analise critica modelo de autoavaliacao

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Análise crítica ao Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares “Avaliar é uma acção corriqueira e espontânea realizada por qualquer individuo acerca de qualquer actividade humana. È um instrumento fundamental para conhecer, compreender, aperfeiçoar e orientar as acções do individuo ou grupo” (BELLONI, Isaura) 1. O Modelo enquanto instrumento pedagógico e de melhoria. Conceitos implicados Este modelo enquanto instrumento pedagógico é a avaliação de resultados alcançados em conjunto com o plano de actividade da biblioteca escolar que permitem confrontar os objectivos definidos com os resultados alcançados. O que permite atingir esses resultados é o modo como esse processo é conduzido ou seja pela eficácia da avaliação com o conjunto de acções resolvidas pela equipa. Com este modele, podemos ter consciência do benchmarking este existe para dar resposta ao apoio que permite chegar à melhoria do seu desempenho ou seja é importante para o aproveitamento das boas práticas . Actua também nas várias áreas de intervenção da Biblioteca escolar, este modelo é um bom exemplo de como essa avaliação pode ser feita, proporcionando instrumentos de apoio para recolha de evidências . É também importante que não nos esqueçamos dos três pilares para o sucesso dos alunos ou seja o desenvolvimento de pessoas informadas, criticas, responsáveis e activas por isso a biblioteca tem que dar uma resposta à informação de acesso fácil e rápido através do mundo digital, então alarga-se à colaboração com os professores, no desenvolvimento de um programa coerente na área da literacia da informação , na formação de leitores , na aprendizagem com base na tecnologia.

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Page 1: Analise Critica Modelo de Autoavaliacao

Análise crítica ao Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares

“Avaliar é uma acção corriqueira e espontânea realizada por qualquer individuo acerca de qualquer actividade humana. È um instrumento fundamental para conhecer, compreender, aperfeiçoar e orientar as acções do individuo ou grupo” (BELLONI, Isaura)

1. O Modelo enquanto instrumento pedagógico e de melhoria. Conceitos implicados

Este modelo enquanto instrumento pedagógico é a avaliação de resultados alcançados em conjunto com o plano de actividade da biblioteca escolar que permitem confrontar os objectivos definidos com os resultados alcançados. O que permite atingir esses resultados é o modo como esse processo é conduzido ou seja pela eficácia da avaliação com o conjunto de acções resolvidas pela equipa.

Com este modele, podemos ter consciência do benchmarking este existe para dar resposta ao apoio que permite chegar à melhoria do seu desempenho ou seja é importante para o aproveitamento das boas práticas.

Actua também nas várias áreas de intervenção da Biblioteca escolar, este modelo é um bom exemplo de como essa avaliação pode ser feita, proporcionando instrumentos de apoio para recolha de evidências.

É também importante que não nos esqueçamos dos três pilares para o sucesso dos alunos ou seja o desenvolvimento de pessoas informadas, criticas, responsáveis e activas por isso a biblioteca tem que dar uma resposta à informação de acesso fácil e rápido através do mundo digital, então alarga-se à colaboração com os professores, no desenvolvimento de um programa coerente na área da literacia da informação, na formação de leitores, na aprendizagem com base na tecnologia.

O importante é sistematizar, recolher evidências para que se possa compreender essa relação e efectuar decisões futuras.

2.Pertinência da existência de um Modelo de Avaliação para as bibliotecas escolares.

O modelo de avaliação para as bibliotecas escolares tem como objectivo o de proporcionar às escolas e bibliotecas um instrumento que lhes permita identificar as áreas de sucesso que requerem um maior investimento e aquelas que, determinando nalguns casos alterações das práticas a fim de obter melhores resultados.

Este modelo é um instrumento pedagógico e de melhoria contínua que permita aos Conselhos Executivos e aos coordenadores avaliar o trabalho da Biblioteca escolar e o impacto desse trabalho no funcionamento global da escola e nas aprendizagens dos alunos.

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As estatísticas e as avaliações do desempenho e dos produtos, que resultam das actividades desenvolvidas nas vários áreas, são dados extremamente úteis e indispensáveis na gestão e contribuem para acrescentar qualidade às bibliotecas: auxiliam no processo de decisão, fornecem dados para a realização de técnicas de benchmarking que proporcionam a identificação de boas práticas.

Poll descreve a avaliação do desempenho como sendo a colecção e análise de dados que descreve o desempenho da biblioteca, isto é: “comparando o que a biblioteca está a realizar (desempenho) com o que para ela significa realizar (missão) e que quer alcançar (objectivos)”

Decorreram várias décadas de investigação onde as pesquisas tem sido orientadas no sentido da criação de tipologias de avaliação dos “outcomes” (resultados). É importante a sua determinação porque só avaliando os resultados se poderá ter uma noção real do que se produziu. De acordo com Roswitha Poll, uma avaliação dos resultados inclui a aferição do conhecimento, da literacia, da inclusão social, da identificação local, do período de aprendizagem e da cultura.

3.Organização estrutural e funcional. Adequação e constrangimentos.

A política da biblioteca deve ser traçada tendo em conta orientações a que se subordina e as necessidades da escola, e deve reflectir sobre as suas finalidades e os seus objectivos, tanto quanto a sua realidade. (The IFLA School Libraries Guidelines, 2002)

A avaliação das bibliotecas tem de se basear em várias vertentes simultaneamente dependendo das necessidades que o professor bibliotecário sente em obter determinados dados para realizar uma análise funcional com o objectivo de optimizar a qualidade da performance dos serviços e recursos. O serviço diz-se de qualidade quando é capaz de confirmar as expectativas. Grande parte dos estudos desenvolvidos assume que a avaliação da qualidade nas bibliotecas escolares é fixada no aluno, no seu ponto de vista, nas percepções e nas expectativas que apresenta em relação ao funcionamento dos serviços.

4.Integração/ Aplicação à realidade da escola.

As bibliotecas escolares estão agora a criar uma cultura organizacional na qual a avaliação é uma componente chave para a compreensão do espaço de encontro, entre o aluno/escola e a biblioteca. Esta cultura é importante porque orienta no sentido de desenvolver sistemas de avaliação das bibliotecas, para a implementação de um melhoramento contínuo dos serviços oferecidos, em função das necessidades dos alunos.

Recentemente, surgiram conceitos que direccionam as bibliotecas para os serviços de qualidade e as técnicas de avaliação dos “Outcomes” (Resultados). As determinações da qualidade dos serviços e dos “Outcomes” são aproximações que diferem

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substancialmente das técnicas de aferição dos “Inputs/Outputs”, dependem no entanto destes.

A avaliação das bibliotecas deve basear-se em várias estratégias simultaneamente, dependendo das necessidades que o professor bibliotecário sente de obter determinados dados, para a elaboração dos seus relatórios de planeamento, gestão e organização dos serviços.

5. Competências do professor bibliotecário e estratégias implicadas na sua aplicação

As competências do professor bibliotecário segundo o texto de o texto, Tilke (1999) são:

Ser um comunicador efectivo no seio da instituição;

Ser proactivo;

Saber exercer influência junto de professores e do Conselho Executivo;

Ser útil, relevante e considerado pelos outros membros da comunidade educativa;

Ser observador e investigativo;

Ser capaz de ver o todo - “the big picture”;

Saber estabelecer prioridades;

Realizar uma abordagem construtiva aos problemas e à realidade;

Ser gestor de serviços de aprendizagem no seio da escola;

Saber gerir recursos no sentido lato do termo;

Ser promotor dos serviços e dos recursos;

Ser tutor, professor e um avaliador de recursos, com o objectivo de apoiar e contribuir

para as aprendizagens;

Saber gerir e avaliar de acordo com a missão e objectivos da escola.

Saber trabalhar com departamentos e colegas.

As iniciativas de avaliação envolvem as novas tecnologias de informação e comunicação que vieram transformar por completo o ambiente de trabalho das bibliotecas escolares e não só. Perante a rápida mudança que se tem observado nos serviços e nas fontes de informação em rede, as bibliotecas têm de adoptar novas estratégias e é nessa perspectiva que se integram os estudos actuais de avaliação.

A definição de biblioteca como um local onde se conservam grandes quantidades de espécies documentais já não é mais sinónimo de qualidade. Na actualidade, as bibliotecas (serviços de informação) são avaliados em função dos serviços que prestam e não da dimensão das colecções, ou seja uma avaliação do que a biblioteca faz e não do

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que a biblioteca tem. Então é importante que os professores bibliotecários tenham/adquiram competências de gestão de conhecimento e de informação. Saber gerir dado que as bibliotecas escolares funcionam como organizações de serviços, logo é fundamental que se obtenham dados estatísticos, de modo sistemático. Esses dados podem ser investigados para apoio ao processo de planeamento, que deve ter como objectivos o melhoramento dos serviços, a produtividade e o fornecimento de informação ao processo de decisão.

As três funções da gestão que são apoiadas, de um modo significativo, pelas estatísticas e pelas avaliações das bibliotecas são: o processo de decisão relativo à aquisição, recursos humanos, a confirmação de orçamentos e actividades das bibliotecas e a identificação das tendências a desenvolver na utilização e no valor da informação das bibliotecas.

É de destacar a importância da interacção entre a biblioteca escolar e a comunidade na qual está inserida. A constante procura de aperfeiçoamento por parte do professor bibliotecário, além de mostrar a importância da biblioteca escolar e o que representa para a intervenção no processo de aprendizagem dos alunos como para a litracia da informação.

“O projecto não é uma simples representação do futuro, mas um futuro para fazer, um futuro a construir uma ideia a transformar em acto” (BARBIER, Jean Marie)

Natália Pina