revista portal dos condomínios - set/out
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Distribuição gratuitaAno 09 . Nº 98Set/Out de 2012
* TRADUZINDO
A culpa não é minha. Se você me leva para
passear é sua obrigação recolher minhas cacas.
Já tem um monte de gente achando que o vilão
da história sou eu. Já parou pra pensar que
a culpa é toda sua?
Au AuAuAuAuAuA, Au Au!
O seu condomínio em revista
2 Portal dos Condomínios . Set/Out 2012
3Portal dos Condomínios . Set/Out 2012
Qualidade em todos processosSe nem as reuniões de condomínios têm
quórum, quiça uma revista com assuntos voltados
para as “dores de cabeça” dos moradores de con-
domínio. Pelo contrário, a participação de pessoas
que leem, comentam e participam da revista Portal
dos Condomínios é satisfatória. E isso é resultado
de diversos fatores. Vamos listá-lo:
Qualidade gráfica e editorial: as reporta-
gens não possuem cunho comercial. A pauta é
determinada independentemente de qualquer vín-
culo com as empresas participantes nos anúncios.
Além da imparcialidade, o aprofundamento. A re-
vista busca as opiniões em diversos setores da so-
ciedade, para apresentar um material de qualidade.
Qualidade essa que pode ser constatada no projeto
gráfico.
Entrega direcionada: mais de 90% das revis-
tas são entregas com etiquetas e dados do desti-
natário, protegidas por uma embalagem plástica,
garantindo o recebimento pelo morador em sua
respectiva casa.
Abrangência: são mais de 130 condomínios
e loteamentos residenciais, com uma tiragem de
10.500, e potenciais 30 mil leitores.
Tradição: desde maio de 2003, o Portal dos
Condomínios reforça o valor de seu conteúdo e sua
Redação: Rua das Pitangueiras, 652 - Jd. Pitangueiras
CEP.13206-716 - Jundiaí / - Tel: 4522-2142
contato@condominioemrevista.com.br
A revista é um produto da io! comunica
CNPJ: 06.539.018/0001-42
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Jornalista Responsável: Rodrigo Góes. MTB: 41.654
Designer Gráfico: Paloma Cremonesi
Arte Final: Paloma Cremonesi e Jonas Junqueira
Web: Michel Silva
Reportagens: Vivian Lourenço MTB: 57471
Ilustração e Redes Sociais: Rafael Godoy
Estagiário: Paulo Toledo
Ilustração de Capa: ShutterStock
Tiragem: 10.500 exemplares.
Entrega: Mala direta e direto em caixa de correio,
mediante protocolo para moradores de condomínios
constantes em cadastro do Portal dos Condomínios.
Caso ainda não receba e queira o exemplar em seu
condomínio, ligue para 11. 4522-2142.
Os artigos assinados são de inteira responsabilidade
do autor e não representam o pensamento a revista.
Site: www.condominioemrevista.com.br
Twitter: @pcondominios
Facebook: Portal dos Condominios
Blog: http://portaldoscondominios.wordpress.com
EXPEDIENTE
NA WEB
ASSOCIADO
marca nos condomínios. São mais de 9 anos
contribuindo para o desenvolvimento do mer-
cado condominial.
Inovação: a revista foi a única na região
a abraçar a causa da acessibilidade e promover
uma edição em braille, que destacava o tema e
suas dificuldades dentro dos condomínios. Hoje
a revista também realiza o evento Portal Debate,
abrindo espaço para moradores, síndicos, sub-
síndicos e conselheiros participarem efetivamente
de um debate com profissionais do setor. As últi-
mas novidades foram a filiação com uma entidade
representativa do setor - Proempi - e o apoio na 1ª
Festa do Síndico, que você acompanha nesta edição
na página 29.
O desafio da revista Portal dos Condomínios é
sempre oferecer informação de qualidade para todo
tipo de público nos condomínios, uma diversidade
grande e uma meta a ser atingida.
O primeiro passo já foi dado, com a reportagem
de capa que trata sobre um problema comum em con-
domínios e que envolve praticamente todos os morador-
es: a falta de cuidados com as fezes dos animais. A falta
de leis e de bom senso, somado aos problemas de saúde
que podem ser causados, são os principais pontos dessa
matéria. Acompanhe e participe.
EDITORIAL ÍNDICE
* Móveis externos
* Uso das piscinas
* Portal Debate: as dúvidas
do seu condomínio
* Capa: Quanta sujeira
* Festa do síndico
* UD: luminárias
* Artigo: vinhos
* Bem-estar: compostagem
* Crônica: Dona Chica
PARA ANUNCIAR11 4522.2142 | 4521.3670atendimento@ condominioemrevista.com.br
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4 Portal dos Condomínios . Set/Out 2012
uma peça exclusiva para cada ambienteDECORAÇÃO & DESIGN
Por Vivian Lourenço
Todo mundo precisa de um refúgio.
Aquele local na residência que é para
meditar, ler, pensar na vida ou passar
uma tarde agradável reunida com os
amigos e familiares. Nada como ter
um espaço reservado só para momen-
tos de descontração e lazer. Pode ser
uma varanda, um quintal ou até mes-
mo a área da piscina. Não importa o
local, desde que ele esteja preparado
para o momento.
Mas é claro que um esconderijo as-
sim não precisa ser desconfortável, muito
pelo contrário. Nada mais desagradável do
que passar horas a beira da piscina ou na
varanda observando a paisagem (nem que
seja de concreto), sentado naquelas cadeiras
e mesas de plástico, que podem ser totalmente
desconfortáveis, ou móveis que não são resis-
tentes às mudanças climáticas, como chuva ou
muito sol; aí vem aquela preocupação chata em
recolher os móveis ao menor sinal de chuva, ou
a preocupação com o sol em excesso, que pode
danificar as peças.
Antigamente era muito comum observar o
material vime predominando nos móveis da área
externa. Porém, atualmente os móveis são feitos
de matéria sintética, chamada de fibra sintética,
que pode ser o vime, rattan, junco, tabou, apuí,
etc., que não são indicados para áreas molhadas
ou locais com forte incidência solar, por se tratar
de um material natural e sua estrutura geralmen-
te é de ferro, o que resulta em mais durabilidade.
“Mas o vime ainda é muito utilizado no mobiliá-
rio interna”, explica Orlando Pincinato, represen-
tante comercial e que possui uma loja, Área Ca-
sual, em Vinhedo.
Se você ainda não sabe como mobiliar a par-
te de fora da sua casa, há diversas maneiras de
montar uma área descontraída, aconchegante e
funcional. A melhor opção é o uso da fibra sin-
tética ou até mesmo a tela sling, aliada à estrutu-
ra em alumínio com pintura eletrostática ou alto
brilho. Isso vai proporcionar leveza, praticidade e
durabilidade ao móvel. “Além disso, esse tipo de
mobília pode ser exposto as intempéries (chuva,
sol, frio, calor, etc.) 24 horas por dia, os sete dias
5Portal dos Condomínios . Set/Out 2012
da semana, sem ter qualquer alteração de cor ou
ferrugem”.
E quem gostou da ideia e quer investir em
móveis mais sofisticados para a varanda ou a
área externa, a tendência 2013 trás algumas
peças interessantes. Para as áreas de piscina, se-
gundo Orlando, as mobílias mais procuradas são
as cadeiras e espreguiçadeiras de alumínio com
pintura eletrostática e tela sling. “Tem de várias
cores. Elas dão mais conforto, além de não mar-
car a pele e não esquentar. Os ombrelones (tipo
de guarda-sol) de cores claras, como o branco e
o bege, com coberturas em poliéster são mais in-
dicados, já que são mais leves para o manuseio”.
Já para as varandas, a dica é usar móveis
com linhas mais retas, com sofás e poltronas, ex-
plorando a estrutura aparente do alumínio, sem-
pre em tons claros e com tramas de fibras sin-
téticas que podem ser mescladas. “Cabos navais
coloridos e tecidos em acrílico ou acquablock,
em tom pastel, e misturas com estampas em ver-
melho, laranja e azul, também serão muito usa-
dos. E não se esquecendo do espaço gourmet,
com misturas de alumínio e madeira de demoli-
ção, com cadeiras e banquetas em fibra sintéti-
ca”.
Para quem quiser dar um ar mais moderno
ao ambiente, opte por peças que utilizam cabo
naval colorido com tampo de MDF revestido por
uma película à base de polipropileno, que é resis-
tente as ações do tempo. Também pode escolher
os tampos em polimadeira e os ombrelones com
cobertura em tecido ecológico.
Na maioria dos casos, a pessoa encontra as
peças em medida padrão, mas não que isso seja
regra. “Em nossa loja temos nos adequado a este
mercado sob medida, com fabricação de peças
exclusivas para cada ambiente, tanto sofás, pol-
tronas ou até mesmo mesas, cadeiras e banque-
tas para áreas gourmet”. Para quem quer algo
mais personalizado, que se adeque a todas as
áreas, pode escolher essa opção.
De acordo com Orlando, os móveis mais ven-
didos para as áreas externas são os conjuntos
compostos por mesa, cadeira, espreguiçadeira
em tela sling e ombrelones em alumínio e com
cobertura em poliéster. “São os mais procurados,
tanto pelo conforto, leveza e praticidade”.
Para quem pensa que vai gastar horas na
manutenção dos móveis, está muito enganado.
É necessário apenas lavar as telas e fibras a cada
15 dias, utilizando água e sabão neutro; já para
as telas brancas, é recomendado repetir esse pro-
cedimento a cada 10 dias. “Nas estruturas, prin-
cipalmente nas brancas, após a lavagem, pode
ser utilizada cera automotiva à base de silicone”.
Para os tecidos em geral é preciso apenas
utilizar sabão neutro e secar à sombra. Nunca
utilize produtos abrasivos como sabão em pó,
água sanitária ou cloro, pois eles removem a ca-
mada de UV que o material possui, e podem di-
minuir a vida útil deles. “Móveis externos podem
durar entre seis a 10 anos expostos as intempé-
ries, desde que seja feita a manutenção correta,
conforme indica o fabricante.”
Com poucos materiais e móveis é possível ter
ideias simples, práticas e exclusivas para mobiliar
a área externa da residência. Além da comodi-
dade de não se preocupar com sol ou chuva ex-
cessiva, os móveis podem compor um ambiente
totalmente diferente, agradável e aconchegante
ao lar.
uma peça exclusiva para cada ambiente
6 Portal dos Condomínios . Set/Out 2012
VIVER EM CONDOMÍNIO
o uso das piscinas em condomínios
COLABORADOR: CARLOS EDUARDO QUADRATTI, advogado especializado em direito condominial e de vizinhança, jornalista articulista inscrito no MTB 0062156SP.
Com a chegada da primavera, seguida pelo verão, aumenta a procura pelo uso das piscinas nos condomínios, principalmente pelas crianças, e daí surgem diversos problemas. Os condomínios precisam ter regras claras sobre o uso e a administração deve atuar com firmeza em relação as infrações para garantir a segurança de todos.
As regras de uso da piscina seguem o mesmo parâmetro de todas as áreas sociais do condomínio, ou seja, vale o regimento interno de cada condomínio e o bom senso por parte dos condôminos. Assim deve ficar disciplinado no regulamento o horário de funcionamento e período do ano em que a piscina irá ficar aberta, da obrigatoriedade da apresentação de exame médico, se o visitante pode ou não usar a piscina, bebidas e comidas na beira da piscina, jogos com bolas na piscina, proibição no uso do óleo bronzeador, a neces-sidade de crianças estarem acompanhadas de adultos etc.
Sendo estipuladas as regras de uso da piscina, estas devem ser cump-ridas por todos os condôminos e se descumpridas pode haver até mesmo a aplicação de multa, como por exemplo, caso haja no regulamento in-terno do condomínio a determinação de que para o uso da piscina de-verá o condômino se submeter a exame médico e o condômino se nega a apresentar o comprovante do exame e mesmo assim usa a piscina, estará este condômino sujeito a aplicação das multas previstas no regulamento. E, embora multado ele insista em usar a piscina sem apresentar o exame, o condomínio poderá propor uma ação judi-cial contra ele e conseguir uma ordem proibindo o condômino de utilizar a piscina sem o exame e caso este condômino descumpra esta ordem judicial, a situação fica mais grave, pois o condômino estará cometendo um crime de desobediência e estará sujeito a responder um processo criminal.
Envie sua sugestão de tema jurídico paraviveremcondominio@condominioemrevista.com.br
Neste assunto sempre surge àquela perguntinha: Posso proibir o inadimplente de usar a piscina?
O assunto é polêmico, então vamos nos socorrer do enten-dimento de nossos tribunais para responder a questão. Podemos destacar o entendimento do TJPR, o qual esposamos:
“Para o caso de inadimplemento de taxas condominiais, a le-gislação vigente prevê a via de cobrança judicial, podendo ao final culminar na expropriação do bem em razão dos débitos. Não é de-mais observar que o condomínio apelante dispõe de um arsenal de remédios legais e convencionais para combater a inadimplência, não se revelando legítima qualquer outra medida limitadora do direito de propriedade, ainda que este esteja inserido em contexto comunitário. A pretendida liminar em ação de cobrança de taxas condominiais, que autorizaria o corte do fornecimento de água e gás, a proibição do uso de elevador, piscina e outras áreas ou serviços comuns do condomínio, afronta aos direitos de posse e propriedade, constitucionalmente assegu-rados, da agravada e seus familiares.” (Ap Civ nº 333119-1 9ª Cam. Civ.
Fls. 1 TJPR ) destacamos.Nesse sentido o entendimento do Tribunal de Justiça deixa claro que
o uso das áreas comuns não pode ser obstado ao inadimplente, ainda que possa parecer uma injustiça, afinal são os adimplentes que estão sustentan-do o funcionamento da piscina para o deleite dos inadimplentes e sua famí-
lia!As piscinas em condomínios, que pertencem às áreas comuns, possuem
uma Norma Técnica Especial que as regulamenta, aprovada pelo Decreto Estad-ual 13.166/79, obrigando assim aos condomínios seguirem as regras dispostas na
norma técnica.Além de conter questões que envolvem as obras de instalação de uma piscina,
tais como, inclinação de solarium, tipo de piso em vestiário, distanciamento de ve-getação e uso de lava pés, entre outras regras. Disciplina também a obrigatoriedade
do controle da água, o registro de usuários, a necessidade de o usuário submeter-se a exame médico prévio, pelo menos a cada seis meses, devendo tais exames ser apresenta-
dos ou arquivados no condomínio.Para tanto controle, o condomínio deverá implantar livros, que ajudarão na fis-
calização dos usuários, do controle da qualidade da água, bem como nas demais exigências legais.
Os condomínios estão sujeitos à fiscalização por parte da vigilância sani-tária, a qual poderá autuar o condomínio nos termos do Código de Vigilân-
cia Sanitária em penas pecuniárias caso não esteja sendo cumprido o que determina a lei quanto ao controle da água e dos exames médicos dos condôminos
Assim aconselhamos aos síndicos que procurem atender as determi-nações legais para que não tenham problemas futuros.
7Portal dos Condomínios . Set/Out 2012
8 Portal dos Condomínios . Set/Out 2012
PORTAL DEBATE
A revista Portal dos Condomínios tem o ob-
jetivo de ajudar não só o síndico, mas todos os
moradores que sofrem uma carência de informa-
ções. Nesta editoria - Portal Debate, a dúvida do
seu vizinho, pode ser a mesma que a sua e facili-
tam o andamento nas reuniões cotidianas do seu
condomínio. Participe você também. Envie agora a
sua pergunta para sindico@condominioemrevista.
com.br
José Pozza, Ed. Saint Charles: Uma as-
sembleia pode ser ordinária e extraordinária ao
mesmo tempo?
Portal Debate: Não. As assembleias ditas
Ordinárias, por ordem legal, ocorrem apenas uma
vez por ano e estão regulamentadas no artigo
1.350 do Código Civil. O objetivo é a aprovação
orçamentária do período anterior e aprovação da
previsão orçamentária para o período seguinte,
PORTALDEBATEPORTALDEBATEalém da eleição do síndico e demais integrantes da
administração.
A Assembleia Geral Extraordinária refere-se
aos demais assuntos que são tratados ao longo do
ano e sempre que há necessidade de votar temas
específicos ou rateios extras. Estas podem ocorrer
quantas vezes seja necessário deliberar sobre de-
mais assuntos de interesses do condomínio.
José Pozza, Ed. Saint Charles: Quantas
vezes seguidas o síndico pode ser eleito?
PD: O artigo 1.347 do Código Civil limita o
prazo do mandato a dois anos mas não impede a
reeleição. Somente a convenção limita.
José Pozza, Ed. Saint Charles: Tendo na
Convenção de Condomínio. Uma cláusula que diz
que deve haver “unanimidade para autorização do
uso de partes comuns ou alteração da fachada ou
dúvidas de moradores expostas aqui,
Equipe Portal Debate: Fernando Fernandes (síndico profissional), André Schuler (técnico),Melícia Geromini (psicóloga), Carlos Eduardo Quadratti advogado), e Reginaldo Moron (advogado)
9Portal dos Condomínios . Set/Out 2012
estrutura do edifício”, pode ser alterada por maio-
ria simples ou 2/3 dos condôminos?
PD: A convenção de condomínio faz lei entre
as partes, ademais o próprio Código Civil já regu-
lamenta estas questões. Quanto à unanimidade,
esta já tem sido relatividade pelos tribunais. Nor-
malmente para estes itens, de diferente teor, exige-
se quórum específico, por exemplo: unanimidade
para autorização do uso de partes comuns: maio-
ria do quórum simples, ou seja 50% mais 1 dos
presentes aptos a votar; alteração da fachada ou
estrutura do edifício: maioria absoluta de quórum
específico.
Mário Sérgio Levada, Res. Cantábile: Quais são as ações legais e mais eficientes contra a
inadimplência? O que pode e o que não pode? O
que deve e o que não se deve fazer?
PD: Uma recomendação para qualquer ação
que possa gerar altos custos é a prevenção. Neste
caso, a melhor atitude é contratar um profissional
com experiência na área, pois cada caso tem suas
particularidades e a falta de informação ou ex-
periência podem levar a erros no trato da questão
expondo o condomínio a outros danos e riscos de
ações indenizatórias.
Leda, Res. Delfim Verde: Gostaríamos
de esclarecimentos sobre o uso dos aparelhos de
ginástica nos condomínios? Quais critérios de-
vemos seguir? Quais leis que o regulamentam?
Quem fica responsável pelo cumprimento legal?
Quem fiscaliza?
PD: A responsabilidade é sempre do síndico.
Quanto ao uso, este deve seguir os demais crité-
rios de uso da propriedade comum e contar com
o bom senso dos colaboradores, sempre com a
fiscalização do zelador. A contratação de profis-
sional da área de educação física para orientação
e acompanhamento das atividades é uma medida
bastante recomendável. O ideal seria a orientação
deste profissional e um advogado, para que juntos
com os demais condôminos elaborem as normas
de uso da academia considerando as particulari-
dades de cada condomínio.
José Nelson Lopes: Gostaria de saber o
que acontece com o síndico quando o Conselho
Fiscal não aprova as suas contas na gestão e está
preste a ter outra eleição. O mesmo pode se can-
didatar com as contas rejeitadas?
PD: O síndico deve contar com a confiança
da assembleia que o elegeu. Se esta já reprovou
suas contas, isto significa que ele não dispõe mais
desta credibilidade. Nesta situação deve se abster
de se candidatar, sob pena de sofrer o constrangi-
mento de ver sua candidatura impugnada.
e síndicospara você
10 Portal dos Condomínios . Set/Out 2012
Capa
Quantasujeira!
e a culpa
não énossa
Por Vivian Lourenço
Ter um animal de estimação é muito bom.
Ter alguém sempre te esperando quando che-
ga em casa, uma companhia para um passeio
e para as brincadeiras. Há médicos que reco-
mendam que as crianças convivam com gatos e
cachorros para o melhor desenvolvimento e há
quem diga que os cães são os melhores amigos
do homem. Afinal, eles estão ali, sempre com
bom humor e nunca se cansam.
Casos de amor entre homens e cães já
foram tema de grandes produções de suces-
so. Como não rir e se emocionar com o filme
Marley e Eu, inspirado em uma história real e
que conta a história do cão mais desastrado e
charmoso, que mesmo causando tantos proble-
mas foi o elo fundamental para a construção
de uma família. A cena da morte do cachorro
pode ser considerada uma das mais emocio-
nantes.
A família sempre sofre quando um animal
de estimação morre. Mas e quando é ao con-
trário, quando o cachorro fica sem seu dono?
Um caso real, transformado em filme, mostra
como a lealdade do cão pode ir além da vida.
Na história, um professor universitário encontra
um filhote da raça Akita perdido em uma esta-
ção de trem e começa a cuidar do animal.
A história ficou famosa no cinema por
mostrar a lealdade do cachorro. Todos os dias,
no mesmo horário, ele ia esperar o professor
universitário na porta da estação de trem, até
que um dia seu dono não voltou. Mesmo sa-
bendo que o dono nunca mais reapareceria, o
11Portal dos Condomínios . Set/Out 2012
“Quem sofre com toda essa situação, além da população em geral, são os síndicos e zeladores dos condomínios, que observam, dia após dia, as calçadas e os jardins dos condomínios invadidos pelas fezes dos cachorros - dos próprios moradores, e dos moradores vizinhos”
cão ia, todos os dias, no mesmo horário espe-
rar o regresso do amigo. A devoção foi tanta,
que, depois da morte do cão, uma estátua foi
construída para lembrar a história.
É claro que além de dar comida, carinho,
afeto, banho e levar ao veterinário, os cuidados
básicos com o cachorro também exigem alguns
passeios. Se você não aguenta ficar trancafia-
do dentro do emprego ou de casa, nem mes-
mo um animal suporta a mesma situação; ele
precisa sair, nem que seja para dar uma volta
no quarteirão. É aí que os problemas começam.
Arrumar tempo para uma volta, de apenas
cinco minutos, na correria do dia a dia, não é
fácil. Mas, com o compromisso de ver o ami-
go canino feliz, é preciso sempre arrumar um
jeitinho, faça chuva ou faça sol. O Brasil já é o
segundo país em número de cães e gatos no
ranking mundial, eles já são mais de 52 mi-
lhões, sendo pesquisa da Associação Brasileira
da Indústria de Produtos para Animais de Esti-
mação (Abinpet).
Só que andar nas calçadas da cidade tam-
bém não é tarefa fácil, cada passo é um ver-
dadeiro obstáculo, seja por má conservação do
piso, por árvores e postes no meio do caminho
ou por qualquer outro problema, como veícu-
los estacionados no local onde os pedestres de-
veriam passar.
Porém, se fossem só essas as situações in-
comodas que o pedestre enfrenta, o problema
não seria tão grande, até porque, dono ou não
de cachorro, todos estão sujeitos a enfrentar
esses desafios que são, até em certa parte, pre-
vistos.
E quando o obstáculo não está no script e,
além de representar uma falta de respeito com
a comunidade, falta de higiene e ainda repre-
senta uma ameaça à saúde? Pois é só caminhar
pelas calçadas da cidade que dá para perceber
a sujeira que essas criaturas fofas e alegres po-
dem produzir. E o pior, como seus donos não
ligam nem um pouco para isso e transformam
as calçadas em verdadeiros banheiros caninos.
Mas a culpa não é dos cachorros; eles não
têm como recolher a sujeira que eles fazem,
nem podem ser ensinado a usar o banheiro,
igual a nós (mesmo que alguns animais tenham
o mesmo tratamento que o ser humano, ou até
melhor). Imagine só como seria se não houves-
se ninguém para recolher o lixo que produzi-
mos diariamente, a imundice que seria. Não dá
para viver no meio de tanta sujeira.
Nos tempos remotos, do começo da hu-
manidade, não havia essa preocupação com a
higiene; não havia nem sequer banheiro ou se
pensava em saneamento básico. É só observar
em livros de histórias ou filmes da idade média
que é possível ver a imundice que as cidades vi-
viam. Eram dejetos de animais, humanos, lixo,
tudo misturado. Não é a toa que a expectativa
de vida daquela época era muito baixa; impos-
sível não contrair uma doença vivendo daquela
maneira, na sujeira. Quantas cidades não foram
dizimadas por pestes provenientes da falta de
higiene.
Felizmente a humanidade evoluiu e com ela
o tratamento de saneamento básico começou
a ser realizado e doenças outrora tão comuns
desapareceram. Mas há alguns que ainda só
pensam na higiene própria, esquecem que con-
vivem em uma sociedade e que se cada um fi-
zer a sua parte, a cidade ficará mais agradável
para se viver.
Apesar de muitos acreditarem que, do lado
de fora de suas residências vale tudo, as ruas,
calçadas, jardins e o condomínio onde residem
não são latas de lixo. Não é porque
você não precisa limpar, que vai aju-
dar a sujar.
Não é raro caminhar pelas calça-
das da cidade tendo que desviar do
coco dos cachorros que estão ali, in-
vadindo o espaço que deveria estar
limpo. Ainda mais quando essa sujei-
ra chega até os jardins. E parece que
não há o que faça os donos dos ca-
chorros a terem consciência de que a
calçada não é um banheiro público.
É raro ver o dono munido de
sacolinhas ou sacos de lixo em um
passeio canino. E o que acontece? A
sujeira acaba ficando toda ali, para
outra pessoa recolher, isso se alguém
não pisar primeiro.
Muitos irão reclamar que fica
difícil sair preparado de casa, já que
alguns supermercados deixaram de
distribuir as tais sacolinhas (ah, mas
agora elas voltaram, diga-se de passagem). Po-
rém isso não é desculpa, já que o dono do ani-
mal pode carregar sacolas de lixo ou recorrer
as empresas especializadas que darão suporte
fornecendo saquinhos especialmente para essas
ocasiões. A preguiça é a maior e única desculpa
que pode ser aceita nesses casos.
Quem sofre com toda essa situação, além
da população em geral, são os síndicos e ze-
ladores dos condomínios, que observam, dia
após dia, as calçadas e os jardins dos condomí-
nios invadidos pelas fezes dos cachorros – dos
próprios moradores e dos moradores vizinhos.
O zelador do Residencial Joana, Maurício
de Lima, sabe bem o que é a árdua tarefa de,
dia após dia, ver o jardim do condomínio e a
calçada repleta de coco de cachorro. “E não é
12 Portal dos Condomínios . Set/Out 2012
só de morador daqui não; são os vizinhos, vem
gente de todo canto. A gente tinha um arbusto
maior rodeando o jardim, mas pensa que isso
inibia? Que nada, os donos pegavam o cachor-
ro no colo e colocavam dentro do jardim para
que eles fizessem as necessidades. Nem é o ca-
chorro que quer, é o dono”, explica Maurício.
Ele nos contou que, no dia que visitamos
o residencial, demos sorte, já que não havia
nenhum indício de
dono porcalhão
deixando a sua
marca no local.
Porém aquela si-
tuação era uma
exceção e que
a regra era en-
contrar todo
dia o jardim e a
calçada repleta
de fezes dos
animais de es-
timação.
E no resi-
dencial, o problema não se resume somente a
calçada ou no jardim. “Antes de ter as câmeras
de monitoramento, já vimos cachorro fazendo
coco no estacionamento, xixi na escada, era
absurdo. Agora com o monitoramento parou
de acontecer dentro do condomínio. O proble-
ma ficou só para o lado de
fora”.
Além do monitoramento
interno, o residencial tam-
bém tem câmeras apontadas
para a rua, o que não inibe
os donos porcalhões de não
recolherem as fezes dos ani-
mais. “Já teve gente que eu
vi deixar o cachorro fazer
coco na porta de entrada e
ia saindo como se nada ti-
vesse acontecido. Chamei a
atenção e mandei recolher,
arrumei até um papel pra
recolher, já que a pessoa ale-
gou que estava sem saqui-
nho”.
Porém o monitoramento
também não surtiu muito efeito, já que, segun-
do o zelador, muitos donos de cachorro vão
até o local de noite, quando fica difícil fazer o
reconhecimento do infrator. “Não dá pra ficar
olhando para as câmeras o tempo todo. Mas
toda vez que flagramos, chamamos a atenção”.
A situação no residencial chegou a um
ponto extremo. Segundo Maurício, o presiden-
te do conselho do Residencial Joana, Fabio Si-
mões, cansado de ver o problema e não achar
uma solução apelou para tentar sensibilizar o
dono do animal através de uma faixa com os
dizeres: “Atenção srs. (as) proprietários (as) de
cães. Aqui é passagem de pedestres, por favor,
limpem as fezes deixadas pelos seus bichinhos
de estimação. A população agradece.”
E não pensem que a chamada de aten-
ção surtiu efeito, incomodou ou envergonhou
quem utiliza o local. Faz quase dois meses que
o aviso está ali, visível dos dois lados da calça-
da (sentido de quem vai e de quem vem) e até
agora, o problema persiste. “Teve até uma mu-
lher que achou um absurdo colocar essa faixa.
Ela disse que é normal, que cachorro faz coco
mesmo. Normal é, tudo bem, mas tem que re-
colher, não pode deixar assim espalhado”.
E o problema não se limita ao Residen-
cial Joana. Outros condomínios alegam terem
o mesmo problema que o zelador Maurício.
“Temos problemas com moradores vizinhos,
dos prédios que ficam ao lado. Eles usam nos-
so jardim, que fica na frente do condomínio,
como banheiro dos cachorros”, explica o zela-
dor do Edifício Caravaggio, Felipe Dias Martins.
Parece que os donos de cachorros esco-
lhem os jardins dos condomínios como verda-
deiros banheiros caninos, sem se preocupar em
‘dar a descarga’, ou seja, em dar uma destina-
ção correta ao coco do animal. E ali eles vão
ficando, causando mau cheiro e atraindo mos-
cas; deixando o local com ar sujo e de desleixo.
Identificar os porcalhões não é tão difícil
assim, ainda mais com todos os recursos de
monitoramento usados para garantir a segu-
rança e que podem facilmente delatar os do-
nos irresponsáveis. “Até sabemos quem é, con-
seguimos identificar. Mas também tem aqueles
que veem aqui com as sacolinhas e recolhem”,
diz Felipe.
A falta de consciência dos donos dos ani-
mais também é problema constante em outros
dois residenciais. “Tem gente que passa por
aqui, o cão faz a necessidade, sai e não reco-
lhe”, relata a presidente do Bosque dos Jatobás
e Portal do Paraíso 2, Fabíola Cristiane Martho.
Com tantos casos desse tipo, até mesmo
provocados pelos próprios moradores, que Fa-
bíola também lançou mão da conscientização
para tentar reduzir os problemas que o acúmu-
lo de fezes dos cachorros traz ao condomínio.
“Fizemos divulgação no condomínio com
alguns panfletos no jornal interno que vai para
os moradores”. Segundo Fabíola, quando o in-
frator é identificado, ele primeiro é notificado
e depois recebe uma multa. “Mas, além dis-
so, precisamos conscientizar a população dos
riscos que não recolher as fezes dos animais
“Teve até uma mulher que achou um absurdo colocar essa faixa. Ela disse que é normal, que cachorro faz coco mesmo. Normal é, tudo bem, mas tem que recolher, não pode deixar assim espalhado”
Faixa localizada em frente do Residencial Joana
Capa
13Portal dos Condomínios . Set/Out 2012
pode trazer”.
E parece que a conscientização é o cami-
nho que os síndicos, zeladores e até mesmo al-
guns moradores escolherem para tentar acabar
com o problema. Foi o que aconteceu, a exem-
plo do Bosque dos Jatobás e Portal do Paraíso
2, no Condomínio Alto di Felicità.
O morador do local, Daniel Cavalli, encon-
trou no panfleto uma ideia criativa e até mes-
mo educativa de tentar chamar a atenção para
o problema que também é constante nesse lo-
cal. “Resido no condomínio desde dezembro de
2011, porém minha esposa e eu começamos a
frequentar as reuniões mensais do condomínio
antes mesmo de morar aqui (desde janeiro de
2011) e a minha intenção sempre foi colaborar
e contribuir com a gestão do condomínio.”
O informativo criado por Cavalli ficou com
um layout como se fosse um caderno de jornal,
no qual estava abordando diferentes temas por
dia, entre eles, o coco de cachorro. “Escolhi
o tema devido muitos moradores saírem para
passearem com os seus cães e muitos não reco-
lherem o coco. Moramos próximo a uma EMEB
e uma praça, ou seja, há uma grande quanti-
dade de crianças que irão sofrer as consequên-
cias, seja pisando no coco no trajeto até a es-
colinha ou mesmo ao brincar na pracinha”.
Daniel acredita que ele não seja a pessoa
mais indicada para falar deste tema, apenas ten-
tou despertar a responsabilidade
de cada um perante a socieda-
de. “Gostaria que o informati-
vo fosse diversificado, mas que
principalmente despertasse o
interesse e conscientização para
vivermos em um ambiente mais
agradável e que os problemas
fossem minimizados. Este é o
efeito que gostaria que surtisse”.
A síndica do Alto di Felicitá,
Geane Cleia, relatou que teve
o problema no condomínio há algum tempo,
mas sempre do lado de fora, na calçada. “Nos
informativos mensais, fomos pedindo a colabo-
ração de todos para que isto deixasse de acon-
tecer e avisamos que a calçada estava sendo fil-
mada e que o morador poderia ser multado se
não recolhesse o coco do seu cachorro”.
Segundo Geane, apenas pedir para que as
pessoas recolham o coco do cachorro não sur-
te efeito. Precisa de medidas mais drásticas e
que também doam no bolso, para que assim o
morador se lembre disso toda vez que sair para
passear com o cãozinho e se esquecer de levar
“Aplicamos multa com a filmagem que temos do infrator. O processo de apenas solicitar que não façam, nem sempre funciona”.
14 Portal dos Condomínios . Set/Out 2012
a sacolinha. “Aplicamos multa com a filmagem
que temos do infrator. O processo de apenas so-
licitar que não façam, nem sempre funciona”.
Mas de quem seria a responsabilidade des-
sa fiscalização? A iniciativa dos condomínios
até que é válida, já que pretende conscientizar
não só quem mora no local, mas também os
vizinhos que, por muitas vezes, por não serem
responsáveis diretos pela área, acham que não
precisam cuidar do bairro.
Lei de JundiaíA responsabilidade da fiscalização não deve
ser apenas da população, já que elegemos ve-
readores e prefeito para fazerem as leis que te-
riam o objetivo de melhorar a vida do cidadão.
Para esses casos, do não recolhimento dos de-
jetos de animais, também existe lei, porém não
uma punição, pelo menos não em Jundiaí-SP.
A Lei Municipal Nº. 06320, de 25 de maio
de 2004, de autoria do vereador Júlio César
de Oliveira, o Julião, atualmente presidente da
Câmara Municipal de Jundiaí, prevê as normas
municipais para a criação, propriedade, posse,
guarda, uso e transporte de cães e gatos no
município.
No texto da lei consta que no capítulo III,
artigo 15, fica explícito que “O condutor do
animal fica obrigado a recolher os dejetos eli-
minados pelo mesmo em vias e logradouros
públicos”. No parágrafo único desse artigo está
escrito que, “Em caso de não cumprimento do
disposto no ‘caput’ desse artigo, caberá multa
a ser estipulada pelo Executivo”.
Se a lei existe há 8 anos na cidade, como
ninguém ainda foi multado ou não foi visto ne-
nhum fiscal que passa orientando os donos de
animais a não cometerem uma infração que se-
ria punida pela lei municipal? De quem seria a
responsabilidade dessa fiscalização? Do Centro
de Controle de Zoonoses, da Guarda Municipal,
da Secretaria de Saúde? Não fica claro na lei
nem o responsável, muito menos como a multa
será aplicada.
Segundo a Prefeitura, em resposta da soli-
citação feita para que a lei ficasse mais clara,
fomos informados apenas que a legislação é de
2004, de número 6320, mas que ainda precisa
de regulamentação, pois falta definir forma de
aplicabilidade de multa. A lei diz que as fezes
dos animais devem ser recolhidas pelo proprie-
tário do mesmo.
Ou seja, a cidade tem uma lei, mas não
tem um fiscal nem uma punição. Em 8 anos o
poder executivo não conseguiu regulamentar a
lei municipal que poderia amenizar o problema
de quem caminha pelas calçadas da cidade e
corre o risco de pisar em algo indesejável – e
até mesmo escorregar e cair, além de levar o
mau cheiro para todo o canto que for.
ExemplosMas Jundiaí parece ser exceção e não a re-
gra nesses casos. Nossa vizinha, Campinas, tem
uma lei, desde 2010, que obriga os proprietá-
rios a recolheres as fezes de cães. O prefeito,
Hélio de Oliveira Santos, demorou aproximada-
mente um mês para sancionar a lei que já havia
sido aprovada na Câmara Municipal de Campi-
nas.
De autoria do vereador Thiago Ferrari, a Lei
nº. 13.822 obriga o proprietário do animal - ou
o responsável por sua condução - a recolher as
fezes quando feitas na rua, e depositar o mate-
rial em lixo adequado.
De acordo com a nova regra, qualquer pes-
soa poderá denunciar desrespeito à lei. O cida-
dão pode fazer isso pessoalmente, nas Admi-
nistrações Regionais, Subprefeituras ou através
do telefone de serviços 156 (somente em Cam-
pinas). A denúncia poderá ser feita também
por e-mail, que é encaminhado ao site oficial
da Prefeitura local. Neste caso, a denúncia deve
ser comprovada com fotografia. As fotos não
podem suscitar dúvidas em relação à ocorrên-
cia da infração, nem sofrer qualquer tipo de
adulteração. O Poder Público garante que, em
todos os casos, a identidade do denunciante fi-
cará preservada.
O proprietário do ani-
mal que for flagrado come-
tendo a infração, primeiro
sofrerá uma advertência.
Na segunda infração, será
penalizado com multa
R$ 400. Na reincidência, o
valor da multa dobra. Em
Campinas, não andar com
saquinho para recolher o
coco do cachorro pode
sair bem caro.
O texto da lei de
Campinas é claro e de-
talhista, mostrando as
obrigações do dono do
animal, que além de re-
colher as fezes, deve dar
uma destinação correta
a elas. Até porque não
adianta recolher as fe-
zes com um saquinho
e depois jogar em um
terreno baldio, ou na
sarjeta que o proble-
ma continuará sendo
o mesmo. E há vários
Acima cartaz utilizado por um síndico de São Paulo e abaixo panfleto de conscientização do Bosque dos Jatobás
Capa
15Portal dos Condomínios . Set/Out 2012
Capa
16 Portal dos Condomínios . Set/Out 2012
canais de denúncias que
podem ser feitas e a
multa pesada deve real-
mente inibir essa prática.
Em São Paulo, a en-
tão prefeita da cidade,
Marta Suplicy, decretou
a lei nº. 13.131, em 18
de maio de 2001. O tex-
to da lei diz, no seu Art.
16, que o condutor de
um animal fica obriga-
do a recolher os dejetos
fecais eliminados pelo
mesmo em vias e logra-
douros públicos. Pará-
grafo único: Em caso
do não cumprimento do
disposto no “caput” des-
te artigo, caberá multa
de R$ 10 (dez reais) ao
proprietário do animal.
Bem antes disso,
em 2000, o prefeito em
exercício naquele ano,
Celso Pitta, regulamen-
tou o artigo 14 da lei nº.
10.309, de 22 de abril
de 1987, além do artigo
2 da lei nº. 11.616, de
13 de julho de 1994.
A regulamentação
colocava o dono do animal como responsável
pelo recolhimento das fezes dos animais, fixan-
do uma multa de três Unidades Fiscais do Mu-
nicípio (UFM) para quem desobedecer à lei. Em
caso de reincidência, a multa seria aplicada em
dobro.
Ou seja, por falta de uma lei, a cidade de
São Paulo tem duas e ambas fixam punição
para o dono que for irresponsável e não reco-
lher os dejetos dos cachorros das calçadas e lo-
cais públicos.
Mas, nem por isso a cidade de São Paulo
está livre de ter problemas com donos irrespon-
sáveis, muito menos os condomínios de sofre-
rem com o coco de cachorro depositado nas
calçadas, gramados e jardins.
Um exemplo disso foi notícia em 2011. Um
síndico, cansado de ver a situação usou um
poste para criticar quem não recolhia as fezes
dos animais de estimação. O poste ganhou
um colorido cartaz que criticava “dona pig”. O
caso aconteceu na alameda Tietê, entre as ruas
da Consolação e Bela Cintra, no Jardim Paulis-
ta, na zona oeste de São Paulo.
O síndico escolheu o poste porque aquele
local era o que mais apresentava problemas e
não fez questão de economizar; forrou com
recados em papéis amarelos, azuis, verdes e
rosas. “Não permita que seu cão deixe aqui o
que você tem na cabeça”, diz um dos papéis.
Já outro continha um desenho em pincel atô-
mico de uma porquinha com um vestido, cer-
cada de moscas e acompanhada de um cão, a
“dona pig”.
E claro, como no caso do Residencial Joa-
na, em Jundiaí, o síndico da capital também
foi criticado por muitos, que acharam a atitude
exagerada. Porém, até que surtiu efeito, já que
em pelo menos por dois dias a calçada ficou
limpa.
Já outro condomínio de São Paulo achou
uma ideia criativa para tentar solucionar o pro-
blema que não colocar faixas ou cartazes. Eles
construíram um “cachorródromo”. A ideia foi
criada em julho desse ano em um condomínio
no Capão Redondo, na Zona Sul, que tem 250
apartamentos e pelo menos 50 bichos de esti-
mação. Para evitar conflitos entre moradores,
a solução foi criar um espaço para os animais.
No “cachorródromo” eles podem ficar à von-
tade e os donos só precisam recolher as fezes
depois da brincadeira. No local há saquinhos
plásticos e lixeira disponíveis.
E no litoral os donos de animais precisam
Informativo de elevador utilizado no condomínio Alto di Felicità
Capa
Encarte especial da revista Portal dos CondomíniosPORTAL DE IMÓVEISPORTAL DE IMÓVEISE N C A R T EE N C A R T E
Distribuição gratuitaAno 02 . Nº 10Set/Out de 2012
a melhor hora para investir em imóvel
Por Vivian Lourenço
Se o ditado “Quem casa, quer casa”, faz
muitos correrem aos plantões de vendas dos
empreendimentos, há quem também procure
um corretor para adquirir um imóvel não so-
mente para morar, mas também para ter outra
fonte de renda. Afinal, a cidade tem crescido e
não é raro ver novos lançamentos pipocarem
em quase todos os bairros; para todos os gos-
tos: tem casa e apartamento com os mais diver-
sos tamanhos e atrativos de lazer e localização.
Porém, quem não quiser fazer um mau
negócio, com tantas opções no mercado e cor-
retores de imóveis preparados para atrair o con-
sumidor, precisa bater muita perna e pesquisar
bastante. Até porque, cair na lábia do primeiro
corretor de imóveis pode fazer você não conse-
guir a melhor valorização para seu investimento.
Há quem acredite que o final do ano é a
melhor hora de investir em imóveis, porém,
segundo o diretor da Mediterrâneo Imóveis,
Thiago Coelho, esse é um dos períodos que há
menos lançamentos na cidade. “Na verdade no
final do ano caem as vendas por causa do perío-
do, já que as pessoas estão mais focadas em fes-
tas e presentes. Dezembro é um período que a
gente considera ruim, de baixa no mercado. Até
metade do mês ainda vai bem, mas as duas últi-
mas semanas de dezembro e as duas primeiras
de janeiro, são as piores”. E o motivo é simples,
as incorporadoras não lançam imóveis nem em
dezembro, nem em janeiro; é muito difícil ter
um lançamento nesse período por isso a queda
nas vendas e também na procura.
Thiago explica que, diferentemente de out-
ros segmentos, o imobiliário
não abre espaço para grandes
negociações, ou seja, não é
igual a você entrar em uma loja
de sapatos e pedir desconto
por um calçado; ou a famosa
lei da oferta e da procura. Não
é porque não há grandes lança-
mentos em dezembro e janeiro
que os imóveis irão ficar mais
barato nessa época.
“Tem as pessoas que querem vender rapi-
damente, mas nem por isso elas vão derrubar
muito o valor, não chega a ter queda de 20%
no preço por causa da baixa procura. Hoje, com
o mercado financeiro estável que o Brasil tem, é
muito difícil de isso acontecer”, detalha Thiago.
O perfil de quem quer comprar imóvel para
fazer dinheiro é o mais seguro possível. O imóv-
el é uma garantia de que irá se valorizar com o
tempo, ou seja, é um investimento em longo
prazo. “Em curto prazo é muito difícil ter o re-
torno, como por exemplo, eu vou comprar um
imóvel e em dois anos eu quero ter 40% de lu-
cro, não dá para ser assim”.
Ele explica que o pico imobiliário na cidade
foi entre 2010 e 2011, quando houve uma
grande valorização do mercado de imóveis, não
só em Jundiaí, mas em todo o país.
Hoje há mercado para todos os tipos de
clientes, e segundo Thiago, o empreendimento
com maior déficit na cidade é o de dois e três
dormitórios. Além disso, há também a falta
de imóveis de um dormitório. “Os lançamen-
tos estão com o valor muito alto, precisa-se de
imóveis mais baratos, como kitnets, e/ou outros
do tipo, para estudantes e solteiros que estão na
cidade a trabalho”.
Para um investidor novo começar a pensar
em investir imóveis ele tem que entender como
funciona o mercado. “Sempre tem que ter um
pensamento em longo prazo. Tem várias pos-
sibilidades, desde comprar e reformar para
alugar, até comprar um apartamento na planta.
Depende do jeito que você vai querer ter o re-
torno”.
“Quem comprou no mercado antes de
2009, ganhou muito. “Quem comprou imóvel
na planta nesse período teve valorização de
até 70%, dependendo do imóvel e da região”.
Segundo Thiago, não existe a melhor época do
ano para a pessoa começar investir. “Para com-
prar no final do ano a pessoa precisa ter um 13º
salário muito alto. Mas para investir, sempre
procurar o de dois ou três dormitórios, que é
onde a procura é maior na cidade”.
O investidor que quer entrar nesse mercado
tem que fazer uma busca. Não é entrar no pri-
meiro plantão de vendas e já comprar, tem que
pesquisar. O preço do metro quadrado de uma
unidade pronta tem muita variação. Um semi-
novo (de 10 anos atrás) tem o metro quadrado
mais barato do que um novo.
Segundo o economista, Almir Ferreira de
Godoy, o 13º salário, por exemplo, pode vir
a ajudar como um sinal na hora da comprar,
para que depois as prestações fiquem mais
suaves. “Há inúmeras oportunidades como
os planos desenvolvidos pelo governo como
Minha Casa Minha Vida, no qual não há deter-
minados custos, o que barateia o imóvel e pos-
sibilita a compra com prestações que cabe no
bolso de famílias de baixa renda, além de fi-
nanciamentos oferecidos pela Caixa com taxas
ainda menores”.
A dica do economista para quem quer
comprar o imóvel para morar ou para investir
é procurar a Caixa Econômica Federal para
mais informações sobre financiamento. “Além
é claro que hoje, na web, você tem também
como pesquisar e se proteger de abusos de
vendedores mal intencionados. Outra dica é
procurar a prefeitura e verificar se o imóvel
está regular”. Almir ressalta que ultimamente
se tornou comum terem lançamentos com ir-
regularidades, principalmente em loteamen-
tos, mas não é raro ver obras embargadas em
qualquer outro tipo de imóvel.
Ou seja, antes que a sua fonte de renda ou
sua moradia vire de sonho a pesadelo, nada
melhor do que pesquisar, bater perna e utilizar
todas as informações que você puder adquirir
antes de pensa em fechar um negócio. É muito
dinheiro que será investido para ser gasto de
qualquer maneira.
17Portal dos Condomínios . Set/Out 201217 Portal dos Condomínios . Set/Out 2012
seguir a lei para poder transitar com os ani-
mais. O Código de Posturas da Prefeitura de
Santos, de 1968, previa a proibição de animais
nas praias para evitar o risco de transmissão
de doenças pelas fezes desses bichos, como a
larva migrans (bicho geográfico), e até doenças
mais graves, como a larva visceral. Desde 2009,
os animais de estimação podem transitar pelas
praias de Santos, desde que no colo dos pro-
prietários. Eles também são responsáveis por
recolher as fezes e a fiscalização fica a cargo da
Guarda Municipal. Caso alguém desrespeite a
lei, é retirado da praia.
Já em Ribeirão Preto, ano passado, o coco
de cachorro virou até mesmo caso de polícia.
As fezes de um cachorro na calçada em frente
a uma casa provocou o desentendimento entre
dois vizinhos e o caso foi parar na delegacia. O
dono do cão da raça Pug disse que chegou a
ser ameaçado de morte.
De acordo com o dono do cachorro, ele
saiu para passear com o animal levando consi-
go três sacolas plásticas para recolher as fezes.
No entanto, o cão defecou mais de uma vez,
quando já não havia mais sacolinha para reco-
lher a sujeira.
Foi então que o dono do imóvel chegou e
viu a cena. O dono do cachorro até retirou as
fezes com folhas e jogou na sarjeta, mas es-
queceu de que ali também era a frente da re-
sidência. O caso provocou uma discussão, com
até mesmo perseguição pelas ruas do bairro e
ameaça de morte. Depois do susto, o dono do
cachorro disse que, a partir daquele dia, iria
sair mais prevenido para passear com seu Pug,
levando o bolso cheio de sacolas.
Só para efeitos de comparação, na cida-
de de Nova York, nos Estados Unidos, a multa
para os responsáveis pelos cachorros, que não
retiram os dejetos de seus animais das vias pú-
blicas, é de 100 dólares. E a fiscalização é fei-
ta de forma rigorosa, implacável e efetiva, por
profissionais designados especialmente para
atuarem e autuarem este tipo de ocorrência.
O problema das fezes dos animais de esti-
mação vai além da sujeira e do risco de pisar
nesses “presentinhos” que os donos deslei-
xados deixam nas calçadas e jardins da cida-
de. Além do mau cheiro e da falta de higiene,
o descaso pode causar até mesmo doenças,
como acontecia em Santos.
As fezes atraem moscas, veiculadoras de
várias doenças, e facilitam a propagação de
bactérias. Além dos ricos ao ser humano, os
animais também podem ser prejudicados, con-
traindo viroses ou verminoses. No homem, são
comuns as doenças provocadas por parasitas
cujos ovos estão presentes nas fezes dos cães,
e essas doenças podem ser transmitidas por
contato e até pelo ar.
De acordo com um levantamento reali-
zado pelo Sindicato dos Trabalhadores em
Empresas de Prestação de Serviços
de Asseio e Conservação e Lim-
peza Urbana de São Paulo
(SIEMACO), são recolhidos
diariamente, em média, 25
kg de dejetos de cachorros
nos parques Aclimação, Ibira-
puera, Parque Cidade de Toronto,
Buenos Aires e Trianon, localizados na capital
paulista.
Coletores
Mais do que um dever, a coleta dos deje-
tos dos animais é um ato de cidadania. Além
de contribuir para deixar as ruas e vias públi-
cas sujas, o contato com as
fezes dos animais pode pro-
vocar problemas de saúde
tanto no ser humano, como
no próprio pet, que pode
desenvolver doenças parasi-
tárias.
“É importante que os
donos se conscientizem so-
bre a importância do reco-
lhimento das fezes durante
os passeios. Além de preser-
var as ruas, calçadas e espa-
ços públicos limpos, ele vai
contribuir para o bem-estar
comum”, orienta Wesley
Garcia Gomes, diretor co-
mercial de uma empresa
responsável pelo desenvol-
vimento do Acacabou, dispenser de saquinhos
oxibiodegradáveis próprios para a coleta dos
dejetos dos animais. “Nossa proposta foi de-
senvolver um produto que facilitasse o dia a
dia dos donos. O Acacabou ainda elimina o uso
das sacolinhas de supermercado, tradicional-
mente utilizadas pelo dono, oferecendo uma
alternativa mais ecológica”.
A ideia de criar o produto também visou
acabar com os dejetos dos animais que tam-
bém afetam moradores de condomínios, que
sofrem com o descaso de alguns donos. “Um
dos principais conflitos gerados pela presença
do pet é o não recolhimento dos dejetos nas
áreas comuns e no entorno do condomínio”,
explica Gomes, que conta que o produto é usa-
do como forma de minimizar os atritos entre os
moradores.
Perto de mil condomínios de São Paulo
conseguiram minimizar os conflitos gerados
pelas sujeiras dos cachorros, mantendo o bem-
-estar comum. Eles instalaram o dispenser e,
com os saquinhos oxibiodegradáveis, conse-
guem preservar a limpeza dos espaços de for-
ma sustentável.
“Nos condomínios, o produto fica locali-
zado próximo aos elevadores ou na portaria,
para facilitar a retirada
dos saquinhos pelos mo-
radores que saem para
passear com os cachor-
ros”, explica Gomes. “O
produto não beneficia
apenas os donos de ani-
mais, mas todos os mo-
radores do condomínio
e do bairro, que podem
conviver com ambientes,
calçadas e ruas mais lim-
pas”, acrescenta o dire-
tor comercial.
Além de conscien-
tizar os condôminos, é
preciso pensar além do
condomínio e trabalhar
com a educação de um
bairro e uma cidade inteira. Não adianta ape-
nas os moradores fazerem a sua parte se o vizi-
nho continua sujando. O mau exemplo infeliz-
mente é mais seguido do que as boas atitudes.
Com o pensamento de “se ele faz, eu também
posso fazer”, a cidade vai ficando suja e conta-
minada.
Uma atitude simples de separar sacolinhas ou
pedir a instalação do dispenser na portaria do con-
domínio pode fazer a diferença no bem-estar de um
bairro inteiro. Até porque, não é somente outra pes-
soa que pode pisar no coco do cachorro, a vítima
pode ser também quem não recolhe. E aí, vai brigar
com quem? Não dá para exigir algo de outra pessoa
quando você também não dá o exemplo.
Pequenas atitudes podem garantir mais do que
uma boa convivência. Elas podem trazer saúde e
melhoria na qualidade de vida de todo mundo. Nin-
guém é obrigado a olhar para o chão e desviar do
coco que fica ali.
Só para efeitos de comparação, na cidade de Nova York, nos Estados Unidos, a multa para os responsáveis pelos cachorros, que não retiram os dejetos de seus animais das vias públicas, é de 100 dólares
Capa
18 Portal dos Condomínios . Set/Out 2012
Carlos José Silva Borges
Comunicação
Colégio Divino Salvador
Novamente, vale recorrer ao tema dos
Cursos Técnicos, pois é um assunto de extrema
importância na atualidade e no futuro dos jo-
vens da nossa região.
Por enquanto, vamos analisar a diferença
entre o Ensino Médio e o Curso Técnico com
Ensino Médio.
A questão não é e nunca será descobrir
qual opção é a melhor. Cada caso indica uma
tendência. É preciso primeiro que o jovem en-
tenda a importância de pesquisar as profissões
com antecedência e encontrar a sua preferên-
cia. A partir daí, saberemos se o ideal é passar
pelo Ensino Médio ou pelo Curso Técnico.
Quando o jovem já tem uma dimensão
da carreira que deseja seguir e essa linha se
enquadra em Cursos Técnicos oferecidos na
médio ou técnico?
região - e esse jovem tem o interesse de entrar
o mais rápido possível no mercado de trabalho
- optar pela formação profissionalizante é o
mais indicado.
Vale ressaltar que a região e principalmente
Jundiaí estão passando por um aumento ex-
ponencial de vagas de alto rendimento. Mais
ainda: as empresas já estão (realmente) com
dificuldades de encontrar mão de obra quali-
ficada. No entanto, ainda encontramos muitos
jovens perdidos, sem saber o que fazer, bus-
cando emprego... Que estranho, não é? O que
está acontecendo?
O problema é que há pessoas que estão
descobrindo um pouco tarde, nos anos iniciais
da faculdade ou até depois de formados, que
deveriam ter optado por um Curso Técnico,
pois já estariam no mercado e, consequente-
mente, melhor encaminhados na carreira. Hoje
em dia as empresas estão contratando cada
vez mais jovens, tanto pela questão salarial,
como também pela oportunidade de formar
profissionais conforme a ideologia da insti-
tuição. Começar cedo vem fazendo a
diferença!
Já a vantagem do En-
sino Médio é, obvia-
mente, a carga maior
dos conteúdos ex-
igidos no vestibular e também nas matérias
de formação humana. Ou seja, por mais que
haja uma boa programação de Ensino Médio
em um Curso Técnico, cursar apenas o Médio
pode sim preparar melhor para superar os mel-
hores vestibulares. Quando a profissão do seu
interesse só está disponível na universidade ou
o seu foco agora é uma formação mais ampla
em educação básica e não em trabalhar nessa
carreira pelos próximos anos, o Ensino Médio é
o caminho ideal!
Pense bem no seu presente e no seu fu-
turo! É lógico que há exceções para quase tudo
na vida e a gente, com dedicação, pode sempre
mudar o nosso rumo. Mas se você já tiver um
sonho, analise bem e siga a sua escolha com
muito empenho!
O tempo está cada vez mais valioso...
Não perca o seu!
EDUCAÇÃO
19Portal dos Condomínios . Set/Out 2012
20 Portal dos Condomínios . Set/Out 2012
a Festa do síndico vem aí
Por Rodrigo Góes
A região de Jundiaí vai ganhar um evento
especial em homenagem ao Dia do Síndico. No
próximo dia 28 de novembro a Proempi e o Se-
covi realizarão, com apoio da revista Portal dos
Condomínios, a 1ª Festa do Síndico, um grande
evento para comemorar o progresso nas ativida-
des do mercado condominial em 2012.
A festa será de gala, com direito a jantar,
Evento
stand up, banda show e sorteio de brindes, e
acontecerá no Espaço Monte Castelo, reserva-
do apenas aos síndicos, presidentes de associa-
ção de moradores, administradores e empre-
sários do setor.
O objetivo da 1ª Festa do Síndico é unir
ainda mais o setor condominial, ação esta
já proposta pela Proempi desde o final de
2011 quando foi lançado o Conselho de
Síndicos, que visa analisar as necessidades
em comuns dos condomínios na região de
Jundiaí.
O encontro terá também um caráter
social, pois para a retirada dos convites,
o síndico e seu acompanhante deverão
levar uma lata de leite em pó, que será doada a
uma instituição de caridade a definir. Os ingres-
sos deverão ser retirados obrigatoriamente na
sede da Proempi, localizada no Edifício Nino Pla-
za, na Rua Abílio Figueiredo, 92, conjunto 83, em
Jundiaí-SP.
Durante mais de 60 dias uma equipe orga-
nizadora da Proempi, juntamente com a revista
Portal dos Condomínios, reuniu para definir o
melhor formato para este evento. A escolha de
um jantar, com show de stand up e apresentação
de banda se deu para fugir dos atuais padrões de
eventos de condomínios na região de Jundiaí. O
objetivo é celebrar o Dia do Síndico com alegria
e descontração. Por esse motivo, está sendo pre-
parada uma apresentação divertida de stand up
com assuntos relacionados aos condomínios e
seus causos mais marcantes.
O local escolhido também foi determinan-
te para a realização do evento. O Espaço Monte
Castelo é uma das principais referências, assim o
a escolha do buffet foi criteriosamente definida
para oferecer uma festa de qualidade. Para abri-
lhantar ainda mais a noite (o evento ocorrerá a
partir das 19h), será realizada uma apresentação
de banda show, aqueles grupos que fazem per-
formance e animam até os mais tímidos!
O Portal dos Condomínios fará a cobertura
do evento, trará na próxima edição todas as fotos
e também disponibilizará em sua fan page, no
Facebook, todos os momentos marcantes da 1ª
Festa do Síndico.
A 1ª Festa do Síndico servirá para comemorar
os 20 anos de atividades da LGM, que é Patroci-
nadora Master do evento. A empresa é uma das
21Portal dos Condomínios . Set/Out 2012
referências em prestação de serviços para con-
domínios e também tem uma forte presença em
alarmes e monitoramento.
Três das principais administradoras de condo-
mínios da região de Jundiaí estarão apoiando o
evento. Impacto, Móbile e Cortizo, que juntas so-
mam grande parte da administração condominial
da cidade, aceitaram em retribuir toda a confian-
ça depositada pelos síndicos no trabalho que vem
sendo realizado há anos.
Duas grandes empresas também já fazem
parte do quadro de patrocinadoras (Quota Dia-
mante): a Ultragaz, que tem a exclusividade de
exposição no segmento de Gás, e a Braseg, for-
necedora de produtos de CFTV, alarmes e portões
eletrônicos, entre outros.
A 1ª Festa do Síndico também é uma exce-
lente oportunidade para fazer divulgação. Isso
porque o evento contará com a presença de 400
pessoas, com expectativa de pelo menos 150
síndicos. As vagas são limitadas e a exposição
é atrativa. Os interessados em participar deste
evento como patrocinador devem entrar em con-
tato com a secretaria da Proempi, através do tele-
fone: 11 4586-3535.
a Festa do síndico vem aí
22 Portal dos Condomínios . Set/Out 2012
ACONTECE
programe-se. evento em 2012
cursos, ainda há vagas
de olho nos parquinhos
Por Rodrigo Góes
Além da primeira Festa do Síndico, outro
evento marcante para o mercado condominial da
região de Jundiaí e que já se tornou referência é
o Portal Debate, uma realização da revista Portal
dos Condomínios.
Com formato diferenciado, com apresenta-
ção dos palestrantes e grande espaço para per-
guntas e respostas, a edição 2013 promete mui-
Por Rodrigo Góes
Aproveite a oportunidade de profissionalizar
o seu condomínio. Últimas vagas.
1 – Noções de Zeladoria
Conteúdo: Conceitos sobre condomínios;
Atribuições e responsabilidade do zelador; Rela-
ções interpessoais; Portaria e segurança patrimo-
nial; Serviços gerais: limpeza e conservação, trata-
mento de piscinas, estacionamento e jardinagem.
Carga Horária: 24h
Certificação SENAI: 75% de presença e 50%
de rendimento
Investimento:
Associados Proempi: R$ 150,00.
Por Vivian Lourenço
Balanço, escorregador e gira-gira; impossível
não ver uma criança com os olhinhos brilhando
nesses brinquedos, tão comuns nos parquinhos.
Mas os pais sabem quem fiscaliza os equipamen-
tos da brincadeira da molecada? E não é raro en-
contrar os equipamentos dos parques em mau es-
tado de conservação, que certamente trazem um
risco para os pequenos.
No dia 4 de setembro, na sessão ordinária da
Câmara Municipal de Jundiaí, os vereadores apro-
varam a Moção nº. 222/12, de autoria da verea-
dora Ana Tonelli. A moção trata da fiscalização de
brinquedos em parques, escolas e diversos outros
estabelecimentos. A intenção é exigir vistorias
anuais, conforme projeto que tramita na Assem-
tas novidades. E para garantir uma vaga especial
de exposição da sua marca aos síndicos, subsín-
dicos, conselheiros, moradores de condomínios,
presidentes de associação de moradores e ad-
ministradores, entre em contato com a revista o
quanto antes: 11 4522-2142 ou portaldebate@
portaldebate.com.br
Para saber como foram as edições passadas,
acesse: www.portaldebate.com.br
bleia Legislativa.
O texto nada mais é do que um apoio ao
Projeto de Lei n.º 514/2012, do Deputado Es-
tadual Roberto Massafera, que fala sobre a
exigência de vistoria anual com laudo técnico
acompanhado da respectiva via da Anotação de
Responsabilidade Técnica (ART) para utilização
de brinquedos em parques infantis de educação
infantil, ensino fundamental público ou privado,
bufês, parques públicos, de diversão, condomí-
nios, hotéis, clubes e similares.
Então, a partir de agora fique de olho, e an-
tes de deixar seu filho brincar no parquinho da
rua ou do condomínio, exija a vistoria ou a ART
dos brinquedos. A segurança tem que vir sempre
em primeiro lugar.
Não Associados: R$ 240,00
2 – Auxiliar de Eletricista
Conteúdo: Conceitos sobre auxiliar a execu-
ção de instalações elétricas residenciais, públicas,
comerciais e industriais de acordo com normas
técnicas, ambientais, de qualidade e de seguran-
ça e saúde do trabalho.
Carga Horária: 40h
Certificação SENAI: 75% de presença e 50%
de rendimento
Investimento:
Associados Proempi: R$ 200,00
Não Associados: R$ 290,00
23Portal dos Condomínios . Set/Out 2012
24 Portal dos Condomínios . Set/Out 2012
UTILIDADES DOMÉSTICAS
25Portal dos Condomínios . Set/Out 2012
26 Portal dos Condomínios . Set/Out 2012
ARTIGO
o que o vinho tem a
ver com os condomínios?
E você deve estar dizendo: então me expli-
que!
Há dez anos, conversava com um conceituadís-
simo enólogo chileno e um dos melhores do mun-
do. Para nós do mundo do vinho é um momento
de êxtase, haja vista é como se estivéssemos ao lado
de uma figura mítica tal o deslumbre.
Indaguei-o sobre como deveria ser maravilho-
so um enólogo chegar ao ápice da sua profissão,
fazer o que gosta, viajar pelo mundo a trabalho
em busca de novos conhecimentos, dar palestras,
aulas, encantar as pessoas apaixonadas pelo vinho
etc.
Qual foi minha surpresa quando ele me inter-
rompeu com a seguinte frase:
“A coisa mais bonita do vinho são os amigos
que ele lhe proporciona”.
Uma irrefutável verdade.
Traremos essa frase para o dia a dia de um con-
domínio. Por vários motivos, seja pelo tamanho do
condomínio, ausência das pessoas devido o traba-
lho, comportamento introspectivo, morador recém
chegado, entre outros, fazem com que deixem de
se conhecerem melhor, abstendo-se ao simples
bom dia no elevador, ou na caminhada quando o
condomínio tem esse espaço.
Agora, imagine você meu caro amigo leitor que
está inserido no cenário acima exposto, receber
um convite para participar de uma degustação de
vinhos de um determinado país ou vários países, no
salão de festas do seu condomínio, acompanhada
de uma pequena palestra explicativa e informações
técnicas das vinícolas e dos vinhos a serem degus-
tados!
No final do ano então, ahhh que beleza, com o
espírito festivo das festas nos tomando conta, nada
mais alegre do que uma degustação de espuman-
tes nacionais, que nos dias atuais, tão bem estão se
posicionando no mercado mundial! Concorda que
a timidez pedirá licença para se retirar ou, aquele
morador sisudo que você imaginava ser, na realida-
de é um contador de piadas, ou aquela moradora
que diziam ser uma chata, mas verá que não é tão
chata assim, enfim, às vezes tudo muda pela sim-
ples oportunidade de estarem ali, juntos, degustan-
do vinhos e se conhecendo melhor.
Por tudo isso, associado ao prazer e à saúde
quando tomado com parcimônia, essa bebida mi-
lenar também tem essa propriedade de unir as pes-
soas, basta definir o tema, os vinhos, se espuman-
tes, brancos, roses ou tintos, e harmonizá-los com
uma comidinha.
Crie uma Confraria em seu condomínio, assim
haverá mais um grande momento de prazer na sua
vida, enaltecendo que, vinho é cultura, exageros à
parte, a oitava arte. Carpe Diem.
Muito Obrigado e até uma próxima oportuni-
dade!
Sou o Adilson Pilot, profissional do Mundo do
Vinho, e coloco-me inteiramente à disposição para
os que se interessarem sobre o assunto.
adilson@pilotvinhos.com.br
11 99118-9555 / 11 7602-7033
muita coisa
27Portal dos Condomínios . Set/Out 2012
28 Portal dos Condomínios . Set/Out 2012
BEM-ESTAR
de lixo a nutrientePor Vivian LourençoAs plantas alegram qualquer ambiente. Dificil-
mente você verá uma residência com ar triste que
contenha uma planta ou flor; por menor que seja
um vaso ele já é capaz de fazer uma verdadeira
transformação em qualquer pessoa. E se nós preci-
samos de alimento para suportar as dificuldades do
dia a dia, imaginem as plantas, que dependem to-
talmente dos donos para sobreviver?
Um dos itens principais para a manutenção das
plantas, além de dispensar alguns minutos de cui-
dado e água, é uma boa terra adubada. Compostos
artificiais podem até resolver o problema, mas por-
que gastar se há como conseguir adubo reciclando
os alimentos que não servem mais. O que não te
serve, pode se tornar, de forma simples, um excelen-
te método de nutrição para as suas plantas.
Muitos podem torcer o nariz por causa do adu-
bo orgânico fabricado em casa, parte pelo cheiro,
parte por não saber como proceder corretamen-
te para ter um composto eficaz. Há duas opções:
comprar uma composteira (na qual se preparará o
adubo) ou fabricar uma de forma simples, porém
eficiente; é nela que será realizada a compostagem.
Compostagem é um processo biológico atra-
vés do qual microrganismos naturais e presentes no
meio ambiente “atacam” o lixo, reduzindo (muito)
seu volume. Ele será decomposto em partículas mui-
to pequenas e isentas de agentes nocivos, transfor-
mando-no em um material estável, fertilizante e be-
néfico ao meio ambiente.
O processo é básico e muito simples. Para resu-
mir, você precisará separar o lixo orgânico rico em
nitrogênio e misturá-lo a restos vegetais ricos em
carbono. A mistura irá gerar o composto orgânico.
Segundo o diretor da Agroambiental, Luiz
Henrique S. Carvalho, o material necessário para
construir uma composteira são duas caixas plásti-
cas (aquelas que se acham em feiras), dois metros
de tela sintética de jardim e uma pá ou garfo de jar-
dinagem. Para construir a composteira, primeiro é
necessário forrar as caixas com a tela. “Para fixar a
tela, você pode costurá-la nas bordas, aproveitando
que a caixa tem vários furinhos, ou prender com um
arame ou elástico. Procure não deixar espaços entre
a tela e a caixa para que o lixo fique com seu peso
apoiado sobre a caixa e não fique forçando a tela.”
É importante ter em mente que a proporção
do lixo deve obedecer a uma simples regra, que são
duas partes de carbono para uma parte de nitro-
gênio (no blog do Portal tem a tabela dos lixos que
liberam esses dois gases). “Funciona como a alimen-
tação das pessoas: nós comemos (ou deveríamos
comer) uma pequena porção de proteínas e uma
porção maior de fibras e carboidratos”.
O passo seguinte é forrar o fundo da compos-
teira com restos secos de jardinagem ou lixos como
papéis, guardanapos, serragem e outros. Depois, é
necessário depositar o lixo “úmido” por cima. Por
fim, se for possível, cubra com um pouco de folha-
gens secas.
Se você fez tudo direitinho, depois de dois me-
ses já não será possível identificar nenhum tipo de
lixo ou restos vegetais. “Tudo vai estar com um as-
pecto bastante homogêneo, com exceção de ga-
lhos, espigas de milhos ou caroços muito grandes.
Esses você pode separar e jogar em uma compostei-
ra nova. Depois de mais uma rodada eles certamen-
te desaparecerão”.
Depois de pronto, basta acrescentá-lo em qual-
quer tipo de planta, já que sua origem vegetal fun-
ciona como complemento do solo, e o seu lixo dos
últimos meses vai embora de uma maneira limpa e
100% orgânica. Além de colaborar com o meio am-
biente, diminuindo o que vai para os aterros sanitá-
rios, você ainda cuida das suas plantas.
Para saber se o composto está ideal, Luiz passa
algumas dicas. “O composto deve ter uma tempera-
tura morna, sinal de que as reações químicas estão
acontecendo. Se estiver muito quente significa que
está fermentando demais e os microrganismos estão
morrendo”.
Porém, se estiver muito fria não chega a ser um
problema, porém vai demorar mais para a decom-
posição total. Nesse caso é provável que faltem lixos-
-nitrogênio. “O composto deve ter uma textura mais
homogênea possível. Procure triturar um pouco os
lixos antes de jogá-los na composteira”. Se estiver
embolado e pegajoso não é muito bom. Nesse caso,
remexa com mais frequência. Agora, se estiver afo-
fado é um bom sinal.
Depois de um tempo, é claro que sua com-
posteira começará a ficar com a capacidade lotada.
Quando isso acontecer, finalize com uma boa ca-
mada de folhas secas e deixe descansar por 60 dias,
revirando uma vez por semana. Enquanto isso pode
começar o mesmo processo com a outra caixa, que
está vazia.
Luiz também explica que alguns problemas com
a composteira podem surgir, mas há solução para
eles. “Se ela estiver muito úmida e você remexer o
conteúdo e ele parecer um ‘pudim de lixo’, é porque
está faltando lixo tipo Carbono [C], que é a “massa”.
Coloque mais restos secos de jardim, ou serragem,
ou jornal picado”.
Agora, se ela estiver apresentando mau cheiro,
é porque você colocou muito lixo tipo nitrogênio.
“Novamente, capriche em coisas do tipo Carbono.
Borra e filtros de café também ajudam. Lembre-se,
essa é uma compostagem aeróbica, bem ventilada,
e por isso não deve apresentar cheiro algum!”
E quando vai ser a hora de colocar as minho-
cas? “Quando o conteúdo estiver a meia-vida, ou
seja, com os restos já semidecompostos é a hora
certa”. Para isso, você vai precisar afofar bem o ma-
terial deixando-o o mais homogêneo possível. De-
pois, cave um buraco a meia profundidade da cai-
xa e deposite ali as minhocas. Numa caixa com 20
quilos, 200g de minhoca já são o suficiente. Tampe
tudo e cubra toda a superfície com palha ou outros
restos vegetais secos. Depois, cubra com uma lona
preta e por fim, cheque uma vez por semana a tex-
tura do composto, remexendo com cuidado.
Pronto, de maneira simples e eficiente você aju-
da o meio ambiente, evitando o acumulo de lixo nos
aterros sanitários e ainda economiza com os cuida-
dos com a planta, oferecendo a ela uma nutrição
mais eficiente e sem compostos artificiais.
Veja em nosso blog qual o lixo que serve ou não serve para a composteira. Acesse:
http://portaldoscondominios.
wordpress.com/
29Portal dos Condomínios . Set/Out 2012
30 Portal dos Condomínios . Set/Out 2012
Desde que sua
irmã faleceu, Dona Chica
ouve barulhos no prédio,
conversas, brigas, latidos de
cachorros e outras coisas mais.
Porém quem sofre com os barulhos
de Dona Chica é o síndico que tem que ouvir suas
reclamações e muitas vezes buscar soluções onde não há
problemas.
Naquela segunda-feira de dia nublado, um verdadeiro dia
londrino, Dona Chica encontrou o síndico e o zelador no eleva-
dor, sem pestanejar retirou da bolsa, quatro reclamações de
seus vizinhos que incomodavam seu sonho praticamente toda
a semana, exigindo das autoridades do prédio, providências
urgentes contra o barulho.
O primeiro pedido foi esclarecido no ato, o apartamento
de cima fazia muito barulho, os vizinhos arrastavam os móveis
por toda noite, incomodando Dona Chica. O apartamento que
tanto barulho faz toda noite está desocupado há mais de seis
meses, esperando seus proprietários se mudarem de volta ao
Brasil depois de mais uma temporada na Europa.
O segundo é de um cãozinho vira-lata do apartamento
82 que, conforme Dona Chica, late sem parar quando seus
donos saem para o trabalho. Esta missão foi dada ao zelador
que visitou o apartamento tocando a companhia por várias
vezes e nenhum latido ou sinal de cachorro no apartamento.
Pelo interfone foi avisado pelo morador que o pobre cãozinho
faleceu há quatro meses e de velhice, sendo que há muito tempo
não tinha forças nem para latir. Alarme falso.
O terceiro era um jogo de truco todas as quarta-feira, que
começava antes da 22h e ia até perto da meia noite. O apar-
tamento era de um casal sem filhos e que raramente recebia
visitas. Como poderia toda quarta ter jogatinha em pleno meio
de semana? O síndico foi averiguar e o jogo realmente acon-
tecia, somente nos intervalos jogo de futebol na TV em uma
propaganda de cerveja e, por cima, com o volume normal, nada
de exagero na cerveja e no barulho.
O quarto pedido vinha do apartamento 69, onde dona Chica
afirmava que a moradora negociava jóias e sempre recebia
sua clientela masculina fazendo um barulho muito esquisito
durante o dia e parte da noite. Esta o síndico foi averiguar se
o comercio existia, porém a jóia era outra. Sua clientela era
sempre homens de meia idade e nunca levavam a mercadoria
para casa, no máximo saiam com os cabelos molhados, mesmo
não havido chuva naquele dia. O síndico passou a fazer visitas
periódicas ao apartamento 69, sempre às quintas e o zelador
aos sábados pela manhã, porém, com todo cuidado para não
incomodar ninguém, principalmente Dona Chica.
Por Dr. José Miguel Simão Advogado e cronista
CRÔNICA
os quatro pedidos de dona chica
Ilustração: Rafael Godoy.
31Portal dos Condomínios . Set/Out 2012
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