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Anais da III Amostra de Pesquisas em Educação

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Anais da III Amostra de Pesquisas em Educação

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Anais da III Amostra de Pesquisas em Educação

ANAIS

III Amostra de Pesquisas em Educação

____________________________

Junho – 2009

____________________________

Organizador: Prof.ª Dr.ª Silvia Regina Ricco Lucato - PET Pedagogia

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Anais da III Amostra de Pesquisas em Educação

Vice-Diretor: Prof. Dr Luis Antonio Amaral

Tutora: Prof.ª Dr.ªSilvia Regina Ricco Lucato Sigolo

Programa de Educação Tutorial

Comissão Organizadora:

Adriele Gonçalves da Silva

Ariane Gonçalves da Silva

Bruna Mendes Gerotti

Caroline dos Santos Rodrigues

Cíntia Lins Rocha

Daniel Viana Torelli

Erica Zavanella Navarro

Felipe Augusto dos Santos Ferrari

Flávia Leme dos Santos Leite

Izac Trindade Coelho

Jefferson Santos de Araújo

Mara Rúbia dos Santos Antonio

Mariana de Cássia Assumpção

Marina Sabaine Cippola

Silvia Oliveira Santos

Comissão Editorial:

Adriele Gonçalves da Silva

Cíntia Lins Rocha

Daniel Viana Torelli

Felipe Augusto dos Santos Ferrari

Izac Trindade Coelho

Jefferson Santos de Araujo

Mara Rúbia dos Santos Antonio

Mariana de Cássia Assumpção

Auridiana Helena Laguna de Oliveira

Carlos Samuel Rossi

Caroline Aparecida Henriquez Dametto

Flavia Maria Uehara

Jáina Vitória da Silva Oliveira

Juliana Nespolo Ferreira Pó

Laís Cassanho Silva

Luana Maria de Oliveira

Maria Talita Baltieri da Costa

Rafaela de Katia Soares

Silvia Cristina Barbosa da Silva

Thainá Portela Rego Ribeiro

Thaís Rocha Baribieri Vatanabe

Thaíse Fernanda Mendes Soares

Apoio:

MEC/Secretária do Ensino Superior

Departamentos:

Ciências da Educação

Psicologia

Didática

SAEPE - Seção de Apoio ao Ensino

Pesquisa e Extensão

Gráfica FCL

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Anais da III Amostra de Pesquisas em Educação

UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras - Câmpus de Araraquara

Rodovia Araraquara-Jaú, km 1

14800-901 – Araraquara – SP

Amostra de Pesquisas em Educação (3. : 2009 : Araraquara, SP)

Amostra de Pesquisas em Educação / III Amostra de Pesquisas em Educação;

Araraquara, 2009 (Brasil). – Documento eletrônico. - Araraquara : FCL - UNESP, 2009. –

Modo de acesso: < http://www.fclar.unesp.br/Home/Graduacao/Espacodoaluno/PET-

ProgramadeEducacaoTutorial/Pedagogia/anais_2009_.pdf >.

ISBN 978-85-87361-80-6

1. Educação. I. Amostra de Pesquisas em Educação (3. : 2009 : Araraquara, SP)

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da FCLAr – UNESP.

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Anais da III Amostra de Pesquisas em Educação

APRESENTAÇÃO

É com imensa satisfação que apresentamos os anais da III Amostra em Pesquisa em Educação

promovida pelo PET Pedagogia, em junho de 2009. Nesta edição da Amostra contamos com a

participação da Profª Drª Miriam Jorge Warde que proferiu a conferência de abertura,

desenvolvendo o tema – Pesquisa educacional: algumas aproximações às cenas nacional e

internacional. Com base em extensa experiência como pesquisadora, a Profª Miriam procurou situar

o contexto nacional de formação de pesquisadores de diferentes níveis, seja de iniciação científica,

seja pós-graduado; os mecanismos de indução de critérios quantitativos de avaliação de agências de

fomento científico e o cenário internacional como uma força motriz para os destinos da produção

científica brasileira.

Este volume traz um contingente significativo de trabalhos distribuídos nas áreas de Educação

Especial, Educação Infantil, Ensino em Ciências Exatas e Biológicas, Ensino em Ciências

Humanas, Filosofia da Educação, História da Educação, Política Educacional, Psicologia da

Educação e Trabalho Docente, o que amplia nosso escopo de ação envolvendo interessados em

questões educacionais e com interfaces com diversos campos do conhecimento. Para o momento de

apresentação das pesquisas foram convidados os professores pesquisadores: Carlos Roberto

Monarcha; Fátima Neves do Amaral Costa; José Vaidergorn, Maria Cristina de Senzi Zancul; Maria

Júlia Canazza Dall’Acqua; Marilda da Silva; Mauro Carlos Romanatto, Paula Ramos de Oliveira e

Walter José Martins Migliorini, vinculados aos Departamentos de Ciências da Educação, Didática e

Psicologia da Educação para a coordenação e debate das investigações, conferindo aos autores um

momento privilegiado para aprimoramento do trabalho cientifico.

Indubitavelmente, esta publicação vem consolidar a Amostra em Pesquisa em Educação, organizada

pelo PET Pedagogia, como um evento representativo da produção científica de graduandos e pós-

graduandos da Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara, com a participação de outras unidades

da UNESP e demais universidades.

Esperamos com esta iniciativa atender a alguns dos objetivos do Programa de Educação Tutorial

como o dialogo estreito com os demais graduandos do curso ao qual pertence, o estímulo à pesquisa

desde o início da graduação e o intercâmbio entre graduandos e pós-graduandos, sem desconsiderar

a orientação para a indissociabilidade ensino – pesquisa e extensão.

Gostaria de registrar também que a realização dos anais só foi viabilizada com a contribuição

efetiva de profissionais da FCL, aos quais o grupo PET – Pedagogia tece um agradecimento

especial.

Silvia Regina Ricco Lucato Sigolo

Tutora PET Pedagogia

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Anais da III Amostra de Pesquisas em Educação

Sumário

SEÇÃO A - PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO

O CIDADÃO AUTÔNOMO: DESAFIOS PARA O BRASIL E EM ESPECIAL ÀS

INSTITUTIÇÕES EDUCATIVA BRASILEIRAS ............................................................................ 10

A ANSIEDADE GERADA A PARTIR DA VIVÊNCIA DE UMA EDUCAÇÃO SEXUAL

REPRESSORA .................................................................................................................................. 11

DESEMPENHO ESCOLAR E RELAÇÃO FAMÍLIA-ESCOLA: O QUE AS PESQUISAS

APONTAM? ...................................................................................................................................... 13

RELAÇÃO FAMÍLIA-ESCOLA E A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO ESCOLAR .......................... 14

UM ESTUDO PSICANALÍTICO SOBRE EDUCAÇÃO SEXUAL E A SEXUALIDADE NA

CONTEMPORANEIDADE .............................................................................................................. 15

SEÇÃO B – HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

PROJETO EEBA: HISTÓRIA E MEMÓRIA DO ENSINO EM ARARAQUARA:

LEVANTAMENTO DE DADOS SOBRE O ENSINO PRIMÁRIO NA ESCOLA

ESTADUAL BENTO DE ABREU (1950-1970) ............................................................................... 17

IMPRENSA, EDUCAÇÃO E SOCIEDADE NO INTERIOR PAULISTA: RIBEIRÃO

PRETO (1946-1963) .......................................................................................................................... 19

PROJETO EEBA: HISTÓRIA E MEMÓRIA DO ENSINO NORMAL EM ARARAQUARA:

ANÁLISE DA GRADE CURRICULAR A PARTIR DA LEGISLAÇÃO DO ESTADO DE

SÃO PAULO ...................................................................................................................................... 21

RETRATOS DO AMBIENTE ESCOLAR: PRÉDIOS, MOBÍLIAS E MATERIAIS:

ALGUNS APONTAMENTOS? ......................................................................................................... 23

HISTÓRIA E MEMÓRIA DA ESCOLA RURAL DE TUTÓIA/ARARAQUARA - SP (1950-

1970) .................................................................................................................................................. 25

O GOSTO MUSICAL DA JUVENTUDE: UMA ANÁLISE NO AMBIENTE ESCOLAR. .......... 26

PÁGINAS PUERIS DE INTENÇÕES BEM ADULTAS: LITERATURA INFANTIL

DURANTE A JOVEM REPÚBLICA (1889-1930) ........................................................................... 28

TURMA 79: TRAJETÓRIA PROFISSIONAL E DE ESCOLARIZAÇÃO DAS

FORMANDAS DA HABILITAÇÃO ESPECÍFICA PARA O MAGISTÉRIO DA ESCOLA

ESTADUAL BENTO DE ABREU. ................................................................................................... 30

IDENTIFICAÇÃO DE IMAGENS FOTOGRÁFICAS: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A

HISTÓRIA DO ENSINO SUPERIOR .............................................................................................. 32

MUSEU PEDAGÓGICO DO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO DA ESCOLA NORMAL DE

SÃO CARLOS: DA RECUPERAÇÃO À PRESERVAÇÃO DO ACERVO DOCUMENTAL

E BIBLIOGRÁFICO COMO FONTE DE PESQUISA PARA A HISTÓRIA .................................. 34

O (DES)CONHECIMENTO SOBRE A PEDAGOGIA TRADICIONAL: DA

REPRESENTAÇÃO E DIFUSÃO DAS CONCEPÇÕES DE ENSINO REALIZADA PELA

ESCOLA NOVA ................................................................................................................................ 36

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Anais da III Amostra de Pesquisas em Educação

ESCOLA ESTADUAL BENTO DE ABREU: APONTAMENTOS SOBRE O ESTUDO DAS

REPRESENTAÇÕES DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO NA DÉCADA DE 1970 ................ 38

ESCOLA BENTO DE ABREU: CAMINHOS E DESCAMINHOS DA INSTRUÇÃO

PÚBLICA EM ARARAQUARA ....................................................................................................... 40

ESTUDO HISTÓRICO DE UMA ESCOLA RURAL: RECONSTRUINDO A CULTURA

ESCOLAR A PARTIR DE FONTES DOCUMENTAIS ................................................................... 42

REFORMA EDUCACIONAL DE 1971: UM ESTUDO DOS DEBATES EDUCACIONAIS

VEICULADOS NA IMPRENSA PAULISTA ................................................................................... 43

A CULTURA POÉTICA NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA ............................................ 45

SEÇÃO C - ENSINO DE CIÊNCIAS EXATAS E BIOLÓGICAS

O CONHECIMENTO LÓGICO-MATEMÁTICO: O JOGO E A REPRESENTAÇÃO DO

NÚMERO .......................................................................................................................................... 46

OS FENÔMENOS NUCLEARES E O ENSINO DE QUÍMICA: CONCEPÇÕES PRÉVIAS

DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO .............................................................................................. 48

INVESTIGANDO AS HISTÓRIAS DE ESCOLARIZAÇÃO E A RELAÇÃO COM O

SABER DE ALUNOS DE GRADUAÇÃO EM QUÍMICA ............................................................. 50

OFICINA DE JOGOS MATEMÁTICOS E SUA IMPORTÂNCIA NA FORMAÇÃO

CONTINUADA DE PROFESSORES ............................................................................................... 52

EDUCAÇÃO AMBIENTAL ENFOCANDO ÁREAS DE PRESERVAÇÃO: ESTUDO

SOBRE A MICROBACIA CÓRREGO DOS CORREIAS - ENGENHEIRO COELHO- SP .......... 54

SEÇÃO D – O ENSINO EM CIÊNCIAS HUMANAS

AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA DE LÍNGUA ESTRANGEIRA ...................................................... 55

APRENDIZADO DE LEITURA E ESCRITA E OS EDUCANDOS DO PEJA: DA

NECESSIDADE DE LER E ESCREVER À APROPRIAÇÃO DA LINGUAGEM ESCRITA

COMO INSTRUMENTO PARA COMPREENDER E ATUAR NO MUNDO ................................ 57

ATIVIDADES DE LINGUAGEM NO PRIMEIRO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL: O

TRABALHO COM A ORALIDADE E COM A ESCRITA .............................................................. 59

WILLIAN H. KILPATRICK: INFLUÊNCIAS E ADAPTAÇÕES DE SEU IDEÁRIO

EDUCACIONAL PRESENTES NA CONCEPÇÃO DE ENSINO E EDUCAÇÃO DOS

PCNs DE CIÊNCIAS NATURAIS .................................................................................................... 61

OLHANDO PARA TRÁS: UM ESTUDO DOS DIFERENTES VALORES CONCEBIDOS

AOS PRETÉRITOS INDEFINIDO E PERFEITO EM LÍNGUA ESPANHOLA ............................ 63

ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA ATRAVÉS DAS MÍDIAS .................................................... 65

HISTÓRIA DA ÁFRICA E DOS AFRO-DESCENDENTES: UM RELATO DE PESQUISA

AÇÃO EM SALA DE AULA ............................................................................................................ 66

LIMITES E POSSIBILIDADES PARA A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E A

FORMAÇÃO DOCENTE: ALGUMAS REFLEXÕES .................................................................... 67

A PRODUÇÃO DE TEXTOS ESPONTÂNEOS NA ALFABETIZAÇÃO ...................................... 69

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Anais da III Amostra de Pesquisas em Educação

ENSINO-APRENDIZAGEM DOS FALSOS AMIGOS DO ESPANHOL PARA

BRASILEIROS: CRIAÇÃO DE EXERCÍCIOS PARA AUTO-APRENDIZAGEM ON-LINE ...... 71

ENSINO-APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA SOB UMA PRESPECTIVA

EPILINGUISTA ................................................................................................................................. 72

APRESENTANDO SÃO CARLOS: ALGUNS PONTOS CULTURAIS ......................................... 73

O IMPACTO DAS PESQUISAS SOBRE A PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA NA

ALFABETIZAÇÃO: UMA ANÁLISE A PARTIR DAS CARTILHAS ........................................... 74

SEÇÃO E – TRABALHO DOCENTE

PRÁTICAS BEM-SUCEDIDAS DE UMA PROFESSORA ALFABETIZADORA ........................ 75

CONTRIBUIÇÕES DO GRUPO DE ESTUDOS E PROPOSTAS SOBRE A FORMAÇÃO

DO EDUCADOR CONTEMPORÂNEO PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DE

PROFESSORES................................................................................................................................. 76

INVESTIGAÇÕES PRÉVIAS SOBRE O LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES

FORMATIVAS DOS PROFESSORES ............................................................................................. 78

PROBLEMÁTICA E CONTRIBUIÇÕES DA ANALISE DE NECESSIDADES EM

PRÁTICAS DE FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES ............................................ 80

A PRÁTICA DOCENTE NO INÍCIO DA ATUAÇÃO PROFISSIONAL........................................ 82

A AQUISIÇÃO DE CAPITAL CULTURAL: REFERÊNCIA INDELÉVEL E EFETIVAÇÃO

DA AÇÃO DOCENTE ...................................................................................................................... 84

MUSICALIZAÇÃO E ALFABETIZAÇÃO: RELAÇÕES ESTRUTURAIS ENTRE A

FORMA SONATA COM A PALAVRA ............................................................................................. 85

FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA: NECESSIDADES

DA PRÁTICA DOCENTE NA EDUCAÇÃO BÁSICA ................................................................... 86

FORMAÇÃO CONTINUADA DOCENTE E AS PRÁTICAS DE LEITURA NA REDE

PÚBLICA ESTADUAL DE SÃO PAULO: O PROJETO SÃO PAULO FAZ ESCOLA ................. 88

TRABALHANDO COM UMA ALUNA DA EJA EM PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO ........ 90

DOCÊNCIA: EDUCAÇÃO E TRABALHO .................................................................................... 91

SEÇÃO F - POLÍTICA EDUCACIONAL

TRAJETÓRIA DO CONSTRUTIVISMO NA REDE ESTADUAL DE ENSINO PAULISTA:

ANÁLISE CRÍTICA.......................................................................................................................... 92

RAÇA, ETNIA E A ESCOLA: POSSIBILIDADES DE IMPLEMENTAÇÃO DA LEI

10.639/03............................................................................................................................................ 93

O PROCESSO DE BOLONHA E AS MUDANÇAS NA UNIVERSIDADE BRASILEIRA .......... 94

SEÇÃO G - FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO

AS IMPOSIÇÕES DA INDÚSTRIA CULTURAL NO AMBINENTE ESCOLAR:

FORMAÇÃO, SEMIFORMAÇÃO E EMANCIPAÇÃO ................................................................. 96

ESTUDO SOBRE O DESAPARECIMENTO DA INFÂNCIA ........................................................ 97

ASPECTOS FILOSÓFICOS NO TEATRO INFANTIL ................................................................... 98

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Anais da III Amostra de Pesquisas em Educação

ENSINO DE FILOSOFIA E A CONQUISTA DA AUTONOMIA ................................................... 99

FILOSOFIA PARA CRIANÇAS NA ESCOLA DE DANÇA IRACEMA NOGUEIRA ................ 100

VERDADE, VALOR E CULTURA ESCOLAR:ELEMENTOS PARA O DIÁLOGO COM

NIETZSCHE .................................................................................................................................... 101

SEÇÃO H - EDUCAÇÃO ESPECIAL

FAMILIARES, PROFESSORES E CRIANÇA NO CONTEXTO DE FISSURA

LABIOPALATINA .......................................................................................................................... 102

TRAJETÓRIA ESCOLAR E INCLUSÃO NO MERCADO DE TRABALHO: UM ESTUDO

SOBRE PERCEPÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIAS EM SÃO CARLOS – SP ............... 104

INCLUSÃO E ALFABETIZAÇÃO DE SURDOS: UMA ANÁLISE DA

PRÁTICADOCENTE ...................................................................................................................... 106

INDICATIVOS SOBRE INCLUSÃO A PARTIR DE EXPERIÊNCIAS DE ALUNOS

JOVENS E ADULTOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS ........................ 108

FORMAÇÃO CONTINUADA EM SERVIÇO: UMA PERSPECTIVA DIANTE DA

INCLUSÃO ..................................................................................................................................... 109

A INTERNET COMO CANAL DE INFORMAÇÃO FAVORECENDO OS PROCESSOS DE

INCLUSÃO ..................................................................................................................................... 110

A PRÁTICA DA PEDAGOGIA HOSPITALAR: MODIFICANDO SITUAÇÕES E

ATITUDES JUNTO ÀS CRIANÇAS INTERNADAS ................................................................... 112

SEÇÃO I - EDUCAÇÃO INFANTIL

APRENDENDO A PRESERVAR BRINCANDO ........................................................................... 113

AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM E EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA ABORDAGEM DAS

CONDUTAS EXPLICATIVAS ....................................................................................................... 114

(RE) PENSANDO A CRIANÇA NA CONTEMPORANEIDADE ................................................ 116

O INGRESSO DA CRIANÇA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL:

OLHARES TEÓRICOS E EMPÍRICOS ......................................................................................... 117

O PAPEL DOS JOGOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: ASPECTOS CONDUTUAIS .................. 118

EDUCAÇÃO INFANTIL: ELEGENDO E ANALISANDO CRITÉRIOS PARA SE

INVESTIR NA QUALIDADE DO ATENDIMENTO .................................................................... 120

A GESTÃO EM CRECHES NA CIDADE DE BAURU: CUIDADO OU EDUCAÇÃO? ............ 122

INFÂNCIA, LUDICIDADE E ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NO CONTEXTO

HOSPITALAR ................................................................................................................................. 123

DESCOBRINDO A INFÂNCIA, COMPREENDENDO A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS E

BRINCADEIRAS ............................................................................................................................ 124

SIGNIFICADOS E EXPECTATIVAS DE CRIANÇAS DAS CAMADAS POPULARES EM

RELAÇÃO A ESCOLARIZAÇÃO ................................................................................................. 125

VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL: CONCEPÇÕES E

POSICIONAMENTOS .................................................................................................................... 126

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Anais da III Amostra de Pesquisas em Educação

O "ERRO" NA LINGUAGEM DA CRIANÇA: FONTE DE DADOS PARA OS ESTUDOS

EM AQUISIÇÃO DE LINGUAGEM ............................................................................................. 128

A FAMÍLIA COMO AUXILIADORA NA APRENDIZAGEM NO CONTEXTO DA

EDUCAÇÃO INFANTIL: A IMPORTÂNCIA DO AUXÍLIO NAS TAREFAS ............................ 130

(RE) PENSANDO A INFÂNCIA: CONTINUIDADES E RUPTURAS NA TRANSMISSÃO

INTERGERACIONAL .................................................................................................................... 132

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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SEÇÃO A- PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO

O CIDADÃO AUTÔNOMO: DESAFIOS PARA O BRASIL E EM ESPECIAL ÀS

INSTITUTIÇÕES EDUCATIVAS BRASILEIRAS

Autor: Edson Renato Nardi ([email protected])

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Leite Camargo

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Psicologia da Educação

Esta pesquisa buscou inicialmente analisar os conceitos de cidadania e autonomia por intermédio de

um resgate histórico e filosófico de ambos os elementos. Logo a seguir, mediante uma análise de

como se deram a manifestação e implementação destes conceitos no Brasil, concluímos que, dadas

as suas especificidades, sobretudo vinculadas ao implemento dos direitos sociais em detrimento dos

direitos políticos e também, dado a pouca ênfase no exercício dos direitos civis, estas não

favoreceram a plena realização da autonomia e cidadania, tais como aconteceram em outras

sociedades. Diante destes elementos, eliciamos a importância da necessidade de se estabelecer uma

ação educativa eficaz para que estes elementos possam ser exercitados e desenvolvidos plenamente.

Além disso, aventamos a possibilidade de que as concepções e práticas que os profissionais da

educação possuem e exercitam adotam posicionamento inverso ao que se espera em relação a estes

temas.

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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A ANSIEDADE GERADA A PARTIR DA VIVÊNCIA DE UMA EDUCAÇÃO SEXUAL

REPRESSORA

Autora: Karla Cristina Vicentini de Araújo ([email protected])

Orientador: Prof. Dr. Paulo Rennes Marçal Ribeiro

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Psicologia da Educação

O objetivo deste trabalho é apresentar e analisar a ansiedade enquanto estado psicológico com

reações psicossomáticas, gerada a partir de medos, conflitos não resolvidos e experiências

estressantes. A ansiedade em sua essência significa a preservação da vida, tanto que precisamos do

mecanismo da ansiedade para sobreviver. No entanto, pode ser negativa e prejudicial quando

funciona como um mecanismo neurótico, visando defender a pessoa do seu medo de ser

abandonada e morrer. Como outros estados estressantes pode provocar várias alterações na vida do

indivíduo, inclusive afetar de maneira acentuada o comportamento sexual e a libido. Por outro lado,

conflitos inconscientes não resolvidos, inclusive os de natureza sexual, também são responsáveis

pela instalação da ansiedade. Ou seja, a sexualidade tanto pode ser afetada pela ansiedade quanto

responsável pela sua instalação. Em ambos os casos a psicoterapia pode ajudar na diminuição dos

sintomas psicossomáticos, no alívio do desconforto causado pelo estado ansiógino e na resolução

dos conflitos inconscientes eliciadores da ansiedade, favorecendo melhora na qualidade da vida

sexual, que se estende para todos os âmbitos da vida pessoal. Se considerarmos que a educação

sexual refere-se aos processos culturais por que passam os indivíduos desde o nascimento,

dependendo das interferências mais ou menos repressoras, dos conflitos psicológicos gerados por

esta repressão e da introjeção da culpa, os indivíduos poderão estar sujeitos a estados de ansiedade.

A cultura favorece a repressão sexual quando estabelece um sistema de normas, regras, leis e

valores que tanto controlam e coíbem as atitudes e comportamentos sexuais quanto instigam a

transgressão dos componentes deste sistema, já que biologicamente todos têm necessidade de dar

vazão à energia sexual. Regras, normas, leis e valores definidos explicita ou implicitamente pela

religião, pela moral, pelo direito e pela ciência levam à contenção de desejos, a punições por causa

das transgressões, a atitudes de omissão e silêncio em relação a certas práticas sexuais, ou seja, uma

educação sexual repressora favorece que o indivíduo vivencie estados de ansiedade, e estes estados

são responsáveis por um desempenho sexual insatisfatório em que o desejo é afetado, o orgasmo

prejudicado e a vida sexual comprometida. Partindo destas reflexões, então, podemos sugerir que

investir em programas de orientação sexual na escola com profissionais formados e capacitados

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

12

para este trabalho, que proporcionem espaços de reflexão e crítica, de questionamento e debate

quanto à existência, origem e erradicação de preconceitos, crenças e estereótipos pode ser fator

importante de transformação pessoal e social.

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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DESEMPENHO ESCOLAR E RELAÇÃO FAMÍLIA-ESCOLA: O QUE AS PESQUISAS

APONTAM?

Autora: Luciana Ponce Bellido([email protected] )

Apoio: CNPq

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Silvia Regina Ricco Lucato Sigolo

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Psicologia da Educação

Pode-se dizer que há um consenso entre as pesquisas ao afirmar que dentre muitas influências

existentes nos diferenciados quadros de desempenho escolar, tem-se as concepções e expectativas

que professores, familiares e alunos elaboram. Pensando nisso, objetivou-se realizar uma busca nas

produções científicas sobre a influência da relação família-escola no desempenho escolar. A partir

de uma procura na literatura realizada na base de dados da Capes, a partir do ano de 2003 até 2007,

optou-se por analisar os resumos centrados no Ensino Fundamental I (antiga 1° a 4° série) e que em

sua abordagem apontasse a relação entre a família-escola e o desempenho escolar, representando o

que pesquisas assinalam sobre o assunto. Foram selecionadas cinco dissertações e uma tese, sendo

possível se apropriar dos principais resultados: 1) os sentimentos e as práticas educativas na família

e na escola oscilam em relação às necessidades emergidas da vida social em que estão inseridos,

mas em geral as famílias percebem a escola como algo importante, vista muitas vezes como um

meio de ascensão social; 2) a educação escolar é sequencial e mais próxima da educação familiar na

medida em que oferece prosseguimento à formação do indivíduo. Já há diferenciações relacionadas

à própria finalidade dessas instituições; 3) é importante haver um trabalho em conjunto entre a

família e a escola, o que nem sempre ocorre na prática diária; 4) faz-se valioso e necessário

considerar a história de vida das pessoas; 5) o desempenho escolar está, também, associado a

práticas docentes anteriores, esforço e interesse dos alunos, capacidade intelectual, relação

interpessoal entre aluno e professor, sendo que para os alunos, em especial, há influência para

estudar resultante de elogios e reconhecimento. Conclui-se então que há dois eixos principais que

podem ser destacados quando se pensa em trabalhos sobre desempenho escolar e relação família-

escola: 1) que relacionam desempenho escolar com contexto sócio-econômico e/ou cultural e; 2)

que apresentam o desempenho escolar centrado nas práticas das pessoas como membros específicos

do processo de escolarização. Inclusive foi possível notar que as pesquisas que apontam o tema sob

a perspectiva do conceito de sucesso e fracasso escolar, não ponderaram o desempenho escolar

mediano dos alunos.

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

14

RELAÇÃO FAMÍLIA-ESCOLA E A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO ESCOLAR

Autora: Maria Rita Lerri ([email protected])

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Keila Hellen Barbato Marcondes

IES: Instituto Taquaritinguense de Ensino Superior

Departamento: Psicologia e Educação

O presente estudo tem como objetivo analisar as concepções sobre a relação família-escola e a

percepção dos sujeitos inseridos no contexto escolar sobre a atuação do psicólogo escolar e seu

papel nesta interconexão. Concebe-se que a família e a escola possuem funções diferenciadas, no

entanto, ambas objetivam a preparação dos membros mais jovens para sua inserção futura na

sociedade e para o desempenho de funções que possibilitem a continuidade da vida social. Para esse

estudo adota-se como referencial teórico a perspectiva bioecológica de Bronfenbrenner, focando as

relações estabelecidas no que o autor denomina Mesossistema, ou seja, as interconexões entre dois

ou mais ambientes, nos quais o indivíduo tem participação ativa; sendo esse o caso da relação

família-escola. A pesquisa utiliza-se ainda o conceito de resiliência que se refere a uma habilidade

de superar adversidades, sem, contudo, significar que o indivíduo saia da crise ileso. A coleta dos

dados ocorreu em uma escola particular do interior do Estado de São Paulo, nos meses de maio e

junho de 2008. Os sujeitos pesquisados foram 05 professores, 05 alunos, 05 pais e o coordenador

pedagógico da escola. O instrumento de coleta de dado foram entrevistas semi-estruturadas. Os

resultados preliminares indicam que todos os sujeitos pesquisados percebem a relação escola-

família como sendo necessária para o desenvolvimento e aprendizagem da criança, mas que esta

tem apresentado de forma ineficaz. Há uma mútua culpabilização entre os sujeitos dos dois

ambientes quanto às dificuldades de aprendizagem e de comportamento dos alunos. A escola e as

famílias indicam que seria relevante existir um trabalho que possibilitasse um maior contato entre

essas duas instituições, diminuindo distâncias e melhorando a comunicação. Quanto à concepção do

trabalho do psicólogo escolar, os sujeitos indicaram a urgência do trabalho destes profissionais na

escola, contudo não concebem esse profissional dentro do novo paradigma de formação e atuação,

remetendo ainda a um olhar clínico e medicalizante da psicologia. Os sujeitos não percebem que o

psicólogo escolar poderia ser um importante profissional que diminuiria a tensão entre os dois

ambientes. Contudo, é importante ressaltar que o psicólogo escolar é indicado como um recurso

(indicador de proteção) nas situações adversas referentes à escola e à família.

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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UM ESTUDO PSICANALÍTICO SOBRE EDUCAÇÃO SEXUAL E A SEXUALIDADE NA

CONTEMPORANEIDADE

Autora: Viviane Oliveira Augusto ([email protected])

Orientador: Prof. Dr. Paulo Rennes Marçal Ribeiro

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Psicologia da Educação

Reconhecemos no texto de A Interpretação de Sonhos o discurso do desejo. Em Os três ensaios

encontramos o discurso da pulsão, no qual Freud afirma que “os sintomas são a prática sexual dos

doentes”. Esta pesquisa, ao examinar os sintomas do homem e da mulher da atualidade, pretende

discutir os destinos da sexualidade e da educação sexual a partir de figuras características da

contemporaneidade, tendo em vista sua incidência no laço social e nas formas do sofrimento

psíquico. Para isso analisaremos certas exigências como o apelo simultâneo à diferenciação e

homogeneidade, a exigência do papel feminino com a repressão da sexualidade da mulher e

afirmação da masculinidade do homem, levando a incorporação de um padrão de educação sexual

que vai de encontro com a perspectiva da sociedade. Tais contradições subjazem às variações do

narcisismo e do sentimento de si em situações onde a relação de desejo, objeto e pulsão organizam

o laço com o outro, principalmente nas relações entre a paixão em ser um objeto para o outro e seu

efeito no quadro de certas formações de angústia, de inibição e de sintoma. A discussão dos destinos

pulsionais da sexualidade na contemporaneidade pressupõe que os destinos das pulsões tenham uma

natureza histórica. Examinará, portanto, as mudanças recentes em nossa sociedade relativa à

educação sexual e a expressão da sexualidade. A sexualidade ultrapassa as barreiras biológicas,

ancoradas no conceito de perpetuação da espécie, pois o ser humano faz uso da razão e está inserido

em uma cultura, o que nos leva a um conceito mais amplo do termo sexualidade, partindo das

manifestações sexuais resultadas do impulso sexual ou energia sexual mais conhecida como Libido.

Essa energia que busca vazão gera o desejo que elege o objeto sexual e vai em busca dele, assim é

feita a representação desse desejo e a elaboração mental da possibilidade de realizá-lo. Essa

possibilidade é construída através da elaboração psíquica associada à influência da cultura, da

moral, dos valores, da crença religiosa e da sociedade que o indivíduo está inserido. Nesse sentido,

a educação sexual reflete padrões que são construídos através de manifestações psíquicas associadas

aos padrões culturais, que diferem de cada grupo e o cotidiano de seus indivíduos. As manifestações

que encontramos em nossa sociedade contemporânea sobre sexualidade e educação sexual são, em

sua grande maioria, alicerçadas às normas e padrões repressores e negativistas implantados

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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historicamente, que são passados para os indivíduos diariamente através da família, escola, meios

de comunicação entre outros. Essa educação sexual e sexualidade sofrem diferenciação entre

homens e mulheres devido à constituição psíquica de ambos e seu grupo cultural. Partindo dessas

reflexões essa pesquisa poderá sugerir uma contribuição para uma educação sexual emancipatória,

que considere a sexualidade e suas expressões na contemporaneidade, sendo, portanto menos

repressora e mais flexível.

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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SEÇÃO B – HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

PROJETO EEBA: HISTÓRIA E MEMÓRIA DO ENSINO EM ARARAQUARA:

LEVANTAMENTO DE DADOS SOBRE O ENSINO PRIMÁRIO NA ESCOLA ESTADUAL

BENTO DE ABREU

(1950-1965)

Autora: Ana Beatriz de Oliveira ([email protected])

Apoio: CNPq/PIBIC

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Vera Teresa Valdemarin

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Ciências da Educação

O “Projeto EEBA: história e memória do ensino secundário em Araraquara” vem sendo

desenvolvido desde 2004 pelo Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Cultura e Educação (GEPCE) da

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara/UNESP e tem entre seus objetivos gerais contribuir

para a preservação da memória da escola pública paulista; organizar o acervo documental de valor

histórico, probatório e informativo do EEBA de Araraquara; racionalizar o acesso à consulta do

acervo escolar; criar instrumentos de pesquisa e capacitar alunos de graduação e de pós-graduação

para manuseio, organização, digitalização e acondicionamento de documentos. Após a etapa de

organização, acondicionamento e digitalização da documentação foram iniciados os trabalhos de

levantamento de dados sobre temas específicos, sendo um deles a presente comunicação, referente

aos dados sobre o ensino primário. A análise de toda a documentação disponível possibilitou a

construção de um quadro contendo os seguintes dados referentes ao período de 1950 a 1970:

direção, corpo docente, número de alunos por classe e por série. Esses dados foram obtidos a partir

dos Livros Ponto, Livros de Matricula, Boletins de Freqüência, Termos de Exames e Mapas de

Movimentação. A composição das classes por gênero era um dado de interesse e foi preciso realizar

levantamento em outros documentos como: Mapas de Movimentação, Boletins de Freqüências e

Termos de Exames. Quanto aos Mapas de Movimentação, esses dos anos de 1951, 1954 1955,

1956, 1967 e1970, além de oferecerem números de alunos também proporcionaram nomes de

professores. Os Boletins de Freqüências continham dados dos anos de 1954 a 1957. Forneceram

informações sobre o número de alunos separados por sexos e série, períodos de aula, freqüência e

permanência. No entanto, foi possível caracterizar o aumento do número de alunos ao longo do

tempo e, conseqüente, do número de classes e de professores na instituição. De 124 alunos em

1950, chega-se a 324 alunos em 1970 matriculados no Curso Primário. O número de professores, no

mesmo período vai de 04 para 11, exemplificando a expansão ocorrida. A grande dificuldade

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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encontrada foi a não existência de séries documentais e as informações precisam ser coletadas em

diferentes tipos de registros, realizados, provavelmente, de acordo com instruções de órgãos

superiores. No entanto, as informações obtidas permitiram reconstruir com bases quantitativas, um

período nesta escola para conhecer sua estrutura, a variação do número de alunos ao longo do

tempo e a divisão por sexo. Tais dados são de suma importância para a reflexão e para futuras

pesquisas. Conhecer a estrutura do corpo docente, o número de alunos a organização das classes e

período facilita a compreensão de determinadas ações da organização escolar. Esses elementos se

entrelaçam uns com os outros fornecendo subsídios para entender o passado e suas heranças que

permanecem até os dias atuais.

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IMPRENSA, EDUCAÇÃO E SOCIEDADE NO INTERIOR PAULISTA: RIBEIRÃO

PRETO (1946 – 1963).

Autora: Andréa Márcia Sant`Ana ([email protected])

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Rosa Fátima de Souza

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Ciências da Educação

Este estudo busca recuperar parcialmente o modo pelo qual a educação foi retratada na imprensa

paulista em meados do século XX. A investigação objetiva: reconstituir a história da educação em

Ribeirão Preto, por meio da imprensa local; verificar como jornais de diferentes matrizes político-

ideológicas debateram e elaboraram propostas para a educação; investigar até que ponto o discurso

pedagógico divulgado nos periódicos refletiam as discussões em torno das políticas educacionais e

seu papel no desenvolvimento do país. A abordagem teórica privilegia a história cultural. Dentro

desta vertente, o trabalho foi norteado pelos conceitos de classe, cultura e experiência,

desenvolvidos pelo historiador E. P. Thompson. A pesquisa utiliza esta concepção teórico-

metodológica, buscando investigar o entrelaçamento entre cultura e experiência na constituição da

história da educação. Além disso, se pauta no conceito de ideologia, desenvolvido na obra do

pensador italiano, Antônio Gramsci. O trabalho está sendo realizado em três etapas: a) estudo de

revisão teórico-metodológica bibliográfica. b) coleta de dados nos jornais no Arquivo Público e

Histórico de Ribeirão Preto. c) análise, sistematização e interpretação dos dados, tendo em vista as

categorias com base no referencial escolhido. Foram selecionados três periódicos como fontes para

a pesquisa, a partir dos seguintes critérios: a) quantitativo - eram os jornais com maiores tiragens na

época; b) conteúdo - todos apresentavam editoriais, colunas e artigos direcionados especificamente

à área da educação; c) diversidade ideológica e cultural - enquanto os periódicos, “O Diário da

Manhã” e “A Cidade”, apresentavam os princípios do liberalismo, o “Diário de Notícias”, que era

mantido pela Arquidiocese, era instrumento de divulgação dos dogmas e filosofia da igreja católica.

A analise das fontes tem revelado a complexidade dos debates sobre educação nas décadas de 40,

50 e 60 do século XX, que abarcavam políticas educacionais implementadas através da legislação,

interesses econômicos atrelando a educação as estratégias de industrialização e modernização, e,

portanto, subserviente ao modo de produção capitalista. No plano social e político, a escola é

colocada a serviço da construção da identidade nacional. Na esfera ideológica e cultural, os debates

giraram em torno dos objetivos da escola: formar cidadãos cientes de seus direitos e deveres, ou

educar o espírito, através de fundamentos morais e religiosos. Temáticas como: salários de

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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professores, faltas de vagas no ensino primário, falta de professores nas escolas rurais, necessidade

da gratuidade no ensino ginasial, menores abandonados filhos de operários excluídos do sistema

educacional, após a conclusão do primário, a necessidade de mais escolas vocacionais e cursos

profissionalizantes e o aumento das escolas privadas, revelam como a educação esteve presente nos

debates feitos pela imprensa trazendo a tona o cotidiano da cidade.

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PROJETO EEBA: HISTÓRIA E MEMÓRIA DO ENSINO NORMAL EM ARARAQUARA:

ANÁLISE DA GRADE CURRICULAR A PARTIR DA LEGISLAÇÃO DO ESTADO DE

SÃO PAULO

Autora: Ângela Daiane da Silva

Apoio: CNPq

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Vera Teresa Valdemarin

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Ciências da Educação

O projeto EEBA, desenvolvido pelo Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Cultura Instituições

Educativas-GEPCIE, vem por meio das atividades de restauração e levantamento de dados dos

arquivos da Escola Estadual Bento de Abreu, conservar os documentos históricos desta escola que

no século passado foi detentora de um grande prestígio social na cidade de Araraquara, assim como

também proporcionar meios para que sua história seja estudada mais profundamente através de

projetos de pesquisas. Como um dos desdobramentos das atividades de pesquisa realizadas nesta

instituição, o projeto aqui apresentado, tem como tema o antigo curso de formação de professores

primários – o Curso Normal – compreendendo o ano de sua implantação em 1950 até o ano de

1971, quando foi transformado em Habilitação Específica para o Magistério através da lei nº.

5.692/71. Esta atual parcela da pesquisa tem o objetivo de compreender os programas utilizados

para a formação dos professores primários – o que foi suscitado pela análise anterior dos horários

(grade curricular) encontrados na instituição – usando para tanto, a Coleção de Leis e Decretos do

Estado do São Paulo. O primeiro currículo (horário) encontrado corresponde ao ano 1950 e, quando

comparado com o Decreto 19.525-A, que dispunha sobre o regimento das Escolas Normais neste

mesmo ano, se apresenta relativamente igual ao que era proposto pelo estado, destoando-se apenas

em duas disciplinas quanto às suas carga horária. Neste mesmo decreto, encontramos também, as

diretrizes didáticas que essencialmente propunham que o ensino deveria ser ministrado de maneira a

enfatizar a técnica, a prática do aluno-professor. Os seguintes currículos encontrados continuaram

fiéis ao que foi proposto no Decreto 19.525-A de 1950, protelando a primeira mudança somente

para 1955 quando é inserido o ensino religioso no currículo, provavelmente regulamentado pelo

Decreto nº. 24.713 que afirmava que este deveria ser regido e organizado por uma comissão

religiosa independente do estado. É importante ressaltar que após 1955 apareceram outras

disciplinas no currículo, assim como também a nomenclatura de algumas disciplinas foram

alteradas. Um outro momento importante na configuração dos currículos ocorre em 1957 com a

promulgação da Lei nº 3.739 que regulamentava o regimento das Escolas Normais. A partir deste

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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momento o curso normal foi contemplado com um ano a mais de duração, sendo o curso pré-normal

extinto. Relativo à configuração dos programas de ensino, encontramos apenas o Decreto nº. 35.100

de 17 de Junho de 1959, que assegurava em seu artigo 15 que os programas de ensino das

disciplinas e atividades educativas deveriam ser flexíveis, devendo indicar, para cada uma delas, o

sumário da matéria e as diretrizes essenciais, afirmando em seu parágrafo único que os programas,

deveriam ser organizados por uma comissão geral e por subcomissões especializadas, designadas

pelo Diretor Geral do Departamento de Educação de Educação, que os expediria.

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RETRATOS DO AMBIENTE ESCOLAR: PRÉDIOS, MOBÍLIAS E.

MATERIAIS: ALGUNS APONTAMENTOS?

Autora: Camila José Galindo ([email protected])

Orientador: Prof. Dr. Edson do Carmo Inforsato

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Programa de Pós-Graduação em Educação Escolar

Há tempos temos assistido a deterioração dos prédios escolares, especialmente os de

responsabilidade estadual. A municipalização do ensino corroborou para evidenciar a discrepância

de cuidado, zelo e manutenção entre os prédios municipais e estaduais de ensino, especialmente nos

municípios de pequeno porte, as escolas de Ensino Fundamental. Em uma pesquisa recente que

temos desenvolvido em um município na região do Vale do Ribeira-SP detectamos, dentre outras

mazelas, que as condições dos prédios estaduais têm-se mostrado muito precárias quando

comparadas às unidades de âmbito municipal. Nossa percepção acerca das condições dos prédios

escolares nos impulsionou ao registro fotográfico realizado por meio de visita em todas as unidades

de âmbito municipal e estadual, rurais e urbanas, que atendem as séries iniciais do Ensino

Fundamental. O objetivo que nos colocávamos era o de apontar a situação de zelo, cuidado e

manutenção dos prédios escolares no período de férias, há uma semana anterior ao início o período

letivo de 2009. Isso porque supostamente espera-se que nesse período as escolas estejam preparadas

para o recebimento dos alunos. Com a permissão da gestora municipal de educação, adentramos as

escolas no intuito de registrarmos os cenários: salas de aula, diretoria, sala dos professores,

secretaria, corredores, banheiros, pátio, cozinha, dispensa, área de serviço, área externa, prédio

escolar externo, quadra de esportes e dispensa. O critério para a escolha dos cenários se deu pela

orientação de documentação legal brasileira referente às condições mínimas de qualidade de prédios

escolares. Os registros foram organizados por escola, o que favoreceu a criação de categorias de

análise a partir de regularidades, discrepâncias e carências entre os ambientes. A técnica de

observação seguida de análise da imagem nos permitiu detectar que apesar da tendência à

modernização arquitetônica dos prédios municipais, traços do estilo tradicional são perceptíveis nas

cores opacas na pintura das paredes e na disposição e organização dos espaços internos e dos

materiais. A condição de higiene se mostrou em nível crítico em todas as escolas, com destaque às

cozinhas e banheiros, bem como as mobílias das salas de aula e bebedouros. Porém nos prédios

estaduais, esses ambientes apresentam-se agravados devido ao funcionamento precário, a existência

de itens quebrados ou em mau estado de funcionamento. A organização e o planejamento dos

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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ambientes também se mostraram desejosos de melhoria em todas as escolas, especialmente nos

ambientes: diretoria, secretaria, espaço destinado à leitura, salas de aula, quadras esportivas. O

estado de precarização da condição dos prédios se dá devido a um longo período de investimento à

expansão de unidades escolares em meados do século XX. De um modo geral, os dados inferidos

apontam um descaso da gestão da educação nos diversos níveis em que ela ocorre.

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HISTÓRIA E MEMÓRIA DA ESCOLA RURAL DE TUTÓIA/ARARAQUARA - SP (1950-

1970)

Autora: Érica Zavanella Navarro ([email protected])

Apoio: PIBIC/PIBITI/CNPq/UNESP

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Rosa Fátima de Souza

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Ciências da Educação

Inserindo-se em um universo de investigações que propõem um novo olhar acerca da Educação

Rural no Estado de São Paulo a pesquisa “História e Memória da Escola Rural de

Tutóia/Araraquara - SP (1950-1970) visa reconstruir a história de uma escola primária situada na

região rural de Araraquara, mais precisamente na Estação de Tutóia, localizada entre a cidade de

Araraquara e a cidade de Américo Brasiliense. A escola elementar pública no Estado de São Paulo,

desde a década de 1930, foi a que mais cresceu no país, levando a escola primária aos mais distantes

locais do Estado e aos bairros mais afastados da capital. A pesquisa busca investigar as

contribuições que as escolas rurais trouxeram para a expansão do ensino primário e a importância

que tais instituições tiveram na vida da população rural. Para este estudo delimitamos o período de

1950 a 1970 que corresponde ao maior número de fontes documentais encontradas na própria escola

e a disponibilidade de depoentes que poderão ser entrevistados. Parte da documentação já foi

identificada, constando os seguintes documentos: livro de matrícula, livros de chamada e alguns

diários de classe. Partindo de dados empíricos busca-se observar o quanto à escola foi importante

para a população rural da região ao qual Tutóia está localizada, pois mesmo estando distante dos

ideais prescritos, as escolas isoladas eram um dos únicos meios que estas populações tinham de

acesso à educação.

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O GOSTO MUSICAL DA JUVENTUDE: UMA ANÁLISE NO AMBIENTE ESCOLAR

Autor: Lucas Gabem Cearem ([email protected])

Apoio: PET – CAPES

Orientador: Prof. Dr. Denis Domeneghetti Badia

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Ciências da Educação

O trabalho é parte de um projeto maior, ainda em desenvolvimento, e procura contribuir com os

estudos sobre o gosto musical dos jovens, fazendo uma comparação entre o gosto dos jovens da

escola pública e privada na cidade de Araraquara. Num primeiro momento, debruçamo-nos sobre o

tema da Educação, a partir do referencial bourdieusiano, pois ele nos permite tratar de maneira

pertinente à reprodução sócio-cultural e o papel da escola no processo de formação do habitus de

classe. Tal conceito é base para o estudo sobre o gosto e suas relações com o capital cultural. O

estudo acerca do gosto do jovem trouxe-nos a necessidade de uma nova compreensão da formação

do Abdus. Assim, buscamos na obra de Bernard Lahire uma amplitude maior ao conceito de habitus

bourdieusiano. Tal autor traz um complemento à teoria de Bourdieu ao falar da flexibilização do

conceito de habitus. Os produtos culturais na contemporaneidade não se acomodam distintamente

em compartimentos estanques, hermeticamente fechados, mas transita fluidamente pelas classes

sociais por diversas vias modernas, sendo a mais potente delas a via tecnológica, a internet.

Bernard Lahire, avançando a teoria de habitus, desvenda a existência de uma dissonância

cultural, ou seja, variações significativas nas práticas culturais dos indivíduos. Essa característica

dá-se pelo caráter transitório das diversas relações no mundo contemporâneo, permitindo uma

liberdade maior de ação dos indivíduos e a “multissocialização” permanente, constituindo, dessa

maneira, um novo habitus. Após essa primeira discussão, entramos na complexa e ampla seara da

música, com o objetivo de mostrar a importância e as possibilidades de compreensão da sociedade a

partir dos estudos sobre a música. Dando prosseguimento, buscamos entender a categoria de

juventude rastreando o conceito nas suas modulações sócio-históricas ao longo do tempo,

retomando a Grécia Antiga e Idade Média, até chegarmos a atual paisagem contemporânea regida

pelo signo da globalização. Tentamos compreender o papel da música neste processo, pois se trata

de uma relação de mão dupla: a música globalizou-se, mas o processo de globalização também se

utilizou das vias musicais para o encurtamento das distâncias. Por fim, iniciamos a exposição e

análise de nossa pesquisa exploratória, que constitui na aplicação de questionários e também na

coleta de músicas dos aparelhos mp3 de estudantes da rede privada e pública. São muitos os limites

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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desse trabalho, contudo, ele permitiu-nos até então, destacar a importância da música e o papel da

Educação no acesso aos bens culturais, bem como a formação do hábitus do sujeito. Já podemos,

de maneira parcial, apontar as diferenças entre o gosto musical dos jovens da escola pública e

escola privada.

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PÁGINAS PUERIS DE INTENÇÕES BEM ADULTAS: LITERATURA INFANTIL

DURANTE A JOVEM REPÚBLICA (1889-1930)

Autora: Lúcia de Rezende Jayme ([email protected])

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Rosa Fátima de Souza Chaloba

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Ciências da Educação

Junto às carteiras e livros, ginásios e grupos escolares entraram na cena educacional a literatura

infantil. Foi durante a jovem República que surgiram condições favoráveis à formação da literatura

para pequenos leitores. Uma das circunstâncias se deu no meio urbano, fruto dos lucros e ações da

economia cafeeira, nascente entre finais do século XIX e primeiras décadas do XX, e às pessoas que

nele habitavam e iniciaram a consumir não apenas os mais diversos produtos industrializados, mas

também os livros para meninos e meninas. Concomitante ao desenvolvimento das cidades houve a

gradual substanciação de grupos que realizam atividades ligadas à vida citadina, que não

constituíam nem a fidalga elite rural, nem miseráveis trabalhadores rurais ou recentes escravos

libertos. Logo, o consumo da literatura infantil por esses novos atores sociais possuiu o sentido de,

através de uma suposta erudição, se comparar às camadas nobres e, ao mesmo tempo, se

distanciarem da massa ignorante, pertencente aos núcleos humildes que porventura provieram. Tal

massa era considerada povo inculto e atrasado, julgado culpado pelo lento caminhar do Brasil na

estrada da modernização. Esta afirmação pode ser encontrada nos iniciais escritos de Monteiro

Lobato, escritor de imensa relevância para a época, por ser primeiro autor constante de livros

infantis. Urgia a transformação daquela miserável sociedade nas palavras dos escritores. A

literatura infantil serviu de objeto pedagógico de doutrinação, por veicular e enraizar as normas e

conceitos de classes dominantes. Os livros infantis constituíam um meio para que poucos pudessem

adquirir a educação pessoal, ao qualificar e elevar o indivíduo pelo intelecto, pela cultura que o

diferenciava dos demais, conferindo a este um garbo inquestionável. Proposições de civilidade a

todo custo, se tornam deveras sérias ao refletirmos que uma adolescente elite era incutida destes

pensamentos. Era esta a construção de noções de respeito às alteridades e ao povo. A escola

transmitia incisivamente aos pupilos que estes eram distintos, pertenciam a uma classe social

“superior”, e que havia um inimigo do lado de fora dos muros escolares, a ignorância. Além de

Monteiro Lobato, outro intelectual de destaque pela produção bibliográfica infantil da época foi

Olavo Bilac, envolvido também com a produção de material didático. O poeta parnasiano é

exemplo de figurão nacional que utilizou de seus escritos para difundir padrões e valores de

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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nacionalismo e civismo, que julgava ser necessário incutir no povo brasileiro e, nada mais eficaz

que o fosse feito logo cedo, desde as primeiras letras e sentimentos. Ainda, outros escritores

julgaram-se mensageiros dos novos tempos. Das mãos de intelectuais, jornalistas e professores

surgiram palavras e histórias direcionadas às ainda franzinas corpo discente brasileiro, com o intuito

de tornar real o ideal de um Brasil moderno.

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TURMA 79: TRAJETÓRIA PROFISSIONAL E DE ESCOLARIZAÇÃO DAS

FORMANDAS DA HABILITAÇÃO ESPECÍFICA PARA O MAGISTÉRIO DA ESCOLA

ESTADUAL BENTO DE ABREU

Autora: Mara Rúbia dos Santos Antônio ([email protected])

Apoio: PET – SESu/MEC

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Rosa Fátima de Souza.

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Ciências da Educação

Este estudo inicial visa uma investigação histórica sobre a trajetória de escolarização e o destino

profissional das formandas da primeira turma, da escola Estadual Bento de Abreu, sob a vigência da

Lei 5692/71. O trabalho está vinculado ao “Projeto EEBA: história e memória do ensino secundário

em Araraquara” desenvolvido junto ao Núcleo de Documentação e Memória do Centro Cultural

Professor Waldemar Saffioti – Unesp/Araraquara. O Projeto EEBA, coordenado pelas professoras

Rosa Fátima de Souza e Vera Tereza Valdemarin objetiva construir a história da Escola Estadual

Bento de Abreu de Araraquara, primeiro colégio de ensino secundário da cidade cujos primórdios

remontam a 1914 com a fundação do Araraquara College. Esta instituição recebeu várias

denominações e migrou da instância particular, municipal a estadual. E ao longo de sua história

pode-se destacar também o seu envolvimento com a difusão do curso normal. A realização deste

estudo contempla dois procedimentos metodológicos. O primeiro consiste na elaboração de

entrevistas qualitativas por meio da rede de sociabilidade, a fim de obtermos aspectos sobre a vida

pessoal, profissional e estudantil destas mulheres. Como primeira etapa desta metodologia foi

realizada uma entrevista exploratória, o que possibilitou ter acesso a um documento histórico sobre

está turma de professoras, o convite de formatura. A partir destes dois instrumentos da história da

educação foi possível identificar os agentes educativos (alunos, professore e diretores) e também

dados sobre o curso de formação de professores. A segunda metodologia empregada caracteriza-se

pela revisão bibliográfica de estudos de gênero e a história da formação de professores nos períodos

de 1960 á 1970. O magistério enquanto especificidade da história da educação ao longo de seu

desenvolvimento social explicita se como uma oportunidade de ascensão para o sexo feminino no

que diz respeito à conquista de um atuar no espaço público. Tanto por meio de uma educação

especializada como no desempenho de um trabalho assalariado. Esta educação especializada

decorre de uma instituição que atinge seu momento de glória através do investimento dos

republicanos na formação de professores. E se constitui enquanto um campo de saberes

pedagógicos através de princípios escolanovistas o que permitiu certa organização para o curso

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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normal adotada por vários estados até a Lei 5692/71. Esta última no âmbito do ensino normal

programou a habilitação especifica para o magistério de 1° e 2° grau, explicitando a

descaracterização do modelo de formação de professores primários. Como parte deste cenário

destacaremos, no estado de São Paulo, na cidade de Araraquara, a Escola Estadual de 2° Grau Bento

de Abreu que através desta substituição do curso normal pela HEM permite elaborar um estudo

sobre as contribuições desta formação para a trajetória profissional de uma determinada geração de

mulheres.

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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IDENTIFICAÇÃO DE IMAGENS FOTOGRÁFICAS: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A

HISTÓRIA DO ENSINO SUPERIOR

Autora: Marília Duarte Bernardino ([email protected])

Apoio: FAPESP

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Rosa Fátima de Souza Chaloba

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Ciências da Educação

O projeto de pesquisa de Iniciação Cientifica “Faculdade de Ciências e Letras

(UNESP/Araraquara): uma história em imagens” faz parte do Projeto Integrado “História da

Ciência e da Universidade no Interior Paulista”, coordenado pela Professora Rosa Fátima de Souza

e desenvolvido junto ao Núcleo de Documentação e Memória do Centro Cultural Professor

Waldemar Saffioti (NDM- CCPWS), pertencente à Universidade Estadual Paulista - UNESP,

Campus de Araraquara. Este projeto tem como objetivo contribuir na organização do acervo

fotográfico da Faculdade de Ciências e Letras da UNESP de Araraquara referente ao período de

1959 a 2000, procedendo ao estudo do contexto de produção do acervo e a identificação das

imagens produzindo legendas e resumos descritivos. A coleção de fotografias da Faculdade de

Ciências e Letras da UNESP de Araraquara possuem poucos registros acerca das pessoas e fatos

retratados. Entre as 2.196 fotografias, 836 fotos avulsas encontram-se parcialmente danificadas. A

coleção compreende ainda 53 álbuns fotográficos, correspondendo a 1360 fotos; 93 slides; 01 pôster

e 03 cartões postais. A pesquisa está sendo desenvolvida considerando três etapas: a) o estudo do

contexto de produção do arquivo fotográfico da FCL/UNESP/Araraquara; b) a identificação das

imagens; c) a indexação das imagens mediante o preenchimento de formulários de descrição dos

documentos. Para a realização dessas etapas foi necessário elaborar o plano de classificação, a

digitalização das fotografias e entrevistas com funcionários da FCL/UNESP para identificação das

fotografias. Após as entrevistas, teve início o processo de preenchimento das fichas de identificação

das fotografias. Essas fichas contêm informações acerca da numeração, assunto, tamanho, estado de

conservação, número do negativo, dados doação/compra/permuta, visualização e legenda. A etapa

seguinte de organização do acervo consiste em higienizar, acondicionar e indexar as fichas de

identificação do acervo no Banco de Dados do Núcleo de Documentação e Memória do Centro

Cultural Professor Waldemar Saffioti – UNESP/Araraquara. Sobretudo o trabalho de indexação no

Banco de Dados necessita de cuidados e rigor atentando para a descrição tendo em vista a

normalização gramatical, as sinonímias e o uso do Tesauro. Além dessas atividades realizarei um

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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estudo aprofundado sobre uma das três categorias que compõem o plano de classificação do acervo:

Infra-Estrutura, Paisagem e Eventos (Acadêmicos, Esportivos e Confraternização) relacionando os

estudos sobre leitura de imagens com a história da Universidade. O objetivo desta investigação é

explorar de maneira mais aprofundada o acervo fotográfico contribuindo com os estudos de

reconstituição da história da UNESP. Por último, pretendemos elaborar um instrumento de pesquisa

sobre a coleção de fotografias da FCL.

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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MUSEU PEDAGÓGICO DO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO DA ESCOLA NORMAL DE

SÃO CARLOS: DA RECUPERAÇÃO À PRESERVAÇÃO DO ACERVO DOCUMENTAL E

BIBLIOGRÁFICO COMO FONTE DE PESQUISA PARA A HISTÓRIA

Autora: Merilin Baldan ([email protected])

Apoio: FAPESP

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Alessandra Arce

IES: UFSCar e UNESP

Departamento: Ciências da Educação

O presente trabalho se insere no Projeto “Idéias Pedagógicas em Movimento na Formação de

Professores na Escola Estadual Dr. Álvaro Guião (1930-1969): Uma Análise de seu Acervo

Bibliográfico e Documental” sob a orientação da Professora Doutora Alessandra Arce, financiada

pela FAPESP, e em parceria entre a Escola Estadual Álvaro Guião e a UFSCar, por meio da

Unidade de Educação, Informação e Memória (UEM) do Centro de Educação e Ciências Humanas

(CECH). A metodologia para a recuperação do acervo se baseia nos princípios da arquivistica e da

ciência da informação. A metodologia para as pesquisas desenvolvidas no âmbito do acervo insere-

se no campo da história das idéias pedagógicas pautando-se no caráter teórico-bibliográfico,

investigado mediante o estudo das seguintes categorias propugnadas por Saviani (2007): o princípio

de caráter concreto (as relações dos aspectos da realidade investigada), a perspectiva de longa

duração (captação dos movimentos orgânico-estruturais), o olhar analítico-sintético (levantamento

das fontes e análise das informações), a articulação entre o singular e o universal (as relações de

reciprocidade, determinação e subordinação entre a esfera local, nacional e internacional) e, por

fim, a atualidade da pesquisa histórica (a necessidade intencional da investigação histórica). Os

objetivos visam ressaltar a importância da recuperação, conservação e organização do material

presente no Museu Pedagógico da Instituição, para o qual trazemos alguns dados importantes;

apontar a importância do projeto no âmbito da pesquisa em História da Educação e na História das

Idéias Pedagógicas a partir da corrente da História das Instituições Escolares; e, também,

demonstrar a vinculação do projeto com pesquisas de Trabalho de Conclusão de Curso, Iniciação

Científica e Pós-Graduação a partir do acervo da escola. Na recuperação, preservação e organização

do acervo do Museu Pedagógico foram encontradas obras raras, muitas que só apresentam exemplar

na Biblioteca Nacional; já foram catalogados 3200 livros, 20 periódicos – alguns dos quais com

mais de 40 fascículos, e, ainda, uma série de documentos oficiais. Após a catalogação estes dados

tem sido implementado na base de dados e podem ser visualizados no site desenvolvido para

comportá-los, com a finalidade de consulta rápida, principalmente por parte da população

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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interessada e pesquisadores da área. Algumas pesquisas que tiveram o acervo como fonte de

pesquisa em história e historiografia da educação e história das idéias pedagógicas são frutos do

Trabalho de Conclusão de Curso, Projeto de Iniciação Científica e de Projeto de Mestrado. O

presente trabalho vem reforçar o projeto como amplo campo para as pesquisas, com a finalidade de

recuperar a história local, estadual e nacional, bem como permite compreender as grandes

tendências do movimento das idéias pedagógicas nas quais as escolas normais serviram de difusão,

propaganda, aplicação de ideais pedagógicas e princípios políticos de formação.

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O (DES)CONHECIMENTO SOBRE A PEDAGOGIA TRADICIONAL: DA

REPRESENTAÇÃO E DIFUSÃO DAS CONCEPÇÕES DE ENSINO REALIZADA PELA

ESCOLA NOVA

Autora: Merilin Baldan ([email protected])

Apoio: FAPESP

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Alessandra Arce

IES: UFSCar e UNESP

Departamento: Ciências da Educação

Este trabalho, em andamento, tem como objetos de pesquisa a Pedagogia Tradicional e a Escola

Nova, vinculados à pesquisa “O Ato de Ensinar: Continuidades e Rupturas da Concepção de Ensino

na Pedagogia Tradicional, na Psicologia Histórico-Cultural e na Pedagogia Histórico-Crítica”. O

desenvolvimento surgiu devido à necessidade de compreender as concepções ipis literis do Ato de

Ensinar da Pedagogia Tradicional ao invés das representações cunhadas pela crítica realizada pela

Escola Nova para denominá-la. A pesquisa insere-se no campo da história das idéias pedagógicas de

caráter teórico-bibliográfico, a partir das seguintes categorias propugnadas por Saviani (2007): o

princípio de caráter concreto (as relações dos aspectos da realidade investigada), a perspectiva de

longa duração (captação dos movimentos orgânico-estruturais), o olhar analítico-sintético

(levantamento das fontes e análise das informações), a articulação entre o singular e o universal (as

relações de reciprocidade, determinação e subordinação entre a esfera local, nacional e

internacional) e, por último, a atualidade da pesquisa histórica (a necessidade intencional da

investigação histórica). O referencial teórico para este trabalho apoiou-se nas obras que versam

sobre a História, História e Filosofia da Educação, além de obras e artigos que versam sobre a

Pedagogia Tradicional e a Escola Nova. O trabalho de investigação das idéias pedagógicas permite

compreender as aproximações e rupturas, na história da educação, entre os teóricos que constituem

períodos educativos: Pedagogia Tradicional, Pedagogia Nova, Psicologia Histórico-Cultural e

Pedagogia Histórico-Crítica; e a filosofia e concepções de homem, de sociedade e de educação

inerentes em cada uma delas. Através deste estudo, poder-se-á dar continuidade a pesquisa de

mestrado, demonstrando a filosofia própria da Pedagogia Tradicional e, assim, permitir a

investigação da aproximação e ruptura na concepção do ato de ensinar entre ela e a Psicologia

Histórico-Cultural e a Pedagogia Histórico-Crítica. O interesse em tal investigação se deve ao fato

de que muitas vezes elas são tratadas como se partissem dos mesmos pressupostos, ou pela

representação escolanovista crítica ao “ensino tradicional” que vem, na história contemporânea,

criticado a defesa ao ato de ensinar. E, nesse sentido, retomar o que é próprio ao ensino,

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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demarcando a evolução das idéias pedagógicas que defendem o ato de ensinar, e o principal

objetivo das pesquisas por nós desenvolvidas. Somente através da educação poder-se-á garantir o

desenvolvimento pleno dos homens, cuja atividade de ensino interfere no desenvolvimento do

psiquismo humano, além de promover os instrumentos sociais (conhecimentos) necessários para a

transformação social em uma ordem em que não haja o dualismo pedagógico nem o antagonismo

social.

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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ESCOLA ESTADUAL BENTO DE ABREU: APONTAMENTOS SOBRE O ESTUDO DAS

REPRESENTAÇÕES DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO NA DÉCADA DE 1970

Autora: Muriel Carmo Lameira Ancelmo ([email protected])

Apoio: CAPES - DS

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Rosa Fátima de Souza Chaloba

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Ciências da Educação

Como uma área temática na qual a representação social encontra importante destaque, as

instituições escolares, assim como as pessoas, são portadoras de memórias, uma memória gerada

por contraposição com outras memórias, que corre ao ritmo do tempo, das pessoas e das gerações.

Tendo por finalidade compreender como a sociedade araraquarense construiu representações sobre

a Escola Estadual Bento de Abreu, objetivamos investigar como a escola aparece nas representações

dos ex-alunos, ex-professores e representantes educacionais no que diz respeito à concepção de

escola de “boa qualidade”. O estudo incide sobre o ensino secundário ministrado nessa escola na

década de 1970, momento da implementação da Lei Federal 5.692/71 que fixou as Diretrizes e

Bases para o ensino de 1º e 2º graus no país impactando profundamente o funcionamento das

escolas e a organização didática pedagógica do ensino básico brasileiro, contribuindo para a

intensificação do processo de democratização desse ramo de ensino. A partir da implantação desta

nova medida, este estabelecimento educacional passou a oferecer em 1976, somente ensino de

segundo grau, atendendo ao nome de Instituto de Educação Estadual de 2º Grau Bento de Abreu.

No caso das instituições escolares, a apreensão do discurso predominante por meio do exame das

falas particulares, e muito importantes, uma vez que nas escolas mais antigas, grande parte da

documentação manuscrita e impressa perdeu-se. Desse modo, este estudo incide sobre a

representação dos alunos de uma turma/série que vivenciaram esse período de transição analisando

sua trajetória dentro da instituição no período de 1976 (ano em que a Lei 5.692/71 foi implementada

na escola) até 1978, completando o período de três anos de duração do curso de 2º grau. Com esse

resgate estima-se compreender e aprofundar o estudo sobre a história dessa instituição educativa,

contribuindo para a compreensão da educação secundária no Estado de São Paulo na década de

1970. Vale ainda salientar que o trabalho maior do historiador é o de compreender a relação do

singular com o geral, já que nenhuma Instituição Escolar tem o sentido da sua singularidade

explicitado, se tomada apenas em si mesma. Uma instituição escolar avança, projeta-se para dentro

de um grupo social, ela produz memórias ou imaginários, ou seja, é muito mais do que um prédio

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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que agrupa sujeitos para trabalharem, ensinarem, aprenderem etc. O movimento inverso também

ocorre, pois a instituição é objeto de interesses contraditórios de ordem econômica, política,

ideológica, religiosa e cultural, dentre outros. É preciso, portanto, ressaltar que a história das

instituições escolares é a história da própria educação - e não uma mera subdivisão dela. Como toda

parte se relaciona com o todo, ao compreendermos uma instituição, amplia-se a possibilidade de

compreensão da Educação.

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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ESCOLA BENTO DE ABREU: CAMINHOS E DESCAMINHOS DA INSTRUÇÃO

PÚBLICA EM ARARAQUARA

Autora: Neliane Ruys Ferreira ([email protected])

Apoio: CNPq

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Rosa Fátima de Souza Chaloba

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Ciências da Educação

Este trabalho apresenta resultados finais de pesquisa cujo objetivo foi reconstituir os primórdios da

história da “Escola Estadual Bento de Abreu” de Araraquara no período em que esse

estabelecimento de ensino secundário funcionou como escola particular e municipal, isto é, entre

1913 e 1932. A presente investigação integra o projeto temático “Projeto EEBA: história e memória

do ensino secundário em Araraquara”. Para a realização desse estudo foram utilizadas várias fontes

de pesquisa, a saber: as Atas da Câmara Municipal de Araraquara, jornais da época e fontes

documentais existentes no Arquivo Histórico Rodolpho Tellaroli. A pesquisa foi iniciada pela

consulta as Atas da Câmara Municipal de Araraquara a partir de 1909 quando aparecem as

primeiras discussões dos vereadores sobre a relevância de se criar uma instituição de ensino

secundário na cidade. Procedemos à leitura de todas as atas correspondentes ao período de 1909 a

1935. A leitura das atas possibilitou acompanhar a atuação do poder público municipal em relação à

educação secundária no município. Em 1911, os vereadores votaram pela construção de um edifício

para abrigar o ginásio devendo o mesmo ser entregue a pessoa idônea para a sua administração. Nos

anos de 1912 e 1913 o poder municipal arcou com as despesas de construção de um amplo e

imponente edifício no centro da cidade para abrigar a escola. Em 1913, a Câmara recebeu proposta

de interesse de dois ingleses – os irmãos L. J. Lane e Rufus Lane ligados ao Colégio Mackenzie de

São Paulo que arrendaram o prédio. Desse modo, em 1914 ocorreu a instalação e o início das

atividades do então denominado Araraquara College que passou a oferecer ensino primário e

secundário para ambos os sexos em regime de internato e externato. Entre 1914 e 1918 o colégio

funcionou como estabelecimento particular e pago atendendo as elites locais. Porém, em 1918, os

irmãos Lane pediram concordata alegando dificuldades financeiras para a manutenção da escola. A

rescisão do contrato com os Lane implicou no fechamento da escola no ano de 1919. Mas o

interesse em manter um colégio secundário no município levou os vereadores a discutirem

alternativas para a reabertura e manutenção da escola. Desse modo, em 1920, o estabelecimento

voltou a funcionar com o nome de Colégio Mackenzie de Araraquara mantido por uma sociedade

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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civil formada por políticos e fazendeiros da cidade – a Associação Mackenzie de Araraquara. Em

1929, descobrimos que a administração passa para o poder municipal, que cria a “Associação do

Gymnasio Municipal Mackenzie de Araraquara, associação sem fins lucrativos, visando apenas o

bom funcionamento da instrução dada à mocidade”. Os dados colhidos revelam que a história do

primeiro ginásio de ensino secundário em Araraquara esteve vinculada a atuação do poder público

municipal e das elites econômicas da cidade que contribuíram para a construção do prédio e

apoiaram o funcionamento da instituição. Visando assim seus interesses.

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ESTUDO HISTÓRICO DE UMA ESCOLA RURAL: RECONSTRUINDO A CULTURA

ESCOLAR A PARTIR DE FONTES DOCUMENTAIS

Autor: Reginaldo Anselmo Teixeira ([email protected])

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Rosa Fátima de Souza Chaloba

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Ciências da Educação

A presente pesquisa verifica qual a bibliografia acadêmica existente sobre o tema a que pertence

este estudo, ou seja, a história das instituições educativas dentro do contexto de uma história

cultural, assim como realiza um levantamento documental, no arquivo escolar da instituição de

ensino “Grupo Escolar Comendador Pedro Morganti”, no sentido de tentar reconstruir sua cultura

escolar mosaicamente construída a partir de sua fundação em 1942 até os idos de 1989. Este

trabalho de pesquisa parte das orientações teóricas oriundas do contexto da História Cultural, no

sentido de entender a história como interessada na dimensão cultural do fazer cotidiano, uma

história construída a partir de uma abordagem ampliada, que estabelece uma nova percepção dos

documentos e fontes como pistas reconstrutoras da cultura escolar. A presente pesquisa trilha os

caminhos que possibilitam alguma reconstrução histórica da referida instituição a partir da cultura

escolar como categoria de análise, Vinão (1995). O que realizamos com este trabalho e a

reconstrução da cultura escolar da instituição a partir da leitura e interpretação de fontes

documentais.

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REFORMA EDUCACIONAL DE 1971: UM ESTUDO DOS DEBATES EDUCACIONAIS

VEICULADOS NA IMPRENSA PAULISTA

Autora: Ritta Minozzi Frattini ([email protected])

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Rosa Fátima de Souza Chaloba

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Ciências da Educação

A educação brasileira foi marcada, ao longo dos anos, por inúmeras leis e reformas do ensino. A

Reforma Educacional 5.692/71 teve como objetivos, para o ensino de 1º e 2º graus, uma formação

técnica-profissionalizante, visando à auto-realização, a qualificação para o trabalho e a preparação

ao exercício consciente da cidadania, associando a perspectiva meritocrática com os fins do projeto

político e econômico do Estado. Em relação à estrutura do ensino, a principal mudança introduzida

pela Lei dizia respeito à unificação do ensino primário com o ensino ginasial – constituindo o

primeiro grau –, o que significou o prolongamento da escola única, comum e continua de oito

séries. Souza (2008) afirma que a então denominada escola de 1º grau foi uma das mais

significativas mudanças no período repercutindo na organização da rede de ensino, na

profissionalização do magistério e nas representações sociais sobre a educação escolar, uma vez que

a lei previa a máxima racionalização dos recursos materiais, humanos e físicos das escolas. A

integração do primário com o ginásio implicava ainda instituir uma nova concepção de escola

fundamental destinada à educação de crianças e adolescentes em um mesmo espaço físico. Essa

escola reuniria, como menciona Tanuri (2000), culturas profissionais historicamente diferenciadas –

os professores primários e os professores secundaristas – com diversos níveis de formação e

salários, status e modos próprios de exercícios do magistério. Demanda, por sua vez, a articulação

do currículo, a adaptação do espaço a clientela escolar e adequação da estrutura administrativa e

pedagógica da escola para o atendimento de um grande número de alunos. Com isso, a reforma

refletiu em mudanças políticas, estruturais e organizacionais profundas no ensino, ocasionando uma

série de mobilizações de alunos, professores e escolas, documentadas nos jornais em circulação no

período. O presente projeto de pesquisa se propõe: a) investigar os debates e discussões sobre a

Reforma do Ensino de 1º e 2º Graus de 1971 veiculados na imprensa paulista no período de 1971 a

1982 analisando as práticas discursivas de políticos, intelectuais, educadores e grupos da sociedade

civil sobre a Reforma; b) Analisar a repercussão do projeto de redistribuição da rede física

implantado no estado de São Paulo a partir de 1975; c) Verificar as repercussões sociais da reforma

curricular do ensino de 1º Grau; d) Examinar os problemas e debates em torno do ensino de 2º

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Grau; e) Explicitar os enfrentamentos da rede estadual de ensino face a reorganização das escolas de

1º e 2º Graus. Para essa pesquisa, serão utilizadas as notícias jornalísticas de São Paulo.

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A CULTURA POÉTICA NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA

Autora: Rosely Hourneaux de Almeida ([email protected])

Apoio: PIBIC/CNPq

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Rosa Fátima de Souza Chaloba

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Ciências da Educação

A investigação que vem sendo desenvolvida preocupa-se com a presença da poesia nos livros

didáticos de Língua Portuguesa utilizados no Ensino Secundário paulista, mais precisamente um

estudo para compreender aspectos da cultura humanística predominante na educação secundária

brasileira, desde o século XIX até meados do século XX. Por meio do currículo humanista, a poesia

teve um papel importante na formação desses jovens estudantes, pois eles tiveram um contato

significante com textos desse gênero e, inclusive, produziam seus próprios poemas para declamá-

los. Nos anos de 1960 e 1970 do século XX, o poema deixou de ser enfatizado no ensino ginasial. A

investigação em desenvolvimento objetiva perceber como e por que se deu a mudança de objetivos

no currículo modificando a prática escolar. Até o momento estamos realizando estudos em dois

livros didáticos: Tempo de Comunicação da 5ª e 7ª séries (antigas 1ª e 3ª ginasial), ensino de 1º grau

e Comunicação e Expressão em Língua Portuguesa, publicada em 1973, por Ada Natal Rodrigues e

Arlette Azevedo de Paul. Das mesmas autoras, os Manuais do professor acompanham o livro

didático e permitiram uma orientação pedagógica que funcionavam como um apoio para que o

professor ministrasse suas aulas com qualidade. Para a obtenção de melhores resultados para a

pesquisa, estamos realizando uma análise mais detalhada em outros livros didáticos, acerca de como

se esperavam que os professores da época do ensino secundário deveriam trabalhar o poema e qual

a relevância para a formação do estudante de ensino secundário bem como uma comparação dos

objetivos propostos.

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SEÇÃO C – ENSINO DE CIÊNCIAS EXATAS E BIOLÓGICAS

O CONHECIMENTO LÓGICO-MATEMÁTICO: O JOGO E A REPRESENTAÇÃO DO

NÚMERO

Autora: Bruna Mendes Gerotti ([email protected])

Apoio: PET – SESu/MEC

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Leite Camargo

IES: USP- Piracicaba (ESALQ)

Departamento: Economia, Administração e Sociologia

Atualmente, muitas críticas já apresentadas à teoria piagetiana são reeditadas e dentre estas

destacam as que se centram em sinalizar que Piaget, ao pressupor a universalidade do

desenvolvimento estaria atribuindo pouco valor às diferenças culturais, o que levaria como

conseqüência natural a um esvaziamento do esforço em dispor ao sujeito os bens culturais. Embora

não desconsideremos que historicamente Piaget e seus colaboradores já tenham rebatido tal crítica,

entendemos que seria oportuno verificarmos se após tantos anos de pesquisa os mesmos dados

ainda estão presentes. Este é um grande empreendimento e como tal poderia compor um estudo com

alguns anos de duração. Considerando assim, temos uma opção um pouco mais modesta: verificar

se os dados encontrados por pesquisas mais recentes como as realizadas por Kamii, teriam a

referida consistência de se manterem intactas ao tempo e espaço. Temos então como um recorte

desta investigação mais ampla, veiculada aos dados encontrados pelo próprio Piaget e

colaboradores, os estudos realizados por Constance Kamii relacionados aos conteúdos matemáticos.

Os estudos de Kamii vincularam-se não somente à lógica, mas à matemática que por sua vez

pressupõe a presença das estruturas lógicas embora não possa ser reduzida a estas. Entende-se que o

conhecimento social presente na construção dos conhecimentos matemáticos e nos processos de

ensino figura como elementos “coroadores” do pensamento e não como os elementos que “eliciam”

o raciocínio e ou conhecimento matemático. Em outras palavras, elementos como os “sinais” (ou

signos) próprios da representação convencional são significativos do ponto de vista do sujeito

somente quando expressam uma construção internamente realizada ou em vias de conclusão.

Frente a tais considerações, entendemos que é plausível empreendermos uma investigação que vise

certificar da validação ou não dos dados encontrados por Kamii. Para tal, optou-se pela realização

simultânea dos estudos relacionados ás diferentes noções pesquisadas e pela aplicação de provas

relativas às mesmas. Após a aplicação de tais provas, dirigimos nossa pesquisa para o estudo dos

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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jogos no ensino da matemática. Dentre as várias razões para a defesa do uso dos jogos e o

reconhecimento da superioridade deles em relação às folhas de exercícios, temos que: nos jogos as

crianças estão intrinsecamente motivadas; o feedback é imediato em jogos; a criança têm mais

probabilidade de construir uma rede de relações numéricas, diferente de problemas separados e

independentes; nos jogos as crianças têm de interagir com outras, tomar decisões juntas e aprender a

resolver conflitos, o que favorece o desenvolvimento de sua autonomia.

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OS FENÔMENOS NUCLEARES E O ENSINO DE QUÍMICA: CONCEPÇÕES PRÉVIAS

DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO

Autora: Gisela Garcia Martins ([email protected])

Apoio: Secretaria da Educação SP

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Rosebelly Nunes Marques

IES: UFSCar/FCLAr

Departamento: Química/Didática

Objetivo básico do ensino de química é contribuir para a formação do cidadão e nesta perspectiva a

abordagem de informações químicas fundamentais deve permitir a participação efetiva do indivíduo

na sociedade, tomando decisões com consciência de suas conseqüências. Para compreender

plenamente essas informações são necessárias certas capacidades e o desenvolvimento do

pensamento crítico, que são possíveis de serem despertados por meio do incentivo à leitura, à

pesquisa e à discussão. Para um trabalho docente mais significativo é necessário, então, conhecer as

concepções prévias dos alunos e identificar tanto aspectos positivos como equívocos ao

interpretarem textos abrangendo assuntos científicos. Com base no conhecimento dos conceitos

relacionados pelo próprio aluno ou a partir de sua interpretação de um texto ou tema podem-se

gerar, então, discussões posteriores que levem a um conhecimento aprimorado e com algum sentido

para suas vidas. Foram sujeitos da pesquisa, 28 alunos do período noturno, pertencentes à turma do

Ensino de Jovens e Adultos (EJA) da Escola Estadual “Prof. Conde do Pinhal”, do município de

São Carlos - SP. Para conhecer e levantar questões sobre a temática nuclear aplicou-se um

questionário para estes alunos com a finalidade de conhecer as concepções prévias sobre

esta forma de energia, e suas aplicações no cotidiano. A faixa etária dos sujeitos compreende

50% entre 18 a 22 anos e 50% acima de 27 anos. A partir da análise dos dados, identificaram-se

pontos recorrentes nas respostas que puderam ser analisados pelas categorias: a) simbologia; b)

materiais radioativos; c) aplicações. Ressalta-se que há a necessidade de desenvolvimento de

materiais didáticos que auxiliem o professor no processo de ensino e aprendizagem do conteúdo de

radioatividade, os conceitos e simbologia químicos envolvidos, pois se trata de um assunto que

apresenta limites para ser ensinado com aulas práticas em laboratório. Assim, esse assunto é pouco

explorado e compreendido no ensino médio, sendo difícil para o professor elaborar alguma

atividade diferenciada para dar suporte a seu ensino. Grande parte dos alunos e da sociedade em

geral desconhece as aplicações pacíficas dos radioisótopos na indústria; na agricultura e na

medicina, no diagnóstico de doenças, e com isso tem apenas idéias negativas do seu uso, associando

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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o tema tão somente com aplicações bélicas. A análise das concepções prévias também possibilitou o

levantamento de questões para serem discutidas, trazendo uma melhor compreensão de informações

e conceitos químicos e um aprimoramento envolvendo a cidadania.

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INVESTIGANDO AS HISTÓRIAS DE ESCOLARIZAÇÃO E A RELAÇÃO COM SABER

DE ALUNOS DE GRADUAÇÃO EM QUÍMICA

Autora: Luciana Massi ([email protected])

Apoio: CAPES

Orientador: Prof. Dr. Alberto Villani

IES: Instituto de Física - Universidade de São Paulo

Departamento: Física Aplicada

Este trabalho procurará analisar as histórias de escolarização de vinte e quatro alunos do curso de

Química do Instituto de Química de Araraquara da Universidade Estadual Paulista (UNESP), nas

modalidades Bacharel, Bacharel em Química Tecnológica e Licenciatura, objetivando examinar os

percursos escolares percorridos pelos estudantes e as estratégias colocadas em prática pelas famílias

e por eles próprios no decorrer do itinerário escolar. A pesquisa estará fundamentada em dois

referenciais: os estudos de Pierre Bourdieu (1974, 1983, 1998) e de Bernard Charlot (2000, 2005).

De um lado os estudos bourdieunianos, que nos permitem identificar, por meio das categorias de

análise habitus, capital cultural, capital social, capital econômico e estratégias, os mecanismos

objetivos que influenciam as práticas, os comportamentos, as expectativas e os estilos dos agentes

em relação ao universo escolar. De outro lado, o referencial de Charlot, que foca a relação dos

sujeitos com o saber e permite incorporar informações individuais, complementando a abrangência

do trabalho. Dessa forma, ao somar os referenciais temos como objetivo analisar a relação com o

saber que um sujeito singular inscreve em um espaço social. A análise das histórias de escolarização

será baseada em depoimentos fornecidos pelos alunos das diferentes modalidades do curso de

graduação investigado. Serão feitos quadros de análise onde serão agrupados os depoimentos dos

estudantes oriundos das diferentes camadas visando identificar aspectos relevantes da pesquisa.

Esperamos que a partir dos dados coletados e analisados na referida pesquisa tenhamos condições

de responder inicialmente nossa principal questão de análise, que seria desvelar a relação entre o

patrimônio dos alunos (capital cultural, social e econômico) e o sucesso ou fracasso no curso, que

apontaria para algumas relações entre os saberes e a herança cultural e social dos agentes. A partir

do segundo referencial adotado – no sentido de complementar os resultados analisados sob um

enfoque social – pretendemos desvelar a relação dos alunos com o saber, por meio de uma

sociologia do sujeito, como proposta por Charlot que traz a Psicologia, em especial a Psicanálise,

para a análise. Essa inserção de um segundo referencial teórico surge no sentido de complementar a

análise ao ampliar os limites da teoria de Bourdieu. Acreditamos que o estudo das histórias de

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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escolarização permitirá identificar as práticas, as estratégias culturais, os anseios e as expectativas

que marcam as histórias de escolarização desses alunos, oriundos de diferentes camadas,

correlacionando esses dados a um perfil mais geral dos graduandos em Química e apontando para

fatores que justifiquem observações referentes ao êxito ou fracasso nas diferentes disciplinas e à

evasão do curso.

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OFICINA DE JOGOS MATEMÁTICOS E SUA IMPORTÂNCIA NA FORMAÇÃO

CONTINUADA DE PROFESSORES

Autora: Rosebelly Nunes Marques ([email protected])

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Sonia Maria Duarte Grego

IES: Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara/UNESP

Departamento: Didática

Os cursos de educação continuada para profissionais da educação constituem-se atualmente em um

ponto central das políticas educacionais. Um de seus objetivos básicos é atualizar professores da

rede pública e assim possibilitar a melhoria de suas ações na escola, com reflexos profissionais e

pessoais. Devem também favorecer a formação de professores em atividade a ampliar seus recursos

e aprimoramento de novas técnicas pedagógicas. Neste sentido, é importante que o professor tenha

contato com novos recursos, não apenas de forma superficial, mas que tenha a oportunidade de

vivenciar e adaptar estes recursos à sua prática e a seu público-alvo. Como esse enfoque, as oficinas

didáticas se constituem, então, em um modelo de ação com esta finalidade, motivando e fazendo

novas atividades que possam ajudar o professor nos seus trabalhos em sala de aula. O tema

escolhido para esta oficina foi o de Jogos Didáticos, elaborada para professores da área de Ciências

Naturais, Matemáticas e Suas Tecnologias do Programa de Formação Continuada “Teia do Saber”,

da Diretoria Regional do município de Registro-SP. A idéia de utilizar jogos didáticos foi de inserí-

los como um recurso facilitador no processo de ensino e aprendizagem, de forma significativa, pois

se destaca ao despertar nos alunos o interesse pelo assunto abordado e proporcionar através do

trabalho em grupo, a interação social, porém valorizando a construção do conhecimento e não

somente a diversão. A pesquisa é fundamentada na linha de pesquisa-ação-crítica, pois durante todo

o processo, houve valorização cognitiva da experiência coletiva dos professores, em que estes

participam diretamente dos problemas relacionados a eles. O desenvolvimento do trabalho envolveu

as etapas de planejamento, ação e reflexão, envolvendo os professores do curso em explorar a

potencialidade dos jogos didáticos adaptando-os à realidade de sua sala de aula. Assim, organizou-

se um espaço para conhecimento e contato com alguns jogos, e posteriormente houve momentos em

que os professores utilizaram estes jogos entre si, avaliando a dinâmica, conteúdo, tempo de

aplicação, e assim, puderam discutir as vantagens e limitações da proposta, expressando suas

opiniões críticas, com o objetivo de melhorar as condições dos jogos (material, conteúdo, regras).

Observou-se em todo trabalho o empenho e o espírito de cooperação do grupo pela expressão de

suas experiências bem sucedidas, assim como para criação e implementação de alternativas

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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metodológicas. Pelos resultados desta investigação, os jogos didáticos, ainda pouco difundidos

entre os professores da educação básica, foi uma metodologia bem aceita e posteriormente utilizada

pelos professores. Ressalta-se que a realização da Oficina Didática entre os professores foi

fundamental para o conhecimento e avaliação dos jogos, considerando o dia-a-dia das salas de aula

em que atuam, trazendo maior prazer em ministrar suas aulas.

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL ENFOCANDO ÁREAS DE PRESERVAÇÃO: ESTUDO

SOBRE A MICROBACIA CÓRREGO DOS CORREIAS - ENGENHEIRO COELHO- SP

Autora: Francisca Pinheiro da Silveira Costa ([email protected])

Co-Autor: Ederson Diego Cardoso

Orientadora: Francisca Pinheiro da Silveira Costa

IES: Centro Universitário Adventista de São Paulo

Departamento: Coordenação de Pesquisa

A educação tem sido uma fonte de transformação para as mudanças sociais. Mais uma vez a

sociedade espera deste importante setor orientações para as questões relativas ao meio ambiente. O

foco deste trabalho foi o estudo da Área de Proteção Permanente (APP) namicrobacia Córrego dos

Correias, pertencente à Bacia do rio Piracicaba, situada no município de Engenheiro Coelho – SP.

Esta microbacia tem um perímetro de 25.780,99m, com uma área de 2.283,53ha e totalizando 91

propriedades. É uma microbacia que apresenta uma significativa rede hidrográfica, com um divisor

de água marcante dentro da própria microbacia. Existe uma rede intensa de pequenos rios, afluentes

do Córrego dos Correias e do Ribeirão do Taperão. A educação ambiental junto aos proprietários,

visando informações sobre como preservar a APP e adequar as áreas de RL foi o principal objetivo

deste trabalho, que não só identificou as áreas de preservação permanente em cada propriedade com

também elaborou sugestões para a manutenção dessas áreas. Conhecer o ambiente e diagnosticar

a realidade presente é uma forma de evidenciar as urgências e buscar soluções. Este trabalho

procurou fazer este levantamento com a intenção de provocar nos proprietários rurais e no poder

público municipal o desejo de ação, pois os locais já foram indicados. O projeto de reflorestamento

para cada área foi calculado e a parceria com escolas do município já foi considerada. O que se

espera então é uma ação com a participação, sobretudo dos estudantes do município. Apesar do

crescente conhecimento e dos esforços que muitos empreendem o que vemos é um aumento dos

problemas ambientais. Sair da teoria e estimular a prática resultará em mudanças mais rápidas.

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SEÇÃO D - O ENSINO EM CIÊNCIAS HUMANAS

AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA DE LÍNGUA ESTRANGEIRA

Autora: Cinthia Yuri Galelli ([email protected]).

Apoio: PIBIC/CNPq

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Ucy Soto

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Letras Modernas

Pensando na complexidade de se diagnosticar o desempenho de um indivíduo em qualquer área do

conhecimento, no caso, língua estrangeira – espanhol para falantes do português – e na singular

relação estabelecida entre essas duas línguas, nosso trabalho se resume em: Analisar provas as

provas de espanhol disponíveis em ambiente on-line em relação à estrutura física da prova (tipos de

questões), e em relação ao conteúdo das questões que foram classificadas da seguinte maneira: -

Compreensão escrita em nível frasal, compreensão de leitura em nível textual e compreensão

auditiva; - A compreensão escrita foi analisada em termos da competência comunicativa que avalia

segundo o modelo de Celce-Murcia, Dorney e Thrurrel (1995): linguística, discursiva, pragmática,

estratégica, sociolinguística; A competência comunicativa linguística foi analisada, por sua vez, em

níveis gramaticais: morfológico, semântico, sintático e lexical. Analisados esses tópicos nos testes

encontrados, escolhemos um deles para verificarmos na prática os resultados de sua aplicação com

estudantes brasileiros. Os 51 estudantes que fizeram parte da pesquisa são do primeiro ano do curso

de Letras - habilitação em espanhol da FCLAr. Consideramos primeiramente o tempo que o aluno

estudou língua espanhola em relação ao nível informado pela prova. Observamos que os alunos que

estudaram espanhol por mais de dois anos (até cinco anos), naturalmente, obtiveram níveis elevados

como Avançado e Avançado. Porém os alunos que nunca haviam tido contato com a língua

espanhola também obtiveram níveis elevados, em sua maioria Intermediário chegando a níveis

como Avançado. Como explicar esses resultados inesperados? De acordo com a nossa análise, as

provas encontradas, por serem desenvolvidas para um público internacional, não dão conta de medir

as reais habilidades de um aluno brasileiro. Privilegiam em alta quantidade a compreensão escrita

em nível frasal, à competência linguística – em âmbito normativo, e os níveis lexicais (simples

conhecimento de vocabulários) e morfológico, principalmente a morfologia verbal que é

praticamente a mesma na estrutura dos dois idiomas. Dessa maneira, o aluno brasileiro opta pela

resposta quase sempre correta por essas provas possibilitarem o acerto por transferência da língua

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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materna para a língua alvo. Outra problemática desse tipo de prova é o fato delas serem on-line.

Para dar conta da quantidade de usuários realizando o teste, para tornar seu resultado (o nível)

instantâneo e preciso, as provas são corrigidas por máquinas. Dessa maneira, são eleitos itens de

respostas fechadas e de tipo múltipla escolha, tornando o processo avaliativo receptivo-reflexivo e

não produtivo, oferecendo outra vantagem ao aluno brasileiro: suas capacidades receptivas são

desenvolvidas com mais facilidade que um falante de qualquer outra língua, principalmente as não

neolatinas.

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APRENDIZADO DE LEITURA E ESCRITA E OS EDUCANDOS DO PEJA: DA

NECESSIDADE DE LER E ESCREVER À APROPRIAÇÃO DA LINGUAGEM ESCRITA

COMO INSTRUMENTO PARA COMPREENDER E ATUAR NO MUNDO

Autora: Fernanda Taveres da Silva ([email protected])

Apoio: PROGRAD (Núcleo de Ensino)

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Maria Julia Canazza Dall'Acqua

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Psicologia da Educação

Este trabalho apresenta os resultados iniciais de um ano de ação educativa (2008) realizada em três

salas de alfabetização do primeiro segmento do ensino fundamental, que o Programa de Educação

de Jovens e Adultos - PEJA em Araraquara, projeto de extensão universitária da UNESP destinado a

atender jovens e adultos acima de 15 anos, mantém em locais considerados relevantes por estarem

localizados em pontos cruciais da periferia da cidade. A problemática central da pesquisa foi

verificar e caracterizar os impactos deste processo educativo tanto no cotidiano dos educandos

participantes do projeto, e nas práticas que envolvem esta esfera de suas vidas, como nas

concepções manifestas por eles sobre a função dessa aquisição sobre si próprios. Para isto,

elaborou-se um roteiro de entrevista contendo questões acerca das percepções e concepções dos

participantes, 11 educandos matriculados no PEJA, com o objetivo de caracterizar o perfil dos

mesmos, bem como suas expectativas em relação à aquisição da leitura e da escrita, processo no

qual passaram a estar envolvidos. Foram realizados dois momentos de entrevistas, um antes do

início e o outro ao final do ano letivo. As entrevistas foram analisadas, estabelecendo-se

posteriormente um confronto, uma comparação entre os dados acerca das percepções e concepções

iniciais e posteriores, buscando identificar e compreender as implicações da frequência a um

programa de educação de jovens e adultos. Os resultados, embora preliminares, indicam uma

tendência de avaliação do programa como sendo de significativa relevância para a vida pessoal dos

educandos. Indicam também que ao final do ano letivo a percepção sobre o valor da aprendizagem

de leitura escrita tende a se acentuar, enfatizando as contribuições da alfabetização em nossa

sociedade, a despeito do momento em que ela possa ocorrer. A concepção acerca da função social

da linguagem escrita consolida-se e passa de uma visão idealizada, para uma avaliação ancorada em

percepções reais. Estando na década da Alfabetização (2003-2012), proclamada pelas Nações

Unidas (DI PIERRO, 2008), verificando que os educandos analisados já conseguem usufruir de

algum beneficio da cultura letrada, fortalecendo suas identidades socioculturais, bem como

melhorando suas condições de vida e a participação social, fica o incentivo para que as ações

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empreendidas nessa direção consolidem-se progressiva e continuamente na mesma proporção em

que a formação inicial dos educadores também se aperfeiçoa em consonância com a dos educandos.

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ATIVIDADES DE LINGUAGEM NO PRIMEIRO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL: O

TRABALHO COM A ORALIDADE E COM A ESCRITA

Autor: Jefferson Santos de Araújo ([email protected])

Apoio: PET/MEC/Sesu

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Maria Sílvia Cintra Martins

IES: Universidade Federal de São Carlos

Departamento: Letras

Pretendemos desenvolver pesquisa de campo voltada à práticas de linguagem oral e escrita em sala

de aula de 1º ano do Ensino Fundamental em sua atual configuração com duração de nove anos.

Baseamo-nos nos seguintes pressupostos: 1) de que cabe à escola a tarefa de proporcionar o acesso

às formas mais complexas de linguagem (Cf. Brasil, 1997); 2) de que é essencial investigar como e

em que condições está sendo feito esse trabalho no primeiro ano, neste momento em que se espera

que as crianças se apropriem da linguagem escrita de forma sistemática em faixa etária mais

precoce. Nosso projeto, que busca trazer subsídios para a Frente “Letramentos” do Projeto

“Proposição de diretrizes para políticas públicas em Economia Solidária como condição para

desenvolvimento de território urbano: caso dos Jardins Gonzaga e Monte Carlo – São Carlos-SP”

(FAPESP 2007/55393-6), vincula-se aos Grupos de Pesquisa “Ethos, linguagem e construção da

identidade” e “Letramento do Professor” (CNPq) e procura também contribuir de modo geral para a

reflexão que se faz necessária sobre a forma mais adequada de se conduzir o trabalho pedagógico

com a oralidade. O referencial temático que adotamos em busca de esclarecimentos a respeito dos

processos ontogenéticos de apropriação da linguagem se caracteriza por recorrer, por um lado, à

Psicologia Histórico-Cultural – com especial atenção aos conceitos de atividade e atividade

principal (Elkonin, 1971; Vigotski, 2001; Leontiev, 2001) –, e por outro, no que concerne à questões

da linguagem, buscar o aprofundamento na compreensão da teorização de Bakhtin (1997) e de

Schneuwly (2004) com relação aos gêneros primários (simples) e secundários (complexos) do

discurso. Consideramos que o professor ocupa e deve ocupar uma posição preferencial no que

concerne ao trabalho escolar de transmissão do conhecimento elaborado, das formas de gêneros do

discurso mais complexas, portanto, nos alinhamos com a posição de Saviani (1995:17) sobre o fato

de que “o trabalho educativo é o ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada indivíduo

singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens”. A

metodologia de nosso trabalho é de viés qualitativo, com estudo de caso de uma sala de aula de

escola de bairro periférico da cidade de São Carlos, envolvendo observações e entrevistas.

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Pretendemos, por um lado, observar como se dá o trabalho pedagógico nesse contexto no que

concerne à linguagem oral e averiguar, com base em entrevistas semi-estruturadas, as concepções

dos docentes a esse respeito. Por outro lado, observaremos as práticas escritas das mesmas crianças

no decorrer de um período de sete meses.

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WILLIAN H. KILPATRICK: INFLUÊNCIAS E ADAPTAÇÕES DE SEU IDEÁRIO

EDUCACIONAL PRESENTES NA CONCEPÇÃO DE ENSINO E EDUCAÇÃO DOS PCNs

DE CIÊNCIAS NATURAIS

Autora: Larissa Regina Capeloto ([email protected])

Apoio: FAPESP

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Maria Cristina de Senzi Zancul

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Ciências da Educação

Este trabalho é fruto da disciplina, "História da Educação: Clássicos do Pensamento Pedagógico",

ministrada pela Profª. Dra. Alessandra Arce, no segundo semestre de 2008, no Programa de Pós-

Graduação em Educação Escolar, na UNESP/Araraquara. William Heard Kilpatrick (1871-1965) foi

um dos teóricos da Escola Nova e seguidor dos estudos de John Dewey (1859-1952). Para este

autor, a sociedade moderna muda rapidamente e, a cada geração que surge, encontra um mundo

diferente. Desta forma, Kilpatrick (1967) afirma que o indivíduo precisa estar cada vez mais

preparado. E para que este indivíduo se prepare para as mudanças, o pensamento baseado na

experimentação, é um fator determinante, segundo este autor. O desenvolvimento do pensamento

baseado na experimentação, assim como, o de suas aplicações às atividades humanas correspondem

a dois efeitos correlatos da mesma causa e que, segundo Kilpatrick (1967, p.19), foi graças a isso

que o mundo se tornou moderno. Observamos, então que, para este autor, o pensamento baseado na

experimentação apresenta-se mais do que uma aplicação aos problemas práticos da vida, com ele

pretende-se influir uma nova concepção de vida. Ao considerarmos o princípio do pensamento

experimental de Kilpatrick, o mundo em constante mudança e a educação como fundamental para

adaptar o indivíduo a esta mudança, é que, em síntese, nos comprometemos a analisar e comparar as

influências deste teórico da Escola Nova com a concepção de cidadania, democracia,

experimentação, ciência e trabalho por projetos, presentes nos Parâmetros Curriculares Nacionais,

em especial, o de Ciências Naturais. Antes, porém, observamos que após trinta anos da publicação

da terceira edição do livro "Educação para uma civilização em mudança" de Kilpatrick, em 1967, e

a implementação dos PCN, em 1997, há influências desse livro que se apresentam de forma atual ao

nosso tempo. Por fim, ao estudarmos estas influências observamos as semelhanças nos ideais de

Kilpatrick para educação que estão presentes nos objetivos dos PCN de Ciências Naturais.

Concluímos também que o "Método de Projetos" desenvolvido por Kilpatrick, em 1918, foi

aperfeiçoado pelos Parâmetros como uma das orientações didáticas aos professores, desenvolvendo

assim, o trabalho por Projetos. Em suma, o movimento da Escola Nova no Brasil ainda nos remete a

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mais estudos, em específico, sobre autores que também influenciaram o desenvolvimento da

educação brasileira. Assim como, a necessidade de tradução de mais obras destes autores.

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OLHANDO PARA TRÁS: UM ESTUDO DOS DIFERENTES VALORES CONCEBIDOS

AOS PRETÉRITOS INDEFINIDO E PERFEITO EM LÍNGUA ESPANHOLA

Autor: Leandro Silveira de Araújo ([email protected])

Apoio: PIBIC

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Mônica F. Mayrink O’Kuinghttons

Co-orientadora: Prof.ª Dr.ª Rosane Berlinck

IES: Universidade de São Paulo

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Lingüística

O objetivo deste trabalho é proceder ao estudo do uso dos tempos verbais Pretérito Indefinido de

Indicativo e Pretérito Perfecto de Indicativo, em língua espanhola. Esse tema foi escolhido em razão

das dificuldades que esses tempos verbais – em especial o Pretérito Perfecto – costumam apresentar

durante o processo de aprendizagem de língua espanhola por estudantes brasileiros devido à

distância que parece haver entre os usos descritos pelas gramáticas e pelo uso real desses tempos

verbais por falantes nativos de espanhol. Partindo da análise da descrição feita pelas gramáticas e da

perspectiva de uso dos passados conforme sua manifestação na língua falada por falantes nativos de

espanhol, o estudo pretende contribuir para a elaboração de um material explicativo que aborde o

tema em questão, conciliando as duas referências acima expostas. Desta maneira, as seguintes

perguntas orientam a pesquisa: a) Que descrição as gramáticas fazem do uso do Pretérito Indefinido

de Indicativo e no Pretérito Perfecto de Indicativo, em espanhol? b) Que percepção tem falantes

nativos (professores) de língua espanhola a respeito do uso do Pretérito Indefinido de Indicativo e

do Pretérito Perfecto de Indicativo, na língua falada? O primeiro questionamento obteve sua

resposta do levantamento sistemático de usos apresentados por três gramáticas de língua espanhola,

a saber: Gramática de la lengua espanhola (ALARCOS, 2005), Gramática de la lengua Castellana

(BELLO, 1954) e Gramática didática del espanhol (TORREGO, 2002). Verificamos que as obras

analisadas são unânimes em apontar que o Pretérito Indefinido assume uma perspectiva de passado

apresentando as ações como ocorridas em um segmento temporal anterior ao momento da

enunciação, e que o Pretérito Perfecto coloca a ação terminativa em um segmento temporal que

também abarca o momento de enunciação. Contudo, a partir deste uso fundamental, cada gramático

propõe também outros usos para estes tempos, usos estes que surgem a partir da perspectiva adotada

pelo falante. Para responder a segunda pergunta de pesquisa, nos apoiaremos em dados coletados

por meio de entrevistas a falantes nativos que se dedicam ao ensino da língua castelhana a

brasileiros, pois, acreditamos que eles podem contribuir, também, com informações relevantes

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provenientes de sua prática reflexiva sobre a língua. Para a elaboração da entrevista, nos apoiamos

nas orientações de SZYMANSKI (2002). Nesta apresentação, destacaremos os objetivos da

pesquisa, a sistematização das descrições feitas pelas gramáticas selecionadas para o estudo, o

instrumento de entrevista usado para a coleta de dados sobre o uso desses tempos por falantes

nativos de língua espanhola, os resultados iniciais dos dados provenientes dessas entrevistas e um

questionamento do valor dado à gramática normativa em nossa sociedade.

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ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA ATRAVÉS DAS MÍDIAS

Autores: Levi Henrique Merenciano / Márcio Millani ([email protected]/

[email protected])

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Eva Ucy Miranda Sá Soto

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Letras Modernas

Com base no tema sugerido “eu, meu mundo e as mídias”, pretende-se desenvolver um método de

aprendizagem em língua espanhola para alunos do terceiro ciclo do ensino público estadual, através

da história das mídias. Nesse caso, dever-se-á trabalhar no contexto não só das novas mídias, mas

no das antigas também. Por isso, o fundamento dessa proposta compreende as mídias como

ferramentas de lazer, cultura e aprendizado, que vão dos tempos mais antigos (como as mídias eram

empregadas no início do século XX, por exemplo), bem como a forma como as pessoas tinham

acesso ao lazer, à cultura e ao aprendizado através das mídias da sua época, bem como o uso dessas

ferramentas de comunicação em nossa era da informação. Traçamos três épocas que podem servir

de base para a elaboração dos temas relacionados à novas mídias, que compreendem meados do

século XIX (1850), entendendo como marco a Revolução Industrial, meados do século XX (1968),

época do surgimento da televisão no Brasil) e a contemporaneidade (2008), época das tecnologia da

informação e das novas mídias. Devemos tomar cuidado com relação à interpretação dada às novas

mídias. Ao nosso ver, ao trabalharmos com essa idéia, podemos entender que as mídias

compreendem diversos processos de comunicação (linguagens), sejam de origem verbal ou não

verbal, ou as semióticas sincréticas (cinema, por exemplo, que é uma combinação de linguagem

verbal – texto da legenda – e não verbal – audiovisual). Entram nessa classificação conversa pessoal

ou net, rádio, músicas, livros, jornais e revistas virtuais, bate papo, chats, sites tipo Orkut, myspace,

pinturas, youtube, etc. No que diz respeito ao conteúdo gramatical, o "Marco Común Europeo de

Referencia" serve de base para estabelecer um ensino voltado para o nível A1.

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HISTÓRIA DA ÁFRICA E DOS AFRO-DESCENDENTES: UM RELATO DE PESQUISA

AÇÃO EM SALA DE AULA

Autora: Maria do Rosário de Sousa G. de Campos ([email protected])

Orientadora: Prof.ª Silvia Elisabeth Moraes

IES: Centro Universitário Central Paulista – UNICEP

Departamento: Educação

A pesquisa que ora se apresenta objetivou estimular em uma classe de sexta série de uma escola da

rede particular de ensino da cidade paulista de São Carlos uma reflexão crítica sobre a importância

da cultura africana no Brasil e no mundo. Nesse sentido, tratou-se de um projeto de abordagem

qualitativa alicerçado na organização curricular por projetos de trabalho pedagógico nos limites da

pesquisa-ação. Ou seja, a partir da intervenção docente no lócus da pesquisa foram obtidos os dados

perscrutados nessa investigação. Isso se deu por meio do ensino interdisciplinar que contemplou

aspectos estéticos, históricos, antropológicos e geopolíticos relacionados ao tema no decorrer dos

anos letivos de 2005 e 2006. Os procedimentos didáticos utilizados para a efetivação da proposta

foram aulas expositivas, seminários, debates, exibição de filmes de longa e curta-metragem,

execução de músicas africanas e afro-brasileiras, análise de obras literárias, jornais e revistas, além

de palestras com integrantes de organizações políticas de afro-descendentes. A análise de

manifestações orais e escritas dos educandos evidenciou uma tomada de consciência acerca da

importância do negro na sociedade brasileira, assim como a “autocontextualização” dos alunos

como membros de uma sociedade cosmopolita e multirracial, independentemente da etnia de cada

sujeito envolvido nessa investigação. Dessa forma, educandos - e educadores - quebraram

estereótipos sobre diferenças étnicas, o que acarretou a valorização da cultura africana e afro-

brasileira em confluência com uma construção identitária assentada no reconhecimento de que cada

ser humano carrega em si um pouco de outrem.

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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LIMITES E POSSIBILIDADES PARA A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E A

FORMAÇÃO DOCENTE: ALGUMAS REFLEXÕES

Autora: Nara Devi Dasi Almeida ([email protected])

Co-autoras: Cristiane Moraes Escudeiro; Sara Regina Françoso; Suzelei Adriana Freire

Padovane; Tatiane de Lima Pereira

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Maria Julia Canazza Dall'Acqua

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Psicologia da Educação

O relatório sobre a situação da educação no mundo, divulgado pela Organização das Nações Unidas

para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), situa o Brasil em 72º lugar num conjunto de 127

países. Entre os brasileiros com idades que variam de 15 a 64 anos, apenas 37% lêem frases e

enunciados curtos, 30% se limitam a localizar informações simples em uma única frase e 8% são

totalmente analfabetos, segundo o Instituto Paulo Montenegro, do Ibope, citado por LINDOSO

(2004). Nesse contexto, procuramos caracterizar a situação específica da cidade de Araraquara na

qual atua esta unidade do PEJA (Programa de Educação de Jovens e Adultos), programa de

extensão universitária da UNESP. De acordo com o último levantamento do SBA 2007 (Sistema do

Brasil Alfabetizado), coordenado pelo MEC (Ministério da Educação), o referido município possui

cerca de sete mil pessoas analfabetas, o que corresponde a 4,9 % de sua população total. Diante de

tais estatísticas, que nos oferecem uma visão do grande desafio que se coloca ao país, o PEJA tem

como objetivo oferecer a esta parcela da comunidade o acesso à educação escolar, considerando os

motivos pelos quais os alunos não a frequentaram na idade devida ou precisaram abandoná-la,

assim como sua trajetória de vida. Além disso, este projeto de extensão busca apresentar uma

possibilidade diferenciada de formação inicial aos alunos dos cursos de licenciaturas, propiciando

um “processo educativo, cultural e científico que articula o ensino e a pesquisa de forma

indissociável, viabilizando a relação transformadora entre a Universidade e a Sociedade”

(UNESP/PROEX, 2007). Porém, os professores do programa têm se deparado com diversas

dificuldades que, acreditamos, devam permear também o trabalho em outras salas de aula de EJA

(Educação de Jovens e Adultos). Para efeito de identificar a natureza de tais dificuldades, foram

realizadas investigações junto aos alunos que resultaram na detecção dos seguintes entraves ao

trabalho: a mudança constante no número de alunos nas salas de aula, cansaço por conta do

trabalho, problemas familiares e de saúde, a tentativa de conciliar a visão de educação do aluno com

a visão do professor, espaços inadequados para a instalação das salas de aulas, tentativa de abranger

os diferentes níveis de conhecimento escolar, organização do tempo das aulas, falta de parâmetros

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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curriculares para a EJA e de material didático específico. Mesmo considerando as dificuldades

referidas a participação dos alunos de licenciaturas neste processo interessante de formação inicial

propicia uma reflexão histórico-crítica sobre sua futura atuação profissional e a realidade que o

cerca.

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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A PRODUÇÃO DE TEXTOS ESPONTÂNEOS NA ALFABETIZAÇÃO

Autora: Rosely Hourneaux de Almeida ([email protected])

Orientador: Prof. Dr. Luiz Carlos Cagliari

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Lingüística

Aprender a ler e a escrever, no início da alfabetização não significa para Cagliari (1999), saber tudo

sobre a produção da leitura e da escrita, tampouco saber de cor a forma ortográfica de todas as

palavras. O professor que deseja realmente alfabetizar deve trabalhar, sempre que possível, com

textos significativos e possibilitar o envolvimento com a problemática da linguagem, analisando-a

dentro de um contexto real de uso, ou dentro da própria linguagem, como é o caso do estudo das

relações entre letras e sons. Como atividade de escrita, é essencial que os alunos aprendam primeiro

a escrita e ponham-se a escrever como eles acham que deve ser. Não basta dizer ao aluno que ele

errou, que seu texto está todo desarticulado. À medida que os alunos forem escrevendo e sendo

instruídos a respeito da ortografia, procurarão escrever cada vez mais corretamente, chegando em

pouco tempo a ter poucos erros de grafia, mesmo na primeira versão dos textos que escreveram.

Para Cagliari (1999), uma análise com produção de textos espontâneos com crianças em fase de

alfabetização, os professores e alunos puderam perceber que era preciso ensinar como lidar com a

ortografia e a tomar consciência de que todas as palavras têm apenas uma forma de escrita, e que

essa forma deve ser usada por todos. Os textos livres feitos espontaneamente pelos alunos revelam o

que realmente sabem e como operam com esses conhecimentos. Analisando o que os alunos

elaboram, o professor acaba descobrindo, como os linguistas, quais as hipóteses que regem o

comportamento linguístico das crianças e quais as regras que utilizaram na sua produção. O erro é

mais revelador do que o acerto, já que este pode ser fruto do acaso, mas o erro é sempre fruto de

uma reflexão, de um uso indevido de algum conhecimento. Para Massini-Cagliari (2001), quando as

crianças entram na escola para aprender a ler e a escrever, o primeiro modelo de texto escrito que

recebem para copiar é a cartilha. Para uma análise dos textos das cartilhas, em termos de sua

coerência e coesão, fica bastante claro porque essas mesmas crianças apresentam problemas sérios

nas suas produções futuras, pois esses problemas são encontrados nos textos de cartilhas. Daí a

necessidade de se apresentar à criança em início de alfabetização, textos de qualidade e que tenham

sentido para ela. Crianças expostas unicamente à cartilha produzem textos semelhantes ao modelo

de textos escritos que lhes foi passado pela cartilha. Na alfabetização o mais importante é cuidar da

ortografia e é importante os alunos terem dúvidas ortográficas. Esses textos são mais um pretexto

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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para a escrita do que uma produção para ser lida pelos outros, mas os alunos devem ter em mente

possíveis leitores o que só se consegue redigindo textos para finalidades específicas. A análise

realizada é importante para se repensar a aprendizagem da leitura e da escrita na alfabetização, sem

dúvida.

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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ENSINO-APRENDIZAGEM DOS FALSOS AMIGOS DO ESPANHOL PARA

BRASILEIROS: CRIAÇÃO DE EXERCÍCIOS PARA AUTOAPRENDIZAGEM ON-LINE

Autora: Samanta de Pádua Neves ([email protected])

Apoio: PIBIC

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Ucy Soto

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Letras Modernas

Sendo muitas vezes considerado como algo "simples" ou "fácil", o estudo da língua espanhola por

brasileiros vem marcado por muitas ambiguidades (CELADA y GONZチ LES, 2001), entre elas a

crença de que a maior dificuldade que existe na aprendizagem do espanhol por parte dos brasileiros

está na grande quantidade de falsos cognatos, mais comumente conhecido como falsos amigos, que

existem nessas línguas. Pela semelhança existente entre os dois idiomas, deparamo-nos, sim, com

uma dificuldade relacionada aos falsos cognatos. No entanto, a questão não é uma simples

substituição de um determinado item lexical por outro, como aparece na maioria das vezes, de

forma caricaturada, em propagandas. Segundo Humblé (s/d), o problema dos falsos cognatos está

não apenas na diferença de sentido das palavras semelhantes na forma, mas no uso e em sua

aplicação. Certos itens lexicais podem gerar inadequação na comunicação, mesmo que haja

compreensão por parte dos falantes. Uma inadequação que, na maior parte das vezes, passa

despercebida pelo falante que a produziu. A proposta desta pesquisa de Iniciação Científica é

analisar esta questão dos falsos cognatos entre português e espanhol para, a partir de considerações

fundamentadas na descrição do problema e sua melhor compreensão, formular exercícios on-line

que abordem este importante aspecto do ensino-aprendizagem de um idioma estrangeiro, neste caso,

do espanhol. Para tal utilizaremos o programa Hot Potatoes, desenvolvido pela University of

Victoria (Vancouver, Canadá, que possibilita a criação de testes e exercícios rápidos, que podem ser

disponibilizados na internet. O fato de poderem ser facilmente colocados na web permite, por um

lado, um meio barato de divulgação e circulação e, por outro, quando bem formulados, um formato

que pode contribuir para uma maior interação e autonomia do aluno. Nesse tipo de exercício on line

o aluno acompanha o resultado de seu estudo na medida em que desenvolve suas atividades. Além

de serem utilizadas como exercício de auto aprendizagem, estas atividades didáticas apresentam

uma segunda vantagem: podem ser realizadas em sala de aula, com acompanhamento de um

professor - que passa a dispor de uma ferramenta para ampliar pedagogicamente sua criatividade de

ensino (Antunes, 2006) -, em casa ou outros lugares que disponibilizem acesso ao mundo virtual.

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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ENSINO-APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA SOB UMA PRESPECTIVA

EPILINGUISTA

Autora: Suzana Maria Lucas Santos ([email protected])

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Gladis Massini-Cagliari

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Lingüística

As constantes crônicas às práticas pedagógicas baseadas em exercícios mecânicos de memorização

e reconhecimento de meras estruturas linguísticas têm impelido o professor de língua estrangeira a

abandonar o modelo de ensino tradicional e se empenhar na busca por outro mais adequado e

condizente com as necessidades dos indivíduos. Para tanto, torna-se necessário conceber a

linguagem como ferramenta de interação entre as pessoas por meio da qual interlocutores

constituem-se como sujeitos ativos de um processo em que os participantes realizam trocas verbais,

constroem sentidos e influenciam-se mutuamente. Nessa perspectiva, a Teoria das Operações

Enunciativas (TOE), de Antoine Culioli (1990), objetiva explorar a linguagem em suas diferentes

possibilidades de realização, tendo em vista a inserção do sujeito como elemento capaz de se

construir a partir do discurso. Ao contemplar aspectos cognitivos e afetivos do processo ensino-

aprendizagem a TOE propõe atividades epilinguísticas de cunho reflexivo que contemplam

domínios sócio-psicológicos de um lado e linguísticos de outro, favorecendo maior interação

professor ↔ aluno ↔ aluno, propiciando ao aprendiz total liberdade de criar, transformar, montar e

desmontar, substituir ou mesmo silenciar, conduzindo-o, consequentemente, à reflexão para

construção da língua(gem). Trabalhando a metalinguagem de forma inconsciente, as atividades

propostas por Culioli oferecem ao usuário da língua a oportunidade para pensar sobre os recursos

expressivos de que faz uso ao falar ou escrever. Norteado pelos pressupostos teóricos da TOE, o

presente trabalho propõe o desenvolvimento de atividades epilinguísticas voltadas ao ensino-

aprendizagem da língua inglesa. Optou-se por utilizar uma unidade de ensino do livro "New

Headway Intermediate", material didático ainda hoje adotado por algumas instituições de ensino

superior. Abordando o texto de forma diferenciada da sugerida no livro em questão, tentou-se

demonstrar que um mesmo conteúdo pode ser trabalhado de forma mais significativa, despertando

nos educandos atitudes favoráveis ao estudo da língua-alvo. Espera-se, com as idéias aqui expostas,

poder de algum modo contribuir na formação do professor de inglês, em particular, principalmente

no sentido de conscientizá-lo da importância do seu papel enquanto linguista e, acima de tudo,

enquanto educador ativo e transformador na sociedade.

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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APRESENTANDO SÃO CARLOS: ALGUNS PONTOS CULTURAIS

Autora: Talita Caroline de Oliveira ([email protected]; [email protected])

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Telma Luzia Pegorelli Olivieri

Co-orientadora: Prof.ª Livia Dotto Martucci

IES: Universidade Federal de São Carlos

Departamento: Artes e Comunicação

Através de aulas educativas, expositivas, criativas e dinâmicas, pretende-se transmitir aos alunos

com este projeto, um prévio conhecimento acerca dos patrimônios históricos e culturais da cidade

de São Carlos utilizando os mesmos como fonte de recurso para a criatividade. Demonstrando

assim o potencial de cada aluno através de seu processo cognitivo e criativo o que de importante

pôde ser absorvido através de aulas teórico-práticas, na qual possibilita gerar além dos

conhecimentos adquiridos, a conclusão de uma exposição de acordo com as identificações

patrimoniais. Baseando-se em alguns grandes teóricos como Grandi, Barbosa, Feuerstein e sites

educativos acerca dos patrimônios espera-se oferecer a acessibilidade aos conhecimentos históricos

e culturais de alguns patrimônios da cidade. Podendo também contribuir para a formação intelectual

dos alunos que pretenderem continuar neste ramo, além de futuramente através de formações mais

especializadas agirem no campo de trabalho relacionado ao turismo, aos campos históricos,

culturais e patrimoniais oferecendo uma aproximação dos alunos com os patrimônios públicos e a

criatividade perante estes patrimônios. Assim, este projeto terá como objetivo ampliar os

conhecimentos culturais e históricos de cada aluno, analisando de maneira diversificada e criativa

alguns patrimônios históricos e públicos da cidade de São Carlos, ampliando e identificando as

possíveis maneiras que os alunos terão em manifestar o que há de arte dentro de cada um deles,

juntamente com um olhar sócio-histórico envolvendo os pontos culturais da cidade.

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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O IMPACTO DAS PESQUISAS SOBRE A PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA NA

ALFABETIZAÇÃO: UMA ANÁLISE A PARTIR DAS CARTILHAS

Autora: Silvia Oliveira Santos ([email protected])

Apoio: PET/MEC/Sesu

Orientador: Prof. Dr. Francisco Mazzeu

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Didática

Historicamente a questão dos métodos no ensino da leitura tem sido fortemente influenciada por

estudos e pesquisas no campo da Psicologia. Um exemplo pode ser apontado já no início do século

XX, com a introdução do conceito de interesse, trazido pelos representantes da Escola Nova que

propunham a chamada “Revolução Coperniciana” na Educação e no ensino da leitura (o aluno

como centro do processo de ensino-aprendizagem). Os métodos considerados como de coação (em

sua maioria de marcha sintética: alfabético e fonético), recuam, frente às duras críticas recebidas

dos partidários dos chamados métodos inovadores (os métodos de marcha analítica e o método

global). O médico e psicólogo Ovídio Decroly foi quem fundamentou teoricamente o método global

e também quem mais se ocupou do conceito psicológico de interesse. Tal conceito voltou-se contra

a “monotonia insuportável do método alfabético”, e apesar de várias adaptações, passa a orientar os

métodos de ensino da leitura ao longo do século (Braslavsk, 1971). Contudo no final do século XX,

mas especificamente na década de 1980, começam a circular entre os educadores, os resultados de

pesquisas que davam conta de uma mudança na forma de compreender o processo de alfabetização.

Tais trabalhos, em especial o da Psicogênese da Língua escrita, deslocavam a ênfase do “como se

ensina” para o “como se aprende”, provocando assim forte impacto no entendimento que se tinha do

processo de aprendizagem da leitura e da escrita, e, além disso, forçando uma extensa revisão das

práticas de alfabetização. As pesquisas sobre a Psicogênese da Língua escrita também apresentam

uma ruptura com as formas tradicionais de alfabetização (o uso de cartilhas, por exemplo), e

propõem a partir do deslocamento das questões do ensino para as questões da aprendizagem, uma

mudança radical nos métodos de ensino da leitura e, consequentemente, no material didático.

Considerando tais constatações pretende-se com este trabalho investigar o impacto dessas pesquisas

no ensino de alfabetização a partir de análise comparativa entre cartilhas produzidas até a década de

1980 e aquelas elaboradas posteriormente sob a influência dessas idéias, a fim de compreender, de

que forma essas pesquisas, se transformam em orientações práticas no ensino de alfabetização e

levantar quais os elementos mais significativos de continuidade e de ruptura em relação aos

métodos usuais de alfabetização.

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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SEÇÃO E - TRABALHO DOCENTE

PRÁTICAS BEM-SUCEDIDAS DE UMA PROFESSORA ALFABETIZADORA

Autora: Aline Juliana Oja ([email protected])

Orientador: Prof. Dr. Maévi Anabel Nono

IES: Universidade Federal de São Carlos - UFSCar

Programa de Pós- graduação em Educação

As questões educacionais no Brasil encontram-se em um período crítico, já que a realidade aponta

que os sistemas públicos de ensino apresentam-se fragilizados e inadequados para atender aos

alunos de maneira eficiente (FRANCO, 2000; PARO, 2001). Essa problemática é refletida,

inevitavelmente, no trabalho docente, pois o professor passa a enfrentar inúmeros desafios e, dessa

forma merece, dentre outros elementos, espaços para reflexões sobre o seu trabalho. As mudanças

sociais ao longo dos anos transformaram profundamente o trabalho do professor, sua imagem social

e, principalmente, o valor que a sociedade atribui à educação (ESTEVE, 1999). Porém, esse quadro

problemático não está condenado ao insucesso generalizado, já que oferece oportunidades

significativas para uma investigação sobre os desafios que essa realidade propõe principalmente ao

professor. Neste contexto, o objetivo deste trabalho, em fase de levantamento teórico e início da

coleta de dados, consiste em estudar o professor e sua prática. Assim, a partir de uma investigação

teórica acerca do trabalho docente podemos destacar estudos que apontam para o crescente

fortalecimento de um pensamento negativo sobre o professor (DIAS–DA– SILVA, 1994; MARIN,

1998; ESTEVE, 1999; PARO, 2001) já que, muitas vezes, a partir das novas exigências do ensino,

esse profissional acaba por ser considerado responsável pelos resultados insatisfatórios na

aprendizagem dos alunos. Propomos, assim, a realização de um estudo de caso com uma professora

alfabetizadora considerada bem-sucedida, visando descrever e analisar a construção dessa prática

cotidiana. Essa investigação será orientada pelos princípios da pesquisa qualitativa e terá como

técnica de coleta de dados a observação participante e a entrevista semi-estruturada. A pesquisa será

realizada em uma escola pública de um município do interior paulista em uma classe de

alfabetização de crianças com seis anos de idade do Ensino Fundamental. Pretende-se, assim,

desenvolver um estudo que tenha como foco uma experiência docente bem sucedida, com o

objetivo de compreendê-la e sinalizar possibilidades para o enfrentamento das dificuldades, já que o

desvendamento da prática através da investigação da realidade pode contribuir com uma

transformação positiva do trabalho docente.

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CONTRIBUIÇÕES DO GRUPO DE ESTUDOS E PROPOSTAS SOBRE A FORMAÇÃO

DO EDUCADOR CONTEMPORÂNEO PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DE

PROFESSORES

Autor: Antônio Netto Júnior ([email protected])

Co-autores: Camila José Galindo; Adriana Marques Guimarães Dias; Celso Aparecido Cerqueira

Barreiro; Edson do Carmo Inforsato

Orientador: Prof. Dr. Edson do Carmo Inforsato

Co-orientador: Prof. Dr. Mauro Carlos Romanatto

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Didática

A formação continuada talvez seja a expressão máxima de uma sociedade que instituiu a mudança

como norma, a despeito das contradições dos termos. O conhecimento obtido pelos processos de

averiguação de base científica não cessam de introduzir novos artefatos, novos modos de se ver e de

se perceber e, conseqüentemente, novos modos de relação de uns com os outros e também de todos

com a natureza. Neste sentido, formar-se e ser formado é um processo continuo de se preparar para

a vida. Os professores, por premissa, são os que formam e para eles essa situação de formar-se

torna-se ainda mais complexa. Este é um aspecto muito importante de investigação de nosso grupo:

como se formar numa sociedade que não se estabiliza? Outro aspecto, este o mais crucial para nos,

refere-se ao seguinte: como sair das estruturas de programas formativos para estratégias formativas?

E ainda: como buscar as estratégias formativas para os docentes, isto é: como inverter a situação de

formação baseada na oferta para uma situação de formação baseada na demanda? Todas essas

questões têm sido discutidas por nosso Grupo por meio de leituras de várias fontes, filosóficas,

sociológicas, epistemológicas e pedagógicas. Atualmente temos nos concentrado na formação

continuada de professores e após vários trabalhos (dissertações, teses e trabalhos de iniciação

científica) em que realizamos estudos sobre levantamento de necessidades formativas, por meio de

surveys e de trabalhos mais localizados, partimos para a nova etapa da nossa investigação que por

meio da pesquisa-ação pretende construir estratégias formativas que dê referências importantes para

a formação continuada. Estamos investigando, há quase um (1) ano, uma Escola Municipal de

Ensino Fundamental localizada em um bairro do município de Araraquara. Optamos trabalhar com

a metodologia da Pesquisa- Ação para nos auxiliar nas abordagens, observações e vivencia dentro

do ambiente escolar. Nesse trabalho trazemos a contribuição da técnica do Planejamento Estratégico

Situacional como ferramenta que auxilia o desenvolvimento de uma Formação Continuada na

escola. Esta possibilita a definição de atores relevantes, atores principais, concepções de formação,

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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concepções de pesquisa, demandas da escola, condições de trabalho, identificação de princípios e

objetivos da escola. A potencialidade do Planejamento Estratégico no projeto de Formação na

escola e a de propiciar a reflexão da equipe escolar nos quesitos: organização e planejamento, do

trabalho que esses profissionais realizam no seu cotidiano. Especificamente o uso dessa técnica foi

utilizada no Planejamento Escolar no início do ano letivo de 2009 e algumas reuniões entre os

pesquisadores do GEPFEC e a equipe gestora da escola.

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INVESTIGAÇÕES PRÉVIAS SOBRE O LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES

FORMATIVAS DOS PROFESSORES

Autora: Ariana Cestari Panagassi ([email protected])

Co-autoras: Júlia Graciela de Brito; Flávia Graziela Moreira

Apoio: Núcleo de Apoio UNESP

Orientador: Prof. Dr. Edson do Carmo Inforsato

Co-orientadores: Prof.ª Dr.ª Rosebelly Nunes Marques; Prof. Dr. Mauro Carlos Romanatto

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Didática

A formação de professores é um tema de grande importância e tem se intensificado como uma das

maiores preocupações dos sistemas educativos, tanto a formação inicial quanto a formação

continuada. Quanto a esta última, deve-se ter em vista as interferências das mudanças sociais que

geram inúmeras necessidades na carreira do professor. Nesse sentido, sua eficácia se torna maior se

ela se ativer a essas necessidades. Por essa perspectiva e adotando a metodologia da nova pesquisa-

ação, o presente trabalho visa levantar as necessidades dos docentes a partir da realidade do seu

ambiente de trabalho, em uma escola municipal do ensino fundamental da cidade de Araraquara,

para a construção de apoios para a superação de algumas delas. Na fase inicial, elaboraram-se

entrevistas com professores e coordenadores da escola para se construir um quadro preliminar que

pudesse indicar ações e intervenções. Realizaram-se as entrevistas individualmente, seguindo um

roteiro previamente elaborado. Da análise dos dados dessas entrevistas identificaram-se quatro

categorias principais: a) identidade profissional, b) métodos de ensino (material didático), c)

dificuldades no cotidiano escolar e d) necessidades formativas. Entre as respostas dos entrevistados

as mais freqüentes foram as queixas em relação a falta de tempo para a preparação e execução das

atividades e a falta de materiais e de conhecimento apropriado e direcionado para ensinar os alunos

que apresentam maior dificuldade na aprendizagem. Os professores ressaltaram também a

importância de estimular a aprendizagem através de músicas, seminários e peças teatrais. As

atividades desenvolvidas por nós em auxilio aos professores atendem às suas necessidades em

relação a falta de atenção e concentração dos alunos em sala de aula e nas dificuldades dos mesmos

na leitura e escrita. Pautados pela pesquisa-ação, e importante destacar que todas as atividades

propostas foram pensadas e construídas em parceria com os professores. Os resultados obtidos até o

momento revelaram que as necessidades formativas dos professores estão relacionadas com as

dificuldades que eles têm no enfrentamento das atividades no cotidiano escolar, sendo que a maior

necessidade é como trabalhar, ao mesmo tempo, na sala de aula com alunos que apresentam

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dificuldades na aprendizagem e com aqueles que não apresentam.

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PROBLEMÁTICA E CONTRIBUIÇÕES DA ANÁLISE DE NECESSIDADES EM

PRÁTICAS DE FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES

Autora: Camila José Galindo ([email protected])

Apoio: CAPES

Orientador: Prof. Dr. Edson do Carmo Inforsato

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Didática

Analisar necessidades pode parecer algo simples pela conotação um pouco desvalorizada do termo.

No entanto, trata-se de processos meticulosos para uma compreensão acerca do contexto de atuação

do professor na escola e das dificuldades que apresentam em prática. A análise de necessidades

pode ser entendida, em seu potencial, como forma de compreensão ou desvelamento de imbricações

de dificuldades em contextos de atuação profissional durante ou anterior a processos de formação.

Os processos de análise de necessidades, em geral, não se debruçam em um conhecimento

endêmico do contexto de trabalho que vivenciam os professores; mesmo em países onde a análise

de necessidades e uma prática formalizada, legal e institucional, arraigadas a centros de formação,

institutos superiores de ensino ou órgãos governamentais. Um dos impasses que parece ser um

agravante para a descaracterização da análise de necessidades na formação de professores recai

sobre os processos rotineiros e burocratizantes, que se distanciam muito das práticas em contexto,

das diferenças e particularidades dos sujeitos, instituições e tempos, e da forma como as

problemáticas são anunciadas, vivenciadas e percebidas pelas equipes. Outro agravante parece

apontar para os processos metodológicos de análise de necessidades, ainda que utilizados

conjuntamente. Nossa percepção para uma contribuição a análise de necessidades de formação de

professores e alavancar os processos de desenvolvimento profissional de equipe de educadores para

que sejam verdadeiramente autônomos em sua formação e mais conscientes de seus impasses e

expectativas de/em formação. Essa tarefa não se apresenta com muita facilidade, tendo em vista o

caráter dinâmico e evolutivo das necessidades, sejam elas individuais, coletivas ou institucionais.

Em que pese tal desafio, nos parece promissor pensar em novas formas de indução, inferência e

percepção de necessidades, por meio de análise em contexto. Tal convicção nos levou ao

desenvolvimento de uma pesquisa-ação em uma escola pública municipal de Araraquara-SP, junto a

professores e gestores com o intuito de contribuir para o desenvolvimento profissional da equipe

escolar. Essa modalidade de pesquisa tem-se mostrado promissora para uma compreensão mais

profícua de processos formativos de docentes baseados em análise de necessidades, ainda que os

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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desafios e as condições de concretização sejam muitas, nossa percepção caminha para necessidade

de se otimizar processos formativos centrados na escola e nas demandas que ela apresenta a equipe

de profissionais.

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A PRÁTICA DOCENTE NO INÍCIO DA ATUAÇÃO PROFISSIONAL

Autora: Elizabeth Keiko Yoshizawa ([email protected])

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Márcia Cristina Argenti Perez

IES: Faculdade de Ciências da UNESP/Bauru

Departamento: Educação

O presente estudo buscou discutir o início da atuação profissional docente e as atuais condições de

trabalho dos docentes de escolas públicas brasileiras, tendo como referência resultados de pesquisas

empíricas e revisão bibliográfica. Parte-se da premissa de que com a reestruturação produtiva

assistida de forma mais ostensiva nas duas últimas décadas, novas demandas têm sido apresentadas

a educação escolar com relação aos seus objetivos, refletindo em mudanças nas formas de gestão e

organização do trabalho na escola. Tais mudanças trazidas pelas reformas educacionais mais

recentes tem resultado em intensificação do trabalho docente, ampliação do seu raio de ação e,

conseqüentemente, em maiores desgastes e insatisfação por parte desses trabalhadores, já em suas

primeiras experiências profissionais. Metodologia: A revisão teórica privilegiou um minucioso

levantamento e análise de recentes estudos nas áreas da Educação, Sociologia, Psicologia, Política

Educacional, direcionado por três categorias: a) história profissional na docência e b) dificuldades e

desafios na prática docente; c) início da atuação docente. Dentre os principais resultados podemos

destacar a proximidade de dificuldades e desafios denunciados nos estudos científicos enfrentados

no início da atuação docente: 1) rigidez e restrição nos procedimentos e recursos didáticos; 2)

dificuldade dos professores em relacionar-se conscientemente com os pressupostos etico-politicos,

epistemológicos, didáticos, psicológicos, lingüísticos subjacentes a prática pedagógica; 3)

insuficiência de domínio dos conteúdos escolares pelos professores; 4) dificuldades enfrentadas

pelos professores no trabalho com e produção de textos; 5) dificuldades na utilização da linguagem

oral enquanto expressão do conteúdo de ensino e como instrumento de melhoria de habilidades de

pensamento; 6) ausência de trabalho coletivo na escola; 7) inadequação da avaliação do rendimento

escolar; 8) defasagem de conteúdo e baixos níveis de aproveitamento escolar dos alunos; 9)

indisciplina na sala de aula; 10) dificuldades no processo de reflexão e raciocínio dos professores

para a concretização das práticas educativa. Em suma, concluímos que é importante considerar que

as dificuldades e desafios na formação e atuação docente tem como limites os próprios interesses e

valores que orientam os docentes e que presidem a cultura das escolas. Os dados aqui expostos

indicam a gravidade da situação atual de crise e o delineamento das dificuldades e desafios na

prática docente. O estudo conclui a relação de desvalorização da atuação docente e a relativização

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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do conhecimento escolar que se articula ao desmonte da escola pública e acompanha o movimento

de desvalorização das pessoas que usam a escola e fazem dela seu posto de trabalho.

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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A AQUISIÇÃO DE CAPITAL CULTURAL: REFERÊNCIA INDELÉVEL E EFETIVAÇÃO

DA AÇÃO DOCENTE

Autora: Eva Poliana Carlindo ([email protected])

Apoio: CAPES

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Marilda da Silva

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Didática

Este estudo foi realizado com o propósito de detectar as facetas constituintes do habitus profissional

de quatro professoras atuantes na ultima serie do primeiro ciclo do ensino fundamental de uma

escola municipal situada no interior paulista. Neste caso, partimos do princípio de que o habitus

profissional adquirido está diretamente relacionado ao habitus de classe e, conseqüentemente, a

estrutura do habitus familiar, o qual influencia a aquisição e disposição para amealhar capital

cultural dada a importância que se atribui a esse tipo de capital. Tendo em vista o objetivo aqui

pretendido, optamos por realizar entrevistas semi-estruturadas de caráter autobiográfico, as quais

versaram a respeito da origem social, das experiências vivenciadas na infância, em ambientes

escolares e não-escolares bem como sobre o início e permanência na profissão docente. Sendo

assim, a análise dos dados coletados permite-nos afirmarmos, preliminarmente, a partir da teoria

sociológica bourdieusiana, que a instituição escolar assume posição de destaque entre aqueles que

buscam ascensão por meio da educação escolar e da diplomação ao passo que esta instituição é tida

como responsável pela angariação e elevação do capital cultural dos agentes sociais que freqüentam

esse espaço, o que, de certa forma, impele-nos a acreditarmos na influência dessa instituição sobre a

aquisição do habitus profissional do professor uma vez que o professor passa muito tempo imerso

em seu futuro ambiente de trabalho. Além disso, tornar-se professor(a) implica elevar o capital

cultural adquirido até então e, conseqüentemente, distinguir-se de outros agentes sociais de sua

classe social de origem. Finalmente, defendemos que as experiências formativas vivenciadas pelo

sujeito-professor em diferentes contextos são referências indeléveis ao entendimento e análise da

ação docente efetivada cotidianamente em sala de aula.

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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MUSICALIZAÇÃO E ALFABETIZAÇÃO: RELAÇÕES ESTRUTURAIS ENTRE A

FORMA SONATA COM A PALAVRA

Autor: José Luiz de Oliveira Coutinho ([email protected])

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Márcia Cristina Argenti Perez

IES: UNESP – Campus de Bauru

Departamento: Educação

O presente trabalho estudou a importância da música no desenvolvimento infantil, tendo como foco

principal verificar a influencia da prática dos elementos rítmicos e melódicos na compreensão da

leitura e constituição de um texto. Utilizou-se procedimentos construtivistas, para obtenção de

dados que mostrassem que a aprendizagem e o gosto da leitura desenvolvidos pela experimentação,

em ambiente musical, possibilitariam a construção do processo de leitura e de musicalização. A

metodologia da pesquisa utilizada foi a pesquisa-ação (em andamento) e os fundamentos teóricos se

basearam em alguns pesquisadores da área de investigação dos efeitos da musica. Observou-se e

analisou-se a relação entre música, texto e escrita em duas experiências: a primeira com a

apresentação de música erudita para alunos de licenciaturas, a segunda, a utilização de instrumentos

musicais em crianças da educação infantil. Em ambas experiências buscou-se a sensibilização da

escrita e leitura por meio da vivencia musical. Da analise preliminar destes, observou-se a

aprendizagem significativa e a sensibilização dos grupos na relação entre a musicalização e o

processo de alfabetização. Finalmente, concluiu-se que a musica, bem como seus elementos,

promove o estímulo a valorização e a aprendizagem da escrita e leitura.

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA: NECESSIDADES DA

PRÁTICA DOCENTE NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Autora: Luciana Aparecida Ferrarezi ([email protected]; [email protected])

Co-autores: Prof. Dr. Edson do Carmo Inforsato; Prof. Dr. Mauro Carlos Romanatto

Orientador: Prof. Dr. Edson do Carmo Inforsato

Co-orientador: Prof. Dr. Mauro Carlos Romanatto

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Didática

A formação continuada de professores tem assumido uma importância cada vez maior na nossa

sociedade, posto que são os professores os responsáveis pela mediação entre o aluno e o

conhecimento necessário para incluí-lo na sociedade contemporânea como cidadão. É fato que a

formação continuada, no Brasil, ocorre de maneira pouco sintonizada com as mudanças da relação

que se está estabelecendo entre o homem, sociedade e conhecimento. Os professores atualmente se

deparam com múltiplas e complexas situações, que estão além de referenciais teóricos, científicos e

técnicos, tendo que optar por outras formas de agir, construída a partir de suas reflexões, suas

crenças, seus valores, saberes próprios e de suas experiências de vida. Assim, as propostas de

formação devem estar articuladas com as necessidades do professor e do sistema educacional para

que possam ser veiculadas a sua prática profissional. Essa pesquisa justifica-se, portanto, pela

importância da busca de estruturação do processo de formação condizente com as necessidades

formativas, que consideramos relevante para o preparo dos professores da educação básica. Com

efeito, a participação dos professores no processo de formação continuada, a forma com que os

professores reagem, enquanto profissionais, diante da oferta dos programas de formação, deve-se à

compreensão de que, tanto a natureza do programa, em termos de sua proposta, de sua fonte e de

seus recursos, quanto o alcance da mesma, pelo número de participantes atingidos, poderia

proporcionar uma base adequada a nossos propósitos de investigação. A prática docente e o ponto

de partida para as problematizações realizadas, pois tem como objetivo possibilitar aos professores

uma oportunidade de refletirem sobre suas ações educativas, numa dinâmica que se caracteriza pela

ação-reflexão-ação. Na tentativa de compreender as exigências da formação de professores de

Matemática, discutimos questões que possam contribuir para uma melhor conscientização das suas

necessidades práticas e teóricas. O enfoque que propomos e importante por oferecer uma resposta

para esse desafio, apresentando as necessidades apontadas pelos professores, contribuindo para a

aproximação entre as propostas de formação continuada e a apropriação pelos professores no

cotidiano da sala de aula. Com relação ao exposto, a direção da investigação da pesquisa aponta

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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para o levantamento de necessidades formativas a partir do Programa de Educação Continuada Teia

do Saber, na tentativa de influenciar a estruturação de programas de formação continuada, que

contribuam de forma eficaz para o aprimoramento profissional dos professores e do sistema

educacional. Participar de uma investigação, respondendo sobre suas necessidades de formação,

aproxima o professor da reflexão consciente sobre as condições identificadas por meio de sua

própria trajetória profissional e de vida.

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FORMAÇÃO CONTINUADA DOCENTE E AS PRÁTICAS DE LEITURA NA REDE

PÚBLICA ESTADUAL DE SÃO PAULO: O PROJETO SÃO PAULO FAZ ESCOLA

Autora: Luciana Franco ([email protected])

Apoio: SEE/SP

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Irene Jeanete Lemos Gilberto

IES: Universidade Católica de Santos

Programa de Pós-graduação em Educação

O presente trabalho tem como tema o Projeto São Paulo Faz Escola, desenvolvido pela Secretaria

Estadual de Educação a partir de dezembro de 2007, que privilegiava ações voltadas para as praticas

de leitura nos diferentes componentes curriculares, tendo em vista os resultados obtidos em

avaliações externas, os quais foram considerados pouco satisfatórios. De acordo com os dados do

Saresp de 2005, o índice de alunos que terminava a primeira série do ensino fundamental sem saber

ler girava em torno de 70%. Segundo a Cenp, em relatório sobre a referida avaliação, o quadro era

ainda mais preocupante, uma vez que os discentes tendiam a manter o mesmo indice ao final da

quarta serie do ensino fundamental. Assim, com base em tais dados, a SEE implementou o São

Paulo az Escola, que funcionaria como um programa abrangente, o qual teria por base os princípios

orientadores necessários para que a escola fosse capaz de promover as competências indispensáveis

ao enfrentamento dos desafios sociais, culturais e profissionais do mundo contemporâneo. A

primeira ação foi sistematizada uma recuperação intensiva, ocorrida entre os meses de fevereiro e

marco de 2008 e, para tal, alguns professores passaram por um processo formativo prévio, a fim de

intermediar as atividades que foram desenvolvidas em suas unidades de ensino durante o

planejamento inicial, no qual teriam por função auxiliar na formação dos docentes de outras

disciplinas no desenvolvimento das atividades propostas pela SEE, voltadas as praticas de leitura e

letramento. Num segundo momento, a SEE propôs uma nova matriz curricular, baseada nos

princípios de uma educação de qualidade, fundamentando-se, principalmente, na leitura e no

letramento como elementos indissociáveis da formação discente. Segundo Soares (2003) e Kleiman

(1995) o letramento, conceituado no plural pelas duas autoras, são as práticas sociais de leitura e

escrita e os eventos em que essas práticas são postas em ação, bem como as conseqüências delas

sobre a sociedade. Para Freire (1996), a leitura insere o sujeito na sociedade e o confere a condição

de cidadão. Além de Freire, Kleiman e Soares, serão utilizados como referenciais teóricos os

estudos de Abdalla (2006), Alarcao (1998) e Santos (1998), que estudaram questões relacionadas à

formação docente, bem como Tardif e Lessard (2005). Este estudo, de cunho qualitativo e ainda em

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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fase de desenvolvimento, foi realizado por meio de questionários e entrevistas semi-estruturadas

com os professores que participaram da fase inicial do projeto em uma escola estadual de São

Vicente. Os resultados parciais indicam que os professores de outras disciplinas apontavam os

professores de língua portuguesa como os únicos responsáveis pelas atividades de leitura.

Entretanto, algumas vozes destacam a necessidade da integração dos diferentes componentes

curriculares nas práticas que envolvam o letramento, haja vista as perspectivas sociais que

envolvem o exercício da leitura.

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TRABALHANDO COM UMA ALUNA DA EJA EM PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO

Autora: Mônica Pereira ([email protected])

Apoio: CAPES

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Ester Buffa

IES: Universidade Federal de São Carlos - UFSCar

Departamento: Educação

O presente trabalho constitui-se em uma pesquisa de campo realizada com uma aluna em processo

de alfabetização de uma sala de Educação de Jovens e Adultos na cidade de Araraquara. A aluna

possui 62 anos de idade e é dona de casa. O principal objetivo era o de contribuir para o processo de

aprendizagem da aluna realizando planejamentos e intervenções que auxiliassem na superação das

dificuldades da aluna em questão. As intervenções foram realizadas em 10 encontros semanais com

duas horas de duração cada. Nesses encontros planejei atividades de leitura e escrita trabalhando

com diferentes gêneros textuais. Foram base teórica do trabalho autores como Paulo Freire (1987;

1996; 2006), Marlene Carvalho (2007) e Miriam Lemle (2008). Elaborei um diário de anotações e

análises das intervenções em que pude perceber que a aluna apresentava muita insegurança na hora

de escrever e algumas vezes não tentava escrever por medo de errar. A aluna parecia não acreditar

na sua capacidade de aprendizado. Com isso, na tentativa de auxiliar a estudante, procurei

apresentar temas e discussões sobre assuntos de seu cotidiano, temas do conhecimento da aluna,

valorizando a sua fala e opinião. Como resultado do trabalho, pude observar que a aluna obteve um

melhor desenvolvimento na leitura, possuindo fluência e compreendendo os assuntos tratados nos

textos. Com relação à escrita a aluna se manteve no mesmo estagio de escrita silábico-alfabético,

mas posso ressaltar que a estudante passou a escrever com mais segurança, o que considero um

progresso. Nessa experiência pude me deparar com as dificuldades enfrentadas pelos professores no

processo de ensino e aprendizagem e também conhecer a realidade da EJA o que considero de

grande valor para a minha experiência e conhecimento profissional.

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Anais da III Amostra de Pesquisa em Educação

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DOCÊNCIA: EDUCAÇÃO E TRABALHO

Autor: Daniel Viana Torelli ([email protected])

Co-autores: PET-Pedagogia. Integrantes do ano de 2008: Cléder Aparecido Santa-Fé; Loranth

Hingredi dos Santos Corsi; Saulo Fantato Moscardini; Bruna Mendes Gerotti; Jefferson Santos de

Araujo; Mara Rúbia dos Santos Antônio; Márcia Aparecida Gilliotti dos Santos; Silvia de Oliveira

Santos; Caroline dos Santos Rodrigues; Cintia Lins Rocha; Daniel Viana Torelli; Elisangela Cristina

Vieira Melo; Érica Zavanella Navarro; Felipe Augusto dos Santos Ferrari; Marina Sabaine Cippola;

Tamires Aparecida do Amaral.

Apoio: Sesu/MEC

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Silvia Regina Ricco Lucato Sigolo

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Psicologia da Educação

No cenário atual torna-se cada vez mais intensa a influência da lógica capitalista no trabalho

docente. Desta forma se faz necessário aprofundarmos a reflexão acerca de suas nuances,

implicações e limitações práticas. Para tanto, nos reportamos a autores de fundamentação teórica

crítica, de referenciais marxistas, que nos permitiram analisar os acontecimentos presentes na

realidade dos profissionais da educação, desde a precarização de sua profissão, até as políticas

educacionais, que cada vez mais restringem sua ação e autonomia. Com base teórica alicerçada, a

partir das leituras e revisão bibliográfica, o grupo PET-Pedagogia direcionou-se à investigação

empírica, cuja primeira etapa consistiu na elaboração de um questionário a ser aplicado aos egressos

do curso de Pedagogia. Tal questionário visa uma análise mais sistemática das possibilidades e

limites da formação oferecida pela graduação em Pedagogia da FCL. O instrumento de pesquisa

aborda os temas que embasaram nossas reflexões a partir das leituras realizadas, a saber: as políticas

educacionais, a organização do curso - eixos de formação e trabalho docente, no caso do egresso

estar desenvolvendo a função de professor na rede de ensino. Atualmente a pesquisa se encontra na

fase de identificação dos egressos e encaminhamento dos roteiros para a coleta de dados. Ao final,

os dados serão compilados e analisados a partir de categorias analíticas construídas a partir do

conjunto de informações obtidas.

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Revista da Amostra de Pesquisa em Educação

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SEÇÃO F - POLÍTICA EDUCACIONAL

TRAJETÓRIA DO CONSTRUTIVISMO NA REDE ESTADUAL DE ENSINO PAULISTA:

ANÁLISE CRÍTICA

Autora: Ana Carolina Galvão Marsiglia ([email protected])

Orientador: Prof. Dr. Newton Duarte

IES: Faculdade de Ciências e Letras UNESP/Araraquara

Departamento: Psicologia da Educação

Esta pesquisa trata da trajetória do construtivismo como discurso pedagógico oficial da Secretaria

de Estado da Educação de São Paulo nos últimos vinte e cinco anos. O referencial teórico e o

materialismo histórico-dialético e a metodologia consiste na análise crítico-dialética de programas e

documentos da Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas (CENP) e da Fundação para o

Desenvolvimento da Educação (FDE) no período mencionado, buscando-se a contextualização

histórica desse material, sua articulação com os processos sociais e ideológicos próprios da

sociedade capitalista do final do século XX e início do século XXI, bem como as contradições entre

os objetivos proclamados e os objetivos reais. O material a ser analisado já foi coletado e

selecionado. As análises até aqui realizadas apontam para a existência de uma estreita relação entre

a adoção do construtivismo como discurso pedagógico oficial da rede estadual de ensino e as

injunções neoliberais e pós-modernas que se fazem presentes na política educacional paulista nesse

período de vinte e cinco anos.

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Revista da Amostra de Pesquisa em Educação

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RAÇA, ETNIA E A ESCOLA: POSSIBILIDADES DE IMPLEMENTAÇÃO DA LEI

10.639/03

Autora: Ana Cecília Porto Cunha Coutinho (anacecilia21@hotmail)

Co-autoras: Dayse Kelly Barreiros; Gabriella Pizzolante da Silva; Giulianna Carla Stoppa;

Renata Gonçalves; Vânia Aparecida de Melo

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Viviane Patrícia Colloca Araújo

IES: Universidade Federal de São Carlos – UFSCar

Departamento: Metodologia de Ensino

O artigo apresenta uma discussão sobre a implementação da Lei 10.639/03 e de suas Diretrizes

Curriculares, as quais tornaram obrigatório o ensino de História e Cultura Afro- Brasileira nas

escolas de todo o país. A argumentação parte do reconhecimento da importância dessa legislação

como uma oportunidade de superação das desigualdades históricas vividas por grupos étnico-raciais

não hegemônicos. Dessa forma, a discussão é orientada pela seguinte estrutura: primeiramente,

apresenta uma discussão acerca da nova legislação sobre questões étnico-raciais e suas implicações

para a prática escolar. Em seguida, discute as implicações legais para o currículo escolar e, por fim,

descreve os principais pontos abordados em entrevista com uma professora de educação infantil que

apresenta pistas de como implementar no currículo escolar as indicações da Lei 10.639/03. Essa

legislação específica, por si só, não garante uma mudança na educação, mas representa um primeiro

passo para que isso aconteça.

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Revista da Amostra de Pesquisa em Educação

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O PROCESSO DE BOLONHA E AS MUDANÇAS NA UNIVERSIDADE BRASILEIRA

Autora: Cíntia Lins Rocha ([email protected])

Apoio: PET/MEC/Sesu

Orientador: Prof. Dr. José Vaidergorn

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Ciências da Educação

A Universidade é um lugar privilegiado para conhecer a cultura universal e as várias ciências, para

criar e divulgar o saber. Tem por finalidade básica a tríade ensino, pesquisa e extensão e desde sua

criação busca uma adequação às realidades nacionais. No caso em pauta, as universidades européias

foram alicerçadas com referência ao modelo de sociedade vigente. A partir 1980 emergem novos

modos de governo e regulação da educação superior. A presente pesquisa tem a finalidade analisar o

chamado Processo de Bolonha, uma política educacional universitária comum aos estados membros

da União Européia e outros, que somam atualmente 45 países, com o intuito de construir um espaço

de educação superior coerente, compatível e atrativo para seus estudantes e de outros continentes.

Baseia-se numa estrutura de ensino superior em três ciclos: o primeiro, licenciatura, com duração de

três anos; o segundo, mestrado, com duração de dois anos; e o terceiro ciclo, doutoramento, com

duração de três anos. Algumas áreas terão uma estrutura de estudos diferente, mas esta é a duração

mais freqüente. Segundo LIMA, AZEVEDO e CATANI( 2007), o Processo de Bolonha objetiva

harmonizar os sistemas universitários nacionais, de modo a equiparar graus, diplomas, títulos

universitários, currículos acadêmicos e adotar programas de formação continua reconhecíveis por

todos os seus Estados membros. A partir desta análise, busca-se identificar a possível influência dos

mecanismos de unificação dos sistemas universitários do Processo de Bolonha em países membros

do Mercosul. Atualmente temos vigente no Brasil o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação

e Expansão das Universidades Federais (REUNI), que tem por objetivo "criar condições para a

ampliação do acesso e permanência na educação superior, no nível de graduação, pelo melhor

aproveitamento da estrutura física e de recursos humanos existentes na universidade" (BRASIL,

2007, Art.1°). Em linhas gerais, e um conjunto de condições para estimular a concorrência entre as

universidades federais. Há também o Grupo Montevideo, consórcio de 20 universidades sul-

americanas. Há indícios da influência de Bolonha no Brasil, pois em 2008 o Governo Federal

divulgou a intenção de desenvolver uma política educacional de natureza supranacional com a

criação de três universidades públicas federais, comprometidas com a promoção da inclusão social e

da integração regional por meio do conhecimento e da cooperação solidária. São elas: Universidade

Federal da Integração Latino-americana (UNILA), localizada em Foz do Iguaçu (Paraná);

Universidade Federal da Integração Luso-Afro-Brasileira (UNILAB), sediada em Redenção

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Revista da Amostra de Pesquisa em Educação

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(Ceará),e a Universidade Federal da Integração da Amazônia Continental (UNIAM), localizada em

Santarém (Para). As três tem em comum a responsabilidade de propor, implementar e acompanhar

acordos, convênios e programas de cooperação internacional, visando a integração universitária

com países da América latina e de língua portuguesa.

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Revista da Amostra de Pesquisa em Educação

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SEÇÃO G - FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO

AS IMPOSIÇÕES DA INDÚSTRIA CULTURAL NO AMBINENTE ESCOLAR:

FORMAÇÃO, SEMIFORMAÇÃO E EMANCIPAÇÃO

Autor: Alessandro Eleuterio de Oliveira ([email protected])

Orientador: Prof. Dr. Antônio Álvares Soares Zuin

IES:Universidade Federal de São Carlos - UFSCar

Departamento: Ciências da Educação

Esse estudo de doutorado objetiva a captação e o entendimento das características das imposições

da Indústria Cultural no processo formativo de educandos e educadores que serão apreendidas a

partir da analise de suas manifestações orais em duas salas de aula de terceiro ano do Ensino Médio

em uma escola publica paulista. Uma delas será do tipo regular e a outra do tipo supletivo. Para

tanto, utilizaremos o referencial teórico obtido a partir de idéias dos filósofos frankfurtinianos

Theodor Adorno e Walter Benjamin correlacionado com uma metodologia de abordagem

qualitativa. Por essa razão, usaremos os conceitos de Erfarhung, que diz respeito a experiência

humana construída pela tradição nas sociedades artesanais, e que era transmitida por meio das

narrativas orais associadas ao modo de produção pré-capitalista, o de Bildung, se refere a formação

cultural plena que pode conferir aos sujeitos autonomia, criticidade e historicidade, o de Erlebnis,

que e a experiência humana moldada pela Industria Cultural e pelo modo de produção capitalista e o

de Halbbildung, que por sua vez e a formação danificada – semi-formação - que reifica a existência

humana de acordo com os ditames do capital. A partir dessa premissa teórica, observaremos aulas

das disciplinas de Língua Portuguesa e Historia alem de entrevistarmos professores e alunos das

classes supramencionadas para entendermos como esses sujeitos percebem a ação da Indústria

Cultural em seu processo formativo de modo que sejamos capazes de abarcar as maneiras como as

pessoas entendem e reproduzem as relações sociais, culturais e econômicas que regem a

contemporaneidade. Assim, buscaremos responder a seguinte questão: em que medida a escola e um

mero espaço de fortalecimento do processo formativo - o que degrada a própria dimensão da

educação escolar – e em que medida ha nela possibilidades reais para a construção de uma práxis

pedagógica emancipatória?

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ESTUDO SOBRE O DESAPARECIMENTO DA INFÂNCIA

Autora: Caroline dos Santos Rodrigues ([email protected])

Apoio: PET-Sesu/MEC

Orientador: Prof. Dr. Denis Domeneghetti Badia

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Ciências da Educação

O objetivo desta pesquisa e verificar através de um estudo teórico o sentido histórico da infância

construída e imaginada e a questão do seu desaparecimento. Para tanto e necessário partir de um

resumo da sócio-antropologia da infância e levantar as molduras da infância imaginada e suas

representações coletivas, tanto na rede relacional quanto nos instrumentos de educação e também de

lazer. Este estudo esta sendo realizado com base em um levantamento de dados concernentes ao

significado de infância. O primeiro livro que merece ser destacado nessa pesquisa e Historia Social

da criança e da Família, de Phillippe Àries, no qual, o autor trata das primeiras sensibilidades

adultas sobre as crianças, que originou na Renascença, século XVI, e foi construída ate o fim do

século XIX. Em seguida e avaliada a obra de Neil Postman, O desaparecimento da infância, que

apresentam inúmeras provas de que, na sociedade moderna, as diferenças entre adultos e crianças

estão cada vez menos perceptíveis. Com o intuito de problematizar os conceitos ter infância/ser

criança, lançarei mão da pesquisa etnográfica de Clarice Cohn em seu livro, Antropologia da

Criança, visto que, infância e um modo particular de pensar a criança, ou seja, não e universal. Em

diferentes contextos socioculturais a idéia de infância pode ser formulada de diferentes maneiras ou

simplesmente não existir, portanto, fazer uma analise antropologia e fundamental para entender

essas diferenças.

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Revista da Amostra de Pesquisa em Educação

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ASPECTOS FILOSÓFICOS NO TEATRO INFANTIL

Autor: Felipe Augusto dos Santos Ferrari ([email protected])

Apoio: PET-Sesu/MEC

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Paula Ramos de Oliveira

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Ciências da Educação

No cenário da infância o teatro infantil assume um papel importante para a formação da criança,

pois possibilita a ela a capacidade de sonhar, de fantasiar, de abstrair, de ver um mundo de uma

forma diferente, sobretudo através da representação. No caso do teatro de bonecos a viagem se

torna ainda maior, pois alem de um mergulho no universo da representação do ator, ela ainda

trabalha a representação com seres inanimados. Desta forma, se fez necessário o aprofundamento da

reflexão acerca deste teatro incluindo outro aspecto de grande importância para a condução ao

pensamento: a Filosofia. Para tanto, a pesquisa realiza-se apoiada em duas pretensões: a primeira se

da na analise do aspecto filosófico contido em algumas Dramaturgias da Cia. de Teatro de Bonecos

Polichinelo. Através de uma leitura critica - fundamentada em alguns autores como LIPMAN e

KOHAN - procuraremos investigar nestes textos a presença de uma abertura para um encontro entre

arte e filosofia; a segunda pretensão refere-se a investigação da capacidade deste mesmo Teatro,

através de sua representação, trazer a possibilidade de gerar uma atitude filosófica na criança

espectadora. Em relação a esse ponto, pretendemos realizar um levantamento de dados a partir de

bate-papo com crianças que assistiram a determinado espetáculo. Assim, a referente pesquisa

sustenta-se em torno da importância da arte e da Filosofia, ao trabalharem a atividade do

pensamento na criança, fornecendo a ela uma importante ferramenta para a formulação de um

pensamento critico, da construção de uma visão de mundo capaz de verificar a mesma realidade

através de diferentes olhares, e para própria formação de conceitos e de sua personalidade.

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Revista da Amostra de Pesquisa em Educação

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ENSINO DE FILOSOFIA E A CONQUISTA DA AUTONOMIA

Autora: Katherine Cortiana Fagundes ([email protected])

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Paula Ramos de Oliveira

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Ciências da Educação

Os alunos das 1ª e 2ª séries do ensino fundamental da EMEF Waldemar Saffiotti, localizada no

município de Araraquara, tem a oportunidade de desfrutarem de aulas de Filosofia e Xadrez, as

quais são monitoradas por alguns dos alunos que fazem parte do Grupo de Estudos e Pesquisas de

Filosofia para Crianças (GEPFC), coordenado pela Profª. Drª. Paula Ramos de Oliveira. O projeto

nesta escola acontece desde 1998, mas eu estou atuando como monitora das aulas de Filosofia e

Xadrez desde 2006. As aulas são semanais e alternadas entre Filosofia e Xadrez. Em geral, as aulas

de filosofia iniciam-se com a leitura de histórias produzidas pelos participantes do Grupo de

Estudos ou com poesias, letras de musica e literatura infantil a partir de uma perspectiva filosófica.

Nos primeiros dias de aula e comum que os alunos sintam uma mescla de medo e vergonha, o que

os impedem de participarem do dialogo filosófico, mas aos poucos eles vão soltando as amarras, se

sentido livres para pensar, dialogar, questionar. As aulas de Xadrez iniciam-se com o livro “Historia

do Xadrez”, a qual vai sendo acompanhada de discussões filosóficas englobando os diversos temas

trazidos pela historia. As crianças vão, aos poucos, aprendendo o nome de cada peca do jogo, as

suas disposições no tabuleiro, a movimentação de cada uma e, e claro, as regras do jogo. Com o

fluir das aulas, fica nítido o interesse dos alunos pelo jogo, fazendo com que eles adquiram maior

disciplina, concentração e técnica. Com o andamento das aulas, os alunos vão adquirindo uma nova

experiência – a experiência do filosofar – transformando-se em autores de seus pensamentos, dos

seus diálogos, das suas criticas, enfim, eles se reinventam e passam de seres pensados a seres

pensantes. E indiscutível a contribuição que as aulas de Filosofia e Xadrez trazem para o processo

de aprendizagem dos alunos, ficando eles, mais atentos, críticos, criativos e abertos ao diálogo,

dando início a um processo de conquista da autonomia, elemento este fundamental para construção

de uma sociedade democrática.

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Revista da Amostra de Pesquisa em Educação

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FILOSOFIA PARA CRIANÇAS NA ESCOLA DE DANÇA IRACEMA NOGUEIRA

Autora: Mariana Calvanese Canela ([email protected])

Co-Autora: Elisangela Augusta Mendes

Apoio: PROEX

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Paula Ramos de Oliveira

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Ciências da Educação

A Escola Municipal de Dança Iracema Nogueira localiza-se na cidade de Araraquara e atende seus

alunos em períodos opostos ao da escola regular. Tais alunos começam a freqüentá-la aos 8 ou 9

anos e seguem seis anos (coincidindo com o termino da 8a serie) na escola com um currículo que

passa pelos diversos campos da arte, tais como: Dança Contemporânea; Capoeira; Bale; Artes

Marciais; Musica; Sapateado; Teatro; Artes plásticas; Criação e Improvisação; Contato

improvisação; Cultura Afro. Ao lado dessas disciplinas, figuram ainda no currículo outras

disciplinas, entre as quais a filosofia. O projeto de extensão universitária “Filosofia na Escola

Municipal de Dança Iracema Nogueira” neste ano de 2009 está responsável por duas atividades:

Café filosófico bimestral e oficinas filosóficas mensais oferecidas para crianças de três turmas, com

idades entre 7 e 11 anos. Estas oficinas são ministradas por membros do Grupo de Estudos e

Pesquisas Filosofia para Crianças (GEPFC). A discussão filosófica ocorre a partir de contos infantis,

muitas vezes confeccionados no GEPFC. Ao contarmos as historias deixamos que as crianças façam

comentários e perguntas, a fim de proporcionar um debate sobre o mesmo e/ou sobre questões

estimuladas por ele. Este processo conta assim com dois momentos: um de problematizarão da

temática e outro de construção do conceito.

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Revista da Amostra de Pesquisa em Educação

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VERDADE, VALOR E CULTURA ESCOLAR:ELEMENTOS PARA O DIÁLOGO COM

NIETZSCHE

Autora: Thabata Franco de Oliveira ([email protected])

Apoio: FAPESP

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Vera Teresa Valdemarin

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Ciências da Educação

Considerando que na atualidade a instituição escolar tem apresentado progressiva descaracterização

quanto a sua legitimidade e a sua função social, propomos, a partir da perspectiva da cultura escolar,

uma análise das categorias verdade e valor no âmbito das instituições educativas contemporâneas.

Para tanto, tomamos como referência as proposições de Nietzsche, articulando seu pensamento ao

de autores de diferentes áreas do conhecimento, tendo em vista a discussão de suas idéias com

questões que permeiam o universo social, político e cultural da atualidade. O estudo dos processos

de construção – e desconstrução - do sentido possibilitam a compreensão de como se constitui e se

operacionaliza hoje a atribuição de significados e de valores as instituições, sobretudo a escolar, que

e carregada de representações simbólicas das quais derivam uma serie de dispositivos que se inter-

relacionam com a sociedade. Ao pensar a escola no contexto da “crise da modernidade”, ou sob a

égide da verdade posta como um valor, buscamos situá-la enquanto difusora de práticas e saberes

que, apesar de serem altamente questionados, permanecem e insistem em subsidiar nosso repertório

social e cultural. Para o desenvolvimento desta investigação utilizaremos enquanto categorias

operatórias as noções de representação, legitimidade e produção de sentido.

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Revista da Amostra de Pesquisa em Educação

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SEÇÃO H- EDUCAÇÃO ESPECIAL

FAMILIARES, PROFESSORES E CRIANÇA NO CONTEXTO DE FISSURA

LABIOPALATINA

Autora: Antares Juliana da Costa Gomes ([email protected])

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Marcia Cristina Argenti Perez

IES: Universidade Estadual Paulista/Bauru

Departamento: Educação

Na cidade de Bauru, está localizado o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais,

também conhecido como Centrinho, que é um dos maiores centros de referência da América do Sul

no tratamento de anomalias craniofaciais congênitas, sendo que a principal especificidade do

Centrinho é o tratamento de pessoas portadoras de fissura labiopalatina (ou labiopalatal).

Considerando o fato de que o tratamento desta anomalia deve iniciar-se nos primeiros meses de

vida, e que muitas vezes exige anos de tratamento, sabe-se que muitas famílias acabam se mudando

para a cidade de Bauru e que consequentemente estas crianças são matriculadas na rede de ensino

da cidade. Pensando nesta realidade da cidade, a presente pesquisa visa abordar a triangulação do

relacionamento família, escola e criança por meio de um mapeamento de estudos científicos, além

de um estudo de caso, no qual os dados estão sendo coletados. A fissura labiopalatal é uma má

formação congênita também popularmente nomeada de “lábio leporino” (para os casos de fissura

labial e labiopalatal) ou “goela de lobo” (para os casos de fissura palatal e labiopalatal). Trata-se se

uma anomalia congênita, entretanto não é tida como uma deficiência, ou seja, o portador de fissura

poderá ou não apresentará necessidades especiais educacionais, sendo que se tais necessidades

existirem, são consideradas conseqüências secundárias à anomalia. Devido a tais complicações, as

crianças que possuem fissura palatal ou labiopalatal, normalmente apresentam dificuldades (mas

geralmente não impedimento) para serem amamentadas, sendo este um dos principais motivos para

que o tratamento destas crianças se inicie nos primeiros dias de vida. Quando a família se depara

com a chegada de uma criança tida como “não normal”, como é o caso do sujeito com fissura

labiopalatal, o núcleo familiar provavelmente se deparará com um processo de complicado

enfrentamento desta situação que poderá envolver sentimentos de confusão, raiva, estresse, culpa,

ansiedade e depressão. Todo este processo pode ou não ter já sido superado quando esta criança for

inserida no processo educativo escolar. Na escola, esta criança terá a possibilidade de enfrentar

outras dificuldades como o bullying, em decorrência de sua aparência física distinta dos padrões de

normalidade e de suas possíveis dificuldades na fala, relacionadas geralmente a uma voz fanhosa.

Conclui-se que este tema apresenta uma grande relevância por se apresentar já amplamente

abordado nas áreas de saúde, entretanto ainda infimamente explorado no campo educacional,

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Revista da Amostra de Pesquisa em Educação

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podendo, portanto apresentar uma importante contribuição ao ramo científico e também a

educadores que deparam-se com um contexto de fissura labiopalatina em sua sala de aula.

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Revista da Amostra de Pesquisa em Educação

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TRAJETÓRIA ESCOLAR E INCLUSÃO NO MERCADO DE TRABALHO: UM ESTUDO

SOBRE PERCEPÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIAS EM SÃO CARLOS – SP.

Autor: Carlos Eduardo Candido Pereira ([email protected])

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Maria Júlia Canazza Dall’Acqua

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Psicologia da Educação.

O presente estudo, inicialmente, teve como base o mapeamento de trabalhos acadêmicos

cadastrados no Banco de Teses da Capes e em revistas especializadas sobre Educação Especial.

Houve ainda o contato com diversas legislações destinadas às pessoas com deficiência. Tais

procedimentos permitiram identificar algumas lacunas no que diz respeito a estudos dedicados a

analisar o processo de inclusão de pessoas com deficiências no mercado de trabalho, bem como na

relação entre a escola e o processo de escolarização e o acesso ao mercado de trabalho, que passou a

se constituir no propósito de investigação que aqui se apresenta. Assim, o objetivo deste estudo

procura identificar, descrever e analisar a percepção de pessoas com deficiência acerca de sua

trajetória escolar e o processo de inclusão no mercado de trabalho do segundo setor, o das

indústrias, na cidade de São Carlos – SP, município que detém grandes distritos industriais. Desse

modo, com vistas a responder especificamente como as pessoas com deficiência percebem e

avaliam suas trajetórias escolares e a inclusão no mercado de trabalho, foram selecionados dois

procedimentos metodológicos: questionário, entrevista. O questionário, com base em Minayo

(1994) e Nogueira (1975) oferece a possibilidade de quantificar aspectos tais como a idade, os tipos

de deficiência, dentre outros. Entretanto, essa quantificação não significa ser necessariamente

numérica, mas sim condicionada às respostas dadas pelos sujeitos por meio de questões pré-

determinadas. Do questionário foram contemplados os seguintes tópicos: inclusão, trajetória

escolar e mercado de trabalho. A entrevista, de caráter qualitativo, com base em Bogdan e Biklen

(1994) e Ludke e André (1986) é um instrumento de coleta de dados capaz de possibilitar ao

investigador apreender e compreender as percepções das pessoas com deficiência acerca da sua

trajetória escolar e suas vivências no mundo do trabalho. Da entrevista passaram a constar os

seguintes temas: trajetória escolar e mercado de trabalho. A análise de dados, de acordo com

Triviños (1987) permitirá a transcrição de registros que serão ponderados segundo o modelo de

Análise de Conteúdo de Bardin (1977) que considera três importantes fases neste momento: a pré-

analise, a descrição analítica e a interpretação do referencial. Como o trabalho encontra-se em

andamento, até o momento foram definidos e elaborados os instrumentos de coleta de dados, foram

realizados contatos com as indústrias do segundo setor na cidade de São Carlos, após ser definido

como sendo esse o recorte a ser realizado na pesquisa. Foram enviados 28 ofícios explicativos

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Revista da Amostra de Pesquisa em Educação

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solicitando autorização para desenvolver os passos inciais da pesquisa, mas dentre todas as

consultas retornaram três deles. O estado atual do estudo exibe resultados de ações preliminares

que auxiliarão na definição dos participantes para a continuidade da pesquisa, bem como, a

elaboração de procedimentos éticos e aplicação dos procedimentos metodológicos.

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INCLUSÃO E ALFABETIZAÇÃO DE SURDOS: UMA ANÁLISE DA PRÁTICA

DOCENTE.

Autora: Daiane Natália Schiavon ([email protected])

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Eliana Marques Zanata

IES: UNESP/Bauru

Departamento: Educação

A inclusão educacional requer uma completa reestruturação nas ações de gestão e nas ações

educacionais de todo o sistema, o qual deve garantir todo o suporte necessário às condições de cada

aluno, assegurando uma resposta educacional adequada às necessidades individuais. Para tanto, em

certas situações é preciso fazer adaptações necessárias e não simplesmente padronizar os sistemas

educacionais. Firma-se por meio da Declaração de Salamanca (BRASIL, 1994, p.6) que “As escolas

inclusivas devem reconhecer e responder às diversas necessidades de seus alunos, acomodando

tanto estilos como ritmos diferentes de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a

todos por meio de currículo apropriado (...)”. Há em nosso país um grande número de pessoas com

distúrbios relacionados à audição. A principal conseqüência da surdez reside em sua repercussão no

desenvolvimento da linguagem e da fala, o que, por conseguinte, irá interferir em todo o processo

de aprendizagem. Segundo Marchesi (1995, p. 231), “a educação satisfatória para a maioria dos

surdos deve prepará-los para conviver e se relacionarem socialmente em duas realidades distintas: a

realidade da sociedade ouvinte e a realidade da comunidade surda”. O trabalho tem por objetivo

analisar o processo de educação de surdos, no período inicial de alfabetização, objetivando

identificar se há barreiras comunicativas em sala de aula no que se refere à relação do professor

com o aluno surdo e descrever as práticas pedagógicas desses professores no que diz respeito a esse

processo de educação do surdo. A pesquisa será realizada em três escolas de Ensino Fundamental da

Rede Municipal de uma cidade de pequeno porte do estado de São Paulo, se constituindo por três

díades professor/aluno. A coleta de dados será realizada num período de três meses por meio de

observações. Também fora aplicado com os docentes, um questionário constituído por reflexões

acerca de sua própria prática pedagógica. A coleta de dados da pesquisa ainda está em curso, os

resultados estão sendo analisados mediante classificação por categorias determinadas tendo-se em

vista os itens apontados no protocolo de observação. Os resultados preliminares apontam que há

problemas sérios no que diz respeito à questão do estabelecimento de um canal de comunicação

efetivo entre a professora e o aluno surdo, contudo, apontam também que há empenho e esforço

tanto por parte do aluno quanto da professora pra que este obstáculo ao processo de aprendizagem

seja superado, reforçando a idéia de que cabe aos educadores estarem mais próximos ao

desenvolvimento dos alunos, fazendo adaptações do currículo e estruturando estratégias

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Revista da Amostra de Pesquisa em Educação

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comunicativas e pedagógicas para cada um. Por meio desta pesquisa espera-se que os resultados

possam servir de instrumento de análise e proposição para a implantação de práticas pedagógicas

específicas para com o aluno surdo que freqüenta classe comum.

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Revista da Amostra de Pesquisa em Educação

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INDICATIVOS SOBRE INCLUSÃO A PARTIR DE EXPERIÊNCIAS DE ALUNOS

JOVENS E ADULTOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS.

Autora: Denise Cristina da Costa França dos Santos ([email protected])

Co-autora: Christiane Aparecida Baldonado de Freitas

Apoio: Núcleo de Ensino

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Roseli A. Parizzi

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Didática

Dados recentemente publicados no documento sobre a Política Nacional da Educação Inclusiva

(2007) demonstram que no sistema educacional, entre os anos de 1998 – 2006 houve um aumento

do número de alunos incluídos em classes comuns do ensino regular, passando de 43.923 alunos em

1998, para 325.316 em 2006, crescendo 640%, demonstrando que a educação inclusiva está se

efetivando no sistema educacional brasileiro. Os dados referentes à educação de jovens e adultos

demonstram um crescimento de 8,3%, podendo sugerir que os alunos que freqüentaram o ensino

inclusivo, ao término do ensino fundamental, estão sendo encaminhados, majoritariamente, para

essa modalidade. Acreditamos que a ênfase, nesse período de implementação da inclusão, tenha

recaído na preocupação de implementação de ações organizacionais voltadas mais à estrutura

educacional, objetivando um salto numérico e ampliando estatisticamente os dados relativos a

população de alunos com necessidades educacionais especiais. Assim, no que se refere ao trabalho

docente e aprendizagem dos alunos, estes ficaram relegados para um momento posterior. Isso pode

ter refletido no processo de aprendizagem, tanto dos conteúdos formais oferecidos pela escola,

quanto de habilidades que poderiam favorecer a inserção desses alunos em ambientes sociais. Nossa

intenção no presente trabalho é avaliar a situação atual dos alunos que hoje freqüentam a Educação

de Jovens e Adultos (EJA) e que passaram pela experiência do ensino inclusivo nas escolas

regulares do município de São Carlos nos últimos dez anos. Procuraremos identificar esses alunos e

avaliar o nível de leitura, escrita e cálculo alcançado, bem como, identificar as atividades sociais

que desenvolvem cotidianamente. Para tanto, realizaremos visitas nas escolas e aplicaremos

individualmente questionários e instrumentos de avaliação pedagógica. Dessa forma, pretendemos

obter os dados necessários para realização da análise final de nosso trabalho.

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FORMAÇÃO CONTINUADA EM SERVIÇO: UMA PERSPECTIVA DIANTE DA

INCLUSÃO.

Autora: Flávia Graziela Moreira ([email protected])

Co-autoras: Julia Graciela de Brito; Ariana Cestari Panagassi

Apoio: PIBIC/CNPq

Orientador: Prof. Dr. Edson do Carmo Inforsato

Co-orientadores: Prof. Dr. Mauro C. Romanatto; Prof.ª Dr.ª Rosebelly N. Marques

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Didática

O presente trabalho, que está em andamento e faz parte de uma pesquisa de iniciação cientifica de

caráter formativo, visa, através do trabalho colaborativo, estratégias para superar os dilemas

encontrados no cotidiano escolar, provenientes da inclusão de alunos com necessidades educativas

especiais em salas do ensino regular. O processo de inclusão é parte das políticas públicas de uma

educação para todos, condizentes com a igualdade de direitos e oportunidades. As transformações

sociais sucedidas a partir da década de 90, as reformas no ensino e a resposta à diversidade das

necessidades dos alunos, repercutiram diretamente no papel do professor e em sua formação e

exigiram novas aptidões. Questões como a maneira como os professores recebem os alunos

especiais em suas salas, a visão antecedente sobre a deficiência e dificuldades da criança, a criação

de contextos favoráveis à aprendizagem, a forma como operam e ensinam o conteúdo curricular,

são investigadas de forma a assistir e instrumentalizar os professores. O processo de formação

docente deve ser de forma continua e permanente, buscando conhecimentos que envolvam diversos

cenários que abarcam a prática. Para atender as exigências da contemporaneidade, esse estudo visa

à formação continuada em serviço, tendo como guia metodológico a pesquisa-ação, pois entre

outros fatores está associada à ação coletiva, favorecendo as discussões e a construção cooperativa

dos conhecimentos, permitindo a reflexão de forma a proporcionar a autonomia do professor em

relação ao cotidiano da sala de aula. Na pesquisa-ação o docente é um intelectual, que possui

saberes e esse aspecto da metodologia é decisivo para superação dos dilemas do trabalho com a

inclusão. O referencial teórico é amplamente discutido em trabalhos que abordam o conceito de

formação em serviço, os processos colaborativos, a inclusão e segue analisando as contribuições da

pesquisa-ação pela vertente das tendências que, atualmente, imperam nessa linha através de

diferentes autores.

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Revista da Amostra de Pesquisa em Educação

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A INTERNET COMO CANAL DE INFORMAÇÃO FAVORECENDO OS PROCESSOS DE

INCLUSÃO.

Autora: Ketilin Mayra Pedro ([email protected])

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Eliana Marques Zanata

IES:UNESP/Bauru

Departamento: Educação

A atual lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional garante indistintamente a todos o direito á

escola, incluindo as crianças com deficiências, lembrando que esse atendimento deve ser oferecido

preferencialmente no ensino regular. Este trabalho teve como objetivo a criação de um espaço

virtual que oferece aos seus usuários soluções práticas para melhor acolher e promover as

adaptações necessárias para garantir a permanência dos alunos com deficiências na rede regular de

ensino. Também foi objetivo deste trabalho avaliar a utilização e implementação das atividades e

conteúdos propostos no site em escolas reais. O objeto de estudo constituiu-se em três escolas de

Ensino Fundamental, sendo duas da rede pública e outra da rede privada de ensino de um município

de médio porte do interior do estado de São Paulo. Optamos por escolher duas escolas públicas e

outra particular, já que muito se fala na obrigação do Poder Público em assegurar a matrícula de

todos os alunos com deficiência, preferencialmente em classes comuns. Também nos preocupamos

em analisar uma escola da rede privada um vez que nem sempre as escolas particulares são citadas

nesse processo. Para coleta de dados foram elaborados protocolos de registro das ações bem como

entrevistas com os diretores, professores e demais envolvidos no processo versando sobre o site e a

viabilidade de aplicação do mesmo na construção de ambientes inclusivos educacionais

acolhedores. Ao longo da pesquisa, observamos que o site, contribui umuito para o

desenvolvimento do trabalho das escolas envolvidas. Os textos foram utilizados em reuniões de

professores, as atividades foram aplicadas em sala de aula, as atividades realizadas no pátio

ganharam uma atenção especial, procurando sempre incluir os alunos com deficiências. Porém

muitos professores não criam novas atividades, ficam sempre esperando algo pronto, não procuram

conhecer as reais potencialidades e dificuldades que o aluno com deficiência apresenta. Essa não

deveria ser a postura de um professor que busca melhorar o desenvolvimento do seu trabalho. Foi

possível também proporcionar aos usuários do site, uma interação com profissionais de diferentes

localidades, cada um relatando suas experiências profissionais, suas principais dificuldades e as

contribuições do site em sua prática profissional. Desta forma, percebemos segundo os resultados

do presente estudo, que ainda falta muito para que as escolas consigam acolher e desenvolver um

trabalho de qualidade com alunos com deficiência, os professores necessitam de ajuda e apoio para

desenvolver suas atividades em sala de aula, além de uma formação continuada que traga

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Revista da Amostra de Pesquisa em Educação

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contribuições para os professores em como trabalhar com a diversidade de alunos dentro de sua sala

de aula, porém com dedicação e envolvimento de toda uma comunidade escolar (pais, professores,

alunos, diretores) é possível proporcionar uma educação de qualidade para todos os alunos.

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A PRÁTICA DA PEDAGOGIA HOSPITALAR: MODIFICANDO SITUAÇÕES E

ATITUDES JUNTO ÀS CRIANÇAS INTERNADAS.

Autora: Marina Sabaine Cippola ([email protected])

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Fátima Dennari

IES: Universidade Federal de São Carlos - UFSCar

Departamento: Psicologia

A prática da Pedagogia Hospitalar busca modificar situações e atitudes junto às

crianças/adolescentes internados, envolvendo-os em ambiente de modalidade de intervenção e ação;

com programas adaptados às capacidades e disponibilidades de cada interno. Nesse sentido, a

presente pesquisa pretende, por meio de um estudo de caso e práticas modificadoras, possibilitar os

direitos educativos e de cidadania, onde se inclui a escolarização do indivíduo. Assim, destacam-se

duas formas de acompanhamento pedagógico: a criança com internações eventuais e com

internações recorrentes e/ou extensas. O caso estudado se coloca na segunda interação citada. É

preciso que o professor conheça a realidade com o qual o aluno está apto a lidar, qual o desempenho

que o aluno é capaz de apresentar ao realizar as atividades que o professor venha propor. A pesquisa

se justifica porque seus achados possibilitarão aos professores da classe hospitalar do HC – Ribeirão

Preto circunstanciar sua prática pedagógica e a respectiva filiação teórica, de modo que possam

refleti-la criticamente e não apenas reproduzir modelos prévia e arbitrariamente orientados. Alguns

objetivos se colocam relevantes na presente pesquisa; tais como impedir a interrupção do processo

de aprendizagem da criança, para que futuramente esta possa ser reintegrada a sala de aula; produzir

conhecimento que instrumentalize no contexto da Classe Hospitalar a tomada de decisões para um

empreendimento mais adequado das práticas de ensino em alfabetização e letramento de crianças

hospitalizadas ou doentes crônicos; contribuir para a educação da criança e lhe atribuir

responsabilidades educacionais; conscientizar o paciente e a família quanto à necessidade dos

estudos após hospitalização nos casos possíveis. O trabalho em relação à conscientização da família

e do paciente/aluno está satisfatoriamente em atuação. A família não tem resistência a novas idéias e

sugestões, contribuindo de forma relevante para a concretização do trabalho aplicado. O processo

de aprendizagem da criança está contínuo, de forma que não a prejudique na volta à escola regular

em um possível futuro.

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Revista da Amostra de Pesquisa em Educação

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SEÇÃO I - EDUCAÇÃO INFANTIL

APRENDENDO A PRESERVAR BRINCANDO

Autora: Alessandra de Carvalho Faria

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Fátima Neves do Amaral Costa

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Didática

O projeto “Aprendendo a Preservar Brincando” foi desenvolvido no CER Padre Bernardo Plate do

município de Araraquara, decorrente da disciplina de estágio curricular supervisionado educação

infantil: pré-escola, do curso de pedagogia da UNESP/FCLAR, com crianças de 4 a 6 anos,

explorando o tema meio ambiente, o qual foi dividido em subtemas como céu, terra e mar. O projeto

contou com a utilização de materiais recicláveis para a construção de brinquedos, bem como com

estórias, produção de desenhos e músicas relacionadas ao assunto, como fontes de estimulação ao

cuidado com o meio ambiente, além de colaborarem no desenvolvimento pleno da criança de 4 a 6

anos. O nosso projeto tem como objetivo de colaborar na formação da criança, enquanto uma

cidadã de uma sociedade que deve preservar e cuidar do seu meio ambiente por meio de atitudes e

valores, utilizando materiais recicláveis, e demonstrando que através deste material é possível criar

brinquedos novos, de modo a valorizar a função da atividade lúdica no desenvolvimento pleno da

criança. Acreditamos que nossa participação no CER contribuiu bastante para que as agentes

educacionais mudassem a maneira de pensar e ver o dia-a-dia da pré-escola, assim como nos que

estamos aprendendo em sala de aula, e com isso refletirem para possíveis mudanças em suas

atitudes enquanto educadoras. Sabemos que muita coisa ainda é preciso ser feita, mas também

sabemos que a mudança e iniciativa devem partir de cada individuo para conseguirmos uma

transformação na educação.

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Revista da Amostra de Pesquisa em Educação

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AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM E EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA ABORDAGEM DAS

CONDUTAS EXPLICATIVAS

Autora: Alessandra Jacqueline Vieira

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Alessandra Del Ré

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Lingüística

O presente trabalho tem como objetivo tratar das diferentes linguagens utilizadas no âmbito familiar

pela criança (em especial as condutas explicativas), que contribuem efetivamente para sua formação

como individuo social, analisando as fases que antecedem seu ingresso no contexto escolar, na

tentativa de demonstrar como ocorre o desenvolvimento dessas condutas e como elas serão

fundamentais para o futuro escolar da criança. No que se refere ao ato da explicação, é importante

observar a circunstância interacional na qual a fala da criança esta envolvida. Para analisar o

discurso explicativo, partiremos da noção de Veneziano (2003: 42) que considera o ato da

explicação como um fenômeno interacional, “do qual o locutor: identifica um explanandum, isto é,

a presença de um acontecimento a propósito do qual é preciso explicar o “porquê” a seu interlocutor

que pede ou que se supõe precisar dessa explicação; e dá um explanans, isto é, a causa ou a

justificação desse acontecimento/ação”. Para a autora, é possível determinar a presença de uma

conduta explicativa a partir de três critérios: 1) a criança faz referência ao explanans e ao

explanandum; 2) a fala é dirigida a outros e comporta seu espaço próprio; 3) O acontecimento e

considerado como algo que pede para ser explicado (Ibid: 43). Partimos da idéia de que a criança

constrói progressivamente sua identidade e adquire gradativamente consciência de si mesma, e que,

desde muito cedo, consegue estabelecer relações e fornecer explicações aos seus interlocutores.

Buscaremos confirmar nossa hipótese de que a criança aprimora cada vez mais seu desempenho na

comunicação conforme a relação estabelecida entre ela e seu interlocutor. Clermont et al (2003)

afirma que é preciso que a criança depreenda de maneira “correta” (isto e em congruência com a

expectativa do adulto) a natureza de seu papel na interação e na natureza da prestação [por exemplo,

uma explicação] que deve fornecer. Entendemos que esse conhecimento contribui efetivamente para

seu desenvolvimento lingüístico e cognitivo e para a ampliação de seu pensamento crítico.

Acreditamos que à medida que a criança adquire a capacidade de explicar, ela obtém, também, cada

vez mais consciência das situações e da realidade que a rodeia, além de descobrir gradualmente sua

própria individualidade. Como afirma Melo (2003), esta competência estaria relacionada, dentre

outros fatores, a um saber-fazer pragmático, marcado pelo saber adaptar as condutas explicativas a

determinada situação de interação verbal. É por meio dessa consciência de si e da realidade que a

criança consegue ampliar seu léxico e compreender determinados conteúdos, como aqueles que

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Revista da Amostra de Pesquisa em Educação

115

serão trabalhados no âmbito escolar. Nesse sentido, podemos afirmar que o desenvolvimento

intelectual da criança durante o período de aquisição da linguagem é fundamental para sua entrada

no contexto escolar, contribuindo efetivamente para sua formação.

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Revista da Amostra de Pesquisa em Educação

116

(RE) PENSANDO A CRIANÇA NA CONTEMPORANEIDADE

Autora: Ariela Vanessa Sartori

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Márcia Cristina Argenti Perez

IES: UNESP/Bauru

Departamento: Educação

O objetivo do presente estudo é investigar os significados, conceitos e práticas educativas

relacionadas à infância na atualidade. A metodologia do estudo é o levantamento e análise de

estudos no campo da Sociologia da infância, a partir de um referencial histórico-cultural. Dentre os

principais resultados podemos apresentar as seguintes constatações: 1) as pesquisas sobre a infância

vêm evidenciar a necessidade de analisar-se a concepção de infância como categoria histórica e não

somente como categoria biológica; 2) os estudos destacam a necessidade de um olhar especial para

a criança na contemporaneidade, analisando sua presença no uso da tecnologia, no mercado de

trabalho, na família, na sua relação com o adulto, na sua forma de pensar, sentir, agir, diante do

mundo que o cerca; 3) os estudos na área da Sociologia da infância destacam a necessidade das

pesquisas e práticas educativas considerarem como as crianças negociam, compartilham e criam

culturas com os adultos e com seus pares. Tecendo algumas conclusões gerais poderíamos ressaltar

que este estudo busca aprofundar e elucidar as questões da infância e as suas transformações,

principalmente no que diz respeito à criança concreta que ocupa um lugar na história por meio de

relações sociais que se estruturam na família e na escola. A pesquisa aponta para a discussão das

diferentes concepções histórico-culturais, defendendo que a infância não está desaparecendo, visto

que ela apenas se configura socialmente de forma diferenciada diante de cada momento histórico.

Em suma concluímos que entender as crianças enquanto indivíduos que se expressam criativamente

e criticamente, que reproduzem e criam cultura, que interpretam as coisas do mundo de maneira

própria e que isto não lhes deixa em posição inferior ao adulto.

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Revista da Amostra de Pesquisa em Educação

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O INGRESSO DA CRIANÇA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL:

OLHARES TEÓRICOS E EMPÍRICOS

Autora: Daniele Cecília Ramos Dotti do Prado

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Márcia Cristina Argenti Perez

IES: UNESP/ Bauru

Departamento: Educação

O presente estudo investiga a infância a partir do ingresso das crianças de seis anos no ensino

fundamental, destacando a análise das discussões em torno da adequação dos conteúdos e práticas

pedagógicas às especificidades dos educandos. O projeto objetiva concretizar a temática enfocando

a análise das recentes publicações de órgãos oficiais e de estudos acadêmico-científicos e pelo

estudo empírico em uma sala dos anos iniciais do ensino fundamental (coleta esta sendo realizada

de forma concomitante a atuação da pesquisadora no projeto Ler e Escrever – Universidade na

Alfabetização da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo) na cidade de Bauru. Dentre os

resultados preliminares podemos mencionar as seguintes constatações: 1) os documentos de órgãos

oficiais apresentam a orientação da necessidade de construção de uma proposta pedagógica coerente

às especificidades da segunda infância e que atenda, também, às necessidades de desenvolvimento

da adolescência, não se tratando, portanto de compilar conteúdos em duas etapas da educação

básica; 2) as ações pedagógicas na escola enfatizam a necessidade da valorização das culturas

infantis, visto que a nova política educacional precisa considerar que muitas crianças trazem na sua

história a experiência na instituição de educação infantil e no ensino fundamental terão a

oportunidade de novas aprendizagens, que não devem se resumir a uma repetição da pré-escola,

nem na transferência dos conteúdos e do trabalho pedagógico desenvolvido na primeira série do

ensino fundamental de oito anos; 3) a análise documental e de dados coletados na escola (em

andamento) sinalizam outras demandas, tais como, a necessidade de recursos humanos –

professores, gestores e demais profissionais da educação e a adequação do espaço escolar – os

materiais didáticos, o mobiliário e os equipamentos para atender as crianças com essa nova faixa

etária de ingresso no ensino fundamental. Em suma concluímos que é necessário que haja, de forma

criteriosa, com base em fundamentos, estudos e debates, a reorganização das propostas pedagógicas

das secretarias de educação e dos projetos políticos-pedagógicos das escolas, de modo que

assegurem efetivamente o pleno desenvolvimento das crianças em seus aspectos físico, psicológico,

intelectual, social e cognitivo, tendo em vista alcançar os objetivos do ensino fundamental, sem

restringir a aprendizagem das crianças de seis anos de idade à exclusividade da alfabetização no

primeiro ano do ensino fundamental de nove anos, mas sim ampliando as possibilidades de

aprendizagem.

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Revista da Amostra de Pesquisa em Educação

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O PAPEL DOS JOGOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: ASPECTOS CONDUTUAIS

Autora: Débora Regina Tomazi

Orientador: Prof. Dr. Antônio Francisco Marques

IES: UNESP/Bauru

Departamento: Educação

A conduta humana é constituída através de experiências sócio-históricas. O individuo é capaz de

adquirir não só conhecimentos, mas também seu modo de interagir em grupo, suas condutas sociais.

Karl Marx defende que o homem nasce inserido em uma cultura a qual precisa ser apropriada. Seu

processo de desenvolvimento não depende como nos animais, apenas de sua maturação orgânica,

mas os indivíduos modificam e criam suas próprias condições de desenvolvimento dentro de uma

determinada sociedade. Vigotsky acredita que as aprendizagens se dão em forma de processos que

incluem aquele que aprende, aquele que ensina e as relações entre pessoas, não ocorrendo

desenvolvimento sem situações que propiciem aprendizado. O individuo necessita de modelos,

apoio e mediação para aquisição e desenvolvimento de capacidades humanas. O modo de ver o

mundo, de se comportar, as atitudes com o meio e com as pessoas, são construídos neste processo

de interação social. Segundo Leontiev, no jogo a criança de idade pré-escolar se aproxima das

funções sociais e das normas de comportamento que correspondem a certas pessoas. E na educação

infantil que a criança ingressa no mundo social, tendo contato com pessoas que não pertencem ao

seu circulo familiar. Os jogos nesta fase são um importante meio de se detectar a percepção que a

criança tem de outras pessoas, seus sentimentos, experiências e ponto de vista, contribuindo

inclusive para consolidar tais experiências. Tenho como objeto de pesquisa os jogos na educação

infantil enquanto instrumentos de desenvolvimento de conduta e sua utilização nas escolas. A

metodologia utilizada é estudo bibliográfico e pesquisa em escolas de educação infantil. Os jogos

podem ser de vários tipos: cooperativos, intelectuais, motores, competitivos e dramáticos, mas não é

seu caráter espontâneo que o torna importante para o desenvolvimento social da criança, mas sim a

relação que existe entre exercitar no plano imaginativo situações do cotidiano, dando um caráter

social às situações lúdicas, conteúdos e regras. Será para a criança a principal fonte de

interiorização das condutas, servindo de base na apreensão de regras e normas estabelecidas para as

relações sociais. Partindo do principio de mediação de Vigotsky, o educador deve usar o jogo como

instrumento de interação, não o encarando apenas como “passatempo”. Deve traçar objetivos

concretos, não sendo um momento “solto” em sala de aula. Assim, como os homens participam da

dinâmica social e constroem a sociedade através de suas atividades, a criança através de suas

atividades apropria-se das condutas socialmente estabelecidas e desenvolvem-se na sociedade. Os

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Revista da Amostra de Pesquisa em Educação

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resultados parciais obtidos neste estudo confirmam que os jogos são instrumentos essenciais para o

desenvolvimento social da criança, pois promovem interação entre indivíduos, tornam a

aprendizagem mais prazerosa e facilitam sua interiorização. Daí sua importância enquanto

ferramenta de aprendizagem social na educação infantil.

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Revista da Amostra de Pesquisa em Educação

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EDUCAÇÃO INFANTIL: ELEGENDO E ANALISANDO CRITÉRIOS PARA SE

INVESTIR NA QUALIDADE DO ATENDIMENTO

Autora: Giovanna Angélica Ciloni

Co-Autoras: Marcela Buosi Ambrósio; Graziela Trevisan

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Maristela Angotti

IES: Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara

Departamento: Didática

O grupo de Pesquisa "Educação Infantil: aprendizagem e desenvolvimento profissional em contexto

integrados" coordenado pela Profa Dra Maristela Angotti atua a partir da perspectiva de defesa e de

busca pela qualidade na Educação Infantil por entender que este é um direito constitucional a ser

oferecido ao filho ou criança sob a responsabilidade de trabalhadores rurais/urbanos, bem como da

própria criança, sujeito de direitos. O atual projeto de pesquisa intitulado Educação Infantil:

elegendo e analisando critérios para se investir na qualidade do atendimento vem sendo realizado

desde 2007 (a constituição da equipe data de 2001). O grupo é composto por uma rica e heterogênea

formação de pesquisadores e por doze estagiárias, diversidade interessante e necessária para a

formação dos integrantes e para a produção de conhecimento para a área. Partindo de questão de

extrema importância para o desenvolvimento integral da criança de zero a seis anos, em seus

aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da

comunidade, o projeto de pesquisa visa à qualidade através do investimento na formação de

professores de Educação Infantil por acreditar através de estudos, pesquisas que este é fundamental

para se pensar em qualidade na educação e de seu atendimento; não desconsiderando outras

perspectivas e critérios como: políticas públicas integradas de atendimento à infância,

financiamento, condições básicas de infra-estrutura entre outros. A pesquisa em andamento utilizou

o instrumental da abordagem qualitativa, sem desprezar as contribuições da quantitativa, por meio

da aplicação de formulário elaborado, validado e aplicado pelo grupo de pesquisa, tendo por sujeito

setenta e nove participantes de uma amostra composta inicialmente por cento e dois professores que

atuam em creches, pré-escola e como diretores dos CERs de Araraquara afim de oferecer voz,

expressão das posições de profissionais para que haja o levantamento de elementos que possam

colaborar na melhoria da qualidade do atendimento pedagógico à primeira infância. Segundo

ANGOTTI (2006) Ouvir as vozes, dar espaço e condições de participação por si só não constituem

qualidade no critério de participação de professores, pais e da comunidade; é importante ouvi-las,

analisá-las e oferecer a esses interlocutores validos da área formação, orientação, contribuições,

outros fundamentos que possam desencadear novas perspectivas, conceitos e aplicabilidade de

práticas mais condizentes e pertinentes para atingir as finalidades educacionais com qualidade

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Revista da Amostra de Pesquisa em Educação

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menos questionável que as ainda hoje existentes(p.21). Assim, é preciso diagnosticar e implementar

critérios cruciais para o progresso da qualidade do atendimento à infância.

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Revista da Amostra de Pesquisa em Educação

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A GESTÃO EM CRECHES NA CIDADE DE BAURU: CUIDADO OU EDUCAÇÃO?

Autora: Márcia Miranda Silveira Bello

Orientadora: Prof.ª Me. Gina Sanchez

IES: UNESP / Bauru

Departamento: Educação

A creche é uma instituição mergulhada em transformações referentes a sua estrutura de

funcionamento e sua função social, buscando ainda afirmar sua identidade de instituição

educacional. Atualmente coexistem algumas concepções a cerca da função social que a creche

desempenha, e destacaremos aqui duas principais, que chamaremos de concepção assistencialista,

que é aquela que visa exclusivamente o cuidado e não tem uma preocupação pedagógica com o

desenvolvimento e aprendizagem da criança, e concepção educativa que é aquela que busca integrar

educação e cuidado. De acordo com alguns autores da área de Serviço Social (FIDELIS, 2005;

ALAYON, 1995) o assistencialismo é uma prática social implementada pelas classes dominantes

que visa dar ao pobre aquilo que lhe é de direito como se fosse um favor, mantendo assim sua

condição de submissão e servindo como forma de amenizar os conflitos de classe. Portanto, de

acordo com Kuhlmann (1998), as creches públicas voltadas para as crianças oriundas das classes

trabalhadoras quando são norteadas por uma concepção assistencialista e não assumem seu papel

educativo, servem ao propósito de conformar essas classes por meio das crianças a permanecer no

patamar social onde se encontram e em sua condição de submissão às classes mais altas. De acordo

com as Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional no 9.394/96, em seu artigo 29 a finalidade

da educação infantil, é “o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus

aspectos físicos, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da

comunidade.” (BRASIL, 1996, p. 18). O presente trabalho pretende investigar qual a concepção de

creche adotada pela equipe gestora de algumas creches em Bauru e que norteia as práticas gestoras

dessas instituições. A metodologia adotada consiste na análise qualitativa de um questionário

fechado sobre a estrutura de funcionamento da creche e de uma entrevista composta por questões

abertas realizada com as profissionais que fazem parte da equipe gestora. Em seguida, a partir das

respostas dos entrevistados será feita a análise dos conteúdos de suas falas. Para isso será utilizado

como referencial teórico o livro Análise de Conteúdos de Laurence Bardin (2000). Assim,

baseando-se na análise de conteúdos de Bardin (2000), será possível fazer inferências a partir das

falas das entrevistadas que nos permitirão responder o que conduziu um determinado enunciado e

quais as conseqüências que poderão advir deste. Como a pesquisa está em andamento ainda não é

possível visualizar resultados em maior escala.

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Revista da Amostra de Pesquisa em Educação

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INFÂNCIA, LUDICIDADE E ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NO CONTEXTO

HOSPITALAR

Autora: Maria Carolina Canale Sanches

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Márcia Cristina Argenti Perez

IES: UNESP / Bauru

Departamento: Educação

O presente estudo investiga a infância e a ludicidade a partir do contexto hospitalar, bem como

analisa as implicações da atuação do Pedagogo em contexto não-escolar. O projeto objetiva

concretizar a temática enfocando a análise da literatura recente que explicita discussão acerca das

especificidades da infância, ludicidade e do posicionamento da Pedagogia no contexto hospitalar.

Além disso, o estudo realiza um mapeamento das temáticas do estudo em algumas experiências de

intervenção universitária e prevê uma investigação/intervenção em uma brinquedoteca hospitalar,

no qual o Pedagogo ainda não compõe o quadro de profissionais. Dentre os principais resultados e

discussões preliminares podemos mencionar que a bibliografia nacional e internacional sobre as

práticas educativas na instituição hospitalar permite averiguar que o trabalho pedagógico em

hospitais apresenta diversas interfaces de atuação: intervenção, estimulação, escolarização,

pesquisa, além do voluntariado. As experiências de intervenção retratam o quanto o hospital é um

ambiente privilegiado dos profissionais de saúde em geral. Todavia, associado ao movimento de

humanização a presença do pedagogo nesse contexto é vista como um co-participante desse

processo, pois muitas vezes a atuação dentro do hospital é confundida como entretenimento e

recreação. Contudo, experiências bem sucedidas, ressaltam a emergência da intervenção pedagógica

nos hospitais para a promoção da integração entre a criança, a família, a escola e o hospital,

amenizando os traumas da internação, preservando a ludicidade e a interação social. Além do

fortalecimento do fazer pedagógico na prática educacional dos ambientes hospitalares; como

garantia do acesso a educação e a preservação da ludicidade na infância em situações de

vulnerabilidade.

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Revista da Amostra de Pesquisa em Educação

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DESCOBRINDO A INFÂNCIA, COMPREENDENDO A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS E

BRINCADEIRAS

Autora: Nathália Fernanda da Silva

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Márcia Cristina Argenti Perez

IES: UNESP / Bauru

Departamento: Educação

O objetivo do presente estudo é investigar a relação entre a compreensão da infância e a

importância dos jogos e brincadeiras em recentes pesquisas educacionais. A metodologia do

trabalho envolve o levantamento e análise de estudos científicos na área da Educação e da

Sociologia da Infância. Dentre os principais resultados podemos evidenciar que: 1) estudos com

ênfase na questão histórica destacam que antes do seculo XVI as crianças eram consideradas

adultos em miniatura e os jogos e as brincadeiras estavam inseridas nas práticas do universo dos

adultos; 2) estudos contemporâneos mostram que o significado das brincadeiras e dos jogos estão

diretamente vinculados ao contexto sócio-político-econômico e cultural em que a criança esta

inserida, assim temos os jogos e as brincadeiras refletindo as diferentes concepções e vivências de

infância; 3) pesquisas no campo da Sociologia da infância tem defendido a necessidade de

enfrentamentos e posicionamentos nas práticas educativas quanto ao entendimento das culturas

produzidas para as crianças e as culturas produzidas pelas crianças. Em suma, concluímos que faz-

se necessário uma análise a respeito da importância dos jogos e das brincadeiras desenvolvidas nas

práticas educativas e sua relação com a compreensão das especificidades das diferentes infâncias.

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Revista da Amostra de Pesquisa em Educação

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SIGNIFICADOS E EXPECTATIVAS DE CRIANÇAS DAS CAMADAS POPULARES EM

RELAÇÃO A ESCOLARIZAÇÃO

Autora: Patrícia Juliana Ferreira

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Márcia Cristina Argenti Perez

IES:UNESP / Bauru

Departamento: Educação

O objetivo do presente estudo é o de desenvolver uma análise teórica em relação ao universo dos

significados e das expectativas de crianças das camadas populares no tocante a escolarização. A

metodologia adotada, o levantamento e análise bibliográfica nas áreas de Educação, Sociologia e

Psicologia, a partir do referencial histórico-cultural. Dentre os principais resultados podemos

afirmar que o quanto o ambiente de diferenciação na escola é perceptível aos alunos, pois estes

introjetam representações das professoras acerca de seu desempenho. Os estudos científicos

mostram que as crianças cristalizam uma imagem positiva da escola quando o discurso e a postura

da instituição valorizam e incentivam a aprendizagem, contudo estas são desafiadas a apresentar

melhores resultados para poder participar de atividades extra-curriculares, das quais são excluídas

geralmente em função de indisciplina ou dificuldades de aprendizagem. O significado da

escolarização é muito influenciado pelo desempenho dos alunos e também pela postura dos

educadores na família e na escola. A revisão teórica destaca que quando os alunos apresentam um

bom rendimento, o mérito e atribuído ao esforço e a facilidade que possuem para a aquisição dos

conteúdos escolares. Já os alunos com dificuldade ou com defasagem de conteúdo explicam que os

problemas escolares advém da falta de capacidade e de potencial para a aquisição de aprendizagens

compatíveis com a faixa etária, definindo assim a escolarização como algo necessário para a

formação, mas que e inacessível em suas historias de vida.

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Revista da Amostra de Pesquisa em Educação

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VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL: CONCEPÇÕES E

POSICIONAMENTOS

Autora: Raquel Morato do Amaral Costa

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Márcia Cristina Argenti Perez

IES:UNESP / Bauru

Departamento: Educação

A presente pesquisa situa-se na preocupação da preservação dos direitos da criança assegurados

pela nossa Constituição de 1988, e mais amplamente especificados e defendidos no Estatuto da

Criança e do Adolescente (Lei Federal nº 8.069/1990), amparados pelo Conselho Tutelar. Desde

então, a Família, o Estado e a Sociedade partilham deveres para garantir os direitos instituídos, e

para isso, devem denunciar e notificar situações de violência suspeitada e/ou comprovada aos

órgãos públicos competentes. A violência intra-familiar/doméstica é considerada um problema de

saúde pública, que embora sub notificado, apresenta índices bastante significativos. As violações

cometidas em nome da prática educativa, como maneira de disciplinar e/ou educar, ainda é muito

grande. Estudos apontam sérios danos ao desenvolvimento do indivíduo agredido, desde sua saúde

mental, sua adaptação e inserção sociais, até a repetição do modelo aprendido (violência

transgeracional e multigeracional), numa dinâmica complexa entre os atores envolvidos. Por

considerarmos essa pratica como uma das faces mais cruéis da violência e, pelo fato de estudos

demonstrarem que a escola participa com um percentual muito baixo nas notificações, nosso

objetivo é levantar dados sobre a percepção dos profissionais da educação infantil acerca da

violência intrafamiliar. Sabe-se que os maus tratos contra crianças e adolescentes, embora

conhecidos desde a Antiguidade, somente nos últimos anos e que se tornaram objeto de estudo,

assim realizamos, uma revisão dos estudos bibliográficos sobre o tema. A metodologia atual do

trabalho envolve um minucioso estudo teórico nas áreas de Sociologia, Antropologia, Psicologia,

Legislação e numa fase posterior, buscaremos mapear a concepção, a percepção e encaminhamento

feitos pelos profissionais da educação na Educação Infantil, acerca dos casos de maus tratos,

suspeitados e/ou comprovados, em seus alunos, visando conhecer como tal fenômeno e

(re)conhecido, (re)construído e (re)produzido nas relações sociais, para num último momento,

programarmos, em conjunto com o publico envolvido (educadores, cuidadores), intervenções que os

auxiliem e apóiem, de forma a garantir os direitos da criança. A análise de estudos científicos

ressalta que a escola e, portanto, os professores são co-responsáveis pela integridade das crianças,

sendo obrigados por lei (art.245, ECA) a denunciar casos suspeitos e/ou comprovados de violência,

mas os dados estatísticos demonstram que isso não vem acontecendo, valendo ressaltar a baixa

participação da escola (aparecendo entre 4% e 10% no conjunto de notificantes). Concluímos que

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Revista da Amostra de Pesquisa em Educação

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os estudos destacam a tese de que a maioria dos casos de maus-tratos contra crianças e adolescentes

que chegam às instituições de saúde e das escolas não é reportada, a não ser quando a severidade da

agressão beira a extremos.

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O "ERRO" NA LINGUAGEM DA CRIANÇA: FONTE DE DADOS PARA OS ESTUDOS

EM AQUISIÇÃO DE LINGUAGEM

Autora: Rosângela Nogarini Hilario

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Alessandra Del Ré

IES: UNESP / Bauru

Departamento: Educação

O erro na linguagem da criança tem chamado a atenção dos pesquisadores na área de Aquisição de

Linguagem. Antes visto como sinal do que a criança ainda não sabe, atualmente tem sido um grande

aliado na busca pela compreensão dos processos através dos quais a criança adquire a linguagem.

Certos tipos de erros foram bastante explorados por autores da área, como, por exemplo, a produção

de formas desviantes de conjugação em verbos irregulares e classes gramaticais formadas por

prefixos e sufixos como des- e – oso, analisados por Figueira (1996). Nesta pesquisa, propomos a

análise de um tipo de erro observado com alguma freqüência na fala de crianças pequenas (entre 2 e

3 anos), a saber, a ausência do morfema de plural {-s} no artigo e sua respectiva marcação no

substantivo, em um sintagma nominal (Ex. “a bolas”). Nossa primeira impressão é que os critérios

para aceitabilidade desses enunciados, tidos como agramaticais para os adultos, são diferentes para

a criança neste período de aquisição. A incidência de erros deste tipo, ao contrário de muitos fatos

lingüísticos que se explicam pelo input dos pais e outros adultos, parece distanciar a produção

lingüística das crianças do que comumente escutam na fala dos adultos em geral, que tendem a

marcar o plural no artigo e não no substantivo (Ex. As bola). No entanto, a emissão desses

enunciados parece-nos perfeitamente justificável se pensarmos que a relação das crianças pequenas

com o mundo exterior e intensa e, dessa forma, relaciona sua fala aos objetos que manipula e as

situações comunicativas em que se envolve resgatarmos. Vygotsky (2005) teoriza que a criança

parte da fala oral para a fala interior, como se organizasse o pensamento primeiro em voz alta para

então desenvolver a habilidade de pensar em silêncio. Sendo assim, quando a criança vê varias

bolas ao seu redor, ao expressar verbalmente esta situação parece-nos compreensível que manifeste

em palavras o que observa concretamente, isto e, o objeto no plural. Para analise de corpus, uma

coleta longitudinal com duas crianças entre 20 e 36 meses foi iniciada, com sessões quinzenais de

60 minutos cada, em contexto familiar. Partindo de uma concepção sociointeracionista, que

considera a interação dialógica como fator determinante para a aquisição da linguagem (Vygosty,

2005, Bruner, 2004, Bakhtin, 1997) analisaremos os enunciados infantis no intuito de conhecer

melhor os fatos que regem suas produções lingüísticas e confirmar algumas impressões acerca desta

produção, distinguindo, na fala da criança, erros que sejam decorrentes de generalizações ou

analogias da fala do adulto de erros onde não há equivalência. Ao profissional da Educação é de

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Revista da Amostra de Pesquisa em Educação

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extrema importância conhecer o desenvolvimento infantil, seja ele motor, cognitivo ou lingüístico.

Desta forma, os estudos em Aquisição de Linguagem se tornam imprescindíveis na formação do

educador. O presente estudo pretende contribuir também para esta formação.

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Revista da Amostra de Pesquisa em Educação

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A FAMÍLIA COMO AUXILIADORA NA APRENDIZAGEM NO CONTEXTO DA

EDUCAÇÃO INFANTIL: A IMPORTÂNCIA DO AUXÍLIO NAS TAREFAS

Autora: Thaísa Batista Ribeiro

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Rita de Cássia Bastos Zuquieri

IES: UNESP / Bauru

Departamento: Educação

Todo estudo realizado no contexto da educação infantil necessita que haja uma analise da história

da infância e de como a criança era vista em alguns séculos atrás, isso se concretiza necessário uma

vez que a concepção de educação infantil que temos atualmente foi construída ao longo do tempo e

da própria historia da infância. Na Europa antiga a criança era vista como um adulto em miniatura

que era educada apenas com os recursos necessários para aprender e realizar atividades que eram

designadas pelos adultos. Vestia-se, comportava-se e falava como um adulto e só era percebida em

meio a eles na vida em sociedade. Segundo Aries, os sinais de desenvolvimento da descoberta da

infância só se tornaram significativos a partir do século XVI e durante o século XVII. Ao longo da

historia, foi sendo cultivado o sentimento pela infância, a aproximação de pais e filhos e o cuidado

que consistia em poupá-los do sofrimento pela sua perda, pela morte de crianças pequenas. No

século XX surgem no Brasil as primeiras instituições pré-escolares com objetivos assistencialistas

que vinham de encontro a necessidade da legalização do trabalho feminino, segundo Kuhlmann, e

com a preocupação do Estado com a infância em si. Segundo Kramer, a criança e um sujeito ativo

na construção de seus conhecimentos, usando para tal, os esquemas mentas necessários e próprios

de cada etapa de seu desenvolvimento, favorecendo assim, sua interação ativa com o meio exterior,

e neste contexto da a importância necessária a educação infantil como sendo a pioneira para este

processo na vida das crianças. Ressalta também, a importância de um real dialogo entre escola e

família para que se possa traçar metas e propostas para enfrentar contradições em prol das crianças.

Tenho como objetivo analisar a importância do auxilio da família no processo de aprendizagem de

crianças no contexto da educação infantil através das tarefas escolares. A metodologia utilizada e

pesquisa de campo através de questionários para as famílias, análises de tarefas e observações. A

tarefa escolar neste contexto proporciona uma grande abertura para que a família intervenha e

auxilie no processo de aquisição do conhecimento e assimilação de conteúdos pela criança.

Professores e pais devem possuir um canal de comunicação muito aberto para discussão desse e

outros assuntos de importância para vida acadêmica das crianças. Os resultados parciais desta

pesquisa revelam que o auxílio e influência da família nas atividades escolares ou qualquer outro

tipo de atividade realizada pela criança durante o período da educação infantil são fundamentais

uma vez que a presença de um adulto durante esse processo da criança uma sensação de segurança e

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Revista da Amostra de Pesquisa em Educação

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conforto, estimulando assim a capacidade de se desenvolver de forma plena e constante em busca

de sua autonomia.

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(RE) PENSANDO A INFÂNCIA: CONTINUIDADES E RUPTURAS NA TRANSMISSÃO

INTERGERACIONAL

Autora: Vanessa Bentes Miranda

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Márcia Cristina Argenti Perez

IES: UNESP / Bauru

Departamento: Educação

A pesquisa investiga a infância, por meio de um estudo teórico-empírico que objetiva discutir as

práticas educativas na infância na relação intergeracional e suas implicações para o (re) pensar a

infância na atualidade. O projeto objetivou concretizar a temática enfocando a análise das recentes

publicações de órgãos oficiais e de estudos acadêmico-científicos que explicitam discussões acerca

das especificidades da infância e da legitimidade e efetividade das políticas e práticas educativas e

de estudo empírico, focalizando um estudo de caso, envolvendo a avó materna, a mãe e uma

criança. A coleta de dados em andamento envolve contatos informais com os envolvidos e

entrevistas semi estruturadas. Dentre os principais resultados e discussões preliminares constatamos

que na comparação intergeracional fica evidenciado um papel de maior destaque para a mãe na

condução da educação dos filhos, sugerindo que a função da figura materna seja mais sólida e

próxima do que a do pai.. Uma das explicações relevantes sobre estilos e práticas parentais é a de

que os sujeitos da pesquisa tendem a repetir, o modelo aprendido em sua própria família. Sendo

assim o relacionamento da mãe com a avó materna tem um profundo impacto na maneira como se

pensa os cuidados com a criança da pesquisa. Dois aspectos fundamentais para discussão advém

desta pesquisa: fica evidenciada a transmissão intergeracional dos aspectos negativos, como

punição inadequada, modelos inconsistentes, entre outras variáveis; no entanto, as mudanças

ocorridas nos casos de não transmissão, foram para positivas em relação a maior comunicação e

proximidade entre a mãe e o filho. Podemos destacar que a relação intergeracional legitima o

desafio de revelar muito mais sobre a infância, do que efetivamente se consegue fazer por ela, já

que as condições impostas à infância nas gerações, em diferentes lugares, classes sociais e

momentos históricos, destacam que não é possível viver uma infância idealizada, pretendida e

legitimada, vive-se a infância possível, pois a criança está imersa na cultura e participa ativamente

dela.