pobreza e desigualdade de renda economics · questões: qual é o nível de desigualdade e pobreza...

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C H A P T E R

Pobreza e Desigualdade de

Renda

Economics P R I N C I P L E S O F

N. Gregory Mankiw

Tradução e adaptação dos slides de Ron Cronovich

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Questões:

Qual é o nível de desigualdade e pobreza na

sociedade?

Como se mede a desigualdade?

Como o governo deveria agir em relação à

desigualdade de renda?

Que políticas públicas são usadas para combater a

pobreza, e quais são suas dificuldades?

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INCOME INEQUALITY AND POVERTY 2

Introdução

Em um mercado perfeitamente competitivo, o

salário de equilíbrio é igual ao valor do produto

marginal do trabalho.

Diferentes salários de equilíbrio são resultado de:

Características do trabalhador:

educação, experiência, talento, esforço.

Características do emprego:

Segurança e nível de satisfação.

Parte das diferenças de renda se devem a

discriminação.

INCOME INEQUALITY AND POVERTY 3

Introdução

Mesmo se não houver discriminação, a

distribuição de renda em uma economia de

mercado pode não ser igualitário ou desejável.

Tópicos:

Indicadores de pobreza e desigualdade;

Filosofias sobre redistribuição de renda;

Políticas para mitigar a pobreza e os seus

efeitos.

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Medição da Desigualdade Uma forma de medir a desigualdade é calcular a razão

entre a renda dos mais ricos e a renda dos mais pobres.

Por exemplo, podemos dividir a renda média dos 20%

mais ricos pela renda média dos 20% mais pobres.

Uma alternativa é usar o Índice de Gini, construído no

intervalo [0,1]:

Quanto menor o índice, menor a desigualdade.

Gini = 0: todos têm a mesma renda.

Gini = 1: apenas uma pessoa tem toda a renda da

sociedade.

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Medição da Desigualdade

0,240

0,290

0,340

0,390

0,440

0,490

0,540

0,590

0,640

0,690

1976 1981 1986 1991 1996 2001 2006 2011

Índice de Gini Brasil

Dinamarca

África do Sul

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Medição da Desigualdade Região Índice de Gini

Centro-oeste 0,511

Norte 0,505

Nordeste 0,516

Sul 0,456

Sudeste 0,501

Desigualdade no Mundo

Renda dos 10% mais

ricos dividida pela

renda dos 10% mais

pobres.

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Pobreza Linha de pobreza: nível absoluto de renda definido pelo

governo para cada números de pessoas em uma família,

abaixo do qual considera-se que a família vive na

pobreza.

Na prática, há dois limites: ‘pobreza’ e ‘pobreza

extrema’.

Pobreza extrema é um nível de renda inferior ao

necessário para adquirir alimentos suficientes para

repor a necessidade calórica.

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Pobreza Taxa de pobreza (extrema): fração da população que

está em uma família abaixo da linha de pobreza

(extrema).

No Brasil, a linha de pobreza extrema é R$77 por

pessoa, e a linha de pobreza é R$140.

3,4% das pessoas eram extremamente pobres em 2015.

8,7% da população era extremamente pobre em 2015.

INCOME INEQUALITY AND POVERTY 10

Problemas na Medição da Desigualdade

1. Transferências de bens e serviços: assistência que

não são dadas em dinheiro.

Não são consideradas nas medidas de desigualdade

de pobreza, que ficam viesadas para cima.

2. Ciclo de vida: há um padrão regular de variação de

renda na vida de qualquer pessoa.

As pessoas podem poupar quando têm renda alta e

despoupar quando têm renda baixa, reduzindo o

impacto dessa variação.

Essa variação gera impacto sobre desigualdade de

renda mas não sobre desigualdade de padrão de

vida.

INCOME INEQUALITY AND POVERTY 11

Problemas na Medição da Desigualdade

3. Renda permanente vs transitória:

As pessoas podem tomar empréstimos ou fazer

poupança em resposta a flutuações temporárias

da renda.

A medida de desigualdade de padrão de vida

deveria se basear em renda permanente.

4. Mobilidade econômica

Muitas pessoas mudam de classe de renda.

As medidas de pobreza e desigualdade

discutidas não fazem distinção entre pobreza

temporária e permanente.

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Filosofia Política da Redistribuição de

Renda

Considere três tipos de pensamento:

Utilitarismo

Liberalismo

‘Libertarianismo’

Lembre-se sempre de que a divisão em escolas de

pensamento é artificial e usada como ferramenta

meramente pedagógica – na prática, qualquer teoria ou

opinião apresenta elementos de várias ‘escolas’.

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Utilitarismo Utilidade: medida simples de ‘felicidade’ ou ‘satisfação’.

Utilitarismo: o governo deveria implementar políticas

para maximizar a utilidade total da sociedade.

Nomes: Jeremy Bentham, John Stuart Mill

Devido à utilidade marginal decrescente (que será

vista em detalhe mais à frente), redistribuir renda dos

ricos para os pobres tem ganho líquido positivo de

utilidade total.

Reramente porém se advoga igualdade de renda, pois

pode haver efeitos adversos sobre incentivos e

eficiência.

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Liberalismo

Liberalismo: governo deveria escolher políticas justas

de acordo com um observador imparcial hipotético, por

trás do ‘véu da ignorância’.

Nome: John Rawls

Critério Maximin: governo deveria maximizar o bem-

estar do indivíduo na pior situação possível dentro da

sociedade.

Logo, deve haver mais redistribuição do que o

utilitarismo sugere.

Redistribuição de renda é uma forma de seguro

social, uma política pública que busca proteger as

pessoas do risco de eventos adversos.

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Libertarianismo

Libertarianismo: o governo deveria punir crimes e

garantir o cumprimento de contratos voluntários,

mas não redistribuir renda.

Nome: Robert Nozick

Foco no processo, não no resultado.

O governo deveria garantir oportunidades iguais

e direitos individuais.

Se uma distribuição de renda desigual for

atingida de forma justa, o governo não deveria

interferir.

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Políticas para redução da pobreza

Famílias pobres têm maior probabilidade de enfrentar:

Falta de moradia

Dependência de drogas

Problemas de saúde

Gravidez indesejada

Analfabetismo

Desemprego

Quase todas as sociedades possuem algum tipo de proteção social.

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1. Salário-Mínimo Argumentos a favor:

Ajuda os mais pobres sem impacto sobre as contas

públicas.

Baixo impacto sobre emprego se a demanda por

mão-de-obra pouco qualificada (tipicamente os mais

pobres) for inelástica.

Argumentos contra:

A longo prazo, a demanda por essa mão-de-obra é

mais elástica, e portanto pode haver efeito relevante

sobre desemprego entre os mais pobres.

Incentiva o mercado informal, sem salário mínimo ou

qualquer tipo de proteção trabalhista (particularmente

relevante no Brasil).

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2. Imposto de Renda Negativo Sistema de tributa os mais ricos e transfere parte

da renda para os mais pobres.

Exemplo: Imposto = (1/3 da renda) – $10,000

Renda = $90,000: imposto = $20,000

Renda = $60,000, imposto = $10,000

Renda = $30,000, imposto = $0

Renda = $15,000, “imposto” = –$5,000

i.e., recebimento de $5000 do governo.

Milton Friedman foi o principal defensor do

imposto de renda negativo.

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3. Transferências Diretas Podem ser feitas em bens e serviços:

Abrigos para moradores de rua

Distribuição de alimentos

Saúde gratuita, como o SUS

Educação gratuita

Alternativa: pagamentos em dinheiro

As pessoas poderiam escolher no que gastar.

Crítica: gastariam do ‘jeito certo’, se é que isso pode ser

definido?

O governo sabe no que as pessoas deveriam gastar melhor

do que elas próprias?

No Brasil, o principal programa de transferência de renda é

o Bolsa-Família, em dinheiro.

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3. Transferências Diretas Questão: as transferências deveriam ser condicionais ao

nível de renda (como o Bolsa Família) ou incondicionais

(como escola e saúde gratuitas)?

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Políticas para mitigação da pobreza e Incentivos ao trabalho

A assistência recebida de políticas púbicas para pobreza

diminui quando a renda aumenta.

Resultado: famílias pobres enfrentam taxas marginais

de tributação bastante altas (às vezes acima de 100%).

O ‘tributo’ é o que a pessoa deixa de receber em auxílio

ao obter determinado nível de renda.

Dessa forma, pode haver um desincentivo para que as

pessoas superem a pobreza através do trabalho.

Na prática, esse efeito é pouco relevante, e são

compensadas por condições para recebimento de

auxílio (p ex, colocar os filhos na creche e vaciná-los).

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Conclusão Pobreza é um dos principais problemas em qualquer

sociedade.

Um dos princípios da economia é:

O governo pode, em algumas situações, melhorar

o resultado do mercado.

A política pública pode diminuir a pobreza e a

desigualdade.

Outro princípio: As pessoas enfrentam tradeoffs.

Políticas para reduzir a desigualdade podem sacrificar a

eficiência, e portanto há debate sobre como desenhá-

las.