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REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA URBANA e INFRAESTRUTURA– 24/05/17 – 6º Seminário de Licenciamento e GestãoSocioambiental para Infraestrutura – ECOINFRA 2017

• Expositor: IVAN CARNEIRO CASTANHEIRO

Regularização Fundiária: Visãotradicional

• Conjunto de medidas visando regularização civil doimóvel

• Direito de Propriedade• Registro no Cartório de Registro de Imóveis

• Adequação do parcelamento irregular e dos lotes à leido parcelamento de solo

(Rosângela Staurenghi, Regularização Fundiária:Evolução Legislativa e Conceito.

Conceito Legal de RegularizaçãoFundiária (RF) – art. 8º da MP759/16• Conjunto de “medidas jurídicas, urbanísticas,

ambientais e sociais que visam à regularização denúcleos urbanos informais”

Regularização Fundiária (RF) eEstatuto das Cidades

• RF: instrumento jurídico e político da política urbana(art. 4º, inciso V, “q” da Lei 10.257/01)

• Instrumento da política Urbana: ordenar o plenodesenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir obem-estar de seus habitantes (art. 182 “caput” da CF)

Regularização Fundiária como diretrizgeral da política urbana (art. 2ºXIV, EC)

• regularização fundiária e urbanização de áreasocupadas por população de baixa renda mediante oestabelecimento de normas especiais de urbanização,uso e ocupação do solo e edificação, consideradas asituação socioeconômica da população e as normasambientais

Objetivos da regularização fundiária– EC – parte I• evitar lesão aos seus padrões de desenvolvimento

urbano• defesa dos direitos dos adquirentes de lotes• adequar os assentamentos ilegais ao modelo legal

ou ao ideal de cidade sustentável• contribuir para corrigir as distorções do crescimento

urbano e seus efeitos negativos sobre o meioambiente (art. 2º, IV)

Objetivos da regularização fundiária – EC – parte II

• SANEAMENTO (A CORREÇÃO) da situação ilegal(anômala), dividindo-se em:

• a) urbanístico (correção da situação física existente,isto é, quanto às vias de circulação,INFRAESTRUTURA, etc., exigindo investimentos doPoder Público);

• b) administrativo (regularização da situação doparcelamento perante os órgãos públicosadministrativos);

• c) civil (regularização da situação registrária e dodireito real de aquisição ou do domínio dosadquirentes).

Objetivos da regularização fundiária – EC – parte III• Integração da “cidade informal” à “cidade formal”,

Regularização Fundiária: Perspectivasocial

• benefício para a cidade• Atender expectativas da população diretamente beneficiada• Atender expectativas de toda a coletividade• A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende

às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas noplano diretor (art. 182, parágrafo 2o. da CF)

Requisitos da função social dapropriedade• exercício da propriedade em consonância com as

suas finalidades econômicas e sociais,PRESERVANDO-SE: flora, a fauna, as belezasnaturais, o equilíbrio ecológico e o patrimôniohistórico e artístico, bem como EVITADA APOLUIÇÃO DO AR E DAS ÁGUAS (Novo CÓDIGOCIVIL, art. 1228, parágrafo 1o.)

URBANISMO – Considerações econteúdo

• Não se faz urbanismo particular - cooperação das associaçõesrepresentativas no planejamento municipal (art. 29, XII, CF)

• Ciência multidisciplinar:– Exigência de conhecimento científico, técnico e artístico para fixar conceitos e

alcançar seus fins.– Atuação mediante normas de ordem técnica de planejamento e construção,

disciplinando, por exemplo,• REGRAS relativas:

UTILIZAÇÃO DO SOLO– forma do traçado urbano– distribuição dos espaços livres– Distribuição de áreas verdes– volume das edificações– articulação e a funcionalidade do sistema viário– SANEAMENTO BÁSICO (SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO,

ABASTECIMENTO DE ÁGUA, DRENAGEM URBANA ETC),

Finalidade do Direito Urbanístico

• planejamento do uso e da ocupação do solo urbano– Parcelamento

• Loteamento• desmembramento

– proteção ambiental– ordenação da atividade edilícia

• zoneamento,• licenças urbanísticas

(REGINA HELENA COSTA, "Princípios de Direito Urbanísticona Constituição de 1988”, in “Temas de DireitoUrbanístico 2, p. 119)

Desenvolvimento sustentável

• integração das dimensões• Econômica• Social• Ambiental

• balizamento ético: respeito às futuras gerações• cooperação da iniciativa privada, governos e sociedade

civil – art. 170 e 225 da CF(Rosângela Staurenghi)

Simplificação como diretriz da políticaurbana (art. 2º, XV, Estatuto das Cidades)• simplificação da legislação de parcelamento, uso e

ocupação do solo e das normas edilícias, com vistas apermitir a redução dos custos e o aumento da ofertados lotes e unidades habitacionais

Alguns problemas comuns daurbanização não planejada

• colapso do sistema de transportes• Congestionamento do trânsito• aumento de processos erosivos• assoreamentos dos rios• impermeabilização (inundações, lixiviações com contaminação dos cursos

d´água)• proliferação de habitações subnormais• ocupação de áreas de proteção ambiental• precariedade do saneamento básico• "favelização”• Violência(Freitas, O Estatuto da Cidade e o equilíbrio do espaço urbano, Temas de

Direito Urbanístico 3, p. 441).

Consequências da desordenadaocupação do solo urbano

• falta de equipamentos urbanos e comunitários• crescimento caótico das cidades;• marginalização dos habitantes com o incremento das

desigualdades sociais reflexos na segurança dapopulação local e circunvizinha (violência, comércio dedrogas)

• Comércio tomando espaço de residências (lojas,escritórios, adensamento tráfego, ruídos, camelôs)

• Invasões de áreas públicas

Consequências da RegularizaçãoFundiária

• poderá ensejar uma de duas outras modalidades deexecução:

• a) remodelação parcial ou total do conjunto• b) aumento da dimensão e do número de unidades

habitacionais• c) diminuição e demolição, a ampliação ou redução

dos espaços projetados• d) implantação ou remoção de equipamentos

urbanos, etc....

Regularização Fundiária e desfazimento(demolição) - consequências

• recompor a gleba retalhada ao seu estado anterior, deindivisão material

• Restauração da área parcelada• Dever de reparar os danos ao meio ambiente natural e

urbano,• REPARAR ADQUIRENTES que edificaram casas nos lotes,

na forma do art. 95 e seguintes do Código do Consumidor(c.c. art. 117) (do contrário, estar-se-á prestigiando oenriquecimento ilícito do réu).

Assentamentos Humanos no Capítulo 07 da Agenda 21, de 1992 - Programas

• a) oferecer a todos habitação adequada;• b) aperfeiçoar o manejo dos assentamentos humanos;• c) promover o planejamento e o manejo sustentáveis do

uso da terra;• d) promover a EXISTÊNCIA INTEGRADA DE

INFRAESTRUTURA AMBIENTAL: água, saneamento,drenagem e manejo de resíduos sólidos;

• e) promover SISTEMAS SUSTENTÁVEIS DE ENERGIA ETRANSPORTE nos assentamentos humanos;

• f) promover o planejamento e o manejo dosassentamentos humanos localizados em áreas sujeitas adesastres;

• g) promover ATIVIDADES SUSTENTÁVEIS NA INDÚSTRIADA CONSTRUÇÃO

• h) promover o desenvolvimento dos recursos humanos eda capacitação institucional e técnica para o avanço dosassentamentos humanos

• 76. “Para garantir uma oferta de terras aproveitáveis, osGovernos, em todos os níveis apropriados e de acordocom seus marcos legais, devem:

• ...(f) “Fazer USO INTEGRAL DA INFRA-ESTRUTURA EXISTENTENAS ÁREAS URBANAS, estimulando a melhor densidade deocupação do solo disponível, de acordo com sua capacidade deabsorção, ao mesmo tempo garantindo a provisão adequada deparques, áreas comuns e de recreação e porções de terras parajardinagem doméstica, quando for pertinente.”

Equipamentos públicos –comunitários e urbanos• Art. 4º, § 2º Lei 6.766/79 - Consideram-se

COMUNITÁRIOS os equipamentos públicos deeducação, cultura, saúde, lazer e similares.

• Art. 5º - O Poder Público competente poderácomplementarmente exigir, em cada loteamento, areserva de faixa non aedificandi destinada aequipamentos urbanos.

• Parágrafo único. Consideram-se URBANOS osequipamentos públicos de ABASTECIMENTO DE ÁGUA,SERVIÇOS DE ESGOTOS, ENERGIA ELÉTRICA, COLETASDE ÁGUAS PLUVIAIS, REDE TELEFÔNICA E GÁSCANALIZADO.

Consequências dos loteamentosclandestinos e irregulares

• geralmente estão AUSENTES OBRAS de infraestruturado tipo:

• serviços de TOPOGRAFIA E TERRAPLANAGEM;• não execução dos serviços referentes à

DRENAGEM, E ESCOAMENTO DAS ÁGUAS PLUVIAIS,GUIAS E SARJETAS;

• não implantação das REDES DE ÁGUA POTÁVEL eESGOTO ou desacordo com as diretrizes legais

• Não reserva de espaço adequado às áreas públicas• Não consta arborização adequada de todas as vias e

logradouros públicos• FALTAM OBRAS DE INFRAESTRUTURA, DE MODO A SE

GARANTIR A SALUBRIDADE desses núcleoshabitacionais

RF e Áreas de Risco: Indicadores utilizadospara a avaliação das áreas de risco – parte I

• Correspondem à elaboração de:• Zoneamento• cadastro de áreas de risco• definição de graus de risco

• reconhecimento dos tipos de: • rochas e solos• geometria das vertentes (encostas)• intervenções antrópicas

Indicadores utilizados para a avaliaçãodas áreas de risco – parte II

• tipos de uso e ocupação• ação do escoamento superficial e subsuperficial• presença ou não de vegetação

• ocorrências pretéritas (cicatrizes deescorregamentos)

• sinais de movimentação na encosta (trincas edegraus de abatimento).

Soluções técnicas para evitarescorregamento e inundações• levantamento de dados geológicos e geotécnicos:

• fundamentais para a definição e a operacionalização demecanismos de enfrentamento de perigos de naturezageológico-geotécnica

• Identificação, avaliação e o gerenciamento de áreas deriscos geológicos

• adequado mapeamento e a classificação e/ouhierarquização de áreas e situações de risco

ALGUNS DISPOSITIVOS LEGAIS SOBREPARCELAMENTO DE SOLO URBANOE/OU REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIAEM ÁREAS DE RISCO EAMBIENTALMENTE PROTEGIDAS

Regularização Fundiária: HistóricoLegislativo – parte I• Art. 40 da Lei 6.766/79 (alterações pela Lei 9.785/99)• PL 3.057/00 – Lei de Responsabilidade Territorial• Lei 11.481/07 – Regularização Fundiária de interesse social em

imóveis da União• Resolução CONAMA 369/06• LEI 11.888/08 – ASSISTÊNCIA TÉCNICA GRATUITA• Lei 11.977/09• Lei 12.424/11• Medida Provisória 759/2016 (ainda pendente de conversão em lei)

Regularização Fundiária: HistóricoLegislativo – parte II (legislação paulista)

• Decreto Estadual 52.052/07• Parecer nº 144/2008-E, aprovado por despacho do

Corregedor Geral no processo 2007/11287• Resolução Conjunta SH/SMA – nº 3, de 9-1-2009• Provimentos CG 18/12, 21/13 e 37/2013

MP 759, de 22/12/16 –Nova Disciplina da

Regularização Fundiária -Reurb

Revogação da Lei 11.977/09 (art. 73, VI, da MP 759/16)

Concomitante VIGÊNCIA TRANSTÓRIA DA LEI11.977/09 – art. 73, da MP 759/16

• Art. 73, § 2º Os processos de regularização fundiáriainiciados até a data de publicação desta Medida Provisóriapoderão ser regidos, a critério do ente público responsávelpor sua aprovação, Pelos arts. 46 a 71-A da lei nº 11.977,de 7 de julho de 2009.

• Art. 73, § 4º - As legitimações de posse já registradas naforma da Lei nº 11.977, de 2009, prosseguirão sob oregime da referida Lei ATÉ A TITULAÇÃO DEFINITIVA DOSLEGITIMADOS na posse.

Retroatividade da MP 759/16 às áreas protegidas – art. 73, § 3º MP 759/16

• § 3º As normas e os procedimentos estabelecidos nestaMedida Provisória poderão ser aplicados nasregularizações fundiárias urbanas em andamento,situadas total ou parcialmente em unidade de usosustentável, em área de preservação permanente e noentorno dos reservatórios de água artificiais, observadas,neste último caso, as Normas Previstas no art. 4º, caput,inciso III e § 1º, da Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012.

Conceitos da Reurb da MP 759/16

Conceito de NÚCLEOS URBANOS –art. 9º, I• adensamentos com usos e características urbanas,

ainda que situados:• a) em áreas qualificadas como rurais; ou• b) em imóveis destinados predominantemente à

moradia de seus ocupantes, sejam eles privados,públicos ou em copropriedade ou comunhão comente público ou privado;

Conceito de NÚCLEOS URBANOSINFORMAIS – art. 9, II• os clandestinos, irregulares ou aqueles nos quais,

atendendo à legislação vigente à época daimplantação ou regularização, não foi possívelrealizar a titulação de seus ocupantes, sob a formade parcelamentos do solo, de conjuntoshabitacionais ou condomínios, horizontais,verticais ou mistos

Conceito de NÚCLEOS INFORMAIS CONSOLIDADOS – art. 21, § 3º• I - aqueles existentes na DATA DE PUBLICAÇÃO

desta Medida Provisória; e• II - aqueles de DIFÍCIL REVERSÃO, considerados o

tempo da ocupação, a natureza das edificações, alocalização das vias de circulação e a presença deequipamentos públicos, entre OUTRASCIRCUNSTÂNCIAS a serem avaliadas pelosMunicípios ou pelo Distrito Federal.

REURBANIZAÇÃO DE INTERESSESOCIAL ( Reurb-S) art. 11, I – parte I

• aplicável a núcleos urbanos informais, ocupadospredominantemente por população de baixa renda,observado o disposto em ato do Poder Executivofederal (art. 11, I)

• Suprimiu-se ZEIS (Zona Especial de Interesse Social• Suprimiu posse mínima de 5 anos

• Estendeu 7 anos ocupações normais (era 2009) e 9 anos APP (era31/12/07)

• estímulo ocupação de área de áreas desordenadas

Reurbanização de INTERESSE ESPECÍFICO ( Reurb-E) – art. 11, II• definida por exclusão: corresponde a todas as

demais hipóteses em que não se caracterizar ointeresse social.

CLASSIFICAÇÃO em Reurb-S ou Reurb-Epor Municípios ou DF – art. 28

• Art. 28. Compete ao Distrito Federal (atribuiçõesno art. 60 MP 759/16 e art. 32, § 1º CF) ou aosMunicípios nos quais estejam situados os núcleosurbanos informais a serem regularizados:

• I - classificar, caso a caso, as modalidades da Reurb,definidas nos incisos I e II do caput do art. 11;

Análises de alguns dispositivos da Reurb

MP 759/16

MP 759/16 – Visão Crítica – parte I -Cartilha CAO

• Falta de melhor técnica legislativa e a redação confusatornam questionável sua importância prática.

• Praticamente foram ELIMINADAS AS DIFERENÇASentre a regularização fundiária de interesse social e deinteresse específico

• SUPRESSÃO dispositivos que relacionavam aregularização ao PLANEJAMENTO URBANO(possibilidade de prejuízos à população mais carente e aoadequado cumprimento das funções sociais da cidade).

• Diversas matérias foram deixadas para SUBSEQUENTEREGULAMENTAÇÃO PELO PODER EXECUTIVO, oque também cria dificuldades para sua aplicação imediata

MP 759/16 – Visão Crítica – parte II -Cartilha CAO

• Espécie normativa transitória (MP), sujeita àdeliberação pelo Poder Legislativo

• 732 emendas• Possibilidade de não apreciação da matéria – perda de

validade• não se recomenda sua imediata aplicação por uma questão

mesmo de SEGURANÇA JURÍDICA.

• Falta de debate com a sociedade e deamadurecimento das propostas

Críticas solo rural e RF – parte III

• Dispensa-se planejamento, não necessitandodeclaração de área de expansão urbana (art. 42-Bdo EC – Lei 10.257/00)

DISPENSA DE OUTROS PARÂMETROS edilíciose urbanísticos – art. 9º, § 1º - parte VIII

• DISPENSA DE ALGUMAS EXIGÊNCIAS(INFRAESTRUTURA) da legislação anterior

• Art. 47, II da Lei 11.977/09 - “parcela da área urbana comdensidade demográfica superior a 50 (cinquenta) habitantespor hectare e malha viária implantada e que tenha, nomínimo, 2 (dois) dos seguintes equipamentos deinfraestrutura urbana implantados: a) drenagem de águaspluviais urbanas; b) esgotamento sanitário; abastecimento deágua potável; distribuição de energia elétrica; ou e) limpezaurbana, coleta e manejo de resíduos sólidos”

MP 759/16 – regras de aplicação transitória• § 2º Os processos de regularização fundiária

iniciados até a data de publicação desta MedidaProvisória poderão ser regidos, a critério do entepúblico responsável por sua aprovação, pelos arts.46 a 71-A da Lei nº 11.977, de 7 de julho de 2009.

OBJETO DA RF – MP 759-16• Núcleos Urbanos informais (art. 9, II):

• II - núcleos urbanos informais - os clandestinos, irregularesou aqueles nos quais, atendendo à legislação vigente àépoca da implantação ou regularização, não foi possívelrealizar a titulação de seus ocupantes, sob a forma deparcelamentos do solo, de conjuntos habitacionais oucondomínios, horizontais, verticais ou mistos; e

• Comércio de importância vital para sociedade (art. 11, § 4º)

RF em solo Urbano ou rural

• : “os adensamentos com usos e característicasurbanas, ainda que situados em áreas qualificadascomo rurais” (art. 9º, I, a)

• noção de área urbana conforme sua finalidade,pouco importando se, formalmente, oassentamento objeto da regularização fundiáriaesteja localizado na área rural (Cartilha CAO).

LEGITIMADOS a requer Reurb – art. 20• I - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,

diretamente ou por meio de entidades da administração públicaindireta;

• II - os seus beneficiários, individual ou coletivamente, diretamenteou por meio de cooperativas habitacionais, associações demoradores, fundações, organizações sociais, organizações dasociedade civil de interesse público ou outras associações civis quetenham por finalidade atividades nas áreas de desenvolvimentourbano ou regularização fundiária urbana;

• III - os proprietários, loteadores ou incorporadores;• IV - a DEFENSORIA PÚBLICA, em nome dos beneficiários

hipossuficientes; e• V - o MINISTÉRIO PÚBLICO.

Requisitos Reub-E – art. 32• Na Reurb-E, o Distrito Federal ou os Municípios deverão

definir, quando da aprovação dos PROJETOS DEREGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA (art. 35), nos limites dalegislação de regência, os responsáveis pela:

• I - IMPLANTAÇÃO DOS SISTEMAS VIÁRIOS;• II - IMPLANTAÇÃO DA INFRAESTRUTURA ESSENCIAL, dos

EQUIPAMENTOS PÚBLICOS ou comunitários, quando foro caso; e

• III - implementação das MEDIDAS DE MITIGAÇÃO ECOMPENSAÇÃO urbanística e ambiental, e dos estudostécnicos de que tratam o art. 12, quando for o caso.

Requisitos Reub-E – art. 32 – parte II

• § 1º As responsabilidades de que trata o caput poderãoser atribuídas aos beneficiários da Reurb-E.

• § 2º Os responsáveis pela adoção de medidas demitigação e compensação urbanística e ambientaldeverão celebrar termo de compromisso com asautoridades competentes como condição de aprovaçãoda Reurb-E.

• Art. 35, II - na Reurb-E, a regularização fundiária SERÁCONTRATADA E CUSTEADA POR SEUS POTENCIAISBENEFICIÁRIOS ou requerentes privados.

• Direito de Regresso contra empreendedor – art. 20, § 1º

VEDAÇÕES à Reurb – art. 12 – ÁREASDE RISCO

• A Reurb não se aplica aos núcleos urbanos informais, ouà parcela deles, situados em áreas de riscos geotécnicos,de inundações ou de outros riscos especificados em lei,ressalvadas as hipóteses previstas neste artigo.

• Possibilidade de medidas indicadas nos estudos técnicos(“REMEDIAÇÃO”) realizados permitirem a Reurb.

• Do contrário, deverá haver RELOCAÇÃO das pessoas, que alihabitam

Vedação à Reurb em área “Subjudice” – art. 62• Art. 62. Não serão regularizadas as ocupações que

incidam sobre áreas objeto de demanda judicialque versem sobre direitos reais de garantia ouconstrições judiciais, bloqueios eindisponibilidades, até o trânsito em julgado dadecisão, ressalvadas a hipótese de o objeto dademanda não impedir a análise da regularizaçãoda ocupação pela administração pública e ahipótese de acordo judicial

Estudo Técnico da APP Urbana a ser regularizada –art. 65, § 2º Código Florestal

• § 2o O estudo técnico mencionado no § 1o DEVERÁ CONTER, NO MÍNIMO, osseguintes elementos:

• I - caracterização da situação ambiental da área a ser regularizada;• II - especificação dos SISTEMAS DE SANEAMENTO BÁSICO;• III - proposição de INTERVENÇÕES PARA A PREVENÇÃO E O CONTROLE DE RISCOS

GEOTÉCNICOS E DE INUNDAÇÕES;• IV - recuperação de áreas degradadas e daquelas não passíveis de regularização;• V - comprovação da melhoria das condições de sustentabilidade urbano-

ambiental, considerados o uso adequado dos recursos hídricos, a não ocupaçãodas áreas de risco e a proteção das unidades de conservação, quando for o caso;

• VI - comprovação da melhoria da habitabilidade dos moradores propiciada pelaregularização proposta; e

• VII - garantia de acesso público às praias e aos corpos d'água.

REGULARIZAÇÃO DE APP URBANA DEINTERESSE ESPECÍFICO – ART. 65 DO CÓDIGOFLORESTAL• Art. 65. Na regularização fundiária de interesse específico

dos assentamentos inseridos em área urbana consolidada eque ocupam Áreas de Preservação Permanente nãoidentificadas como áreas de risco, a regularizaçãoambiental será admitida por meio da aprovação do projetode regularização fundiária, na forma da Lei no 11.977, de 7de julho de 2009.

• § 1o O processo de regularização ambiental, para fins deprévia autorização pelo órgão ambiental competente,deverá ser instruído com os seguintes elementos:

• I - a caracterização físico-ambiental, social, cultural eeconômica da área;

• II - a identificação dos recursos ambientais, dos passivos efragilidades ambientais e das restrições e potencialidades da área;

• III - A ESPECIFICAÇÃO E A AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DEINFRAESTRUTURA URBANA E DE SANEAMENTO BÁSICOIMPLANTADOS, outros serviços e equipamentos públicos;

• IV - a identificação das unidades de conservação e das áreas deproteção de mananciais na área de influência direta da ocupação,sejam elas águas superficiais ou subterrâneas;

• V - a especificação da ocupação consolidada existente na área;• VI - a identificação das áreas consideradas de risco de inundações e

de movimentos de massa rochosa, tais como deslizamento, queda erolamento de blocos, corrida de lama e outras definidas como de riscogeotécnico;

• VII - a indicação das FAIXAS OU ÁREAS EM QUE DEVEM SERRESGUARDADAS AS CARACTERÍSTICAS TÍPICAS DA ÁREA DEPRESERVAÇÃO PERMANENTE com a devida proposta de recuperaçãode áreas degradadas e daquelas não passíveis de regularização;

PROCESSAMENTO da Reurb – art. 28• Buscando a DESJUDICIALIZAÇÃO e simplificação dos procedimentos,

a regularização fundiária é PROCESSADA ADMINISTRATIVAMENTEPELO MUNICÍPIO, após o que se parte para a fase de registroimobiliário (sequência dos atos procedimentais no art. 33).

• A nova legislação inovou substancialmente nesse ponto, pois noregime da Lei nº 11.977/09 havia preponderância de atosadministrativos no Registro de Imóveis. Somente a práticarevelará qual o melhor sistema

• Ato do poder executivo federal disciplinará requerimento deregistro, procedimentos e efeitos do registro (art. 29, § 8º e art.33, § 6º)

• MP RELEGOU MUITOS ATOS INOVADORES À REGULAMENTAÇÃOPOSTERIOR, o que poderá inviabilizar o procedimento como um todo.(Cartilha CAO)

FASES DA REURB – art. 33 – parte I• Art. 33. A Reurb obedecerá as seguintes fases, a serem

regulamentas em ato do Poder Executivo federal:• I - requerimento dos legitimados;• II - elaboração do projeto de regularização fundiária;• III - processamento administrativo do requerimento, no qual

será conferido prazo para manifestação do proprietário,dos confrontantes e de terceiros interessados;

• IV - saneamento do processo administrativo;

Fases da Reurb – art. 33 – parte II• V - decisão da autoridade competente, mediante ato

formal, ao qual se dará publicidade;• VI - expedição da Certidão de Regularização Fundiária - CRF

pelo Município; e• VII - registro da CRF pelos legitimados perante o oficial do

cartório de registro de imóveis em que se situa a unidadeimobiliária com destinação urbana regularizada.

Requisitos do PROJETO de Reurb – art. 33, § 5º - parte I

• unidades imobiliárias a serem regularizadas• vias de circulação existentes ou projetadas (a serem

incorporadas ao patrimônio público – art. 39 da MP759/16)

• medidas previstas para adequação da infraestruturaessencial

• por meio de desenhos• Por memoriais descritivos• cronograma físico de obras e serviços a serem realizados

Execução das Intervenções previstasno projeto Reurb-S• Com base no projeto Poder Público indicará as

intervenções urbanísticas a serem executadas (art. 37, I)• Importante cronograma de obras e serviços

• Reurb-S: implementação da infraestrutura essencial, dosequipamentos comunitários, das melhorias habitacionaise dos respectivos custos de manutenção será sempre doPoder Público (art. 31).

• reparação ambiental também deverão ser adotadaspelo Poder Público

• Melhorias de infraestrutura podem ser realizados antesou depois da Reurb-S (art. 31, § 2º)

Execução das Intervenções previstas noprojeto Reurb-E – art. 32

• No caso da Reurb-E, o Poder Público definirá quemserão os responsáveis pelas obras e serviços, alémdas medidas de recuperação ambiental – quepoderão recair, pois, sobre os próprios beneficiários(art. 32).

Facilidades para fins registrários ecancelamentos de registros – parte II• Para o registro, não há necessidade de conclusão

das obras de infraestrutura, mas o cronogramaconstará do projeto e deve ser alvo de fiscalização(art. 33, § 1º)

• Registro da Reurb-S pode ser feito em ato único(art. 49)

“PUXADINHO” – DIREITO REAL DE LAJE – parte I

• Institucionalizou-se o conhecido “puxadinho”, tão comum nosassentamentos informais.

• Art. 25. A Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil,passa a vigorar com as seguintes alterações:

• Art. 1.510-A. O direito real de laje consiste na possibilidade decoexistência de unidades imobiliárias autônomas de titularidadesdistintas situadas em uma mesma área, de maneira a permitir queo proprietário ceda a superfície de sua construção a fim de queterceiro edifique unidade distinta daquela originalmente construídasobre o solo.

• § 1º O direito real de laje somente se aplica quando se constatar aimpossibilidade de individualização de lotes, a sobreposição ou asolidariedade de edificações ou terrenos.

“Puxadinho” – Direito real de laje –parte II

• § 6º A instituição do direito real de laje não implica atribuiçãode fração ideal de terreno ao beneficiário ou participaçãoproporcional em áreas já edificadas.

• § 7º O disposto neste artigo não se aplica às edificações ouaos conjuntos de edificações, de um ou mais pavimentos,construídos sob a forma de unidades isoladas entre si,destinadas a fins residenciais ou não, nos termos deste CódigoCivil e da legislação específica de condomínios.

• § 8º Os Municípios e o Distrito Federal poderão dispor sobreposturas edilícias e urbanísticas associadas ao direito real delaje.” (NR)

Parcelamentos anteriores à Lei 6.766/79 – art. 55• Art. 55. As glebas parceladas para fins urbanos

anteriormente a 19 de dezembro de 1979, que nãopossuírem registro, poderão ter a sua situaçãojurídica regularizada mediante o registro doparcelamento, desde que esteja implantado eintegrado à cidade, podendo, para tanto, se utilizardos instrumentos previstos neste ato normativo

OBRIGADO• IVAN CARNEIRO CASTANHEIRO• ivancarneiro@mpsp.mp.br – Fone (19) 3433-6185, R.

216• Promotor de Justiça do GAEMA PCJ-PIRACICABA• Mestre em Direito Difuso e Coletivo – PUC/SP• Ex-Coordenador da Área de Habitação e Urbanismo do

Centro de Apoio Operacional Cível e de Tutela Coletiva -Ministério Público do Estado de São Paulo – 2008/2010

• Professor de Direito Constitucional, Meio Ambiente e deDireito Urbanístico (UNIP-Limeira e EAD, UNIMEP eESMP)

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