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RELATÓRIO FINAL DAS VISITAÇÕES AOS HOSPITAIS PÚBLICOS
COM OBRAS ABANDONADAS OU INACABADAS NO MUNICÍPIO DE
FORTALEZA
Em meio aos desafios inerentes à saúde pública no âmbito do
Estado do Ceará, a Ordem dos Advogados do Brasil – Secção Ceará,
entidade legitimamente pautada na defesa da Constituição, da ordem
jurídica do Estado Democrático de Direito, dos Direitos Humanos e da
Justiça Social, através de sua Comissão de Saúde, valendo-se de suas
prerrogativas, deliberou pela realização de visitas a unidades
hospitalares públicas com obras em anexo abandonadas ou
inacabadas.
Em 2010, esta Comissão de Saúde, também em parceria com a
Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde Pública – MP/CE e as demais
entidades do Controle Social da Saúde, realizaram visitações a todos os
hospitais da rede pública localizados no município de Fortaleza,
pertencentes à rede municipal, estadual e federal e, dentre outros
fatos, observou a existência de dois hospitais com obras em anexo
abandonadas, uma outra unidade hospitalar com obra paralisada e um
terceiro hospital com obra em andamento.
Ao final destas visitações, foi realizado o “I Fórum de Saúde e
Direito: Analisando a Saúde no Ceará”. Após dois dias de realização do
fórum, com a participação das entidades e órgãos visitantes, dos
Secretários de Saúde do Estado e do Município, profissionais de saúde,
profissionais do direito, gestores públicos, Poder Legislativo e
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Executivo, foi elaborada uma carta propositiva denominada “I Carta de
Fortaleza”, a qual continha, dentre outras recomendações, a de que os
gestores se abstivessem de iniciar a construção de novas obras de
hospitais enquanto não concluíssem as obras iniciadas e realizassem
também uma reforma estrutural nos hospitais, além de que deveriam
contratar profissionais de saúde, mediante realização de concurso
público com vínculo estatutário, para que completassem todas as
equipes.
Com este foco, diante de inúmeras reclamações e denúncias
feitas a esta Comissão de Saúde de que, apesar de passados seis anos,
pouco ou quase nada foi feito em relação ao estado de conservação e
reforma dos hospitais, esta Comissão de Saúde da OAB/CE deliberou,
em parceria com o Ministério Público Estadual do Ceará, em realizar
visitações aos quatro hospitais que tinham obras abandonadas e
inacabadas, convidando, para tanto, os seguintes órgãos e entidades da
área da saúde para acompanharem as referidas visitações:
1. Procuradoria da República no Ceará - MPF
2. Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE/CE)
3. Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Ceará
(TCM/CE)
4. Ministério Público de Contas do Estado do Ceará
5. Tribunal de Contas da União no Ceará
6. Defensoria Pública da União no Ceará
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7. Núcleo de Defesa Saúde da Defensoria Pública Geral do
Estado do Ceará
8. Comissão de Seguridade Social e Saúde da Assembléia
Legislativa do Ceará
9. Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Fortaleza
10. Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará –
CREMEC
11. Conselho Regional de Enfermagem – COREN/CE
12. Conselho Regional de Farmácia – CRF/CE
13. Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional –
CREFITO 6 – Ceará
14. Conselho Regional de Nutricionistas da 6ª Região
15. Conselho Regional de Odontologia – CRO/CE
16. Conselho Estadual de Saúde do Ceará
17. Conselho Municipal de Saúde de Fortaleza
18. Associação Médica Cearense - AMC
19. Sindicato dos Médicos do Ceará
20. Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Estadual
do Ceará
21. Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos do
Município de Fortaleza (SINDFORT)
22. Sindicato dos Trabalhadores no Serviço de Saúde de
Fortaleza (SINTSAF)
23. Célula de Vigilância Sanitária de Fortaleza – CEVISA
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24. Vigilância Sanitária do Ceará – VISA/CE
25. Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do Ceará –
COOPANEST
26. Cooperativa dos Pediatras do Ceará – COOPED/CE
27. Centro de Apoio Operacional da Defesa do Patrimônio
Público e da Moralidade Administrativa
Tais visitas tiveram como metodologia a inspeção in loco dos
hospitais Nossa Senhora da Conceição, Hospital Distrital Maria José
Barroso de Oliveira (Frotinha de Parangaba), Hospital Distrital
Gonzaga Mota da Barra do Ceará e Hospital e Maternidade Dra. Zilda
Arns Neumann (Hospital da Mulher), bem como a inspeção das obras
em anexo a estes citados hospitais, levando em consideração os
seguintes parâmetros: a estrutura hospitalar; os
materiais/equipamentos e medicamentos ofertados; o acesso e
qualidade do atendimento prestado e os recursos humanos
disponíveis, fazendo relação entre o quantitativo de profissionais de
saúde disponíveis e a demanda do hospital, bem como as
especialidades médicas ofertadas e disponíveis.
Podemos constatar o estado de superlotação nos três hospitais
da atenção secundária, quais sejam, o Hospital Nossa Senhora da
Conceição; Hospital Distrital Maria José Barroso de Oliveira (Frotinha
de Parangaba) e o Hospital Distrital Gonzaga Mota da Barra do Ceará,
sendo que o Frotinha de Parangaba fugia aos limites da razoabilidade e
do aceitável, enquanto que no quarto hospital visitado, o Hospital e
Maternidade Dra. Zilda Arns Neumann (Hospital da Mulher),
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encontramos uma subutilização de uma tremenda e magnífica
estrutura hospitalar que, caso funcionasse em sua plenitude, não
restam dúvidas de que trariam benefícios imensuráveis à comunidade.
Registre-se, de pronto, que referida subutilização ocorre por culpa
única e exclusiva da falta de profissionais de saúde, vez que, desde a
sua inauguração, o município de Fortaleza nunca realizou concurso
público para o Hospital da Mulher, restringindo-se a remover médicos
de outras unidades já tão carentes e também deficientes de
profissionais de saúde.
A exemplo do que fora constatado em 2010, a situação do
Hospital Distrital Frotinha de Parangaba continua distorcendo dos
demais hospitais secundários, notadamente pela precariedade no que
diz respeito a qualidade e eficiência no atendimento emergencial, no
qual encontramos no momento da visita cerca de 67 pacientes alojados
em um mesmo espaço físico, em um grande galpão com más condições
de ventilação, todos mal acomodados em macas, homens e mulheres
vizinhos, inclusive com pacientes de idade avançada, como a que nos
deparamos, que tinha 87 anos e foi por nós flagrada sendo-lhe feito
asseio à frente de todos, em um nítido desrespeito às garantias
constitucionais à vida, à saúde e à dignidade da pessoa humana.
Em todas as unidades visitadas, restou patente a deficiência do
número de médicos para atendimento da demanda, com equipes
incompletas, levando a uma sobrecarga de trabalho. Não restam
dúvidas de que as más condições de atendimento, associadas às
dificuldades de acesso às consultas especializadas, cirurgias,
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internamentos e leitos de UTI, facilitam e estimulam a crescente
judicialização das relações sociais entre o cidadão e o Estado e/ou
profissionais de saúde.
A inobservância do princípio fundamental da dignidade
humana foi um fato observado em todos os hospitais visitados, à
exceção do Hospital da Mulher, muito embora a insatisfação na demora
do atendimento fora constatado em todos os hospitais visitados.
Nos hospitais Nossa Senhora da Conceição e no Gonzaguinha da
Barra foi notório o extraordinário número de mulheres grávidas que
ali estavam em busca de assistência ao parto, oriundas em sua grande
maioria do município de Caucaia, fragilizando a prestação dos serviços,
posto a inércia dos gestores da grande região metropolitana de
Fortaleza, que não priorizam a saúde e nem primam pelo bem maior
que é a vida.
Das obras visitadas, todos tinham peculiaridades próprias.
No Frotinha de Parangaba, encontramos uma obra em anexo
com cerca de 90% de conclusão, restando muito pouco a fazer, salvo
alguns reparos na obra em virtude de grandes vazamentos e goteiras
existentes nas salas de UTI em virtude da falta de manutenção na obra,
que certamente está sofrendo desgaste do tempo, não se olvidando
ainda da ação dos vândalos que já iniciaram, mesmo que de forma
lenta, o processo de depenação da obra, visto que tais obras não têm
nenhum sistema de vigilância.
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No Hospital Nossa Senhora da Conceição, ressalta aos olhos o
fato da obra já estar praticamente conclusa e não ter móveis e nem
aparelhamento.
No Hospital Gonzaguinha da Barra, encontramos situação
inédita, posto que nos deparamos com três obras abandonadas. A
primeira obra, a mais antiga, havia sido feito somente o alicerce; a
segunda obra mais antiga, com apenas 40% da obra realizada, já se
encontrava com aparentes sinais de comprometimento da estrutura,
com graves vazamentos pelas paredes e tetos, vez que estava chovendo
no momento da visita. A terceira obra, um pouco mais conservada e
avançada que a segunda obra relatada, com aproximadamente 60% da
obra conclusa, também apresentava problemas de vazamentos no teto
e paredes, embora estivesse com uma estrutura bem mais conservada
que a segunda obra.
No Hospital da Mulher, encontramos uma estrutura de primeira
qualidade, de excelência, muito bem dividida e muito bem
dimensionada, apesar da mesma estar sendo subutilizada em virtude
da deficiência no número de servidores. Neste hospital, chamou a
atenção o fato de, apesar do mesmo estar sendo subutilizado, ainda
existiam duas obras em andamento, sendo uma em seu estado inicial
de fundição e a outra obra, bem maior e bem mais avançada, com
finalidade de construção de mais aproximadamente 70 novos leitos.
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Feitas as considerações gerais, passamos a elencar abaixo os
principais pontos fracos e os principais pontos fortes dos hospitais
visitados.
RECURSOS HUMANOS
Pontos negativos
1. Número insuficiente de profissionais de saúde, em todas as
categorias da área da saúde, com evidente desconformidade com a
demanda existente;
2. Vínculo empregatício precário, em torno de 60% a 70%
(terceirizados, cooperativas e RPA);
3. Equipes incompletas (falta de médicos, enfermeiros, técnicos de
enfermagem, fisioterapeutas, nutricionistas, farmacêuticos);
4. Desqualificação técnica de profissionais contratados com vínculo
precário, sem critério de seleção;
5. Não realização adequada dos procedimentos operacionais
padrão (POP’s), gerando insegurança no desempenho das funções,
com possíveis acidentes pessoais e coletivos, podendo comprometer
a segurança do paciente;
6. Desumanização no atendimento ao paciente em algumas
unidades;
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7. Falta de compromisso com a implantação e monitoramento da
política de humanização do SUS;
8. Constatação da ausência de alguns gestores locais no início da
visita, o que pode dificultar o processo de gerenciamento da
unidade;
9. Foi percebido que, em determinadas unidades hospitalares,
alguns diretores extrapolam as suas funções diretivas,
sobrecarregando-se em atendimento de demanda reprimida em
consultas, cirurgias e auxílios cirúrgicos, a exemplo do Hospital
Distrital Frotinha de Parangaba;
10. Deficiência na realização do acolhimento;
11. Falta de profissionais adequados para realização da classificação
de risco;
12. Falta de segurança nas unidades hospitalares, pondo em risco a
integridade física e moral dos servidores de todas as unidades
visitadas;
13. Insatisfação por parte dos servidores contratados com vínculo
precário na relação de trabalho;
14. Subutilização de salas de cirurgias por deficiência no quadro de
pessoal e de equipamentos de anestesia necessários, ocasionando
demanda ainda mais represada;
15. Ausência de profissional médico para dar assistência pós-
anestésica integral nas Salas de Recuperação do Centro Cirúrgico,
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com exceção do Hospital da Mulher em que encontramos um médico
anestesista;
16. Existência de escalas incompletas e insuficientes;
17. Falta de atualização, de capacitação e de treinamento dos
profissionais dos níveis médio, superior médico e não médico;
18. Falta de uma política salarial definida (PCCS) para o nível médio
e nível superior não médico, o que certamente causa desestímulos
aos servidores;
19. Aumento da taxa de permanência hospitalar, com diminuição da
resolutividade, devido à deficiência do quantitativo de profissionais
médicos, cirurgiões e anestesistas, o que acarreta mais custos
financeiros para o Estado;
20. Falta de identificação dos funcionários através de crachás,
tornando vulnerável a segurança das unidades e a comunicação
entre servidores e usuários do SUS;
21. Nível de stress muito grande entre os servidores, gerando
muitas vezes conflitos nos relacionamentos não só entre os usuários
do SUS e os profissionais de saúde, mas também entre os próprios
servidores, propiciando uma má qualidade de vida dos servidores,
os quais, enquanto cidadãos, também têm direito a saúde.
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Pontos positivos
1. Compromisso pessoal de alguns profissionais de saúde em
atendimento a excessiva demanda, mesmo diante das circunstâncias
adversas no ambiente de trabalho, da forma de contratação e da
baixa remuneração;
2. Comprometimento e domínio de alguns gestores e dos
profissionais de saúde de maneira geral;
3. Existência de controle de registro de ponto por biometria em
todos os hospitais visitados;
4. Otimização de processos internos e dos espaços disponíveis;
5. Atendimento à população sem discriminação do município de
origem do paciente.
OBRAS ANEXAS
Pontos negativos
1. Presença em três unidades visitadas de obras abandonadas e
inacabadas, sendo duas com cerca de 90% de conclusão;
2. Obras servindo de depósito para equipamentos danificados e
material de reciclagem, facilitando o surgimento de ratos e baratas,
além de outros bichos peçonhentos, em razão da forma de
acondicionamento deste material;
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3. Presença de obra em andamento no Hospital da Mulher, sem
aprovação do Conselho Municipal de Saúde;
4. Constatamos e confirmamos, mediante depoimento dos diretores
das unidades, a existência de furto de luminárias, cantoneiras de
granito, portas e janelas em todas as unidades visitadas;
5. Ausência de manutenção e vigilância das obras inacabadas,
resultando em sucateamento por vândalos e pelo decurso do tempo;
6. Presença de aproximadamente 30 metros de muro derrubado,
voltado para um terreno baldio na obra inacabada do Frotinha de
Parangaba;
7. Presença de vazamentos e infiltrações em todas as obras
abandonadas, sem manutenção corretiva ou preventiva;
8. Presença de lixo jogado nas dependências da obra anexa do
Gonzaguinha da Barra do Ceará.
Pontos positivos
1. 90% de conclusão das obras do Frotinha de Parangaba e Nossa
Senhora da Conceição, com bom acabamento e bem dimensionadas;
2. Caso concluídas as quatro obras inacabadas, teríamos
aproximadamente 250 leitos a mais no município de Fortaleza,
sendo destes cerca de 70 leitos de UTI a mais.
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MATERIAL E ESTRUTURA FÍSICA
Pontos negativos
1. Falta de conservação corretiva e preventiva;
2. Instalações elétricas inadequadas, gerando riscos;
3. Falta de ventilação adequada nos ambientes de atendimento aos
pacientes;
4. Repouso dos profissionais de saúde em péssimas condições de
conservação;
5. Presença de mofo em enfermarias, banheiros, corredores, sala de
aerossol, de medicação e centro cirúrgico;
6. Salas de emergência e UTU subdimensionadas;
7. Salas de UTU ocupadas com pacientes graves;
8. Ausência de divisórias nas emergências;
9. Centro cirúrgico com revestimento das portas quebradas;
10. Azulejos e pisos quebrados em praticamente todos os setores
dos hospitais visitados, inclusive no centro cirúrgico;
11. Centro cirúrgico com parte do teto remendado e sem reboco;
12. Tubulação elétrica exposta no interior das salas de cirurgia;
13. Banheiros mofados, em mau estado de conservação e
manutenção, com uso comum por pacientes e acompanhantes,
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faltando porta papel-toalha, dispensador de sabão, água, sabão,
papel higiênico, louças e sanitários em mau estado de conservação e
higienização;
14. Ausência de dispensador de álcool em gel nos corredores das
unidades visitadas e, quando encontrados, estavam desabastecidos;
15. Extintores de incêndio vencidos e ausência de sinalização das
salas;
16. Na unidade Nossa Senhora da Conceição, observou-se a falta de
segurança na estação elétrica, localizada dentro do hospital,
incorrendo em risco de incêndio, considerando inclusive a falta de
ventilação naquele local;
17. Falta de limpeza e conservação no interior e nos arredores das
unidades hospitalares, com acúmulo de lixo comum inclusive nas
calçadas dos hospitais e entorno, como observado no Hospital
Gonzaguinha da Barra do Ceará;
18. Presença de insetos (baratas, moscas, mosquitos) em diversos
setores dos hospitais;
19. Presença de animais domésticos dentro das unidades
hospitalares, como gatos e cachorro;
20. Presença de matagal nas imediações das unidades hospitalares,
com a presença de poças d´água, servindo de criadouros para o
mosquito Aedes Aegypti;
21. Ausência de lençol (descartável ou não) nos ambulatórios;
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22. Ausência de laudos de potabilidade da água e certificado de
dedetização, bem como falta de controle da periodicidade de limpeza
da caixa d´água;
23. Inexistência de higienização dos garrafões de água e péssima
conservação dos bebedouros, com presença de ferrugens;
24. Em algumas unidades, não havia roupas de higienização e EPIs
para os trabalhadores de zeladoria, sendo presenciado o trânsito de
comida e lixo comum realizados pelo mesmo acesso;
25. No Hospital Nossa Senhora da Conceição, nos locais de
armazenamento dos alimentos, foi constatado, além destes gêneros,
a presença de bolsas dos funcionários, material de escritório (cola
branca) e material de construção (pregos);
26. Presença de alimento vencido no Hospital Nossa Senhora da
Conceição;
27. Cozinhas e refeitórios relativamente conservados, muito embora
mal dimensionados, causando transtorno nos horários de
alimentação de pacientes, funcionários e acompanhantes, com
situação mais agravada no hospital Frotinha de Parangaba, onde os
acompanhantes realizam o desjejum às 8:00h e o almoço às 14:30h.
Pontos positivos
1. Laboratórios bem equipados, bem estruturados e com bom
estado de conservação.
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EQUIPAMENTOS E MEDICAMENTOS
1. Presença eventual de medicamentos vencidos em duas
unidades hospitalares: Hospitais da Mulher e Frotinha da
Parangaba;
2. Frequente falta de medicamentos e insumos, com reposição
realizada entre hospitais, segundo informação de servidores e
gestores;
3. Salas de cirurgia sem funcionamento por deficiência de
recursos humanos, material e/ou equipamentos necessários;
4. Algumas salas de cirurgia sem condições de realização de
anestesia geral, por falta de equipamentos essenciais ao ato, o que
certamente diminui a capacidade de resolução do hospital;
5. Salas de recuperação e de emergência com número insuficiente
de respiradores mecânicos;
6. Presença de identificador de imagens novo, porém sem
funcionamento;
7. Ausência de ultrassonografia 24h em todas as unidades
visitadas;
8. Setor de Fisioterapia do Gonzaguinha da Barra do Ceará
subutilizado, com equipamentos sucateados e em sua maioria, com
15 a 20 anos de uso;
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9. No Gonzaguinha da Barra, a brinquedoteca estava servindo
como depósito de garrafões de água, denotando claramente desvio
de finalidade;
10. Aparelho de mamografia do Hospital da Mulher quebrado, sem
funcionamento há seis meses;
11. Retirada do único Tomógrafo do Hospital Nossa Senhora da
Conceição para o Hospital da Mulher, deixando aquela unidade sem
a realização dos exames;
12. Insuficiência do quantitativo de macas necessárias, levando à
retenção de macas do SAMU, interferindo no funcionamento deste;
13. No Hospital da Mulher, verificou-se aparelhos de última
geração com subutilização;
14. Aparelho de ultrassonografia inadequado no hospital Frotinha
da Parangaba para atendimento de pacientes com lesões de partes
moles;
15. Aquisição de alguns equipamentos novos de ultima geração,
alguns aguardando funcionamento;
É o Relatório.
Fortaleza/CE, 10 de junho de 2016.
COMISSÃO DE SAÚDE DA OAB – SECÇÃO CEARÁ
PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE DEFESA DA SAÚDE PÚBLICA DO
ESTADO DO CEARÁ – MP/CE
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CONSELHO ESTADUAL DE SAÚDE DO CEARÁ
CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE DE FORTALEZA
NÚCLEO DE DEFESA SAÚDE DA DEFENSORIA PÚBLICA GERAL
DO ESTADO DO CEARÁ
COMISSÃO DE SAÚDE DA CÂMARA MUNICIPAL DE
FORTALEZA
CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DO CEARÁ –
CREMEC
CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM – COREN/CE
CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA – CRF/CE
CONSELHO REGIONAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA
OCUPACIONAL DA 6ª REGIÃO – CREFITO 6 – CEARÁ
CONSELHO REGIONAL DE NUTRICIONISTAS DA 6ª REGIÃO
SINDICATO DOS MÉDICOS DO CEARÁ
SINDICATO DOS TRABALHADORES NO SERVIÇO PÚBLICO
ESTADUAL DO CEARÁ
SINDICATO DOS SERVIDORES E EMPREGADOS PÚBLICOS DO
MUNICÍPIO DE FORTALEZA (SINDFORT)
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