produÇÃo didÁtico-pedagÓgica · 2014. 4. 22. · junto a eles serão trabalhados textos....
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PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
UNIDADE DIDÁTICA
Memória e Ensino de História : uma alternativa metodológica para o ensino noturno
“A memória é um elemento essencial do que se costuma chamar
identidade, individual ou coletiva, cuja busca é uma das atividades
fundamentais dos indivíduos e das sociedades de hoje, na febre e na angústia.” (LE GOFF, 2003, p. 469).
Apresentação
O século XX trouxe novos olhares para a História contemporânea. É a partir da
criação da revista dos Annales, por Lucien Fevbre e Marc Bloch ,em 1929, que a
História adquire novo conceito, o de ciência em construção. Novos objeto de estudo,
novas abordagens, é a característica da História dos Annales que para Marc bloch
se configura como a “ciência dos homens no tempo”. É uma ciência sempre
presente, que não existe sem sua principal matéria-prima, o próprio ser humano, que
vai traçando seu percurso e deixando rastros para que ele mesmo possa recriar o
seu caminho, num ato de ir e vir, de construir e reconstruir o que somente ele, ser
humano é capaz de desvendar. A História é essencialmente humana, mas não é
verdade absoluta e dogmática como pretendem algumas tendências. É uma ciência
que se apóia na análise de fontes que de tempos em tempos propõe novos olhares
para que se abram possibilidades de novas problematizações para a reconstrução
do passado.É aí que se dá a construção do conhecimento histórico, enquanto saber
não acabado, fundamentado em referenciais teóricos, baseados na problematização
do presente.
Nesse sentido, é o historiador o responsável pelas escolhas que irão determinar o
fato, a própria história.
Este trabalho tem por finalidade auxiliar o desenvolvimento do Projeto “ As memórias
dos Alunos do Ensino Médio Noturno em Cambará” a ser realizado no Colégio de
Ensino Médio e fundamental Dr. Generoso Marques tendo por ponto de partida a
problematização de uma realidade vivenciada no cotidiano desses alunos propõe o
uso da história oral como metodologia com a finalidade de melhorar o ensino-
aprendizagem “ reconhecendo que somos seres condicionados mas não
determinados e percebendo que a História é tempo de possibilidades e não de
determinismo, que o futuro(...) é problemático e não inexorável.”(FREIRE,2010)
A problemática antes de tudo é uma realidade que é discutida amplamente conforme
CARVALHO(1986), TERRIBELLE(2006), ROCHA, BARBIERI, GUIMARÃES e SILVA
(2005) em meios acadêmicos, entretanto torna-se fundamental a discussão e o
levantamento de alternativas que venham de encontro às necessidades da escola
pública (DCE, p.14). Os alunos que frequentam este período são oriundos de
classes populares em sua maioria e vêm em busca de orientações para sua vida,
seu trabalho, sua afetividade, suas relações sociais e familiares. Trazem consigo
preocupações, angústias, apatia, desinteresse, agressividade, e dúvidas quanto ao
seu futuro. Mas também trazem vontade de estar na escola apesar de tudo isso
embora não acreditem na sua finalidade da educação para a vida. Faz-se
necessário uma prática educativo – crítica em que os educandos em relação aos
colegas e professores possam se assumir como ser social e histórico, criador,
realizador de sonhos, capaz de ter raiva, capaz de amar e como diz PAULO
FREIRE:“Assumir-se como sujeito, porque capaz de
reconhecer-se como objeto. A assunção de nós
mesmos não significa a exclusão dos outros. É a
'outredade' do ' não eu', do tu, que me faz assumir
a radicalidade do meu eu”. (FREIRE, Paulo.
Pegagogia da Autonomia, p.41, 2010)
É através das aulas de História que o assunto será discutido, debatido e ampliado
afim de se obterem práticas sugestões e ações efetivas dentro da Escola “ tendo o
currículo como configurador da prática, produto de ampla discussão entre os sujeitos
da educação, fundamentado nas teorias críticas e com organização disciplinar.
(DCE, p.19)
Com este trabalho objetiva-se apreender a identidade constituída dos jovens do
ensino noturno através do resgate da memória realizando entrevistas orais entre os
jovens do ensino-médio do 1º ao 3º ano. através dos depoimentos será feito uma
análise dos dados e informações que poderão contribuir para uma reflexão acerca
das necessidades desse grupo.
O sentido deste trabalho é segundo MONTENEGRO (1994) é "recuperar, descrever,
e construir um quadro narrativo a partir do extenso universo de memórias
registrado".
A problemática a seguir indaga sobre quais memórias serão importantes para este
trabalho?
As memórias cristalizadas na memória dos alunos sobre o Ensino noturno, as
relações vividas no âmbito escolar, as práticas diárias do ensino, os fatos
correlacionados à história da cidade e as visões que esses alunos t~em sobre a
Escola, ou seja " a representação do passado que predomina na memória coletiva e
individual e seus significados numa participação social mais ampla"
(MONTENEGRO,1994).
Serão feitas entrevistas com alunos de várias idades, de diferentes profissões,
localidades, e condições de aprendizagem a partir de uma seleção prévia de
currículo conforme ALBERTI apud PINSKY(2005). Através da coleta de dados uma
análise será realizada com a finalidade de se construir um quadro narrativo
(MONTENEGRO,1994) baseado nas 'marcas de diversas histórias, relembradas ou
narradas.
Pretende-se com essa prática, a partir dos depoimentos "compreender um pouco,
quais histórias estes estudantes têm, de forma consciente, preservadas em sua
memória". (MONTENEGRO, 1994)
Este caminho foi construído na possibilidade de se resgatar os registros da memória
e a forma como estas atuam na determinação da compreensão do passado, do
presente e do futuro.
Para MONTENEGRO, o trabalho de história oral junto aos segmentos populares
resgata um nível de historicidade que comumente era conhecida através da versão
produzida pelos meios oficiais. ao gravar, transcrever e publicar estes depoimentos
torna-se possível conhecer a própria visão que os segmentos populares têm de suas
vidas e do mundo ao redor.
PROCEDIMENTOS
Esta implementação iniciará no 3º período na Escola Dr. Generoso Marques com
alunos do Ensino médio noturno. Nas primeiras aulas será feita a abordagem com
os alunos sobre o ensino noturno e sua realidade criando as condições necessárias
para estabelecer um clima satisfatório para o desenvolvimento do projeto,
conscientizando-os de que sua participação será muito importante no desenrolar e
na conclusão do mesmo. Junto a eles serão trabalhados textos. vídeos, slides,
músicas, tiras de quadrinhos, poemas, reportagens, pesquisas bibliográficas,
elaboração de cartazes temáticos, construção de narrativas a fim de aproximá-los da
problemática e ao mesmo tempo contribuir para a construção do conhecimento
histórico. A partir deste momento, iniciarão as entrevistas, alternativa da metodologia
adotada pelo projeto para a coleta de dados que serão transformados em fontes
históricas na construção da memória oral. Outras ações que poderão ocorrer
envolvem uma palestra que busque a motivação desses jovens para a continuidade
dos estudos, um seminário envolvendo a comunidade escolar para a discussão da
realidade do ensino noturno e coleta de sugestões para a sua melhoria. Ao final
será feita a divulgação dos resultados da pesquisa. Toda essa experiência servirá de
base para a elaboração de um artigo científico. E a avaliação será feita em suas
principais características: inicial, formativa e somativa. Como instrumento de
diagnóstico contínuo e sistematizado, e como meio de sanar as dificuldades de
ensino e aprendizagem .(SCHMIDT e CAINELLI, 2005)
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA METODOLOGIA DE HISTÓRIA ORAL
Para melhor compreensão da metodologia a ser desenvolvida, apresento as linhas
gerais da História Oral.
Material didático-pedagógico
Unidade didática pedagógica
1. A HISTÓRIA ORAL E A HISTÓRIA
Atualmente a História Oral ocupa espaço tanto no mundo como no Brasil. Ao ter por
base o debate nas décadas de 80 e 90 e a sistematização de experiências, bem
como a reflexão metodológica da história oral, coloca em destaque o trabalho com
entrevistas. Favoravelmente, a História como disciplina sofre mudanças como a
incorporação de temas contemporâneos: (a História do tempo presente); a
valorização da análise qualitativa e o relato pessoal como transmissor de uma
experiência coletiva, “uma visão de mundo tornada possível em determinada
configuração histórica e social.” (ALBERTI,2005).
Diante desse quadro, mudanças ocorreram em relação aos arquivos e às fontes
assim como na própria sociedade moderna.
O documento escrito deixou de ser exclusivo emquanto referência do passado.
Outros tipos de registro passaram a ter importância como as entrevistas de história
oral, gravações radiofônicas, fotografias, desenhos, filmes, monumentos, obras de
arte e arquitetura, etc. A história do passado também pode se apoiar nestas fontes
para seu estudo.
Reafirma, deste modo a necessidade da interdisciplinaridade e sua valorização
através dos diálogos com a Antropologia, a Literatura, a Sociologia, a Ciência
Política e outras áreas do conhecimento.
Neste mundo globalizado, em que os diferentes grupos sofrem a influência de
inúmeras culturas, a História Oral se afirma como o de múltiplas possibilidades que
se manifestam e dão sentido a formas de vida e escolha de diferentes grupos
sociais, em todas as camadas da sociedade”. (ALBERTI,2005)
1.1. Possibilidades de pesquisa e a especificidade da História oral
A História Oral pode permitir o estudo de como as pessoas ou grupos realizaram
suas experiências, individuais ou coletivas, bem como “situações de aprendizado” e
“decisões estratégicas”.
Para LE GOFF, a memória contém os elementos básicos para a construção de uma
concepção histórica.
No trabalho com a “memória”, sendo esta possível de transformações em relação às
pessoas ou grupos, a História oral vem de encontro como possibilidade de estudo
dos mais variados tipos de memória. Há sem dúvida um problema situado no debate
entre a “memória coletiva” e o que se convencionou chamar “memória histórica”.
Segundo Maurice Halbwachs citado em MONTENEGRO(1994) faz-se uma divisão
entre história e memória diante da análise detalhada sobre a memória e suas
dimensões individual, coletiva e histórica. Para ele alguns aspectos tendem a ser
considerados como a de que a memória é múltipla, enquanto afirmamos que “não há
senão uma história”; a memória trabalha com o vivido, o que está ainda presente no
grupo, enquanto a história trabalha e constrói a representação dos fatos distantes,
ou mesmo onde ou quando se encerra a possibilidade de se encontrar testemunhas
daquela lembrança. A perspectiva histórica de HALBWACHS apud MONTENEGRO
distancia-se do desenvolvimento da crescente pesquisa histórica. Para VEYNE apud
MONTENEGRO a ideia do que é ou não importante vem sendo objeto de
significativas mudanças. HALBWACHS apresenta uma posição frontalmente contra
a perspectiva de se trabalhar a memória como documento histórico. MONTENEGRO
não discorda totalmente de HALBWACHS por haver realmente distinção entre
memória e história. Entretanto são inseparáveis para MONTENEGRO: “ afinal,
compreendemos a história como uma construção, ao resgatar o passado (campo
também da memória ) aponta para as formas de explicação do presente e projeta o
futuro. Este operar próprio do fazer histórico na sociedade, encontraria em cada
indivíduo um processo interior semelhante (passado, presente e futuro) através da
memória.”
Michael Pollak atenta para isso e observa: “ a existência, numa sociedade de
memórias coletivas tão numerosas quanto as unidades que compõem a sociedade.”
E Robert Frank, classifica em quatro tipos:”memória oficial da nação”; “ memória dos
grupos”; “ memória erudita” e “ memória pública ou difusa” .
Essa forma de reconhecer essa diversidade, resulta em alternativa para “ evitar a
polaridade simplificadora entre ' memória oficial' e ' memória dominada' no sentido
de um trabalho mais rico em análise para os testemunhos da pesquisa.”
Neste sentido este projeto pretende estudar a constituição das memórias dos alunos
do ensino médio do Colégio Dr. Generoso Marques no ensino noturno observando-
se a diversidade de classe, gênero, origens e pensamentos presente entre eles.
MONTENEGRO afirma que na relação memória popular/história oral “as dificuldades
de caráter epistemológico que remetem ao problema do empirismo e a prática
histórica ortodoxa; a forma do material da história oral ou da autobiografia; o que
importa na história oral não são os fatos acerca do passado, mas todo o caminho em
que a memória popular é construída e reconstruída como parte da consciência
contemporânea, a questão de como os historiadores vão usar suas fontes é um
problema da história oral como de áres afins”.
Esta pesquisa aberta com o uso da História Oral apesar de atraente não é fácil
porque trabalha com a chamada fonte e necessita primeiramente considerar as
condições de sua produção como “ fonte intencionalmente produzida colhida a
posteriore”. Peter Hünttemberger citado por ALBERTI divide os vestígios do passado
em 2 grupos: os resíduos de ação e os relatos de ação e define que “ o típico
resíduo de ação seria o clássico documento de arquivo – pedaço de uma ação do
passado - , enquanto a relação de ação, posterior a ela, poderia ser exemplificado
por uma carta que informa sobre a ação passada, ou ainda por memórias e
autobiografias”. Para Hünttemberger, um relato de ação também pode ser um
resíduo de ação como a carta, a autobiografia. Em uma entrevista ocorre um relato
de ação do entrevistado que narra suas experiências, e do entrevistador que
também narra suas experiências, e do entrevistador, que também narra o seu relato
científico, político, acadêmico.
A entrevista enquanto resíduo de ação é interativa, pois trata-se da comunicação
entre entrevistador e entrevistado.
Antes de mais nada é necessário ter a entrevista como resíduo de ação para uma
análise mais profunda na constituição da memória através das ações tanto do
entrevistador quanto do entrevistado no processo de construir o passado “ de uma
forma e não de outra”.
Compreende-se a entrevista de História Oral como documento de cunho biográfico
como memórias, autobiografias, diários e outros documentos pessoais: a ideia do
indivíduo como valor retrata a individualidade biológica, uma ilusão de unidade,
quando o eu “ é fracionado e múltiplo”. (BORDIEU apud ALBERTI in: PINSKY, 2010)
As entrevistas embuídas de significados resultantes de escolhas e ações do
passado precisam ser atentamente colhidas pelo pesquisador como experiências no
momento da narrativa.
A entrevista não é um retrato do passado, entretanto alguns autores defendem que o
uso da biografia no estudo da história no caso de indivíduos comuns concentram
todas as características do grupo, tanto na estrutura, estatística, quanto no que é
típico de comportamento. VERENA ALBERTI (2005) em, “O lugar da história oral: os
fascínio vivido e as possibilidades de pesquisa” e “ Um drama em gente: tragetórias
e projetos de pessoa e seus heteronômios” afirma que “biografias, história de vida,
entrevistas de história oral, documentos pessoais, enfim mostram o que é
potencialmente possível em determinada sociedade ou grupo sem esgotar,
evidentemente todas as possibilidades”.
A entrevista de história oral se apoia na 'narrativa' e para isso faz uso do raciocínio,
transforma em linguagem acontecimentos vividos que ele mesmo selecionou e
organizou de acordo com o sentido escolhido por ele.
É a narrativa oral peculiar e específico em relação às memórias e autobiografias,
pois resulta da relação entrevistador/entrevistado e depende das circunstâncias de
sua produção na entrevista, como o uso de gravador, câmera, o que para uns pode
representar algo natural, espontãneo se acostumado por uns e para outros pode ser
inibidor.
Também a linguagem oral de uma entrevista transcrita para um texto já produzido
para a escrita pode causar estranheza a leitores desavisados.
Assim é essencial o cuidado com tais fatores na elaboração e análise da fonte oral.
1.2. O uso das fontes orais na pesquisa histórica
Na elaboração de fontes orais segue-se três momentos:
-preparação das entrevistas;
-realização;
-tratamento.
1. Preparação das entrevistas: (Projeto de pesquisa e elaboração dos roteiros
de entrevistas)
Quanto ao projeto alguns critérios devem ser adotados como: adequação da
metodologia ao tema proposto pelo pesquisador; importância da narrativa dos
entrevistados e sua visão sobre o tema estudado a constituição da pesquisa
enquanto fato na possibilidade de haver entrevistados na condição de prestar
depoimento.
2. Discutir e tentar definir o tipo de pessoa a ser entrevistada;quantos serão
entrevistados e que tipo de entrevista será realizada; conhecer o papel dos
que participaram ou participam do tema investigado; elencar os mais
representativos; destacar os que são representativos para o grupo e
diagnosticar os “desviantes”; listar os nomes dos possíveis entrevistados com
breve biografia que justifique a escolha de acordo com os objetivos de estudo
podendo ser revisada ao longo da pesquisa.
As entrevistas produzidas serão diferentes em qualidade e densidade partindo dos
entrevistados, isto revela um alto grau de imponderabilidade no trabalho com a
história oral. O que hoje para nós parece ser desprovido de importância histórica
poderá não ser dependendo do contexto e do momento. Apesar de determinado
entrevistado não corresponder às expectativas da entrevista sua escolha continua
justificada pelos objetivos do estudo. Afinal o ideal de uma entrevista é que o
entrevistado escolhido respondesse perfeitamente e colaborasse com uma “visão de
conjunto a respeito do universo estudado”, como definiria ASPÁSIA CAMARGO de “
o bom entrevistado”.
O projeto pode optar por um único depoente quando seu relato serve de contraponto
e é suficientemente significativo. Porém em pesquisas em que a metodologia
principal de trabalho é a história oral, cujo valor está na produção de entrevistas e
sua análise, interessa a possibilidade de se comparar versões sobre o passado e o
que as fontes já existentes dizem sobre o assunto. “ Assim é que quanto mais
entrevistas puderem ser realizadas, mais consistente será o material sobre o qual se
debruçará a análise” . (ALBERTI)
É no avanço da investigação que o pesquisador decide quando encerrar a
realização de entrevistas através do conceito de “ saturação” de Daniel Bertaux,
quando as entrevistas tendem a se repetir, tanto no conteúdo quanto na construção
narrativa.
De acordo com o propósito da pesquisa o passo a seguir é a escolha do tipo de
entrevista: “temática” ou “história de vida”, que se condiciona ao tema e à questão
investigada. A entrevista temática dá prioridade à participação do entrevistado no
tema enquanto a história de vida faz uma trajetória desde a infância até o momento
em que fala, traçando acontecimentos e conjunturas vividas ou que soube por
outrem.
Ambos os tipos de entrevistas em história oral relacionam-se ao método biográfico(a
vida e a experiência do entrevistado).
Ao escolher a entrevista temática tem-se por objetivo dar um recorte cronológico
dentro de uma história mais ampla inserido na trajetória de vida do entrevistado,
uma função desenvolvida, envolvimentos ou experiências “ em acontecimentos ou
conjunturas específicos”. (ALBERTI)
Entretanto, a possibilidade do uso de ambos os tipos de entrevistas dependo do
projeto de pesquisa.
Após explicitar claramente o tema de pesquisa e sua problemática, realiza-se a
elaboração do roteiro geral de entrevistas (base para o roteiro individual dos
entrevistados). Através do roteiro geral elabora-se a sistematização dos dados
levantados durante a pesquisa e permite a articulação dos dados com as questões
que conduzem o projeto indicando as atividades seguintes.
3. Esse roteiro geral agrega uma cronologia detalhada do tema tratado, análises
sobre o assunto, dados sobre documentos centrais (leis, atas, manifestos,
etc). O roteiro geral sofrerá alterações no decorrer do projeto incorporando
informações e interpretações através das entrevistas e outras fontes.
Após a elaboração do roteiro geral começa-se a preparação individual das
entrevistas:
-contato com o entrevistado:
-estudo da biografia do entrevistado;
-roteiro individual do entrevistado.
Esses passos garantem a realização das entrevistas a partir da concessão do
depoente após a explicitação dos objetivos da pesquisa e o método a ser seguido. É
neste momento que se justifica a importância da entrevista concedida ao estudo e é
feita a conscientização de que se for o caso será solicitado do entrevistado assinar
um documento que permita o uso da entrevista a possível divulgação de seu nome
quando da publicação da pesquisa.
A seguir, a biografia do entrevistado é obtida a partir do levantamento do currículo, e
dados que possam elaborar a cronologia de vida.
Enfim, o roteiro individual do entrevistado onde se cruzam as informações sobre o
que há de particular e o geral a todos da lista, e assim relacionar o geral ao
particular para chegar a questões interessantes. Paralelamente a estas análises,
surgem as dúvidas, anotações, questões.
Assim feita toda essa preparação o entrevistador estará bem mais seguro para
realizar a entrevista.
1.3. A Realização das Entrevistas
Considerando que a entrevista em História Oral consiste em uma relação entre
pessoas diferentes, com experiências diferentes e até mesmo gerações diferentes e
que o entrevistado encontra-se em situação inusitada tendo que falar sobre si e sua
vida a uma pessoa estranha ou diante de câmara e gravador, há que se reservar um
tempo longo para a realização se adequar ao ritmo do entrevistado para que ele
conclua seu pensamento, interpretar os períodos de silêncio; estar atento
sensivelmente às percepções do entrevistado e às condições de como a entrevista
se realiza para análise posteriores.
Sugere-se um caderno de campo para o registro de como foi a escolha do
entrevistado, o contato inicial, , as considerações sobre a entreevista em si,
novidades, contribuições para a pesquisa, ou as dificuldades.
Ao conduzir as entrevistas, tarefa nada fácil, estar atento ao entrevistado, ao roteiro,
às posssibilidades de formular perguntas e ao funcionamento do gravador ou
câmera. Anotar tudo que for relevante durante a produção da entrevista.
-Realizar perguntas abertas para que o entrevistado discorra sobre o tema, com isso
a postura do pesquisador deve ser simples e direta;
-aproveitar os recuos,avanços no tempo e as repetições que indicam que os temas
não vêem em ordem cronológica e podem significar um 'memória cristalizada' do
passado para o entrevistado;
-Gravar 'cabeçalho' da entrevista, identificando a fonte que está sendo produzida;
-anotar palavras de pouca compreensão, gestos que alterem a compreensão do
áudio;
Estar calado quando o entrevistado estiver narrando e assim que ele toma a palavra;
-Providenciar o documento de cessão de direitos sobre a entrevista, se esta estiver
aberta à consulta de outros entrevistadores.
1.4. O Tratamento das Entrevistas
É necessário definir o que será feito com as entrevistas gravadas em uma pesquisa
de História Oral. Convém saber se serão disponibilizadas ao público e se serão
consultadas em áudio, vídeo ou na forma de escrita. Tanto de uma como de outra
maneira é importante produzir instrumentos de consulta como sumários e índices
temáticos.
Outra maneira indispensável são as cópias de segurança com a finalidade de
preservar o documento.
Na publicação da entrevista convém editar o texto transcrito e corrigido.
1.4.1. Tecnologias de Gravação
De acordo com os objetivos da pesquisa em História oral o equipamento de
gravação e reprodução áudio e/ou vídeo poderá ser mais ou menos sofisticado.
Recomenda-se o uso de tecnologias digitais, se o objetivo for a constituição de um
acervo, uma vez que equipamentos e mídias analógicas tendem a desaparecer.
1.4.2. Interpretação e Análise das Entrevistas
Segundo Le Goff, toda fonte histórica deve ser entendida como “documento-
monumento” e assim é considerada a entrevista de História Oral. A partir daí a
“crítica ao documento” traz ao pesquisador o papel de “ desmontar” para através da
anállise reconstruir.
Na entrevista, desde a escolha do entrevistado como testemunha importante a ser
ouvida, esta já se configura como instrumento de perpetuação da memória sobre o
passado. É importante que em análise o pesquisador observe se ele está aberto a
novas proposições que distoam de sua hipótese ou se irá sobrepor sua intenções ao
relato.
É necessário verificar as intenções do pesquisador, da instituição e da próprioa
condução da entrevista, os conflitos e os resultados obtidos.
A fonte de pesquisa deve ser analisada no todo ouvindo-se o que a entrevisyta tem a
dizer quanto à sua produção, quanto à narrativa do entrevistado:
-uso de conceitos;
-maneira de se referir a acontecimentos ou situações;
-lembranças;
-exemplos;
-cacoetes de linguagem.
É na percepção desses recursos usados pelo entrevistado que está o sentido. “É
importante lembrar também que as palavras empregadas pelo entrevistado são
importantes para a interpretação de sua narrativa”.(ALBERTI)
Ao escolher as palavras e a forma de se expressar o entrevistado dá informações
sobre sua vida, sua formação, seu meio, etc. A fidelidade à lógica e às escolhas do
entrevistadi devem estar presentes nas entrevistas.
2. História Local e o Ensino de História
Na produção historiográfica atual, um novo enfoque vem sendo atribuído à história
local sob a perspectiva de se resgatar a história das sociedades como um todo, ou
seja, um interesse pela história social. (SCHMIDT e CAINELLI, 2005).
Com o objetivo da proposição do uso da história local é necessário considerar que:
-1º ) “É importante observar que uma realidade local não contém em si mesma, a
chave dae sua própria explicação”. Convém estabelecer relações com outras
'localidades', países ou 'processos históricos mais amplos'.
-2º ) “É importante que a construção de identidade tenha marcos de referência
relacionais conhecidos e situados como o local, o nacional, o latino-americano, o
ocidental e o mundial.”
a contribuição da história local é inegavelmente importante para a construção de
identidades dentro do currículo, mas é correto atentar para visões 'anacrônicas',
'etnocêntricas', reducionistas e localistas.
É necessário ter cuidados para que o estudo local seja reduzido a uma perspectiva
limitada ao mais próximo e conhecido.
É como estratégia pedagógica que a história se insere ao colaborar para a
'transposição didática' do saber histórico para o saber escolar.
Pretende-se dessa forma fazer uma abordagem da aprendizagem no sentido de
desenvolver no e com o aluno os elemntos necessários à construção e
compreensão do conhecimento histórico. (SCHMIDIT e CAINELLI, p. 113). As
possibilidades de atividades relacionam-se e vinculam-se à vida cotidiana. Nesse
caso valoriza-se o interesse do aluno, suas 'experiências culturais' ao fazer 'recortes'
no conteúdo, para que este se aproprie do conhecimento histórico e que irão compôr
o 'conjunto do conhecimento'.
2.1. Possibilidades do Trabalho com a História Local como Estratégia de Aprendizagem
1) Inserção do aluno na comunidade à qual pertence:
- criação de sua própria historicidade e identidade.
2) Reflexão do sentido de realidade social:
-atitudes investigativas, análise do cotidiano.
3) Análise e interpretação da realidade econômica, política, social e cultural.
4) Delimitação de tempo e espaço – análises de mudanças , permanências e
conflitos.
5) Construção de uma história mais plural e menos homogênea – com visões
múltiplas, de vários sujeitos.
Uma das perspectivas que o trabalho com a história local pode favorecer é a '
recuperação de experiências individuais e coletivas do aluno, fazendo vê-las como
constitutivas de uma realidade histórica mais ampla e produzindo um conhecimento
que ao ser analisado e retrabalhado contribui para a construção de sua consciência
histórica” (SCHMIDT e CAINELLI, p. 114)
3. História Oral e o Ensino da História
Ensinar história constitui-se na prática de propor ao aluno meios para que ele
reconheça que possui uma história individual e que esta história individual se
relaciona à história de grupos, classes e sociedades. Neste sentido, o objetivo é que
se compreenda 'que a história é feita por todos'. (SCHMIDT e CAINELLI, p.125) .
Assim sendo, o aluno é motivado a sentir-se participante dessa história que é
resultado de um processo. Compreender este processo levará à participação de que
ele (aluno) é quem faz sua própria história.
Neste processo entre fazer parte da história e fazer a própria história e a
compreensão deste é que o ensino de história vem de encontro através do registro
da história pessoal do aluno, de sua família ou de seu grupo articulado com o tema
ou o conteúdo em estudo; aluno e professor identificam através do diálogo entre
presente e passado as possibilidades de intervenção e participação na realidade em
que vivem; a partir do registro de história pessoal do aluno, possibilita-se o
desenvolvimento de atitudes como identificar fontes históricas e selecionar
informações.
Para que este trabalho tenha significado, o registro das experiências históricas dos
alunos precisa ser articulado com o registro da história ou experiência de outros
grupos, segmentos, sociedades ou civilizações. Assim, a visão a ser construída é de
uma memória nacional coletiva. Neste trajeto é que a oralidade é inserida como uma
metodologia de pesquisa baseada em fontes orais, que são nada mais que registros
de experiências, depoimentos de uma ou mais pessoas ' de uma mesma
coletividade' .
As fontes orais dividem-se em: 'histórias de vida' ou 'relatos orais de vida' e '
depoimentos orais'.
-História Oral de Vida: Construída por relatos de experiências de ' sujeitos históricos'
onde se encontram relações de pertencimento.
Ex: grupos de profissão, de classe, de sociedade. Constituem-se memórias sobre o
passado.
-Depoimentos Orais: Constitui-se de informações factuais objetivas obre
determinadas situações vivenciadas pelos entrevistados.
Nestas duas modalidades a estratégia usada para coletar dados é a entrevista.
Obtidas através de gravações em fitas ou transcrições escritas. Há de se considerar
que neste trabalho a fonte de informação esta´ vinculada ao estudo da história local,
sempre buscando contextualizar os conteúdos e ampliá-los com as estruturas social,
econômica e política.
É assim que segundo Dosse (1992) afirmou sobre a 'história em migalhas', faz-se
necessário integrar as experiências individuais, que nem sempre estão presentes no
contexto da aprendizagem às grandes interpretações da história da sociedade.
Neste sentido, o historiador tem em suas mãos todo o processo de produção do
saber histórico quando selecionaos depoentes, recorta os temas, reescreve as falas
e constrói a explicação histórica com base nos dados que recolheu. (SCHMIDT e
CAINELLI, p. 127).
3.1. Limites e Possibilidades das Fontes Orais
Ao se considerar as fontes orais como 'arquivos da palavra' (GARRIDO, apud
SCHMIDT e CAINELLI) é importante tomar o cuidado no trato, no manejo com as
memórias do depoente. No ato de rememorar suas experiências o entrevistado
conta e emite opiniões, confere sentido real, narra histórias de vida que precisam ser
compreendidas como interpretações atuais dos fatos passados e que não significam
propriamente o esclarecimento de tais fatos.
Assim, através deste trabalho é possível conhecer 'a maneira' como alguém ou
algum grupo vivenciou determinados acontecimentos. Desta forma há o resgate da
'subjetividade sem confundí-la com fatos objetivos'.
Outras fontes são necessárias a fim de realizar a comparação entre as fontes orais,
como as fontes escritas promovendo a interlocução entre as diversas fontes
documentais.
A partir desta metodologia, o Ensino de História pode se enveredar por meios de
projetos e assumir sua dimensão de significar a existência humana no e com o
tempo.
Exemplos:
-auto-biografias orais;
-entrevistas com pessoas da comunidade;
-história oral da localidade;
-livro de recordações;
-investigação da origem dos nomes e espaços locais;
-história oral da escola;
-história oral de construções locais;
-história oral com pessoas idosas da localidade;
-história oral de pessoas idosas com base em uma temática;
-história oral com pessoas idosas com o objetivo de recuperar a cronologia de fatos
da localidade;
-história oral do aluno;
-história oral de pessoas originais que vivem na localidade;
-história oral de famílias (genealogias familiares, arquivos familiare, história ora,
fotografias históricas)
-história oral da indústria local;
-história oral das mulheres, dos migrantes, dos imigrantes;
-história oral de um acontecimento local importante.(SCHMIDT e cainelli, P. 128).
3.2. Tipos de Pesquisa de História Oral no Âmbito Escolar
É possível elaborar histórias de vidas de pessoas sem acesso ou pouco
familiarizados com a cultura escrita realizando o resgate de tradições orais (ditados,
histórias, orações, mezinhas, canções, receitas, culinárias e brincadeiras, entre
outras); recuperando as atividades tradicionais (artesanato e técnicas de trabalho e
evidências das práticas da vida cotidiana como alimentação, vestuário, lazer e
espaços de sociabilidade, etc.)
As pesquisas podem abordar a inserção do indivíduo em sua história local ou
regional, na história social (associações, sindicatos, ciclos de vida, e classes
sociais0 ou mesmo na história política (personalidades e empresas), na história
econômica (produção, circulação e consumo de mercadorias); na história das
mentalidades e das idéias e na história das artes.
3.3. Objetos a serem estudados pela História Oral no Ensino da História
-Práticas Materiais: história de livro e leituras;brinquedos; jogos; festividades; formas
de entretenimento; castigos; entre outras.
-Temas Familiares: namoro; casamento; papel da mulher; significado da infância,
etc.
-Profissões: tipos mais recente, mais antigas; as que despareceram; as que vão
desaparecer e as que irão surgir.
-Comportamentos: sobre o nascimento e a morte; a violência; gravidez na
adolescência, etc.
-Crendices: superstições, amuleto, devoções, etc.
-Instituições: Escola, Clube, Banda de Músicas, Jornal, Confrarias, etc.
3.4. Cuidados com o uso da História Oral e o Ensino de História
-Planejamento: definição de objetivos; recursos disponíveis; estretégias.
-Metodologia: regras para os trabalhos individuais ou em grupo pré-estabelecidas.
-Pesquisa Bibliográfica: antecede ao recolhimento oral de informações.
-Seleção do público alvo: escolha dos entrevistados.
-Elaboração do roteiro de entrevista: as fichas de entrevistas podem conter
informações genéricas como nome do entrevistado, data de nascimneto, lugar onde
mora, profissão, autorização para publicação das informações, data da entrevista,
registro do texto, nome do entrevistador e local da entrevista.
-Testar o roteiro da entrevista e corrigir o que for necessário.
-Recolher os dados e organizá-lo.
-Elaborar reflexão com base na análise dos dados.
-Divulgar os resultados da pesquisa (através da produção de textos, exposição e
realização de vídeo). (SCHMIDT e CAINELLI, p. 129 e 130).
CONTEÚDOS DE ESTUDOS
A seguir serão apresentadas algumas atividades que serão realizadas paralelamente
às entrevistas que poderão ser tratadas como temas.
TEMA 1: " A HISTÓRIA HOJE"
Para introduzir uma discussão a respeito da trajetória da História e as concepções
que ela foi adquirindo ao longo do tempo será usado a música interpretada e
composta por Lulu Santos e Nelson Mota, 'Como uma onda' (1983), disponível em
<http://www.youtube.com/wach?v=SWYrOzQYIY>.
A) A partir da leitura da letra da música quais elementos poderemos pensar no
sentido da História como ciência humana?
B) História estuda somente o passado? Porque?
C) Como é possível definir a História?
TEMA 2: " MEMÓRIA E HISTÓRIA ORAL" : Desenvolvimento de conceitos a partir
da letra de música 'Memórias' da cantora Pitt (2005) , disponível em < http://
www.youtube.com/wach?v=goIZ08kubko> e de slides elaborados pelo professor
PDE 2008 , Antonio Juscelino Batista, do Núcleo de Francisco Beltrão. Como
sugestão também pode ser usado o poema de Carlos Drummond de Andrade "
Memórias" disponível em <http://www.memoriaviva.com.br/drummond/verso.htm>
TEMA 3: " FONTES E DOCUMENTOS": Trazer para a sala xerox de 2 textos para
trabalhar os conceitos de fontes e documentos. O texto 1, 'Estudar traz vantagens?'
será retirado do site www.educarparacrescer.com.br e o texto 2, de Geyso Dongley
Germinari, citado em SCHIMIDT e CAINELLI (2005). Após a leitura de ambos os
textos analisar:
-Os dois textos são iguais?
-Qual a diferença entre eles?
-Que informação cada um dele traz?
-De acordo com o texto 2 qual a relação entre documentos e experiências pessoais?
-O que você pensa sobre acumular, guardar e selecionar documentos? Qual a
importância dessas práticas?
-Na sua opinião o que as pessoas fazem com certos documentos?
-O que é possível fazer diante dessa prática?
TEMA 4: " CONHECIMENTO DA NOSSA REALIDADE" - Discussão sobre os
problemas que permeiam a vida dos Jovens do Ensino Noturno. Vídeo - "Vacilando
na Escola" disponível em http:// www.irdeb.ba.gov.br/tve/catalogo/media/view/13.
Esse vídeo foi vencedor no Festival Anual de Canção Estudantil na Bahia. Música
composta por Samuel Oliveira de 25 anos que na época cursava o Eja III, na Escola
Técnica Estadual Luiz Navarro de Brito. Com letra inteligente, o filme conscientiza,
de forma diferente, os estudantes quanto à importância do estudo e da preservação
da Escola Pública .
Reflexões: - Qual a mensagem veiculada no vídeo?
- Será que ela corresponde à realidade de nossa escola e das outras escolas?
-Que problemas podem ser levantados a partir da letra da música?
-Como a Escola Pública é apresentada no vídeo? Você concorda?
-A Escola Pública é diferente da particular?Em que?
-Porque o Ensino Noturno apresenta tantos problemas? De quem é a
responsabilidade? Como poderia ser diferente?
TEMA 5: " CONHECIMENTO DA NOSSA HISTÓRIA" - Apropriação de documentos
históricos que se relacionem à história do ensino e principalmente do ensino
noturno no Colégio Dr. Generoso Marques. Livros historiográficos, revistas, leis,
atas, jornais de época, etc. A finalidade é fazer uma leitura e análises destes
documentos. A partir dos dados coletados construir junto aos alunos uma narrativa
histórica.
TEMA 6: " CONHECIMENTO DE OUTRAS HISTÓRIAS": Pesquisa com familiares,
vizinhos, moradores próximos, conhecidos, sobre as histórias que eles guardam na
memória sobre o Ensino Noturno. É a vez dos alunos buscarem suas próprias
fontes.
TEMA 7: " OUTRAS VISÕES SOBRE A NOSSA REALIDADE": Investigar com os
funcionários, professores, direção e equipe pedagógica de como eles percebem o
mesmo problema.
TEMA 8: " SOCIALIZAÇÃO DO SABER": Através de uma palestra organizar o
repasse dos resultados da pesquisa realizada por eles. A palestra pode ter como
título: "Estudar traz vantagens"?
TEMA 9: " OS SUJEITOS DA HISTÓRIA" - O jovem e a sociedade.
Música: 'O jovem no Brasil nunca é levado a sério' (Charlie Brown, 2000) - disponível
em http://www.youtube.com/wach?v=1pwozTNLHro.
Através de uma breve leitura da letra da música analisar:
-Quem é o jovem no Brasil, hoje? Estatísticas do IBGE2010 referentes a população,
faixa etária, sexo, condições financeiras, condições de emprego e educação,
expectativas de vida.
-Como é o jovem de hoje e como era há vinte anos atrás? como era ser jovem na
época dos pais? Será que mudou muito o comportamento? Porquê?
-Você concorda com a letra da música? Porque?
-O que poderia ser feito para mudar essa situação?
Tem início as entrevistas orais que serão gravadas entre agosto e setembro.
Questionários: ( em anexo)
TEMA 10: " DEBATENDO A REALIDADE": Encontro escolar sobre o Ensino Noturno
e sua realidade, 'Ensino Noturno mostra a sua cara!'
A) IDENTIFICAÇÃO DA REALIDADE: -Resultados das pesquisas;
-Discussões temáticas;
-Música/e ou teatro;
B) ARGUMENTAÇÃO DE GRUPOS:
C) CONCLUSÃO: Síntese dos estudos seguida de sugestões e ou melhorias de
possíveis realizações.
FINALIZAÇÃO: Espera-se que os alunos tenham um contato direto com a
investigação histórica, que seja capaz de problematizar a realidade existente, que
busque fontes e documentos para conhecê-la melhor e possa intervir nessa mesma
realidade. Ao final, consiga contextualizar históricamente o produto de seu próprio
conhecimento e adquira o gosto pelo saber e de agir de maneira crítica e cidadã no
meio em que vive.
MATERIAL UTILIZADO: tv multimídia, computador, xerox, sulfites, canetas, rádio,
gravador, filmadora, etc.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ALBERTI, Verena. História Oral: a experiência do CPDOC. In: PINSKY, Carla
Bassanezy.Fontes Históricas. 2ª ed, São Paulo: Contexto, 2010. Vários Autores.
BURKE, Peter. A Escrita da História - Novas Perspectivas (trad.) LOPES, Magda.
São Paulo: Editora Unesp 1992.
FRIGOTTO, G. Sujeitos e conhecimento: os sentidos do ensino médio. In
FRIGOTTO, G. e CIAVATTA, M. Ensino Médio: ciência, cultura e trabalho in:
DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA, Secretaria de Estado da
Educação do Paraná, Departamento de educação Básica, 2008, p.14,15,19.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2010.
LE GOFF, Jacques. História e memória. (trad.) LEITÃO, Bernardo . (et al) 5ª ed.
Campinas, São Paulo: Editora da UNICAMP, 2003.
MARQUES, Maria Amélia da Silva.Escola Noturna e Jovens. In: PERALVA, A. e
SPOSITO. “Juventude e Contemporaneidade”. Revista Brasileira de Educação,
Rio de Janeiro, nº especial, mai/dez, 1997.
MONTENEGRO, Antonio Torres. História Oral e Memória - a cultura popular revisitada. 3ª. ed. São Pulo: Contexto, 1994.
PINSKY, Jaime Org.). O Ensino de História e a Criação do Fato. São Paulo:
Contexto, 2ª ed., 1990.
SCHIMIDT, Maria auxiliadora e CAINELLI, Marlene. Ensinar História. São Paulo:
Scipione, 2004. - ( Pensamento e Ação no magistério).
Endereços eletrônicos:
<http://conae.mec.gov.br/images/stories/pdf/pdf/documetos_documentofinal.pdf> ou
<http:// conae.mec.gov.br/.> Acesso em 28 set 2010.<www.histed.br.fae.unicamp.br/acer_histedbr/.../Ss1D3oLQ.doc> Acesso em 16 ago.2010
BARBIERI,Fabiana; GUIMARÃES, Juliana; MORAES, Vanessa e ROCHA, Ronaldo
Gazal. Jovens Estudantes Trabalhadores .Disponível em:
<WWW.pucpr/eventos/educere2005/anaiseventos/documentos/com/TCC.1067.pdf> Acesso em 16
ago.2010.
TERRIBELE, Alexssandra de Oliveira. Juventude, Trabalho e Ensino Noturno: um estudo sobre os jovens da periferia de Goiânia. Disponível em< http://
www.bdae.org.br/dspace/bitstream/123456789/2014/1/tese.pdf> Acesso em
11/08/2010.
SUGESTÕES DE LEITURAS:
CARVALHO, Célia Pezzolo de .Ensino Noturno: Realidade ou Ilusão. 5ª edição.
São Paulo: Cortez:Autores associados, 1986, p.07.
CARVALHO. Célia Pezzolo de. Ensino Noturno: Realidade e Ilusão. 8ª edição.
São Paulo: Cortez, 1997.
BITTENCOURT, Circe Maria F. Ensino de História: fundamentos e métodos. São
Paulo: Cortez, 2005.
CATTANI, Antonio David. Trabalho e Autonomia. Petrópolis,: Vozes, 1996.
TANNO, J.L. Palmital. Prefeitura Municipal de Palmital, SP, 2004.
PESAVENTO, Sandra Jatahy. História e História Cultural. 2ª ed. 2. reimp. Belo
Horizonte: Autêntica, 2008.
OUTRAS LEITURAS:
Os 15 mitos da Educação. Nova Escola. Ano XXVI - Nº 240. São Paulo: Editora
Abril S/A , março de 2011.
Por que você perde seus alunos. Educar para Crescer.(encarte especial) - Ensino
Médio. São Pulo: Edit. Abril S/A, 2010.
ROTEIRO DE PERGUNTAS
Projeto de Implementação de Intervenção Pedagógica na Escola - PDE 2010
" As Memórias dos Alunos do Ensino Noturno em Cambará"
I - DADOS PESSOAIS
Nome do (a ) entrevistado (a):
Idade:
Sexo:
Estado Civil:
Naturalidade:
Série que frequenta no Ensino Médio: ( )1ª série; ( ) 2ª série; ( ) 3ª série
II- SITUAÇÃO ECONÔMICA
1. Situação da moradia em que você mora:
a. ( )propria;
b. ( )alugada;
c. ( )cedida;
d. ( )outro
2. Quantas pessoas moram em sua casa?
a. ( )mora sozinho(a)
b. ( )1-3;
c. ( )4-6;
d. ( )mais de 7
3. Quantas pessoas da família possuem renda?
a. ( )1-3;
b. ( )4-6;
c. ( )mais de 7
4. Renda familiar mensal (soma dos rendimentos obtidos pelas pessoas da
família):_________reais.
5. Quantos cômodos sua casa possui:
a. ( )1;
b. ( )2;
c. ( )3;
d. ( )4;
e. ( )mais de 4
1.
6. Você diria que o dinheiro que você e sua família ganham hoje:
a. ( ) é mais do que suficiente;
b. ( ) é exatamente o que vocês precisam para viver;
c. ( ) não é suficiente, às vezes falta;
d. ( ) é muito pouco, trazendo muitas dificuldades;
e. ( ) não sabe.
III- SOBRE O TRABALHO DO ENTREVISTADO (A)
1. Com quantos anos começou a trabalhar fora de casa? __________________
2. Em que atividade? _______________________________________________
3. Qual é o principal motivo para você trabalhar?
a. ( ) ajudar nas despesas de casa;
b. ( ) comprar coisas de seu interesse;
c. ( ) porque gosta;
d. ( ) por que o trabalho é importante para a pessoa;
e. ( ) outro.
4. Trabalha em qual função?
5. Qual é a sua renda mensal Individual mensal)? __________________reais.
6. No atual trabalho tem sua carteira assinada?
a. ( ) sim
b. ( ) não
7. Normalmente quantas horas você trabalha por dia? ____________
8. Faz horas extras:
a. ( ) sempre;
b. ( ) quase sempre;
c. ( ) de vez em quando;
d. nunca
9. Você faz parte de algum desses programas sociais do governo?
a. ( ) bolsa-escola;
b. ( ) salário-escola;
c. ( ) primeiro emprego;
d. ( ) outro ___________
e. ( ) nenhum.
IV- ESCOLA
1. Você entra na aula em que horário?
a. ( ) geralmente no horário normal (19:00 até 19:15);
b. ( ) na primeira aula, geralmente com atraso;
c. ( ) às vezes entro na segunda aula;
d. ( ) geralmente entro na segunda aula;
e. ( ) outro __________
2. Em relação a sua frequência nas aulas, você:
a. ( ) é assíduo?
b. ( ) falta de vez em quando;
c. ( ) sempre falta
3. Se você já parou de estudar, foi principalmente por qual motivo?
a. ( ) nunca interrompi os estudos;
b. ( ) horário do trabalho;
c. ( ) acúmulo de atividades;
d. ( ) não gosta de estudar;
e. ( ) desinteresse pelos estudos;
f. ( ) gravidez;
g. ( ) problemas familiares;
h. ( ) problemas de saúde;
i. ( ) mudanças de residência;
j. ( ) outro __________
4. Já foi reprovado alguma vez?
a. ( ) nunca fui reprovado;
b. ( ) 1;
c. ( ) 2;
d. ( ) 3;
e. ( ) mais de 3 vezes.
5. Em sua opinião qual foi o principal motivo que o levou à reprovação?
a. ( ) dificuldades de aprendizado;
b. ( ) notas baixas;
c. ( ) faltas às aulas;
d. ( ) desinteresse pelos estudos;
e. ( ) outro _________________________
6. Está estudando principalmente para:
a. ( ) melhorar as condições de vida;
b. ( ) obter mais conhecimentos;
c. ( ) melhorar condições de trabalho;
d. ( ) outro ______________
PERCEPÇÕES DA REALIDADE
Sobre a Escola
1. O que você aprende na Escola é considerado:
a. ( ) muito importante;
b. ( ) pouco importante;
c. ( ) mais ou menos importante;
d. ( ) nada importante.
2. Em qual dessas categorias você relaciona a importância da Escola:
a. ( ) para o futuro profissional;
b. ( ) para entender a realidade;
c. ( ) para coisas que faz no dia a dia;
d. ( ) para fazer amigos;
e. ( ) para conseguir trabalho.
Sobre o Trabalho
1. Para você trabalho é:
a. ( ) necessidade;
b. ( ) independência;
c. ( ) crescimento;
d. ( ) auto-realização;
e. ( ) exploração.
Ser jovem
1. quais os assuntos que mais lhe interessam atualmente? (marque 3)
a. ( ) educação;
b. ( ) emprego/profissional;
c. ( ) cultura/lazer;
d. ( ) esportes/atividades físicas
e. ( ) relacionamentos amorosos
f. ( ) família;
g. ( ) saúde;
h. ( ) segurança/violência;
i. ( ) drogas;
j. ( ) governo/política;
k. ( ) sexualidade;
l. ( ) temas gerais;
m. ( ) religião;
n. ( ) amizades;
o. ( ) economia/finanças
LAZER
1. O que você mais gosta de fazer no tempo livre?
a. ( ) ir dançar;
b. ( ) ir à missa/igreja/culto
c. ( ) ir ao shopping;
d. ( ) passear em praça ou parque
e. ( ) ir à festas em casa de amigod;
f. ( ) ir a bares com amigos;
g. ( ) viajar no fim de semana;
h. ( ) ir à lanchonete;
i. ( ) ir ao cinema;
j. ( ) jogar bola/futebol;
k. ( ) ir ao show de MPB;
l. ( ) ir a show de música;
m. ( ) ir ao circo;
n. ( ) encontrar amigos;
o. ( ) assistir à tv;
p. ( ) ir a show de rock, pop, funk;
q. ( ) outro _______________
2. quais gêneros de música de que você mais gosta?
a. ( ) sertanejo;
b. ( ) rock;
c. ( ) pagode;
d. ( ) mpb;
e. ( ) axé;
f. ( ) pop;
g. ( ) samba;
h. ( ) rap.
i. ( ) outro ___________________
ROTEIRO DE ENTREVISTAS 1
ESCOLA E TRABALHO
1.Conte para mim como é o seu dia, desde a hora em que levanta até a hora de
dormir.
2. Como é trabalhar durante o dia e estudar à noite?
3. Entre trabalhar e estudar tem um que é mais importante para você? Porquê?
4. Entre trabalhar e estudar tem um que você precisa mias neste momento?
Porquê?
5. Em sua opinião o que leva certos jovens a trabalhar e estudar à noite?
6. Você vê alguma diferença, em relação ao futuro, entre os jovens que somente
estão estudando e os que executam as duas coisas?
7. Em que dia ou horário você costuma fazer os trabalhos, deveres de casa, ou
estudar para as provas?
TRABALHO
1. Como é no seu trabalho, como você trabalha, como é lá?
2. como é a convivência no trabalho?
3. Qual é a importância do trabalho prá você?
4. O que mias gosta no trabalho?
5. O que mais te chateia no trabalho?
6. O que seus pais ou responsáveis lhe falam sobre trabalhar?
7. Narre para mim como era seu primeiro trabalho, o que fazia, o que achava?
8. O que seus pais falm sobre começar a trabalhar desde pequeno?
9. O que você pensa sobre começar a trabalhar desde pequeno?
ESCOLA
1. Quais são as maiores dificuldades que você enfrenta para garantir seus estudos?
2. Como é a convivência na Escola?
3. Qual é a importância da Escola prá você?
4. O que você mais gosta de fazer na Escola?
5. O que mais te chateia na Escola?
6. O que você acha dos estudos que está recebendo? Eles te ajudam nas coisas
que faz no dia a dia?
7. O que seus pais ou responsáveis lhe falam sobre estudar?
8. Quais são as maiores dificuldades na Escola?
9. Estudar facilita ter uma profissão?
10. Você pretende ingressar na faculdade?
DIA A DIA
1. Qual/ quais dias e em que horário estão livres para se divertir? O que costumam
fazer?
2. Tem algum momento na Escola em que você se diverte?
3. E no trabalho?
4. Quais são seus planos para o futuro?
5. Qual é o seu maior sonho?
6. Como gostaria de estar vivendo?
7.Na sua opinião o que pode lhe garantir um futuro melhor?
ROTEIRO DE ENTREVISTAS 2
CABEÇALHO: Esta entrevista é parte integrante do projeto " As memórias dos
Alunos do Ensino Noturno em Cambará" desenvolvida dentro do Programa de
Desenvolvimento Educacional de 2010. O objetivo desta entrevista é resgatar a
mémoria do ensino noturno no colégio através dos próprios alunos. Gostaria que
você, nosso entrevistado(a) ficasse bem à vontade para responder às perguntas da
maneira que achar melhor. Saiba que sua entrevista é uma grande contribuição ao
projeto e poderá ser utilizado posteriormente com sua autorização ou de seu
responsável.
A) Oi, tudo bem? poderia nos dizer seu nome completo, idade, série e há quanto
tempo estuda neste colégio?
B) O que você pensa sobre o ensino noturno atualmente?
C) E em outros anos? Era diferente?
D) Porque resolveu estudar neste colégio?
E) Como é sua relação com os colegas de sala? Já os conhecia?
F) E os professores? Como são?
G) Como são as aulas?
H) Você trabalha? Conte como é sua rotina diária desde que acorda.
I) Onde você mora? Como é o lugar onde você vive?
J) Seus colegas de sala moram no mesmo bairro? Como vêm para a Escola?
L) Conte coisas que você considera positiva e negativa entre os alunos do colégio.
M) Além de você, alguém de sua família estuda no colégio?
N) Em outros anos como era a vida no colégio?
O) Você acha que o ensino à noite mudou muito? Porquê?
P) E o ambiente escolar, como é? Na hora dos intervalos? Entre uma aula e outra?
Nos corredores?
Q) Como é o relacionamento entre alunos e professores? Sempre foi assim?
R) Quais as dificuldades de estudar à noite? Quais as vantagens?
S) Você acha que os alunos do noturno são diferentes de outros períodos e os
professores?
T) Conte algumas recordações que lhe vêm à mente desde que começou a estudar
à noite?
U) Narre algum epísódio alegre, triste ou engraçado que você não esquece do
noturno:
V) Quais as impressões que você tem dos colegas, dos professores, da direção e
funcionários:
X) Você sente-se bem estudando à noite? O que agrada eo que desmotiva?como
eram
Z) Como você gostaria que fosse o ensino noturno?
Y) Quando uma aula lhe agrada ou não? O que faz quando não sente interesse pela
aula?
W) Já parou ou pensou em parar? Porquê?
- Você tem lembranças de como era estudar no colégio há algum tempo atrás?
- Você tem saudades de professores?
- E de colegas que passaram pelo colégio?
- E de funcionários?
- Que eventos no noturno mais lhe marcaram?
- Como eram as aulas?
- Como eram os alunos?
- E os professores?
- você se lembra de algum acontecimento que ocorreu na cidade, ou em qualquer
outro lugar que tenha acontecido quando você estava na escola à noite?
-Você lembra de algum evento da cidade que acontecia durante os períodos de aula
e que vocês iam?
-A alguns anos os alunos aprendiam mais do que atualmente? Porquê?
- Que problemas haviam naquela época que hoje não há mais? Ou, que problemas
existem, que antes não haviam?
- As regras eram as mesmas?
- É melhor estudar à noite hoje em dia, ou já foi melhor? Porquê?
-Como eram as provas? E quem as perdia? Hoje é diferente?
- Com quem os alunos se relacionavam melhor?Funcionários, professores,
pedagogos ou direção?
- Hoje há mais ou menos problemas entre os alunos? Porquê?
- Para concluir: O que falta para o aluno do ensino noturno sentir vontade de estar
na escola e aprender?
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