases, é

um grande problema para as grandes cidades do mundo.Estudos prévios têm demonstrado

uma correlação significativa entre o aumento da concentração de partículas no ar com a

diminuição da função pulmonar e os sintomas de BVA em lactentes (ZAMORANO et al.,

2003).

Outro fator que se tem discutido é a amamentação e a função protetora do leite

materno. Até o presente momento, não foi evidenciado proteção pela amamentação para a

hospitalização por doença respiratória viral como a BVA, porém observou-se diminuição

da severidade da doença em grupo de crianças amamentadas (ALBERNAZ et al., 2003).

É possível sugerir que evitar a exposição de crianças ao tabagismo passivo e

incentivar a prática de aleitamento materno são medidas que protegem os lactentes contra o

agravamento dos sintomas da BVA (ALBERNAZ et al., 2003).

A freqüência e a severidade da doença são maiores em lactentes de família de baixa

renda e menor grau de escolaridade dos pais. Fatores domiciliares como a exposição ao

fumo passivo, presença de outras crianças em casa e aglomeração também são apontados

como agravantes ou fatores que predispõe à BVA (ALBERNAZ et al., 2003).

Segundo RUBIN et al.,(2003), o diagnóstico da BVA é principalmente clínico,

precedida por um período prodrômico de três a cinco dias com sinais de infecção de vias

aéreas superiores, com coriza, tosse e febre, que evolui nos dias subseqüentes com

taquipnéia, tosse, sibilos e sinais de dificuldade ventilatória .

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A oclusão parcial da vias aéreas distais traz como sintomas clínicos a sibilância,

estertores subcrepitantes, roncos, expansão torácica diminuída, fase expiratória prolongada,

taquipnéia, desconforto respiratório (batimento de asa de nariz e retrações da musculatura

respiratória). Porém, os sinais que caracterizam a fase inicial da doença são rinorréia, tosse

seca, aceitação alimentar inadequada e febre, podendo estar associados com conjuntivite,

otite média e rinite (CARVALHO et al., 2007).

Em relação aos sinais vitais, os dois dados mais objetivos e de maior utilização na

avaliação com pacientes com BVA têm sido a freqüência respiratória e a saturação de

oxigênio. Neste comprometimento respiratório, a FR maior que 60 movimentos por minuto

tem sido reconhecida como um dos sinais associados à gravidade da doença, mesmo em

lactentes mais jovens, indicando insuficiência nas trocas gasosas. Por outro lado, o melhor

indicativo para a necessidade de hospitalização na BVA é a SaO2 menor que 95%

(CARVALHO et al., 2002).

As infecções pelo VRS não conferem imunidade completa, sendo comuns as

reinfecções durante a vida. As crianças acometidas pelo VRS têm uma maior tendência a

apresentar episódios posteriores de sibilância e Asma (GIUGNO et al., 2004)

Muitas crianças afetadas por infecções respiratórias virais graves evoluem com

seqüelas ventilatórias graves. Esta síndrome tem sido chamada de Bronquiolite obliterante

pós-infecciosa . As principais características são a gravidade da obstrução respiratória e a

ausência de resposta aos tratamentos empregados em oposição aos quadros mais benignos e

autolimitados que se seguem à bronquiolite viral aguda. O paciente mantém sibilância,

taquipnéia, dispnéia e tosse persistente por semanas, ou meses, após a infecção inicial. A

doença pode persistir por anos, após a agressão inicial, com pioras devido à exarcebações

por infecções virais, resultando em supuração, atelectasias e pneumonias. Alguns pacientes

evoluem com piora progressiva da hipoxemia e retenção de CO2, levando à hipertensão

pulmonar e cor pulmonale (TRINDADE et al.,2008).

A apresentação radiográfica em casos de BVA será constituída por hiperinsuflação,

infiltrados grosseiros atribuídos à atelectasia pós-obstrução e preenchimento peribrônquico

(CARVALHO et al., 2007).

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Quanto maior for o grau de obstrução e quanto mais insuflado for o pulmão, menos

audível é o murmúrio vesicular, havendo predomínio de estertores mas os sibilos

(predominantemente expiratórios) surgem também logo no início (SARMENTO 2007).

Na ausência de sintomas prévios de vias aéreas superiores, sugere-se que crianças

com sibilância de início agudo possam ter a doença. O diagnóstico deve ser considerado

para crianças recém nascidas com anormalidades. Cardiopatia congênita, refluxo

gastresofágico, pneumonia aspirativa ou aspiração de corpo estranho podem ser

considerados diagnósticos diferenciais desse comprometimento ventilatório (CARVALHO

et al., 2007).

A recuperação ocorre entre 5 e 10 dias. Em casos graves, sibilos e tosse permanecem

por 2 a 3 semanas e a frequência respiratória mantém-se acima do normal por até um mês

(SARMENTO, 2007).

Sabe-se que são fundamentais a hidratação e oxigenação adequada. Particularmente

para a broncoconstrição o uso de beta- 2 agonitas, tem se demonstrado efetivo

principalmente no estágio inicial da infecção. Em relação a inflamação, o uso dos

corticóides pode ser efetivo mas as pesquisas efetuadas até o momento não justificam a

utilização da terapêutica já que não ocorreram alterações dos achados clínicos

(CARVALHO et al., 2007).

Segundo LAGO et al. (2004) o tratamento permanece sendo de suporte com

hidratação e oferta de oxigênio .

A hidratação adequada favorece a eliminação de secreções, não havendo indicação de

expectorantes. É bastante controvertido o emprego de antibiótico, uma vez que se trata de

uma doença a vírus, porém alguns autores aconselham a utilização de largo espectro, a

título profilático. Os broncodilatadores, embora comumente usados, não parecem trazer

benefícios a não ser quando houver broncoespasmo importante. Em relação aos corticóides

seu uso é admitido em casos muito graves (TRINDADE et al., 2008)

Para o fisioterapeuta, a estratégia terapêutica é fundamentalmente baseada em

sintomatologias, sendo preciso reconhecimento por parte do profissional de cada tipo de

distúrbio ventilatório obstrutivo (POSTIAUX, 2004).

Medidas para prevenir a infecção pelo VSR vêm sendo estudadas, entre elas a

utilização de vacinas (imunização ativa) e de imunoglobulinas intravenosas. Os esforços

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para se obter uma vacina efetiva persistem sem a obtenção de resultados até o momento

(CARVALHO et al., 2007).

O tratamento para BVA tem-se modificado pouco ao longo dos anos e, em muitos

casos, a estratégia terapêutica empregada carece de evidências (RUBIN et al., 2003)

A fisioterapia respiratória pode ser indicada durante todo curso da doença (em nível

ambulatorial, de emergência, em enfermarias e Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica),

justificada pelas características fisiopatológicas da doença (acúmulo de secreções nas vias

aéreas, obstrução e colapso de unidades alveolares e hiperinsuflação pulmonar) e pelos

objetivos da fisioterapia respiratória como a desobstrução brônquica, desinsuflação

pulmonar e recrutamento alveolar (CARVALHO et al., 2007).

A intervenção da fisioterapia é uma indicação nos casos de BVA. A terapêutica

aplicada tem-se demonstrado útil principalmente na obstrução de vias aéreas e na queda da

SaO2, sendo evidenciada melhora imediatamente após o tratamento (BOHE et al., 2004).

O tratamento fisioterápico vai depender da avaliação do paciente e principalmente da

ausculta respiratória. As manobras devem ser feitas na expiração, com movimentos

rítmicos mantendo sempre a mesma força. Utiliza-se a Drenagem Postural, utilizando o

princípio da gravidade para favorecer o deslocamento de secreções dos brônquios de menor

calibre, colocando-se o segmento a ser drenado com o brônquio em posição vertical a fim

de aumentar a área de recrutamento alveolar e facilitar o escoamento de secreções. Os

lactentes devem ser posicionados com travesseiros, toalhas ou coxins, de maneira que

permaneçam relaxados e confortáveis, permitindo o máximo aproveitamento durante as

diversas posturas, a Vibrocompressão, utilizada através de movimentos vibratórios com o

objetivo de melhorar a ventilação pulmonar, fazendo com que o muco aderente se volte e,

com isso, seja deslocado para os brônquios e a traquéia onde as secreções poderão ser

expelidas, deglutidas ou aspiradas, a Inaloterapia, com o intuito de fluidificar e umidificar

as secreções, facilitando sua eliminação (TRINDADE et al., 2008).

Em relação às manobras fisioterapêuticas, estudos demonstram que a aceleração do

fluxo expiratório tem sido de grande valia no tratamento, assegurando trocas gasosas,

porém deve ser realizada de forma mais lenta que o habitual para se evitar o fechamento

dos bronquíolos terminais (SARMENTO, 2007).

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A tosse deve acompanhar as manobras tais como o acionamento da tosse com o

bloqueio simultâneo das cúpulas diafragmáticas na fase inspiratória (SARMENTO, 2007).

Segundo RUBIN et al. (2003), definir o papel prognóstico ou de risco da patologia

poderia auxiliar no melhor entendimento de sua morbidade.

A morbidade da BVA é significativa em lactentes previamente saudáveis (GIUGNO

et al., 2004).

Sendo uma doença de elevada morbidade é necessário melhor entendimento do

desenvolvimento da patologia para prevenção e tratamento deste problema (PITREZ et

al., 2005).

Em geral, a BVA é uma doença auto limitada, com taxa de mortalidade baixa (< 1%),

embora possa ser mais elevada (30%) em grupos de crianças que possuem fatores de risco

como prematuridade, Displasia Broncopulmonar, Cardiopatias Congênitas, pacientes

imunocomprometidos, desnutrição, entre outros. Nesses casos, estão associados casos mais

graves da doença e maior número de óbitos (CARVALHO et al., 2007).

A BVA é uma doença que ainda carece de tratamento ideal, fazendo com que haja

muita controvérsia acerca da terapêutica a ser utilizada entre os mais diversos centros de

assistência (AMANTÉA et al., 1998).

Na maioria dos casos, os quadros de insuficiência respiratória gerados em função da

BVA são revertidos com a utilização da oxigenioterapia, a qual é responsável pela

minimização da hipoxemia e, conseqüentemente, do próprio desconforto respiratório

(SARMENTO, 2007)

A ventilação não-invasiva tem se demonstrado muito efetiva, mantendo as vias aéreas

abertas, melhorando o fluxo expiratório, diminuindo a Capacidade Residual Funcional,

melhorando a complacência pulmonar, facilitando a mobilização de secreções, melhorando

a troca gasosa e ainda preservando a síntese e a liberação de surfactante (CARVALHO et

al., 2007).

Quando há associação da taquipnéia com elementos que dão sinais de que a criança

está evoluindo com sinal de desconforto respiratório, deve-se pensar em lançar mão do

suporte ventilatório não invasivo. Como a faixa etária comumente acometida pela doença

oscila de 0 a 2 anos de idade, há indicação da utilização de CPAP (pressão positiva

contínua nas vias aéreas), com prong nasal, utilizando valor pressórico inicialmente dentro

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do limite fisiológico (5 cm H2O), com oxigênio suficiente para manter saturação periférica

de oxigênio maior ou igual a 90% (SARMENTO, 2007).

Eventualmente, a BVA pode ter uma evolução ruim, nos casos mais graves,

necessitando de suporte ventilatório como entubação orotraqueal e ventilação mecânica

para assegurar níveis adequados de gases arteriais e reduzir o trabalho respiratório

(SARMENTO, 2007).

Há poucos estudos na literatura analisando fatores ligados ao tempo de ventilação

mecãnica em lactentes com BVA ( JUNIOR et al., 2005).

Nem sempre se consegue um resultado satisfatório em relação à reversão do

desconforto respiratório. Ai então, indica-se intubação orotraqueal e a ventilação mecânica

invasiva. Na maioria das unidades de terapia intensiva pediátrica, a modalidade ventilatória

de escolha é a IMV (ventilação mandatória intermitente), a qual tem particularidades como

a de limitar a pressão, ser ciclada a tempo e possuir um fluxo contínuo. Inicialmente, ao se

instituir o IMV, deve-se cuidar para que a pressão inspiratória seja mantida abaixo da

pressão de platô, que corresponde a 35 cm H2O, podendo chegar a 40 cm H2O , quando há

aumento excessivo da resistência das vias aéreas. É comum a decisão pela estratégia

ventilatória que aceita a hipoventilação com hipercapnia permissiva ( paCO2 entre 80 e 100

mmHg) desde que o pH esteja acima de 7,2 a fim de que se possa limitar a pressão

inspiratória a níveis inferiores a 40 cm H2O, minimizando-se a possibilidade de barotrauma.

(SARMENTO 2007).

Quando da instalação da ventilação mecânica invasiva, deve-se optar pela instituição

da pressão positiva no final da expiração (PEEP) fisiológica de 5 cm H2O, não se

esquecendo do monitoramento do auto-PEEP. A freqüência respiratória deve ser

inicialmente baixa, cerca de 8 a 16 incursões respiratórias por minuto, com um tempo

inspiratório normal para a idade e tempo expiratório bem mais alto (SARMENTO, 2007)

Assim, a relação I:E deve ser de pelo menos, 1:2 ou 1:3 a fim de garantir um maior

tempo expiratório, reduzindo o aprisionamento de ar (JUNIOR et al., 2005).

O fluxo inspiratório deve ser ajustado de acordo com a idade do paciente, mas,

principalmente nesses casos, devem-se considerar fluxos altos para atender à demanda do

paciente, já a FiO2 deve ser ajustada para que alcance saturação de oxigênio maior ou igual

que 90% (JUNIOR et al., 2005).

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Uma intervenção fisioterapêutica precoce pode prevenir a morbidade que está

associada à essa patologia, reduzindo o tempo de internação hospitalar e minimizando o

ônus despendido para o tratamento de pacientes com BVA (SARMENTO, 2007).

Tendo em vista o grande número de internações de lactentes com Bronquiolite Viral

Aguda no Hospital Universitário São Francisco, este estudo teve a intenção de analisar a

terapêutica utilizada neste serviço para posteriormente comparar com os dados da literatura

sobre o assunto.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Analisar a terapêutica aplicada a lactentes com Bronquiolite Viral Aguda e

acompanhar sua evolução durante o período de internação.

2.2 Objetivos Específicos

2.2.1. Observar o número de lactentes internados com Bronquiolite Viral Aguda

2.2.2. Verificar as condutas fisioterapêuticas utilizadas na Bronquiolite Viral Aguda

2.2.3. Analisar as patologias associadas apresentadas pelos lactentes com

Bronquiolite Viral Aguda

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3. MÉTODO

3.1 Desenho do estudo

Estudo observacional prospectivo.

3.2 Local do estudo

O estudo foi realizado na Enfermaria Pediátrica do Hospital Universitário

São Francisco, Bragança Paulista, São Paulo.

3.3 Critérios de inclusão

Foram incluídos no estudo os lactentes portadores de Bronquiolite Viral Aguda

internados na Enfermaria Pediátrica do Hospital Universitário São Francisco no

período de 01 de fevereiro a 30 de junho de 2008 .

3.4 Critérios de exclusão

Foram excluídos do estudo os lactentes internados na Enfermaria Pediátrica do

Hospital Universitário São Francisco portadores de outras patologias.

3.5 Materiais

Foram utilizados para o estudo ficha de coleta de dados elaborada pelos autores do

estudo além da análise de prontuários hospitalares dos lactentes.

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3.6 Procedimento

Inicialmente, o projeto foi submetido à aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade São Francisco (ANEXO I). Posteriormente, foi solicitada uma

autorização (ANEXO II) ao diretor clínico do Hospital Universitário para a pesquisa

dos dados dos prontuários hospitalares dos lactentes, locados no Arquivo Geral do

HUSF. Após esta autorização, foram coletados os dados da pesquisa por meio de

uma ficha de avaliação, contendo informações gerais sobre os lactentes (ANEXO III).

Foi preservado o anonimato dos participantes, não havendo, portanto, necessidade de

anexar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) em virtude da

pesquisa ser realizada por meio de prontuários.

3.7 Análise dos dados

Após a coleta, os dados foram colocados em planilhas eletrônicas e, posteriormente,

analisados através de valores descritivos e absolutos e, então, apresentados os

resultados em forma de tabelas e gráficos.

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4. RESULTADOS

Durante o período de 01 de fevereiro a 30 de junho de 2008 foram analisados 244

prontuários de lactentes internados na Enfermaria Pediátrica do Hospital Universitário São

Francisco (HUSF).

O Gráfico 1 representa a incidência de Bronquiolite Viral Aguda entre os lactentes

internados no HUSF.

93%

7%

SEM BRONQUIOLITE

BRONQUIOLITE

Gráfico 1. Incidência de Bronquiolite Viral Aguda

A amostra indica que, das 244 crianças internadas no HUSF, 16 (7%) apresentaram

Bronquiolite Viral Aguda e 228 (93%) foram internadas devido à outras patologias

(Gráfico 1).

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30

O Gráfico 2 representa a idade (em meses) dos lactentes internados com Bronquiolite

Viral Aguda no HUSF.

6%

13%

31%25%

13%

6%6%

0 MESES01 MÊS02 MESES03 MESES05 MESES07 MESES 09 MESES

Gráfico 2. Idade dos lactentes com Bronquiolite Viral Aguda

A amostra indica que, dos 16 lactentes com Bronquiolite Viral Aguda, 1 (6%) tinha 0

meses de idade, 2 (13%) tinham 1 mês, 5 (31%) tinham 2 meses, 4 (25%) tinham 3 meses,

2 (13%) tinham 5 meses, 1 (6%) tinha 7 meses e 1 (6%) tinha 9 meses de idade.(Gráfico 2)

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31

O Gráfico 3 representa o sexo dos lactentes internados com Bronquiolite Viral Aguda

no HUSF.

44%

56%

FEMININOMASCULINO

Gráfico 3. Sexo dos lactentes com Bronquiolite Viral Aguda

A amostra indica que, dos 16 lactentes com Bronquiolite Viral Aguda, 7 (44%) eram

do sexo feminino e 9 (56%) eram do sexo masculino (Gráfico 3).

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32

O Gráfico 4 representa a cidade de procedência dos lactentes internados com

Bronquiolite Viral Aguda no HUSF.

94%

6%

BRAGANÇA PAULISTASTA BÁRBARA D´OESTE

Gráfico 4. Cidade de procedência dos lactentes com Bronquiolite Viral Aguda

A amostra indica que, dos 16 lactentes que apresentaram Bronquiolite Viral Aguda,

15 (94%) eram procedentes de Bragança Paulista e 1 (6%) era procedente de Santa Bárbara

D’Oeste (Gráfico 4).

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33

O Gráfico 5 representa as patologias associadas dos lactentes internados com

Bronquiolite Viral Aguda no HUSF.

50%44%

6%

SEM PATOLOGIABCPSEPSE

Gráfico 5. Patologias associadas dos lactentes com Bronquiolite Viral Aguda

A amostra indica que, dos 16 lactentes com Bronquiolite Viral Aguda, 8 (50%) não

apresentaram patologias associadas, 7 (44%) apresentaram Broncopneumonia e 1 (6%)

apresentou Sepse (Gráfico 5).

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34

O Gráfico 6 representa os medicamentos broncodilatadores utilizados nos lactentes

internados com Bronquiolite Viral Aguda no HUSF.

81%

13%

6%

BEROTEC/ATROVENT

BEROTEC

NÃO

Gráfico 6. Broncodilatadores utilizados nos lactentes com

Bronquiolite Viral Aguda

A amostra indica que, dos 16 lactentes internados com Bronquiolite Viral Aguda, 13

(81%) utilizaram Berotec (bromidrato de fenoterol) associado ao Atrovent (brometo de

ipratróprio) como medicação broncodilatadora, 2 (13%) utilizaram somente Berotec, 1

(6%) não utilizou broncodilatador.(Gráfico 6 )

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35

O Gráfico 7 representa a utilização de corticosteróides nos lactentes internados com

Bronquiolite Viral Aguda no HUSF.

19%

81%

CORTICOESTERÓIDES

NÃO

Gráfico 7. Corticosteróides utilizados nos lactentes com

Bronquiolite Viral Aguda

A amostra indica que, dos 16 lactentes internados com Bronquiolite Viral Aguda, 13

(81%) utilizaram o corticosteróide Flebocortid como medicação coadjuvante ao tratamento

e 3 (19%) não utilizaram esse medicamento. (Gráfico 7)

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36

O Gráfico 8 representa as condutas fisioterapêuticas utilizadas nos lactentes

internados com Bronquiolite Viral Aguda no HUSF.

44%

13%

10%

26%

5% 2%MANOBRA DE HIGIENEBRÔNQUICAINALOTERAPIA

TOSSE ESTIMULADA

HIGIENE NASAL

ASPIRAÇÃO NASOTRAQUEAL

SEM ATENDIMENTOS

Gráfico 8. Condutas fisioterapêuticas utilizadas nos lactentes com

Bronquiolite Viral Aguda

A amostra indica que, dos 16 lactentes internados com Bronquiolite Viral Aguda, em

27 vezes, que corresponde a 44% das condutas fisioterapêuticas, foram utilizadas

Manobras de Higiene Brônquica, em 50 vezes (13%) foi utilizado Inaloterapia, em 6 vezes

(10%) foi utilizada Tosse Estimulada, em 16 vezes (26%) foi utilizada Higiene Nasal, em 3

vezes (5%) foi realizada Aspiração Nasotraqueal e apenas em um lactente, correspondente

a (2%,) não foi realizada nenhuma das condutas fisioterapeuticas (Gráfico 8).

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O Gráfico 9 representa o número de atendimentos fisioterapêuticos realizados nos

lactentes internados com Bronquiolite Viral Aguda no HUSF.

62%

38%

0 A 5 ATENDIMENTOS6 A 11 ATENDIMENTOS

Gráfico 9. Número de atendimentos fisioterapêuticos realizados nos

lactentes com Bronquiolite Viral Aguda

A amostra indica que, dos 16 lactentes internados com Bronquiolite Viral Aguda, 10

(62%) receberam de 0 a 5 atendimentos fisioterapêuticos durante a internação e 6 (38%)

receberam de 6 a 11 atendimentos.(Gráfico 9)

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O Gráfico 10 representa as formas de oxigenioterapia utilizadas nos lactentes

internados com Bronquiolite Viral Aguda no HUSF.

41%

46%

10%3%

TENDA O2

NEBULIZAÇÃO A DISTÂNCIA

HALO

NÃO UTILIZARAMOXIGENIOTERAPIA

Gráfico 10. Formas de oxigenioterapia utilizadas nos lactentes com

Bronquiolite Viral Aguda

A amostra indica que, 16 dos lactentes internados com Bronquiolite Viral Aguda, 12

(41%) utilizaram Tenda de O2 como forma de oxigenioterapia, 3 (10%) utilizaram Halo, 13

(46%) utilizaram Nebulização à Distância e 1 (3%) não fez uso de nenhuma forma de

oxigenioterapia. (Gráfico 10).

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O Gráfico 11 representa o tempo de oxigenioterapia utilizado nos lactentes internados

com Bronquiolite Viral Aguda no HUSF.

25%

62%

13%

0 A 5 DIAS6 A 11 DIAS12 A 17 DIAS

Gráfico 11. Tempo de oxigenioterapia utilizado nos lactentes com

Bronquiolite Viral Aguda

A amostra indica que, dos 16 lactentes internados com Bronquiolite Viral Aguda, 4

(25%) utilizaram oxigenioterapia por um período de 0 a 5 dias, 10 (62%) utilizaram esse

recurso por 6 a 11 dias e 2 (13%) utilizaram entre 12 e 17 dias.(Gráfico 11)

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O Gráfico 12 representa o tempo de internação dos lactentes internados com

Bronquiolite Viral Aguda no HUSF.

13%

68%

19%

0 A 5 DIAS 6 A 11 DIAS12 A 17 DIAS

Gráfico 12. Tempo de internação dos lactentes internados com

Bronquiolite Viral Aguda

A amostra indica que, dos 16 lactentes internados com Bronquiolite Viral Aguda, 2

(3%) permaneceram internados de 0 a 5 dias, 11 (68%) permaneceram internados de 6 a 11

dias e 3 (12%) permaneceram internados de 12 a 17 dias. (Gráfico 12)

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O Gráfico 13 representa a evolução dos lactentes internados com Bronquiolite Viral

Aguda no HUSF.

100%

0%

ALTAÓBITO

Gráfico 13. Evolução dos lactentes com Bronquiolite Viral Aguda.

A amostra indica que, dos 16 lactentes internados com Bronquiolite Viral Aguda, 16

(100%) obtiveram alta hospitalar e nenhum lactente (0%) evoluiu à óbito (Gráfico 13).

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5. DISCUSSÃO

No período entre 01 de fevereiro e 30 de junho de 2008 foram internadas 244 crianças

na Enfermaria Pediátrica do Hospital Universitário São Francisco. Dentre as crianças

internadas, 16 (7%) apresentaram diagnóstico de Bronquiolite Viral Aguda (BVA).

O presente estudo mostrou que a faixa etária mais acometida entre os lactentes foi a

faixa de 2 meses de idade. Costa et al. (2008) relatam uma maior incidência de infecções

respiratórias como a Bronquiolite Viral Aguda entre o 2° e o 8° mês de vida, sendo que esta

pode ocorrer durante todo o ano, com picos de maior incidência no inverno e primavera.

Nesta pesquisa, o sexo mais acometido pela patologia foi o sexo masculino,

correspondendo a 56% dos casos. Rubin et al. (2003) relatam que a predominância da

patologia em questão é maior no sexo masculino e com freqüência elevada em idade

inferior a 4 meses. D’élia et al. (2005) verificaram que o sexo masculino esteve associado a

maior risco de infecções de trato respiratório inferior pelo Vírus Sincicial Respiratório

(VSR).

Este estudo demonstrou a associação de outras patologias respiratórias com a BVA

na maioria dos casos. Grillo et al. (1989) relatam em seu estudo com uma amostra de 45

pacientes com BVA, que 35 associavam o quadro de Broncopneumonia. Trindade et al.

(2008) dizem que a Broncopneumonia é a patologia mais comum associada à BVA,

ocorrendo em qualquer fase da evolução e que o agravamento dos sintomas, o aumento

súbito de temperatura e a piora do quadro geral podem provocar suspeitas dessa

possibilidade. Bezerra et al. (2008) mostram que a relação entre BVA e sepse é rara.

O tratamento medicamentoso dos lactentes incluídos neste estudo envolveu o uso de

Broncodilatadores (Atrovent e Berotec) em 94% dos casos. Costa et al. (2008) relatam que,

embora comumente usados em casos de BVA, os broncodilatadores não parecem trazer

benefícios, a não ser ocasionalmente, quando houver broncoespasmo de maior importância.

Nascimento et al.(2008) concordam que os broncodilatadores têm ação discutível mas são

indicados principalmente no tratamento inicial de crianças com BVA. Kimpen et al. (2001)

questionam os benefícios dos broncodilatadores na BVA visto que o fator prejudicial nesta

patologia é o acúmulo de muco. A sibilância é uma resposta ao agente infeccioso e só se

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resolveria após a resolução do quadro, sem necessidade e justificativa para aplicação do

medicamento.

O tratamento medicamentoso dos lactentes incluídos neste estudo envolveu o uso

também de corticoisteróides (Flebocortid) em 81% dos casos. Costa et al. (2008) dizem

que, embora empregado em alguns casos, o uso de corticosteróides não mostra vantagens

em estudos controlados, a não ser em casos graves, onde seu uso sempre é admitido.Abud

et al.(2008) mostram que o uso de corticóides associado a antibióticos ocorre quando

necessário em crianças internadas nos hospitais , sendo uma opção em casos mais

graves.Segundo Barben et al.,(2003) o uso de corticóides isoladamente não soluciona o

quadro complexo apresentado pela BVA, visto que o principal fator complicante da

patologia é o acúmulo de secreção.Kimpen et al. (2001) acreditam que o benefício atribuído

ao uso de corticóides é um resultado de todo o tratamento em conjunto. Davison et al.

(2004) relatam que a aplicação de corticóides é feita em 60% dos casos de internação

hospitalar por BVA mas acredita que sua administração deverá ser feita apenas em

situações consideradas de emergência para o quadro como o agravamento dos sintomas.

A fisioterapia respiratória neste estudo abrangeu as seguintes condutas: Inaloterapia,

Manobras de Higiene Brônquica, Tosse Estimulada, Higiene Nasal e Aspiração

Nasotraqueal. Segundo Lanza et al.(2008), existem variações no tratamento da BVA, sendo

este um tratamento sintomático, tendo como objetivo fisioterapêutico, aumentar a

depuração mucociliar, diminuir a obstrução e a resistência de vias aéreas e minimizar o

trabalho respiratório.

A Inaloterapia foi realizada em 13% dos casos, podendo ou não estar associada ao

uso de broncodilatadores. Segundo American Academy of Pediatrics (2006), a fluidificação

da secreção nos casos de BVA sempre é recomendada, facilitando assim a mobilização das

mesmas, isoladamente ou associada à fisioterapia respiratória. Carvalho et al.(2007)

indicam a fluidificação duas vezes ao dia, no mínimo, nos casos de BVA, justificada pela

alta produção de muco nesses pacientes, pela viscosidade e pela aderência dessas secreções.

Neste estudo, as manobras de higiene brônquica corresponderam a 44% das condutas

fisioterapêuticas, estando incluídas neste grupo a drenagem postural, a vibrocompressão e a

Aceleração do Fluxo Expiratório(AFE). A drenagem postural foi aplicada em 11% dos

lactentes, a vibrocompressão em 23% e a AFE em 10% dos casos. Costa et al. (2008)

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constataram que, dentre as condutas fisioterapêuticas, as mais utilizadas foram a Drenagem

Postural, Tapotagem, Vibrocompressão, Tosse estimulada e Aspiração nasotraqueal.

Abud et al. (2008) concluem que a AFE é uma manobra que traz resultados rápidos e

é realizada sempre de acordo com a resistência torácica e com o volume de fechamento das

vias aéreas.Carvalho et al. (2002) indicam o uso da AFE de forma lenta no tratamento da

BVA para que se possa evitar o fechamento dos bronquíolos terminais.

Carvalho et al. (2002) ressaltam, ainda, a importância da vibrocompressão na

mobilização das secreções, sendo muitas vezes suficiente para acionar a tosse.Lanza et

al.(2008) recomendam o uso da vibrocompressão associada à drenagem postural pois, em

seus estudos, comprovaram que pacientes que receberam essa aplicação eliminaram maior

quantidade de secreções. A pesquisa realizada demonstrou que, para a eficaz eliminação das secreções, a

fisioterapia utilizou a tosse estimulada (25% dos casos) ou por estimulação da fúrcula

esternal ou por estimulação com sonda traqueal e a aspiração nasotraqueal (5% dos casos).

Nascimento et al. (2008) consideram a tosse como a parte mais importante da higiene

brônquica, evitando o acúmulo de secreções e possíveis infecções. Lanza et al. (2008)

relatam a importância da aspiração nasotraqueal para eliminação das secreções e prevenção

de possíveis infecções respiratórias associadas ao quadro de BVA, porém comprovou, em

seu estudo, que isoladamente a aspiração não se mostra efetiva sem qualquer parâmetro

fisiológico.Sarmento (2007) estabelece a importância da aspiração nasotraqueal após a

mobilização das secreções, evitando novos episódios de obstrução nasal, sendo possível

inclusive minimizar o reflexo nauseante que ocorre frequentemente nas crianças que

deglutem secreções brônquicas.Carvalho et al. (2007) consideram a aspiração nasotraqueal

uma medida efetiva na desobstrução traqueobrônquica pois 60% da resistência respiratória

está localizada em via aéreas superiores e, nos lactentes, que respiram predominantemente

por via nasal, a depuração dessas secreções pode ter um impacto positivo e aliviar os

sintomas.

Neste estudo, a utilização de higiene nasal (HN) correspondeu a 26% das condutas

fisioterapêuticas, sendo que este grupo incluiu a higiene com soro fisiológico a 0,9% e a

Desobstrução Rinoretrógrada (DRR) . Bricks et al. (2007) confirmaram a eficácia da HN e

da DRR nas infecções respiratórias, removendo secreções e evitando o acúmulo de

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bactérias na vias aéreas superiores. Bezerra et al. (2008) indicam a HN sempre antes da

aplicação da inaloterapia e da alimentação.

A fisioterapia respiratória atuou neste estudo em 98% dos casos, sendo que o número

de atendimentos da amostra indica que, dos 16 lactentes internados com Bronquiolite Viral

Aguda, 10 (62%) receberam de 0 a 5 atendimentos fisioterapêuticos durante a internação e

6 (38%) receberam de 6 a 11 atendimentos. Segundo Carvalho et al. (2007), a fisioterapia

deve ser realizada diariamente e durante todo o curso da doença (em nível ambulatorial,

emergência, enfermaria e unidades de terapia intensiva), justificada pelo grande acúmulo de

secreção, obstrução e colapso das unidades alveolares e pela capacidade da atuação da

fisioterapia de solucionar esses problemas.

No atual estudo, foram aplicadas para suporte de oxigênio nos casos de desconforto

respiratório e hipoxemia nos lactentes com BVA, as seguintes formas de oxigenioterapia:

Tenda de O2 em 41% dos casos , Halo em 10% e Nebulização á Distância em 46% dos

casos.Segundo Mocelin et al. (2001), a suplementação de oxigênio melhora o prognóstico

dos pacientes e os quadros de hipoxemia presentes na BVA. Comenta que o uso da

oxigenioterapia deve ser baseada na SatO2 e na gasometria arterial para melhor eficácia e

segurança do paciente. Rubin et al. (2003) relatam que a oxigenoterapia é o recurso

terapêutico amplamente aceito na BVA, sendo a monitorização por oximetria de pulso a

avaliação mais prática para adequá-la às necessidades de cada paciente. Amantéa et al.

(1998) afirma que a oxigenoterapia é a única conduta a ser aplicada sem questionamentos

em praticamente todos os casos da patologia. Lago et al. (2004) verificaram que vários

estudos tentam mostrar a eficácia de condutas aplicadas à BVA porém a hidratação e a

aplicação de suporte de oxigênio sempre mostraram resultados positivos.

Neste trabalho, dos 16 lactentes internados com Bronquiolite Viral Aguda, 4 (25%)

utilizaram oxigenioterapia por um período de 0 a 5 dias, 10 (62%) utilizaram esse recurso

por 6 a 11 dias e 2 (13%) utilizaram entre 12 e 17 dias. Teper et al. (2002) discutem em seu

trabalho a importância do oxigênio suplementar em crianças com BVA, relata ainda que o

tempo do uso de oxigenoterapia equivale-se, na maioria das vezes, ao período de

internação hospitalar. Segundo Carvalho et al. (2007), o tempo de oxigenioterapia deve ser

baseado na melhora do quadro de desconforto respiratório.

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Este estudo demonstrou que a média de dias de internação dos lactentes com BVA foi

de 9 dias. Lanza et al. (2008) afirmam que há grandes divergências e variações nos estudos

em relação ao número de dias de internação porém cita que os casos, de uma maneira geral,

resolvem-se em aproximadamente 8 dias. Ao final deste estudo, pode-se verificar a alta hospitalar em 100% dos casos. Segundo

Nascimento et al. (2008), a mortalidade em lactentes com BVA é baixa, variando de 1 a 5%

dos casos. Riella (2006) confirma o bom prognóstico na maioria dos casos de BVA,

cursando com a alta hospitalar e raras reincidências.

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6. CONCLUSÃO

Este estudo mostrou uma baixa incidência de Bronquiolite Viral Aguda. A maioria

dos lactentes utilizou medicação broncodilatadora e corticosteróide como tratamento

medicamentoso associado. A maioria dos lactentes utilizou alguma forma de

oxigenioterapia suplementar. A patologia respiratória associada mais incidente foi a

Broncopneumonia. A maioria dos lactentes recebeu atendimentos de fisioterapia

respiratória, sendo os recursos mais utilizados as manobras de higiene brônquica. Todos os

lactentes evoluíram para alta hospitalar.

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Faz-se necessária a colaboração dos profissionais da saúde com relação a um

preenchimento mais completo dos prontuários hospitalares, com o detalhamento do registro

da evolução do lactente para incentivar o trabalho em equipe e para a realização de futuras

pesquisas.

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8.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANEXO I

Aprovação do Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso pelo Comitê de Ética em

Pesquisa da USF

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ANEXO II

Autorização para pesquisa de dados dos prontuários hospitalares dos lactentes

Bragança Paulista,___ de________________de 2008.

Ao Diretor Clínico do Hospital da Universidade São Francisco, Campus de Bragança

Paulista, Dr. Pedro Izzo

Camila Nascimento e Kettyma Cristina Garcia Macedo, acadêmicas do Curso de

Fisioterapia, vêm solicitar autorização para analisar os prontuários hospitalares

locados em arquivo dos lactentes internados na Enfermaria Pediátrica do Hospital

Universitário da Universidade São Francisco, no Campus de Bragança Paulista, São

Paulo, no período de 01 de fevereiro a 30 de junho de 2008, por motivo de Trabalho

de Conclusão de Curso, do Curso de Fisioterapia desta mesma instituição.

Antecipadamente, agradecemos

___________________________ ___________________________

Acadêmica: Orientadora Temática:

Camila Nascimento Professora Patrícia Teixeira Costa

___________________________ __________________________

Acadêmica : Pedro Izzo

Kettyma Cristina Garcia Macedo

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ANEXO III

Ficha de coleta de dados

IDENTIFICAÇÃO

Idade: _______. Data de Nascimento: ___/___/____. Procedência:_______________.

Diagnóstico Clínico: ___________________________________________________.

EVOLUÇÃO

Tempo de internação: _____________________.

Número de atendimentos fisioterapêuticos: _________________________________.

Patologias associadas: _______________________________________________

____________________________________________________________________.

Oxigenoterapia ( ) S ( ) N tipo:___________________tempo:_________________.

Corticóides ( ) S ( ) N qual:__________________________________________.

Broncodilatador ( ) S ( ) N qual: _______________________________________.

Condutas Fisioterapêuticas:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Alta ( ) Óbito ( )