anais de resumo encontro proler 2012

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ISBN - 978-85-8209-004-6 1 Anais de Resumo Organizadora: Taiza Mara Rauen Moraes

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Anais de Resumo

Organizadora: Taiza Mara Rauen Moraes

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Anais de Resumos

Organizadora Taiza Mara Rauen Moraes

Realização

Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE Programa Nacional de Incentivo à Leitura - PROLER

Reitor

Paulo Ivo Koehntopp

Vice-Reitora Sandra Aparecida Furlan

Pró-Reitora de Ensino

Ilanil Coelho

Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação Therezinha Maria Novais de Oliveira

Pró-Reitora de Extensão e Assuntos Comunitários

Berenice Rocha Zabbot Garcia

Pró-Reitor de Administração Raul Landmann

Joinville 2012

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Comitê PROLER Joinville Cássio Correia

Eliana Aparecida Quadra Correia Eliete Terezinha Philippi

Fábio Henrique Nunes Medeiros Lausivan Grangeiro Corrêa

Hilda Maria Girardi Medeiros Marilene Gerent

Rita de Cássia A. Barraca Gomes Taiza Mara Rauen Moraes

Valéria Alves

Comissão Científica Adair de Aguiar Neitzel Nielson Ribeiro Modro

Taiza Mara Rauen Moras

Equipe de Apoio Amanda Corrêa da Silva (PROLER)

Fábio Henrique Nunes Medeiros (PROLER) Gabriela Huller (PROLER)

Jussara Cascaes Longarzo (Eventos) Sônia Regina Biscaia Veiga (PROLER)

Diagramação Gabriela Huller

Campus Joinville - Rua Paulo Malschitzki, nº 10

Campus Universitário - Zona Industrial Joinville SC - CEP: 89219-710

Fone: (47) 3461-9000 | Fax: (47) 3473-0131

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APRESENTAÇÃO

O 16º Encontro do PROLER de Joinville, 3º Seminário de Práticas Leitoras e 3º Seminário de Pesquisa em linguagens, leitura e Cultura – Memória, atuação e projeção - uma reflexão sobre os 20 anos do PROLER Nacional - tem como proposição discutir questões que envolvem políticas de leitura em rede/ sujeitos/ diversidades culturais, para ampliar espaços de compreensão do mundo que facilitem a convivência, gerando atitudes mais conscientes e, portanto, realizadoras de ações leitoras que transformem a sociedade.

O evento prevê a discussão e a fortificação da proposta de política de leitura para a região, integrando instituições educacionais e culturais: Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE, SESC, UNIMED, Secretarias Municipal e Estadual de Educação, Fundação Cultural de Joinville e Bibliotecas públicas e escolares.

A implementação do Plano Municipal do Livro e da Leitura – PMLL - é uma meta a ser atingida para ampliar as condições efetivas que permitam às pessoas reconhecer seus direitos e deveres e promover uma articulação em âmbito nacional em conexão com o Plano Nacional do Livro e da Leitura - PNLL. O encontro promoverá um diálogo político com a sociedade objetivando vencer os problemas de acesso à leitura, partindo do princípio de que as questões que dificultam a democratização do livro e da leitura se solucionam de forma mais adequada quando discutidas em rede.

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3º SEMINÁRIO DE PESQUISA EM LINGUAGENS, LEITURA E

CULTURA

ÍNDICE

“SE FOI VIAJAR, POR QUE NÃO VOLTA?” A MORTE NA LITERATURA INFANTIL JUVENIL ........................6

A FORMAÇÃO ESTÉTICA E LITERÁRIA POR MEIO DO LIVRO DIDÁTICO ....................................................9

A LITERATURA INFANTIL JUVENIL E A ESTÉTICA DA RECEPÇÃO ............................................................ 10

ARQUITETURA NEO-ENXAIMEL EM SANTA CATARINA: PATRIMÔNIO DE AMANHÃ? .......................... 12

CINEDUCAÇÃO - COLORIZAÇÃO, RECORTE E DESENHO ........................................................................ 13

CINEMA DOCUMENTÁRIO; POTY LAZZAROTTO .................................................................................... 14

CONTRIBUIÇÕES PARA A INTERPRETAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DA ARQUEOFAUNA A PARTIR DO ESTUDO

COMPARATIVO ENTRE PERFIS DOS SAMBAQUIS CUBATÃO I E ESPINHEIROS II EM JOINVILLE – SC .... 16

DIVERSIFICANDO PROPOSTAS, O PROJETO DE EXTENSÃO CINEDUCAÇÃO .......................................... 18

DOCUMENTÁRIO: MEMÓRIAS FAMILIARES SOBRE A CULTURA DO CATUMBI .................................... 19

DOCUMENTÁRIO: SER É A QUESTÃO! ................................................................................................... 21

DOCUMENTÁRIO: TERNO DE REIS: CULTURA EM MOVIMENTO .......................................................... 23

FORMAÇÃO DE LEITORES DO LITERÁRIO: UMA EXPERIÊNCIA NA ESCOLA DA PONTE ......................... 25

FORMAÇÃO DE LEITORES NA ESCOLA PÚBLICA O PIBID DE LETRAS E AS ESTRATÉGIAS DE LEITURA .. 26

GIRANDO O CALEIDOSCÓPIO – MEMÓRIAS COMO BUSCA IDENTITÁRIA E LEGITIMADORA DA

CULTURA DE CRIANÇAS ABRIGADAS ..................................................................................................... 27

HISTÓRIA E MODA: REFLEXÕES SOBRE A GUERRA FRIA ATRAVÉS DA MODA. USOS E ABUSOS EM SALA

DE AULA. ................................................................................................................................................ 28

JOINVILLE: IDAS E VINDAS, MITOS E MEMÓRIAS .................................................................................. 30

LEITURA LITERÁRIA EM MEIO ELETRÔNICO: UMA EXPERIÊNCIA DE LEITURA EM BIBLIOTECA VIRTUAL

............................................................................................................................................................... 31

LITERATURA INFANTIL CONTEMPORÂNEA: ESPAÇO DE HIPERTEXTUALIDADE E FRUIÇÃO .................. 32

MATEMÁTICA NA LITERATURA: VIDA E OBRA DE MALBA TAHAN ........................................................ 33

O PIBID DE LETRAS - LITERATURA E CULTURA BRASILEIRA ................................................................... 34

PROLER E ARTE VISUAL REGIONAL: A FORMAÇÃO ESTÉTICA NA ESCOLA ............................................ 35

QUADRINHOS JOINVILENSES EM LIVRO ................................................................................................ 36

UMA LEITURA PARTICIPATIVA............................................................................................................... 37

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“SE FOI VIAJAR, POR QUE NÃO VOLTA?” A MORTE NA LITERATURA INFANTIL JUVENIL

Ana Paula Kinas Tavares

Acadêmica do curso de Letras Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE

Orientadora: Sueli de Souza Cagneti RESUMO "Não há nenhum mal na vida para aquele que bem compreendeu que a privação da vida não é um mal. Saber morrer liberta-nos de toda sujeição e imposição." (MONTAIGNE) A morte sempre esteve entre os temas reincidentes da humanidade, assim aparece na literatura de diferentes épocas retratando as visões vigentes. Embora ainda hoje não tenha deixado de ser um tabu, há muito tempo, a compreensão da morte é considerada fundamental para o desenvolvimento cognitivo e para a formação da personalidade do indivíduo, ou nas palavras do filósofo Sêneca: “Vive mal quem não sabe morrer bem.” Construtivamente, a Literatura Infantil Juvenil contemporânea traz novas visões da morte, sendo vista como natural e parte constitutiva da vida; não mais carregando aquela bagagem negativa, visível nos contos de fada, por exemplo. Nesta perspectiva, a presente comunicação faz parte da necessidade sentida pelo Projeto de Iniciação Científica voluntário de mesmo nome - realizado em 2012 na Universidade da Região de Joinville -, de incentivar a leitura e análise das obras que naturalizam a morte e permitem a crianças e jovens um bom entendimento da finitude da vida; bem como, a produção de novos trabalhos sobre este tema ainda pouco explorado. Esta pesquisa teve como objetivo principal a identificação e promoção de tais livros, mais de 50 obras foram lidas, além de materiais teóricos sobre desenvolvimento infantil nas áreas de literatura e psicologia, para que pudessem ser categorizadas em abordagens desmistificadoras do conceito negativo da morte. Assim, as obras mais significativas foram organizadas em quatro abordagens: aprendizagem do lidar com a morte, o viver dos que ficam; preparação para morrer; busca por explicações (do depois ou o porquê de acontecer); e acontecimento natural. Embora haja livros que mesclem duas ou mais abordagens, como critério didático nesta comunicação será analisada apenas uma abordagem em cada obra selecionada. ""Vô, eu sei domar abelhas"", de Monika Feth e Isabel Pin (Brinque-Book, 2008), ""Vó Nana"", de Margaret Wild e Ron Brooks (Brinque-Book, 2000), ""A preciosa pergunta da pata"", de Leen van den Berg e Ann Ingelbeen (Brinque-Book, 2009), e ""O herói imóvel"", de Rosa Amanda Strausz e Rui de Oliveira (Rovelle, 2011), serão aqui analisados, pois são possíveis de observar aspectos marcantes observados na pesquisa, como: o protagonismo animal ou infantil, a construção gradual da conceituação da morte, a busca por referenciais nos adultos ou amigos e a necessidade do compreender, sem que se exclua a dor natural do sentimento de perda. “Vô, eu sei domar abelhas” é um claro exemplar da abordagem que trabalha com o desenvolvimento da compreensão da morte, de como viver após a “perda” de um ente querido, neste caso. É a partir de um menino chamado Diego que a autora levanta a questão de que a criança buscará seu entendimento de morte, o porquê de seu avô ter partido e para onde ter ido. Como viver com isso? O protagonista ouve os demais familiares e recebe variadas respostas comuns aos adultos (explicações religiosas, eufemismos e metáforas), também sua irmã adolescente, ainda que não bem compreenda, tenta

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ajudá-lo, dizendo que é só o corpo do vovô que está enterrado. Mas, nada disso parece ajudar Diego a lidar com a saudade, com a ausência e as dúvidas. Assim como muitas crianças, as imagens de Isabel Pin mostram o isolamento e a tristeza do menino. Por fim, ele próprio desenvolverá sua compreensão, seu modo de suportar a saudade, através do que aprendeu com o avô ainda em vida. Mais que domar abelhas, Diego aprende a conviver com o irreversível e natural acontecimento da morte.“Vó Nana” é outra doce obra, bastante acessível às crianças menores, que através de personagens animais (avó e neta leitoas) discute o tema morte de forma leve e natural. Essa avó vê-se ao fim de sua vida e faz todos os preparativos para que não deixe pendências, despede-se das coisas de que gosta e deixa seus ensinamentos à neta. É possível, no entanto, que uma criança ouça algumas vezes esta história sem que se dê conta do falecimento ocorrido. Não é problema algum! A conceituação e compreensão da morte deve ser gradual e ter aberturas para ressignificações, assim com a leitura de um livro, pode ser percebida aos poucos e não necessita de respostas e conclusões definitivas. Até porque, pelas razões já comentadas, muitas vezes o leitor ignora determinados aspectos do lido porque ainda não está maduro para aceitá-lo.Já “A preciosa pergunta da pata” é um dos poucos livros que vem na contramão, traz o óbito infantil. É a mãe (neste caso, uma pata) que sofre e questiona o que acontece depois da morte. Elementos da natureza personificados, animais e pessoas refletem o que serão quando morrerem. Algumas vezes uma resposta vem de encontro a anterior, como em: “- Sentarei no colo do Sol – sussurrou o floco de neve. / - Finalmente não sentirei mais tanto calor – bufou o Sol.” (p. 31). Ainda assim de uma forma ou de outra, os amigos ajudam a pata a encontrar sua própria resposta.E “O herói imóvel” é entre os livros aqui analisados, o mais recente exemplar da morte vista como parte constitutiva da vida. Através de delicados trabalhos imagético e verbal, um garoto revela sua natural relação com a doença terminal do pai e com a finitude de tudo que é vivo. O contato com o pai – caso pouco comum em nossa sociedade, em que as crianças costumam ser afastadas de doentes ou de idosos – não só faz com que o menino aproveite seu tempo com ele, como permite que muito aprenda. São os ensinamentos como o importante ser deixar “frutos”, sejam filhos, lembranças ou ações, que permitem ao protagonista o bom entendimento do acontecimento da morte. A pretensão é poder divulgar ao maior número possível de pessoas, especialmente àquelas que promovem espaços para a leitura e escolha de livros, como professores, agentes de leitura, bibliotecários, pesquisadores e acadêmicos, a necessidade de bem compreender a morte e o grande alicerce que a literatura contemporânea pode ser. " Palavras-Chave: Morte, Literatura Infantil, Contemporaneidade.

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A CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS NA FORMAÇÃO DE LEITORES

Meurly Katiline dos Santos Carla Carvalho

Adair de Aguiar Neitzel Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI

O ContArte é um projeto de extensão vinculado ao PROLER UNIVALI e tem como

eixo sustentador a metodologia da leitura fruitiva que compreende o livro como um

objeto artístico a ser apreciado. Ele promove a formação do sensível através de

contação de histórias, recitais literários e rodas de leituras. Como resultados

apresentamos: 13.709 alunos atendidos entre os anos de 2009 a 2012 e 594

professores iniciados na metodologia da leitura fruitiva por meio da formação

continuada.

Palavras-Chave: Contação de Histórias; Leitura fruitiva; Formação de Leitores;

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A FORMAÇÃO ESTÉTICA E LITERÁRIA POR MEIO DO LIVRO DIDÁTICO

Fabiana Henrique

Grupo de pesquisa cultura, escola e educação, PPGE Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI

RESUMO Este artigo apresenta análises referentes às concepções que os livros didáticos exibem do texto literário. Parte-se do princípio de que a literatura tem uma função estética que precisa ser considerada para auxiliar na formação de leitores literários. Nesta etapa da pesquisa, analisamos três livros para os alunos de seis anos do ensino fundamental com o objetivo de investigar como o livro didático aborda o texto literário - sua concepção de literatura e os gêneros privilegiados. É uma pesquisa documental, de abordagem qualitativa. Os procedimentos metodológicos foram: a) construção de roteiro de análise; b) adaptação da tabela construída por Kaufman (1995); c) leitura e análise dos textos e atividades; d) leitura das resenhas do PNLD 2010. Dos três livros analisados, um faz com frequência o uso inadequado do texto literário, sem respeitar as categorias do texto ficcional; dois deles mantém uma preocupação explícita com a formação de leitores, respeitando a função estética do texto literário, adotando como concepção a literatura fruitiva. Palavras-Chave: literatura; livro didático; formação de leitores

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A LITERATURA INFANTIL JUVENIL E A ESTÉTICA DA RECEPÇÃO

Rosane Patrícia Fernandes Mestranda do Mestrado em Patrimônio Cultural e Sociedade.

Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE Orientadora Sueli de Souza Cagneti

RESUMO A literatura assim como o ato de ler se constituem numa experiência multidisciplinar e enriquecedora, certa a despertar a curiosidade do saber mais, ao permitir que se estabeleçam múltiplas relações entre o sujeito e o mundo que o rodeia. Nesta perspectiva, a estética da recepção, teoria nascida no final do século XX, na Alemanha defendida pelo teórico alemão Hans Robert Jauss, é uma corrente que valoriza o leitor no processo da leitura preocupando-se com o modo como o texto é lido e assimilado pelo leitor. E de como ele é relacionado pelo receptor com os contextos históricos, com o objetivo de reconstituírem as condições históricas responsáveis pelas reações provocadas pela literatura. Jauss considerava importante levar em conta as condições históricas e o contexto social que moldam e influenciam a atitude do receptor do texto, considerando que a tríade autor-obra-leitor desenvolve uma sinergia que contribui para a interpretação e a construção de inúmeros sentidos para o texto. É nessa intervenção do leitor com a obra que faz com que o horizonte da obra não seja único, nem pré-determinado. Dessa forma o leitor não é entendido como alguém passivo, mas um indivíduo que a partir de seus questionamentos poderá transformar completamente o objeto recepcionado. Assim, leitor e texto entram em uma relação simbiótica de experiências e sentidos, porque para Jauss “obra literária não é um objeto existente em si mesma e que apresenta em todo tempo e a todo observador a mesma aparência”. Jauss em sua teoria ainda suscita a problemática acerca do leitor, em querer compreender como agem as ressignificações na experiência de fruição dessa recepção, que estaria dividida em efeito e recepção. Onde o efeito seria uma ocasião condicionada pelo texto e a recepção um momento condicionado pelo leitor. Então o sentido seria efetivo na ligação desses dois momentos; o apresentado pelo texto e o trazido pelo leitor determinado por suas experiências. Vista assim, a teoria desenvolvida por Jauss pode ser vastamente explorada para a compreensão de como as crianças interpretam e reagem as diversas problemáticas que se apresentam, e que aos poucos vão influenciando no processo identitário desses sujeitos e definindo seu modo de ser e agir, pois as narrativas e as histórias remetem a criança para uma observação do quotidiano, do universo da sua infância e do ambiente que a cerca. A identidade é entendida como um processo social, e em constante transformação a literatura tem muito a contribuir no fortalecimento da identificação do sujeito que esta sempre em transição com o meio em que vive, talhando assim o pertencimento e construindo os significados. Muito se tem escrito sobre a importância da literatura na construção da identidade da criança, que segundo Bastos são duas as dimensões dessa identidade explorada pela literatura: a “interiorização do eu e inserção social; dimensões essas que permitem a evolução da afetividade, do sentimento moral, da correlação do pensamento-imaginação, inter-relação da vontade e da inteligência, bem como as múltiplas possibilidades de integração num grupo, ou com o meio” Para autores como Dacosta “A vivência dos mais diversos sentimentos, através da literatura, permite à criança a maturação psicológica e a compreensão do outro, os

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que não têm experiência literária são muitas vezes imaturos, torna-se-lhes difícil à compreensão do outro e é por isso que o mundo se desumaniza”. Em meados de 70 e 80 do século XX, surgiram novas tendências na literatura infantil, relacionadas com as questões ambientais, as questões multiculturais e as questões políticas. As questões ambientais aparecem neste contexto como umas das grandes preocupações da nossa sociedade começam, então, a surgir histórias que abordam a defesa dos animais no seu habitat, a poluição do planeta, o desaparecimento dos recursos naturais, à defesa das árvores e de espaços urbanos mais harmoniosos e verdes. Puxado por essa tendência nos anos 90, a temática do desenvolvimento sustentável perpetua os valores ambientais explícitos na literatura infantil juvenil. Compreendida como a preocupação pela busca de um equilíbrio abalado pelo avanço tecnológico, pelo crescimento urbano desordenado . A partir do que foi exposto neste breve escrito é possível perceber que estudos a cerca da estética da recepção tem muito a contribuir com o desenvolvimento de um novo olhar, quem sabe mais atento acerca das potencialidades da Literatura Infantil juvenil, como vetora na transmissão de ideias, questionamento e valores. Não se tratando de instrumentalizar a Literatura Infantil juvenil, mas de explorar todas as suas potencialidades, visto que a leitura é a percepção, ao exigir que os leitores, se envolvam com ela, evidenciando a ideia de que o ato de ler não é abstrato, mas sim uma relação dialógica com seu leitor contribuindo assim para sensibilização sobre temas emergentes como identidade, pertencimento e sustentabilidade entre as crianças. Palavras-Chave: Literatura infantil juvenil; estética da recepção;

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ARQUITETURA NEO-ENXAIMEL EM SANTA CATARINA: PATRIMÔNIO DE AMANHÃ?

Maurício Biscaia Veiga Mestrando em Estética e História da Arte

Universidade de São Paulo, USP/MAC

RESUMO A comunicação é uma síntese da discussão sobre o neo-enxaimel disseminado a partir do final da década de 1970, em algumas cidades da região nordeste de Santa Catarina, em especial, Blumenau e Joinville, cidades que promoveram políticas de incentivo para a construção de novas edificações inspiradas na antiga técnica arquitetônica do enxaimel, a qual havia sido trazida ao Brasil pelos imigrantes alemães no século XIX. Desta forma, com o intuito de promover o turismo na região, criou-se um estilo arquitetônico, o neo-enxaimel, uma vez que estas novas construções não tinham como objetivo resgatar ou perpetuar a antiga técnica, mas transformar a estética urbana do centro destas cidades, de forma a se valorizar e reafirmar uma possível identidade germânica. Assim, os encaixes de madeira vistos em suas fachadas não fazem parte de sua estrutura, como era nas antigas casas, sendo apenas decorativos. Se, por um lado, esta nova arquitetura encanta turistas e transeuntes, que realmente acreditam em sua legitimidade enquanto patrimônio arquitetônico, por outro ela provoca discussões sobre sua autenticidade. Na época de sua construção, ao mesmo tempo em que havia elogios por parte daqueles que acreditavam que isso valorizava as tradições germânicas, havia também várias críticas, especialmente de arquitetos e historiadores, os quais consideravam que estas imitações apenas depreciavam o autêntico enxaimel, criando uma arquitetura Kitsch, um pastiche. Foram até mesmo criados nomes pejorativos, como enxamelóide e enxaimeloso. No entanto, embora ainda hoje a arquitetura desta época divida opiniões, é inegável que ela adquiriu um grande valor simbólico ao ser incorporada ao imaginário social, tendo algumas das edificações se tornado símbolo destas cidades, além de populares atrativos turísticos, como o Castelinho de Blumenau, ou o mercado municipal e o pórtico, em Joinville. Assim, o neo-enxaimel pode vir a ser, futuramente, considerado patrimônio cultural e protegido como tal, não por seu valor arquitetônico ou artístico, visto que é apenas cópia, mas por seu valor simbólico como a arquitetura de uma época e também por fazer parte da memória coletiva. Isto é hoje apenas uma hipótese, devendo ocorrer, ou não, somente daqui a alguns anos ou décadas. Porém, ao se analisar historicamente os estilos arquitetônicos, vê-se que um estilo renegado em uma época passa a ser valorizado posteriormente. Pode-se citar como exemplos a arquitetura gótica medieval, que foi renegada pelos renascentistas e foi posteriormente elevada a estilo nacional em vários países europeus, culminando, inclusive no surgimento do neogótico; a arquitetura eclética e historicista do século XIX e início do XX, que foi amplamente condenada pelo movimento modernista e hoje é amplamente valorizada; além do próprio enxaimel catarinense, antes considerado uma simples técnica de arquitetura popular e hoje tombado como patrimônio nacional. Palavras-Chave: Arquitetura neo-enxaimel, patrimônio cultural.

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CINEDUCAÇÃO - COLORIZAÇÃO, RECORTE E DESENHO

Pedro Augusto Villas Bôas Acadêmico do curso de Design de Animação Digital

Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE Orientador: Nielson Ribeiro Modro

RESUMO

O projeto de extensão Cineducação tem como objetivo sugerir filmes que possam ser utilizados didaticamente. Um dos desdobramentos do projeto é a publicação de livros dentre os quais se destaca o Cineducação em Quadrinhos (2006) com a teoria do projeto apresentada na forma de história em quadrinhos. Em 2011 foi iniciado o projeto de adaptar o livro para vídeo, transformando-o em um curta animado em 2D. Para isto toda a linguagem do livro precisou ser “retrabalhada”, partindo das imagens originais para através de recortes, remontagens e colorização ter material apropriado para o processo de animação gráfica. As páginas foram recortadas e coloridas digitalmente no Adobe Photoshop, editor de imagens, e posteriormente adaptadas parar passar no formato de tela mais recente “widescreen”, com a possibilidade de ser exibida até em telas de cinema, sem perdas na qualidade. A paleta de cores foi definida no início do projeto. Atualmente o vídeo se encontra na fase de execução, sendo animado por partes e transpondo a linguagem dos quadrinhos (livro/estática) para a linguagem audiovisual (filme/movimento). Palavras-Chave: cineducação, quadrinhos, filme

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CINEMA DOCUMENTÁRIO; POTY LAZZAROTTO

Karla Adriana Nascimento Mestranda do Mestrado em Patrimônio Cultural e Sociedade.

Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE RESUMO Presente na história do cinema desde seu início o gênero documentário é usado por muitos realizadores como ferramenta de leitura do mundo. Eles se apropriam de estruturas narrativas e de recursos midiáticos para disseminar informações e mostrar ao público a sua visão sobre determinado assunto. O projeto de documentário cinematográfico tem o objetivo de publicizar a obra do artista plástico Poty Lazzaroto, circulante na cidade de Curitiba. O artista retratou o cotidiano dos curitibanos, e se constitui como referência identitária. Nos murais espalhados pela cidade estão retratados os colonos de Santa Felicidade em carroças, a paisagem natural repleta de pinheiros e referências aos povos indígenas e a arquitetura dos imigrantes. O início do projeto intitulado “Pelos Traços de Poty” se deu em forma de pesquisa bibliográfica e documental, tal pesquisa culminou no desenvolvimento do argumento para o documentário. No ano de 2009 o projeto foi inscrito no edital do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura – PAIC da Fundação Cultural de Curitiba – FCC, depois de alguns meses saiu o resultado e ele foi contemplado na modalidade do Mecenato Subsidiado, iniciava-se ali outra etapa, a de captação de recursos. Após um processo seletivo, a Superintendência de Varejo Estadual do Paraná do Banco do Brasil incentivou o projeto, iniciava-se naquele momento a pré-produção do documentário “Pelos Traços de Poty”. Nessa etapa, as pesquisas foram aprofundadas e foram feitos os contatos com os entrevistados. Durante a produção, aconteceram as entrevistas e as filmagens pela cidade de Curitiba. Na pós-produção, além da edição de imagens e do som, foram providenciadas as legendagens, a autoração do DVD e as cópias desse. O resultado compreende em um documentário curta-metragem de 15 minutos, expositivo, biográfico, sobre a vida e a obra do artista plástico Poty Lazzarotto, finalizado em abril de 2012. Seu tema abrange a vida e a obra de Napoleon Potyguara Lazzarotto, o artista plástico curitibano. O documentário foi filmado inteiramente na cidade de Curitiba em tecnologia digital, sendo a fotografia e a montagem assinadas pelo premiado diretor Beto Carminatti, já a trilha sonora original foi composta por Rodrigo Janiszewiski e Fabiano O Tiziu. O documentário coloca em circulação inúmeros trabalhos, entre capas de livros, vitrais e principalmente painéis em azulejo e em concreto. Trabalhos que permitiram a ele imprimir sua marca na cidade de Curitiba. No documentário estão inseridas entrevistas de João Lazzarotto (irmão do Poty), Maria Ester (pesquisadora), Regina Casillo (historiadora de arte), Adoaldo Lenzi (artista plástico), Domicio Pedroso (artista plástico), Carlos Dala Estella (artista plástico) e de Daniela Pedroso (arte-educadora). O artista nascido em Curitiba em 1924, desde criança se mostrava apaixonado por desenhos e gravuras. Em 1946, partiu para estudar no Rio de Janeiro onde trabalhou com nomes consagrados do modernismo, como Portinari e Di Cavalcanti. Depois foi estudar em Paris. Na volta ao Brasil, fixou-se em São Paulo, onde realizou uma série de painéis e murais. Ao voltar para Curitiba, dedicou-se a cobrir a cidade com suas obras. O último trabalho foi um painel em mosaico, para o Teatro Calil Haddad, de Maringá, concluído em 1997, mas somente inaugurado em 2000, dois anos depois de sua morte. O curta foi selecionado pelo

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Centro Técnico Audiovisual – CTAV para realizar os serviços de transfer para 35mm e mixagem de som, o áudio está disponível em stereo e em cinco canais, licenciado pela Dolby. O Instituto Cultural Brasil Argentina - ICBA apoiou o projeto realizando as traduções dos diálogos para as línguas inglesa e espanhola. Seu desempenho em festivais de cinema até o momento inclui o prêmio de “Melhor Direção de Fotografia” no Festival de Cinema Curta Amazônia em Junho de 2012 e Seleção oficial para concorrer ao prêmio de “Melhor Documentário” no Festival Iberoamericano de Sergipe (ainda não divulgado o resultado). Palavras-Chave: documentário; arte de Poty Larazzaroto; referências identitárias curitibanas

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CONTRIBUIÇÕES PARA A INTERPRETAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DA ARQUEOFAUNA A PARTIR DO ESTUDO COMPARATIVO ENTRE

PERFIS DOS SAMBAQUIS CUBATÃO I E ESPINHEIROS II EM JOINVILLE – SC

Liliane Jacinto Zerger,

Pós-graduada em Gestão e Educação Ambiental Associação Catarinense de Ensino - ACE

RESUMO O litoral brasileiro teve sua ocupação humana muito anterior à chegada dos primeiros europeus. Estima-se que os primeiros registros da ocupação humana no litoral catarinense tenham ocorrido a 6000 anos antes do presente (AP). Segundo Bigarella (1949), no litoral catarinense foram registrados sítios arqueológicos distribuídos ao longo da costa em locais de alta produtividade primária, como manguezais, rios e lagoas. Os primeiros grupos humanos conhecidos ocupantes do litoral catarinense foram pescadores, coletores e caçadores e marcaram sua presença por construir montes de conchas conhecidos como sambaquis. Estes grupos ocuparam a linha da costa, por pelo menos 4000 anos. Os sambaquis são colinas artificiais de dimensão e datação variadas, sendo mais de 80% da sua composição representados por conchas de moluscos bivalves, além de enterramentos, artefatos, ossos, dentes, restos de peixes, aves, répteis, vegetais entre outros. Posteriormente, houve a ocupação do litoral por grupos detentores de conhecimento para a fabricação e manuseio da cerâmica. A cerâmica aparece nas atividades diárias como estratégia de armazenamento e cozimento dos alimentos, fato não observado entre os pescadores-coletores Este grupo cultural subsistiu preferencialmente de recursos marinhos, principalmente peixes . Provavelmente eram horticultores. Um dos primeiros aspectos da pesquisa arqueológica em sambaquis é o estudo de suas camadas que nos remete obrigatoriamente à análise de sua composição faunística. Porém, além dos índices tradicionais em zooarqueologia. NISP e NMP (Número de Peças Identificadas e Número Mínimo de Indivíduos), o estudo das camadas requer também índices que forneçam dados sobre a fragmentação dos vestígios e dados tafonômicos, os quais conduzem a informação sobre aspectos da formação do sítio. O propósito primário da zooarqueologia é aprender sobre a interação dos homens e dos animais e a conseqüência deste relacionamento para ambos. Uma das principais formas de utilização dos animais é para a alimentação. O uso de nutricional de plantas e animais forma a base da estratégia de subsistência. A zooarqueologia apesar de conhecida por arqueólogos brasileiros desde seus primórdios como disciplina, ainda é vista essencialmente como um meio de identificar e contabilizar as espécies animais encontradas em determinados sítios. As análises dos restos faunísticos do sul do Brasil visaram, até o momento, descrever os hábitos alimentares das populações de pescadores-coletores e ceramistas. No Município de Joinville existem 42 sambaquis cadastrados, embora extra-oficialmente estima-se que estes números ultrapassem os dados. Estes sítios são encontrados em zona rural, urbanas e costeiras, estando sob a responsabilidade do MASJ, fundado em 1969 para abrigar a coleção do pesquisador autônomo Guilherme Tiburtius. Um dos sítios arqueológicos objeto desta pesquisa é o sambaqui Cubatão I situado na área rural

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do município de Joinville – SC, na Fazenda Trevo, às margens do Rio Cubatão. O Sambaqui Cubatão I faz parte de um conjunto de 7 sítios da embocadura do Rio Cubatão. Este rio desemboca no sul do Canal do Palmital, no fundo e a norte da Baía da Babitonga, situada no litoral norte de Santa Catarina. Por estar localizado às margens do rio Cubatão este sítio arqueológico manteve-se constantemente úmido favorecendo a preservação de material de origem vegetal. No entanto, este mesmo rio que evidenciou e preservou o material arqueológico é também responsável por sua degradação devido às ações abrasivas da maré que desmoronam permanentemente porções do sítio em forma de blocos formando perfil com cerca de 8 m de altura máxima por 110 m de comprimento. Por estas razões, o Sambaqui Cubatão I necessita de intervenção urgente para sua salvaguarda justificando a necessidade de garantir informações mínimas sobre os sítios e materiais arqueológicos raríssimos em acelerado processo de desaparecimento, contribuindo para o registro da estratigrafia e materiais da porção do sítio que está erodindo. O presente trabalho visa à ampliação da compreensão dos povos que construíram os sambaqui da região de Joinville ou baia da Babitonga por meio de comparação dos resultados obtidos em projetos de pesquisas arqueológicas realizadas nos sambaquis Cubatão I e Espinheiros II – dois sítios de mesma tipologia e com datação e ocupação aproximada - cujo foco foi o estudo de perfis estratigráficos e em particular os restos faunísticos. A pesquisa no sambaqui Cubatão I foi realizada pelo Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville, do qual a autora fazia parte e a pesquisa realizada no Sambaqui Espinheiros II foi desenvolvida pelo Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo. Em pesquisa realizada no sambaqui Espinheiros II as análises zooarqueológicas dos sedimentos de duas áreas diferentes (uma sondagem e um perfil), permitiram identificar duas fases distintas em sua formação. Na primeira fase, o sítio é constituído quase exclusivamente por conchas de berbigão, na segunda fase de sua formação e ocupação, a coleta de berbigões é acompanhada além de mariscos e ostras, por uma atividade pesqueira intensa . Os materiais obtidos nas amostras coletadas no Sambaqui Cubatão I foram pesados de modo a obter o P0 peso inicial, depois foram peneiradas com água em peneira de 2 mm para separar o material passível de análise obtendo-se o (P1). O processo de triagem foi feito com auxílio de pinça e lupa binocular obtendo-se os seguintes constituintes: conchas (bivalve e gastrópode), ossos, restos vegetais e rochas. As coletas foram realizadas com tubos de PVC de diferentes diâmetros, para atingir camadas de espessuras variadas, todos com 1 litro de volume. No sambaqui Espinheiros II, as coletas não foram realizadas segundo peso ou volume o que seria mais indicado, mas de acordo com a representatividade de cada camada. A partir dos resultados obtidos, realizamos uma comparação com as conclusões geradas pelo estudo do Sambaqui Espinheiros II. É importante considerar que as análises apresentadas anteriormente são resultados pontuais de uma pequena amostragem de um grande universo. Assim, seria ingênua qualquer tentativa de extrapolar estes resultados para o sítio como um todo. Porém, estes dados quando associados a outros que serão produzidos em pesquisas já em andamento e outros que porventura vierem, contribuirão para compreender o processo de formação e subsistência de populações pretéritas que viveram neste ambiente. Palavras-Chave: sambaqui, perfil estratigráfico, zooarqueologia.

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DIVERSIFICANDO PROPOSTAS, O PROJETO DE EXTENSÃO CINEDUCAÇÃO

Nielson Ribeiro Modro

Professor do curso de Letras Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE

RESUMO Site de Apoio Didático, para Professores, para Utilização de Filmes em Sala de Aula”, é vinculado ao departamento de Letras e objetiva sugerir filmes que possam ser usados didaticamente. O projeto já participou de cerca de uma centena de eventos acadêmicos e muitas publicações, entre elas a parceria que durou quase três anos com o jornal paulista A Turma do Pulguinha, com periodicidade mensal. Também foram publicados cinco livros através do projeto: Cineducação: Usando o Cinema na Sala de Aula (2005); Cineducação 2: Usando o Cinema na Sala de Aula (2006); Cineducação em Quadrinhos (2006); Nas Entrelinhas do Cinema (2008); e, O Mundo Jurídico No Cinema (2009). Durante o ano de 2011 o livro Cineducação em Quadrinhos começou a ser transformado em uma animação; também foi iniciada a produção do programa semanal Cinema no Ar, junto com a rádio educativa Udesc FM, e ainda o site do projeto foi totalmente reformulado e hospedado em um novo servidor. Em 2012 estreou o programa Papo e Cinema na TV Babitonga e está sendo finalizado um novo livro voltado para crianças. O site do Cineducação encontra-se em: http://www.modro.com.br/cinema. Palavras-Chave: Cineducação, cinema, educação

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DOCUMENTÁRIO: MEMÓRIAS FAMILIARES SOBRE A CULTURA DO CATUMBI

Alan Roger Sousa

Bruna Regina Borba da Silva Elder Diego Catarino

Eloísa Cataneo Priscila Fernanda Ferreira

Acadêmicos do curso de Letras Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE

Orientadora: Taiza Mara Rauen Moraes RESUMO O Catumbi é um movimento cultural e religioso entre negros escravos e libertos que vinham de várias regiões do país. Segundo Sestrem (2009), o grupo Catumbi é o resultado de uma homenagem a Nossa Senhora do Rosário feita por dois negros escravos que pediram que os escondesse, então com um clarão ofuscou os cães e assim o capitão do mato não os encontrou. Como gratidão, os negros cantavam e dançavam por onde passavam. No Brasil existem três folguedos: O Cacumbi, Quicumbi e Ticumbi que são folguedos afro-brasileiros os quais tem como centro os Reis de Congo e o louvor a São Benedito e Nossa Senhora do Rosário. De acordo com o Sesc Santa Catarina (2009),o Catumbi Itapocu é semelhante ao Cacumbi tradicional, a diferença é que no catumbi são valorizados mais os aspectos religiosos, as características negras juntamente com as características religiosas da região, valorizando a liberdade de opinião em defesa de seus princípios numa sociedade dominada pela etnia branca. Portanto “a luta de espadas tem um valor simbólico, na luta das tradições, não apenas um objeto de coroação ou ascensão de grupos rivais entre si dentro de mesma uma comunidade”. (Sestrem, 2009). A localidade de Itapocu, próxima ao município de Araquari, era conhecida como Porto Sertão, um abrigo de escravos e libertos que mantinham o Catumbi como cultura e em 1854, criaram no povoado a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e assim surgindo a festa. Hoje, existem duas igrejas nessa comunidade: A Igreja do Sagrado Coração de Jesus, que é dos brancos e a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos negros. O Catumbi Itapocu acontece em Araquari, nos dias próximos ao Natal, a partir do dia 16 de dezembro .São realizadas novenas em uma igreja, há cantos, danças de versos centenários. Com o bater de espadas de madeira e arrastar de calçados no assoalho. Todo esse ritual acontece há 150 anos na região. O projeto de documentário cultural têm como objetivos resgatar as memórias do Catumbi. As principais características e os momentos que marcaram a história e os costumes desse movimento cultural e religioso. Será buscado as origens como depoimentos e histórias contadas por pessoas que participaram, viveram e vivem o Catumbi. Os pontos curiosos sobre o que passaram os integrantes desse grupo e os conflitos que passaram os negros dos brancos. A Igreja Nossa Senhora das Graças a qual é conhecida como igreja do Catumbi, situada em São João do Itaperiú, é conhecida por receber devotos ao catumbi, esta igreja será alvo da pesquisa, pois irá mostrar uma parte dos objetivos que o grupo pretende alcançar: a religião. É por meio da cultura que o homem se adapta ao mundo ao seu redor e a realidade. Cada povo/cultura transmite às outras o que aprendeu, gerando assim uma grande diversidade, como é o caso do Brasil, um país onde há várias culturas gerando a rica

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cultura brasileira. Cabral (2006) coloca que todos os seres humanos possuem cultura, mas não é inata e sim adquirida no contato, na convivência com o outro, com grupos. Sabendo de tal relevância que tem a cultura queremos divulgar essa tradição que faz parte da cultura do estado de Santa Catarina e muitas pessoas não a conhecem, pois de acordo com os próprios participantes do movimento ainda falta informação sobre o Catumbi, por isso a cultura não é tão divulgada dentro do estado, pois há várias pessoas de outros estados que vem prestigiar a celebração. Ao nos depararmos com os primeiros dados, percebemos que é um movimento muito rico, com rituais, cada momento da apresentação tem um objetivo, um significado para estar acontecendo, como a coroação dos reis e a escolha das autoridades. Outro aspecto bem interessante é a forma como é dançada, realizada a apresentação do grupo Catumbi: bater de espadas de madeira, arrastar de calçador e tambor feito artesanalmente do coro do cachorro do mato. Segundo participantes, a tradição é passada de pai para filho, o espírito de grupo e a oralidade pela qual vão se perpetuando as letras e os nomes dos mestres puxadores. Há uma riqueza de detalhes, levadas a sério, pois o foco é a religião, a fé. As pessoas entrevistadas tem parentesco com outras que fazem parte do movimento, por isso foram relatadas muitas memórias, lembranças do que sabem a respeito do Catumbi, que poderão ser melhor entendidas, analisadas na exibição do documentário. As histórias registradas desvelam costumes, crenças, que fazem parte do nosso dia a dia e muitas vezes ignoramos como manifestação cultural que expõem nossas raízes. Palavra-chave: religião; cultura catumbi; Itapocu

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DOCUMENTÁRIO: SER É A QUESTÃO!

João Marcos da Silva Luana Francine Mayer

Sônia Regina Biscaia Veiga Talita Fernanda Silva Bolduan

Acadêmicos do curso de Letras Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE

Orientadora: Taiza Mara Rauen Moraes RESUMO A comunicação trata de um documentário sobre uma peça de Shakespeare encenada, dirigida e representada para uma comunidade é, replicar o contato com um dos dramaturgos mais famosos e provar que alguns escritores, mesmo de épocas tão distantes, continuam contemporâneos em seus temas, conquistando leitores e criticando alguns problemas sociais que persistiram através dos anos. O projeto “Ser ou não ser: Shakespeare na Comunidade”, aprovado pela Lei do Mecenato do SIMDEC/2011 da Fundação Cultural de Joinville é coordenado pelos atores e diretores Hélio Muniz e Norberto Xavier Deschamps, com realização do Grupo de Teatro Os Navegantes da Utopia. O objetivo do projeto é montar a peça teatral "Muito barulho por nada" do dramaturgo inglês William Shakespeare, que será apresentada no bairro do Profipo e em locais culturais da cidade. Os ensaios ocorrem todos os sábados das 9h às 12h na E. E. B. Alícia Bittencourt Ferreira. A proposta do projeto é muito significativa para a descentralização da cultura, visto que muitas vezes o que ocorre é a cultura da cidade ficar restrita à área central. Além dessa atividade no Profipo, há outros espaços culturais não centrais, como a Casa Cultural Iririú do Grupo Canto do Povo, o Amorabi no bairro Itinga, o AváRamin no América, a Sala Antonin Artaud no Bom Retiro, entre outros. Visando perceber qual é a real influência que o grupo exerce sobre o bairro, se faz necessário entender qual a história do grupo, do projeto proposto o “Ser ou não ser, Shakespeare na Comunidade” e do próprio bairro. Desta maneira o filme/documentário, tem por objetivo mostrar as relações que o projeto “Ser ou não ser: Shakespeare na comunidade” estabelece com o meio em que está inserido. Através do vídeo, espera-se poder estender o alcance do projeto e dar-lhe maior visibilidade. A pesquisa foi realizada com base no material que o grupo teatral disponibilizou a cerca de teatro (na comunidade) e teatro shakesperiano, assim como em outras mídias que possibilitaram a fundamentação e complementação de informações, além da busca de informações sobre o bairro em si. O resultado das pesquisas gerou um documentário contendo entrevistas com integrantes do grupo de teatro, bem como imagens de ensaios e do bairro. Os resultados parciais mostram que embora a proposta do grupo seja envolver a comunidade, ela ainda não atinge efetivamente o bairro Profipo. Grande parte dos moradores da região não tem conhecimento sobre o projeto ali realizado, mesmo que os ensaios aconteçam numa escola local semanalmente. Os atores da peça, em sua maioria não são moradores do bairro e estão ali justamente por não ter havido adesão da comunidade. Nota-se, no entanto, que os moradores aprovam a ideia proposta de um grupo de teatro comunitário e acreditam que ela possa possibilitar a melhoria da qualidade de vida dos que ali residem. Espera-se que com a finalização dos ensaios e o início das apresentações, a comunidade engaje-se culturalmente e dê um maior espaço para

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propostas como esta, que incentivam a participação de crianças e jovens em atividades culturais e trazem para a realidade dos cidadãos experiências estéticas. Palavra-chave: Shakespeare; Teatro Comunitário; Bairro Profipo Joinville

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DOCUMENTÁRIO: TERNO DE REIS: CULTURA EM MOVIMENTO

Camila Macedo Dhuan Luis Xavier

Jéssica Kleinschmidt Rafael de Souza Soares

Rafael Gomes Vanessa Melo

Acadêmicos do curso de Letras Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE

Orientadora: Taiza Mara Rauen Moraes RESUMO Cultura (do latim Colere – cultivar), nesta simples palavra cabe inúmeros conceitos inacabados de diferentes acepções, dentre esses conceitos destaca-se o Taylor citado por Laraia ( segundo a qual cultura é “aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e aptidões adquiridos pelo homem como membro da sociedade”. Dentro dessa perspectiva entende-se que a cultura encontra-se fragmentada na sociedade e difundida nas diferentes esferas sociais, gerando um novo conceito, a diversidade cultural. Canclini, um dos maiores investigadores em comunicação, cultura e sociologia da América Latina tem seus estudos marcados pelo conceito do hibridismo cultural. que segundo o autor, está presente em todas as partes. Para Canclini (2008, p. 97), o hibridismo entre culturas homogêneas não deve ser pensado apenas a partir de uma perspectiva demasiada pessimista, resumindo-se apenas na negação ou na adaptação durante o contato com essas culturas. Já um mesmo indivíduo pode identificar-se com várias línguas e estilos de vida, não faz sentido, segundo Clanclini(2008), entender identidade apenas como “ o repertório de ações, língua e cultura que permitem a cada pessoa reconhecer que pertence a certo grupo social e identificar-se com ele”. Canclini (1984, p.70) diz ainda que a originalidade cultural “reside na insolência e na liberdade com que tomamos daqui e dali aquilo que necessitávamos para o que desejamos ser”. No Brasil a colonização por diferentes povos permitiu uma variedade cultural muito rica. Em Santa Catarina temos a forte influência da cultura trazida pelos povos germânicos , italianos e açorianos no litoral, isto com a já existência dos povos indígenas, sobretudo Tupi-Guaranis. Dentro desta perspectiva do hibridismo cultural, o vídeo-curta “ Terno de Reis: Cultura em Movimento” vai abordar a tradição do Terno de reis e o seu movimento de transformação ao longo do tempo e também nos diferentes locais em que é reproduzido. Esta cultura foi trazida pelos colonizadores luso-açorianos para as cidades litorâneas do Brasil e também no meio rural, principalmente no estado de Santa Catarina. Esse movimento cultural acontece ainda hoje em várias outras regiões do país, conhecido como “Folia de Reis” e assume características singulares de acordo com cada local, diferenciando-se um pouco do Terno-de-Reis catarinense. O Terno de Reis é inspirado na história bíblica dos Três Reis Magos, Gaspar, Melchior e Baltazar, que seguiram a estrela no céu para o encontrarem o Menino Jesus que nasceu dia 25 de dezembro. No dia 6 de janeiro, os Três Reis chegaram a Belém e presentearam Jesus e Maria com ouro, mirra e incenso. Esta tradição se fundamenta nos ensinamentos cristãos católicos e as apresentações têm inicio sempre em Dezembro ou final de Novembro e encerram no dia 6 de janeiro. Os

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grupos de Terno de Reis eram e ainda são organizados pela própria comunidade, adaptados com outros folguedos lusitanos e a cultura local. Os grupos formados por cantores e instrumentistas percorrem as casas do início da noite ao amanhecer. A apresentação se divide em três partes. Na chegada, saúdam os donos da casa e pedem licença para entrar. No segundo ato, louvam o menino Jesus em frente ao presépio. A cantoria é interrompida quando o dono da casa, seguindo o exemplo dos Reis Magos, presenteia o grupo com bebidas e comidas. A apresentação se encerra com a despedida. Segundo a cultura popular quem recebe o Terno de Reis em sua casa é abençoado. O vídeo propõe uma reflexão sobre a diversidade cultural, tendo como exemplo o Grupo de Terno de Reis de Joinville, Estrela Guia, para contrapor a ideia do resgate das culturas dos colonizadores para manutenção da sua pureza e originalidade, demonstrando que essa tradição se reconfigura com o tempo, porém é resinificada pelos integrantes do grupo que mantém a tradição. Palavras-Chave: Terno-de-Reis; Tradição; Hibridismo

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FORMAÇÃO DE LEITORES DO LITERÁRIO: UMA EXPERIÊNCIA NA ESCOLA DA PONTE

Patrícia Cesário Pereira Offial

Universidade do Val do Itajaí - UNIVALI RESUMO

Essa comunicação é uma síntese da dissertação Formação de Leitores do Literário: uma experiência na Escola da Ponte e apresenta um estudo com o propósito de compreender a concepção de literatura da Escola da Ponte e sua ressignificação na prática cotidiana. Debruça-se, também, em entender como arte, em especial, a literatura, pode contribuir para a educação estética do sujeito principalmente no ambiente escolar. Tendo em vista que a literatura é arte, faz-se necessário observar que o texto literário possui uma função estética e que seu tratamento na escola necessita respeitar essa função mediante uma escolarização adequada do texto literário. O percurso metodológico foi norteado pelos pressupostos da pesquisa qualitativa (GIL, 1999), com dados produzidos a partir de observações, entrevistas e questionários realizados na escola da Ponte. As discussões que este estudo propõe estão ancoradas em um conjunto de teóricos multirreferenciais a partir da concepção da literatura fruitiva, respaldada por Eco (2010), Culler (1999), Barthes (2010), Calvino (1996), dentre outros. Os resultados apontam para algumas proposições acerca do ensino da literatura na Escola da Ponte e das contribuições que essa metodologia pode trazer para a formação estética dos sujeitos. Palavras-Chave: Literatura. Escola da Ponte. Formação Estética

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FORMAÇÃO DE LEITORES NA ESCOLA PÚBLICA O PIBID DE LETRAS E AS ESTRATÉGIAS DE LEITURA

Cleide Jussara Müller Pareja

Rafael Moura de Morais Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI

RESUMO Projeto de leitura realizado na Escola de Ensino Médio Professor Henrique da Silva Fontes, Rede Estadual, Itajaí – SC, com o objetivo de formar leitores segundo a metodologia da literatura fruitiva. A partir de diagnóstico, os licenciandos de Letras da UNIVALI propõem estratégias de leitura diferenciadas em verso e prosa, tendo o livro como objeto estético, a fim de contribuir à qualificação do ensino da escola pública, formação estética de leitores, ampliação de acervo bibliográfico e aproximação autor – livro – aluno; colaborando para a formação sensível de docentes e leitores. Palavras-Chave: PIBID, Estratégias de Leitura, Formação de Leitores

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GIRANDO O CALEIDOSCÓPIO – MEMÓRIAS COMO BUSCA IDENTITÁRIA E LEGITIMADORA DA CULTURA DE CRIANÇAS

ABRIGADAS

Laura Meirelles Mestranda em Patrimônio Cultural e Sociedade Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE

Orientadora Dra. Taiza Mara Rauen Moraes RESUMO A comunicação é um recorte do projeto de pesquisa: Girando o caleidoscópio – memórias como busca identitária e legitimadora da cultura de crianças abrigadas, que está sendo desenvolvido no Programa de Mestrado em Patrimônio Cultural e Sociedade- UNIVILLE, pretende movimentar-se em direção às memórias pessoais como via para recuperação identitária de crianças abrigadas que, em contato com as narrativas ficcionais, poderão identificar sua própria história, elaborando a partir desta descoberta, conceitos e princípios que unam a experiência individual à coletiva estabelecendo assim, elos sociais e culturais. Os conceitos sustentadores são de Vigotski (2009) para tratar da expressividade dos relatos e Duborgel (1992) para a análise da carga simbólica dos relatos nas manifestações do real. As fragilidades dos vínculos de vida destas crianças refletem memórias que entremeadas pelas experiências de abandono e de violência se mostram fragmentadas, tornando-se uma possível forma de proteção. Os reconhecimentos de fragmentos positivos nessas memórias poderão tornar-se importantes para as novas trajetórias de vida, onde o encontro nas tramas do texto das narrativas e o exercício da reescrita de suas histórias de vida, poderão ser importantes na nova organização de memórias positivas. A metodologia utilizada será de pesquisa e intervenção com abordagem qualitativa, explorando a elaboração de álbuns de registro de história de vida, as diversas modalidades da produção textual e o registro dos encontros em diário de campo. Palavras-Chave: memória; infância; identidade.

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HISTÓRIA E MODA: REFLEXÕES SOBRE A GUERRA FRIA ATRAVÉS DA MODA. USOS E ABUSOS EM SALA DE AULA.

Daniela Pereira

Licenciada em História Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE

RESUMO A moda tem um importante papel na História da Humanidade, desde que o ser humano começa a se organizar em civilizações a sociedade representa sua identidade através das vestimentas. O discurso da moda faz uso de estratégias argumentativas que, com a intenção de influenciar o público, provocam uma identificação entre os grupos que o utilizam. Essas estratégias argumentativas são analisadas nesse trabalho no período pós-guerra do século XX, onde a Guerra Fria influenciava vários esferas sociais para se afirmar na esfera política.A ultima metade do século XX foi influenciada pela disputa ideológica entre duas grandes ideologias políticas na humanidade: o capitalismo, representado pela grande potência Estados Unidos e o Social-comunismo representado pelo forte grupo unificado na região da Eurásia em 1922, URSS (União das Republicas Socialistas Soviéticas). Essa disputa buscava a hegemonia política, econômica e militar no mundo, onde os Estados Unidos tinha o interesse em expansão do sistema capitalista baseado na economia de mercado, sistema “democrático” , propriedade privada e a “liberdade” de escolha, de consumo. Já o partido comunista defendia a igualdade de direitos sociais ao mesmo tempo que era autoritário e totalitarista. Essa guerra foi denominada de “Fria” pois não houve uma disputa direta entre ambos, uma disputa bélica. A partir desse contexto, a moda se torna num dos elementos fundamentais da nova sociedade que se construía, a sociedade pós-guerra, onde os totalitarismos e racionamentos, fizeram a humanidade repensar muitas práticas enraizadas socialmente, surgindo uma nova juventude, rebelde, radical, politizada. O Brasil foi fortemente influenciado pelos Estados Unidos na década de 50, principalmente pela juventude americana que elegeu o rock and roll como símbolo de rebeldia e inovação da sociedade. Esses elementos trouxeram para o Brasil essa nova característica social, a do consumo cultural, de elementos como a música e a moda.A cultura popular esta submersa de elementos e simbologias riquíssimas para trabalhar de maneira lúdica a disciplina de História. Ao pensar sobre o ensino de História, muitas vezes nos sentimos distantes das discussões em relação a matemática ou a dicotomia entre ciências exatas e humanas. Muito mais que para além de seus pares, a História deve ter essa característica de poder transcender do espaço acadêmico ou institucional para outros locais, outras ambientes educativos, como a escola. Para isso acontecer, há a necessidade do professor junto ao aluno perceber o ensino de História como um lugar de fronteira, entre o ensino e a pesquisa, pensadas sempre em movimento, não se desvinculado uma da outra. Para tanto “é importante que […] a História se aproprie de canais de diálogo entre a realidade vivida e interpretada e que possam, assim, ampliar suas respectivas possibilidades de compreensão” (FONSECA, 2007). Portanto a relação entre Moda e História é base para ampliar muitas outras análises, assim como, a relação com outras disciplinas, pois para nos entendermos, temos que compreender como fomos construídos, como chegamos até aqui, estudando as culturas de outros tempos, pois sem elas nem existiríamos, sem o passado não haveria presente e essa construção requer uma análise e

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reflexão. Reflexão essa que perpassa por nossa própria existência, pois estudar nossa história é também estudar a nós mesmos. Trata-se de um processo, que gradualmente foi se transformando, até chegar nos dias atuais, com desdobramentos e permanências. Sem essa reflexão perdemos nosso senso critico-reflexivo, tão importante na construção da cidadania.Pensando a partir dessas características e tendo a teoria construtivista de Jean Piaget como horizonte teórico, este trabalho utilizou como corpus a moda popular na sociedade, durante o período de 1950 à 1990 para análise da sociedade no período da Guerra Fria. Na análise do discurso da moda, do ponto de vista da argumentação das próprias tendências, serviram como base para explicar os recursos persuasivos das narrattivas política que seguiam naquela época. Na tentativa de alcançar a adesão da do consumidor, o enunciador do discurso da moda revela um ethos sedutor que incorpora estereótipos da juventude da época e da mulher moderna para despertar o fascínio do público.O trabalho, realizado nesse ano(2012) na Escola Municipal João Costa, como Trabalho Interdisciplinar com as disciplinas de História, Inglês e Português consiste em problematizar e historicizar, utilizando a esfera da moda, como era a vida social e política dos anos de 1950 a 1990, no Brasil e no Mundo. Como a moda se (re) significa e se apropria de elementos da vida cotidiana, fomentando discursos e identidades sobre a sociedade. Para tanto os alunos foram divididos em grupos, tendo cada grupo responsabilidade por uma década desse período, após foram realizadas pesquisas na internet para compreensão inicial do período estudado, assim como base teórica na sala de aula, e aulas multimidia para maior compreensão desse período. No final do trabalho os alunos tiveram que produzir roupas com as tendências estudadas em cada período, refletindo sobre a maior preocupação da nossa era, a sustentabilidade. Foram produzidas roupas sustentáveis, com material reciclável, possibilitando problematizar as novas identificações e anseios sobre a moda e a História, suas apropriações culturais, e processos identificatórios condizentes com as práticas atuais representadas por meios da roupas produzidas pelos alunos. Palavras-Chave: História da Moda, História Contemporânea, Guerra Fria.

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JOINVILLE: IDAS E VINDAS, MITOS E MEMÓRIAS

Eliana Aparecida de Quadra Correa Mestre em Patrimônio Cultural e Sociedade

Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE Orientadora Dra. Taiza Mara Rauen Moraes

RESUMO A comunicação é uma síntese da pesquisa intitulada Joinville: idas e vindas, mitos e memórias enfoca a cultura imaterial joinvilense. Causos e lendas narradas sob a ótica de idosos migrantes nascidos antes da década de 1950 são abordados como manifestação e representação popular e social da cidade. O trabalho apresenta resultados de uma investigação de textos de literatura oral como representação social e literária. A análise é cronologicamente apresentada por meio do processo de migração e construção de identificações culturais em Joinville. Os olhares analíticos, apoiados em historiadores regionais, cruzam com os causos e as lendas relatados nas entrevistas de Luiza, Terezinha, Izabel, Maria Raimunda, Serafina, Hilda e Luiz, que foram gravadas e transcritas conforme a metodologia da história oral. A categoria utilizada para a análise dessas narrativas orais foi sustentada nos conceitos de mito, rito, símbolo, lenda e causo e em suas variações encontradas na literatura oral. Trata-se de histórias contadas em diversas localidades, mas que apresentam especificações conforme a cultura, o tempo e o espaço em que são contadas, porém sua representação é conservada. As narrativas coletadas são cotejadas com versões de Cascudo, Cascaes e Azevedo e sustentadas pela teoria da memória, cultura, identidade, tradição, velhice, de modo a explorar a cultura popular, passada de geração em geração, expressando identificações, práticas, representações, conhecimentos, técnicas, instrumentos, lugares e grupos que os reconhecem como patrimônio cultural imaterial. Palavras-Chave: causos e lendas; vozes de idosos migrantes joinvilenses; cultura imaterial.

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LEITURA LITERÁRIA EM MEIO ELETRÔNICO: UMA EXPERIÊNCIA DE LEITURA EM BIBLIOTECA VIRTUAL

Amanda Corrêa da Silva

Sônia Regina Biscaia Veiga Taiza Mara Rauen Moraes

Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE RESUMO A presente comunicação é decorrente de pesquisas desenvolvidas junto ao projeto “Autores, obras e acervos literários catarinenses em meio digital” (PRONEX – FAPESC/ CNPq/ UFSC/ UNIVILLE/ UDESC/ Universidade Complutense de Madrid), cujo objetivo é propor reflexões e discussões sobre a leitura no ciberespaço. Foram realizadas quatro atividades de leitura e análise de textos literários com os alunos do 1º ano de Letras da Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE – que foram postadas no blog “Poética Tecnológica” (www.poeticatecnologica.blogspot.com), no primeiro semestre de 2012. O projeto pretende dar sequência às atividades que o Núcleo de Pesquisas em Informática, Literatura e Linguística (NUPILL www.nupill.org) vem desenvolvendo nas diversas interfaces entre literatura e informática. Os resultados parciais, obtidos através de análises das atividades dos alunos, indicaram que as questões dirigidas obtiveram menos êxito do que as reflexivas e demonstram como dados iniciais, o desejo de autonomia leitora por parte dos sujeitos envolvidos. Os resultados indiciam que as atividades de leitura crítica de textos em ambiente de hipermídia em biblioteca digital demarcam novas relações entre professor e aluno. O professor deverá rever posturas dirigistas e criar situações nas quais o aluno organiza seu processo leitor, partindo de um tema condutor proposto para o grupo. As discussões e reflexões sobre os formatos de apresentação de obras digitalizadas mais adequadas à leitura são questões a serem investigadas, pois ambientes digitais mais atrativos para a inserção de textos literários podem gerar pactos estéticos. Palavras-Chave: biblioteca virtual, leitura, literatura

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LITERATURA INFANTIL CONTEMPORÂNEA: ESPAÇO DE HIPERTEXTUALIDADE E FRUIÇÃO

Elaine Cristina da Silva Martins Adair de Aguiar Neitzel

Carla Carvalho Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI

RESUMO

Esta comunicação trata da formação de leitores mirins por meio de obras literárias contemporâneas e se propõe a investigar as obras Cigamiga e Formigarra de Gloria Kirinus e A caligrafia de Dona Sofia de André Neves. Observar-se-á quais os procedimentos narrativos utilizados pelo escritor que nos permitem perceber a obra como um texto hipertextual, identificando as características literárias dos livros de literatura infantil contemporâneos. Esta análise permitiu perceber que esses livros de literatura infantil possuem elementos hipertextuais como: dinamicidade e multiplicidade, o tom poético imprime musicalidade, e o projeto gráfico amplia o potencial do escrito tornando a narrativa nos dois casos reversível. Dessa forma as obras avaliadas pelos elementos hipertextuais valorizam a experiência estética que permitem ao leitor a interação com o livro por meio da fruição. Palavras-Chave: Literatura; Hipertextualidade; Fruição

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MATEMÁTICA NA LITERATURA: VIDA E OBRA DE MALBA TAHAN

Meurly Katiline dos Santos Cristian Elizabete de Freitas

Acadêmicos do curso de Licenciatura Plena em Matemática Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI

Orientadora: Cirlei Marieta de Sena Corrêa RESUMO O Projeto Vida e Obra de Malba Tahan foi desenvolvido por bolsistas do Programa de Incentivo à docência – PIBID da UNIVALI. O estudo do conto “A Herança dos 35 camelos” do livro O Homem que calculava – de Malba Tahan, possibilitou a aproximação entre matemática e literatura ao fazer uso de contos literários na resolução de problemas. Essa ação reforçou a prática do professor Julio César de Melo e Sousa, Malba Tahan, professor e escritor brasileiro. Além do estudo sobre a Vida e obra do professor, os alunos tiveram acesso aos livros do acervo de mais de 120 obras já publicadas. Os alunos demonstraram-se surpresos ao saber que um professor de matemática escrevera tantos livros e alguns, inclusive, relataram não saber que fosse possível matemática na literatura. O desenvolvimento do projeto levou ainda alunos, educadores, pais e à comunidade o conhecimento do dia Nacional da Matemática, comemorado no Brasil em 06 de maio, data de nascimento de Malba Tahn. Palavras-Chave: Matemática; Malba Tahan; Contos Literários

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O PIBID DE LETRAS - LITERATURA E CULTURA BRASILEIRA

Adair Aguiar Neitzel: Cleide Jussara Müller Pareja

Bruno Lazarotto Farias Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALE

RESUMO Esta pesquisa tem o objetivo de apresentar os resultados do PIBID de Letras da UNIVALI desenvolvido durante o ano de 2011-2012 na EEM Victor Meirelles, em Itajaí, SC. Reflete acerca do contato dos licenciandos com o cotidiano da escola, priorizando atividades voltadas ao desenvolvimento de projetos inovadores, estratégias de ensino e materiais didáticos. Possuí foco na formação de leitores e tem como eixo sustentador a metodologia da leitura fruitiva, com o objetivo de aproximar os alunos do texto literário e inseri-los num movimento de fruição literária, o PIBID de Letras planejou o desenvolvimento do projeto de leitura intitulado Literatura e cultura brasileira com foco nas leituras de romances da literatura nacional. Esta concepção promoveu a experimentação de atividades lúdicas de leitura tais como: jogos dramáticos, leitura de narrativas, leitura dinâmica, entre outros. Como resultado, podemos indicar, por exemplo: ampliação do acervo literário, qualificação dos licenciandos, mobilização do grupo, da gestão e da comunidade e introdução no currículo escolar de atividades de leitura. Palavras-Chave: Fruição - Literatura - PIBID

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PROLER E ARTE VISUAL REGIONAL: A FORMAÇÃO ESTÉTICA NA ESCOLA

Aline Amaral de Freitas

Acadêmica do curso de Artes Visuais Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI

Orientadora: Carla Carvalho RESUMO Apresenta pesquisa realizada pelo PROLER Itajaí em escolas da Rede Municipal de Itajaí – SC. Objetiva investigar a formação estética dos estudantes por meio da relação com a produção artística visual regional. Realizaram-se as seguintes ações: pesquisa da arte visual regional, sistematização de exposições das obras de arte na escola, monitorias com mediação de leitura das obras de arte, visita dos artistas locais aos espaços escolares e oficinas com crianças e adolescentes. Viabilizou aos estudantes contato com o artista, com a obra de arte original e imagens de outras obras do mesmo artista, possibilitando a formação estética e artística desses sujeitos. Permitiu repensar os espaços estéticos nos contextos escolares, a leitura da obra de arte, assim como a reflexão e a interpretação da obra. Observamos que o contato com a Arte e o artista possibilitou estabelecer novos sentidos para a arte visual na escola, pensar o lugar do “objeto artístico”, naturalmente inserido nas Galerias ou nos museus, e o artista “produtor da arte” com isso repensando o estereótipo do sistema da arte. Possibilitou reflexões sobre o papel do professor de arte no contexto escolar, sua relação com os conceitos artísticos, com a leitura de obras de arte regionais e a formação estética e a formação docente. Palavras-Chave:: Ensino de Arte; arte regional; formação estética

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QUADRINHOS JOINVILENSES EM LIVRO

Nielson Ribeiro Modro Professor do curso de Letras

Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE

RESUMO

Mesmo que os quadrinhos sejam considerados por muitos como sub-literatura há anos este panorama vem sendo mudado. Duas coletâneas inserem-se nesse contexto: O Cão Tarado (2009) e Os Monstrinhos do Rio Cachoeira (2011). Objetivando resgatar e registrar o trabalho de quadrinhistas joinvilenses foram realizadas pesquisas sobre personagens que marcaram décadas de um traço cultural da cidade. O Cão Tarado realiza uma crítica social aguçada e foi publicado no ano em que completava 20 anos de presença diária no Jornal A Notícia. Os Monstrinhos do Rio Cachoeira resgatou 160 tiras e 10 histórias completas de personagens que sempre visaram a crítica ambiental. Em ambos a metodologia adotada foi a pesquisa bibliográfica, selecionando entre as milhares de tiras publicadas aquelas que melhor representassem o contexto cultural em que se inserem os personagens. Nos dois livros há um texto introdutório com uma visão histórica, contextualizando a importância dos personagens social e culturalmente, e apresenta uma análise sob perspectiva didática. Os livros, mais que mera pesquisa histórica operam um resgate e registro cultural de uma importante parte da cultura local. Palavras-Chave: Literatura, quadrinhos, Monstrinhos do Rio Cachoeira

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UMA LEITURA PARTICIPATIVA

Nielson Ribeiro Modro Professor do curso de Letras

Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE RESUMO

Sem dúvida há séculos a leitura é um dos principais fatores na aquisição de conhecimento. Partindo-se desta constatação, nas aulas de Metodologia Científica em turmas iniciais, é passada a necessidade de saber-se ler adequadamente, identificando o tipo de texto, adotando uma postura adequada e produtiva na leitura. Busca-se não apenas ressaltar a importância do ato de ler mas dar noções de como realizar uma leitura participativa, num nível de leitura aprofundado, que leve a um posicionamento crítico e uma tomada de posição frente aos argumentos apresentados pelo autor, ao fim tendo condições de gerar argumentações próprias, concordantes ou não com o autor. Objetiva-se uma leitura não meramente mecânica e decodificadora mas sim crítica. Entende-se necessário adotar uma postura adequada, como leitor participativo e argumentativo, adentrando nas camadas profundas do texto e extraindo o máximo possível do mesmo, com caráter reflexivo, autônomo e crítico, buscando expressar os próprios pensamentos e diferente de um trabalho meramente repetitivo e sem autonomia. Complementam-se tais orientações com sugestões práticas de otimização das leituras realizadas. Palavras-Chave: Leitura, leitura participativa, leitura crítica.

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2º SEMINÁRIO DE PRÁTICAS LEITORAS

ÍNDICE

PROJETO A ARTE POR TODA PARTE .................................................................................................. 39

PROJETO A BANQUETA DO LEITOR ................................................................................................... 40

PROJETO BRINCANDO COM AS POESIAS........................................................................................... 41

PROJETO CANTANDO E ENCANTANDO ............................................................................................. 42

PROJETO CONTOS DE ASSOMBRAÇÃO E MISTÉRIO .......................................................................... 43

PROJETO DE LEITURA “INTERAÇÃO ENTRE PAIS E FILHOS” .............................................................. 44

PROJETO DEGUSTAÇÃO POÉTICA ...................................................................................................... 45

PROJETO ENCANTANDO E CONTANDO HISTÓRIAS ........................................................................... 46

PROJETO HISTÓRIAS E MAIS HISTÓRIAS............................................................................................ 47

PROJETO: RESGATE DA CULTURA ATRAVÉS DA LITERATURA ........................................................... 48

PROJETO VALORES MÁGICOS ............................................................................................................ 49

PROJETO VIVENCIANDO A LITERATURA ATRAVÉS DA NATUREZA .................................................... 50

PROJETO VIVENDO O MUNDO DA IMAGINAÇÃO ............................................................................. 51

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PROJETO A ARTE POR TODA PARTE

Fátima de Souza Bastos Maria Isabel de Oliveira

Centro de Educação Infantil Sol Nascente RELATO A arte é uma forma do ser humano expressar suas emoções, sua história e sua cultura através de valores estéticos. Pode ser representada de várias formas, em especial na música, na escultura, na pintura, no cinema e na dança e na literatura. A arte vem evoluindo e ocupando um importantíssimo espaço na sociedade, de diferentes maneiras: visualizadas, ouvidas ou mistas (audiovisuais). Segundo Martins, Picosque, Guerra (1998, p.14): “A comunicação entre as pessoas e as leituras de mundo não se dão apenas por meio da palavra”. O nosso compromisso como educadoras e estimuladoras é propor um trabalho em que o desenvolvimento das expressões e percepções infantis sejam cada vez mais expressivas, aprimorando as potencialidades da criança, orientando-a a observar, ouvir e tocar, percebendo as coisas, a natureza e os objetos à sua volta. O Projeto foi direcionado à faixa etária de cinco anos, e o vivenciamos através de fases. Primeira Fase: A Arte de Viver Bem. Tudo bem ser diferente. Segunda Fase (Natureza, a arte que nos cerca). Terceira Fase: A Leitura e a Arte Dramática. Enfim, com o Projeto “A arte por toda parte” pôde-se perceber o envolvimento e o comprometimento da criança através das descobertas e construções de mundo ampliando seus conhecimentos da diversidade cultural e literária. Palavras-Chave: arte; literatura; diversidade cultural; linguagem e expressão.

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PROJETO A BANQUETA DO LEITOR

Ednéia Taborda dos Santos Mistura Escola Municipal Professora Ada Sant’Anna da Silveira

RELATO Este trabalho expõe as vivências, os limites e as possibilidades que a leitura traz para os alunos. Ler é uma forma ativa de prazer que não traz apenas repouso e alienação, portanto exige atenção, consciência e participação ativa do leitor. Assim é importante que a escola oportunize o desenvolvimento da habilidade leitora nos alunos de modo criativo e prazeroso, para que tenha ao longo da vida a leitura como hábito. Diante disso, a banqueta do leitor, tem como objetivo despertar, resgatar e cultivar o desejo de ler, ouvir histórias, contos e poesias no âmbito escolar. Para a consecução desses objetivos utilizar-se-ão as seguintes metodologias: apresentação da professora aos alunos do que é uma leitura compartilhada; construção da banqueta do leitor com materiais recicláveis (caixa de leite e jornais) e a elaboração da tabela de acompanhamento na qual constam as datas e os nomes dos alunos que serão os leitores do dia. No momento da leitura, aquele que é o leitor do dia, utiliza da banqueta do leitor e, os “apreciadores da leitura” ficam organizados em volta da banqueta como nos contos orais antigos, que ocorriam em volta das fogueiras. Essa iniciativa estende-se por além dos portões da escola: a família é convidada a contar histórias na banqueta do leitor, participando ativamente do processo de construção do saber leitor de seus filhos. Todo esse envolvimento dos alunos e da família na banqueta do leitor possibilitou e ainda possibilita resultados visíveis no campo da leitura, de que o livro leva a criança a desenvolver a criatividade, sensibilidade, senso crítico e imaginação. É lendo que se aprende a ler, escrever e interpretar. A liberdade de participar do projeto também valoriza o educando como protagonista de seu próprio aprendizado. Pois, ele decide a hora de participar das leituras na banqueta. E, o envolvimento da família aproxima ainda mais as crianças de seus pais, reforçando a afetividade e a responsabilidade dos pais no processo ensino e aprendizagem de seus filhos. Os professores dos anos seguintes percebem que os alunos que tiveram a experiência da banqueta do leitor têm uma relação mais estreita com os livros e com a leitura e ainda apresentam maior segurança na hora de ler em voz alta para os amigos. Nesse contexto, torna-se cada vez mais necessário que as práticas pedagógicas sejam inovadoras e cheias de possibilidades. Permitindo que o educando construa com autonomia, habilidade e competência seus conhecimentos. Palavra-Chave: Banqueta do leitor; Leitura; Ensino; aprendizagem.

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PROJETO BRINCANDO COM AS POESIAS

Silvana Borges Biblioteca Escola Municipal Professora Eladir Skibinski

RELATO Atualmente, a biblioteca escolar nos mostra que é preciso fazer muito esforço para superar conceitos antigos que fizeram da biblioteca um depósito de livros e materiais impressos, um local pouco frequentado. O desenvolvimento das novas tecnologias, nas décadas últimas, vem movimentando todos os setores da atividade humana, proporcionando maior agilidade de comunicação, reduzindo esforços nas rotinas diárias e ampliando as possibilidades de acesso à informação em todo mundo. A biblioteca é um centro ativo da aprendizagem e deve ser utilizada de maneira ampla e criativa. Em nossa escola, os momentos de leitura na biblioteca, nos possibilitou identificar e estimular as preferências literárias da maioria dos alunos. A proposta de um café com poesia foi bem recebida pelos alunos dos 5ºs anos. Lendo poesias e declamando-as, foi mais interessante contar e conhecer um pouco da história e da vida de vários autores-escritores. Vinícius de Moraes e Ricardo Azevedo foram os mais citados e declamados. É de fato, visível que, seus poemas e poesias são mais adequados para a faixa etária. O “Café Com Poesia” teve como objetivo dar ao aluno a autonomia de fala, despertar o prazer da leitura, promover o desenvolvimento do vocabulário, possibilitar a vivência de emoções, o exercício da fantasia e da imaginação, oportunizando o alargamento dos horizontes pessoais e culturais, garantindo a sua formação crítica e emancipadora. Em sala de aula, com a proposta em mãos, buscaram conhecer os dois escritores mais lidos pelos alunos. Na biblioteca, usando o aparelho datashow, conhecemos os escritores através de imagens e algumas memórias dos mesmos, dando ao aluno a condição de conhecê-los mais de perto. O projeto proporcionou colaborar para que o aluno se sinta estimulado a ler com domínio e confiança os diferentes gêneros e que, compreenda a leitura em seus diversos objetivos. Este trabalho foi e será um incentivo à leitura, a fim de que os alunos conheçam os diferentes objetivos e objetos de leitura, tenham um maior acesso à diferentes portadores de texto, e envolvam-se na busca de ações para tornar o ambiente escolar um espaço privilegiado para refletir o mundo, seja sob a perspectiva da realidade, seja sob o da fantasia. E, é com esse sentido, ajudando o aluno a se tornar um leitor competente, que possa ler e compreender o que leu, interpretar e recontar com suas próprias palavras que, os alunos se apresentaram para outras turmas na unidade escolar. Houve excelente repercussão e, mais alunos e professores de outras turmas se colocaram para um próximo evento e, trouxeram sugestões de outras linguagens, a música foi um exemplo bem aplaudido. Palavras-Chave: Biblioteca. Poesia. Incentivo.

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PROJETO CANTANDO E ENCANTANDO

Sheila Emmanuelle Grime de Oliveira. Neusa Makovski Marques

Centro de Educação Infantil Amandos Finder RELATO Este projeto vem sendo aplicado com as crianças das turmas de maternais, primeiros e segundos períodos do Centro de Educação Infantil Amandos Finder. Surgiu da reflexão de como proporcionar à criança novas experiências de interação da criança com a literatura, de interações das crianças com outras crianças, de interações das crianças com adultos e famílias e, interações das crianças com os diversos espaços existentes do CEI, de maneira criativa, dinâmica e muito prazerosa. Neste sentido tem por objetivo geral levar as crianças ao mundo da imaginação e ao mesmo tempo a descobrirem o maravilhoso universo da literatura infantil. Contempla os seguintes objetivos específicos: despertar na criança a criatividade, a imaginação e o gosto pela leitura; ampliar o seu conhecimento literário; ampliar a linguagem oral; ampliar as formas de expressão gestual, plástica, dramática e musical; promover o cuidado com as obras literárias; despertar na criança um comportamento leitor; e, criar um ambiente favorável para a formação do hábito da leitura. Em seu procedimento metodológico estão sendo realizadas diversas atividades tais como, dramatizações pela equipe de professores para todas as crianças; a “Hora do Conto” momento em que são contadas diversas histórias em diferentes espaços do CEI; a “caixa encantada” com personagens de histórias nas quais as crianças interagem e recontam histórias; músicas dramatizadas pelas crianças; visitas como a Feira do Livro; Interpretação de personagens por meio do “Baú de Fantasias”. Contudo, a atividade que está sendo muito apreciada tanto pelas crianças quanto pelas famílias é a “Ciranda da Leitura”, por meio da qual semanalmente, levam para casa uma bolsa com livros de histórias para serem contadas reunindo os familiares e registrando em um caderno que acompanha este material, o que foi de mais significativo neste momento literário junto a família por meio de fotos, desenhos e escritas. Ao devolver a bolsa com as histórias a criança narra em roda de conversa a experiência vivenciada mostrando o registro que realizou no caderno com muita satisfação e propriedade de fala. A relevância deste trabalho está exatamente na sua articulação da teoria com a prática, sabendo-se que a literatura surgiu da necessidade humana de contar aquilo que se vivencia, se sente, se sonha. E a criança enquanto sujeito ativo que por meio das interações e relações que estabelece amplia seus conhecimentos, criando e transformando culturas pelas suas diversas linguagens, sente prazer em contar suas ricas vivências, seus novos conhecimentos e emoções. Os resultados em torno deste projeto tem se demonstrado muito valorosos, tanto no que diz respeito ao que a criança transmite pela sua participação dinâmica quanto aos comentários das famílias, principalmente quando relatam o fortalecimento dos vínculos familiares em torno do ato da leitura. A repercussão dos resultados está sendo tão positiva que a atividade da “Ciranda da Leitura” será estendida a outras turmas a pedido dos próprios professores regentes. Palavras-chaves: Leitura, Interações, Crianças.

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PROJETO CONTOS DE ASSOMBRAÇÃO E MISTÉRIO

Marisa Fanton da Silva Escola Municipal Prefeito Baltasar Buschle

RELATO A leitura diária de literaturas variadas tem sido minha prática há mais de dez anos em que atuo no ensino fundamental. Acredito que o professor desempenha o papel fundamental de ser o encantador, contagiando e encaminhando as crianças no imenso deleite que é o mundo da leitura, diferente daquele onde apenas decifra-se letras ou sílabas, mas sim um mergulho no prazer de navegar por seu enredo. Segundo Abramovich (1997, p. 16): “Ah, como é importante para a formação de qualquer criança ouvir muitas, muitas histórias... Escutá-las é o início da aprendizagem para ser um leitor, e ser um leitor é ter um caminho absolutamente infinito de descoberta e de compreensão do mundo [...].” Sabe-se que a leitura tem papel indispensável na formação de bons escritores de textos, proporcionando-lhes um vasto repertório criativo, qualidade na ortografia, tornando o ato escrever agradável. O Projeto Contos de Assombração e Mistério surgiu a partir da proposta dos alunos, entusiasmados com as leituras feitas em sala de aula. O projeto conta com três capítulos, sendo os dois primeiros baseados em leituras de imagens “assustadoras” e o último com histórias que o povo conta, onde cada família relatou um causo misterioso que presenciaram ou ouviram falar e os alunos escreveram. O primeiro passo foi proporcionar aos alunos a leitura de uma vasta quantidade de textos de contos de assombração para ampliarem o repertório. Partimos então, para a escrita das produções textuais. Antes de cada capítulo discutimos e elaboramos em conjunto quais os itens mais importantes deveriam compor os textos como: palavras assustadoras, escrever no tempo verbal passado, evitar repetições principalmente nas falas do narrador, criar um final misterioso, dar nomes aos locais, datas, nomes de personagens e descrevê-los. Ao término das escritas cada dupla leu e releu para revisar e analisar o conteúdo dos itens combinados. O passo seguinte de cada capítulo foi fazer a roda de apresentação, onde cada dupla leu seu conto para a turma. A cada apresentação os itens combinados ficaram expostos para que a turma pudesse analisar e fazer anotações sugerindo possíveis melhorias que permearam as revisões posteriores. Conversamos sobre como deveriam fazer a avaliação dos trabalhos levando em conta somente os itens combinados, onde a justiça deveria prevalecer às amizades. Analisamos juntos como a nota seria distribuída em cada item, pois cada membro do grupo foi responsável por atribuir uma nota a apresentação. Cada dupla fez sua auto-avaliação e posteriormente a professora fez as considerações finais. Finda esta etapa digitaram os textos na sala informatizada e fizeram as ilustrações de cada conto. Estamos encaminhando todo esse material para a gráfica onde se transformará em um maravilhoso livro. Faremos o seu lançamento na escola com a presença dos pais e convidados. Palavras chave: leitura, produção textual, contos.

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PROJETO DE LEITURA “INTERAÇÃO ENTRE PAIS E FILHOS”

Rogério Francisco Fiedler Eliete França da Luz

Janette Vierlleher Escola Municipal Professora Rosa Maria Berezoski Demarchi

RELATO Queremos através deste projeto, evidenciar que a leitura é instrumento básico para o ingresso e a participação na sociedade em que vivemos. Instrumento esse necessário para a compreensão e a realização de melhor comunicação do homem na sociedade contemporânea. Então a escola, a família e a sociedade devem estar voltadas para cada conquista do aluno leitor, dando estímulo, instigando-a a romper barreiras e aprender mais. Nossa escola preocupada com esta questão procurou criar novos espaços para incentivo à leitura no ambiente escolar, fora de sala de aula, com estrutura para atender professores e alunos. Com objetivos de fazer-se importante na formação de leitores e criar condições para a leitura em outros espaços no ambiente escolar; este novo espaço se constitui na construção de dois espaços, uma Praça de Leitura e também a Revitalizacão da Área de Lazer, como espaço de convivência e leitura, onde houve e há o encontro da teoria com a prática realizadas em diversas oficinas que integram pais e filhos como leitores e cidadãos conscientes, motivando-os para o hábito e prática da leitura também no meio familiar. Partindo desse pressuposto a escola através deste projeto, com o livro: “Mãos a Obra”do professor Bóris, doados pela Fundação Educar DPascol, desenvolveu atividades práticas leitoras partindo da teoria para a prática, no qual a comunidade participou na construção destes espaços com alunos de um grupo de contra turno conhecido como Pelotão Ecológico, participação dos pais, APP, equipe escolar e demais apoiadores como Fundema, Policia Ambiental, Secretaria Regional do Paraíso , Águas de Joinville e Univille; estes projetos foram desenvolvidos através de patrocínio de empresários em 2011(Praça), e da FUNDEMA com projetos ambientais em 2012 (Área de Lazer). Como resultado observamos que a Praça de Leitura está sendo bem utilizada tanto para as aulas de leitura como também para ouras disciplinas onde os professores ministram algumas aulas ao ar livre em um ambiente acolhedor, aproximando uma relação mais pessoal com as mais diversas modalidades textuais, e formarem-se como leitores no exercício de sua cidadania. Palavras-Chave: Leitura;, Cidadania; Aprendizagem.

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PROJETO DEGUSTAÇÃO POÉTICA

Ana Lúcia Grossl Eliana Aparecida de Quadra Corrêa

Maria Aparecida de Medeiros Walter Adriana Dias Pereira Bouduan

Escola de Educação Básica Professora Jandira D'Avila RELATO Na busca de proporcionar aos alunos do Ensino Médio espaços de incentivos à leitura e valorização de poetas joinvilenses, foi desenvolvido um estudo da poesia local e seus diversos tipos de expressão para que os estimulassem a leitura. Conforme proposta também se notou a importância de instigar nos educandos a criatividade e habilidades (escrita, ilustração, declamação, música, tecnologia) assim promovendo momentos que auxiliassem no processo educacional de transformação social, o de respeito mútuo e de prazer em aprender. Para tanto se propôs à construção do livro “Degustação poética”, com o intuito de promover no ambiente escolar um espaço de estudo, reflexão, leitura, criar e recriar poemas, buscando assim, o prazer de ler e o gosto pela poesia. O livro “Degustação Poética” foi elaborado através de uma antologia escrita por alunos poetas do Ensino Médio Noturno da EEB. Professora Jandira D’Ávila, localizada no bairro Aventureiro em Joinville, Santa Catarina. Esta produção surgiu da necessidade de proporcionar espaços de sensibilização à arte poética, principalmente a escrita local, valorizando o trabalho de ourives que nossos poetas joinvilenses apresentam em seus poemas. Palavras-chave: poesia joinvilense, leitura, escrita poética

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PROJETO ENCANTANDO E CONTANDO HISTÓRIAS

Bernadete Nalevaia Rezini Centro de Educação Infantil Aventuras de Criança

RELATO O projeto “Encantando e Contando Histórias” envolve crianças de 0 a 5 anos, surgiu pelo prazer de ler, contar histórias, do desejo de oferecer as crianças momentos mágicos, e da observação de que muitas crianças não tem a oportunidade de ouvir histórias no seio familiar. Este projeto foi desenvolvido em todas as turmas do CEI, pois entendemos que, ouvir e contar histórias na infância contribui para o enriquecimento pessoal e para a formação de estruturas mentais que leva a criança a compreender melhor não só as histórias como os acontecimentos do seu cotidiano. Iniciamos o projeto com um recurso fantástico “a mala”, a princípio pensada para carregar os recursos utilizados no planejamento diário. Mas com a imaginação das crianças e a ação do professor, transformaram-na em uma mala mágica, na qual tudo o que era pensado para trabalhar com as crianças, saia da mala: livros, fantasias, instrumentos, brinquedos, obras de arte, acessórios, materiais diversos e principalmente a curiosidade e a imaginação de todas as crianças. Este Projeto teve como objetivos instigar o comportamento leitor e criar o hábito de escutar histórias; enriquecer o imaginário infantil; valorizar o livro como fonte de entretenimento e conhecimento; explorar o ambiente e estabelecer relações com as histórias infantis. Os conteúdos trabalhados foram: Diferentes gêneros textuais; Linguagem como meio de comunicação; Relações sociais e culturais; Autonomia; Identidade e diversidade; Resolução de conflitos; Brincadeiras individuais e coletivas; Faz de conta; Regras de convívio social; Cuidados com o mundo físico e social; Jogos e brincadeiras; Formas, espaços, quantidade; Dança; dramatização; Pintura; Criação plástica. As Metodologias utilizadas foram: Apresentação da mala para as crianças por meio de uma história criada pela professora, com o personagem José o Brasileirinho; Sacola da leitura envolvendo as famílias; Construção da bebeteca que possibilitou o acesso dos livros ao alcance dos bebês; Realização de teatros envolvendo crianças, e profissionais desta unidade; Transformação do espaço em cenários das histórias infantis para contação de histórias. As histórias que possibilitaram estes momentos foram “As Fadas de Maria”; “Branca de Neve e os Sete Anões”; “Chapeuzinho Vermelho”; Três Porquinhos”; “A Bela Adormecida”; “Peter Pen”; “Maneco Caneco”; “ A Galinha Ruiva”; “ O homem que amava as caixas”. Os personagens que fizeram parte deste projeto foram: a Formiguinha e a Fada Rosa; Fada Verde; Fada Azul; Bruxa Bondosa; Florentina; Palhaço Pirulito. Todas as propostas foram realizadas de forma lúdica, tendo como atividade principal “o brincar”. Desta forma a crianças tiveram oportunidades únicas. Com ela imitaram o conhecido e construíram o novo, aprenderam a se colocar no lugar do outro, desenvolveram habilidades variadas, e assim se constituíram leitores, adquirindo o hábito de ler, “pelo prazer de ler”. Palavra-Chave: brincar; faz de conta; imaginário infantil

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PROJETO HISTÓRIAS E MAIS HISTÓRIAS

Bruna M. N. Ferreira Janaina Eulina de Lima

Jolise Aparecida da Lapa Marquês Flávia de Oliveira Muller

Centro de Educação Infantil Adhemar Garcia RELATO Sabe-se da grande importância que a leitura em geral possui, e quanto mais cedo às crianças tiverem acesso à literatura de qualidade, melhores serão os leitores do futuro. Por muito tempo pensou-se que poderiam ser lido qualquer história para crianças “pequenas”, que elas não precisavam ter acesso aos livros, afinal elas não sabem ler. Percebe-se que infelizmente até profissionais da área ainda vêm à leitura como mera decifração de códigos, ou para preencher um período ocioso em sala. Tentamos mudar essa realidade, durante o trabalho realizado na turma do Maternal II com crianças de três e quatro anos, e percebemos o grande interesse que as crianças têm por histórias infantis, mais as mesmas não tinham o contato direto com os livros de literatura, esses só ficavam nas mãos das professoras e nas prateleiras da Biblioteca. Em muitos momentos de leituras e contações de histórias, a maioria das crianças possuíam pouca atenção, e necessitavam de orientação durante esse momento e principalmente ao manusear os livros. Assim, justificamos a escolha desse projeto, que enfatizará a leitura e não somente a literatura infantil, mais as mais variadas histórias que não estão apenas em livros mais fazem parte da nossa vida e do cotidiano da criança dentro e fora do CEI. Sendo explorada de forma lúdica, prazerosa e divertida, envolvendo a família nesse processo de aprendizagem e descoberta. Acredita-se que através da exploração de histórias, leituras de textos, reportagens (etc), podemos contemplar todas as formas de expressão, integrando diversas áreas do conhecimento, tornando-as mais ricas, além de proporcionar as crianças e as famílias vivências e possibilidades muito maiores. Este projeto tem como objetivo envolver tanto as crianças como as famílias, nesse mundo literário, ainda desconhecido por muitos. Utilizando sacolas literárias confeccionadas pelas crianças e pais, pesquisas, contações de histórias, feitas pelas professoras e pais, visita das crianças á espaços literários como a feira do livro, e conhecer outras bibliotecas, empréstimos e doações de livros para as famílias. Confeccionamos um cantinho da leitura em sala e o carrinho literário, que circula pelos diferentes espaços do CEI. Assim as crianças podem explorar livros de qualidades e de diferentes autores. Utilizando, também alguns recursos de narração de histórias diferenciados. As crianças passaram a ver os livros como verdadeiros amigos, que merecem cuidados especiais, e que não se tem idade para ler, afinal somos todos leitores conscientes ou não. Palavras-Chaves: crianças, leitura, famílias.

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ISBN - 978-85-8209-004-6

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PROJETO: RESGATE DA CULTURA ATRAVÉS DA LITERATURA

Angelisa de Souza Maurilio Rodrigues Centro de Educação Infantil Espaço da Criança

RELATO A leitura precisa ser incentivada desde muito cedo e nada melhor que destinar esse papel a educação infantil, pois é nessa faixa etária que a criança se deixa encantar, enfeitiçar com o poder que tem os livros, resgatando assim, o SONHO e a FANTASIA, muitas vezes perdidos no dia a dia. A literatura infantil tem o poder de sensibilizar nossas crianças para o hábito e o prazer de ler, e estreitar laços entre mundo imaginário (rico em detalhes, sonhos, alegrias, cheiros e gostos) e vivência real da criança, como o “gosto de quero mais”, vivido intensamente na fase de educação infantil e o mundo real, onde os porquês são respondidos efetivando o conhecimento formal por meio de experimentações. Portanto, a chave para o sucesso da leitura está na presença dos pais, em desde muito cedo lerem ou contarem histórias para seus filhos, sendo que o primeiro contato da criança com um texto é realizado oralmente, quando o pai, a mãe, os avós ou outra pessoa conta-lhe os mais diversos tipos de histórias e a preferida nesta fase é a história da sua vida, a criança adora ouvir como foi que ela nasceu, ou fatos que aconteceram com ela ou membros da sua família. Sendo assim unimos a importância da literatura infantil, o gosto da criança no resgate da sua cultura e o envolvimento dos familiares no processo de aprendizagem e criamos a colcha de retalhos que tem por finalidade promover ainda mais a integração entre família e escola, favorecendo o fortalecimento de vínculos e a formação moral, responsável, solidária e ética das crianças e ainda ajudar a todos na busca de sua identidade cultural e sua história. “Conhecer a nós mesmos e tudo o que nos rodeia é entender e respeitar nossos sentimentos e os das pessoas com quem compartilhamos nossa vida”. Uma colcha de retalhos precisa de vários pedaços para ser construída, nós também precisamos uns dos outros (profissionais, pais, amigos, irmão, família, alunos e comunidade), cada um possui uma característica, uma habilidade, uma especialidade, um toque, um estilo, uma facilidade, uma prática, uma tarefa… Enfim, entre tanta diversidade em cada um possui uma peculiaridade, buscando atingir um objetivo comum, educar para a vida, formar um cidadão consciente e participativo, desenvolver habilidades, construir conhecimento. Essa missão é árdua, porém muito gratificante, por isso devemos contar uns com os outros respeitando e acolhendo as diferenças. A colcha de retalhos visitou as crianças juntamente com o livro “A colcha de retalhos”, onde os familiares deveriam ler a história do livro para a criança e contar (relembrar) fatos importantes sobre a criança, em seguida registrar na colcha de retalhos algo referente ao fato contado (desenho, pintura, colagem, etc). O resultado foi imediato a cada retorno da colcha para a sala de aula, a gratificação foi semi-igual, os professores passaram a fazer parte de cada família, pois os relatos eram emocionantes, e passamos a perceber o quanto éramos importantes, e o que cada criança significava a seus familiares. Palavras-Chave: literatura, cultura, família.

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PROJETO VALORES MÁGICOS

Claudia Monteiro Roque Karin Roberta Reinert da Luz

Fabiane dos Santos Maria Aparecida Evaristo

Escola Municipal Lacy Flores RELATO Diante de situações negativas enfrentadas no dia-a-dia da escola, sentimos a necessidade de trazer aos alunos valores básicos de convivência em sociedade, a partir da leitura da coleção Terapia Infantil, de Christine Adams E Robert J. Butch, Editora Paulus, na qual são apresentados alguns valores que sustentam as relações sociais. Foram selecionados alguns títulos da coleção e realizadas atividades de leitura, dramatização e escrita. No primeiro momento, quatro títulos foram selecionados: Seja um Bom Amigo, Respeito é Bom e Faz Bem, Gosto de Ser como Sou e Como Fazer de um Dia Chato Algo Espetacular. Todos os livros foram lidos com as turmas que elaboraram os trabalhos iniciais. As atividades referentes aos títulos trabalhados inicialmente foram: plantio de mudas de flores, relacionando os cuidados com as mudas e os cuidados com as amizades; apresentação teatral sobre atitudes de respeito na escola e entrega de frases sobre o mesmo tema; paródia da música “We Are The World”, recreio direcionado e show de talentos e; convite especial para os alunos conhecerem a melhor pessoa do mundo por meio da dinâmica do espelho num espaço criado para chamar a atenção das crianças sobre a importância da aceitação de si mesmas. Com a realização do projeto, foi possível perceber mudanças nas atitudes dos alunos em relação à percepção do outro. Tivemos a iniciativa de apresentar a dinâmica do espelho na reunião de pais, onde enfatizamos a importância da família no acompanhamento escolar de cada aluno. Por meio do show de talentos, professores puderam observar habilidades antes escondidas nos alunos, fazendo com que as atividades em sala ficassem mais prazerosas e criativas. Já o teatro sobre respeito fez com que as crianças pensassem mais em suas atitudes e o fato de frases de incentivo expostas nos corredores da escola fez com que elas sempre se recordem daquilo que devem fazer aos colegas para receberem o que desejam para si. E, por fim, o plantio de mudas de flores na escola E. M. Lacy Flores envolve a comunidade, professores e alunos num projeto de ajardinamento do espaço escolar. Palavras-chave: valores, relacionamento, sociedade

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PROJETO VIVENCIANDO A LITERATURA ATRAVÉS DA NATUREZA

Carmen Lucia Franco Centro de Educação Infantil Municipal Raio de Sol

RELATO Ao longo dos anos o CEI tem desenvolvido ações de incentivo à leitura, procurando atingir crianças e comunidade. Desenvolvemos atualmente uma proposta pedagógica voltada à construção de um currículo no qual as crianças possam experimentar diversas aprendizagens a partir de seu envolvimento com o espaço natural. Procuramos articular as experiências educativas tendo como eixo estruturador, dois projetos institucionais de educação ambiental e de arte. Por meio de algumas ações conseguimos sensibilizar a comunidade escolar para o gosto e interesse pela leitura dentre as quais estão: criação de uma sala de leitura, espaço para contação, leitura de histórias e empréstimos de livros para as crianças coordenados por uma professora remanejada. Praça de Leitura, espaço organizado com livros infantis, revistas, jornais e informativos para a comunidade. Sacola da leitura, que a criança leva para casa compartilhando com sua família o livro e o mascote, os pais registram esta experiência em um caderno que é lido ao grupo pelo professor. Este ano planejamos desenvolver um trabalho que proporcionasse às crianças o encantamento, o prazer pela leitura, o conhecimento sobre diversos gêneros textuais, concomitantemente com sua interação com a natureza. Cada turma escolheu um gênero ou um portador textual para abordar e explorar, trabalhando conteúdos que possibilitaram às crianças experiências de narrativas, apreciação e interação com a linguagem oral e escrita, favorecendo sua imersão nas diferentes linguagens e o progressivo domínio de vários gêneros e formas de expressão gestual, verbal, plástica, dramática e musical. A escolha aconteceu de acordo com o desejo e interesse das crianças de cada turma e de acordo com as necessidades de aprendizagem definidas pelo professor. Independente do gênero escolhido foram apresentados outros, através da leitura diária de textos literários e informativos pelo professor. Para iniciarmos nosso projeto e ser o ponto em comum entre todas as turmas, escolhemos o autor Monteiro Lobato, um dos maiores promotores de leitura no Brasil. Destacamos uma de suas obras, na qual estão presentes a fantasia, o encantamento e a valorização da cultura popular do Brasil: “O Sítio do Pica-pau Amarelo”. O desenvolvimento do projeto iniciou pela leitura da história “Narizinho arrebitado”, do livro “Reinações de Narizinho”, por todas as escolheu um personagem para melhor conhecerem e apresentaram para as outras turmas, confeccionando um boneco, usando fantasias, através de teatro, de música ou fazendo um mural. A partir daí cada professor optou por um gênero literário ou autor para estudarem e apresentarão o produto desse estudo para os familiares em um evento. Como resultado preliminar, observamos o grande envolvimento das crianças e familiares com a literatura, o prazer que as crianças têm ao levarem o livro de empréstimo e o relato dos pais no caderno que acompanha esse livro. Palavras-Chave: Projeto institucional, envolvimento familiar, leitura

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PROJETO VIVENDO O MUNDO DA IMAGINAÇÃO

Marlene Marques de Lima Caetano Centro de Educação Infantil Fátima

RELATO Acredita-se que é importante na formação de qualquer criança ouvir histórias, pois através dos livros e contos infantis que a criança trabalha seus sentimentos, aprende a ouvir, contar e recontar histórias, pois literatura é um caminho que leva a criança a desenvolver a imaginação, emoções e sentimentos de forma prazerosa e significativa, viu-se a necessidade de aplicar o projeto “Vivendo o mundo da imaginação”, para trazer maior alegria e satisfação pelo novo ambiente, assim estimulando a imaginação de todos. Certamente, a literatura infantil pode ser vista como um recurso pedagógico prazeroso e de sucesso, pois ao contar histórias, as crianças estão vivendo cada acontecimento relatado. Com o incentivo de práticas de leituras diárias na sala de aula, leituras em família, através da “Bolsa leitura em família”, descobriram-se momentos de prazer e de aguçada observação por parte das crianças e relatos escritos pelos pais, falando da experiência vivida em casa. Vimos à relevância de todo este trabalho porque em pouco tempo tivemos resultados visíveis como: autonomia, desenvolvimento na oralidade, atitudes criativas, maior concentração, organização de pensamentos, alegria e satisfação em interagir. Como menciona nos PCN’s, (2000: p. 64-65), estimular o desejo pela leitura, ampliar a visão de mundo, possibilitar a vivência de emoções, exercício da fantasia, produções orais, escritas e outras linguagens, e compreender a relação entre fala e escrita. No estudo para aplicação do projeto foi realizado uma pesquisa bibliográfica dos clássicos literários universais. Na introdução pesquisou-se a necessidade de aplicar o projeto “Vivendo o mundo da imaginação”, pois trazia como objetivo estimular a imaginação, alegria e prazer pelo ambiente vivenciado. No desenvolvimento falou-se das pesquisas feitas dos clássicos sugeridos e conhecidos pelas crianças, participação dos pais nas práticas leitoras, estímulo à leitura, imaginação, prazer e alegria na interação diária de sala de aula. Algumas das considerações finais do projeto que ainda está em desenvolvimento. A literatura tem sido uma magia frequente na nossa sala de aula, que atinge os mais ocultos obstáculos da aprendizagem. Tudo aquilo que a criança não relata, e nem expõe ao grande grupo podemos trabalhar de maneira sensível e delicada, é um caminho infinito de imaginação, descobertas e de compreensão de mundo, enfim podemos contribuir para uma forma mais digna de cidadania, onde a criança pode ser dona de seu próprio pensamento. Palavras-Chave: Imaginação; literatura; prazer.