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Livreto de apresentacao do Seminario Critica da Critica: expansoes e limites do pensamento 2.0, realizado na Caixa Cultural, Rio de Janeiro, em outubro de 2012.

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Caixa Cultural | Cinema 2Av. Almirante Barroso, 25 Centro (próximo ao metrô Carioca)Acesso para portadores de necessidades especiais

Informações: 21 2544 4080

caixa.gov.br/caixacultural | facebook.com/seminariocritica

L Livre para todos os públicos

REALIZAÇÃO PATROCÍNIO

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DE 16 A 19 DE OUTUBRO | 18H30

Caixa Cultural | Rio de Janeiro2012

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C ompartilhe-se. Há pelo menos uma década, esta é a palavra de or-dem para o usuário da internet. Das redes sociais ao crowdfunding,

dos blogs aos memes, da tecnologia wiki aos fóruns de defesa do con-sumidor, sobram sinais de que a revolução digital deu a quase todo mundo a concorrida chance de se fazer ouvir. Plataformas cujo conteú-do é produzido, gerido e classificado pelos próprios internautas, como o Youtube, são a marca da Web 2.0, estágio evolutivo da rede mundial de computadores que foi capaz de abalar ditaduras reais e simbólicas, exigindo uma arquitetura de pensamento adaptada aos novos espaços e ferramentas da ação política.

Temos visto ruírem esquemas de produção de sentido que, para a fortu-na de poucos e a tranquilidade de muitos, mantinham as coisas em seu devido lugar: o poder de escolher, apurar e promover verdades que fez da mídia tradicional um centro discursivo cede terreno para estratégias dispersas de comunicação e construção do que é coletivo. Esse cenário de mudança impacta diretamente a maneira como o conhecimento é percebido, colocando em discussão os direitos de propriedade intelec-tual e os meios de distribuição de conteúdo.

A crítica cultural parece ser um interessante atalho de leitura dessa tran-sição. Atividade de “separar para distinguir” (do grego krinein), a crítica tal qual a conhecemos remonta à inevitável imagem do especialista con-sagrada pela imprensa ao longo do século 20. Foi nessa arena que a ava-liação pública de filmes, livros, discos e poéticas abraçou pretensões de imparcialidade e dialogou com a produção cultural ao estabelecer am-bientes de recepção, padrões de gosto e interfaces entre arte e público.

A crítica jornalística espremeu-se no vértice que unia rigor acadêmico, inclinações pessoais, tendências de época e influências empresariais. Por outro lado, sua fala tinha o prestígio de contradizer a lógica da maioria, como instância habilitada a empregar valores de apreciação diferentes da popularidade e da aceitação comercial. Inserido no regime de visibili-dade das mídias off-line, cujas escolhas ocultam ou ressaltam as experi-ências possíveis, o discurso crítico ocupou-se assim da ambivalência entre obedecer e desmontar as regras do mercado cultural.

Nesse sistema que certamente não deixou de existir, o crítico vive hoje, contudo, a anacrônica condição de separar para distinguir em meio a um oceano de legitimações plausíveis. O encurtamento da distância en-

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tre artistas e público e o surgimento de diversificados espaços de dis-cussão e modos de valoração na sociedade em rede delineiam a crise da crítica como mediadora das novas formas de produção, eleição e debate da cultura. A gramática do circuito cultural é então alterada com a função requalificada do público, o formador de opinião do século 21.

Quando todo mundo se torna um pouco blogueiro, um pouco patro-cinador, um pouco artista e um pouco crítico, a centralidade da obra parece também entrar em declínio para dar vez à importância dos pro-cessos colaborativos de criação e significação social. Esse fato de grande voltagem política e histórica traz consigo perguntas ainda sem resposta. A primeira tem a ver com a possibilidade de se constituírem categorias de valor que sejam socialmente consideradas e extrapolem os limites da Babel discursiva da Web 2.0. Outra remete à ideia de que arte e cultura não são a mesma coisa: quais seriam os critérios propriamente estéticos que individualizam o campo artístico das demais práticas culturais de nosso tempo? Se a cultura é a regra e a arte é a exceção, como pontuou Godard, onde se acha solo comum para experiências disruptivas no con-texto multicultural? Ou melhor: nossa pergunta sobre o papel da crítica hoje não disfarça a dificuldade em reconhecer o desuso das hierarquias formais que fizeram da arte uma dimensão especializada da cultura, ensejando um cânone encarregado de seu cálculo?

Os êxitos democráticos desse processo são evidentes. Mas seus desdo-bramentos são de ainda difícil previsão, e toda análise feita ao calor da hora corre o risco de se tornar uma caricatura apocalíptica ou integrada demais. Ao mesmo tempo, por vivermos essa transformação no login nosso de cada dia, somos testemunhas bastante autorizadas de seus êxtases e impasses. Compartilhemos.

LEANDRO DE PAULA • curadorDoutorando em Comunicação Social (ECO/UFRJ) e professor da área de Planejamento em Cultura, desenvolveu sua pesquisa de mestrado na PUC-Rio sobre as ideias de identidade e vigilância na Web 2.0. Atua como Consultor de Comunicação, colaborando com instituições como Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira, Canal Contemporâneo e Oi Futuro.

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16 de outubro • MÚSICA De indústria a nicho

T alvez a música seja a linguagem artística que manifestou de forma mais clara o surgimento do

novo modelo de negócio em torno da produção cultural. Desde o advento do MP3 e dos dispositivos de troca de arquivos on-line, a crise da indústria fonográfica ilustra a emergência de modos alternativos de produzir e distribuir discos, como também de conectar artistas ao público. Esse novo esquema prescinde da mediação do crítico especializado?

MEDIAÇÃO

Claudia Neiva Matos

Professora do PPG em Estudos de Literatura da UFF Doutora em Letras pela PUC-Rio.

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LUCAS SANTTANA

Lucas Santtana é cantor, compositor e instrumentista, e disponibili-zou seus 5 discos gravados na internet. Seu penúltimo trabalho figurou como um dos 10 melhores discos do ano nas eleições da Rolling Stone, O Globo, Folha de São Paulo, Bravo! e Estadão, sendo escolhido o me-lhor disco estrangeiro de 2011 pelo jornal francês Libération e o sexto melhor disco do ano pela cultuada revista Les Inkorruptibles. Seu último álbum foi eleito o melhor disco independente no Prêmio Contigo-MPB FM de Música e rendeu indicações como melhor artista masculino e me-lhor capa no VMB MTV. Lucas Santtana e Gilberto Gil foram os únicos músicos entrevistados para o livro culturadigital.br.

MARILDO NERCOLINI

Marildo Nercolini é Professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Coordenador e Professor do Departamento de Estudos Culturais e Mídia da UFF. Doutorou-se em Ciência da Literatura pela UFRJ com a tese A construção cultural pelas metáforas: a MPB e o rock nacional argentino repensam as fronteiras globalizadas. No momento, desenvolve o projeto de pesquisa Crítica Cultural e novas estratégias de comunicação e ação: um estudo da crítica musical massiva, em que pro-cura investigar o papel do crítico ligado à música massiva, analisando os espaços de crítica musical que estão sendo criados, sobretudo a partir do uso das novas tecnologias comunicacionais.

MAURO FERREIRA

Mauro Ferreira milita no jornalismo musical desde 1987, um ano antes de se formar na Faculdade da Cidade (RJ). Atuou como crítico e repórter musical de O Globo de 1989 a 1997. Assina a coluna Estúdio, sobre o mercado fonográfico, em O Dia, escreve sobre discos na revista IstoÉ Gente, e é colaborador regular da revista Rolling Stone. Mantém atualizado diariamente o blog Notas Musicais, criado em novembro de 2006. Reeditou discos de artistas como Alcione e Martinho da Vila, tendo também organizado diversas coletâneas para gravadoras como a BMG. Em 2012, assina as biografias dos cantores Charles Aznavour, Judy Gar-land e Mercedes Sosa na coleção Folha Grandes Vozes.

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17 de outubro • ARTES VISUAISAmpliações do campo

A revolução que outras linguagens vivem hoje foi antecipada pelas artes visuais há décadas: a ênfase

no processo em lugar da obra e a incorporação do público como participante e construtor da experiência artística foram motes explorados pelo menos desde os anos 1960. As possibilidades de debate que ganham espaço nas redes on-line propiciam à arte contemporânea inserção social para além do circuito de galerias e museus?

MEDIAÇÃO

Bruno Melo Monteiro

Mestre em Artes Visuais pela UERJ

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DANIELA LABRA

Daniela Labra é curadora de artes visuais e crítica de arte, douto-randa em História e Crítica da Arte pela PPGAV EBA/UFRJ. Desenvolve projetos de curadoria, escrita crítica e pesquisa, com ênfase na produção contemporânea. Integrou a equipe editorial da Revista Número (SP) de 2003 a 2010 e editou a série de livros Performance Presente Futuro, 2009-2011, Col. Arte e Tecnologia (Oi Futuro). Principais curadorias: Travessias, Bela Maré, RJ (2011); Festival Performance Arte Brasil, MAM RJ (2011); Performance Presente Futuro, Oi Futuro, RJ (2008-2010); VERBO, Galeria Vermelho, SP (2005-2007); Investigações Pictóricas, MAC Niterói, RJ (2009).

FREDERICO COELHO

Frederico Coelho é pesquisador, ensaísta e professor de Literatura e Artes Cênicas da PUC-Rio. Publicou livros como Livro ou livro-me: os escritos babilônicos de Hélio Oiticica (EdUERJ, 2010), Museu de Arte Mo-derna – Arquitetura e Construção (org. Cobogó, 2010), Pintura Brasileira Sec. XXI (com Isabel Diegues, Cobogó 2011) e A Semana sem fim – ce-lebrações e memória da Semana de Arte Moderna de 1922 (Casa da Palavra, 2012).

LAURA ERBER

Laura Erber é escritora e artista visual, Professora do Departamento de Teoria do Teatro da Uni-Rio. É Mestre e Doutora em Letras pela PUC--Rio, com a dissertação No man’s langue: a poesia em fuga de Ghérasim Luca e tese sobre Carl Theodor Dreyer. Foi artista residente no Le Fresnoy e no Centro Le Recollets, ambos na França. Suas obras já foram expostas em espaços como a Fundação Miró, Jeu de Paume, CCBB, MAM-Rio, Le Plateau e Skyve Ny Kunsthalle. Publicou Vazados & Molambos (Editora da Casa, 2008) e Os corpos e os dias (Editora de Cultura, 2008) e inte-grou a antologia Granta (Alfaguara, 2012).

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18 de outubro • CINEMAMobilidade e linguagem

O s celulares, tablets e computadores pessoais se tornaram plataformas de consumo diário de

conteúdo audiovisual. Que experiências de linguagem vêm ampliando os limites da sala escura do cinema para dialogar com esses novos suportes? Por outro lado, como a crítica e o circuito cinematográficos assimilam o espectador que não se restringe à bilheteria, valorando e multiplicando aquilo a que assiste?

MEDIAÇÃO

Pedro Curi

Doutorando em Comunicação Social pela UFF

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CONSUELO LINS

Consuelo Lins é Professora da Escola de Comunicação da UFRJ e pesquisadora da produção audiovisual contemporânea, com ênfase nos temas: cinema, documentário, documentário subjetivo, ensaios fílmicos, vídeo, televisão e mídias móveis. Realizou seu mestrado, doutorado e pós-doutorado em Cinema e Audiovisual pela Universidade de Paris 3 (Sorbonne Nouvelle). É autora do livro O documentário de Eduardo Cou-tinho; televisão, cinema e vídeo e, em parceria com Cláudia Mesquita, Filmar o Real. É diretora de Lectures (2005), Leituras Cariocas (2009), Babás (2010), dentre outros, premiados em festivais.

DANIEL CAETANO

Daniel Caetano doutorou-se em Literatura Brasileira pela PUC-Rio com a tese Entre a transgressão vanguardista e a subversão da vulgari-dade – os casos de Carlos Reichenbach e Alberto Fischerman. É Professor do Departamento de Artes e Estudos Culturais da UFF e desde 2010 escreve para a revista Filme Cultura, tendo colaborado com as revistas Cinética e Contracampo. Realizou os filmes O Velho e o Novo (direção e roteiro); Conceição – Autor Bom É Autor Morto (codireção, produção e roteiro); O Mundo de um Filme (codireção e produção). Foi curador de mostras de cinema e organizou os livros Serras da Desordem e Cinema Brasileiro 1995-2005 – Ensaios sobre uma década.

JULIANO GOMES

Juliano Gomes é Mestre em Comunicação pela ECO-UFRJ, onde pes-quisou a obra do cineasta lituano Jonas Mekas. Graduado em Cinema, Jornalismo e Publicidade pela PUC- Rio, cofundou o CinePUC no final de 2008. Professor, curador, diretor e roteirista, realizou o curta de ficção “...”, premiado em festivais no Brasil. Atualmente, é redator e membro do Conselho Editorial da Revista Cinética e programa mensalmente a Sessão Cinética no Instituto Moreira Salles-RJ.

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19 de outubro • LITERATURAEm busca de textos onde tudo é contexto

D esde o começo dos anos 2000, a explosão dos blogs transformou muita gente em escritor de primeira

hora: a popularização dessa plataforma como suporte de “diários éxtimos”, na definição de Paula Sibilia, foi acompanhada do surgimento de espaços de divulgação e intercâmbio para a nova geração de autores profissionais. Muitos foram absorvidos pelo mercado editorial, outros fizeram da internet seu canal de expressão. Que estéticas e critérios de análise de textos surgem nessa relação?

MEDIAÇÃO

Diego Paleólogo

Doutorando em Comunicação Social pela ECO/UFRJ

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KARL ERIK SCHØLLHAMMER

Karl Erik Schøllhammer é Professor e Diretor do Departamento de Letras da PUC-Rio. Pesquisador com bolsa de produtividade do CNPq, foi Cientista do Nosso Estado da Faperj (2007-2009). É coautor e editor de vários livros, entre eles: Novas Epistemologias (2000), Literatura e Mídia (2002), Literatura e Cultura (2003), Literatura e Memória (2006), Henrik Ibsen no Brasil (2008), Literatura e Crítica (2009) e Literatura e Realidade(s) (2010), Atrocity Exhibition (2011) e Memórias do Presente (2012). De autoria integral, os títulos mais recentes são Além do visível – o olhar da literatura (2007), Ficção brasileira contemporânea (2009, 2011) e A crueldade do Real (prelo).

SÉRGIO RODRIGUES

Sérgio Rodrigues é escritor e jornalista. Foi correspondente do Jor-nal do Brasil em Londres, chefe de redação da TV Globo e editor do Segundo Caderno de O Globo. Como escritor, estreou em 2000 com O homem que matou o escritor (Objetiva), seguido por outros cinco títu-los, entre eles o romance Elza, a garota (Nova Fronteira), que está sendo adaptado para o cinema por Dodô Brandão, e a coletânea de minicon-tos Sobrescritos (Arquipélago). Mantém o blog de comentários literários Todoprosa desde 2006, hospedado a partir de 2010 no portal Veja.com, e a coluna Sobre Palavras. Sérgio teve dois de seus livros lançados em Portugal e tem contos publicados em revistas dos EUA e da Inglaterra.

SIMONE CAMPOS

Simone Campos é escritora, tradutora e editora. Estreou na literatu-ra aos 17 anos, com o romance No shopping (2000). Participou de diver-sas coletâneas de contos até publicar seu segundo romance, A feia noite (2006) e a ficção científica online Penados y rebeldes (2007). Amostra-gem complexa (2009), seu primeiro livro de contos, foi patrocinado pelo Petrobras Cultural. O patrocínio foi concedido também para o livro inte-rativo OWNED - Um novo jogador, inspirado na cultura dos videogames, que saiu em 2011 tanto em papel como em meio digital (disponível em novojogador.com.br).

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FICHA TÉCNICA

Coordenação Geral Valterlei Borges

Curadoria Leandro de Paula

Produção Gilberto Vieira, Hugo Bianco e Melina Araújo

Identidade Visual Ana Paula Binder e Joanna Chigres

Gestão de Redes Sociais Fernanda Lima

Registro Fotográfico Leandro Baptista

Realização Provisório Permanente Produções Culturais

Apoio

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Caixa Cultural | Cinema 2Av. Almirante Barroso, 25 Centro (próximo ao metrô Carioca)Acesso para portadores de necessidades especiais

Informações: 21 2544 4080

caixa.gov.br/caixacultural | facebook.com/seminariocritica

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