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aborto

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  • Aborto significa, interrupo da

    gravidez, com a morte do produto da

    concepo. A palavra vem do latim ab-

    ortus, que transmite a ideia de privao do

    nascimento.

    O Estado defende o direito a vida,

    estabelecidos no artigo 5 da C.F - dos

    direitos e garantias fundamentais, que

    expressa inviolabilidade do direito a vida.

    J o individuo representa em relao o

    direito defesa da liberdade. Com isso cria-

    se um conflito, de um lado o Estado como

    guardio do direito vida, e de outro o

    indivduo como legtimo defensor do direito

    de liberdade

    No podemos negar que o aborto

    esteve e est presente na histria da

    humanidade desde os perimirdes, pois, esta

    prtica era comum entre todos os

    Na Grcia, o aborto era prtica

    utilizada em grande escala e respeitado por

    vrios pensadores. Plato determinava

    como o aborto como sendo obrigatrio para

    todas as mulheres que concebessem aps

    os 40 anos de idade. Scrates, seu

    contemporneo, era partidrio de facilitar

    o aborto quando a mulher o desejasse

    No livro de xodo da lei hebraica

    1000 anos a.C, se diz textualmente: Se

    qualquer homem durante uma briga

    espancar uma mulher grvida provocando-

    lhe um parto prematuro, sem mais outro

    prejuzo, o culpado ser punido conforme o

    que lhe impuser seu marido e o rbitro

    social

    Entre os hebreus, aps o advento da

    lei mosaica, tal conduta passou a ser

    considerada ilcita, pois s era punido o

    aborto ocasionado, ainda que

    involuntariamente, mediante violncia.

    Segundo Danda Prado (O que

    Aborto. Abril Cultural: Brasiliense, So

    Paulo. 1985), historicamente, os primeiros

    dados de que se dispem referentes ao

    aborto, so do Cdigo de Hamurabi, 1700

    anos antes de Cristo. O cdigo de

    Hamurabi, 1700 A.C j considerava o

    aborto como crime contra interesses do pai

    e do marido, e tambm uma leso contra a

    mulher. Dessa forma no havia crime em

    relao ao feto, mas to somente com

    relao ao pai marido-mulher

    O raciocnio se constitui por duas

    lgicas que originam uma concluso:

    errado matar um ser humano inocente; e

    um feto humano um ser humano

    inocente.

    Se algum gerar cem filhos e viver

    muitos anos, at avanada idade, e se a

    sua alma no se fartar do bem, e, alm

    disso, no tiver sepultura, digo que um

    aborto mais feliz do que ele.

    O Brasil um Estado Democrtico de

    Direito segundo o artigo 1 da Constituio

    Federal de 1988,e por consequncia, possui

    a caracterstica de ser um Estado Laico

    (Artigo 19 da C.F/88), ou seja, o Estado

    brasileirose separou da Religio, no

    podendo sofrer nenhuma interveno ou

    influncia direta daquela.

    A discusso acerca do aborto , sem

    dvida, sem soluo por se tratar de

    interesses contrapostos e principalmente

    quando h rgida represso por parte de

    grupos ticos e religiosos.

    Dizer que um ato um crime no

    cobe sua prtica, no podendo o Estado

    deixar de cumprir sua funo de controlar

    a sociedade e assegurar a vida de todos. Ao

    optar pela preservao da vida de um

    embrio, deixou de garantir a vida das

    mulheres, limitando-se simplesmente a

    ignorar que a interrupo da gravidez

    indesejada continua a ser realizada.

    Portanto, ter criminalizado sua prtica no

  • bastou para impedir que continue a ser

    levado a efeito, mas em condies adversas,

    face falta de controle estatal.

    O legislador penal brasileiro foi o

    primeiro a estabelecer a iseno de punio

    da gestante pelo aborto, no Cdigo Criminal

    Brasileiro de 1830. No Brasil, a atual

    legislao probe o aborto e somente o

    admite em dois casos conforme o Cdigo

    Penal Brasileiro.

    E mesmo que o art. 128 do CPB

    permita, trata-se de uma norma que viola

    um direito maior e supremo, que a vida.

    Violando assim, consequentemente, a

    prpria constituio.

    A lei penal brasileira autoriza a

    realizao do aborto em apenas duas

    hipteses: em caso de estupro, com

    autorizao da me e quando no h outro

    meio de salvar a vida da gestante (CPB, art.

    128, I e II)

    A responsabilidade pela formao do

    cidado, que deveria ser do Estado,

    delegada famlia, como pode ser visto no

    art. 227 da Constituio Federal, que

    outorga primeiro famlia, sociedade e

    por ltimo ao Estado a formao e a

    proteo da criana e do adolescente.

    O argumento dos liberais melhor

    elaborado o das feministas, que diz que a

    vida realmente importante, para o ser

    humano, mas sem liberdade perde todo e

    qualquer seu significado. Desta forma

    afirmam que na maioria dos ordenamentos

    jurdicos, considera-se o direito do feto, em

    detrimento do principio da autonomia da

    mulher, com essa estrutura ontolgica bem

    mais completa. Elas consideram que

    ningum tem mais direito vida do que os

    que possuem plenitude.

    A verdade que, por ano morrem

    milhares de mulheres no Brasil vitima da

    prtica do aborto clandestino e vidas

    inocentes que no pediram para serem

    concebidas.

    Em toda literatura pesquisada

    sobressai a ideia de que o maior nmero de

    bito materno se d entre as mulheres

    excludas economicamente.

    O Brasil o pas mais cristo do

    mundo. A quase totalidade de sua

    populao est distribuda entre os

    segmentos catlico, evanglico e esprita.

    No entanto, apresenta dados frontalmente

    contrrio aos princpios cristos: o

    campeo mundial do aborto, pois a taxa de

    interrupo supera a taxa de nascimento. A

    cada hora, 168 crianas deixam de nascer.

    Cerca de 30% dos leitos hospitalares

    reservados Ginecologia e Obstetrcia so

    ocupados por pacientes sofrendo

    consequncias de abortos provocados

    Nos Estados Unidos, onde o aborto

    legal desde 1973, aproximadamente 25 por

    cento de todas as gestaes terminam em

    aborto. Na Holanda, que tem uma das

    legislaes mais liberais do mundo, a

    proporo de aproximadamente 10 por

    cento.

    Abortos mal sucedidos so a quarta

    maior causa de mortes maternas no Brasil.

    Em 2004, cerca de 244 mil mulheres foram

    atendidas em hospitais pblicos devido a

    complicaes decorrentes de abortos

    clandestinos, o que representou um gasto

    de 35 milhes de reais para o governo,

    segundo o Ministrio da Sade.

    Estatsticas de aborto no mundo*

    Nmero de abortos por ano: entre 46 a 55

    milhes. Nmero de abortos por dia:

    aproximadamente 126.000.- Onde

    ocorrem: 78% de todos os abortos so

    realizados em pases em desenvolvimento;

  • 22% em pases desenvolvidos.

    Aproximadamente 97 pases, com cerca de

    66% da populao mundial, tm leis que

    em essncia permitem o aborto induzido.

    93 pases, com cerca de 34% da populao,

    probem o aborto ou permitem o mesmo

    apenas em situaes especiais como

    deformaes do feto, violaes ou risco de

    vida para a me. Todos os anos cerca de

    26 milhes de mulheres realizam abortos

    legais, enquanto que 20 milhes deles so

    realizados em pases onde esta prtica

    restringida ou proibida por lei. .*Estatstica

    feita por instituies norte americanas que

    defendem a legalizao do aborto.

    Embora o aborto s seja permitido

    por lei em raras circunstncias, o pas tem

    uma das mais altas taxas de abortos entre

    os pases em desenvolvimento. O Ministrio

    da Sade estima que 31 por cento de todas

    as gestaes terminem dessa forma, o que

    equivale a 1,4 milho de abortos por ano, a

    maioria clandestinos.

    Daniel Sarmento16 defende que: [...]

    Assim, no s a Constituio, mas tambm

    a moral e a racionalidade nos indicam que

    preciso reformar a lei, tornando-a mais

    compatvel com o iderio de um Estado

    laico e pluralista, que, sem negligenciar da

    proteo da vida dos nascituros, leve

    tambm a srio os direitos das mulheres,

    porque, afinal de contas, so eles tambm

    direitos humanos.

    Estela Waksberg Guerrini (Direitos

    Humanos) afirma que uma das

    perspectivas da discusso sobre a

    descriminalizao do aborto considera-lo

    uma questo de sade pblica, e no

    criminal. Segundo ela, as mulheres

    praticam o aborto independentemente de a

    conduta ser criminalizada ou no, em

    muitos caso, em situao de precariedade,

    colocando em risco sua prpria sade.

    A questo do aborto no est

    diretamente regulada pela Constituio

    norteamericana. Porm, no famoso caso

    Roe v. Wade24, julgado pela Suprema Corte

    em 1973, O direito de privacidade (...)

    amplo o suficiente para compreender a

    deciso da mulher sobre interromper ou

    no sua gravidez. A restrio que o Estado

    imporia sobre a gestante ao negar-lhe esta

    escolha manifesta. Danos especficos e

    diretos, medicamente diagnosticveis at no

    incio da gestao, podem estar envolvidos.

    A maternidade ou a prole adicional podem

    impor mulher uma vida ou futuro infeliz.

    O dano psicolgico pode ser iminente. A

    sade fsica e metal podem ser penalizadas

    pelo cuidado com o filho. H tambm a

    angstia, para todos os envolvidos,

    associada criana indesejada e tambm o

    problema de trazer uma criana para uma

    famlia inapta, psicologicamente ou por

    qualquer outra razo, para cri-la. Em

    outros casos, como no presente, a

    dificuldade adicional e o estigma

    permanente da maternidade fora do

    casamento podem estar envolvidos (...) O

    Estado pode corretamente defender

    interesses importantes na salvaguarda da

    sade, na manuteno de padres mdicos

    e na proteo da vida potencial. Em algum

    ponto da gravidez, estes interesses tornam-

    se suficientemente fortes para sustentar a

    regulao dos fatores que governam a

    deciso sobre o aborto (...) Ns assim

    conclumos que o direito de privacidade

    inclui a deciso sobre o aborto, mas que

    este direito no incondicionado e deve ser

    sopesado em face daqueles importantes

    interesses estatais.

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