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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ESTRUTURAL E CONSTRUÇÃO CIVIL
PAULO ALBANO DANTAS
O PROCESSO LICITATÓRIO DE OBRAS PÚBLICAS EM EMPRESAS DE ENGENHARIA
FORTALEZA 2011
ii
PAULO ALBANO DANTAS
O PROCESSO LICITATÓRIO DE OBRAS PÚBLICAS EM EMPRESAS DE ENGENHARIA
Monografia submetida à Coordenação do Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheiro Civil. Orientador: Prof. George Silva Costa
FORTALEZA 2011
iii
PAULO ALBANO DANTAS
O PROCESSO LICITATÓRIO DE OBRAS PÚBLICAS EM EMPRESAS DE ENGENHARIA
Monografia submetida à Coordenação no Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheiro Civil. Aprovada em: 21/novembro/2011
BANCA EXAMINADORA
iv
Dedico esta monografia,
aos meus pais, aos meus avós
a minha família,
e a Deus.
v
AGRADECIMENTOS
A DEUS, por ser o responsável por tudo que me fez engrandecer.
Aos meus pais, José Clever Lima Dantas e Maria Juliana Albano Dantas, que
sempre estiveram ao meu lado, apoiando-me em todas as decisões que tomei e me corrigindo
quando errei.
Aos meus familiares, que não me deixaram desistir deste trabalho mesmo com
todos os percalços que ocorreram no decorrer deste semestre. E ao meu primo, George Dantas
Paiva, que me ajudou a entender a parte jurídica deste trabalho.
A minha namorada, Lorena Lima, que nos últimos três anos esteve ao meu lado,
sendo uma companheira carinhosa e apaixonante, que nunca me deixou sucumbir, tornando-
me cada vez mais confiante e forte para superar todas as dificuldades encontradas ao longo
desse caminho.
Aos meu companheiros de trabalho e a construtora EIT - Empresa Industrial
Técnica, que me apresentaram e me ensinaram o tema de licitações de obras públicas fazendo
com que despertasse em mim um gosto especial pelo tema.
Aos meus amigos, e agora colegas de profissão, da turma de Engenharia Civil da
Universidade Federal do Ceará, que tornaram os últimos cinco anos da minha vida os mais
importantes e felizes que vivi.
Aos meu amigos de infância, os Bambuchos, que sempre estiveram ao meu lado
ajudando a descontrair e relaxar nos momentos de descanso.
A todos os meus professores, que contribuíram para meu engrandecimento pessoal
e profissional.
A todos os engenheiros, agora colegas, que sempre me aconselharam e me
ajudaram a crescer na minha vida profissional. Em especial a Geórgia Jereissati que me
auxiliou na elaboração deste trabalho.
vi
"Algo só é impossível até que alguém duvide e acabe provando o contrário". Albert Einstein.
vii
RESUMO
O Brasil, nos últimos anos, se tornou um canteiro de obras em todos os seguimentos. O governo federal passou a investir pesado no desenvolvimento da infra-estrutura do país, e consequentemente ocorreu um aumento significativo das obras públicas. O processo de licitação é o que rege o projeto, execução, e contratação das obras públicas, através de diversas leis sendo a principal delas a Lei Federal 8.666 de 1993, também conhecida como a lei das licitações. As empresas de engenharia, que anseiam trabalhar nesse ramo da construção civil, acabam prejudicadas pela inexperiência nesse ramo. Dentro desse contexto esse trabalho visa se tornar uma fonte de pesquisa para as construtoras que almejam ingressar nesse mercado servindo de base para que as mesmas possam participar do processo de licitação elaborando de maneira eficiente e competitiva as propostas de preço e técnica de uma licitação. Neste trabalho também será abordado o que não deve ser feito durante esse processo mostrando o que pode desclassificar uma empresa e o que pode caracterizar um processo fraudulento nas licitações.
Palavras-Chave: Licitação, Construtoras, Propostas de preço e técnica, Fraudes.
viii
ABSTRACT
Brazil, in recent years has become a construction site in all segments. The federal government began to invest heavily in developing the infrastructure of the country, and consequently there was a significant increase in public buildings. The legal process that rules the design, implementation, and contracting of public works, through various laws that the main one being the 8.666 Federal Law of 1993, also known as the law bids. Engineering companies in this market, who see an opportunity to increase their profits, they suffer from the inexperience in this business. Within this context this study aims to become a resource for that companies who want to enter this market providing the basis for that they can participate in this bidding process for developing an efficient and competitive proposals for a price and technical bids. In this work will also discuss what you should not be done during this process by showing what can disqualify a company and what can be characterized in a fraudulent bidding process.
Key-Words: Bidding, Laws, Construction, price and technical proposals, Fraud.
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1 – Conjunto normativo aplicado à licitação e contratação de obra pública (Fonte: JEREISSATI, 2011). .............................................................................................................. 2
Figura 1.2 – Modelo Gráfico para estratégia exploratória sequencial (Fonte: JEREISSATI, 2011). .................................................................................................................................... 5
Figura 3.1 – Fases de uma licitação nos órgãos licitantes (Fonte: adaptado de MATTOS, 2006). .................................................................................................................................. 16
Figura 3.2 – Exemplo de composição de custo (Fonte: SEINFRA). ...................................... 20
Figura 3.3 – Exemplo de curva ABC (Fonte: <www.engwhere.com.br/engenharia/memorial_descritivo.htm>). ........................................ 22
Figura 4.1 – Detalhe de quando é aplicado o desbalanceamento (Fonte: adaptado de MATTOS, 2006). ................................................................................................................. 30
Figura 4.2 – Dicas para o orçamentista (Fonte: adaptado de MATTOS, 2006). ..................... 32
x
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 1
1.1 Objetivos ................................................................................................................. 3
1.2 Metodologia ............................................................................................................ 4
1.3 Estrutura da monografia ........................................................................................... 5
2. PERMISSIVO LEGAL DAS MODALIDADES DE LICITAÇÃO DE OBRAS DE ENGENHARIA - LEI FEDERAL 8666 DE 1993 .................................................................. 7
2.1 Desenvolvimento histórico da lei de licitação ........................................................... 7
2.2 Princípios da Lei 8666/93 ........................................................................................ 8
2.3 Análise da seção III - das obras e serviços, capítulo I ............................................. 11
2.4 Modalidades de licitação ........................................................................................ 12
2.5 Modelos de seleção ................................................................................................ 13
3. DIRETRIZES BÁSICAS PARA ELABORAÇÃO DE PROPOSTAS DE LICITAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS ............................................................................................................ 16
3.1 Análise do edital .................................................................................................... 17
3.1.1 Análise do orçamento do órgão licitante........................................................ 18
3.2 Elaboração das propostas ....................................................................................... 19
3.2.1 Propostas de preço ........................................................................................ 19
3.2.2 Propostas técnicas ......................................................................................... 23
3.3 Conclusão da proposta ........................................................................................... 24
3.4 Métodos para otimização do modelo padrão........................................................... 25
4. PROCEDIMENTOS FRAUDULENTOS NO PROCESSO DE LICITAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS ..................................................................................................................... 27
4.1 Crimes e penas previstas na lei 8.666/93 ................................................................ 27
4.2 Tipos de fraudes e o procedimento para corrigí-las................................................. 28
4.3 Jogo de planilhas ................................................................................................... 30
4.3.1 Desbalanceamento dos preços unitários ........................................................ 31
4.3.2 Aplicação não uniforme do BDI .................................................................... 32
4.3.3 Ações da Administração Pública contra o jogo de planilhas .......................... 33
5. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 34
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 36
ANEXO A - Lei Federal 8.666 de 1993 ............................................................................... 37
1
1. INTRODUÇÃO
O desenvolvimento do Brasil está diretamente relacionado com o investimento
nas obras públicas, tais como obras de infra-estrutura de estradas, barragens, aeroportos,
hidrelétricas, dentre outras. A concessão dessas obras para empresas de engenharia dá-se pelo
processo de licitação pública. Essas empresas, que trabalham nesse ramo da construção civil,
carecem que engenheiros organizem as propostas técnicas e de preço competitivas para que
possam fechar contratos com a Administração Pública tendo o direito de realizar essas obras.
As licitações são imprescindíveis para a contratação das obras públicas, pois é o
processo legal que permite ao governo escolher a melhor proposta. As empresas construtoras
habilitadas devem proporcionar a esperada qualidade das obras contratadas, portanto as
licitações são muito importantes no processo de desenvolvimento do país.
A licitação também traz como benefício, além de almejar o preço mais vantajoso
para a Administração Pública, a possibilidade da escolha da proposta que mais se enquadre
aos anseios do órgão público em termos de qualidade da prestação do serviço. Outro benefício
que este procedimento proporciona é a igualdade de condições entre os fornecedores
concorrentes, obedecendo, assim, ao princípio da igualdade na concorrência.
O processo licitatório pode ser definido como sendo o procedimento
administrativo no qual a Administração Pública seleciona a proposta mais vantajosa para o
contrato de seu interesse. Como procedimento, desenvolve-se através de uma sucessão
ordenada de atos vinculantes para a Administração e para os licitantes, o que propicia igual
oportunidades a todos os interessados e atua como fator de eficiência e moralidade nos
negócios administrativos (MEIRELLES, 2007).
O Governo Federal tornou obrigatório o uso do processo licitatório para a
contratação de serviços a serem prestados para a Administração Pública com a aprovação da
Lei Federal nº 8.666 (ver no Anexo A), datada de 21 de junho de 1993, que regulamentou o
Artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal de 1988 e instituiu as normas para licitações e
contratos administrativos.
Essa lei expõe a obrigatoriedade da Administração Pública de utilizar o
procedimento licitatório: “As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações,
concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com
2
terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas em
Lei” (PAIVA, 2010).
A Lei 8666 (1993) esclarece a existência de diversas modalidades de licitações,
como a concorrência, a tomada de preço, a carta convite, dentre outras. Cumpre salientar,
ainda, que é reduzido o número de trabalhos científicos que abordam estas modalidades, pois,
embora existam muitas empresas que trabalham nesse ramo da engenharia, não há muitas
pessoas que estudam as referidas modalidades.
Portanto as empresas de engenharia, que estão nesse mercado e as que pretendem
ingressar no mesmo, devem possuir um conhecimento avançado da Lei 8.666 (1993) de forma
a evitar percalços que possam aparecer do desenvolvimento das propostas.
Além da referida lei, o procedimento de realização de obras públicas envolve
diversas outras normas que devem ser abordadas para melhor entendimento do processo de
uma licitação. Na Figura 1.1 podemos observar todas as normas que regulamentam o
planejamento, execução e contratação de obra pública. Essas normas são divididas em três
grupos: as normas que regulamentam os recursos da obra a ser executada, tendo a
obrigatoriedade da existência dos mesmos para que a obra pública seja licitada; as normas que
regem os procedimentos e a contratação para execução de uma obra pública; e os Tribunais
que devem estar, constantemente, fiscalizando todas as obras públicas.
Figura 1.1 – Conjunto normativo aplicado à licitação e contratação de obra pública (Fonte: JEREISSATI, 2011).
Para desenvolver uma proposta para o processo de licitação, as empresas de
engenharia precisam de engenheiros capacitados e experientes para a realização de propostas
3
competitivas, que sejam vantajosas tanto para a empresa quanto para a Administração
Pública. Essas propostas não deverão ser economicamente inviáveis, pois podem provocar um
desperdício de tempo e dinheiro para as duas partes, se o preço for muito abaixo do mercado,
ou causar um grande desperdício de dinheiro público, se a proposta estiver um custo elevado.
Sabendo que o Brasil passa por um período de desenvolvimento, tendo em vista
principalmente a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, o Governo Federal,
através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), passou a investir cada vez mais
nas obras públicas, que deverão ser contratadas por meio de licitações. Logo, um trabalho
sobre o assunto torna-se justificável para que as empresas de engenharia possam ingressar
nesse mercado que se encontra em ascensão.
Desta forma, no decorrer deste trabalho monográfico, procurou-se responder aos
seguintes questionamentos: Qual é o roteiro ideal a ser seguido pelas empresas de engenharia
para realização de propostas de licitação? Como evitar os possíveis erros que poderiam causar
a desqualificação da proposta de licitação? Existe alguma fraude sendo praticada atualmente?
1.1 Objetivos
O objetivo geral presente neste trabalho é estudar o processo seletivo de licitação
de obras públicas, buscando explanar o processo realizado nas empresas de engenharia para a
elaboração de uma proposta competitiva, mostrando os possíveis percalços e as fraudes que
possam surgir no processo de elaboração. Desta maneira, este trabalho pretende se tornar uma
diretriz a ser seguida nas empresas de engenharia para elaboração de propostas de licitação.
Devido a esse processo envolver várias etapas, objetivos específicos foram traçados:
� Analisar a Lei Federal 8.666/93, explanando as possíveis dúvidas que
possam surgir no preparo das propostas por empresas de engenharia;
� Elaborar um manual prático para realização de propostas de licitações,
descrevendo detalhadamente o passo a passo adotado em uma empresa de
engenharia;
� Explanar os possíveis percalços que possam surgir durante a elaboração;
� Mostrar as fraudes mais comuns praticadas atualmente.
4
1.2 Metodologia
Nessa monografia foram utilizadas diversas técnicas para que os objetivos da
mesma fossem alcançados. A primeira etapa realizada foi uma pesquisa na literatura, voltado
para o entendimento da lei 8.666 (1993) que regulamenta o processo licitatório, e para a
melhor elaboração de orçamentos de obras.
Após a breve explicação de todo o processo licitatório, o presente trabalho se
baseou na coleta de dados realizada em uma empresa de engenharia atuante no ramo da
construção civil de obras públicas. Essa empresa atua no segmento da construção pesada,
tendo iniciado as suas atividades desde 1951, e já executou diversas obras no âmbito nacional
e internacional. Dentre essas obras podemos citar a Transamazônica, o gasoduto Brasil-
Bolívia. E outros desafios como aeroportos, estradas, barragens, usinas, túneis, avenidas,
ferrovias, rodovias, terminais, edifícios, estações de tratamento d’água, pistas, e mais
concessões públicas, dentre outras.
A coleta de dados foi alcançada utilizando a metodologia da pesquisa-ação, onde
o autor participou de diversos treinamentos e colaborou para a elaboração de diversas
propostas de preço de obras em processo de licitação. A pesquisa-ação é uma pesquisa com
base empírica que é realizada em estreita associação no qual os pesquisadores e participantes,
nesse caso os colaboradores da empresa estudada, estão envolvidos de modo cooperativo ou
participativo (GONSALVES, 2007).
O delinear dessa pesquisa descreve o passo a passo que foi utilizado para a
elaboração das diretrizes que serão abordadas no terceiro capítulo. Delinear uma pesquisa é
relacioná-la com o seu planejamento em sua dimensão mais ampla, e envolve tanto a sua
diagramação quanto a previsão de análise e interpretação de coleta de dados. A classificação
quanto ao delineamento a partir do tipo de fonte de coleta de dados: quando os dados são
fontes advindas de publicações em livros, artigos de eventos científicos, journals, entre outros
similares, a pesquisa pode ser classificada em bibliográfica e documental; caso as fontes
sejam pessoas, a pesquisa pode ser experimental, levantamento ou estudo de caso (GIL,
2002).
A partir dessa coleta, o delineamento da pesquisa se deu na análise dos dados
obtidos na pesquisa na empresa estudada através da metodologia da pesquisa-ação, onde o
autor buscou aliar os procedimentos visualizados na pesquisa com os procedimentos descritos
na literatura. Em seguida, o autor interpretou os dados obtidos, e, através do cruzamento de
informações, foi elaborado diretrizes para preparo de propostas de licitação competitivas.
Na Figura 1.2, esse
sendo definido como modelo gráfico para estratégia exploratória sequencial
para o desenvolvimento deste trabalho.
Figura 1.2 – Modelo Gráfico para estratégia exploratória sequencial
De modo a verificar o processo utilizado no mercado,
nessas diretrizes. Essas melhorias
em prática na empresa estudada
visando à elaboração de propostas de licitação
Em seguida, a partir d
mostrados os possíveis erros e fraudes que poderão surgir
1.3 Estrutura da monografia
A presente monografia é divi
introdução que aborda a contextualização geral do problema, a justificativa, os objetivos e a
estrutura da monografia.
O segundo capítulo expõe toda
Federal 8.666 (1993), mostrando os tipos de propostas
contratação, e os princípios da lei
brasileira para que uma empresa de engenharia
licitação de obras públicas.
O terceiro capítulo descreve
pesquisa realizada em uma empresa atuante no mercado, já incluindo possíveis melhorias
procedimento já utilizado com base na vivência dentro da empresa
Coleta de
dados
esse modelo pode ser melhor visualizado na forma de gráfico
sendo definido como modelo gráfico para estratégia exploratória sequencial, que foi utilizado
te trabalho.
Modelo Gráfico para estratégia exploratória sequencial (Fonte: JEREISSATI
De modo a verificar o processo utilizado no mercado, foram propostas melhorias
. Essas melhorias podem ser encontradas na literatura ou foram observadas
tica na empresa estudada. Onde, as mesmas foram indicadas e desenvolvidas
ção de propostas de licitação mais competitivas e eficientes.
artir da interpretação de todos os dados pesquisados
os possíveis erros e fraudes que poderão surgir durante no processo de licitação.
Estrutura da monografia
A presente monografia é dividida em cinco capítulos, onde o primeiro é esta
trodução que aborda a contextualização geral do problema, a justificativa, os objetivos e a
O segundo capítulo expõe todas as modalidades de licitação descritas na Lei
666 (1993), mostrando os tipos de propostas de licitação,
, e os princípios da lei. Além disso, conceitua tudo que está descrito na legislação
que uma empresa de engenharia elabore uma proposta competitiva para
O terceiro capítulo descreve as diretrizes práticas desenvolvido através da
empresa atuante no mercado, já incluindo possíveis melhorias
com base na vivência dentro da empresa.
Análise dos
dados
Interpretação
de todos os
dados
5
na forma de gráfico
, que foi utilizado
Fonte: JEREISSATI, 2011).
foram propostas melhorias
ou foram observadas
indicadas e desenvolvidas sempre
a interpretação de todos os dados pesquisados, foram
no processo de licitação.
, onde o primeiro é esta
trodução que aborda a contextualização geral do problema, a justificativa, os objetivos e a
s as modalidades de licitação descritas na Lei
, os modelos de
descrito na legislação
uma proposta competitiva para
desenvolvido através da
empresa atuante no mercado, já incluindo possíveis melhorias no
Interpretação
de todos os
dados
6
No quarto capítulo, são abordadas as fraudes que, rotineiramente, acontecem nos
diversos procedimentos realizados durante uma licitação de obras públicas brasileiras.
O quinto e último capítulo mostra as conclusões e comentários finais obtidos após
o término deste trabalho bem como sugestões para trabalhos futuros.
7
2. PERMISSIVO LEGAL DAS MODALIDADES DE LICITAÇÃO DE OBRAS DE ENGENHARIA - LEI FEDERAL 8666 DE 1993
Para realizar uma proposta de licitação, as empresas de engenharia devem,
primeiramente, estudar o permissivo legal brasileiro que fala da obrigatoriedade do uso de
licitações, sabendo analisá-lo a fim de que a empresa entenda sobre as obrigações legais para
concorrer a uma obra pública.
Antes de estudarmos a Lei Federal 8.666 de 1993 que dispões sobre as diretrizes
para a realização de uma licitação pública, devemos conceituar licitação para melhor
entendermos os procedimentos que serão abordados a seguir.
Licitação não é diferente de um contrato formal, com as vontades expressas por
duas ou mais partes, tendo a finalidade de regulamentar uma atividade qualquer que, nesse
caso, é a construção de obras públicas. A licitação é um processo de seleção mediante o qual
uma entidade qualquer que pode delegar atribuições a um gerenciador, ou proprietário, coloca
em oferta a realização de uma obra, a prestação de um serviço (elaboração de um projeto de
engenharia) ou o fornecimento de um bem de tipo especial ou equipamentos de construção
civil ou de processo (LIMMER, 2008).
Como a licitação pode ser de caráter público ou privado, as condições das
licitações de caráter privado são estabelecidas de forma livre, de acordos com os interesses do
contratante, de forma que não infrinjam as leis que regem o comércio; enquanto que as
licitações de caráter público devem seguir as diretrizes da lei a ser estudada posteriormente.
2.1 Desenvolvimento histórico da lei de licitação
A realização de licitação deu-se início com a Constituição Federal de 1988 que
estabelece que todos os órgãos pertencentes à Administração Pública, direta e indireta, devem
contratar por meio de processo licitatório, conforme o inciso XXI de seu artigo 37, in verbis:
Art. 37o. XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
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Por meio deste dispositivo, pode-se conceituar licitação como sendo o
procedimento administrativo mediante o qual a Administração Pública seleciona a proposta
mais vantajosa para o contrato de seu interesse. Como procedimento, desenvolve-se através
de uma sucessão ordenada de atos vinculantes para a Administração e para os licitantes, o que
propicia igual oportunidade a todos os interessados e atua como fator de eficiência e
moralidade nos negócios administrativos (PAIVA, 2010).
Dito isso, pode-se depreender que o dispositivo constitucional trouxe como
principal inovação, em relação às licitações, a obrigatoriedade da Administração Pública,
direta e indireta, licitar, elevando a licitação ao status de princípio constitucional, prevendo o
que deve ser respeitado no procedimento licitatório e necessitando, obviamente, de
regulamentação posterior.
Com isso, foi aprovada, no dia 21 de junho de 1993, a Lei Federal 8.666/93, como
forma de regulamentar o inciso XXI do artigo 37 da Constituição Federal de 1988, que institui
normas para licitações e contratos da Administração Pública. A mesma torna obrigatória a
contratação por meio de licitação para a execução de obras e serviços de engenharia, de
serviços técnicos de profissionais especializados e de alienações de bens da Administração
Pública.
Portanto, entende-se que a lei nacional determinou que a Administração Pública,
diferentemente das pessoas jurídicas de Direito Privado, para contratar obras, serviços e
compras de bens, deve, salvo os casos expressos em lei, submeter-se a procedimento
licitatório com o intuito de promover a ampla concorrência e, com isso, alcançar preços mais
vantajosos.
2.2 Princípios da Lei 8666/93
Todas as formas de contratar e realizar uma licitação não poderão transgredir,
sendo válido ressaltar que todas as citadas modalidades, inclusive o pregão, obedecem os
princípios que regem essa lei. Esses princípios inerentes à licitação pública estão relacionados
no artigo 3º da Lei 8.666/93, in verbis:
Art. 3º. A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para Administração e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da
9
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhe são correlatos.
Isto posto, e com o intuito de explicar melhor os conceitos adotados nos editais de
licitação, Paiva (2010) analisou cada um desses princípios:
a) Igualdade: visa assegurar igualdade de direitos entre os interessados em
contratar com a Administração Pública e, ainda, permitir à Administração a
escolha da melhor proposta. Está expresso no inciso XXI do artigo 37 da
Constituição Federal.
Analisando o §1º, inciso I, do artigo 3º da Lei 8.666, pode-se notar que está
implícito outro princípio da licitação, que é o da competitividade decorrente do princípio da
isonomia:
Art. 3º, §1º É vedado aos agentes públicos: I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo [...].
Note-se que, neste dispositivo, a lei veda a restrição de competição, ou seja, pelo
princípio da competitividade todos devem ter a chance de participar da licitação, não podendo
haver nenhuma cláusula que imponha condições à elegibilidade do licitante.
b) Impessoalidade: segundo este princípio, a Administração Pública, em suas
decisões, deve pautar-se por critérios, sem levar em consideração as condições
pessoais do licitante ou as vantagens por ele oferecidas.
c) Moralidade: Exige da Administração comportamento não apenas lícito, mas
também consoante com a moral, os bons costumes, as regras de boa
administração.
d) Probidade: Intimamente ligado ao princípio da moralidade, mas difere deste
pois possui um sentido subjetivo, ou seja, enquanto a moralidade diz respeito à
“instituição”, a probidade está relacionada com os servidores públicos,
podendo estes serem punidos por atos de improbidade administrativa.
e) Vinculação ao instrumento convocatório: É a vinculação ao edital de licitação,
ou seja, segundo a Lei 8.666/93, o edital é a lei entre as partes e, com isso,
10
tanto a Administração Pública como os licitantes deverão obedecer ao que está
regido em suas cláusulas.
f) Julgamento objetivo: Assemelha-se ao princípio da vinculação ao instrumento
convocatório, pois significa que as propostas devem ser julgadas de acordo
com os critérios dos editais.
g) Publicidade: Diz respeito à divulgação do procedimento para conhecimento de
todos os interessados, e dos atos da Administração praticados nas várias fases
do procedimento, que podem e devem ser abertas aos interessados, para
assegurar a todos a possibilidade de fiscalizar sua legalidade.
Portanto, a publicidade da licitação abrange a divulgação do aviso de sua abertura,
o conhecimento do edital e de todos os seus anexos, o exame da documentação e da proposta
pelos interessados após abertas e o fornecimento de certidões ou de quaisquer peças,
pareceres e decisões relacionadas com o processo, desde que solicitados formalmente e por
quem tenha legitimidade para pedi-los.
h) Legalidade: Reza que o procedimento esteja inteiramente vinculado à lei, ou
seja, todas as suas fases estejam regulamentadas em lei e, por isso, o processo
licitatório deve obedecer às normas da mesma. O princípio em comento está
regulamentado no Artigo 4º da Lei 8.666:
Art. 4º. Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou entidades a que se refere o art. 1º têm direito público subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento estabelecido nesta lei, podendo qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos.
Deste modo, a Lei 8.666/93, através do princípio da legalidade, proíbe a utilização
de procedimentos que não obedeçam às suas normas. Por outro lado, a mesma lei em seu
artigo 42, §5º, com a finalidade de viabilizar acordos com organismos internacionais, admite a
possibilidade do afastamento de algumas de suas normas.
11
2.3 Análise da seção III - das obras e serviços, capítulo I
Na seção III da referida lei, pode-se observar todas as especificações que os
editais de obras públicas devem constar para que possa ser realizado uma licitação. No artigo
7o, que consta nessa seção, define o seguimento que deve ser obedecido para as licitações de
obras e serviços, sendo este:
Art. 7o. As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços obedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte seqüência: I - projeto básico; II - projeto executivo; III - execução das obras e serviços.
Cada etapa só poderá ser realizada após a conclusão e aprovação das etapas
precedentes, quando houver, pelas autoridades competentes. Nesse artigo também determina
os itens obrigatórios para que uma obra ou serviço possam ser licitados. É determinado que
uma obra ou serviços, primeiramente, deve possuir um projeto básico, no qual o projeto
executivo faz parte, aprovado e disponível para análise dos concorrentes a licitação em
questão. É indispensável que a obra ou serviço possua um orçamento detalhando, com todos
as composições de custo e o custo unitário de todos os itens do orçamento, sendo o mesmo
como denominado, no mercado, como sendo o preço do órgão. E a obra ou serviço já deve ter
previsão de recursos que assegurem o pagamento das mesmas de acordo com o cronograma.
Esta mesma seção determina quais pessoas poderão participar ou não da licitação
ou execução da obra. É estritamente proibida a participação direta ou indireta de pessoas que
estejam ligadas ao autor do projeto básico, podendo este ser uma empresa, pessoa física ou
jurídica, ou de servidores e dirigentes do órgão contratante ou responsável pela licitação.
Todavia, o autor do projeto básico pode participar da execução da obra como consultor
técnico ou realizando a fiscalização da mesma.
Ainda na seção III da Lei 8.666/93, constam os regimes em que as obras poderão
ser executadas, que podem ser por execução direta ou indireta. A execução direta de uma obra
pública é quando a obra deverá ser executada pelos órgãos e entidades da Administração
Pública.
A execução indireta de uma obra pública é quando o órgão ou entidade contrata
outras empresas, também chamadas de terceiros , por meio da licitação, para esta tarefa. Essa
contratação pode ser realizada por diversos regimes, dentre eles tem-se pelo regime da
empreitada por preço global, que é quando se contrata a execução da obra com um preço total.
12
Outro regime passível de contratação é pela empreitada por preço unitário, que é
determinado pela execução da obra com preço certo de unidades determinadas. Pode-se
contratar pelo regime de tarefa, que se ajusta a mão-de-obra para pequenos trabalhos, com ou
sem fornecimento de materiais. E, o regime mais utilizado nas licitações de obras públicas, e a
contratação pelo regime de empreitada integral, que é quando se contrata para a execução de
uma obra em sua totalidade, compreendendo todas as etapas das obras, sobre inteira
responsabilidade da contratada até a entrega da obra.
Nessa seção também define que os projetos básicos e executivos de obras devem
ser realizados considerando os requisitos de segurança, funcionalidade, economia,
possibilidade de surgimento de empregos, da facilidade da execução, adoção das normas
técnicas, e a diminuição do impacto ambiental. Essas são as diretrizes que deverão ser
adotadas para execução dos projetos.
2.4 Modalidades de licitação
A lei 8666/93 tem diversas modalidades de licitações de obras especificadas,
tendo cada uma as suas particularidades. Sendo o que artigo 22, dispõe o seguinte:
Art. 22o. São modalidades de licitação: I - concorrência; II - tomada de preços; III - convite; IV - concurso; V - leilão.
Essas são algumas das modalidades de licitação que podem ser utilizadas pela
Administração Pública. Sendo a concorrência, a tomada de preços, o convite, e o pregão as
modalidades mais utilizadas para licitações de obras públicas e serviços de engenharia.
Na licitação por concorrência a empresa de engenharia só poderá participar da
licitação se a mesma cumprir com os requisitos mínimos estabelecidos pelo respectivo edital.
Na licitação por tomada de preço pede-se que as empresas de engenharia estejam cadastradas
e atendam às condições exigidas até o terceiro dia anterior a data de recebimento das
propostas. E na modalidade por convite, também denominada de carta convite, devendo ser
convidadas pelo menos três empresas do ramo pela Administração Pública, podendo outras
empresas participar dessas concorrência. Essa modalidade permite a administração restringir a
13
concorrência a empresas conhecidas, com um conhecimento de mercado, que tragam
confiança que a obra será executada no prazo estabelecido e com a qualidade solicitada.
Além dessas modalidades previstas, ao longo do tempo verificou-se a necessidade
da criação de uma modalidade que auxiliasse na desburocratização do procedimento
empregado pelas modalidades expressas na Lei 8.666/93. Com isso, em 04 de maio de 2000,
foi editada a Medida Provisória nº 2.026, instituindo o pregão em nosso ordenamento. Vale
ressaltar que, segundo o referido diploma legal, apenas a União poderia utilizar a nova
modalidade. À época surgiram diversas críticas quanto à criação de uma nova categoria de
licitação através de uma Medida Provisória, visto que a Lei 8.666/93 é uma lei federal e a
Medida Provisória alterava a referida lei que trazia expressamente as modalidades permitidas
em nosso ordenamento (PAIVA, 2010).
Com isso, dada a grande eficácia do pregão, em 17 de julho de 2002, foi editada a
Lei nº 10.520 que, além de acabar com as discussões sobre a constitucionalidade do pregão,
que só pode ser utilizado para licitações de serviços de engenharia, expandiu o uso da
modalidade para os Estados e Municípios.
Cada modalidade de licitação poderá selecionar e contratar através de diversos
modelos, os quais serão melhor esclarecidos a seguir.
2.5 Modelos de seleção
A lei de licitação também especifica as formas de seleção possíveis para que a
Administração Pública aja de forma indiferente frente às empresas para escolha da proposta.
Os tipos de seleção das licitações são quatro: menor preço, melhor técnica, técnica e preço e
maior lance ou oferta.
Inicialmente, a lei previa que sempre a proposta que tivesse o menor preço
ganhasse a concorrência. Esse ato gerou uma série de problemas para a Administração
Pública, em que empresas passaram a aplicar preços muito a baixo do mercado, chegando a
realizar as obras com má qualidade, e por vezes deixavam-nas paradas por ultrapassarem o
orçamento, forçando a Administração Pública a gastar mais recursos do que o previsto
anteriormente para a melhoria e finalização dessas obras.
Essa falha foi notada por Tisaka (2006, p. 346) que teve a seguinte análise:
"A conseqüência maior são as distorções que ocorrem com os baixos níveis de qualidade dos fornecimentos de toda a natureza, serviços e obras não conformes com
14
as exigências das normas técnicas, alto índice de inadimplência, obras e serviços paralisados por inviabilidade econômica, prazos dilatados sem previsão de conclusão como existem aos milhares neste país."
Assim, o Governo Federal sancionou algumas mudanças na lei, acrescentando os
critérios cabíveis de seleção pela Administração Pública. Esse novo critério passou a ser
denominado de "critério técnico" pelos engenheiros que trabalham na área. Esse critério
formalizou a possibilidade dos editais pedirem propostas técnicas para as obras a serem
concorridas. Essas propostas passaram então a servir de critério de seleção, onde critério que
deverá possuir o maior peso deverá ser declarado no edital. Porém, o critério do menor preço
continua sendo o critério com maior peso na questão política, que procura sempre o que será
mais vantajoso para os cofres públicos, sendo esse o princípio da economicidade.
Esse mudança ocorreu em 1994 sendo relacionada pelo artigo 46o da Lei 8666/93,
in verbis:
Art. 46o. Os tipos de licitação "melhor técnica" ou "técnica e preço" serão utilizados exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual, em especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em particular, para a elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos, ressalvado o disposto no § 4o do artigo anterior.
Ainda esse artigo determina como a comissão de licitação realizará o processo de
julgamento das propostas. A licitação de melhor técnica deve avaliar e classificar,
primeiramente, as propostas técnicas de acordo com os critérios adequados à obra em
concorrência que considerem a experiência, qualidade técnica da proposta, metodologia,
tecnologia e a qualificação da mão-de-obra a ser utilizada. Todos esses critérios deveram ser
definidos com clareza e objetividade no edital da licitação.
Após a classificação das propostas técnicas eliminando as que não atingiram o
limite mínimo estabelecido no edital, será iniciado a abertura das propostas de preço,
obedecendo a ordem estabelecida pelas propostas técnicas, sendo que elas não ultrapassem o
limite mínimo de referencia. Esse limite será estabelecido conforme indica o § 1o do inciso II
do artigo 48o:
§ 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste artigo consideram-se manifestamente inexeqüíveis, no caso de licitações de menor preço para obras e serviços de engenharia, as propostas cujos valores sejam inferiores a 70% (setenta por cento) do menor dos seguintes valores:
15
a) média aritmética dos valores das propostas superiores a 50% (cinqüenta por cento) do valor orçado pela administração, ou b) valor orçado pela administração.
Nas licitações do tipo técnica e preço, deverá ser realizado a avaliação e
valorização das propostas de preço, de acordo com os critérios pré-estabelecidos no edital, e,
juntamente com a pontuação das propostas técnicas, será estabelecido uma nova classificação
das propostas, sendo a vencedora a que obtiver maior pontuação. Os pesos que serão
admitidos para cálculo deverão constar no edital da licitação.
Já o tipo maior lance ou oferta é utilizado nos leilões públicos. É o critério
aplicado quando o Poder Público quer vender algum bem ou outorgar a concessão de um
serviço. A sistemática é bem similar à do menor preço, porém saindo vencedor quem ofertar o
maior valor (MATTOS, 2006).
Assim, podemos dizer que ainda faltam alguns ajustes na lei para que o poder
público brasileiro favoreça não só o preço mais atraente, mas também a proposta técnica que
melhor se adapte as necessidades da obra, trazendo assim uma melhor qualidade para as obras
no Brasil.
16
3. DIRETRIZES BÁSICAS PARA ELABORAÇÃO DE PROPOSTAS DE LICITAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS
Com os dados obtidos pelas técnicas já explanadas no primeiro capítulo dessa
monografia, foi elaborado, em conjunto com quatro engenheiros mais experientes da empresa
pesquisada, uma diretriz para a elaboração de propostas de licitação. Essa diretriz será
dividido em três etapas: análise do edital, adequando-se as condições exigidas; elaboração e
classificação das diversas propostas; revisão e conclusão das propostas, sempre evitando uma
desclassificação precoce da empresa.
O processo licitatório pode ser divido em duas fases: interna e externa. A fase
interna é uma etapa mais administrativa que ocorre dentro do órgão contratante. A fase
externa, depois da publicação do edital da licitação, é onde as construtoras concorrentes
entram em cena. A descrição dessas fase pode ser visualizado na Figura 3.1 de Mattos (2006).
Etapa Significado Fase Interna Abertura do processo administrativo
Autorização da deflagração do processo, com estabelecimento do escopo da licitação.
Pesquisa de mercado / Orçamento
Estimativa do custo de aquisição do bem ou serviço pelo órgão a fim de determinar a modalidade de licitação e aprovisionar recursos necessários.
Elaboração do edital ou convite
Elaboração do ato convocatório contendo todas as regras da disputa e publicação para conhecimento geral.
Fase Externa Entrega de documentos e propostas
Entrega dos documentos e habilitação das empresas e envelopes de preço (proposta comercial) e técnica.
Habilitação Análise da documentação das empresas, com eventual inabilitação de participantes, e lavratura de ata com as empresas habilitadas.
Julgamento e classificação
Avaliação e comparação das propostas, com seleção da vencedora.
Homologação Ato pelo qual a comissão de licitação declara o licitante vencedor.
Adjudicação Confirmação oficial da regularidade do processo licitatório, decretando ser encerramento.
Contratação Assinatura do contrato entre órgão público e a empresa vencedora.
Figura 3.1 – Fases de uma licitação nos órgãos licitantes (Fonte: adaptado de MATTOS, 2006).
17
Nessa Figura 3.1 – Fases de uma licitação nos órgãos licitantes (Fonte: adaptado de MATTOS,
2006).figura Mattos (2006) exemplificou as etapas que estão presentes nas duas fases de uma
licitação dentro do órgão licitante. Nela se descreve, de maneira sequencial, o passo a passo
que deve ser seguido nos órgão contratantes no processo de licitação.
A fase externa é onde vai começar o trabalho nas empresas de engenharia. As
etapas que elas deverão seguir para elaboração da proposta será abordado a seguir, iniciando-
se com a análise dos editais.
3.1 Análise do edital
Para a elaboração de uma proposta de licitação competitiva necessita-se,
incondicionalmente, de uma análise detalhada do edital de licitação. Essa análise se inicia
com o convite do órgão contratante as empresas de engenharias interessadas, ou a busca das
mesmas pelas informações necessárias para concorrer a licitação, isso dependerá de qual
modelo de licitação será utilizado.
Em seguida, a empresas deverão estuda, minuciosamente, r cada item do edital e
começar a reunir os documentos necessários para participar da concorrência. Os editais
deverão exigir uma habilitação jurídica, qualificação técnica, qualificação econômico-
financeira e a regularidade fiscal da empresa ou consórcio que desejar participar da
concorrência.
A habilitação jurídica de uma empresa consiste na documentação básica contendo
o registro comercial, no caso de uma empresa individual, o contrato social, se tratando de uma
empresa com sociedade comercial ou, seguido de uma documentação de eleição dos
administrados, no caso de uma sociedade por ações.
Os documentos que podem ser necessárias para à qualificação técnica das
empresas de engenharia se resumem na inscrição no CREA, os responsáveis técnicos das
construtoras,e o acervo técnico necessário para comprovação da competência exigida para
executar com qualidade o tipo de obra em questão. Em alguns editais, é exigido todo o acervo
técnico da empresa, acompanhado do tempo de mercado da empresa, com isso o órgão
público terá uma maior segurança e confiança nessa empresa, evitando, possíveis, futuros
prejuízos.
A qualificação econômico-financeira sãos os documentos que comprovam a boa
situação econômico-financeira das empresas de engenharia, de forma que o órgão licitante
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tenha garantias de que a obra ou serviço não seja interrompido durante o contrato firmado. Os
documentos que podem ser exigidos no edital que qualificarão a empresa serão: o balanço
patrimonial e as demonstrações contábeis do último exercício fiscal, e a certidão negativa de
falência da empresa, um capital mínimo ou valor do patrimônio líquido de pelo menos 10%
(dez por cento) da obra em licitação.
A regularidade fiscal da empresa devem está em perfeitas condições, não podendo
a empresa apresentar alguma irregularidade na receita federal, ou dever aos funcionários, ao
fundo de garantia por tempo de serviços (FGTS), dentre outros impostos. Entretanto, as
empreses tem até dois dias úteis para regularizar esses documentos.
Vale ressaltar que no caso de grandes obras públicas com valores econômicos e
técnicos elevados, as empresas buscam no consórcio alternativas para se qualificarem nos
padrões exigidos nos editais.
O consórcio entre empresas de engenharia pode ser definido como sendo uma
sociedade de uma ou mais construtoras, sem que as mesmas percam suas características
jurídicas, para obter as qualificações necessárias para exigidas pelos editais. Tendo as
empresas consorciadas as obrigações previstas no respectivo contrato (MOREIRA, 2005).
Toda essa documentação deve ser exigida em cada edital. É extremamente
importante que as empresas de engenharia que almejam concorrer a uma licitação de obra
pública atentem para o fato que as mesmas estão passíveis de desclassificação em caso de
alguma pendência administrativas, técnicas ou com os órgãos fiscais.
3.1.1 Análise do orçamento do órgão licitante
Em paralelo à preparação da documentação exigida no edital, a empresa de
engenharia deverá estudar o orçamento anexado ao edital enviado pelo órgão. Esse
orçamento deverá ter sido calculado realizando um levantamento quantitativo de todos os
serviços a serem realizados na obra em concorrência, através dos projetos executivos e
detalhados de engenharia, onde serão multiplicados por cada custo unitário do órgão (custo
que o órgão tem para realização de determinadas tarefas), determinando assim o orçamento
proposto pelo órgão, ou preço do órgão.
Esse valor servirá de base para elaboração da proposta de preço, dando
informações importantes como o quantitativo, que, na ausência do mesmo, a elaboração de
19
um orçamento detalhado fica inviável, como o preço do órgão, que servirá de teto máximo
que a proposta da empresa deve chegar para concorrer na licitação de forma competitiva.
Nessa etapa da elaboração também serão avaliados todos os possíveis erros ou
dúvidas encontradas na análise do edital e do orçamento para a formulação da pergunta ao
órgão licitante. A pergunta ao órgão consiste em uma forma de eliminar todas as dúvidas que
a empresa tem do edital e de alertar o órgão licitante por possíveis erros nele existentes. A
mesma deverá ser elaborada de forma clara, e objetiva, tendo em vista que cada empresa ou
consórcio concorrente tem um prazo máximo e uma quantidade pré-determinada de
solicitações para realizar.
3.2 Elaboração das propostas
A próxima etapa a ser realizada é a elaboração das propostas, que consiste na
etapa mais importante do processo para concorrer a licitação. Esta etapa é o desenvolvimento
do trabalho, em que, após um estudo detalhado do edital, será elaborada a proposta da
empresas para execução da obra em concorrência.
Na licitação de obra pública, os editais podem requerer dois tipos de propostas, a
proposta de preço e a proposta técnica, onde, nos mesmos, deverão constar quais propostas
serão exigidas para concorrer à obra em licitação.
Logo, esta etapa foi subdividida em duas sub-etapas: elaboração das propostas de
preço e elaboração das propostas técnicas.
3.2.1 Propostas de preço
Uma proposta de preço é o orçamento detalhado no qual a empresa/consórcio de
engenharia está disposta a executar a obra em licitação. Nesse orçamento deve conter o custo
unitário de cada serviço repassado pelo órgão no seu quantitativo, deve ainda constar o
cálculo de todas as composições unitárias para cada serviço especificado no quantitativo
disponível no edital, devendo esse custo unitário ser sempre menor do que o valor
especificado pelo órgão, seguido do valor dos benefícios e despesas indiretas (BDI) adotados
pela empresa e com todas as composições de custo.
O passo inicial para a elaboração de uma proposta de preço é o cálculo do preço
unitário para cada serviço no quantificado no orçamento. O preço unitário, ou custo unitário,
20
de um serviço, é o custo em reais para executar uma unidade (preestabelecida), que pode
variar em unidade, metros quadrado, dentre outras, de um item do quantitativo.
Para cada preço unitário, foi realizada uma composição de custo, na qual podemos
encontrar todos os fatores que contribuíram para determinado preço unitário. Nas
composições de custo podemos visualizar o quanto de insumos, mão-de-obra, equipamentos,
serviços, e encargos sociais foram utilizadas para calcular o valor do preço unitário.
Na Figura 3.2, temos um exemplo de composição de custo, onde a composição
EX01 calcula que um metro quadrado de alvenaria de bloco cerâmico furado (9x19x39)cm c/
argamassa mista de cal hidratada com espessura de 9cm custa R$ 21,97. Esse será o valor que
determinará o custo de todo o serviço de alvenaria ao ser multiplicado pelo quantitativo.
Figura 3.2 – Exemplo de composição de custo (Fonte: SEINFRA).
O preço unitário é calculado a partir da produtividade da empresa para realizar o
determinado serviço. Tendo a produtividade de execução do serviço, tira-se os valores do
coeficiente de cada item da composição dividindo o tempo total gasto pela unidade total
executado. Multiplicando pelo preço unitário desses itens, o somatório desses preços com o
acréscimo dos encargos sociais resultará no custo unitário da composição. O valor dos
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benefícios e despesas indiretas (BDI) deverá ser acrescido no valor final do orçamento. Vale
ressaltar que os quantitativos e preços unitários presentes na planilha orçamentária podem
variar consideravelmente em função dos critérios de medição e pagamento dos serviços.
O custo unitário é o item que determinará o preço final da proposta. Assim, esse
cálculo deverá ser realizado com a total atenção do engenheiro responsável de forma a evitar
prejuízos futuros.
O demonstrativo contento todas as composições de custo deverá ser anexado a
proposta de preço se for exigido pelo edital. As composições devem ser uniformes, na
formatação especificada pelo edital e estar em ordem crescente. A ausência ou erro em uma
composição poderá desclassificar a empresas/consórcio concorrente.
O cálculo inicial dos preços unitários irá ser representado com orçamento
preliminar, onde o mesmo deverá ser comparado com o orçamento do órgão licitante para
uma primeira análise. A partir desse comparativo a empresa concorrente poderá utilizar
algumas técnicas para estudar esses orçamentos e melhorar a sua proposta de preço. A técnica
mais, comumente, utilizada é a técnica da curva ABC de serviços.
A curva ABC é definida a partir do levantamento quantitativo dos materiais de
construção e da mão-de-obra para a elaboração do orçamento e o seu relacionamento com o
custo unitário tem, em geral, como preocupação central o conhecimento de uma estimativa de
custos global. No entanto esses dados podem ser trabalhados no sentido de fornecer
informações adicionais que auxiliem no gerenciamento do empreendimento. Uma forma de
obter mais informações é a construção de curvas ABC para materiais de construção e mão-de-
obra. A curva ABC é um importante instrumento de classificação de informações, para que os
itens de maior importância, que geralmente são em menor número, sejam separados
(POZZOBON, 2008).
No processo de elaboração de uma proposta de preço, a curva ABC de serviços é
importante, nela poderemos observar o peso que cada serviço está influenciando no custo
total. Assim pode-se traçar um planejamento para realizar a diminuição do custo do serviço
que mais influenciará no custo total. Esse planejamento passará por políticas de compras de
materiais, busca de fornecedores, estocagem, e evitar desperdício.
Como resultado de uma classificação ABC surgirão três classes: A classe A, com
alto valor de demanda, que representa de 10 a 20% do custo total da obra; a classe B, com
valor intermediário de demanda, que representa de 30 a 40% do custo total da obra e; a classe
C, com baixo valor de demanda, que representa 50% do custo total da obra. Apesar dessa
configuração ser utilizada como padrão, não é regra rígida a curva ABC ser composta por três
22
classes, algumas empresas costumam criar mais categorias ou modificar um pouco os
percentuais (POZZOBON, 2008).
Na Figura 3.3, como exemplo, pode-se observar que o custo da ferragem CA-50 e
da forma de maderit juntos representam 33,77% do custo total da obra.
Figura 3.3 – Exemplo de curva ABC (Fonte: <www.engwhere.com.br/engenharia/memorial_descritivo.htm>).
No caso desse sendo um orçamento de um obra em licitação, a empresa/consórcio
concorrente deverá buscar todas as alternativas possíveis para diminuir o custo unitário desses
serviços. Para alcançar esse objetivo, a empresa pode estabelecer uma política de compras,
23
com uma programação adequada das mesmas para diminuir o custo; as condições
operacionais da obra, sendo os aspectos de recebimento, transporte interno e estocagem;
dentre outros. Logo, trabalhando esse serviço, sabendo da relevância do mesmo no custo total,
a proposta de preço será mais competitiva.
Para a conclusão do orçamento deve ser incluído o valor dos benefícios e despesas
indiretas. O BDI é composto: pelo custo financeiro da obra, que são os gastos relacionados ao
custo do capital decorrente da necessidade de financiamento; o custo da administração central,
que é a proporção do custo da sede administrativa da empresa; impostos, que são o ISS, PIS,
COFINS, e de renda pessoa jurídica; seguros e garantias, para resguardo de incidentes do
empreendimento; riscos e imprevistos, para cobrir eventuais incertezas, omissão de serviços,
dentre outras; o lucro, sendo este o valor que a empresa desejar; e os demais custos não
incluídos no custo direto.
O orçamento finalizado e revisado, é chamado de orçamento detalhado. O
orçamento detalhado é aquele que, seguindo as diretrizes explanadas no edital, será a proposta
de preço que deverá ser apresentada pela empresa concorrente, tendo o mesmo um custo final
baixo, exequível, e competitivo para a obra a ser licitada.
3.2.2 Propostas técnicas
Alguns editais também especificam a necessidade de uma proposta técnica para a
obra. Essa é encontrado em diversos tipos de obras como estádios, barragens, estradas,
hidrelétricas, entre outras.
Essa proposta consiste em especificar uma solução técnica que será utilizada pela
empresa de engenharia para execução da obra. Além disso, tem-se um cronograma de
máquinas, de mão-de-obra, e soluções técnicas de engenharia para que a obra seja executada
no prazo estipulado pelo edital. Para melhor elaboração desse tipo de proposta é necessário a
subdivisão da mesma em cinco etapas: o conhecimento do problema, planejamento executivo,
métodos construtivos, canteiro de obras e estrutura organizacional.
O conhecimento do problema consiste no detalhamento das condições locais da
obra. Com o estudo de localização e acessos, características físicas e sócio-econômicas da
região, a climatologia local e disponibilidade de recursos.
O planejamento executivo e o estudo completo de execução, com o detalhamento
de todas as frentes de trabalho no cronograma executivo da obra. Esse planejamento pode ser
24
abordado com o cronograma e com uma linha de balanço de toda a obra, além de histogramas
de alocação de recurso, mão-de-obra e equipamentos.
A próxima etapa da elaboração da proposta técnica é a descrição dos métodos
construtivos que serão adotados. Mostra-se as soluções técnicas para execução dos principais
serviços da obra, caracterizando os métodos de execução e os recursos empregados na
realização de cada atividade de construção. Este é o ponto principal que será abordado e o
diferencial das diversas propostas concorrentes, sendo aconselhado a elaboração por
engenheiros experientes.
No projeto do canteiro de obras é realizado um planejamento complementar da
execução das obras, onde deverá fornecer um estudo detalhado da localização, apoio logístico
e layout das instalações de canteiro de obras. Sendo apresentado em plantas e planilhas que
justificarão a escolha técnica do mesmo.
O último passo para elaboração de uma proposta técnica competitiva é a estrutura
organizacional da obra. Essa estrutura é definida pelo organograma da obra e a definição das
principais funções, atribuições, e alocação dos profissionais de nível gerencial.
É cabível acrescentar que esse modelo determina de uma forma geral as propostas
técnicas, sendo variável para diferentes tipos de obras. Por exemplo, no caso de ampliações de
estradas, temos nessa proposta a especificação e a logística de máquinas a ser utilizadas na
obra pela empresa. Esse estudo é essencial para que a obra de licitação cumpra o prazo
preestabelecido pelo edital.
Devido a inexperiência de alguns engenheiros em elaborar esse tipo de proposta,
muitas empresas contratam terceiros para a elaboração das mesmas. É uma forma eficaz,
porém com um custo mais elevado do que elaborá-la tradicionalmente.
3.3 Conclusão da proposta
Sabendo que o ser humano e a máquina, o computador, são passíveis de erro, essa
etapa não é essencial para a elaboração de uma proposta de licitação, mas é de extrema
importância e poderá evitar uma possível desclassificação da empresa ou consórcio da
licitação. Sendo assim, antes de lacrar e enviar a proposta de licitação, a empresa de
engenharia deve mobilizar o pessoal para uma última conferência.
25
Esse trabalho começa com a conferência de todos os custos unitários do
orçamento, devendo esses estarem iguais aos que constam nas composições de custo, além do
correto preenchimento de todas as planilhas.
Um problema comumente encontrado nessa etapa de conclusão da proposta é
causado pelas atualizações das fórmulas das planilhas. Isso ocorre quando se realiza uma
mudança de última hora em algum custo unitário, e as planilhas totais de orçamento acabam
não sendo atualizadas. Esse erro acarreta na eliminação da proposta.
Para concluir, a proposta deve seguir para o órgão contratante, na quantidade de
vias exigidas no edital, todas elas carimbadas e assinadas pelo representante legal da
empresa/consórcio concorrente.
3.4 Métodos para otimização do modelo padrão
As empresas que trabalham nesse ramo da engenharia precisam, muitas vezes,
realizar duas ou mais propostas simultâneas de obras públicas em processo de licitação.
Portanto, essas empresas devem estar sempre investindo em novas tecnologias e
metodologias, bem como se atualizar com as alterações da lei e acordos do Tribunais, com o
intuito de otimizar todo o processo de preparação de propostas para licitação.
Pensando em suprir essa necessidade diversas empresas desenvolvem
constantemente diversos softwares com a finalidade de fornecer ao mercado soluções
administrativas que garantam maior competitividade. Dentre esses empresa, a TOTVS criou a
linha RM no seguimento de construção e projetos.
Na área de planejamento e orçamento, a TOTVS trabalha com o RM Solum. Este
programa é capaz de armazenar diversas planilhas de orçamentos diferentes. Pode-se ainda
organizar as propostas por órgão licitante, proporcionando uma maior facilidade na hora de
analisar os orçamentos do órgão para diferentes tipos de obras. Assim, a empresa conseguirá
direcionar os esforços para tornar a sua proposta mais competitiva.
Esse programa centraliza todas as informações necessárias para realização da
proposta, cadastro do órgão (clientes), e composições de custos específicas para cada
localidade e cada órgão licitante da obra, proporciona total integração com o Microsoft
Office, disponibiliza diversas funções que aperfeiçoa o tempo para elaboração das propostas,
como a determinação da curva ABC.
26
Além de todas essas vantagens, esse programa também proporciona ao operador
uma visualização simultânea de dois ou mais orçamentos proporcionando uma melhor análise
dos mesmos, e a possibilidade de escolha em casos que forem possíveis a elaboração de duas
ou mais propostas de preço.
Outra metodologia que pode ser investida pelas empresas para a melhor
elaboração dessas propostas é a implantação dos conceitos do "lean office" que busca uma
melhor praticidade e organização na elaboração da proposta realizando um mapeamento dos
processamentos e desperdícios de tempo, organizando e direcionando o trabalho que deverá
ser feito, e, consequentemente, o processo de elaboração das propostas será mais eficiente e
eficaz.
Dentre os conceito do lean office, destaca-se como o mais utilizado a ferramenta
do 5S, que projeta melhoria dos processos baseando nos cinco sensos: senso de utilização,
arrumação, limpeza, saúde e higiene, autodisciplina. Apesar de simples, a aplicação desse
conceito promove a redução do tempo gasto com diversas atividades que não agregam
valores.
Os conceitos de lean, ou enxuto, que foi iniciado com o sistema Toyota de
produção consiste em uma filosofia de gerenciamento de trabalho para atender os clientes no
menor tempo possível, na mais alta qualidade e com o menor custo possível. Sendo esse
sistema conhecido como produção enxuta. Aplicando esses conhecimentos no ambiente
administrativo pode conseguir resultados diferenciados, sendo eficazes e eficientes (TURATI,
2007).
Essas são algumas metodologias que já estão sendo utilizadas pelo mercado. As
empresas de engenharia, que desejarem ingressar nesse disputado mercado, devem investir,
não só nessas metodologias, mas também em outras que estão em constante desenvolvimento.
Vale ressaltar que, para elaboração de uma proposta de licitação eficiente, é
impreterivelmente necessário a separação de tarefas por equipes especializadas e capacitadas,
para agilização das tarefas em paralelo, com a finalidade de elaborar uma proposta
competitiva para determinada obra em licitação.
27
4. PROCEDIMENTOS FRAUDULENTOS NO PROCESSO DE LICITAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS
Diariamente vemos que o trabalho da justiça brasileira não se restringe aos atos
criminais comuns, mas também a desonestidade dos humanos. Tendo conhecimento da
situação atual da política brasileira, com constantes episódios de corrupção nos diversos
ramos da sociedade, é fácil imaginar que o processo de licitação não passa impune deste tipo
de crime. São esses lamentáveis fatos que nos levam a acreditar que as diversas obras públicas
paradas em todo o Brasil são causadas pela a realização de processo de licitação fraudulentos.
Antes de adentrar no assunto polêmico, deve-se conceituar frade. No dicionário,
os conceitos de fraudar e fraude são sucintamente descritos como o agir com má-fé e astúcia
para causar dano, respectivamente. Logo, fraude no processo licitatório é toda a ação
realizada pelas partes interessadas com a finalidade de beneficio próprio, prejudicando os
demais envolvidos.
Esse capítulo será subdividido em três tópicos: penas previstas na lei de licitação
8.666/93, em que são abordados os crimes e penas cabíveis para pessoas que fraudam
licitações; tipos de fraudes que são aplicadas nas licitações; desbalanceamento de planilhas,
ou jogo de planilhas, que é a fraude mais comum no processo licitatório.
4.1 Crimes e penas previstas na lei 8.666/93
A Lei n. 8.666/93 traz diversos dispositivos que visa conter as distintas formas de
se contravir os interesses protegidos à regularidade das licitações, especialmente o interesse
de se assegurar a igualdade de tratamento entre os interessados em participar em processos
licitatórios da Administração Pública.
O artigo 96 desta lei, vem regulamentar os resultados esperados pelas pessoas que
agem de má-fé no processo licitatório, sendo os mesmo, in verbis:
Art. 96 o. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação instaurada para aquisição ou venda de bens ou mercadorias, ou contrato dela decorrente: I - elevando arbitrariamente os preços; II - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou deteriorada; III - entregando uma mercadoria por outra; IV - alterando substância, qualidade ou quantidade da mercadoria fornecida;
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V - tornando, por qualquer modo, injustamente, mais onerosa a proposta ou a execução do contrato: Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Assim, o disposto nesse artigo vem pautar limites objetivos às ações dos licitantes
e demais envolvidos na execução dos contratos, traçando balizas, definindo condutas, e
apontando as conseqüências penais, a par das demais responsabilidades de ordem civil e
administrativa que estas ações podem acarretar.
A seção que se encontra esse artigo, seção III, capítulo IV da referida lei,
determina os possíveis crimes e penas cabíveis aos infratores. Os crimes passam de impedir,
ou deixar de observar todos os critérios de seleção nas licitações até a subornar os demais
interessados. E as penas variam de 6 messes a 6 anos de detenção mais pagamento de multa,
sendo o seu valor superior a 2% e inferior a 5% do valor do contrato.
4.2 Tipos de fraudes e o procedimento para corrigí-las.
A fraude no processo de licitação de obras públicas pode ser originada nas
diferentes partes interessadas. As mesmas vem repensando ao longo de anos maneiras de
burlar a lei, aproveitando-se do fato de que o direito não é um ciência exata e permite
diferentes interpretações. Por outro lado, os órgãos responsáveis estão em constante
desenvolvimento para evitar e corrigir os processos fraudulentos. Nas obras públicas o
principal responsável por fiscalizar os processo de licitação, execução e contratação das
mesmas é o Tribunal de Contas.
Tendo em vista a obrigação do Tribunal de Contas da União (TCU) em fiscalizar
todos os procedimentos das obras públicas no país, o TCU, que não possui fiscais suficientes
para evitar todas as fraudes praticadas no Brasil, busca formas alternativas de fiscalização.
Uma delas é a elaboração de programas em que os brasileiros possam denunciar os possíveis
casos de fraudes, tornando-os verdadeiros fiscais do TCU.
Esse tipo de denúncia deve ser encorajada pelos meios de comunicação através de
ações do governo que incentivem essa fiscalização preliminar. Só assim a população poderá
se sentir menos prejudicada pelos constantes atrasos das obras públicas, e não precisará
aceitar as mais diversas desculpas dadas pela Administração Pública.
A partir das denúncias, o TCU responsável pela área em questão deve tomar as
devidas medidas para a correção das mesmas. A próxima fase é a da fiscalização das obras
denunciadas, o que deveria ocorrer constantemente.
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Na fase das fiscalizações atinente à análise da situação física e jurídica das
empresas, ao rastreamento dos pagamentos efetuados e à verificação da idoneidade das notas
fiscais emitidas, constituiu o elemento principal para a detecção das irregularidades, pois, uma
vez constatada a inexistência da empresa, vencedora ou participante do certame licitatório,
todo o processo se torna comprometido. Porém, o simples fato de confirmação desses fatos
pode não caracterizar a prática da fraude (AFFONSO, 2004).
Affonso (2004) também lista vários tipos de fraudes encontradas através da
fiscalização das obras públicas a partir de denúncias que ocorreram no estado de Minas Gerais
e que podem acontecer em todo o país, sendo elas:
• Esquema de fraudes para desviar recursos públicos, envolvendo empresas,
prefeitos municipais, comissões de licitação, ante à inexistência física ou
ausência de estrutura administrativa e/ou operacional de empresas
participantes de licitações;
• Desvio de recursos, evidenciado pela transferência de numerários para
entidades distintas das empresas contratadas para a execução dos serviços;
• Parceria entre Políticos, empresas e Comissões de Licitação, caracterizado
pela montagem de processos licitatórios e pela similitude de modelos
gráficos e estilos de preenchimento na quase totalidade das Notas de
Empenho e Ordens de Serviço emitidas por prefeituras distintas;
• Emissão de Notas Fiscais inidôneas ou irregulares;
• Constituição forjada de empresas, ante a ausência de registro das empresas
na Junta Comercial do Estado de Minas Gerais e montagem dos contratos
de constituição de empresas e das propostas apresentadas por elas, em
licitações;
• Abandono de grande parte das obras, com algumas sendo reiniciadas com
pessoal contratado pelos municípios, sem qualquer vinculação com a
empresa inicialmente contratada;
• Realização de obras com materiais inferiores, em qualidade ou quantidade,
divergindo dos planos de trabalho e planilhas aprovados pelos órgãos
repassadores;
• Aprovação pelos órgãos repassadores de prestações de contas relativas à
execução de convênios que apresentaram irregularidades graves.
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Os dados coletados pelo TCU, juntamente com os dados dos municípios e estados
envolvidos, devem ser analisados em um único processo para a caracterização da prática da
fraude. Somente em seguida esse processo deve ser enviado para o Ministério Público Federal
e Estadual para que eles tomem as devidas providências.
Porém, o tipo de fraude que é visto comumente no processo licitatório e o jogo de
planilhas que será abordado a seguir.
4.3 Jogo de planilhas
Jogo de planilhas, ou desbalanceamento de planilhas, é uma "artimanha" utilizada
pelas empresas de engenharia visando sempre ao aumento do lucro. Ela ocorre através de uma
superfaturamento de determinados preços e o subfaturamento de outros visando o aumento de
lucro através de possíveis alterações dos quantitativos no decorrer da obra.
Na Figura 4.1 pode-se observar em qual etapa da elaboração de uma proposta de
preço de uma obra em licitação é aplicado o desbalanceamento, sendo após a conclusão do
preço de venda. Isso se dá nessa fase da elaboração da proposta após uma identificação na
visita técnica e identificação dos serviços que tendem a alterar o quantitativo no decorrer da
execução da obra. Logo, com esses serviços identificados, a empresa contratada muda os
preços unitários desses serviços visando o aumento do lucro.
Figura 4.1 – Detalhe de quando é aplicado o desbalanceamento (Fonte: adaptado de MATTOS, 2006).
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As principais causas do aparecimento do jogo de planilhas é um projeto básico
mal elaborado, ocasionando divergências dos quantitativos do órgão com o que é realmente
executado, e devido a inexistência de critérios de aceitabilidade de preços unitários nos editais
de licitação.
Assim, segundo Mattos (2006) o desbalanceamento de planilhas permite a
empresas contratada a obter vantagem da seguinte forma:
• Aumentando o preço de serviços que ocorrem cedo na obra e diminuindo o
preço dos serviços que ocorrem mais perto do fim;
• Aumentando o preço dos serviços cujo quantitativo tende a crescer e
diminuindo o preço daqueles cujo quantitativo tende a ser menor do que o
da planilha.
Um exemplo da má elaboração do projeto básico é no caso de obras de terra em
que os quantitativos de escavação de 1ª e 2ª categoria são difíceis de aferir simplesmente
pelos perfis de sondagem. Assim, analisando os quantitativos da planilha, o construtor pode
não concordar com a interpretação do cliente e entender que, no campo, os quantitativos serão
outros. Nessa circunstância, ele pode apostar e mexer nos preços unitários de venda
(MATTOS, 2006).
O jogo de planilhas pode ser encontrado de duas maneiras, no desbalanceamento
dos preços unitários e na aplicação não uniforme do BDI.
4.3.1 Desbalanceamento dos preços unitários
O desbalanceamento dos preços unitários ocorre quando a empresa concorrente
nota que determinados serviços foram quantificados equivocadamente, podendo diversos
serviços aumentar o seu quantitativo e outros diminuírem ao longo da execução da obra.
Essa alteração no contrato pode ser realizada devido a alteração prevista na lei
8.666/93, que permite a alteração do contrato das empresas que realmente foram erros
equivocados do órgão licitante. O artigo 65 da referida lei aborda:
Art. 65o. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes casos: I - unilateralmente pela Administração:
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a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei;
Em consequencia do erro nos quantitativos mal elaborados, quando é utilizado o
desbalanceamento dos preços unitários, ocorre uma sistemática de aditivos contratuais em que
os quantitativos dos itens supervalorizados aumentam e os dos itens subavaliados reduzem,
provocando o desequilíbrio econômico-financeiro original do contrato e ocasionando o
superfaturamento.
4.3.2 Aplicação não uniforme do BDI
O BDI é, normalmente, aplicado de maneira igual sobre todos os serviços de um
orçamento, porém a empresa pode aplicá-lo de maneira não uniforme do preço total com a
finalidade de melhorar a situação financeira do contrato.
O desbalanceamento de planilhas pela aplicação não uniforme do BDI, se dá no
aumento do BDI dos serviços que ocorrerão no início da obra, e em compensação ocorrerá um
decréscimo do BDI dos serviços que serão executados no final da obra. Essa mudança na
aplicação do BDI não causará no aumento do preço final, sem prejudicar a competitividade da
proposta. Na Figura 4.2, Mattos (2006) relaciona uma série de itens que podem ser
desbalanceados e mostra como realizar.
Dicas para o Orçamentista
Itens a Desbalancear Desbalanceamento Serviços que ocorrem no início da obra: mobilização, instalação de canteiro, limpeza e desmatamento, demolição, escavação.
Aumentar o preço
Serviços que ocorrem no final da obra: paisagismo, pintura, desmobilização, limpeza final.
Diminuir o preço
Serviços que tendem a ter seus quantitativos majorados
Aumentar o preço
Serviços que tendem a ter seus quantitativos minorados
Diminuir o preço
Figura 4.2 – Dicas para o orçamentista (Fonte: adaptado de MATTOS, 2006).
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Vale ressaltar que essas dicas para o orçamentista são sugeridas na realização do
desbalanceamento para que os preços fiquem dentro de uma faixa de tolerância, sem
caracterizar como fraude no processo licitatório de empresas de engenharia.
4.3.3 Ações da Administração Pública contra o jogo de planilhas
O Tribunal de Contas da União tem algumas metodologias que podem evitar o
favorecimento do contratado pelo jogo de planilhas.
Na fase da licitação, como uma forma preventiva de evitar esse tipo de fraude, o
TCU tem a obrigatoriedade de estabelecer os critérios de aceitabilidade de preços unitários,
evitando distorções elevadas na hora de corrigir o contrato da licitação. Os órgãos licitantes
não pode deixar de aprimorar o projeto básico de uma licitação, assim evitará possíveis erros
nos quantitativos do órgão licitante. E o TCU pode adotar tabelas de preços aplicadas como
preços de referência e, assim, utilizar o método do k para prevenir esse tipo de fraude.
O método k consiste na adoção de um coeficiente k que será aplicado sobre cada
preço unitário da empresas de concorrente. O fator k é o quociente entre o preço da empresa
concorrente e o preço do órgão. Assim, os valores do orçamento do órgão será multiplicado
pelo fator k e quando houver uma discrepância elevado desses valores com o preço da
empresa, pode-se caracterizar um procedimento fraudulento (MATTOS, 2006).
Para as obras com contratos em andamento, o TCU pode evitar o jogo de planilhas
utilizando os preços unitários de referência (Sicro, Sinapi, dentre outros) para pagar os itens
que, possivelmente, estejam supervalorizados, descartando os valores do contrato inicial.
Dessa foram, evitará o jogo de planilhas.
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5. CONCLUSÃO
Este trabalho monográfico buscou se tornar uma diretriz para as empresas de
engenharia que pretendem ingressar no ramo da engenharia civil de obras públicas. Ele
aborda, de maneira geral, os procedimentos a serem adotados para a empresa participar de um
processo licitatório de forma competitiva. Esse modelo foi elaborado através da pesquisa
realizada pelo autor em uma construtora atuante nesse mercado.
Para isso, foi realizado uma série de pesquisas em diversos livros que abordam a
elaboração de uma bom orçamento, tendo em vista que uma proposta para um obra de
licitação irá exigir sempre uma proposta de preço fixada em um orçamento detalhado. Além
disso, é apresentada um estudo da Lei Federal 8.666 de 1993, que regulamenta o processo
licitatório de obras públicas, sempre buscando aprimorar o entendimento da legislação que
estiver diretamente envolvida com uma boa elaboração de uma proposta de licitação.
Além disso mostrou-se como as construtoras que já estão trabalhando nesse ramo
da engenharia civil podem melhorar as suas metodologias no processo de elaboração das
propostas para licitações através do investimento em tecnologias, como nos softwares, e
metodologias, como a implantação da produção enxuta nas propostas (lean office).
Neste trabalho também são abordados alguns processos fraudulentos, que muitas
vezes podem ser atraentes para as empresas contratadas, mas são caracterizadas como crime e
são passíveis de penas e multas.
Durante a elaboração deste trabalho, puderam-se notar algumas dificuldades para
conclusão do mesmo. No início, pôde-se observar uma escassez de trabalhos específicos
realizados na área, dificultando o levantamento bibliográfico para a realização deste trabalho.
Na fase da pesquisa de campo, notou-se certo receio da construtora em publicar toda a sua
metodologia e seus diferenciais para que outras construtoras concorrentes possam usufruir de
tais informações para melhorarem suas metodologias. Essas duas dificuldades não foram
contornadas, tornando-se limitações deste trabalho.
De sugestão para continuação dessa pesquisa, teríamos a elaboração de um estudo
mais específico em empresas que elaboram propostas técnicas para licitação de obras
públicas, ou especificando na elaboração de propostas de licitações de obras específicas,
tendo em vista as diferentes peculiaridades existentes para cada tipo de obra. Tendo em vista
que este trabalho focou-se na elaboração das propostas de preço, abordada de uma maneira
geral, por estas serem as mais exigidas, cobradas, e importantes nos editais de licitação de
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obras. Outro ramo da pesquisa, que pode ser sugerida, é a elaboração de um trabalho cujo
objetivo esteja voltado para o contratante, o órgão licitante, diferentemente do realizado neste
trabalho, que tinha como principal alvo as empresas de engenharia que são as contratadas por
esse processo.
Como a pesquisa foi realizada em apenas uma empresa de engenharia que trabalha
nessa área do mercado, pode-se contestar que o trabalho não possui uma amostra quantitativa
adequada para elaboração do modelo prático. Todavia, o fato da construtora onde foi realizada
a pesquisa ser uma das mais experientes do mercado qualifica o conteúdo utilizado para a
elaboração deste trabalho.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AFFONSO, N. C. Fraude em Licitações de Obras Públicas. Secretaria de Controle Externo no Estado de Minas Gerais. Belo Horizonte, MG, 2004, 16p. BRASIL. Lei nº 8.666/93. Do Procedimento e Julgamento. Art. 42, §5º. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 22 de jun. 1993. Disponível em <www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm >. Acesso em 24. maio. 2011. CEARÁ. Secretaria da Infra-Estrutura. Tabela de Custos. Versão 17A. Ceará, 2011. Disponível em: <http://www.seinfra.ce.gov.br/index.php/tabela-de-custos>. Acesso em: 10 de novembro de 2011. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4a Ed. São Paulo: Editora Atlas, 2002. GONSALVES, E. P. Iniciação à pesquisa científica. 4a Ed. São Paulo: Editora Alínea, 2007. JEREISSATI, G. M.. Licitação e Obras Públicas Sustentáveis. 2011. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) - Centro de Tecnologia, Universidade Federal do Ceará, Ceará. LIMMER, Carl V.. Planejamento, Orçamentação e Controle de Projetos e Obras. Editora Livros Técnicos e Científicos, LTC. Rio de Janeiro: 2008. MATTOS, A. D. Como preparar Orçamentos de Obras - Dicas para orçamentistas - Estudos de caso - Exemplos. Editora Pini Ltda., Primeira Edição. 2006 MEIRELLES. H. L. Direito Administrativo Brasileiro. Editora Malheiros, 33ª Edição. 2007. MOREIRA, E. B. Os Consórcios Empresariais e as Licitações Públicas. Revista Eletrônica de Direito Administrativo Econômico. Salvador, 2005. Disponível em <http://www.direitodoestado.com/revista/REDAE-3-AGOSTO-2005-EGON%20BOCKMAN N.pdf >. Acesso em: 10 de novembro de 2011. PAIVA, G. D. Licitações Realizadas com Recursos de Organismos Internacionais. 2010. Projeto de Graduação (Monografia em Direito) - Faculdade de Direito, Universidade de Fortaleza, Ceará. POZZOBON, C. E.; MIRON, L. P. Composição dos Custos de Construção e Análise de Curvas ABC de Empreendimento Vertical. ENTAC, 2008. TISAKA, M. Orçamento na Construção Civil - Consultoria, Projeto e Execução. Editora Pini Ltda., Primeira Edição. 2006. TURATI, R. de C. Aplicação do Lean Office no Setor Administrativo Público. 2007. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo.
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ANEXO A - Lei Federal 8.666 de 1993
38
Presidência da República Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993
Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Capítulo I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Seção I Dos Princípios
Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
Art. 2o As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.
Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010)
§ 1o É vedado aos agentes públicos:
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5o a 12 deste artigo e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991; (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010)
II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda,
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modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências internacionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991.
§ 2o Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços:
I - (Revogado pela Lei nº 12.349, de 2010)
II - produzidos no País;
III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.
IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
§ 3o A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.
§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 5o Nos processos de licitação previstos no caput, poderá ser estabelecido margem de preferência para produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
§ 6o A margem de preferência de que trata o § 5o será estabelecida com base em estudos revistos periodicamente, em prazo não superior a 5 (cinco) anos, que levem em consideração: (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
I - geração de emprego e renda; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
IV - custo adicional dos produtos e serviços; e (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
V - em suas revisões, análise retrospectiva de resultados. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
§ 7o Para os produtos manufaturados e serviços nacionais resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País, poderá ser estabelecido margem de preferência adicional àquela prevista no § 5o. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
§ 8o As margens de preferência por produto, serviço, grupo de produtos ou grupo de serviços, a que se referem os §§ 5o e 7o, serão definidas pelo Poder Executivo federal, não podendo a soma delas ultrapassar o montante de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o preço dos produtos manufaturados e serviços estrangeiros. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
§ 9o As disposições contidas nos §§ 5o e 7o deste artigo não se aplicam aos bens e aos serviços cuja capacidade de produção ou prestação no País seja inferior: (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
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I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
II - ao quantitativo fixado com fundamento no § 7o do art. 23 desta Lei, quando for o caso. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
§ 10. A margem de preferência a que se refere o § 5o poderá ser estendida, total ou parcialmente, aos bens e serviços originários dos Estados Partes do Mercado Comum do Sul - Mercosul. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
§ 11. Os editais de licitação para a contratação de bens, serviços e obras poderão, mediante prévia justificativa da autoridade competente, exigir que o contratado promova, em favor de órgão ou entidade integrante da administração pública ou daqueles por ela indicados a partir de processo isonômico, medidas de compensação comercial, industrial, tecnológica ou acesso a condições vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não, na forma estabelecida pelo Poder Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
§ 12. Nas contratações destinadas à implantação, manutenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e comunicação, considerados estratégicos em ato do Poder Executivo federal, a licitação poderá ser restrita a bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País e produzidos de acordo com o processo produtivo básico de que trata a Lei no 10.176, de 11 de janeiro de 2001. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
§ 13. Será divulgada na internet, a cada exercício financeiro, a relação de empresas favorecidas em decorrência do disposto nos §§ 5o, 7o, 10, 11 e 12 deste artigo, com indicação do volume de recursos destinados a cada uma delas. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
Art. 4o Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou entidades a que se refere o art. 1º têm direito público subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento estabelecido nesta lei, podendo qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos.
Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública.
Art. 5o Todos os valores, preços e custos utilizados nas licitações terão como expressão monetária a moeda corrente nacional, ressalvado o disposto no art. 42 desta Lei, devendo cada unidade da Administração, no pagamento das obrigações relativas ao fornecimento de bens, locações, realização de obras e prestação de serviços, obedecer, para cada fonte diferenciada de recursos, a estrita ordem cronológica das datas de suas exigibilidades, salvo quando presentes relevantes razões de interesse público e mediante prévia justificativa da autoridade competente, devidamente publicada.
§ 1o Os créditos a que se refere este artigo terão seus valores corrigidos por critérios previstos no ato convocatório e que lhes preservem o valor.
§ 2o A correção de que trata o parágrafo anterior cujo pagamento será feito junto com o principal, correrá à conta das mesmas dotações orçamentárias que atenderam aos créditos a que se referem. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 3o Observados o disposto no caput, os pagamentos decorrentes de despesas cujos valores não ultrapassem o limite de que trata o inciso II do art. 24, sem prejuízo do que dispõe seu parágrafo único, deverão ser efetuados no prazo de até 5 (cinco) dias úteis, contados da apresentação da fatura. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
Seção II Das Definições
Art. 6o Para os fins desta Lei, considera-se:
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I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, realizada por execução direta ou indireta;
II - Serviço - toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a Administração, tais como: demolição, conserto, instalação, montagem, operação, conservação, reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais;
III - Compra - toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou parceladamente;
IV - Alienação - toda transferência de domínio de bens a terceiros;
V - Obras, serviços e compras de grande vulto - aquelas cujo valor estimado seja superior a 25 (vinte e cinco) vezes o limite estabelecido na alínea "c" do inciso I do art. 23 desta Lei;
VI - Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel cumprimento das obrigações assumidas por empresas em licitações e contratos;
VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e entidades da Administração, pelos próprios meios;
VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata com terceiros sob qualquer dos seguintes regimes: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
a) empreitada por preço global - quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo e total;
b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo de unidades determinadas;
c) (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento de materiais;
e) empreitada integral - quando se contrata um empreendimento em sua integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a sua entrega ao contratante em condições de entrada em operação, atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições de segurança estrutural e operacional e com as características adequadas às finalidades para que foi contratada;
IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos:
a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global da obra e identificar todos os seus elementos constitutivos com clareza;
b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de reformulação ou de variantes durante as fases de elaboração do projeto executivo e de realização das obras e montagem;
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c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e equipamentos a incorporar à obra, bem como suas especificações que assegurem os melhores resultados para o empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;
d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos construtivos, instalações provisórias e condições organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;
e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, compreendendo a sua programação, a estratégia de suprimentos, as normas de fiscalização e outros dados necessários em cada caso;
f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados;
X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos necessários e suficientes à execução completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT;
XI - Administração Pública - a administração direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, abrangendo inclusive as entidades com personalidade jurídica de direito privado sob controle do poder público e das fundações por ele instituídas ou mantidas;
XII - Administração - órgão, entidade ou unidade administrativa pela qual a Administração Pública opera e atua concretamente;
XIII - Imprensa Oficial - veículo oficial de divulgação da Administração Pública, sendo para a União o Diário Oficial da União, e, para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, o que for definido nas respectivas leis; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
XIV - Contratante - é o órgão ou entidade signatária do instrumento contratual;
XV - Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária de contrato com a Administração Pública;
XVI - Comissão - comissão, permanente ou especial, criada pela Administração com a função de receber, examinar e julgar todos os documentos e procedimentos relativos às licitações e ao cadastramento de licitantes.
XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos manufaturados, produzidos no território nacional de acordo com o processo produtivo básico ou com as regras de origem estabelecidas pelo Poder Executivo federal; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no País, nas condições estabelecidas pelo Poder Executivo federal; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
XIX - sistemas de tecnologia de informação e comunicação estratégicos - bens e serviços de tecnologia da informação e comunicação cuja descontinuidade provoque dano significativo à administração pública e que envolvam pelo menos um dos seguintes requisitos relacionados às informações críticas: disponibilidade, confiabilidade, segurança e confidencialidade. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
Seção III Das Obras e Serviços
Art. 7o As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços obedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte seqüência:
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I - projeto básico;
II - projeto executivo;
III - execução das obras e serviços.
§ 1o A execução de cada etapa será obrigatoriamente precedida da conclusão e aprovação, pela autoridade competente, dos trabalhos relativos às etapas anteriores, à exceção do projeto executivo, o qual poderá ser desenvolvido concomitantemente com a execução das obras e serviços, desde que também autorizado pela Administração.
§ 2o As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando:
I - houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para exame dos interessados em participar do processo licitatório;
II - existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de todos os seus custos unitários;
III - houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o pagamento das obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem executadas no exercício financeiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma;
IV - o produto dela esperado estiver contemplado nas metas estabelecidas no Plano Plurianual de que trata o art. 165 da Constituição Federal, quando for o caso.
§ 3o É vedado incluir no objeto da licitação a obtenção de recursos financeiros para sua execução, qualquer que seja a sua origem, exceto nos casos de empreendimentos executados e explorados sob o regime de concessão, nos termos da legislação específica.
§ 4o É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento de materiais e serviços sem previsão de quantidades ou cujos quantitativos não correspondam às previsões reais do projeto básico ou executivo.
§ 5o É vedada a realização de licitação cujo objeto inclua bens e serviços sem similaridade ou de marcas, características e especificações exclusivas, salvo nos casos em que for tecnicamente justificável, ou ainda quando o fornecimento de tais materiais e serviços for feito sob o regime de administração contratada, previsto e discriminado no ato convocatório.
§ 6o A infringência do disposto neste artigo implica a nulidade dos atos ou contratos realizados e a responsabilidade de quem lhes tenha dado causa.
§ 7o Não será ainda computado como valor da obra ou serviço, para fins de julgamento das propostas de preços, a atualização monetária das obrigações de pagamento, desde a data final de cada período de aferição até a do respectivo pagamento, que será calculada pelos mesmos critérios estabelecidos obrigatoriamente no ato convocatório.
§ 8o Qualquer cidadão poderá requerer à Administração Pública os quantitativos das obras e preços unitários de determinada obra executada.
§ 9o O disposto neste artigo aplica-se também, no que couber, aos casos de dispensa e de inexigibilidade de licitação.
Art. 8o A execução das obras e dos serviços deve programar-se, sempre, em sua totalidade, previstos seus custos atual e final e considerados os prazos de sua execução.
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Parágrafo único. É proibido o retardamento imotivado da execução de obra ou serviço, ou de suas parcelas, se existente previsão orçamentária para sua execução total, salvo insuficiência financeira ou comprovado motivo de ordem técnica, justificados em despacho circunstanciado da autoridade a que se refere o art. 26 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 9o Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles necessários:
I - o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica;
II - empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração do projeto básico ou executivo ou da qual o autor do projeto seja dirigente, gerente, acionista ou detentor de mais de 5% (cinco por cento) do capital com direito a voto ou controlador, responsável técnico ou subcontratado;
III - servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsável pela licitação.
§ 1o É permitida a participação do autor do projeto ou da empresa a que se refere o inciso II deste artigo, na licitação de obra ou serviço, ou na execução, como consultor ou técnico, nas funções de fiscalização, supervisão ou gerenciamento, exclusivamente a serviço da Administração interessada.
§ 2o O disposto neste artigo não impede a licitação ou contratação de obra ou serviço que inclua a elaboração de projeto executivo como encargo do contratado ou pelo preço previamente fixado pela Administração.
§ 3o Considera-se participação indireta, para fins do disposto neste artigo, a existência de qualquer vínculo de natureza técnica, comercial, econômica, financeira ou trabalhista entre o autor do projeto, pessoa física ou jurídica, e o licitante ou responsável pelos serviços, fornecimentos e obras, incluindo-se os fornecimentos de bens e serviços a estes necessários.
§ 4o O disposto no parágrafo anterior aplica-se aos membros da comissão de licitação.
Art. 10. As obras e serviços poderão ser executados nas seguintes formas: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
I - execução direta;
II - execução indireta, nos seguintes regimes: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
a) empreitada por preço global;
b) empreitada por preço unitário;
c) (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
d) tarefa;
e) empreitada integral.
Parágrafo único. (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 11. As obras e serviços destinados aos mesmos fins terão projetos padronizados por tipos, categorias ou classes, exceto quando o projeto-padrão não atender às condições peculiares do local ou às exigências específicas do empreendimento.
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Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executivos de obras e serviços serão considerados principalmente os seguintes requisitos: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
I - segurança;
II - funcionalidade e adequação ao interesse público;
III - economia na execução, conservação e operação;
IV - possibilidade de emprego de mão-de-obra, materiais, tecnologia e matérias-primas existentes no local para execução, conservação e operação;
V - facilidade na execução, conservação e operação, sem prejuízo da durabilidade da obra ou do serviço;
VI - adoção das normas técnicas, de saúde e de segurança do trabalho adequadas; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
VII - impacto ambiental.
Seção IV Dos Serviços Técnicos Profissionais Especializados
Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais especializados os trabalhos relativos a:
I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos;
II - pareceres, perícias e avaliações em geral;
III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;
V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico.
VIII - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 1o Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os contratos para a prestação de serviços técnicos profissionais especializados deverão, preferencialmente, ser celebrados mediante a realização de concurso, com estipulação prévia de prêmio ou remuneração.
§ 2o Aos serviços técnicos previstos neste artigo aplica-se, no que couber, o disposto no art. 111 desta Lei.
§ 3o A empresa de prestação de serviços técnicos especializados que apresente relação de integrantes de seu corpo técnico em procedimento licitatório ou como elemento de justificação de dispensa ou inexigibilidade de licitação, ficará obrigada a garantir que os referidos integrantes realizem pessoal e diretamente os serviços objeto do contrato.
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Seção V Das Compras
Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada caracterização de seu objeto e indicação dos recursos orçamentários para seu pagamento, sob pena de nulidade do ato e responsabilidade de quem lhe tiver dado causa.
Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão: (Regulamento)
I - atender ao princípio da padronização, que imponha compatibilidade de especificações técnicas e de desempenho, observadas, quando for o caso, as condições de manutenção, assistência técnica e garantia oferecidas;
II - ser processadas através de sistema de registro de preços;
III - submeter-se às condições de aquisição e pagamento semelhantes às do setor privado;
IV - ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessárias para aproveitar as peculiaridades do mercado, visando economicidade;
V - balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e entidades da Administração Pública.
§ 1o O registro de preços será precedido de ampla pesquisa de mercado.
§ 2o Os preços registrados serão publicados trimestralmente para orientação da Administração, na imprensa oficial.
§ 3o O sistema de registro de preços será regulamentado por decreto, atendidas as peculiaridades regionais, observadas as seguintes condições:
I - seleção feita mediante concorrência;
II - estipulação prévia do sistema de controle e atualização dos preços registrados;
III - validade do registro não superior a um ano.
§ 4o A existência de preços registrados não obriga a Administração a firmar as contratações que deles poderão advir, ficando-lhe facultada a utilização de outros meios, respeitada a legislação relativa às licitações, sendo assegurado ao beneficiário do registro preferência em igualdade de condições.
§ 5o O sistema de controle originado no quadro geral de preços, quando possível, deverá ser informatizado.
§ 6o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar preço constante do quadro geral em razão de incompatibilidade desse com o preço vigente no mercado.
§ 7o Nas compras deverão ser observadas, ainda:
I - a especificação completa do bem a ser adquirido sem indicação de marca;
II - a definição das unidades e das quantidades a serem adquiridas em função do consumo e utilização prováveis, cuja estimativa será obtida, sempre que possível, mediante adequadas técnicas quantitativas de estimação;
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III - as condições de guarda e armazenamento que não permitam a deterioração do material.
§ 8o O recebimento de material de valor superior ao limite estabelecido no art. 23 desta Lei, para a modalidade de convite, deverá ser confiado a uma comissão de, no mínimo, 3 (três) membros.
Art. 16. Será dada publicidade, mensalmente, em órgão de divulgação oficial ou em quadro de avisos de amplo acesso público, à relação de todas as compras feitas pela Administração Direta ou Indireta, de maneira a clarificar a identificação do bem comprado, seu preço unitário, a quantidade adquirida, o nome do vendedor e o valor total da operação, podendo ser aglutinadas por itens as compras feitas com dispensa e inexigibilidade de licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos casos de dispensa de licitação previstos no inciso IX do art. 24. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
Seção VI Das Alienações
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:
a) dação em pagamento;
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i; (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 2009)
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 24 desta Lei;
d) investidura;
e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; (Redação dada pela Lei nº 11.481, de 2007)
g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)
i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais da União na Amazônia Legal onde incidam ocupações até o limite de 15 (quinze) módulos fiscais ou
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1.500ha (mil e quinhentos hectares), para fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais; (Incluído pela Lei nº 11.952, de 2009)
II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta nos seguintes casos:
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação;
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública;
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação específica;
d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;
e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da Administração Pública, em virtude de suas finalidades;
f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe.
§ 1o Os imóveis doados com base na alínea "b" do inciso I deste artigo, cessadas as razões que justificaram a sua doação, reverterão ao patrimônio da pessoa jurídica doadora, vedada a sua alienação pelo beneficiário.
§ 2o A Administração também poderá conceder título de propriedade ou de direito real de uso de imóveis, dispensada licitação, quando o uso destinar-se: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005)
I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer que seja a localização do imóvel; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
II - a pessoa natural que, nos termos da lei, regulamento ou ato normativo do órgão competente, haja implementado os requisitos mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica e exploração direta sobre área rural situada na Amazônia Legal, superior a 1 (um) módulo fiscal e limitada a 15 (quinze) módulos fiscais, desde que não exceda 1.500ha (mil e quinhentos hectares); (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 2009)
§ 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2o ficam dispensadas de autorização legislativa, porém submetem-se aos seguintes condicionamentos: (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 2009)
I - aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção por particular seja comprovadamente anterior a 1o de dezembro de 2004; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
II - submissão aos demais requisitos e impedimentos do regime legal e administrativo da destinação e da regularização fundiária de terras públicas; (Incluído pela Lei n] 11.196, de 2005)
III - vedação de concessões para hipóteses de exploração não-contempladas na lei agrária, nas leis de destinação de terras públicas, ou nas normas legais ou administrativas de zoneamento ecológico-econômico; e (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
IV - previsão de rescisão automática da concessão, dispensada notificação, em caso de declaração de utilidade, ou necessidade pública ou interesse social. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
§ 2o-B. A hipótese do inciso II do § 2o deste artigo: (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
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I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujeito a vedação, impedimento ou inconveniente a sua exploração mediante atividades agropecuárias; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
II – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, desde que não exceda mil e quinhentos hectares, vedada a dispensa de licitação para áreas superiores a esse limite; (Redação dada pela Lei nº 11.763, de 2008)
III - pode ser cumulada com o quantitativo de área decorrente da figura prevista na alínea g do inciso I do caput deste artigo, até o limite previsto no inciso II deste parágrafo. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
IV – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.763, de 2008)
§ 3o Entende-se por investidura, para os fins desta lei: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente ou resultante de obra pública, área esta que se tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da avaliação e desde que esse não ultrapasse a 50% (cinqüenta por cento) do valor constante da alínea "a" do inciso II do art. 23 desta lei; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Público, de imóveis para fins residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde que considerados dispensáveis na fase de operação dessas unidades e não integrem a categoria de bens reversíveis ao final da concessão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
§ 4o A doação com encargo será licitada e de seu instrumento constarão, obrigatoriamente os encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob pena de nulidade do ato, sendo dispensada a licitação no caso de interesse público devidamente justificado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 5o Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatário necessite oferecer o imóvel em garantia de financiamento, a cláusula de reversão e demais obrigações serão garantidas por hipoteca em segundo grau em favor do doador. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 6o Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em quantia não superior ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea "b" desta Lei, a Administração poderá permitir o leilão. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 7o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)
Art. 18. Na concorrência para a venda de bens imóveis, a fase de habilitação limitar-se-á à comprovação do recolhimento de quantia correspondente a 5% (cinco por cento) da avaliação.
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da autoridade competente, observadas as seguintes regras:
I - avaliação dos bens alienáveis;
II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;
III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrência ou leilão. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
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Capítulo II Da Licitação
Seção I Das Modalidades, Limites e Dispensa
Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde se situar a repartição interessada, salvo por motivo de interesse público, devidamente justificado.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não impedirá a habilitação de interessados residentes ou sediados em outros locais.
Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidas por instituições federais; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar, respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
III - em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de circulação no Município ou na região onde será realizada a obra, prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a área de competição. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 1o O aviso publicado conterá a indicação do local em que os interessados poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a licitação.
§ 2o O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do evento será:
I - quarenta e cinco dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
a) concurso; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de empreitada integral ou quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço"; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)
II - trinta dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
a) concorrência, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)
b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço"; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)
III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior, ou leilão; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
IV - cinco dias úteis para convite. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
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§ 3o Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão contados a partir da última publicação do edital resumido ou da expedição do convite, ou ainda da efetiva disponibilidade do edital ou do convite e respectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer mais tarde. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 4o Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inqüestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas.
Art. 22. São modalidades de licitação:
I - concorrência;
II - tomada de preços;
III - convite;
IV - concurso;
V - leilão.
§ 1o Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.
§ 2o Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.
§ 3o Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.
§ 4o Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.
§ 5o Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 6o Na hipótese do § 3o deste artigo, existindo na praça mais de 3 (três) possíveis interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 7o Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de licitantes exigidos no § 3o deste artigo, essas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas no processo, sob pena de repetição do convite.
§ 8o É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou a combinação das referidas neste artigo.
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§ 9o Na hipótese do parágrafo 2o deste artigo, a administração somente poderá exigir do licitante não cadastrado os documentos previstos nos arts. 27 a 31, que comprovem habilitação compatível com o objeto da licitação, nos termos do edital. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação:
I - para obras e serviços de engenharia: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior:(Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais). (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
§ 1o As obras, serviços e compras efetuadas pela Administração serão divididas em tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e economicamente viáveis, procedendo-se à licitação com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e à ampliação da competitividade sem perda da economia de escala. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 2o Na execução de obras e serviços e nas compras de bens, parceladas nos termos do parágrafo anterior, a cada etapa ou conjunto de etapas da obra, serviço ou compra, há de corresponder licitação distinta, preservada a modalidade pertinente para a execução do objeto em licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 3o A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19, como nas concessões de direito real de uso e nas licitações internacionais, admitindo-se neste último caso, observados os limites deste artigo, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores ou o convite, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no País. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 4o Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência.
§ 5o É vedada a utilização da modalidade "convite" ou "tomada de preços", conforme o caso, para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente, sempre que o somatório de seus valores caracterizar o caso de "tomada de preços" ou "concorrência", respectivamente, nos termos deste artigo, exceto para as parcelas de natureza específica que possam ser executadas por pessoas ou empresas de especialidade diversa daquela do executor da obra ou serviço. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
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§ 6o As organizações industriais da Administração Federal direta, em face de suas peculiaridades, obedecerão aos limites estabelecidos no inciso I deste artigo também para suas compras e serviços em geral, desde que para a aquisição de materiais aplicados exclusivamente na manutenção, reparo ou fabricação de meios operacionais bélicos pertencentes à União. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 7o Na compra de bens de natureza divisível e desde que não haja prejuízo para o conjunto ou complexo, é permitida a cotação de quantidade inferior à demandada na licitação, com vistas a ampliação da competitividade, podendo o edital fixar quantitativo mínimo para preservar a economia de escala. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
§ 8o No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro dos valores mencionados no caput deste artigo quando formado por até 3 (três) entes da Federação, e o triplo, quando formado por maior número. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
Art. 24. É dispensável a licitação: Vide Lei nº 12.188, de 2.010 Vigência
I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;
V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;
VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento;
VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços; (Vide § 3º do art. 48)
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional; (Regulamento)
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X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos;(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade.
XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico;(Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea "a" do incico II do art. 23 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
XX - na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Admininistração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
XXI - para a aquisição de bens e insumos destinados exclusivamente à pesquisa científica e tecnológica com recursos concedidos pela Capes, pela Finep, pelo CNPq ou por outras instituições de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim específico; (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010)
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XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específica; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida. (Incluído pela Lei nº 10.973, de 2004)
XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública. (Redação dada pela Lei nº 11.445, de 2007).
XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão. (Incluído pela Lei nº 11.484, de 2007).
XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em operações de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da Força. (Incluído pela Lei nº 11.783, de 2008).
XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei federal. (Incluído pela Lei nº 12.188, de 2.010) Vigência
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3o, 4o, 5o e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela constantes. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas. (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)
Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do
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comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;
III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.
§ 1o Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.
§ 2o Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa, se comprovado superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8o desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos. (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)
Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes elementos:
I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa, quando for o caso;
II - razão da escolha do fornecedor ou executante;
III - justificativa do preço.
IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão alocados. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
Seção II Da Habilitação
Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados, exclusivamente, documentação relativa a:
I - habilitação jurídica;
II - qualificação técnica;
III - qualificação econômico-financeira;
IV - regularidade fiscal. (Vide Lei nº 12.440, de 2011) (Vigência)
V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7o da Constituição Federal. (Incluído pela Lei nº 9.854, de 1999)
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Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica, conforme o caso, consistirá em:
I - cédula de identidade;
II - registro comercial, no caso de empresa individual;
III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente registrado, em se tratando de sociedades comerciais, e, no caso de sociedades por ações, acompanhado de documentos de eleição de seus administradores;
IV - inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, acompanhada de prova de diretoria em exercício;
V - decreto de autorização, em se tratando de empresa ou sociedade estrangeira em funcionamento no País, e ato de registro ou autorização para funcionamento expedido pelo órgão competente, quando a atividade assim o exigir.
Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal, conforme o caso, consistirá em: (Vide Lei nº 12.440, de 2011) (Vigência)
I - prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Geral de Contribuintes (CGC);
II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal, se houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de atividade e compatível com o objeto contratual;
III - prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Municipal do domicílio ou sede do licitante, ou outra equivalente, na forma da lei;
IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:
I - registro ou inscrição na entidade profissional competente;
II - comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos;
III - comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os documentos, e, quando exigido, de que tomou conhecimento de todas as informações e das condições locais para o cumprimento das obrigações objeto da licitação;
IV - prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando for o caso.
§ 1o A comprovação de aptidão referida no inciso II do "caput" deste artigo, no caso das licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente registrados nas entidades profissionais competentes, limitadas as exigências a: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
I - capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante de possuir em seu quadro permanente, na data prevista para entrega da proposta, profissional de nível superior ou outro
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devidamente reconhecido pela entidade competente, detentor de atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de características semelhantes, limitadas estas exclusivamente às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto da licitação, vedadas as exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
II - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
a) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
b) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 2o As parcelas de maior relevância técnica e de valor significativo, mencionadas no parágrafo anterior, serão definidas no instrumento convocatório. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 3o Será sempre admitida a comprovação de aptidão através de certidões ou atestados de obras ou serviços similares de complexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior.
§ 4o Nas licitações para fornecimento de bens, a comprovação de aptidão, quando for o caso, será feita através de atestados fornecidos por pessoa jurídica de direito público ou privado.
§ 5o É vedada a exigência de comprovação de atividade ou de aptidão com limitações de tempo ou de época ou ainda em locais específicos, ou quaisquer outras não previstas nesta Lei, que inibam a participação na licitação.
§ 6o As exigências mínimas relativas a instalações de canteiros, máquinas, equipamentos e pessoal técnico especializado, considerados essenciais para o cumprimento do objeto da licitação, serão atendidas mediante a apresentação de relação explícita e da declaração formal da sua disponibilidade, sob as penas cabíveis, vedada as exigências de propriedade e de localização prévia.
§ 7º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
I - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
II - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 8o No caso de obras, serviços e compras de grande vulto, de alta complexidade técnica, poderá a Administração exigir dos licitantes a metodologia de execução, cuja avaliação, para efeito de sua aceitação ou não, antecederá sempre à análise dos preços e será efetuada exclusivamente por critérios objetivos.
§ 9o Entende-se por licitação de alta complexidade técnica aquela que envolva alta especialização, como fator de extrema relevância para garantir a execução do objeto a ser contratado, ou que possa comprometer a continuidade da prestação de serviços públicos essenciais.
§ 10. Os profissionais indicados pelo licitante para fins de comprovação da capacitação técnico-profissional de que trata o inciso I do § 1o deste artigo deverão participar da obra ou serviço objeto da licitação, admitindo-se a substituição por profissionais de experiência equivalente ou superior, desde que aprovada pela administração. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 11. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 12. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico-financeira limitar-se-á a:
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I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada a sua substituição por balancetes ou balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais quando encerrado há mais de 3 (três) meses da data de apresentação da proposta;
II - certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de execução patrimonial, expedida no domicílio da pessoa física;
III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no "caput" e § 1o do art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do valor estimado do objeto da contratação.
§ 1o A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da capacidade financeira do licitante com vistas aos compromissos que terá que assumir caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a exigência de valores mínimos de faturamento anterior, índices de rentabilidade ou lucratividade. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 2o A Administração, nas compras para entrega futura e na execução de obras e serviços, poderá estabelecer, no instrumento convocatório da licitação, a exigência de capital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, ou ainda as garantias previstas no § 1o do art. 56 desta Lei, como dado objetivo de comprovação da qualificação econômico-financeira dos licitantes e para efeito de garantia ao adimplemento do contrato a ser ulteriormente celebrado.
§ 3o O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a que se refere o parágrafo anterior não poderá exceder a 10% (dez por cento) do valor estimado da contratação, devendo a comprovação ser feita relativamente à data da apresentação da proposta, na forma da lei, admitida a atualização para esta data através de índices oficiais.
§ 4o Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compromissos assumidos pelo licitante que importem diminuição da capacidade operativa ou absorção de disponibilidade financeira, calculada esta em função do patrimônio líquido atualizado e sua capacidade de rotação.
§ 5o A comprovação de boa situação financeira da empresa será feita de forma objetiva, através do cálculo de índices contábeis previstos no edital e devidamente justificados no processo administrativo da licitação que tenha dado início ao certame licitatório, vedada a exigência de índices e valores não usualmente adotados para correta avaliação de situação financeira suficiente ao cumprimento das obrigações decorrentes da licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 6º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 32. Os documentos necessários à habilitação poderão ser apresentados em original, por qualquer processo de cópia autenticada por cartório competente ou por servidor da administração ou publicação em órgão da imprensa oficial. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 1o A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 desta Lei poderá ser dispensada, no todo ou em parte, nos casos de convite, concurso, fornecimento de bens para pronta entrega e leilão.
§ 2o O certificado de registro cadastral a que se refere o § 1o do art. 36 substitui os documentos enumerados nos arts. 28 a 31, quanto às informações disponibilizadas em sistema informatizado de consulta direta indicado no edital, obrigando-se a parte a declarar, sob as penalidades legais, a superveniência de fato impeditivo da habilitação. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
§ 3o A documentação referida neste artigo poderá ser substituída por registro cadastral emitido por órgão ou entidade pública, desde que previsto no edital e o registro tenha sido feito em obediência ao disposto nesta Lei.
§ 4o As empresas estrangeiras que não funcionem no País, tanto quanto possível, atenderão, nas licitações internacionais, às exigências dos parágrafos anteriores mediante documentos equivalentes, autenticados pelos respectivos consulados e traduzidos por tradutor juramentado,
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devendo ter representação legal no Brasil com poderes expressos para receber citação e responder administrativa ou judicialmente.
§ 5o Não se exigirá, para a habilitação de que trata este artigo, prévio recolhimento de taxas ou emolumentos, salvo os referentes a fornecimento do edital, quando solicitado, com os seus elementos constitutivos, limitados ao valor do custo efetivo de reprodução gráfica da documentação fornecida.
§ 6o O disposto no § 4o deste artigo, no § 1o do art. 33 e no § 2o do art. 55, não se aplica às licitações internacionais para a aquisição de bens e serviços cujo pagamento seja feito com o produto de financiamento concedido por organismo financeiro internacional de que o Brasil faça parte, ou por agência estrangeira de cooperação, nem nos casos de contratação com empresa estrangeira, para a compra de equipamentos fabricados e entregues no exterior, desde que para este caso tenha havido prévia autorização do Chefe do Poder Executivo, nem nos casos de aquisição de bens e serviços realizada por unidades administrativas com sede no exterior.
Art. 33. Quando permitida na licitação a participação de empresas em consórcio, observar-se-ão as seguintes normas:
I - comprovação do compromisso público ou particular de constituição de consórcio, subscrito pelos consorciados;
II - indicação da empresa responsável pelo consórcio que deverá atender às condições de liderança, obrigatoriamente fixadas no edital;
III - apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a 31 desta Lei por parte de cada consorciado, admitindo-se, para efeito de qualificação técnica, o somatório dos quantitativos de cada consorciado, e, para efeito de qualificação econômico-financeira, o somatório dos valores de cada consorciado, na proporção de sua respectiva participação, podendo a Administração estabelecer, para o consórcio, um acréscimo de até 30% (trinta por cento) dos valores exigidos para licitante individual, inexigível este acréscimo para os consórcios compostos, em sua totalidade, por micro e pequenas empresas assim definidas em lei;
IV - impedimento de participação de empresa consorciada, na mesma licitação, através de mais de um consórcio ou isoladamente;
V - responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos praticados em consórcio, tanto na fase de licitação quanto na de execução do contrato.
§ 1o No consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras a liderança caberá, obrigatoriamente, à empresa brasileira, observado o disposto no inciso II deste artigo.
§ 2o O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da celebração do contrato, a constituição e o registro do consórcio, nos termos do compromisso referido no inciso I deste artigo.
Seção III Dos Registros Cadastrais
Art. 34. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da Administração Pública que realizem freqüentemente licitações manterão registros cadastrais para efeito de habilitação, na forma regulamentar, válidos por, no máximo, um ano. (Regulamento)
§ 1o O registro cadastral deverá ser amplamente divulgado e deverá estar permanentemente aberto aos interessados, obrigando-se a unidade por ele responsável a proceder, no mínimo anualmente, através da imprensa oficial e de jornal diário, a chamamento público para a atualização dos registros existentes e para o ingresso de novos interessados.
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§ 2o É facultado às unidades administrativas utilizarem-se de registros cadastrais de outros órgãos ou entidades da Administração Pública.
Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou atualização deste, a qualquer tempo, o interessado fornecerá os elementos necessários à satisfação das exigências do art. 27 desta Lei.
Art. 36. Os inscritos serão classificados por categorias, tendo-se em vista sua especialização, subdivididas em grupos, segundo a qualificação técnica e econômica avaliada pelos elementos constantes da documentação relacionada nos arts. 30 e 31 desta Lei.
§ 1o Aos inscritos será fornecido certificado, renovável sempre que atualizarem o registro.
§ 2o A atuação do licitante no cumprimento de obrigações assumidas será anotada no respectivo registro cadastral.
Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou cancelado o registro do inscrito que deixar de satisfazer as exigências do art. 27 desta Lei, ou as estabelecidas para classificação cadastral.
Seção IV Do Procedimento e Julgamento
Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:
I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;
II - comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art. 21 desta Lei, ou da entrega do convite;
III - ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrativo ou oficial, ou do responsável pelo convite;
IV - original das propostas e dos documentos que as instruírem;
V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora;
VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, dispensa ou inexigibilidade;
VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação;
VIII - recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e respectivas manifestações e decisões;
IX - despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o caso, fundamentado circunstanciadamente;
X - termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso;
XI - outros comprovantes de publicações;
XII - demais documentos relativos à licitação.
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Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como as dos contratos, acordos, convênios ou ajustes devem ser previamente examinadas e aprovadas por assessoria jurídica da Administração. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação ou para um conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas for superior a 100 (cem) vezes o limite previsto no art. 23, inciso I, alínea "c" desta Lei, o processo licitatório será iniciado, obrigatoriamente, com uma audiência pública concedida pela autoridade responsável com antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis da data prevista para a publicação do edital, e divulgada, com a antecedência mínima de 10 (dez) dias úteis de sua realização, pelos mesmos meios previstos para a publicidade da licitação, à qual terão acesso e direito a todas as informações pertinentes e a se manifestar todos os interessados.
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, consideram-se licitações simultâneas aquelas com objetos similares e com realização prevista para intervalos não superiores a trinta dias e licitações sucessivas aquelas em que, também com objetos similares, o edital subseqüente tenha uma data anterior a cento e vinte dias após o término do contrato resultante da licitação antecedente. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, o nome da repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta, bem como para início da abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte:
I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;
II - prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos instrumentos, como previsto no art. 64 desta Lei, para execução do contrato e para entrega do objeto da licitação;
III - sanções para o caso de inadimplemento;
IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico;
V - se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital de licitação e o local onde possa ser examinado e adquirido;
VI - condições para participação na licitação, em conformidade com os arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de apresentação das propostas;
VII - critério para julgamento, com disposições claras e parâmetros objetivos;
VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à distância em que serão fornecidos elementos, informações e esclarecimentos relativos à licitação e às condições para atendimento das obrigações necessárias ao cumprimento de seu objeto;
IX - condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e estrangeiras, no caso de licitações internacionais;
X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o caso, permitida a fixação de preços máximos e vedados a fixação de preços mínimos, critérios estatísticos ou faixas de variação em relação a preços de referência, ressalvado o dispossto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data prevista para apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa proposta se referir, até a data do adimplemento de cada parcela; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
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XII - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
XIII - limites para pagamento de instalação e mobilização para execução de obras ou serviços que serão obrigatoriamente previstos em separado das demais parcelas, etapas ou tarefas;
XIV - condições de pagamento, prevendo:
a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a partir da data final do período de adimplemento de cada parcela; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
b) cronograma de desembolso máximo por período, em conformidade com a disponibilidade de recursos financeiros;
c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos, desde a data final do período de adimplemento de cada parcela até a data do efetivo pagamento; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
d) compensações financeiras e penalizações, por eventuais atrasos, e descontos, por eventuais antecipações de pagamentos;
e) exigência de seguros, quando for o caso;
XV - instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei;
XVI - condições de recebimento do objeto da licitação;
XVII - outras indicações específicas ou peculiares da licitação.
§ 1o O original do edital deverá ser datado, rubricado em todas as folhas e assinado pela autoridade que o expedir, permanecendo no processo de licitação, e dele extraindo-se cópias integrais ou resumidas, para sua divulgação e fornecimento aos interessados.
§ 2o Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante:
I - o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes, desenhos, especificações e outros complementos;
II - orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
III - a minuta do contrato a ser firmado entre a Administração e o licitante vencedor;
IV - as especificações complementares e as normas de execução pertinentes à licitação.
§ 3o Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se como adimplemento da obrigação contratual a prestação do serviço, a realização da obra, a entrega do bem ou de parcela destes, bem como qualquer outro evento contratual a cuja ocorrência esteja vinculada a emissão de documento de cobrança.
§ 4o Nas compras para entrega imediata, assim entendidas aquelas com prazo de entrega até trinta dias da data prevista para apresentação da proposta, poderão ser dispensadas: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
I - o disposto no inciso XI deste artigo; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
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II - a atualização financeira a que se refere a alínea "c" do inciso XIV deste artigo, correspondente ao período compreendido entre as datas do adimplemento e a prevista para o pagamento, desde que não superior a quinze dias. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada.
§ 1o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação, devendo a Administração julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 1o do art. 113.
§ 2o Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação perante a administração o licitante que não o fizer até o segundo dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de habilitação em concorrência, a abertura dos envelopes com as propostas em convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização de leilão, as falhas ou irregularidades que viciariam esse edital, hipótese em que tal comunicação não terá efeito de recurso. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 3o A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não o impedirá de participar do processo licitatório até o trânsito em julgado da decisão a ela pertinente.
§ 4o A inabilitação do licitante importa preclusão do seu direito de participar das fases subseqüentes.
Art. 42. Nas concorrências de âmbito internacional, o edital deverá ajustar-se às diretrizes da política monetária e do comércio exterior e atender às exigências dos órgãos competentes.
§ 1o Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar preço em moeda estrangeira, igualmente o poderá fazer o licitante brasileiro.
§ 2o O pagamento feito ao licitante brasileiro eventualmente contratado em virtude da licitação de que trata o parágrafo anterior será efetuado em moeda brasileira, à taxa de câmbio vigente no dia útil imediatamente anterior à data do efetivo pagamento. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 3o As garantias de pagamento ao licitante brasileiro serão equivalentes àquelas oferecidas ao licitante estrangeiro.
§ 4o Para fins de julgamento da licitação, as propostas apresentadas por licitantes estrangeiros serão acrescidas dos gravames conseqüentes dos mesmos tributos que oneram exclusivamente os licitantes brasileiros quanto à operação final de venda.
§ 5o Para a realização de obras, prestação de serviços ou aquisição de bens com recursos provenientes de financiamento ou doação oriundos de agência oficial de cooperação estrangeira ou organismo financeiro multilateral de que o Brasil seja parte, poderão ser admitidas, na respectiva licitação, as condições decorrentes de acordos, protocolos, convenções ou tratados internacionais aprovados pelo Congresso Nacional, bem como as normas e procedimentos daquelas entidades, inclusive quanto ao critério de seleção da proposta mais vantajosa para a administração, o qual poderá contemplar, além do preço, outros fatores de avaliação, desde que por elas exigidos para a obtenção do financiamento ou da doação, e que também não conflitem com o princípio do julgamento objetivo e sejam objeto de despacho motivado do órgão executor do contrato, despacho esse ratificado pela autoridade imediatamente superior. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 6o As cotações de todos os licitantes serão para entrega no mesmo local de destino.
Art. 43. A licitação será processada e julgada com observância dos seguintes procedimentos:
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I - abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilitação dos concorrentes, e sua apreciação;
II - devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados, contendo as respectivas propostas, desde que não tenha havido recurso ou após sua denegação;
III - abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes habilitados, desde que transcorrido o prazo sem interposição de recurso, ou tenha havido desistência expressa, ou após o julgamento dos recursos interpostos;
IV - verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do edital e, conforme o caso, com os preços correntes no mercado ou fixados por órgão oficial competente, ou ainda com os constantes do sistema de registro de preços, os quais deverão ser devidamente registrados na ata de julgamento, promovendo-se a desclassificação das propostas desconformes ou incompatíveis;
V - julgamento e classificação das propostas de acordo com os critérios de avaliação constantes do edital;
VI - deliberação da autoridade competente quanto à homologação e adjudicação do objeto da licitação.
§ 1o A abertura dos envelopes contendo a documentação para habilitação e as propostas será realizada sempre em ato público previamente designado, do qual se lavrará ata circunstanciada, assinada pelos licitantes presentes e pela Comissão.
§ 2o Todos os documentos e propostas serão rubricados pelos licitantes presentes e pela Comissão.
§ 3o É facultada à Comissão ou autoridade superior, em qualquer fase da licitação, a promoção de diligência destinada a esclarecer ou a complementar a instrução do processo, vedada a inclusão posterior de documento ou informação que deveria constar originariamente da proposta.
§ 4o O disposto neste artigo aplica-se à concorrência e, no que couber, ao concurso, ao leilão, à tomada de preços e ao convite. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 5o Ultrapassada a fase de habilitação dos concorrentes (incisos I e II) e abertas as propostas (inciso III), não cabe desclassificá-los por motivo relacionado com a habilitação, salvo em razão de fatos supervenientes ou só conhecidos após o julgamento.
§ 6o Após a fase de habilitação, não cabe desistência de proposta, salvo por motivo justo decorrente de fato superveniente e aceito pela Comissão.
Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos por esta Lei.
§ 1o É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou fator sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado que possa ainda que indiretamente elidir o princípio da igualdade entre os licitantes.
§ 2o Não se considerará qualquer oferta de vantagem não prevista no edital ou no convite, inclusive financiamentos subsidiados ou a fundo perdido, nem preço ou vantagem baseada nas ofertas dos demais licitantes.
§ 3o Não se admitirá proposta que apresente preços global ou unitários simbólicos, irrisórios ou de valor zero, incompatíveis com os preços dos insumos e salários de mercado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda que o ato convocatório da licitação não tenha estabelecido limites mínimos, exceto quando se referirem a materiais e instalações de propriedade do próprio licitante,
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para os quais ele renuncie a parcela ou à totalidade da remuneração. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 4o O disposto no parágrafo anterior aplica-se também às propostas que incluam mão-de-obra estrangeira ou importações de qualquer natureza.(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.
§ 1o Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na modalidade concurso: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
I - a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço;
II - a de melhor técnica;
III - a de técnica e preço.
IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienção de bens ou concessão de direito real de uso. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 2o No caso de empate entre duas ou mais propostas, e após obedecido o disposto no § 2o do art. 3o desta Lei, a classificação se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato público, para o qual todos os licitantes serão convocados, vedado qualquer outro processo.
§ 3o No caso da licitação do tipo "menor preço", entre os licitantes considerados qualificados a classificação se dará pela ordem crescente dos preços propostos, prevalecendo, no caso de empate, exclusivamente o critério previsto no parágrafo anterior. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 4o Para contratação de bens e serviços de informática, a administração observará o disposto no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991, levando em conta os fatores especificados em seu parágrafo 2o e adotando obrigatoriamente o tipo de licitação "técnica e preço", permitido o emprego de outro tipo de licitação nos casos indicados em decreto do Poder Executivo. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 5o É vedada a utilização de outros tipos de licitação não previstos neste artigo.
§ 6o Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão selecionadas tantas propostas quantas necessárias até que se atinja a quantidade demandada na licitação. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
Art. 46. Os tipos de licitação "melhor técnica" ou "técnica e preço" serão utilizados exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual, em especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em particular, para a elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos, ressalvado o disposto no § 4o do artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 1o Nas licitações do tipo "melhor técnica" será adotado o seguinte procedimento claramente explicitado no instrumento convocatório, o qual fixará o preço máximo que a Administração se propõe a pagar:
I - serão abertos os envelopes contendo as propostas técnicas exclusivamente dos licitantes previamente qualificados e feita então a avaliação e classificação destas propostas de acordo com os
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critérios pertinentes e adequados ao objeto licitado, definidos com clareza e objetividade no instrumento convocatório e que considerem a capacitação e a experiência do proponente, a qualidade técnica da proposta, compreendendo metodologia, organização, tecnologias e recursos materiais a serem utilizados nos trabalhos, e a qualificação das equipes técnicas a serem mobilizadas para a sua execução;
II - uma vez classificadas as propostas técnicas, proceder-se-á à abertura das propostas de preço dos licitantes que tenham atingido a valorização mínima estabelecida no instrumento convocatório e à negociação das condições propostas, com a proponente melhor classificada, com base nos orçamentos detalhados apresentados e respectivos preços unitários e tendo como referência o limite representado pela proposta de menor preço entre os licitantes que obtiveram a valorização mínima;
III - no caso de impasse na negociação anterior, procedimento idêntico será adotado, sucessivamente, com os demais proponentes, pela ordem de classificação, até a consecução de acordo para a contratação;
IV - as propostas de preços serão devolvidas intactas aos licitantes que não forem preliminarmente habilitados ou que não obtiverem a valorização mínima estabelecida para a proposta técnica.
§ 2o Nas licitações do tipo "técnica e preço" será adotado, adicionalmente ao inciso I do parágrafo anterior, o seguinte procedimento claramente explicitado no instrumento convocatório:
I - será feita a avaliação e a valorização das propostas de preços, de acordo com critérios objetivos preestabelecidos no instrumento convocatório;
II - a classificação dos proponentes far-se-á de acordo com a média ponderada das valorizações das propostas técnicas e de preço, de acordo com os pesos preestabelecidos no instrumento convocatório.
§ 3o Excepcionalmente, os tipos de licitação previstos neste artigo poderão ser adotados, por autorização expressa e mediante justificativa circunstanciada da maior autoridade da Administração promotora constante do ato convocatório, para fornecimento de bens e execução de obras ou prestação de serviços de grande vulto majoritariamente dependentes de tecnologia nitidamente sofisticada e de domínio restrito, atestado por autoridades técnicas de reconhecida qualificação, nos casos em que o objeto pretendido admitir soluções alternativas e variações de execução, com repercussões significativas sobre sua qualidade, produtividade, rendimento e durabilidade concretamente mensuráveis, e estas puderem ser adotadas à livre escolha dos licitantes, na conformidade dos critérios objetivamente fixados no ato convocatório.
§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 47. Nas licitações para a execução de obras e serviços, quando for adotada a modalidade de execução de empreitada por preço global, a Administração deverá fornecer obrigatoriamente, junto com o edital, todos os elementos e informações necessários para que os licitantes possam elaborar suas propostas de preços com total e completo conhecimento do objeto da licitação.
Art. 48. Serão desclassificadas:
I - as propostas que não atendam às exigências do ato convocatório da licitação;
II - propostas com valor global superior ao limite estabelecido ou com preços manifestamente inexeqüiveis, assim considerados aqueles que não venham a ter demonstrada sua viabilidade através de documentação que comprove que os custos dos insumos são coerentes com os de mercado e que os coeficientes de produtividade são compatíveis com a execução do objeto do contrato, condições estas necessariamente especificadas no ato convocatório da licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
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§ 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste artigo consideram-se manifestamente inexeqüíveis, no caso de licitações de menor preço para obras e serviços de engenharia, as propostas cujos valores sejam inferiores a 70% (setenta por cento) do menor dos seguintes valores: (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
a) média aritmética dos valores das propostas superiores a 50% (cinqüenta por cento) do valor orçado pela administração, ou (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
b) valor orçado pela administração. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
§ 2º Dos licitantes classificados na forma do parágrafo anterior cujo valor global da proposta for inferior a 80% (oitenta por cento) do menor valor a que se referem as alíneas "a" e "b", será exigida, para a assinatura do contrato, prestação de garantia adicional, dentre as modalidades previstas no § 1º do art. 56, igual a diferença entre o valor resultante do parágrafo anterior e o valor da correspondente proposta. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
§ 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas forem desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis para a apresentação de nova documentação ou de outras propostas escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução deste prazo para três dias úteis. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento somente poderá revogar a licitação por razões de interesse público decorrente de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.
§ 1o A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não gera obrigação de indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.
§ 2o A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.
§ 3o No caso de desfazimento do processo licitatório, fica assegurado o contraditório e a ampla defesa.
§ 4o O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se aos atos do procedimento de dispensa e de inexigibilidade de licitação.
Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato com preterição da ordem de classificação das propostas ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório, sob pena de nulidade.
Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro cadastral, a sua alteração ou cancelamento, e as propostas serão processadas e julgadas por comissão permanente ou especial de, no mínimo, 3 (três) membros, sendo pelo menos 2 (dois) deles servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação.
§ 1o No caso de convite, a Comissão de licitação, excepcionalmente, nas pequenas unidades administrativas e em face da exigüidade de pessoal disponível, poderá ser substituída por servidor formalmente designado pela autoridade competente.
§ 2o A Comissão para julgamento dos pedidos de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento, será integrada por profissionais legalmente habilitados no caso de obras, serviços ou aquisição de equipamentos.
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§ 3o Os membros das Comissões de licitação responderão solidariamente por todos os atos praticados pela Comissão, salvo se posição individual divergente estiver devidamente fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião em que tiver sido tomada a decisão.
§ 4o A investidura dos membros das Comissões permanentes não excederá a 1 (um) ano, vedada a recondução da totalidade de seus membros para a mesma comissão no período subseqüente.
§ 5o No caso de concurso, o julgamento será feito por uma comissão especial integrada por pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores públicos ou não.
Art. 52. O concurso a que se refere o § 4o do art. 22 desta Lei deve ser precedido de regulamento próprio, a ser obtido pelos interessados no local indicado no edital.
§ 1o O regulamento deverá indicar:
I - a qualificação exigida dos participantes;
II - as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;
III - as condições de realização do concurso e os prêmios a serem concedidos.
§ 2o Em se tratando de projeto, o vencedor deverá autorizar a Administração a executá-lo quando julgar conveniente.
Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor designado pela Administração, procedendo-se na forma da legislação pertinente.
§ 1o Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado pela Administração para fixação do preço mínimo de arrematação.
§ 2o Os bens arrematados serão pagos à vista ou no percentual estabelecido no edital, não inferior a 5% (cinco por cento) e, após a assinatura da respectiva ata lavrada no local do leilão, imediatamente entregues ao arrematante, o qual se obrigará ao pagamento do restante no prazo estipulado no edital de convocação, sob pena de perder em favor da Administração o valor já recolhido.
§ 3o Nos leilões internacionais, o pagamento da parcela à vista poderá ser feito em até vinte e quatro horas. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 4o O edital de leilão deve ser amplamente divulgado, principalmente no município em que se realizará. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
Capítulo III DOS CONTRATOS
Seção I Disposições Preliminares
Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes, supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado.
§ 1o Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições para sua execução, expressas em cláusulas que definam os direitos, obrigações e responsabilidades das partes, em conformidade com os termos da licitação e da proposta a que se vinculam.
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§ 2o Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexigibilidade de licitação devem atender aos termos do ato que os autorizou e da respectiva proposta.
Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:
I - o objeto e seus elementos característicos;
II - o regime de execução ou a forma de fornecimento;
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento;
IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de observação e de recebimento definitivo, conforme o caso;
V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional programática e da categoria econômica;
VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas;
VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores das multas;
VIII - os casos de rescisão;
IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão administrativa prevista no art. 77 desta Lei;
X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for o caso;
XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor;
XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos omissos;
XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.
§ 1º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 2o Nos contratos celebrados pela Administração Pública com pessoas físicas ou jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no estrangeiro, deverá constar necessariamente cláusula que declare competente o foro da sede da Administração para dirimir qualquer questão contratual, salvo o disposto no § 6o do art. 32 desta Lei.
§ 3o No ato da liquidação da despesa, os serviços de contabilidade comunicarão, aos órgãos incumbidos da arrecadação e fiscalização de tributos da União, Estado ou Município, as características e os valores pagos, segundo o disposto no art. 63 da Lei no 4.320, de 17 de março de 1964.
Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e compras.
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§ 1o Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de garantia: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes ter sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e avaliados pelos seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério da Fazenda; (Redação dada pela Lei nº 11.079, de 2004)
II - seguro-garantia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
III - fiança bancária. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 8.6.94)
§ 2o A garantia a que se refere o caput deste artigo não excederá a cinco por cento do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas condições daquele, ressalvado o previsto no parágrafo 3o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 3o Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo alta complexidade técnica e riscos financeiros consideráveis, demonstrados através de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade competente, o limite de garantia previsto no parágrafo anterior poderá ser elevado para até dez por cento do valor do contrato. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 4o A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após a execução do contrato e, quando em dinheiro, atualizada monetariamente.
§ 5o Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pela Administração, dos quais o contratado ficará depositário, ao valor da garantia deverá ser acrescido o valor desses bens.
Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos:
I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse da Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório;
II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
III - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato.
V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24, cujos contratos poderão ter vigência por até 120 (cento e vinte) meses, caso haja interesse da administração. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
§ 1o Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos, devidamente autuados em processo:
I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração;
II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições de execução do contrato;
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III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho por ordem e no interesse da Administração;
IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites permitidos por esta Lei;
V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro reconhecido pela Administração em documento contemporâneo à sua ocorrência;
VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis.
§ 2o Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e previamente autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato.
§ 3o É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado.
§ 4o Em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante autorização da autoridade superior, o prazo de que trata o inciso II do caput deste artigo poderá ser prorrogado por até doze meses. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contratado;
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta Lei;
III - fiscalizar-lhes a execução;
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo.
§ 1o As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado.
§ 2o Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual.
Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria produzir, além de desconstituir os já produzidos.
Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.
Seção II Da Formalização dos Contratos
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Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.
Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de adiantamento.
Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais.
Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites destas duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo por outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço.
§ 1o A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato convocatório da licitação.
§ 2o Em "carta contrato", "nota de empenho de despesa", "autorização de compra", "ordem de execução de serviço" ou outros instrumentos hábeis aplica-se, no que couber, o disposto no art. 55 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 3o Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas gerais, no que couber:
I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder Público seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, predominantemente, por norma de direito privado;
II - aos contratos em que a Administração for parte como usuária de serviço público.
§ 4o É dispensável o "termo de contrato" e facultada a substituição prevista neste artigo, a critério da Administração e independentemente de seu valor, nos casos de compra com entrega imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica.
Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento dos termos do contrato e do respectivo processo licitatório e, a qualquer interessado, a obtenção de cópia autenticada, mediante o pagamento dos emolumentos devidos.
Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessado para assinar o termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e condições estabelecidos, sob pena de decair o direito à contratação, sem prejuízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei.
§ 1o O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual período, quando solicitado pela parte durante o seu transcurso e desde que ocorra motivo justificado aceito pela Administração.
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§ 2o É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e condições estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade com o ato convocatório, ou revogar a licitação independentemente da cominação prevista no art. 81 desta Lei.
§ 3o Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das propostas, sem convocação para a contratação, ficam os licitantes liberados dos compromissos assumidos.
Seção III Da Alteração dos Contratos
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes casos:
I - unilateralmente pela Administração:
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos;
b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei;
II - por acordo das partes:
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários;
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço;
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de conseqüências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus acréscimos.
§ 2o Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabelecidos no parágrafo anterior, salvo: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
I - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
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§ 3o Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários para obras ou serviços, esses serão fixados mediante acordo entre as partes, respeitados os limites estabelecidos no § 1o deste artigo.
§ 4o No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado já houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administração pelos custos de aquisição regularmente comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber indenização por outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desde que regularmente comprovados.
§ 5o Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos, bem como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a data da apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos preços contratados, implicarão a revisão destes para mais ou para menos, conforme o caso.
§ 6o Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos do contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro inicial.
§ 7o (VETADO)
§ 8o A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços previsto no próprio contrato, as atualizações, compensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições de pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações orçamentárias suplementares até o limite do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por simples apostila, dispensando a celebração de aditamento.
Seção IV Da Execução dos Contratos
Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de acordo com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, respondendo cada uma pelas conseqüências de sua inexecução total ou parcial.
Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.
§ 1o O representante da Administração anotará em registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados.
§ 2o As decisões e providências que ultrapassarem a competência do representante deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil para a adoção das medidas convenientes.
Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito pela Administração, no local da obra ou serviço, para representá-lo na execução do contrato.
Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou de materiais empregados.
Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato, não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão interessado.
Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.
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§ 1o A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
§ 2o A Administração Pública responde solidariamente com o contratado pelos encargos previdenciários resultantes da execução do contrato, nos termos do art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
§ 3º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela Administração.
Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:
I - em se tratando de obras e serviços:
a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes em até 15 (quinze) dias da comunicação escrita do contratado;
b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade competente, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o decurso do prazo de observação, ou vistoria que comprove a adequação do objeto aos termos contratuais, observado o disposto no art. 69 desta Lei;
II - em se tratando de compras ou de locação de equipamentos:
a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da conformidade do material com a especificação;
b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quantidade do material e conseqüente aceitação.
§ 1o Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, o recebimento far-se-á mediante termo circunstanciado e, nos demais, mediante recibo.
§ 2o O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade civil pela solidez e segurança da obra ou do serviço, nem ético-profissional pela perfeita execução do contrato, dentro dos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato.
§ 3o O prazo a que se refere a alínea "b" do inciso I deste artigo não poderá ser superior a 90 (noventa) dias, salvo em casos excepcionais, devidamente justificados e previstos no edital.
§ 4o Na hipótese de o termo circunstanciado ou a verificação a que se refere este artigo não serem, respectivamente, lavrado ou procedida dentro dos prazos fixados, reputar-se-ão como realizados, desde que comunicados à Administração nos 15 (quinze) dias anteriores à exaustão dos mesmos.
Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos seguintes casos:
I - gêneros perecíveis e alimentação preparada;
II - serviços profissionais;
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III - obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso II, alínea "a", desta Lei, desde que não se componham de aparelhos, equipamentos e instalações sujeitos à verificação de funcionamento e produtividade.
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento será feito mediante recibo.
Art. 75. Salvo disposições em contrário constantes do edital, do convite ou de ato normativo, os ensaios, testes e demais provas exigidos por normas técnicas oficiais para a boa execução do objeto do contrato correm por conta do contratado.
Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviço ou fornecimento executado em desacordo com o contrato.
Seção V Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos
Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua rescisão, com as conseqüências contratuais e as previstas em lei ou regulamento.
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:
I - o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou prazos;
II - o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, projetos e prazos;
III - a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a comprovar a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento, nos prazos estipulados;
IV - o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento;
V - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa e prévia comunicação à Administração;
VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato;
VII - o desatendimento das determinações regulares da autoridade designada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as de seus superiores;
VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na forma do § 1o do art. 67 desta Lei;
IX - a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;
X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;
XI - a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa, que prejudique a execução do contrato;
XII - razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, justificadas e determinadas pela máxima autoridade da esfera administrativa a que está subordinado o contratante e exaradas no processo administrativo a que se refere o contrato;
XIII - a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou compras, acarretando modificação do valor inicial do contrato além do limite permitido no § 1o do art. 65 desta Lei;
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XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por repetidas suspensões que totalizem o mesmo prazo, independentemente do pagamento obrigatório de indenizações pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e mobilizações e outras previstas, assegurado ao contratado, nesses casos, o direito de optar pela suspensão do cumprimento das obrigações assumidas até que seja normalizada a situação;
XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação;
XVI - a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto para execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem como das fontes de materiais naturais especificadas no projeto;
XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente comprovada, impeditiva da execução do contrato.
Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formalmente motivados nos autos do processo, assegurado o contraditório e a ampla defesa.
XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, sem prejuízo das sanções penais cabíveis. (Incluído pela Lei nº 9.854, de 1999)
Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:
I - determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior;
II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo da licitação, desde que haja conveniência para a Administração;
III - judicial, nos termos da legislação;
IV - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 1o A rescisão administrativa ou amigável deverá ser precedida de autorização escrita e fundamentada da autoridade competente.
§ 2o Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII do artigo anterior, sem que haja culpa do contratado, será este ressarcido dos prejuízos regularmente comprovados que houver sofrido, tendo ainda direito a:
I - devolução de garantia;
II - pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão;
III - pagamento do custo da desmobilização.
§ 3º (Vetado).(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 4º (Vetado).(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
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§ 5o Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação do contrato, o cronograma de execução será prorrogado automaticamente por igual tempo.
Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior acarreta as seguintes conseqüências, sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei:
I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se encontrar, por ato próprio da Administração;
II - ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e pessoal empregados na execução do contrato, necessários à sua continuidade, na forma do inciso V do art. 58 desta Lei;
III - execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administração, e dos valores das multas e indenizações a ela devidos;
IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos causados à Administração.
§ 1o A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II deste artigo fica a critério da Administração, que poderá dar continuidade à obra ou ao serviço por execução direta ou indireta.
§ 2o É permitido à Administração, no caso de concordata do contratado, manter o contrato, podendo assumir o controle de determinadas atividades de serviços essenciais.
§ 3o Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá ser precedido de autorização expressa do Ministro de Estado competente, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso.
§ 4o A rescisão de que trata o inciso IV do artigo anterior permite à Administração, a seu critério, aplicar a medida prevista no inciso I deste artigo.
Capítulo IV DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DA TUTELA JUDICIAL
Seção I Disposições Gerais
Art. 81. A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo estabelecido pela Administração, caracteriza o descumprimento total da obrigação assumida, sujeitando-o às penalidades legalmente estabelecidas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos licitantes convocados nos termos do art. 64, § 2o desta Lei, que não aceitarem a contratação, nas mesmas condições propostas pelo primeiro adjudicatário, inclusive quanto ao prazo e preço.
Art. 82. Os agentes administrativos que praticarem atos em desacordo com os preceitos desta Lei ou visando a frustrar os objetivos da licitação sujeitam-se às sanções previstas nesta Lei e nos regulamentos próprios, sem prejuízo das responsabilidades civil e criminal que seu ato ensejar.
Art. 83. Os crimes definidos nesta Lei, ainda que simplesmente tentados, sujeitam os seus autores, quando servidores públicos, além das sanções penais, à perda do cargo, emprego, função ou mandato eletivo.
Art. 84. Considera-se servidor público, para os fins desta Lei, aquele que exerce, mesmo que transitoriamente ou sem remuneração, cargo, função ou emprego público.
§ 1o Equipara-se a servidor público, para os fins desta Lei, quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, assim consideradas, além das fundações, empresas públicas e
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sociedades de economia mista, as demais entidades sob controle, direto ou indireto, do Poder Público.
§ 2o A pena imposta será acrescida da terça parte, quando os autores dos crimes previstos nesta Lei forem ocupantes de cargo em comissão ou de função de confiança em órgão da Administração direta, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista, fundação pública, ou outra entidade controlada direta ou indiretamente pelo Poder Público.
Art. 85. As infrações penais previstas nesta Lei pertinem às licitações e aos contratos celebrados pela União, Estados, Distrito Federal, Municípios, e respectivas autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas, e quaisquer outras entidades sob seu controle direto ou indireto.
Seção II Das Sanções Administrativas
Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato sujeitará o contratado à multa de mora, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato.
§ 1o A multa a que alude este artigo não impede que a Administração rescinda unilateralmente o contrato e aplique as outras sanções previstas nesta Lei.
§ 2o A multa, aplicada após regular processo administrativo, será descontada da garantia do respectivo contratado.
§ 3o Se a multa for de valor superior ao valor da garantia prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, a qual será descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou ainda, quando for o caso, cobrada judicialmente.
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:
I - advertência;
II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;
III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior.
§ 1o Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, que será descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou cobrada judicialmente.
§ 2o As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II, facultada a defesa prévia do interessado, no respectivo processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis.
§ 3o A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de competência exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do interessado no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista, podendo a reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos de sua aplicação. (Vide art 109 inciso III)
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Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo anterior poderão também ser aplicadas às empresas ou aos profissionais que, em razão dos contratos regidos por esta Lei:
I - tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por meios dolosos, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer tributos;
II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos da licitação;
III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a Administração em virtude de atos ilícitos praticados.
Seção III Dos Crimes e das Penas
Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, ou deixar de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade:
Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, tendo comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalidade, beneficiou-se da dispensa ou inexigibilidade ilegal, para celebrar contrato com o Poder Público.
Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação:
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a Administração, dando causa à instauração de licitação ou à celebração de contrato, cuja invalidação vier a ser decretada pelo Poder Judiciário:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor do adjudicatário, durante a execução dos contratos celebrados com o Poder Público, sem autorização em lei, no ato convocatório da licitação ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade, observado o disposto no art. 121 desta Lei: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Pena - detenção, de dois a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Parágrafo único. Incide na mesma pena o contratado que, tendo comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalidade, obtém vantagem indevida ou se beneficia, injustamente, das modificações ou prorrogações contratuais.
Art. 93. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de procedimento licitatório:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedimento licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa.
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Art. 95. Afastar ou procura afastar licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo:
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou desiste de licitar, em razão da vantagem oferecida.
Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação instaurada para aquisição ou venda de bens ou mercadorias, ou contrato dela decorrente:
I - elevando arbitrariamente os preços;
II - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou deteriorada;
III - entregando uma mercadoria por outra;
IV - alterando substância, qualidade ou quantidade da mercadoria fornecida;
V - tornando, por qualquer modo, injustamente, mais onerosa a proposta ou a execução do contrato:
Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Art. 97. Admitir à licitação ou celebrar contrato com empresa ou profissional declarado inidôneo:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que, declarado inidôneo, venha a licitar ou a contratar com a Administração.
Art. 98. Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a inscrição de qualquer interessado nos registros cadastrais ou promover indevidamente a alteração, suspensão ou cancelamento de registro do inscrito:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 99. A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98 desta Lei consiste no pagamento de quantia fixada na sentença e calculada em índices percentuais, cuja base corresponderá ao valor da vantagem efetivamente obtida ou potencialmente auferível pelo agente.
§ 1o Os índices a que se refere este artigo não poderão ser inferiores a 2% (dois por cento), nem superiores a 5% (cinco por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com dispensa ou inexigibilidade de licitação.
§ 2o O produto da arrecadação da multa reverterá, conforme o caso, à Fazenda Federal, Distrital, Estadual ou Municipal.
Seção IV Do Processo e do Procedimento Judicial
Art. 100. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada, cabendo ao Ministério Público promovê-la.
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Art. 101. Qualquer pessoa poderá provocar, para os efeitos desta Lei, a iniciativa do Ministério Público, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e sua autoria, bem como as circunstâncias em que se deu a ocorrência.
Parágrafo único. Quando a comunicação for verbal, mandará a autoridade reduzi-la a termo, assinado pelo apresentante e por duas testemunhas.
Art. 102. Quando em autos ou documentos de que conhecerem, os magistrados, os membros dos Tribunais ou Conselhos de Contas ou os titulares dos órgãos integrantes do sistema de controle interno de qualquer dos Poderes verificarem a existência dos crimes definidos nesta Lei, remeterão ao Ministério Público as cópias e os documentos necessários ao oferecimento da denúncia.
Art. 103. Será admitida ação penal privada subsidiária da pública, se esta não for ajuizada no prazo legal, aplicando-se, no que couber, o disposto nos arts. 29 e 30 do Código de Processo Penal.
Art. 104. Recebida a denúncia e citado o réu, terá este o prazo de 10 (dez) dias para apresentação de defesa escrita, contado da data do seu interrogatório, podendo juntar documentos, arrolar as testemunhas que tiver, em número não superior a 5 (cinco), e indicar as demais provas que pretenda produzir.
Art. 105. Ouvidas as testemunhas da acusação e da defesa e praticadas as diligências instrutórias deferidas ou ordenadas pelo juiz, abrir-se-á, sucessivamente, o prazo de 5 (cinco) dias a cada parte para alegações finais.
Art. 106. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos dentro de 24 (vinte e quatro) horas, terá o juiz 10 (dez) dias para proferir a sentença.
Art. 107. Da sentença cabe apelação, interponível no prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 108. No processamento e julgamento das infrações penais definidas nesta Lei, assim como nos recursos e nas execuções que lhes digam respeito, aplicar-se-ão, subsidiariamente, o Código de Processo Penal e a Lei de Execução Penal.
Capítulo V DOS RECURSOS ADMINISTRATIVOS
Art. 109. Dos atos da Administração decorrentes da aplicação desta Lei cabem:
I - recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da intimação do ato ou da lavratura da ata, nos casos de:
a) habilitação ou inabilitação do licitante;
b) julgamento das propostas;
c) anulação ou revogação da licitação;
d) indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento;
e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 79 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
f) aplicação das penas de advertência, suspensão temporária ou de multa;
II - representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da intimação da decisão relacionada com o objeto da licitação ou do contrato, de que não caiba recurso hierárquico;
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III - pedido de reconsideração, de decisão de Ministro de Estado, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, na hipótese do § 4o do art. 87 desta Lei, no prazo de 10 (dez) dias úteis da intimação do ato.
§ 1o A intimação dos atos referidos no inciso I, alíneas "a", "b", "c" e "e", deste artigo, excluídos os relativos a advertência e multa de mora, e no inciso III, será feita mediante publicação na imprensa oficial, salvo para os casos previstos nas alíneas "a" e "b", se presentes os prepostos dos licitantes no ato em que foi adotada a decisão, quando poderá ser feita por comunicação direta aos interessados e lavrada em ata.
§ 2o O recurso previsto nas alíneas "a" e "b" do inciso I deste artigo terá efeito suspensivo, podendo a autoridade competente, motivadamente e presentes razões de interesse público, atribuir ao recurso interposto eficácia suspensiva aos demais recursos.
§ 3o Interposto, o recurso será comunicado aos demais licitantes, que poderão impugná-lo no prazo de 5 (cinco) dias úteis.
§ 4o O recurso será dirigido à autoridade superior, por intermédio da que praticou o ato recorrido, a qual poderá reconsiderar sua decisão, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo subir, devidamente informado, devendo, neste caso, a decisão ser proferida dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis, contado do recebimento do recurso, sob pena de responsabilidade.
§ 5o Nenhum prazo de recurso, representação ou pedido de reconsideração se inicia ou corre sem que os autos do processo estejam com vista franqueada ao interessado.
§ 6o Em se tratando de licitações efetuadas na modalidade de "carta convite" os prazos estabelecidos nos incisos I e II e no parágrafo 3o deste artigo serão de dois dias úteis. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
Capítulo VI DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 110. Na contagem dos prazos estabelecidos nesta Lei, excluir-se-á o dia do início e incluir-se-á o do vencimento, e considerar-se-ão os dias consecutivos, exceto quando for explicitamente disposto em contrário.
Parágrafo único. Só se iniciam e vencem os prazos referidos neste artigo em dia de expediente no órgão ou na entidade.
Art. 111. A Administração só poderá contratar, pagar, premiar ou receber projeto ou serviço técnico especializado desde que o autor ceda os direitos patrimoniais a ele relativos e a Administração possa utilizá-lo de acordo com o previsto no regulamento de concurso ou no ajuste para sua elaboração.
Parágrafo único. Quando o projeto referir-se a obra imaterial de caráter tecnológico, insuscetível de privilégio, a cessão dos direitos incluirá o fornecimento de todos os dados, documentos e elementos de informação pertinentes à tecnologia de concepção, desenvolvimento, fixação em suporte físico de qualquer natureza e aplicação da obra.
Art. 112. Quando o objeto do contrato interessar a mais de uma entidade pública, caberá ao órgão contratante, perante a entidade interessada, responder pela sua boa execução, fiscalização e pagamento.
§ 1o Os consórcios públicos poderão realizar licitação da qual, nos termos do edital, decorram contratos administrativos celebrados por órgãos ou entidades dos entes da Federação consorciados. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
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§ 2o É facultado à entidade interessada o acompanhamento da licitação e da execução do contrato. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos regidos por esta Lei será feito pelo Tribunal de Contas competente, na forma da legislação pertinente, ficando os órgãos interessados da Administração responsáveis pela demonstração da legalidade e regularidade da despesa e execução, nos termos da Constituição e sem prejuízo do sistema de controle interno nela previsto.
§ 1o Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá representar ao Tribunal de Contas ou aos órgãos integrantes do sistema de controle interno contra irregularidades na aplicação desta Lei, para os fins do disposto neste artigo.
§ 2o Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do sistema de controle interno poderão solicitar para exame, até o dia útil imediatamente anterior à data de recebimento das propostas, cópia de edital de licitação já publicado, obrigando-se os órgãos ou entidades da Administração interessada à adoção de medidas corretivas pertinentes que, em função desse exame, lhes forem determinadas. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 114. O sistema instituído nesta Lei não impede a pré-qualificação de licitantes nas concorrências, a ser procedida sempre que o objeto da licitação recomende análise mais detida da qualificação técnica dos interessados.
§ 1o A adoção do procedimento de pré-qualificação será feita mediante proposta da autoridade competente, aprovada pela imediatamente superior.
§ 2o Na pré-qualificação serão observadas as exigências desta Lei relativas à concorrência, à convocação dos interessados, ao procedimento e à analise da documentação.
Art. 115. Os órgãos da Administração poderão expedir normas relativas aos procedimentos operacionais a serem observados na execução das licitações, no âmbito de sua competência, observadas as disposições desta Lei.
Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo, após aprovação da autoridade competente, deverão ser publicadas na imprensa oficial.
Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, aos convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres celebrados por órgãos e entidades da Administração.
§ 1o A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos órgãos ou entidades da Administração Pública depende de prévia aprovação de competente plano de trabalho proposto pela organização interessada, o qual deverá conter, no mínimo, as seguintes informações:
I - identificação do objeto a ser executado;
II - metas a serem atingidas;
III - etapas ou fases de execução;
IV - plano de aplicação dos recursos financeiros;
V - cronograma de desembolso;
VI - previsão de início e fim da execução do objeto, bem assim da conclusão das etapas ou fases programadas;
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VII - se o ajuste compreender obra ou serviço de engenharia, comprovação de que os recursos próprios para complementar a execução do objeto estão devidamente assegurados, salvo se o custo total do empreendimento recair sobre a entidade ou órgão descentralizador.
§ 2o Assinado o convênio, a entidade ou órgão repassador dará ciência do mesmo à Assembléia Legislativa ou à Câmara Municipal respectiva.
§ 3o As parcelas do convênio serão liberadas em estrita conformidade com o plano de aplicação aprovado, exceto nos casos a seguir, em que as mesmas ficarão retidas até o saneamento das impropriedades ocorrentes:
I - quando não tiver havido comprovação da boa e regular aplicação da parcela anteriormente recebida, na forma da legislação aplicável, inclusive mediante procedimentos de fiscalização local, realizados periodicamente pela entidade ou órgão descentralizador dos recursos ou pelo órgão competente do sistema de controle interno da Administração Pública;
II - quando verificado desvio de finalidade na aplicação dos recursos, atrasos não justificados no cumprimento das etapas ou fases programadas, práticas atentatórias aos princípios fundamentais de Administração Pública nas contratações e demais atos praticados na execução do convênio, ou o inadimplemento do executor com relação a outras cláusulas conveniais básicas;
III - quando o executor deixar de adotar as medidas saneadoras apontadas pelo partícipe repassador dos recursos ou por integrantes do respectivo sistema de controle interno.
§ 4o Os saldos de convênio, enquanto não utilizados, serão obrigatoriamente aplicados em cadernetas de poupança de instituição financeira oficial se a previsão de seu uso for igual ou superior a um mês, ou em fundo de aplicação financeira de curto prazo ou operação de mercado aberto lastreada em títulos da dívida pública, quando a utilização dos mesmos verificar-se em prazos menores que um mês.
§ 5o As receitas financeiras auferidas na forma do parágrafo anterior serão obrigatoriamente computadas a crédito do convênio e aplicadas, exclusivamente, no objeto de sua finalidade, devendo constar de demonstrativo específico que integrará as prestações de contas do ajuste.
§ 6o Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou extinção do convênio, acordo ou ajuste, os saldos financeiros remanescentes, inclusive os provenientes das receitas obtidas das aplicações financeiras realizadas, serão devolvidos à entidade ou órgão repassador dos recursos, no prazo improrrogável de 30 (trinta) dias do evento, sob pena da imediata instauração de tomada de contas especial do responsável, providenciada pela autoridade competente do órgão ou entidade titular dos recursos.
Art. 117. As obras, serviços, compras e alienações realizados pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Tribunal de Contas regem-se pelas normas desta Lei, no que couber, nas três esferas administrativas.
Art. 118. Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as entidades da administração indireta deverão adaptar suas normas sobre licitações e contratos ao disposto nesta Lei.
Art. 119. As sociedades de economia mista, empresas e fundações públicas e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União e pelas entidades referidas no artigo anterior editarão regulamentos próprios devidamente publicados, ficando sujeitas às disposições desta Lei.
Parágrafo único. Os regulamentos a que se refere este artigo, no âmbito da Administração Pública, após aprovados pela autoridade de nível superior a que estiverem vinculados os respectivos órgãos, sociedades e entidades, deverão ser publicados na imprensa oficial.
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Art. 120. Os valores fixados por esta Lei poderão ser anualmente revistos pelo Poder Executivo Federal, que os fará publicar no Diário Oficial da União, observando como limite superior a variação geral dos preços do mercado, no período. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
Art. 121. O disposto nesta Lei não se aplica às licitações instauradas e aos contratos assinados anteriormente à sua vigência, ressalvado o disposto no art. 57, nos parágrafos 1o, 2o e 8o do art. 65, no inciso XV do art. 78, bem assim o disposto no "caput" do art. 5o, com relação ao pagamento das obrigações na ordem cronológica, podendo esta ser observada, no prazo de noventa dias contados da vigência desta Lei, separadamente para as obrigações relativas aos contratos regidos por legislação anterior à Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Parágrafo único. Os contratos relativos a imóveis do patrimônio da União continuam a reger-se pelas disposições do Decreto-lei no 9.760, de 5 de setembro de 1946, com suas alterações, e os relativos a operações de crédito interno ou externo celebrados pela União ou a concessão de garantia do Tesouro Nacional continuam regidos pela legislação pertinente, aplicando-se esta Lei, no que couber.
Art. 122. Nas concessões de linhas aéreas, observar-se-á procedimento licitatório específico, a ser estabelecido no Código Brasileiro de Aeronáutica.
Art. 123. Em suas licitações e contratações administrativas, as repartições sediadas no exterior observarão as peculiaridades locais e os princípios básicos desta Lei, na forma de regulamentação específica.
Art. 124. Aplicam-se às licitações e aos contratos para permissão ou concessão de serviços públicos os dispositivos desta Lei que não conflitem com a legislação específica sobre o assunto. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Parágrafo único. As exigências contidas nos incisos II a IV do § 2o do art. 7o serão dispensadas nas licitações para concessão de serviços com execução prévia de obras em que não foram previstos desembolso por parte da Administração Pública concedente. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 125. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. (Renumerado por força do disposto no art. 3º da Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 126. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente os Decretos-leis nos 2.300, de 21 de novembro de 1986, 2.348, de 24 de julho de 1987, 2.360, de 16 de setembro de 1987, a Lei no 8.220, de 4 de setembro de 1991, e o art. 83 da Lei no 5.194, de 24 de dezembro de 1966.(Renumerado por força do disposto no art. 3º da Lei nº 8.883, de 1994)
Brasília, 21 de junho de 1993, 172o da Independência e 105o da República.
ITAMAR FRANCO Rubens Ricupero Romildo Canhim
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 22.6.1993 e republicado em 6.7.1994 e retificado em de 6.7.1994
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