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Planejamento Tributário Empresarial
Aula 19
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Aula 19: Dos impostos em espécies – parte II
Objetivo: Dar continuidade sobre o IRPJ com ênfase no lucro real e arbitrado e
verificar os demais impostos em espécies de competência Federal, os Estaduais e
os Municipais.
Imposto de renda e proventos de qualquer natureza – artigo 153, III da CF/88
Do lucro real
Conceito
É a base de cálculo do imposto sobre a renda apurada segundo registros
contábeis e fiscais efetuados sistematicamente de acordo com as leis comerciais e
fiscais. A apuração do lucro real é feita na parte A do Livro de Apuração do Lucro
Real, mediante adições e exclusões ao lucro líquido do período de apuração
(trimestral ou anual) do imposto e compensações de prejuízos fiscais autorizadas
pela legislação do imposto de renda, de acordo com as determinações contidas na
Instrução Normativa SRF nº 28, de 1978, e demais atos legais e infralegais
posteriores (RF, 2012).
Data de apuração
Para efeito da incidência do imposto sobre a renda, o lucro real das pessoas
jurídicas deve ser apurado na data de encerramento do período de apuração (Lei nº
9.430, de 1996, arts. 1º e 2º).
O período de apuração encerra-se:
Nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro, no
caso de apuração trimestral do imposto de renda.
No dia 31 de dezembro de cada ano-calendário, no caso de apuração anual
do imposto de renda.
Na data da extinção da pessoa jurídica, assim entendida a destinação total de
seu acervo líquido.
Na data do evento, nos casos de incorporação, fusão ou cisão da pessoa
jurídica.
Atenção
Sem prejuízo do balanço de que trata o art. 21 da Lei n° 9.249, de 26 de
dezembro de 1995, e art. 6º da Lei nº 9.648 de 27 de maio de 1998, e da
responsabilidade por sucessão, o resultado do período, que servirá de base para
apuração do imposto, nos casos de extinção, incorporação, fusão ou cisão da
pessoa jurídica, compreenderá os fatos geradores ocorridos até a data do evento
(RF, 2012).
Pessoas jurídicas obrigadas ao lucro real
A legislação tributária que trata do IR está completa e atualizada no site da
Receita Federal e traz que estão obrigadas ao regime de tributação com base no
lucro real, em cada ano-calendário, as pessoas jurídicas. Veja quais são no site da
Receita Federal.
Pagamento do imposto
Local de pagamento: a pessoa jurídica deverá pagar o imposto nas agências
bancárias integrantes da rede arrecadadora de receitas federais.
Documento a utilizar: o pagamento será feito mediante a utilização do Documento
de Arrecadação de Receitas Federais – Darf, sob os códigos1 respectivos, que
constam no site da Receita Federal.
Prazo para pagamento: o imposto devido poderá ser pago em até três quotas
mensais, iguais e sucessivas, vencíveis no último dia útil dos três meses
subsequentes ao de encerramento do período de apuração a que corresponder e a
legislação estipula que nenhuma quota poderá ter valor inferior a R$1.000,00 (um
mil reais) e o imposto de valor inferior a R$2.000,00 (dois mil reais) será pago em
quota única.
Não podemos esquecer que as parcelas (cotas) do imposto a pagar serão
acrescidas de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de
Liquidação e Custódia – Selic, para títulos federais, acumulada mensalmente, a
partir do primeiro dia do segundo mês subsequente ao do encerramento do período
de apuração até o último dia do mês anterior ao do pagamento e de 1% (um por
cento) no mês do pagamento (RF, 2012).
Imposto de renda determinado sobre base de cálculo estimada mensalmente
ou com base em balanço ou balancete de suspensão ou redução
I – Pagamentos mensais
O imposto de renda devido, determinado mensalmente sobre a base de
cálculo estimada ou apurado em balanço ou balancete de suspensão ou redução
será pago até o último dia útil do mês subsequente àquele a que se referir (art. 6º da
Lei nº 9.430, de 1996).
II – Saldo do imposto apurado em 31 de dezembro (ajuste anual)
Será pago em quota única até o último dia útil do mês de março do ano
subsequente. O saldo do imposto será acrescido de juros equivalentes à taxa
referencial do Selic, para títulos federais, acumulada mensalmente, a partir de
1º de fevereiro do ano subsequente até o último dia do mês anterior ao do
pagamento e de 1% (um por cento) no mês do pagamento.
Poderá ser compensado com o imposto de renda devido a partir do mês de
janeiro do ano-calendário subsequente ao do encerramento do período de
apuração, assegurada a alternativa de requerer a restituição, observando-se o
seguinte (AD n° 03, de 07 de janeiro de 2000):
Os valores pagos, nos vencimentos estipulados na legislação específica, com
base na receita bruta e acréscimos ou em balanço ou balancete de
suspensão ou redução nos meses de janeiro a novembro, que excederem ao
valor devido anualmente, serão atualizados pelos juros equivalentes à taxa
referencial do Selic para títulos federais, acumulada mensalmente, a partir de
1° janeiro do ano-calendário subsequente àquele que se referir o ajuste anual
até o mês anterior ao da compensação e de 1% relativamente ao mês da
compensação que estiver sendo efetuada.
O valor pago, no vencimento estipulado em legislação específica, com base
na receita bruta e acréscimos ou em balanço ou balancete de suspensão ou
redução relativo ao mês de dezembro, que exceder ao valor devido
anualmente, será acrescido dos juros equivalentes à taxa referencial do Selic
para títulos federais, acumulada mensalmente, a partir 1° de fevereiro até o
mês anterior ao da compensação e de 1% relativamente ao mês em que a
compensação estiver sendo efetuada.
A compensação e/ou restituição do saldo negativo correspondente ao valor
citado no subitem anterior somente poderá ser feita após o seu pagamento,
não podendo ser compensado a partir de 1º de janeiro do ano-calendário
subsequente, ainda que o imposto tenha sido pago no vencimento estipulado
na legislação específica, salvo se pago até 31 de dezembro do ano-calendário
a que se referir a apuração.
LALUR
As empresas obrigadas à apuração do IR pelo Lucro Real e aqueles que
optaram por esta forma de tributação sem a obrigatoriedade por lei deverão fazer a
escrituração no LALUR, o Livro fiscal de Apuração do Lucro Real.
A função do LALUR não é fiscal, e, sim, de ajudar a empresa a ajustar os
seus demonstrativos contábeis à declaração do imposto de renda com adições e
exclusões ao lucro líquido do período-base, quando se apurará a base de cálculo do
IR. Além disso, fará o controle de valores que devam ser preponderantes à
determinação do lucro real de períodos futuros e que não constem da escrituração
comercial.
O informativo empresarial do SEBRAE (2012) nos traz que: “A apuração do
lucro real trimestral é definitiva, de tal forma que o lucro real de um trimestre não
pode ser compensado com o prejuízo fiscal do trimestre seguinte, ainda que
apurados dentro do mesmo ano. No caso de apuração de prejuízo fiscal em um
trimestre, a compensação desse prejuízo com o lucro real apurado nos trimestres
seguintes fica limitada a 30% do lucro real. O prejuízo não operacional somente
poderá ser compensado nos trimestres seguintes com lucros da mesma natureza”.
A empresa pode optar por fazer a apuração mensal, (antecipadamente),
entretanto, neste procedimento deve ser feita a apuração nos termos do lucro
presumido e feito o seu acerto final na apuração ao final do trimestre estabelecido
par a apuração do lucro real; situação em que:
Fica obrigada à apuração do lucro real em 31 de dezembro.
Pode optar por apurar o lucro real no decorrer do ano, mediante levantamento
de balanços ou balancetes periódicos, com base nos quais poderá suspender
ou reduzir o pagamento do imposto.
A base de cálculo do imposto de renda mensal calculado por estimativa será
obtida mediante aplicação dos percentuais apresentado pelo SEBRAE:
Nota: No caso de exploração de atividades diversificadas, será aplicado sobre
a receita bruta de cada atividade o respectivo percentual.
A empresa ainda terá a oportunidade de suspender ou reduzir o pagamento
do imposto devido em cada mês, sempre que demonstrar, em seus balanços ou
balancetes mensais, que o pagamento antecipado do imposto excede ao valor
devido, inclusive adicional, calculado com base no lucro real do período em curso.
“Assim, no regime de pagamentos mensais, o que prevalecerá será a apuração
anual do lucro real, de modo que os resultados positivos e negativos do ano sejam
compensados automaticamente, sem nenhuma restrição” (SEBRAE. 2012).
No informativo empresarial do SEBRAE está feita a ilustração deste
ensinamento no exemplo a seguir:
Exemplo:
Valor do imposto devido com base nos percentuais (estimativa) aplicado
sobre a Receita no mês de junho = R$ 10.000,00 (dez mil reais).
Valor do imposto apurado com base no balancete acumulado de janeiro a
junho = R$ 15.000,00 (quinze mil reais).
Valor do imposto pago, retido ou compensado de janeiro a junho = R$
8.000,00 (oito mil reais).
Saldo a pagar no mês de junho (15.000,00- 8.000,00) = R$ 7.000,00 (sete mil
reais).
Se a empresa optar pelo balancete de redução haverá um desembolso de
apenas R$ 7.000,00, ao invés de R$ 10.000,00 na forma estimada.
Assim, no mês de junho, a forma de tributação mais econômica é a opção
pelo pagamento com base no balancete de redução de janeiro a junho, pois apesar
de apurar 15.000,00 de imposto, serão deduzidos os impostos já pagos nos
respectivos meses (R$ 8.000,00), restando saldo a pagar de apenas R$ 7.000,00.
Caso fosse efetuada a tributação pela estimativa, ou seja, com base na
receita bruta, a empresa deveria pagar R$ 10.000,00, pois os valores pagos nos
meses anteriores não podem ser deduzidos, por não comporem a base de cálculo
do mês. Esse estudo deve ser feito a cada mês do ano, e o mesmo critério adotado
para o cálculo do IR deverá ser também adotado para a Contribuição Social sobre o
Lucro. Desta forma, a escolha da tributação da empresa deve ser muito bem
estudada, de forma a proporcionar o menor ônus financeiro.
O imposto de renda mensal será calculado mediante aplicação das seguintes
alíquotas:
Da alíquota de 15% sobre a totalidade do lucro presumido apurado no
trimestre.
Da alíquota adicional de 10% sobre a parcela da base de cálculo mensal que
exceder a R$ 20.000,00.
Contribuição Social Sobre o Lucro: a forma de cálculo e pagamento da
contribuição social está vinculada à forma de cálculo e pagamento adotada para o
imposto de renda, assim:
No mês em que o imposto de renda for pago pelo valor determinado por
estimativa, a contribuição social deverá ser paga com base no cálculo
estimado.
No mês em que o imposto de renda for suspenso ou reduzido com base no
resultado apurado em balanço ou balancete, o valor da contribuição social
será calculado com base no balanço ou balancete levantado.
A alíquota da contribuição social para as empresas em geral é de 9%. As
informações apresentadas estão baseadas na legislação em vigor na época de sua
elaboração e em informações colhidas nos sites oficiais do Governo e em diversas
fontes oficiais e secundárias. Trata-se, portanto, de material meramente
informativo. É indispensável que todas as informações sejam confirmadas e/ou
complementadas e atualizadas junto aos órgãos competentes.
Para fixar o seu aprendizado vamos aos exercícios acessando a plataforma
AVA e não esqueça que as dúvidas deverão ser levadas aos Fóruns e resolvidas
com o professor.
Saiba mais
Códigos do Darf1:
a) 2362 – IRPJ – Obrigadas a Apurar o Lucro Real – Estimativa Mensal.
b) 2319 – IRPJ – Instituições Financeiras – Estimativa Mensal.
c) 0220 – IRPJ – Obrigadas a Apurar o Lucro Real – Trimestral.
d) 1599 – IRPJ – Instituições Financeiras – Trimestral.
e) 5993 – IRPJ – Optantes pela Tributação com Base no Lucro Real – Estimativa
Mensal.
f) 3373 – IRPJ – Optantes pela Tributação com Base no Lucro Real – Trimestral.
g) 2390 – IRPJ – Instituições Financeiras – Ajuste Anual.
h) 2430 – IRPJ – Obrigadas a Apurar o Lucro Real – Ajuste Anual.
i) 2456 – IRPJ – Optantes pela Tributação com Base no Lucro Real – Ajuste anual.
Vale a pena conferir
Acesse o site da Receita Federal para saber mais sobre a tributação do Lucro Real.
Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/dipj/2000/
orientacoes/lucroreal.htm>. Acesso em: 16 dez. de 2012.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Secretaria da Receita Federal. Disponível: <www.receita.fazenda.gov.br>.
Acesso em: 26 dez. 2012.
Código Tributário Nacional. Códigos 3 em 1. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
Constituição Federal. Códigos 3 em 1. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
COSTA, Regina Helena. Curso de Direito Tributário. 1. ed. São Paulo: Saraiva,
2009.
FUHRER, Maximilianus Cláudio Américo; FUHRER, Maximiliano Roberto Ernesto.
Resumo de Direito Constitucional. 7. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2004.
_______. Resumo de Direito Tributário. 19. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2008.
MESSA, Ana Flávia. Direito Tributário e Financeiro. 4. ed. São Paulo: Editora Rideel,
2010.
SCHOUERI, Luís Eduardo. Direito Tributário. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
SEBRAE. Informativo Empresarial. Disponível: <www.sebrae.com.br/uf/goias/para.../
lucro-real/Lucro%20Real.doc>. Acesso em: 26 dez. 2012.
SILLOS, Lívio Augusto de. Planejamento Tributário: aspectos teóricos e práticos.
São Paulo: Livraria e Editora Universitária de Direito – LEUD, 2005.
ZANLUCA, Júlio César. Planejamento Tributário: Luxo ou necessidade? Disponível:
<http://www.portaltributario.com.br/artigos/planejamento.htm>. Acesso em: 26 dez.
2012.
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