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Prof. Dr. João Carlos Alchieri
Universidade Federal do Rio Grande do Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRNNorte UFRN
Departamento de PsicologiaDepartamento de Psicologia
Avaliação PsicológicaAvaliação Psicológica
- Fundamentos da medida em Psicologia
- Processo de avaliação - Aspectos preliminares da análise de
dados com escalas e inventários
É possível medir? O que medir? Como se mede?
A medida em ciências decorre da compreensão do fenômeno e da necessidade de definir sua extensão;
Sua análise é vinculada a validade de sua expressão;
Nada é mais importante para ciência que a busca de uma sintaxe do fenômeno (não é reduzida a causa/efeito).
Medir é construir e, também, desmontar idéias.
Categoria Ciência Senso Comum Diferença
Teoria Construção sistemática, testada e consistente
Construção fortuita e sem preocupação de consistência interna
Consistência empírica
Teste Feito empírica e sistematicamente
Seletivo: aceita o favorável e rejeita o desfavorável
Toda a evidência disponível
Controle Eliminação de causas plausíveis rivais
Aceita o favorável mesmo sem evidência objetiva
Eliminar causas rivais
Análise da relação
Análise funcional: verificar relação constante
Aceita o que é congruente com sua crença
Relação sistemática
Explicação Observável e testável; elimina metafísica
Aceita logo explicação metafísica
Explicação natural
Pasquali, 1996
Tomamos como ponto de partida que qualquer avaliação é uma forma de comparação entre um e outro objeto, e como tal é uma mensuração.
Deve claramente representar a validade entre o fenômeno e os pressupostos do uso da linguagem matemática. Desde o início da linguagem, a representação matemática se manifestou desenvolvida e aperfeiçoada como forma universal e paralela as demais linguagens de representar o mundo.
Com o passar do tempo e pelas diversas culturas, representou um avanço do pensamento e da possibilidade de abstração.
Todas as ciências valem-se de uma forma de análise e representação de suas idéias, mediante o uso da representação matemática dos fenômenos. Assim, podem além de representar, verificar sua expressão sob o prisma das equações matemáticas, testando sua pertinência enquanto observação válida ou não, sob determinadas condições.
Os Instrumentos de medida são operações empíricas, e científicas, pelas quais se investiga o objeto de estudo.
Pasquali (1996) coloca que os instrumentos psicológicos fazem a suposição de que a melhor maneira de observar um fenômeno psicológico é através da medida. Portanto, é lícito representar os fenômenos psíquicos com base na linguagem numérica se atendidas suas definições operacionais (axiomas).
É possível representar seu fundamento mediante três axiomas dentre os postulados por Hurssel: axiomas da identidade, da ordem e da aditividade.
Em geral, as variáveis são conceitos abstratos, tal como atitudes, valores, processos cognitivos e devem ser operacionalizadas, descritas, em termos das operações e técnicas utilizadas para medi-las ou manipulá-las; formas concretas de mensuração ou manipulação.
(Morgan & Griego, 1998).
.
..
Dimensão Observacional
DimensãoRepresentativa
DimensãoInquiridora
Ações diretamente observáveis
Ações auto-avaliadas pelo
cliente
Ações representadas por meio de situações
semelhantes
Métodos de avaliação preconizadosMétodos de avaliação preconizados
1- Observação do comportamento
Observação Naturalística
Observação dirigida:
1- Listas de verificação (check list)
2- Lista de classificação
2- Medidas Questionários Aberto e Fechado Inventários Escalas Testes psicológicos
3- Entrevistas
(Baseado em Groth-Marnat, 1999)
1 -Aspectos definidores da avaliação
(indicação com base nos fundamentos
teóricos);
2 - Indicadores dimensionais (considerações
práticas);
3 - Definições técnicas e operacionais
(instrumentos);
4 – Verificação e avaliação da eficácia do
processo utilizado
Instrumentos objetivos elaborados como forma de coleta de informações do respondente e, cujo o tratamento, permite inferir determinadas qualidades a autodescrição.
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15
16
Definição de Termos e ConceitosElaboração de Hipóteses Operacionais da Medida
Elaboração dos Itens
Ensaio Experimental
Análise dos Itens: dificuldade; discriminação; intercorrelações
Composição de Forma Final do Teste
VALIDADE PRECISÃO
Validade Lógica Validade Empírica
ConceitoConteúdo
Preditiva Concorrente
Análise FatorialConstrução
Homogeneidade:KR
Padronização
Aporte Metodológico:Teste-RetesteParalelasDuas Metades
AplicaçãoMaterial Normas Idade
Escores Padrão
Percentil
Classes Normalizadas
Etapas de Construção de um Teste
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Validade
ValidadeLógica
ValidadeEmpírica
Conteúdo Conceito Preditiva Concorrente
ValidadeLógica
ValidadeEmpírica
Discrimina o objeto de investigação Delimita conceitos operacionais para
a investigação Define o objeto a ser investigado Responde a interrogação: Que
variáveis estão contempladas nos resultados do teste?
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Definição do conteúdo Explicitação dos processos
psicológicos O quanto avalia cada comportamento
representado Questão: Quanto os itens do teste
representam o universo de itens do mesmo conteúdo?
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Possui um valor quantitativo Realiza a substituição do teste por
um critério Possui um valor diagnóstico Realiza a obtenção de dados de
forma simultânea Responde a questão: Com que grau o
teste mede o que se propõe?
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Realiza a coleta de dados de maneira intervalar (temporal)
Possui um valor quantitativo Elabora a predição do
comportamento É adequada a predição - prognóstico Responde a questão: Com que grau o
teste pode predizer tal critério?
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- Correlação entre o teste N e X que medem mesmo construto Z Sujeito X N x y x2 n2 xn
1 14 18 0 3 0 9 0 2 13 11 -1 -4 1 16 4 3 12 14 -2 -1 4 1 2 4 17 18 3 3 9 9 9 5 16 16 2 1 4 1 2 6 15 15 1 0 1 0 0 7 14 13 0 -2 0 4 0 8 10 12 -4 -3 16 9 12 9 15 15 1 0 1 0 0
10 14 18 0 3 0 9 0
Média 140
14,00 150
15,00 36 58 29
90,16,310
36
N
xs
2
X 41,28,5
10
58sN
63,079,45
29
41,2x90,1x10
29
sNs
xnr
NXXN
Capacidade do instrumento, teste, medir sem flutuações dos resultados, o mesmo traço.
Utiliza-se comumente duas provas:• - correlação simples• - alphas
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Técnica Procedimento Vantagem Desvantagem
Formas paralelas Aplica-se as duas formas em um mesmo grupo.
Um único momentoAtende diretamente o conceito.
Dificuldade de conseguir formas paralelas.
Teste reteste Aplica-se mesmo teste no mesmo grupo em tempos diferentes
Atende a equivalência Estipular intervaloVariáveis intervenientes Fadiga dos testandos.
Duas metades Após aplicação de um teste, dividi-lo e correlacionar as metades por Sperman- Brown
Somente uma aplicação
Dificuldade em garantir equivalência das partes.
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Sx = x2 = v 112 = v 11,2 = 3,35 N 10
Sy= y2 = v 58 = v 5,8 = 2,41 N 10
r XY= xy = 65 = 65 = 0,81 Nsxsy 10 . 3,35 . 2,41 80,74
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Sujeito T1 T2 x y x2 y2 xy1 15 18 1 3 1 9 32 10 11 -4 -4 16 16 163 12 14 -2 -1 4 1 24 20 18 6 3 36 9 185 16 16 2 1 4 1 26 14 15 0 0 0 0 07 11 13 -3 -2 9 4 68 9 12 -5 -3 25 9 159 18 15 4 0 16 0 010 15 18 1 3 1 9 3
Soma 140 150 112 58 65M 14 15
Cálculo consistência interna de um item em um teste de dez itens
Sujeitos Item 1 (X) Restante x y x2 y2 xy
1 5 45 1,5 10,5 2,25 110,25 15,752 4 40 0,5 5,5 0,25 30,25 2,753 3 35 -0,5 0,5 0,25 0,25 -0,254 2 30 -1,5 -4,5 2,25 20,25 6,755 4 40 0,5 5,5 0,25 30,25 2,756 3 40 -0,5 5,5 0,25 30,25 -2,757 2 20 -1,5 -14,5 2,25 210,25 21,758 4 30 0,5 -4,5 0,25 20,25 -2,259 5 35 1,5 0,5 2,25 0,25 0,7510 3 30 -0,5 -4,5 0,25 20,25 2,25Soma 35 345 0 0 10,5 472,5 47,5
Média 3,5 34,5
Sx = x 2 = 10,50 = 1,02 Sy = y 2 = 472,50 = 6,87 N 10 N 10 r xy = xy = 47,50 = 0,68 NSx S y 10 x 1,02 x 6,87
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= _n_ 1- Si
2 n-1 ST 2 n = número de itens Si
2 = soma das variâncias dos itens
ST 2 = variância total dos escores do teste
28
29
Sujeitos 1 2 3 4 5 6 T tItens
1 1 1 0 1 0 0 3 -0,22 1 0 1 1 1 0 4 0,83 0 1 1 0 0 0 2 -1,24 1 1 1 1 1 1 6 2,85 1 0 0 0 0 0 1 -2,2
Soma 4 3 3 3 2 1 16
Média 0,8 0,6 0,6 0,6 0,4 0,2 3,2
Variância 0,16 0,24 0,24 0,24 0,24 0,16 1,28
30
Sujeitos/Itens 1 2 3 4 5 6Itens
1 1 1 0 1 0 02 1 0 1 1 1 03 0 1 1 0 0 04 1 1 1 1 1 15 1 0 0 0 0 0
Soma 4 3 3 3 2 1
Média 0,8 0,6 0,6 0,6 0,4 0,2
Variância 0,16 0,24 0,24 0,24 0,24 0,16 1,28
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Sujeitos/Itens 1 2 3 4 5 6 T t t2Itens
1 1 1 0 1 0 0 3 -0,2 0,042 1 0 1 1 1 0 4 0,8 0,643 0 1 1 0 0 0 2 -1,2 1,444 1 1 1 1 1 1 6 2,8 7,845 1 0 0 0 0 0 1 -2,2 4,84
Soma 4 3 3 3 2 1 16 14,8
Média 0,8 0,6 0,6 0,6 0,4 0,2 3,2 2,96
Variância 0,16 0,24 0,24 0,24 0,24 0,16 1,28
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= _n_ 1- Si
2 n-1 ST 2 n = número de itens Si
2 = soma das variâncias dos itens
ST 2 = variância total dos escores do teste
ST 2 = t2 = 14,8 = 2,96 N 5 Si
2 =0,16+0,24+0,24+0,24+0,24+0,16= 1,28
= _6_ 1- 1,28 6-1 2,96 = 0,681
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ItensSujeitos 1 2 3 4 5 6 T t t2
1 1 1 0 1 0 0 3 -0,2 0,042 1 0 1 1 1 0 4 0,8 0,643 0 1 1 0 0 0 2 -1,2 1,444 1 1 1 1 1 1 6 2,8 7,845 1 0 0 0 0 0 1 -2,2 4,84
Soma 4 3 3 3 2 1 16 14,8Média 0,8 0,6 0,6 0,6 0,4 0,2 3,2 2,96Variância 0,16 0,24 0,24 0,24 0,24 0,16 1,28
alfa 0,681081 = _n_ 1- Si 2
n-1 ST 2
n = número de itens Si
2 = soma das variâncias dos itens
ST 2 = variância total dos escores do teste
= _6_ 1- 1,28 6-1 2,96 = 0,681
ST 2 = t2 = 14,8 = 2,96 N 5 Si
2 =0,16+0,24+0,24+0,24+0,24+0,16= 1,28
Material: Manutenção das
referências originais
Normas dos Resultados:1-Normas de desenvolvimento1.1 Idade Mental1.2 Série Escolar 1.3 Estágio de Desenvolvimento
2 - Normas Intra-grupo 2.1 Posto Percentílico 2.1 Escore Padrão:2.1.2 Transformações lineares 2.1.3 Classes normalizadas
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Aplicação:• Instruções• Cuidados
1) ANTES
Procedimento - Material - Local
2) DURANTE
Procedimento - Clientes - Material -
Local
3) FINAL
Procedimento - Clientes - Protocolos
35
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Utilizam-se modelos de comparação dos resultados com o de grupos de crianças (de mesma idade) a fim de estabelecer um padrão, a norma.
Geralmente estabelecem-se escalas intervalares em meses.
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É um critério utilizado para testes de desempenho acadêmico em disciplinas que são oferecidas numa seqüência de várias séries escolares. As normas são estabelecidas, computando-se o escore bruto médio obtido pelos alunos em cada série, resultando num escore típico para cada série
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Este critério é utilizado por pesquisadores que
estudam o desenvolvimento mental e psicomotor em
termos de idades sucessivas de desenvolvimento. Gesell e colaboradores desenvolveram normas para
oito idades típicas (de 4 semanas a 36 meses) de
desenvolvimento das crianças nas áreas do
comportamento motor, adaptativo, da linguagem e
social. Piaget estudou o desenvolvimento cognitivo em
estágios sucessivos (sensório-motor, pré-operacional,
operacional concreto, operacional formal). 39
Forma não-linear de expressar os resultados, baseada na freqüência de casos.
Vantagem: Avaliação rápida e de cálculo fácilDesvantagens: Difícil manuseio para comparações,
não tem uma unidade constante.
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1- Relacione toda a pontuação (escores) em ordem decrescente
2- Obtenha a Frequência ( F) dos escores3- Calcule a Frequência Acumulada (fa)
somando as frequências. Obs: O último posto
da fa é igual ao N4- Empregue a fórmula P = 100/N5 - Multiplique a constante da fórmula
anterior por cada um dos postos da fa6 - Efetue os arredondamentos
necessários
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Escolaridade I GESCORES F fa P
31 1 59 99,7127 1 58 98,0226 1 57 96,3325 2 56 94,6424 3 54 91,2622 1 51 86,1921 5 50 84,5020 6 45 76,0519 3 39 65,9118 2 36 60,8417 4 34 57,4616 4 30 50,7015 2 26 43,9414 5 24 40,5613 3 19 32,1112 3 16 27,0411 1 13 21,979 1 12 20,288 1 11 18,597 3 10 16,906 1 7 11,835 1 6 10,144 2 5 8,453 2 3 5,072 1 1 1,69
Média=15,75 Coeficiente de Variabilidade CV:N=59 CV=DP/med x 100DP=6,71 I G=42,86%
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Tem a finalidade de comparar as notas brutas individuais com a média do grupo, avaliada em unidades de desvio padrão da distribuição normal; tipicamente o z é multiplicado por um coeficiente e ao produto é agregada uma constante, utilizando a fórmula .
Escore = a + bz
Escore ZZ= x - M/DP
Desvantagem números negativos e decimais. Escore T
T = 50 + 10 (x - M/DP)
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Sujeito Escores Z T1 37 2,14 71,42 13 -0,88 41,23 23 0,37 53,74 10 -1,265 13 -0,886 19 -0,127 17 -0,378 27 0,88 58,89 15 -0,63
10 9 -1,3911 28 1,01 60,112 16 -0,513 12 -1,0114 17 -0,3715 26 0,75 57,516 33 1,64 66,417 21 0,12 51,218 11 -1,1319 17 -0,37 46,320 32 1,51 65,2
Processo InversoDiminuir de 50 divide por 10
Multiplicar Z pelo DP e somar com a Média
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Vantagens: Fácil de calcular Realiza a diferenciação com base
nos resultados normalizados Possibilita uma rápida
interpretação dos resultados
Desvantagem: Necessidade de uma distribuição
normal
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- estipula-se o número de classes - divide-se a curva pelo número de classes
(amplitude de desvio) - multiplica-se a amplitude de desvio pelo desvio
padrão da amostra (intervalo de resultados por classes)
- pela classe intermediária somamos e subtraímos a metade do intervalo a média (limite superior e inferior da média)
- fixa-se o valor do intervalo das próximas classes, sucessivamente
- as classes extremas ficam com limite de partida coincidindo com o mínimo e máximo de pontos
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Teste X Média 40 DP 6,50 Número de classes 5 ( inferior, médio inferior,
médio, médio superior e superior) Curva dividida em 6 ( -3 DP e +3 DP) 6/5= 1,20 1,20 x 6,50= 7,80 40 + 7,80 / 2 = 43,90 40 - 7,80 / 2 =
36,10 43,90 + 7,80 = 51, 70 40 - 7,80 = 28,30
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Classe1 Inferior < 28,3 < 28,3
2 M. Inferior 36,1 - 7,80 28,3 a 36,0
3 Médio 40 - 7,80 / 2 36,1 a 43,940 + 7,80 / 2
4 M. Superior 43,9 + 7,80 44,0 a 51,7
5 Superior > 51,7 > 51,7
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Você entende o construto teórico que o teste supõe medir?
Os itens do teste correspondem com a descrição teórica do construto?
É o melhor instrumento (técnica) a utilizar?
Quais suas limitações?
49(Baseado em Groth-Marnat, 1999)
Se é necessário que o examinando saiba ler e escrever para responder ao teste o examinando tem o nível requerido?
O tamanho do teste é apropriado? O tempo de aplicação, correção
interpretação é conveniente as necessidades?
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Padronização A pessoa a ser examinada possui características
semelhantes às pessoas do grupo de padronização do teste?
O tamanho do grupo de padronização é suficiente? Há normas para grupos especificios? As instruções estão suficientemente claras permitindo que a
aplicação padronizada seja efetivada Precisão Os coeficientes são altos? (maiores que 0,70, para decisões
clínicas 0,90) Quais foram os métodos usados? Validade Como o teste foi validado? O teste produzirá medidas corretas dentro contexto e para o
propósito quer você gostaria de usá-lo?
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Os resultados são compatíveis a solicitação do processo?
Quais as principais abrangências e limitações do uso do instrumento?
Em uma re-avaliação é possível utilizar instrumentos semelhantes na medida efetuada?
Pode ser dimensionada a medida em um acompanhamento posterior?
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