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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
CONTABILIDADE GERENCIAL COMO SISTEMA DE
INFORMAÇÃO CONTÁBIL
Por: Terezinha Ferreira Piazza
Orientador
Prof. Luciano Gerard
Rio de Janeiro
2010
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
CONTABILIDADE GERENCIAL COMO SISTEMA DE
INFORMAÇÃO CONTÁBIL.
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Auditoria e
Controladoria.
Por: . Terezinha Ferreira Piazza
3
AGRADECIMENTOS
A Deus que me deu o dom da vida e a
oportunidade de estar concluindo este
curso, a minha família e a todos que
contribuíram direta e indiretamente na
confecção deste trabalho.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a meu marido e
meus dois filhos que com dedicação e
paciência sempre me incentivarão
durante todo o curso, ao Lionel que é um
dos donos da empresa na qual trabalho
diretamente, e que tenho como um amigo,
sempre me motivando a buscar novos
conhecimentos e ao meu professor
orientador que com boa vontade e
solicitude me indicou o caminho para
elaborar este trabalho.
5
RESUMO
A precisão das informações geradas pela Contabilidade
dependerá sempre da observância dos Princípios Fundamentais da
Contabilidade que nortearão as questões econômicas e financeiras da
entidade, uma vez que deve possibilitar ao usuário uma análise da sua atual
situação com clareza e menor grau de dificuldade, observando, comparando,
projetando e avaliando as tendências, comportamentos e resultados.
Este trabalho pretende mostrar se é possível o Planejamento
Contábil fornecer informações para auxiliar na tomada de decisões. Sendo
assim, conceituando a informação, a informação contábil, sistemas de
informação contábil e como estas informações são mensuradas pela
contabilidade, estaremos constatando que isto é possível.
6
METODOLOGIA
A aplicação da Contabilidade a uma entidade busca promover os
usuários com informações sobre aspectos de natureza econômica, financeira e
física do patrimônio da entidade e suas mutações, o que compreende
registros, demonstrações, análises, diagnósticos e prognósticos, expressos
sob a forma de relatos, pareceres, tabelas, planilhas e outros, ou seja, é o
fornecimento de informações econômicas para os vários usuários, de forma
que propiciem decisões racionais.
Assim como as outras ciências possuem seu objeto, a
Contabilidade possui o seu objeto sendo o patrimônio da entidade, ou seja,
tudo o que está relacionado no Balanço Patrimonial constitui o objeto da
Contabilidade.
Uma característica fundamental da informação contábil é poder
retratar a atual condição/realidade da entidade, a fim de poder propiciar aos
seus usuários uma maior eficácia de suas análises e ou tomada de decisões.
7
SUMÁRIO
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTOS 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMARIO 07
INTRODUÇÃO 10
CAPÍTULO 1 11
CONTABILIDADE GERENCIAL E SISTEMA DE INFORMAÇÃO
1.1 – SISTEMA E SISTEMA DE INFORMAÇÃO 12
1.1.1 CONCEITUAÇÃO 12
1.1.2 - SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE APOIO À DECISÃO 14
1.1.3 -SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO EMPRESARIAL. 14
1.1.4 - SISTEMA DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL. 15
CAPÍTULO 2 15
ARQUITETURA DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL
GERENCIAL
2.1 - PRESSUPOSTOS BÁSICOS 16
2.1.1 - NECESSIDADE DA INFORMAÇÃO 16
2.1.2 - PLANEJAMENTO E CONTROLE 17
8
CAPÍTULO 3 19
FUNDAMENTOS DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL
3.1 - OPERACIONALIDADE 19
3.2 - INTEGRAÇÃO E NAVEGABILIDADE DOS DADOS 20
3.3 - CUSTO DA INFORMAÇÃO 23
3.4 - ABRANGÊNCIA DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO 24
3.5 - ÁREAS CONTÁBEIS ABRANGIDAS PELO SISTEMA 24
3.5.1 - CONTABILIDADE FINANCEIRA 25
3.5.2 - CONTABILIDADE EM OUTRAS MOEDAS 25
3.5.3 - CUSTOS 28
3.5.4 - ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTOS
29
CAPÍTULO 4 30
CONTABILIDADE DIVISIONAL ( CONTABILIDADE POR
RESPONSABILIDADE) E CONSOLIDAÇÃO DE BALANÇOS
4.1- ANÁLISE FINANCEIRA, PADRÕES SETORIAIS E
CONCORRÊNCIAS
31
4.2 - ÁREAS “NÃO CONTÁBEIS” ABRANGIDAS PELO
SISTEMA
32
4.2.1 - DADOS QUANTITATIVOS 32
4.2.2 - ANÁLISES ESTATÍSTICAS 33
CAPÍTULO 5
CONSTRUÇÃO DOS RELATÓRIOS E CARACTERÍSTICAS DA
INFORMAÇÃO CONTÁBIL
33
5.1 - VISÃO DO CONTADOR E POSIÇÃO DO USUÁRIO 34
5.2 - RAPIDEZ DA INFORMAÇÃO E PRAZOS PARA
ENTREGA DOS RELATÓRIOS
34
5.3 - EXATIDÃO 35
5.4 - PLANOS DE CONTAS CONTÁBEIS NO SISTEMA DE
INFORMAÇÃO GERENCIAL
35
9
5.5 - SEGMENTAÇÃO POR ÁREAS AFINS DA
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS E DO BALANÇO
PATRIMONIAL E INTEGRAÇÃO DAS CONTAS
36
5.5.1 - PRINCIPAIS INTEGRAÇÕES DE CONTAS 37
5.6 - CRIAÇÃO DE CONTAS ADICIONAIS PARA
RELATÓRIOS FUTUROS - O PONTO FUNDAMENTAL
PARA UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO INTEGRADO
38
5.6.1 – PROVISÕES DE RESULTADOS DO ANO E
OBRIGAÇÕES SOBRE O RESULTADO
41
5.6.2 - FINANCIAMENTOS 41
5.6.3 - PATRIMONIO LIQUIDO 42
CONCLUSÃO 45
BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS 47
ÍNDICE 48
10
INTRODUÇÃO
O Gerenciamento Contábil Global está ligado às informações
contábeis que são necessárias para controle, acompanhamento e
planejamento da empresa como um todo, e utilizadas pela alta administração
da companhia.
Significa o conjunto de informações que tratam dos dados de
forma aglutinada, para a visão dos grandes agregados empresariais. Devem
ser números sintetizados, e os relatórios, concisos.
Entendemos que, num primeiro momento, os responsáveis pelo
planejamento estratégico e pelo acompanhamento da empresa como um todo
sente necessidade de controle através dos grandes números. Caso sintam
necessidade, posteriormente procurarão informações com maior grau de
detalhe, e assim por diante.
No gerenciamento contábil global, construirei um caderno de
informações para manuseio da cúpula administrativa da companhia. Os
membros dos escalões abaixo, como os gerentes de divisões, não
necessariamente deverão ter acesso a essas informações. Para eles deverá
ser construído outro caderno de informações, que será tratado posteriormente,
no Gerenciamento Contábil Setorial.
11
CAPÍTULO 1
CONTABILIDADE GERENCIAL E SISTEMA DE
INFORMAÇÃO
Como já destacamos na introdução, a maior parte dos temas da
disciplina contabilidade gerencial são tomados de outras disciplinas das
áreas de ciências contábeis ou administração financeira. Ponto fundamental
da contabilidade gerencial é o uso da informação contábil como ferramenta
para a administração.
Para que a informação contábil seja usada no processo de
administração, é necessário que essa informação contábil seja desejável e
útil para as pessoas responsáveis pela administração da entidade. Para os
administradores que buscam a excelência empresarial, uma informação,
mesmo que útil, só é desejável se conseguida a um custo adequado e
interessante para a entidade. A informação não pode custar mais do que ela
pode valer para a administração da entidade.
Diante desses pressupostos básicos para a informação contábil,
fica claro o caminho a ser adotado para que a contabilidade se transforme
em ferramenta de ação administrativa e se torne um instrumento gerencial.
Para se fazer, então contabilidade gerencial, é mister a construção de um
Sistema de Informação Contábil Gerencial. Em outras palavras, é possível
fazer e é possível ter contabilidade gerencial dentro de uma entidade, desde
que se construa um Sistema de Informação Contábil.
Poderá ser argüido que fazer um sistema de informação contábil
com a ciência de contabilidade é um vicio de considerar que tal afirmação
tem fundamento. Contabilidade é um vício de linguagem, já que a própria
contabilidade é um sistema de informação.
12
Não podemos deixar de considerar que tal afirmação tem
fundamento. Contabilidade é informação. O que vemos, porém, mais amiúde,
é a construção de sistemas de informação contábil voltados basicamente para
a escrituração e registro contábil e contabilidade financeira. Outro ponto
observado na construção dos sistemas de informação contábil é que as áreas
de abrangência de ciência contábil são trabalhadas de forma não integrada.
Ponto importante também é a rotinização da informação contábil gerencial.
Concluindo, para se fazer contabilidade gerencial é necessária
um sistema de informação contábil gerencial, um sistema de informação
operacional, que seja um instrumento dotado de características tais que
preencha todas as necessidades informacionais dos administradores para o
gerenciamento de sua entidade.
1.1 – SISTEMA E SISTEMA DE INFORMAÇÃO
1.1.1 CONCEITUAÇÃO
Sistema pode ser definido como um complexo de elementos em
interação. Em outras palavras, sistema é um conjunto de elementos
interdependentes, ou um todo organizado, ou partes que interagem formando
um todo unitário e complexo. Como uma resultante do enfoque sistêmico, o
todo deve ser mais que a soma das partes. Fundamentalmente, o
funcionamento de um sistema configura-se com esse processamento, as
saídas ou produtos do sistema (entradas, processamento, saídas).
Os sistemas classificam-se em sistemas abertos e fechados. Os
sistemas fechados não interagem com o ambiente externo, enquanto que os
13
sistemas abertos caracterizam-se pela interação com o ambiente externo. A
empresa é um sistema aberto, bem como os sistemas de informações, pois há
um processo de interação com o ambiente.
Os elementos básicos que compõem um sistema são: objetivos
dos sistemas, ambiente do sistema ou processamento, recursos ou as
entradas do sistema componentes do sistema, saídas, do sistema,
administração ou controle e avaliação do sistema.
Podemos definir Sistema de Informação como um conjunto de
recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros agregados segundo
uma seqüência lógica para o processamento dos dados e tradução em
informações, para com seu produto, permitir ás organizações o cumprimento
de seus objetivos principais.
Os sistemas de informação classificam-se em: Sistema da
Informação de apoio ás Operações e Sistema de Informação de apoio à
Gestão. Os sistemas de Apoio ás Operações têm como objetivo auxiliar os
departamentos e atividades a executarem suas funções operacionais (compra
estocagem, produção, vendas, faturamento, recebimentos, pagamentos,
qualidade, manutenção, planejamento e controle de produção etc.). Os
sistemas de Apoio á Gestão preocupam-se basicamente com as informações
necessárias para a gestão econômico-financeira da empresa. O sistema de
Informação contábil é um sistema de apoio à gestão, juntamente com os
demais sistemas de controladoria e finanças. Os sistemas de apoio à gestão
têm como base de apoio informacional as informações de processo e
quantitativas geradas pelos sistemas operacionais.
14
1.1.2 - SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE APOIO À DECISÃO.
Como refinamento dos Sistemas de Apóio à Gestão existe
sistemas específicos desenhados para um auxilio direto à questão das
decisões gerenciais. São denominados de DSS – sistemas de Suporte à
Decisão – e EIS – Sistemas de informações executivas (Decision support
Systems e Executive information Systems). Eles se utilizam da base de dados
dos sistemas operacionais e dos sistemas de apoio à gestão e tem como foco
flexibilizar informações não estruturadas para tomada de decisão.
1.1.3 - SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO EMPRESARIAL.
São assim denominados os sistemas gerenciais que tem como
objetivo fundamental a consolidação e aglutinação de todas as informações
necessárias para a gestão do sistema empresa. Esses sistemas unem e
integram todos os subsistemas componentes dos sistemas operacionais e dos
sistemas de apoio à gestão, através de recursos da tecnologia de informação,
de forma tal que todos os processos de negócios da empresa possam ser
visualizados em termos de um fluxo dinâmico de informações, que perpassam
todos os departamentos e funções. Permitem, com isso, uma visão horizontal e
de processo, em oposição à visão tradicional verticalizada da hierarquia
funcional das empresas. O Sistema de Informação Contábil deverá estar
completamente integrado ao Sistema de Gestão Empresarial.
15
1.1.4 SISTEMA DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL.
Conforme definem a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e o
IBRACON (Instituto Brasileiro de contadores). “A Contabilidade é,
objetivamente, um Sistema de Informação e Avaliação destinado a provar seus
usuários com demonstrações e analises de natureza econômica, financeira,
física e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização. Os
objetivos da Contabilidade, pois, devem ser aderentes, de alguma forma
explicita ou implícita, aquilo que, o usuário considera como elementos
importantes para seu processo decisório.” Esta conceituação é importante para
entendermos os objetivos e a abrangência do Sistema de sistema de
Informação Contábil Gerencial.
CAPÍTULO 2
ARQUITETURA DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO
CONTÁBIL GERENCIAL
Apresentaremos, a seguir, um painel dos aspectos principais e
mais relevantes, que se devem observar na elaboração de um Sistema de
Informação Contábil Gerencial, bem como das características e procedimentos
para sua utilização adequada.
16
2.1 - PRESSUPOSTOS BÁSICOS
A informação contábil precisa atender primariamente a dois
pressupostos básicos, para que tenha validade integral no processo de gestão
administrativa:
a) sua necessidade como informação;
b) seu planejamento e controle.
2.1.1 - NECESSIDADE DA INFORMAÇÃO
A informação deve ser tratada como qualquer outro produto que
esteja disponível para consumo. Ela deve ser desejada, para ser necessária.
Para ser necessária, deve ser útil. Cabe a nos, contadores gerenciais, construir
essa mercadoria com qualidade e custos competitivos, já que temos plena
consciência de sua utilidade e, portanto, de sua extrema necessidade para o
gerenciamento dos negócios.
A necessidade da informação é determinada pelos usuários finais
dessa informação, por seus consumidores. Assim, a informação deve ser
construída para atender a esses consumidores e não para atender aos
contadores. O contador gerencial é aquele que sabe perfeitamente que a
informação que faz de seu sistema foi elaborada para atender às necessidade
de outros. O contador gerencial deve fazer um estudo básico das
necessidades de informações a partir das decisões-chaves que serão tomadas
baseadas no sistema de informação contábil gerencial.
Para que um sistema de informação contábil seja vivo dentro de
uma empresa, é preciso o apoio da alta administração da companhia. Por
conseguinte a necessidade tem que ser sentida pela alta cúpula da empresa,
fazendo com que, a partir daí, tenhamos tranqüilidade para desenvolver e
17
manter adequadamente o sistema de informação. Chamamos a isso de “
retaguarda”.
A “ retaguarda” é necessária porque um sistema de informação
contábil gerencial é abrangente e deve atender a toda a empresa. Assimilado
pela alta administração, todos os demais níveis hierárquicos da companhia
estarão sendo municiados e se utilizarão do mesmo sistema de informação.
Entendemos que a necessidade da informação, aliada ao absoluto
respaldo ao contador e a seu sistema, é o elemento vital para o sucesso de um
sistema de informação contábil.
Casos esses conceitos de utilidade e necessidade da informação
contábil não estejam imediatamente presentes no ambiente da cúpula
administrativa da entidade, é tarefa do contador fazer nascer e crescer essa
mentalidade gerencial. Para isso, é necessário apenas o conhecimento
profundo da Ciência a de seu papel informativo-gerencial.
2.1.2 - PLANEJAMENTO E CONTROLE.
O sistema de informação gerencial exige planejamento para
produção dos relatórios, para atender plenamente aos usuários. É necessário
saber o conhecimento contábil de todos os usuários, e construir relatórios com
enfoques diferentes para os diferentes níveis de usuários. Dessa forma, será
possível efetuar o controle posterior. Só poderá ser controlado aquilo que é
aceito e entendido. Alem disso, conforme Oliveira, “se o sistema de
informações gerenciais (SIG) não for atualizado periodicamente, poderá ficar
numa situação de descrédito perante seus usuários”.
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Conforme Gil, o sistema de Informação Contábil deve produzir
informações que possam atender aos seguintes aspectos:
I - Níveis empresarias
* estratégico;
* tático;
* operacional.
II - Ciclo administrativo
• planejamento;
• execução;
• controle.
III - Nível de estrutura da informação
• estruturada;
• semi-estruturada;
• não estruturada.
Há ligação ente esses aspectos no sistema da Informação contábil:
Nível Empresarial Ciclo Administrativo Nível de Estruturação
da Informação.
Operacional Executiva Estruturada
Operacional Controle Estruturada
Tático Controle Estruturada
Tático Planejamento Semi-estruturada
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Estratégico Planejamento Semi-estruturada
Estratégico Planejamento Não Estruturada
O sistema de informação contábil tende a dar primazia ao
atendimento de aspectos operacionais e táticos, primordialmente com
informações estruturadas e algumas informações semi-estruturadas.
CAPÍTULO 3
FUNDAMENTOS DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO
CONTÁBIL.
Três pontos são fundamentais para que um sistema de
informação contábil tenha validade perene dentro de uma entidade. São os
seguintes: operacionalidade, integração e custo da informação.
3.1 - OPERACIONALIDADE
As informações devem ser coletadas, armazenadas e
processadas de forma operacional. O fundamento da operacionalidade
significa que todos os que trabalham com a informação contábil devem saber e
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sentir que estão operando com dados reais, significativos, práticos e objetivos;
conseguidos, armazenados e processados de forma pratica e objetiva.
Com isso, teremos uma utilização gerencial, ou seja, uma utilização pratica e
objetiva.
Utilizando pratica e objetiva significa utilização dentro das
operações, significa operacionalidade.
São sinais de operacionalidade informativa relatórios práticos e
objetivos; ou seja, relatórios necessários para quem os utiliza e entendidos por
quem os utiliza.
São características básicas de operacionalidade:
a) relatórios concisos;
b) elaborados de acordo com as necessidades do usuário;
c) coletados de informações objetivas e de imediato entendimento pelo
usuários;
d) que não permitam uma única duvida sequer, ou possibilitem pergunta
indicando falta de alguma informação do objeto do relatório;
e) Apresentação visual e manipulação adequada.
3.2 - INTEGRAÇÃO E NAVEGABILIDADE DOS DADOS
Incluímos na introdução do tema que ainda consta como
característica dos sistemas de contabilidade atuais sua apresentação
arquitetada de forma não integrada. Entendemos como não integrada à
estruturação de vários sistemas de informação contábil dentro de uma
empresa. Notamos comumente que o sistema de informação da contabilidade
21
financeira não é o mesmo do sistema de informação do sistema orçamentário,
que, por sua vez, também não é o mesmo do sistema do planejamento
financeiro, e assim por diante.
Constatamos isso com bastante freqüência, mas é obvio que
existem sistemas integrados. A constatação de que é comum a arquitetura de
sistema de informação não integrados na área contábil da empresa fica
evidente na departamentalização da área administrativa. Vemos comumente
que o responsável pelo setor de custos não responde hierarquicamente ao
mesmo comando da contabilidade financeira, assim como o responsável pelo
setor de orçamento também não esta ligado hierarquicamente ao responsável
pela contabilidade.
Consideramos um sistema de informação contábil como integrado
quando todas as áreas necessárias para o gerenciamento da informação
contábil estejam abrangidas por um único sistema de informação contábil.
Todos devem utilizar-se de um mesmo e único sistema de informação.
O que caracteriza um sistema de informação contábil integrado é
a “navegabilidade” dos dados. A partir do momento em que um dado é
coletado (e ele só será coletado pelo sistema se for um dado operacional), este
devera ser utilizado em todos os segmentos do sistema de informação
contábil.
Exemplificando, quando do pagamento de determinada despesa,
a mesma classificação dada pela contabilidade financeira devera ser dada pela
contabilidade e formação de custos, que será identicamente entendida e
classificada pelo setor de orçamentos, assim como pela tesouraria e fluxo da
caixa etc.
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Explicitando ainda mais, tomaremos como exemplo os gastos
com transportes de funcionários e vejamos algumas classificações
possíveis:
Área contábil Tratamento possível
Contabilidade financeira Despesas de salários (encargos sociais)
Custo do produto Despesas gerais absorvidas
Planejamento financeiro Despesas de transporte
Num sistema de informação contábil integrado só haverá um dado
e só uma classificação. Se a empresa de definir pelo tratamento das despesas
com transporte de empregados como um adicional dos gastos com pessoal –
como encargos sociais – então todos os utilizadores dessa informação deverão
buscar esse dado na contabilidade financeira e transferi-lo para seus eventuais
subsistemas, assim como todos deverão das o mesmo tratamento em termos
da classificação por tipo de despesa.
Da mesma forma, definindo o tratamento conceitual de
determinada informação, essa será a única forma em que devera ser
entendida em todos os segmentos do sistema de informação.
No exemplo que estamos considerando, as informações e os
relatórios utilizados pelas áreas de custo do produto e planejamento financeiro
fazem parte do sistema de informação contábil, como segmento desse sistema
ou subsistema como é chamado normalmente.
Diante disso, o dado “navega” por todos os segmentos do sistema
de informação contábil. Originário de um lançamento contábil no segmento da
contabilidade financeira (em sistemas integrados, nada impede, e é até
23
desejável, que os lançamentos sejam fora do setor de contabilidade pelos
setores que mais trabalham com os fatos contábeis), ele “navegara” para todos
os segmentos, da forma como sistemas, assim como de reintrodução do dado
em algum sistema particular de outro setor ou departamento da empresa. A
informação será sempre fornecida pelo mesmo e único sistema contábil de
informação.
Em outras palavras, todos os usuários do sistema de informação
contábil receberão a mesma informação e “falarão a mesma língua”.
3.3 - CUSTO DA INFORMAÇÃO
O fundamento do custo da informação faz parte dos princípios
básicos de contabilidade, razão por que não nos alongaremos sobre esse
aspecto. O sistema de informação contábil deve ser analisado na relação
custo-benefício para a empresa. Segundo Oliveira, “ ... adequada relação
custo x benefício. O SIG deve apresentar uma situação de custo abaixo dos
benefícios que proporciona a empresa”. Com a incorporação definitiva dos
recursos computacionais, de macro e microinformática, na administração das
empresas, entendemos que qualquer entidade, de microempresa a grandes
corporações, tem condições de manter um sistema contábil de informação.
Apenas cabe ao contador fazê-lo gerencial.
24
3.4 ABRANGÊNCIA DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO
Um sistema de informação contábil gerencial tem
necessariamente que abranger todas as áreas de contabilidade de que se vale
o conceito de contabilidade gerencial. Além disso, o sistema tem que
incorporar todos os dados quantitativos necessários para mensuração e
analise concatenada das informações com o movimento operacional da
empresa.
Juntamente com isso, o sistema deve prover todos os meios para
trabalhar a informação em seus aspectos de informação pretérita, informação
presente, informação pretérita atualizada e informação futura, com análises
percentuais. Ainda segundo Oliveira, “os números devem apresentar a
situação atual, bem como outros aspectos, entre os quais podem ser citados: o
período anterior, o mesmo período no ano (exercício) anterior, e a situação
desejada. Os números devem sempre apresentar uma situação de
relatividade, principalmente percentual”.
3.5 ÁREAS CONTÁBEIS ABRANGIDAS PELO SISTEMA
Fundamentalmente, como vimos na introdução desta obra, a
contabilidade gerencial vale-se do uso de outras disciplinas das áreas de
contabilidade e finanças. Por conseguinte, o sistema de informação contábil
deve incorporar os elementos de tais disciplinas, necessários para o
gerenciamento da empresa, em seu sistema de informação contábil. São
componentes do sistema contábil de informação:
25
3.5.1 - CONTABILIDADE FINANCEIRA
Este segmento do sistema de informação contábil compreende a
escrituração tradicional, os aspectos tributários, os aspectos societários atuais,
registrados em moeda nacional.
É a contabilidade a valores históricos, com a contabilidade da
correção monetário, os aspectos tributários, os aspectos societários atuais,
registrados em moeda nacional.
A importância desse segmento do sistema de informação contábil
é vital, pois eles contem a arquitetura básica dos planos de contas e os
lançamentos, elementos vitais para a continuidade e integração do restante do
sistema.
3.5.2 - CONTABILIDADE EM OUTRAS MOEDAS
A inflação crônica da economia brasileira obriga as empresas à
manutenção de subsistemas de contabilidade que tentem fornecer
informações contábeis comparativas ao longo dos meses e anos. Dessa forma,
os tratamentos contábeis mais especializados e completos da inflação e da
correção monetária serão também atendidos dentro de um segmento do
sistema de informação. Recomendamos no mínimo os dois tratamentos
básicos, com um eventual terceiro tratamento. Seriam eles:
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I - Contabilidade pelos procedimentos da Correção Monetária Integral
Para as empresas que tem a obrigatoriedade da apresentação dos
demonstrativos contábeis segundo esses procedimentos, tal subsistema é
obrigatório.
Caso, igualmente, a administração entenda que esses
procedimentos são os melhores para o gerenciamento global das informações,
independentemente de sua obrigatoriedade, essa área contábil devera fazer
parte como um subsistema.
II - Contabilidade em moeda estrangeira
Entendemos que esses subsistema deverá estar presente no
sistema de informação contábil de qualquer empresa, independente de seu
tamanho. A internacionalização da economia é um fato inquestionável. Dessa
forma, mesmo que a empresa não tenha relacionamento direto com o mercado
externo, através de exportações, importações, matriz ou filiais estrangeiras, o
uso de uma moeda internacional já é um fato na economia.
Se a empresa tem vínculos com outra empresa do exterior e
necessitar de demonstrativos contábeis e informações gerenciais na moeda
desse país, o denominador monetário estrangeiro será a moeda desse país.
Não havendo essa necessidade, recomenda-se o uso, como
denominador monetário alternativo, o dólar norte-americano, presentemente
mais em uso no mundo todo e linguagem monetária internacional atual.
27
III - Contabilidade em denominador monetário especifico
Caso a empresa deseje outro denominador monetário especifico,
tendo em vista suas características gerenciais, o contador deverá providenciar
mais um subsistema.
Durante muitos anos, existiu uma moeda alternativa nacional, que
seria a moeda forte brasileira, representada pelos títulos do Tesouro Nacional.
Seus exemplos mais conhecidos foram: ORTN, OTN, BTN, BTNF, LBC. A
idéia básica é que a variação dos valores nominais desses títulos
governamentais representasse a inflação dos valores do país. Atualmente, não
existe a utilização da variação de um titulo governamental e o governo
brasileiro, tem adotado como referencial para inflação oficial a Unidade Fiscal
de Referencia – UFIR. Assim, se a administração entender, por exemplo, que
essa Unidade Fiscal de Referencia – UFIR representa uma “moeda forte”
brasileira, o contador deverá criar esse segmento no sistema de informação.
Outra alternativa para um subsistema de informação, que tente
traduzir os dados contábeis em dados comparáveis ao longo do tempo, seria a
adoção de um denominador monetário especifico da empresa. Assim, poderá
existir a criação de um dólar especifico da empresa, cuja variação nominal
represente a inflação interna da companhia. Também nessa linha, em vez de
um “dólar da empresa”, poder-se-ia criar um índice especifico que represente a
inflação interna, e a partir daí fazer o gerenciamento nesse denominador
monetário especifico.
28
3.5.3 - CUSTOS
Quando há necessidade de se atender as exigências fiscais de
integração (com a contabilidade financeira), o subsistema para gerenciamento
de custos é imprescindível.
Independentemente disso, tal subsistema é vital para a
consecução do que denominamos sistema de informação contábil integrado.
Provavelmente, nesse subsistema é que deverá ser registrada a
maior parte dos dados quantitativos.
Na construção desse sistema é que também provavelmente o
contador evidenciara todo seu conhecimento da informação contábil e seu
escopo gerencial. O subsistema de custos é que liga a contabilidade a sua
maior área operacional, a produção. Como já evidenciamos anteriormente, a
contabilidade gerencial deve seu nascimento praticamente a contabilidade de
custos, em seus aspectos de gerenciamento e tomada de decisão. Portanto,
esse subsistema deverá ser tratado com especial ênfase, sempre direcionando
para que as informações sejam úteis e necessárias para a administração.
Os aspectos de avaliação de inventários deverão ser os pontos
mais importantes na construção desse subsistema. O mais importante são as
informações para controle e tomada de decisões.
29
3.5.4 - ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTOS
A informação contábil deve ser útil para o futuro. O passado só é
importante se possibilitar ação futura.
“Neste particular, considere-se que o modelo decisório do
administrativo leva em conta cursos de ação futuros; informes sobre situações
passadas ou presentes somente serão insumos de valor para o modelo
decisório a medida que o passado e o presente sejam estimadores validos
daquilo que poderá acontecer no futuro, em situações comparáveis às já
ocorridas.”
As técnicas orçamentárias serão integralmente tratadas e
constantes do sistema de informação contábil, como um subsistema
específico. O tratamento das informações pode variar desde orçamentos com
informações sintetizadas até tratamento com informações extremamente
detalhadas, a critério da administração de empresa.
A importância desse subsistema esta em que ele vai alcançar
todos os níveis de responsabilidade dentro da empresa. É um sistema que, por
sua natureza, faz de seu potencial de integração sua força. O contador
gerencial deve saber disso e nunca permitir que o subsistema orçamentário
não seja parte integrante do sistema de informação contábil.
Além dos aspectos integrativos, o subsistema de orçamentos é
que da oportunidade à contabilidade de mostrar o caráter preditivo da
informação contábil. Podemos dizer que uma informação é valida apenas a
medida que ela auxilia o futuro.
30
Esse subsistema devera incorporar também o planejamento
financeiro, através do planejamento, acompanhamento e controle do fluxo de
caixa.
CAPÍTULO 4
CONTABILIDADE DIVISIONAL (CONTABILIDADE POR
RESPONSABILIDADE) E CONSOLIDAÇÃO DE
BALANÇOS.
Como coroamento do sistema de informação contábil, devera
haver um subsistema que segmente a apuração, controle e gerenciamento das
unidades de lucros e de investimentos da empresa.
Sabemos que muitas corporações já definem sua estrutura
societária através da constituição de empresas independentes para suas
diversas divisões de fabricação e comercialização de produtos. Nessa
hipótese, em vez do que chamamos contabilidade das divisões, ou
contabilidade divisional, utilizaremos as técnicas de consolidação de balanços,
para aglutinar os resultados e gerenciar globalmente a corporação.
31
Resumindo, caso a companhia tenha sua contabilidade
centralizada, deveremos criar o subsistema de contabilidade divisional. Caso,
porem, a companhia tenha suas unidades de negócios juridicamente
separadas, deveremos ter o subsistema de consolidação de balanços.
4.1- ANÁLISE FINANCEIRA, PADRÕES SETORIAIS E CONCORRÊNCIAS.
As técnicas básicas de analise de balanço são facilmente
incorporadas ao sistema da informação contábil. O importante da incorporação
dessas técnicas é a possibilidade de avaliarmos continuadamente o
comportamento dos indicadores financeiros da companhia.
Esses procedimentos de análise contínua são elementos
fundamentais para o entendimento do comportamento financeiro e das
atividades da companhia, através da analise financeira, assim como um
aspecto educacional para o conhecimento de contabilidade pelos usuários do
sistema de informação contábil, que, neste caso, seguramente serão os
componentes da cúpula administrativa da campanha.
A nível estratégico, o sistema de informação contábil deve incluir,
segundo Gil, um “sistema de registro de balanços anuais de empresas
concorrentes”. Essa área deve ser apresentada juntamente com a área de
analise financeira.
32
4.2 - ÁREAS “NÃO CONTÁBEIS” ABRANGIDAS PELO SISTEMA
Não se pode mais conceber a arquitetura de um sistema de
informação contábil sem a coleta, armazenamento e processamento dos dados
quantitativos. Juntamente com isso, deve ser incorporado o subsistema de
análises estatísticas e de acompanhamento.
4.2.1 - DADOS QUANTITATIVOS
Devem fazer parte do sistema os dados de quantidade vendida,
de quantidade produzida, número de empregados, numero de horas
trabalhadas, carteira de pedidos etc.
Sabemos que esses dados tradicionalmente constam de outros
sistemas informativos operacionais da empresa. A importância de estarem no
sistema de informação contábil é que com isso serão possibilitadas condições
de analises comparativas e cruzadas dentro de um único sistema. Além disso,
o fator relevante é que a divulgação e o tratamento dentro do sistema de
informação contábil, assim como, é claro será elemento educador para o
próprio contador gerencial.
33
4.2.2 - ANÁLISES ESTATÍSTICAS
Determinados dados contábeis, combinados com dados
quantitativos, ficarão mais evidente se dispostos em gráficos, tabelas, análises
de tendência etc. Esse subsistema de analises estatísticas vem respaldar o
uso de métodos quantitativos em contabilidade gerencial.
CAPÍTULO 5
CONSTRUÇÃO DOS RELATÓRIOS E
CARACTERÍSTICAS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL.
Cada relatório deve ser meticulosamente planejado, em seus
mínimos detalhes. Estéticas inadequadas poderão prejudicar sensivelmente
um ótimo conteúdo. O conteúdo devera estar à altura da compreensão do
usuário a que se destina o relatório; ele é o cliente da informação contábil.
Conforme Cautela e Polloni, “a informação contábil dever ser clara, precisa,
rápida e dirigida”.
34
Bio expressa-se sobre as características como “qualidade da
informação gerencial”, com as seguintes características: comparabilidade,
confiança, geradas em tempo hábil, nível de detalhamento adequado e
relevância.
5.1 - VISÃO DO CONTADOR E POSIÇÃO DO USUÁRIO
O contador nunca deve impor sua visão da informação que está
fornecendo. Sua obrigação é fornecedor o que podem, do jeito que pedem. Se
consultado, ele pode opinar nunca impor. Ele tem que respeitar a posição do
usuário e sua forma de enxergar e utilizar a informação contábil.
5.2 - RAPIDEZ DA INFORMAÇÃO E PRAZOS PARA ENTREGA DOS
RELATÓRIOS.
Uma informação contábil tem que ser explicitada no menor prazo
possível. Uma informação morosa ou atrasada perdera toda sua validade e
fará parte do arquivo morto de dados. Por isso, a força de um sistema de
informação contábil está em que tufo seja feito rigorosamente dentro dos
prazos estipulados pelos usuários e no menor tempo possível.
35
5.3 - EXATIDÃO
Como principio informacional, os dados contábeis devem ser
exatos. Porem se necessário, visando ao atendimento dos prazos dos
relatórios, devem ser utilizadas sem receio as técnicas de provisiona mento de
despesas ou estimativas de receitas.
5.4 - PLANOS DE CONTAS CONTÁBEIS NO SISTEMA DE INFORMAÇÃO
GERENCIAL.
Os planos de contas contábeis deverão ser construídos tendo em
vista os relatórios futuros que dele se originarão, e a necessidade da
integração de todo o sistema de informação contábil, através da
navegabilidade dos dados.
Para tanto, é necessário obedecer a dois aspecto fundamentais
na elaboração dos planos de contas gerenciais, partindo do plano de contas
fiscal: segmentação dos planos por áreas afins dos principais relatórios e
criação de contas adicionais para integração do sistema.
36
5.5 - SEGMENTAÇÃO POR ÁREAS AFINS DA DEMONSTRAÇÃO DE
RESULTADOS E DO BALANÇO PATRIMONIAL E INTEGRAÇÃO
DAS CONTAS
Todas as contas contábeis do balanço patrimonial deverão ser
claramente identificadas com as contas que recebem a contrapartida na
demonstração de resultados. Basicamente, isso significa que contas de caráter
genérico, tanto no balanço patrimonial como na demonstração de resultados,
normalmente denominadas outras contas, outras receitas, outras despesas, só
poderão ser criadas se forem para valores irrelevantes que não comprometam
os relatórios futuros. Tudo o que é relevante deverá ser integrado em contas
claramente definidas, que façam ligação entre os dois relatórios-chaves de
todo o processo de informação contábil financeiro.
Como se pode notar, o plano de contas gerencial é um
prolongamento do conceito de contrapartida, de debito e credito. Para cada
conta do balanço patrimonial devera haver como contrapartida uma conta na
demonstração de resultados, se assim se fizer necessário.
A necessidade da perfeita integração esta em que, a partir da
construção dos planos de contas, o sistema deverá propiciar a movimentação
automática das contas e de suas movimentações, possibilitando a criação dos
demais relatórios e informações necessária, de modo a abranger, de forma
automática, todos os temas de contabilidade gerencial, e instrumentalizando a
informação contábil como ferramenta de administração.
37
5.5.1 - PRINCIPAIS INTEGRAÇÕES DE CONTAS
Balanço Patrimonial Demonstração de Resultados
ATIVO
Aplicações financeiras Receitas financeiras
Clientes
Estoques
Materiais Consumo de materiais
Produção em Processo e
Produtos acabados Variação dos estoques de produção
Ativo Permanente
Investimentos Equivalência patrimonial
Imobilizado Depreciações
Baixa de bens Resultados não operacionais
Contas Adicionais*
Aquisição de permanentes
Correção monetária Correção monetária de balanço
38
PASSIVO
Fornecedores Compras de materiais
Salários e encargos Mão-de-obra direta, indireta,
Comercial e administrativa
Impostos a recolher sobre Impostos sobre vendas
mercadorias Impostos sobre compras
Impostos sobre o lucro Impostos sobre o lucro
Atualização monetária dos
Impostos sobre o lucro
Distribuição de resultados Distribuição de Resultados
Financiamentos Despesas financeiras com
financiamentos
Patrimônio líquido
Contas adicionais*
Correção monetária Correção monetária de balanço
5.6 - CRIAÇÃO DE CONTAS ADICIONAIS PARA RELATÓRIOS FUTUROS –
O PONTO FUNDAMENTAL PARA UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO
INTEGRADO
Se criarmos apenas as contas necessárias para os dois relatórios
básicos, o balanço e a demonstração de resultados, da forma como eles são
apresentados, dificilmente conseguiremos implantar a conceituação do
processo de navegabilidade dos dados e das informações. Em alguns
momentos e segmentos dos demonstrativos básicos, temos que criar conta,
39
que denominamos de contas adicionais, para possibilitar a feitura automática
dos demais relatórios e geração das informações gerenciais.
Um exemplo clássico são as informações para a demonstração
das origens e aplicações de recursos e do fluxo de caixa. Dificilmente
poderemos automatizar esses relatórios sem contas adicionais, que estão
aglutinadas nas contas tradicionais do balanço e da demonstração de
resultados.
Exemplificando, o valor dos pagamentos a fornecedores no fluxo
de caixa deve ser pelas compras brutas, integrado com a conta do passivo de
fornecedores. Como o consumo de materiais e os estoques são contabilizados
pelas compras liquidas, temos que ter uma ou mais contas adicionais para os
impostos sobre compras. Essas contas adicionais podem ser criadas tanto na
demonstração de resultados, como na movimentação dos estoques.
Outro exemplo é a informação de aquisição e baixa de bens do
imobilizado. Nos sistemas tradicionais, essas informações são contabilizadas
juntamente com a correção monetária e, às vezes, até com as depreciações. É
o dado vital para o fechamento da demonstração das origens e aplicações de
recursos. Assim, temos que criar adicionais para separar essa informação a
ser utilizada em todos os relatórios que posteriormente serão necessários.
Outros exemplos de contas adicionais podem ser:
a) informação de quantidade de horas e números de funcionários para os
centros de custos ou atividades;
b) quantidade de produtos vendidos, produzidos e estocados;
c) movimentação quantitativa dos materiais (se a quantidade dos itens
não for muito grande);
d) quantidade de ações;
e) quantidade do direcionador das atividades para custeamento ABC etc.
40
EXEMPLOS DE CONTAS ADICIONAIS A SEREM CRIADAS
ATIVO PERMANENTE
É necessário, dentro do plano de contas, um esquema para se
contabilizar e armazenar os dados da movimentação do ativo permanente,
tendo em vista relatórios posteriormente e a navegabilidade/integração dos
dados. Basicamente, os dados da movimentação do ativo permanente de
aquisições, serão canalizados para os relatórios gerenciais de:
1 - demonstrações das origens e aplicações de recursos;
2 - fluxo de caixa;
3 - correção monetária integral;
4 - fluxo de caixa em moeda estrangeira;
5 - orçamento de capital;
MOVIMENTAÇÃO DO PERMANENTE
Aquisição do mês
Contas Adicionais Baixa do mês
Correção monetária
Depreciações/amortizações
41
5.6.1 - PROVISÕES DE RESULTADOS DO ANO E OBRIGAÇÕES SOBRE O
RESULTADO.
É necessária a construção de contas em duplicatas, para que
possamos elaborar demonstrativos contábeis mensais completos, e dentro
deles fazer as estimativas de impostos sobre o lucro e distribuição de
resultados. Como as provisões não serão necessariamente corrigidas
monetariamente, já que terão que ser refeitas todos os meses, só se
constituindo obrigações definitivas no último mês do exercício social da
empresa, temos que utilizar as provisões para o resultado acumulado até o
mês dentro do período.
A importância das contas de provisões dos impostos sobre o lucro
também esta relacionada com o tema que incluímos no conteúdo programático
de contabilidade gerencial, que é a Gestão de Impostos.
As contas de obrigações sobre o resultado serão utilizadas para
os valores já definidos. No caso dos impostos sobre o lucro (Imposto de Renda
e Contribuição Social), este serão os valores já definidos através das
declarações de rendimentos. No caso das distribuições de resultados, serão os
valores já aprovados pela assembléia geral ou pelos sócios.
5.6.2 - FINANCIAMENTOS
São necessárias contas para dissecação da movimentação dessa
rubrica, também visando a relatórios futuros. Como a movimentação tradicional
da contabilidade aglutinada os dados de entradas e amortizações de
42
empréstimos, do principal e dos juros, e também as atualizações monetárias,
temos que criar mecanismo para separar essas informações.
A razão disso é a preparação do plano de contas para outros
relatórios gerenciais, que exigem evidencias de tais informações. Os principais
relatórios são os fluxos de caixa, tanto em moeda corrente como em moeda
estrangeira.
MOVIMENTAÇÃO
Entradas do mês
CONTAS ADICIONAIS Pagamentos do mês
Contrapartidas
5.6.3 - PATRIMÔNIO LIQUIDO
Basicamente, temos dois grupos de contas adicionais: a
movimentação do patrimônio líquido, que é uma necessidade que se impõe
para relatórios futuros, identicamente às necessidades detectadas para o ativo
permanente, e a quantidade de ações ou cotas em que se divide o capital
social, para relatórios posteriores de análise de balanço, e obtenção das
informações do valor patrimonial da ação ou cota.
MOVIMENTAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Integralizações de capital
Outros acréscimos do PL
CONTAS ADICIONAIS Correção monetária
CAPITAL SOCIAL
Ações do capital-quantidade
Contrapartidas
43
CONSUMO DE MATERIAIS
Consumo x Compras de Materiais
Alguns aspectos nos obrigam a contabilizar as compras mensais
da forma como propomos. Em principio, as compras de materiais, por não
serem despesas imediatas, devem ser contabilizadas diretamente nos
estoques de materiais. A conta de estoques de materiais, porem, não é
adequada para fornecer dados cumulativos das compras durante o ano, pois
são contas de ativos. Assim, é mister fazer uma contabilização adicional das
compras no grupo dês despesas, para auxiliar os relatórios e índices
posteriores.
Alem disso, é necessário obter o total das compras brutas, com
os impostos pagos aos fornecedores, para possibilitar o tratamento adequado
para o relatório de fluxo de caixa, além dos indicadores de analises de
balanço, enquanto as contas de consumo representam os materiais de
consumo liquido dos impostos creditados.
Consumo a Preços Médios x Preços Atuais
Fator importante é o tratamento gerencial dos valores atribuídos
ao consumo das matérias. Pelas legislações comerciais e fiscais, e pelos
princípios contábeis, o consumo de materiais pode ser feito a preços de
aquisição, médios primeiros ou últimos. Porem, gerencialmente, tendo em vista
os relatórios por responsabilidade, é necessário que a empresa divulgue os
gastos com consumo de materiais pelo menos com os preços de ultima
compra corrigidos ate a data do consumo. Assim, propomos uma
contabilização em nível de centros de custos pelos preços corrigidos, ou a
44
preços de reposição, e uma conta para acerto, denominada Diferença para
Preços Médios, visando atender aos preceitos legais.
Este aspecto informacional do consumo de materiais a preços de
ultima compra, com a data redutora para consumo de materiais a preços
médios, é vital para o sistema de informação contábil.
Os aspectos posteriores de gerenciamento contábil setorial e
gerenciamento contábil especificam se nutrirão a todo o momento das
informações das aquisições e consumo de materiais a preços atualizados.
DESPESAS DE CONSUMO DE MATERIAIS
COMPRAS DO MÊS
Compras Brutas
CONTAS ADICIONAIS IPI
ICMS
Contrapartida
45
CONCLUSÃO
Pela Pesquisa realizada, observamos que as empresas estão
dando o enfoque gerencial que a Contabilidade precisa para ser um
instrumento eficaz para a administração.
Deste modo, as empresas devem sempre avaliar se o sistema
contábil está atendendo suas expectativas destacando seus pontos fortes e
fracos. Se seus pontos fracos estiverem superando os fortes à empresa deve
trocar o sistema. Para facilitar sua utilização. Em duas empresas pesquisas
destacaram como ponto fraco, o fato do sistema ser lento. Travando o
computador e levando a erros de acesso. Outra empresa citou que o sistema
não permite mais de dez o utilizando ao mesmo tempo. Outra empresa citou o
fato do sistema não permitir acessar a mesma empresa em
microcomputadores diferentes.
Outras empresas destacaram como ponto fraco o sistema não está
em rede. É preciso que haja a integração dos sistemas dos departamentos das
empresas com o sistema contábil para haver rapidez no processamento da
informação, para isto o sistema deve estar em rede e a integração ser on-line,
isto é, em tempo real.
Pois, ocorrendo integração dos sistemas, todos que necessitam
da informação teriam maior acesso e, também haveria um dado e uma só
classificação e os usuários dessa informação a transfeririam para seu sistema
e dariam o mesmo tratamento a ela. E, daí surge à necessidade dessa
informação ser processada em tempo real.
46
Desta forma, os setores das empresas deveriam utilizar as
informações do sistema contábil, pois sendo uma informação gerencial dará
suporte aos departamentos realizarem com eficiência suas atividades.
Para a utilização ser eficaz o contador deverá conhecer as
necessidades de informações de todos os setores da empresa e fazer que
essas informações sejam de fácil entendimento, clara, precisa, confiável com
nível de detalhamento adequado, relevantes e geradas em tempo hábil para
auxiliar no processo decisório.
Também, deve-se reduzir ao máximo o período entre a
competência e a emissão dos relatórios, pois a informação contábil deve ser
apresentada no menor prazo possível, de preferência deve ser imediata á
emissão dos relatórios. Apesar de sabermos que alguns relatórios e
demonstrações contábeis têm prazo de competência anual, o administrador
precisa acompanhar a evolução da empresa em menores prazos, às vezes
diariamente e para isto o sistema contábil deve estar sempre atualizado.
Ainda, as empresas devem ter sistema que comportem as
informações necessárias para o planejamento e controle. Logo, neste sistema
devem estar computados os resultados alcançados, para os administradores
avaliarem as opções e escolherem as melhores alternativas para traçar planos.
E, assim usar essas informações para avaliar os resultados decorrentes do
planejamento.
Sendo assim, concluímos que o papel do sistema de informação
contábil nas empresas é através de suas técnicas, suprir o administrador de
informações econômicas e financeiras permitindo a orientação para o futuro
facilitando o planejamento, controle e avaliação de desempenho para impor
metas e também avaliar os resultados reais no presente auxiliando o processo
decisório.
47
BIBLIOGRÁFICAS CONSULTADAS
ALMEIDA, Lauro Brito de, Estudo de um modelo conceitual de decisão, apli-
cado a eventos econômicos, sob a ótica da gestão econômica, Dissertação
(Mestrado) – Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
(FEA/USP). São Paulo : USP, 1996
GUERREIRO, Reinaldo, Modelo conceitual de sistema de informação de ges-
Tão econômica: uma contribuição à teoria da comunicação. Tese (Douto-
rado) – Faculdade de Economia Administração e Contabilidade. (FEA/
USP). São Paulo : USP, 1989
JOHNSON, II, Thomas, KAPLAN, Roberto S. Relevance lost. Boston : Harvard
Business School Press, 1987
_____ . A controladoria sob o enfoque GECON – gestão econômica: A expe –
riência da Caixa Econômica Federal do Brasil. Trabalho apresentado a
CONTHAB, Mar. 1997
48
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 10
CAPÍTULO I
CONTABILIDADE GERENCIAL E SISTEMA DE INFORMAÇÃO
1.1 – SISTEMA E SISTEMA DE INFORMAÇÃO 12
1.1.1 CONCEITUAÇÃO 12
1.1.2 - SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE APOIO À DECISÃO 14
1.1.3 -SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO EMPRESARIAL. 14
1.1.4 - SISTEMA DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL. 15
CAPÍTULO 2 15
ARQUITETURA DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL
GERENCIAL
2.1 - PRESSUPOSTOS BÁSICOS 16
2.1.1 - NECESSIDADE DA INFORMAÇÃO 16
2.1.2 - PLANEJAMENTO E CONTROLE 17
CAPÍTULO 3 20
FUNDAMENTOS DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL
3.1 - OPERACIONALIDADE 20
3.2 - INTEGRAÇÃO E NAVEGABILIDADE DOS DADOS 21
3.3 - CUSTO DA INFORMAÇÃO 24
3.4 - ABRANGÊNCIA DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO 24
3.5 - ÁREAS CONTÁBEIS ABRANGIDAS PELO SISTEMA 25
49
3.5.1 - CONTABILIDADE FINANCEIRA 25
3.5.2 - CONTABILIDADE EM OUTRAS MOEDAS 26
3.5.3 - CUSTOS 28
3.5.4 - ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTOS
29
CAPÍTULO 4 30
CONTABILIDADE DIVISIONAL ( CONTABILIDADE POR
RESPONSABILIDADE) E CONSOLIDAÇÃO DE BALANÇOS
4.1- ANÁLISE FINANCEIRA, PADRÕES SETORIAIS E
CONCORRÊNCIAS
31
4.2 - ÁREAS “NÃO CONTÁBEIS” ABRANGIDAS PELO
SISTEMA
32
4.2.1 - DADOS QUANTITATIVOS 32
4.2.2 - ANÁLISES ESTATÍSTICAS 33
CAPÍTULO 5
CONSTRUÇÃO DOS RELATÓRIOS E CARACTERÍSTICAS DA
INFORMAÇÃO CONTÁBIL
33
5.1 - VISÃO DO CONTADOR E POSIÇÃO DO USUÁRIO 34
5.2 - RAPIDEZ DA INFORMAÇÃO E PRAZOS PARA
ENTREGA DOS RELATÓRIOS
34
5.3 - EXATIDÃO 35
5.4 - PLANOS DE CONTAS CONTÁBEIS NO SISTEMA DE
INFORMAÇÃO GERENCIAL
35
5.5 - SEGMENTAÇÃO POR ÁREAS AFINS DA
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS E DO BALANÇO
PATRIMONIAL E INTEGRAÇÃO DAS CONTAS
36
5.5.1 - PRINCIPAIS INTEGRAÇÕES DE CONTAS 37
5.6 - CRIAÇÃO DE CONTAS ADICIONAIS PARA
RELATÓRIOS FUTUROS - O PONTO FUNDAMENTAL
PARA UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO INTEGRADO
38
50
5.6.1 - PROVISÕES DE RESULTADOS DO ANO E
OBRIGAÇÕES SOBRE O RESULTADO
41
5.6.2 - FINANCIAMENTOS 41
5.6.3 - PATRIMÔNIO LIQUIDO 42
CONCLUSÃO 45
BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS 47
ÍNDICE 48
51
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição:
Título da Monografia:
Autor:
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito:
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