9 ano port charge e tiras

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    AVALIAO DIAGNSTICA 9 ANO Escola Estadual:

    Disciplina: Lngua Portuguesa Professor(a): Aluno(a): Ano de escolaridade: 9 ano do E. F. Data: / /

    http://chargesdejornais.blogspot.com.br/

    Questo 1 (D1) Qual a temtica abordada pela charge? A) O desmatamento em larga escala nas reas urbanas. B) O xodo rural e migrao para os grandes centros. C) O fracasso do homem rural nos grandes centros. D) O transtorno gerado pelas rvores nas reas urbanas. ______________________________________________________________________________

    Sebo Moa, eu nunca pisei aqui. Preciso comprar um livro... Qual? ela perguntou. Mistrio, suspense, romance, fico, livro didtico, paradidtico, ocultismo, religioso, de psicanlise, psicologia, mdico, lngua estrangeira, traduo, peridico, revista, tese, enciclopdia... Ela estava querendo me gozar. Pra falar a verdade, tinha um livro certo pra comprar sim... Mas no sei por que, me ouvi falando: Quero olhar, escolher, ver o que gosto mais... Mas comear por onde? Lado direito, esquerdo, subo a escada em caracol? Preciso de instrues de trnsito aqui dentro. Tem muito livro aqui... Esperava o qu? Mmias? Perdi a pacincia. Moa, eu quero saber onde posso achar um livro-lindo-maravilhoso-espetacular-romntico para eu dar de presente... Ah, para a namoradinha que s l Revista Desejo... J sei o tipo: frases doces, propostas delicadas, abraos, beijos, mais abraos, mais beijos, final feliz. Andar de cima, prateleira 15-A. Os preos que ficam na ponta da prateleira so indicados por letras, que ficam na contracapa do livro. Edies filetadas a ouro tm um outro preo... Ia dizer pra ela que... Mas achei melhor no falar nada. Dei-lhe as costas e subi a escada.

    ANDRADE, Telma G.C. Mistrio no sebo de livros. So Paulo: Atual, 1995

    Instrues: Leia atentamente os gneros textuais e enunciados de cada questo e assinale com um X a resposta correta.

    PIP II CBC

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    Questo 2 (D 2) O que levou o personagem a ir a um espao onde se vendem livros usados? A) A curiosidade em visitar um espao novo. B) O fato de nunca ter estado num sebo. C) O intuito de comprar um presente. D) O fato de ter pouco dinheiro para comprar livros. ______________________________________________________________________________

    Questo 3 (D3) Infere-se do 2 quadrinho da tirinha que A) a TV uma forma de entretenimento passivo para a personagem. B) a TV tem poder hipntico sobre Calvin e sobre outros adolescentes. C) Calvin no tem conscincia da alienao gerada pela TV s pessoas. D) Calvin tem conscincia de que est sujeito a se tornar um alienado.

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    bom dormir depois do almoo? Depende. Pessoas que tem problemas de estmago ou sofrem de insnia e apneia do sono (interrupo da respirao por mais de 10 segundos enquanto dormem) no devem cochilar depois do almoo, pois esse descanso pode, respectivamente, prejudicar a digesto e comprometer o sono da noite. Fora isso, a sesta, comum em pases como Espanha e Itlia, no tem qualquer contraindicao e pode ser uma forma eficiente de recarregar as baterias. Sem ela, o organismo de muita gente no funciona bem, afirma a neurologista Dalva Poyares, coordenadora do Instituto do Sono da Universidade Federal de So Paulo (Unifesp). Segundo os especialistas, alm de tornar a pessoa mais ativa e produtiva, a sesta pode melhorar a digesto, pois deixa o organismo livre para concentrar suas energias no funcionamento digestor. Pesquisa realizada pela NASA, a agncia espacial norte-americana, revelou que 40 minutos de sono depois de uma refeio, no meio de uma jornada de trabalho, aumentam em 34% a capacidade produtiva. A nica ressalva quanto ao tempo de durao e ao horrio do cochilo. Para no perturbar o sono noturno, ele no pode ser superior a uma hora e deve ocorrer preferencialmente entre 13 e 17 horas, conforme o relgio biolgico de cada um, explica Dalva.

    Disponvel em:

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    Corda Bamba

    As duas vinham andando pela calada a Mulher Barbuda e Maria. De mo dada. A Mulher Barbuda usava saia, barba e uma sacola estourando de cheia; Maria, de cala de brim, um embrulho debaixo do brao, ia levando a tiracolo um arco enfeitado com flor de papel, quase do tamanho dela (no era muita vantagem: ela j tinha dez anos, mas era do tipo mido). Pararam na frente de um edifcio. Barbuda falou: aqui, t vendo? 225. Olhou pra trs: Foguinho! Ei! Foguinho estava parado na esquina tirando um coelho da meia: andava treinando pra ser mgico. H anos que ele comia fogo no circo, mas agora tinha dado pra ficar de estmago embrulhado cada vez que engolia uma chama; tinha dias, que s de olhar pras tochas que Barbuda trazia, o estmago j se revoltava todo. Olha s, fiz a mgica da meia! gritou. Agarrou o coelho pela orelha e correu pra porta do edifcio.Barbuda achava uma graa danada naquela histria de Foguinho treinar mgica em tudo que canto; deu um beijo nele: Voc ainda vai ser o maior mgico que j se viu por a. No , Maria? Mas Maria continuou quieta; s apertou com mais fora a mo de Barbuda. NUNES, Lygia Bojunga. Corda Bamba. 20. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1997,vrgula p.9. Questo 5 (D10) Qual era a opinio de Barbuda?

    A) Achava que Foguinho era um bom engolidor de fogo. B) Achava que Foguinho seria um grande mgico. C) Pensava que Maria era muito mida. D) Pensava que Maria era muito quieta.

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    O Monge e o Escorpio

    Um monge e seus discpulos iam por uma estrada e, quando passavam por uma ponte, viram um escorpio sendo arrastado pelas guas. O monge correu pela margem do rio, entrou na gua e tomou o bichinho na mo. Quando o trazia para fora do rio o escorpio o picou. Devido dor, o monge deixou-o cair novamente no rio. Foi ento margem, pegou um ramo de rvore, voltou outra vez a correr pela margem, entrou no rio, resgatou o escorpio e o salvou. Em seguida, juntou-se aos seus discpulos na estrada. Eles haviam assistido cena e o receberam perplexos e penalizados.

    Mestre, deve estar doendo muito! Por que foi salvar esse bicho ruim e venenoso? Que se afogasse! Seria um a menos! Veja como ele respondeu sua ajuda: picou a mo que o salvava! No merecia sua compaixo!

    O monge ouviu tranquilamente os comentrios e respondeu: Ele agiu conforme sua natureza e eu, de acordo com a minha.

    http://mensagensepoemas.uol.com.br/reflexao/o-monge-e-o-escorpiao-2.html Questo 6 (D6) O texto pertence ao gnero A. ( ) biografia B. ( ) fbula C. ( ) filme D. ( ) orao

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    A tristeza uma emoo criada para permitir um ajustamento a uma grande perda ou uma decepo importante. E os especialistas sabem que quando a tristeza muito profunda, aproximando-se da depresso, a velocidade metablica do corpo fica muito reduzida, o que originalmente deveria deixar a pessoa quase imobilizada, em casa, onde h menos perigo e mais segurana.

    Luiz Lobo para a TVE Site: www.tvbrasil.com.br Questo 7 (D7) A finalidade do texto acima A) convencer B) divertir C) informar D) relatar ______________________________________________________________________________________

    QUESTO 8 (D8) A tirinha mostra Urbano e sua empregada. Os bales dos dois primeiros quadrinhos significam que

    A) a mulher estava muito irritada. B) a mulher reclama muito. C) ele um homem muito tranquilo. D) ele no ouviu as reclamaes da empregada.

    VOC A FAVOR DE CLONES HUMANOS? TEXTO 1 TEXTO 2

    Voc a favor de clones humanos?

    Sou contra. Engana-se quem pensa que o clone seria uma cpia perfeita de um ser humano. Ele teria a aparncia, mas no a mesma personalidade. J pensou um clone do Bon Jovi que detestasse msica e se tornasse matemtico, passando horas e horas falando sobre Hipotenusa, raiz quadrada e subtrao? Ou o clone do Brad Pitt se tornando padre? Ou o do Tom Cavalcante se tornando um executivo srio e o do Maguila estudando bal? Estranho, no? Mas esses clones no seriam eles, e, sim, a sua imagem em forma de outra pessoa. No mundo, ningum igual. Prova disso so os gmeos idnticos, to parecidos e com gostos to diferentes. Os clones seriam como as fitas piratas: no teriam o mesmo valor original. Se eu fosse um clone,

    O mundo tem de aprender a lidar com a realidade e com as inovaes que acontecem. Ou seja, precisa-se sofisticar e encontrar caminhos para os seus problemas. Assistimos televiso, lemos jornais e vemos que existem muitas pessoas que para sobreviver, precisam de doadores de rgos. Presenciamos atualmente aqui no Brasil e tambm em outros pases a tristeza que a falta de doadores. A clonagem seria um meio de resolver este problema!(...)

    Fabiana C.E. Aguiar, 16 anos, So Paulo, SP

    CEREJA, William Roberto: MAGALHES, Thereza

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    me sentiria muito mal cada vez que algum falasse: olha l o clone da fulana. No fundo, no fundo, eu no passaria de uma cpia..

    Alexandra F. Rosa, 16 anos, Francisco Morato, SP.(Revista Atrevida n 34)

    Cochar. Revista Atrevida, n.34.2002.

    Questo 9 (D18) Sobre Clones Humanos, o texto 2, em comparao ao texto 1, apresenta uma opinio: A) complementar. B) contrria. C) cientfica. D) preconceituosa.

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    TEXTO I

    VIDAS SECAS "Vivia longe dos homens, s se dava bem com os animais. Os ps duros quebravam espinhos e no sentiam a quentura da terra. Montado, confundia-se com o cavalo, grudava-se a ele. E falava uma linguagem cantada, monossilbica e gutural, que o companheiro entendia. A p, no se aguentava bem. Pendia para um lado, para o outro lado, cambaio, torto e feio. s vezes utilizava nas relaes com as pessoas a mesma lngua com que se dirigia aos brutos exclamaes, onomatopeias. Na verdade falava pouco."

    www.mundocultural.com.br/resumos/vidassecas-fragmento TEXTO II

    O BICHO

    Vi ontem um bicho Na imundice do ptio

    Catando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa, No examinava nem cheirava:

    Engolia com voracidade. O bicho no era um co,

    No era um gato, No era um rato.

    O bicho, meu Deus, era um homem. www.mundocultural.com.br/poemas/manuelbandeira

    Questo 10 (D20) Os dois textos fazem referncia ao homem reduzindo-o condio de A) animal irracional. B) cidado. C) criana. D) ser humano.

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    No Sossego No era feio o lugar, mas no era belo. Tinha, entretanto, o aspecto tranquilo e satisfeito de quem se julga bem com a sua sorte. A casa erguia sobre um solvaco, uma espcie de degrau, formando a subida para a maior altura de uma pequena colina que lhe corria nos fundos. Em frente, por entre os bambus da cerca, olhava uma plancie a morrer nas montanhas que se viam ao longe; um regato de guas paradas e sujas cortava-a paralelamente testada da casa; mais adiante, o trem passava vincando a plancie com a fita clara de linha capinada; um carreiro, com casas, de um e de outro lado, saa da esquerda e ia ter estao, atravessando o regato e serpenteando pelo plaino. A habitao de Quaresma tinha assim um amplo horizonte, olhando para o levante, a Noruega, e era tambm risonha e graciosa nos seus muros caiados. Edificada com desoladora indigncia arquitetnica das nossas casas de campo, possua, porm, vastas salas, amplos quartos, todos com janelas, e uma varanda com colunata heterodoxa. Alm desta principal, o stio do Sossego, como se chamava, tinha outras construes: a velha casa de farinha, que ainda tinha o forno intacto e a roda desmontada, e uma estrebaria coberta de sap. BARRETO, Lima. No Sossego. In: Triste fim de Policarpo Quaresma. SP: tica, 1996. p . 73. Fragmento adaptado Questo 11 (D 11) No trecho Em frente, por entre os bambus da cerca, olhava uma plancie... (. 4-5), a expresso destacada indica uma circunstncia de

    A) causa. B) lugar. C) modo. D) tempo

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    O X do Bl-bl-bl

    Era uma vez, no pas de Alefbey, uma triste cidade, a mais triste das cidades, uma cidade to arrasadoramente triste que tinha esquecido at seu prprio nome. Ficava margem de um mar sombrio, cheio de peixosos peixes queixosos e pesarosos, to horrveis de se comer que faziam as pessoas arrotarem de pura melancolia, mesmo quando o cu estava azul. Ao norte dessa cidade triste havia poderosas fbricas nas quais a tristeza (assim me disseram) era literalmente fabricada, e depois embalada e enviada para o mundo inteiro, que parecia sempre querer mais. Das chamins das fbricas de tristeza saa aos borbotes uma fumaa negra, que pairava sobre a cidade como uma m notcia.

    RUSHDIE, Salman. Haroun e o Mar de Histrias. So Paulo: Companhia das Letras, 2010.

    Questo 12 (D12) O trecho do texto que indica uma consequncia

    A) Ao norte dessa cidade triste havia poderosas fbricas. B) Ficava margem de um mar sombrio, cheio de peixosos . C) que faziam as pessoas arrotarem de pura melancolia. D) uma triste cidade, a mais triste das cidades.

    Jornal do Brasil ps o ovo em p para falar sobre cultura

    O Jornal do Brasil deixou de ser impresso neste ms, vtima de sucessivas crises

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    financeiras. Agora s pode ser lido pela internet. Pouca gente poderia imaginar que um dos peridicos mais importantes e influentes da histria do Pas sumiria das bancas. Menos ainda em 15 de setembro de 1960, quanto estreou o seu famoso Caderno B. Idealizado pelo poeta Reynaldo Jardim, a novidade trazia uma forma diferente de falar sobre cultura. A ideia que hoje parece bvia, mas que soou revolucionria era reunir num nico caderno as reportagens sobre artes e espetculos. Os textos tratavam de artes plsticas, msica, literatura, cartuns. Por suas pginas, revezaram-se nomes como Drummond, Clarice Lispector, Henfil, Zzimo Barroso do Amaral, Fernando Sabino, Ziraldo. Como resultado, o Caderno B inspirou todos os suplementos culturais que surgiriam dali para frente. O caderno tornou-se um padro para o jornalismo brasileiro. Hoje, no h jornal que no tenha o seu Caderno B, diz o poeta Ferreira Gullar.

    Brasil. Almanaque de cultura popular. Ano 12 setembro de 2010.

    Questo 13 (D15) A palavra ou expresso que retoma o termo Jornal do Brasil no texto A) Caderno B. B) O caderno. C) um dos peridicos. D) suplementos culturais.

    O MITO DO AUTOMVEL O automvel o smbolo mximo das sociedades modernas. A demanda de automveis teve um aumento to rpido que em apenas algumas dcadas transformou a indstria automobilstica num dos motores da economia de mercado. Mas isso ocorreu porque os carros satisfazem inmeras necessidades, anseios e fantasias dos homens e das mulheres de hoje em especial o sonho da liberdade de movimentos. Qual ser o futuro desse fruto do casamento do sonho com a tcnica? No corremos talvez o risco de ver nossa liberdade de possuir um carro vir a transformar-se em escravido a esse mesmo carro?

    (Correio da UNESCO. Fundao Getlio Vargas) Questo 14 (D16) Ao empregar o verbo na primeira pessoa do plural em No corremos talvez o risco de ver nossa liberdade..., o autor do texto refere-se A) a apenas ele mesmo. B) a ele e mais uma pessoa. C) a ele e a todos da sociedade moderna. D) s pessoas que integram a sociedade moderna. ______________________________________________________________________________________

    Bom tempo, sem tempo

    No chovia, meses a fio. Ou chovia demais. As plantas secavam, os animais morriam, os moradores emigravam. As plantas submergiam, os animais morriam, as pessoas no tinham tempo de emigrar. Assim era a vida naquele lugar privilegiado, onde medrava tudo para todos, havendo bom tempo. Mas no havia bom tempo. Havia o exagero dos elementos. O mgico chegou para reorganizar a vida, e mandou que as chuvas cessassem. Cessaram. Ordenou que a seca findasse. Findou. Sobreveio um tempo temperado, ameno, bom para tudo, e os moradores estranharam. Assim tambm no possvel, diziam. Podemos fazer tantas coisas boas ao mesmo tempo que no h tempo para faz-las. Antes, quando estiava ou

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    chovia um pouco - isto , no intervalo das grandes enchentes ou das grandes secas -, a gente aproveitava para fazer alguma coisa. Se o sol abrasava, podamos fugir. Se a gua vinha em catadupa, os que escapavam tinham o que contar. Quem voltasse do xodo vinha de alma nova. Quem sobrevivesse enchente era proclamado heri. Mas agora, tudo normal, como aproveitar tantas condies estupendas, se no temos capacidade para isto? Queriam linchar o mgico, mas ele fugiu a toda.

    ANDRADE, Carlos Drummond de. Contos plausveis. So Paulo, Record: 2006. Glossrio Catadupa cachoeira xodo emigrao de todo um povo ou sada de pessoas em massa. Questo 15 (D19) O fato que motiva a histria A) a chegada do mgico. B) a chuva muito frequente. C) a falta de chuva. D) o mgico fugir correndo.

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    GENTILEZA GERA SADE

    A gentileza algo difcil de ser ensinado e vai muito alm da palavra educao. Ela difcil de ser encontrada, mas fcil de ser identificada, e acompanha pessoas generosas e desprendidas, que se interessam em contribuir para o bem do outro e da sociedade. uma atitude desobrigada, que se manifesta nas situaes cotidianas e das maneiras mais prosaicas.

    SOMURO,S. A. B. Ser gentil ser saudvel. Disponvel em: http://www.abqv.org.br. Acesso em: 22 jun. 2006(adaptado) Questo 16 (D14) A tese do texto Gentileza gera sade A) a gentileza acompanha pessoas generosas. B) a gentileza algo que pode ser ensinado. C) a gentileza extrapola as regras de boa educao. D) a gentileza manifesta-se nas situaes cotidianas. ______________________________________________________________________________________

    O diabo e a poltica

    Sempre que leio os jornais, lembro uma historinha que nem sei mais quem me contou. Naquela aldeia, todos roubavam de todos, matava-se, fornicava-se, jurava-se em falso, todos caluniavam todos. Horrorizado com os baixos costumes, o frade da aldeia resolveu dar o fora, pegou as sandlias, o bordo e se mandou. Pouco adiante, j fora dos muros da aldeia, encontrou o Diabo encostado numa rvore, chapu de palha cobrindo seus chifres. Tomava gua de coco por um canudinho, na mais completa sombra e gua fresca desde que se revoltara contra o Senhor, no incio dos tempos. O frade ficou admirado e interpelou o Diabo: O que est fazendo a nesta boa vida? Eu sempre pensei que voc estaria l na aldeia, infernizando a vida dos outros. Tudo de ruim que anda por l era obra sua assim eu pensava at agora. Vejo que estava enganado. Voc no quer nada com o trabalho. Alm de Diabo, voc um vagabundo! Sem pressa, acabando de tomar o seu coco pelo canudinho, o Diabo olhou para o frade com pena:

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    Para qu? Trabalho desde o incio dos tempos para desgraar os homens e confesso que ando cansado. Mas no tinha outro jeito. Obrigao obrigao, sempre procurei dar conta do recado. Mas agora, l na aldeia, o pessoal resolveu se politizar. partido pra l, partido pra c, todos tm razo, denncias, inquritos, invocam a tica, a transparncia, um pega-pra-capar generalizado, eu estava sobrando, no precisavam mais de mim para serem o que so, viverem no inferno em que vivem. Jogou o coco fora e botou um charuto na boca. No precisou de fsforo, bastou dar uma baforada e de suas entranhas saiu o fogo que acendeu o charuto: Tem sido assim em todas as aldeias. Quando entra a poltica eu dou o fora, no precisam mais de mim.

    CONY, Carlos Heitor, Folha online. 29 de nov. 2005. Questo 17 (D26) A poltica desgraa os homens mais que o diabo. O argumento que defende essa idia A) Obrigao obrigao, sempre procurei dar conta do recado. B) Quando entra a poltica eu dou o fora, no precisam mais de mim. C) Trabalho desde o incio dos tempos para desgraar os homens e confesso que ando cansado. D) Voc no quer nada com o trabalho. Alm de Diabo, voc um vagabundo!

    Prioridade para a competncia da leitura e da escrita A humanidade criou a palavra, que constitutiva do humano, seu trao distintivo. O ser humano constitui-se assim um ser de linguagem e disso decorre todo o restante, tudo o que transformou a humanidade naquilo que . Ao associar palavras e sinais, criando a escrita, o homem construiu um instrumental que ampliou exponencialmente sua capacidade de comunicar-se, incluindo pessoas que esto longe no tempo e no espao. Representar, comunicar e expressar so atividades de construo de significado relacionadas a vivncias que se incorporam ao repertrio de saberes de cada indivduo. Os sentidos so construdos na relao entre a linguagem e o universo natural e cultural em que nos situamos. E na adolescncia, como vimos, que a linguagem adquire essa qualidade de instrumento para compreender e agir sobre o mundo real. A ampliao das capacidades de representao, comunicao e expresso est articulada ao domnio no apenas da lngua mas de todas as outras linguagens e, principalmente, ao repertrio cultural de cada indivduo e de seu grupo social, que a elas d sentido. A escola o espao em que ocorre a transmisso, entre as geraes, do ativo cultural da humanidade, seja artstico e literrio, histrico e social, seja cientfico e tecnolgico. Em cada uma dessas reas, as linguagens so essenciais. As linguagens so sistemas simblicos, com os quais recortamos e representamos o que est em nosso exterior, em nosso interior e na relao entre esses mbitos; com eles tambm que nos comunicamos com os nossos iguais e expressamos nossa articulao com o mundo. Em nossa sociedade, as linguagens e os cdigos se multiplicam: os meios de comunicao esto repletos de grficos, esquemas, diagramas, infogrficos, fotografias e desenhos. O design diferencia produtos equivalentes quanto ao desempenho ou qualidade. A publicidade circunda nossas vidas, exigindo permanentes tomadas de decises e fazendo uso de linguagens sedutoras e at enigmticas. Cdigos sonoros e visuais estabelecem a comunicao nos diferentes espaos. As cincias construram suas prprias linguagens, plenas de smbolos e cdigos. A produo de bens e servios foi em grande parte automatizada e cabe a ns

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    programar as mquinas, utilizando linguagens especficas. As manifestaes artsticas e de entretenimento utilizam, cada vez mais, diversas linguagens que se articulam. Para acompanhar tal contexto, a competncia de leitura e de escrita vai alm da linguagem verbal, verncula - ainda que esta tenha um papel fundamental - e refere-se a sistemas simblicos como os citados, pois essas mltiplas linguagens esto presentes no mundo contemporneo, na vida cultural e poltica, bem como nas designaes e nos conceitos cientficos e tecnolgicos usados atualmente. (Proposta Curricular do Estado de So Paulo: Lngua Portuguesa/Coord. Maria Ins Fini. So Paulo: SEE, 2008.p.16. Adaptado.) Questo 18 (D27) A mensagem principal do texto consiste em enfatizar que

    A) a escola tem a obrigao fundamental de ensinar tecnologia. B) a publicidade no linguagem, mas apenas um meio de seduzir consumidores. C) as artes constituem as linguagens preferenciais da matemtica. D) o ensino, para ser coerente com a realidade, deve focalizar as mltiplas linguagens.

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    aguascristalinas.blogspot.com/

    QUESTO 19 (D23) O que torna a tirinha engraada A) a 1 fala, na apresentao feita. B) a 1 fala, no uso das reticncias. C) a 2 fala, no apelo forte da aniversariante. D) a 2 fala, pela referncia aos presentes. ______________________________________________________________________________

    Fazer chacrinha

    Os leitores no to jovens sabem muito bem quem foi o Chacrinha, que marcou poca com seu conhecido programa de TV Cassino do Chacrinha, lder de audincia durante anos. O animador, Abelardo Barbosa, fazia misrias no palco: jogava bacalhau na plateia, produtos de maquiagem e outras bugigangas, inclusive dinheiro em espcie, com a moldura de lindas garotas chamadas "chacretes". O prefixo do programa caiu no gosto popular: " Terezinha, Terezinha, um sucesso o Cassino do Chacrinha".

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    "Fazer chacrinha" virou sinnimo de baguna festiva. Mas de onde vem a palavra chacrinha? Embora parea ser o diminutivo de chcara, pequena propriedade rural, mais correto relacion-la ao snscrito chakra, "roda", da formar uma rodinha de pessoas para falar de algum assunto, para fofocar ou bater um papo animado. [...]

    Mrcio Cotrim - Lngua Portuguesa. Ano III. n. 26. 2007. *Adaptado: Reforma Ortogrfica. QUESTO 20 (D28) A expresso "caiu no gosto popular" tem o sentido de A) agradar ao pblico. B) divertir o pblico. C) interagir com o pblico. D) manipular o pblico.

    Essa Velhinha - Desculpe entrar assim sem pedir licena... - Doena! - No,... quem est doente? - Mas quem est doente? - No Sorriu o homem -, a senhora entendeu errado. - Resfriado? - Ora... quer dizer... bem, eu estava l fora e ... - Xi! Catapora? - Senhora, por favor no confunda... - Caxumba!!! Cuidado, menino, isso perigoso... Sabe, sei fazer um chazinho muito bom pra caxumba. Questo 21 (D 21) Os pontos de exclamao em Caxumba!!!, exprimem: B) Dor. A) Entusiasmo. C) Espanto. D) Tristeza. ______________________________________________________________________________

    Belm do Par Bembelelm! Viva Belm! Belm do Par porto moderno integrado na equatorial Beleza eterna da paisagem Bembelelm! Viva Belm! Cidade pomar (Obrigou a polcia a classificar um tipo novo de delinquente: O apedrejador de mangueiras) Bembelelm! Viva Belm! Belm do Par onde as avenidas se chamam Estradas: Estrada de So Jernimo Estrada de Nazar (...) BANDEIRA, Manuel. Os melhores poemas de Manuel Bandeira. Seleo Francisco de Assis Barbosa. So Paulo: Global.1984.p.78. Questo 22 (D25) As palavras Bembelelm, Belm, com repetio de sons semelhantes sugerem

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    A) brincadeira com palavras. B) evocao do repicar de sinos. C) homenagem a Belm do Par. D) leveza da estrutura do poema.

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    Tchau, tchau Nunca foi to fcil secar uma espinha

    A gente acha que cuidar da pele d trabalho. Que nada! Chato mesmo encarar aquela espinha que insiste em aparecer na cara da gente nas horas mais imprprias: o primeiro dia de aula ou o encontro com o menino que a gente est a fim. Pele bem cuidada d uma levantada incrvel no visual, n? Ento, mos obra com a linha Clearskin da Avon, que tem oito produtos que facilitam a nossa vida. Alm de combaterem a acne (eles so feitos com cido gliclico, um poderoso derivado da cana-de-acar), eles deixam a pele super-hidratada.

    Borgatto, Ana; Bertin, Terezinha, Marchezi, Vera. Tudo linguagem.

    Questo 23 (D13) Encontramos o registro de linguagem formal em A) A gente acha que cuidar da pele d trabalho. B) Alm de combaterem a acne (eles so feitos com cido gliclico, um poderoso derivado da cana-de-acar), eles deixam a pele super-hidratada. C) Chato mesmo encarar aquela espinha que insiste em aparecer na cara da gente D) (...) o encontro com o menino que a gente est a fim.

    GABARITO DO PROFESSOR 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

    A C D D B B C B B A B C C C A C B D D A C B B