patrícia pereira rodrigues magalhães médica obstetra
Post on 14-Jan-2016
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Práticas baseadas em evidências científicas no
parto e nascimento: experiência na Maternidade
Risoleta Tolentino NevesPatrícia Pereira Rodrigues Magalhães
Médica Obstetra
Humanização do Parto
Expressa uma mudança na compreensão do parto: o que fazer diante do sofrimento da gestante com dor
Obstetrícia Médica: Uma preocupação humanitária de resolver o problema da parturição sem dor, revogando assim a sentença do Paraíso, iníqua e inverídica, com que há longos séculos a tradição vem atribulando a hora bendita da maternidade (Magalhães, 1916)
Respeito à fisiologia do parto, com uma redefinição das relações humanas na assistência, como revisão do projeto de cuidado, e mesmo da compreensão da condição humana e de direitos humanos.
Humanização do parto
Origem do termo “humanização”: Início do século: parto sob sedação total, “sono
crepuscular” Uso de morfina e amnésicos Pacientes contidas no leito Formas mais seguras de anestesias: estações de
parto (pré-parto, parto e pós-parto) Hospitalização do parto (metade da década de
20): pacientes imobilizadas, em litotomia, em jejum, nuas, sem acompanhantes
Cascatas de procedimentos: enteroclisma, tricotomia, episiotomia de rotina
Humanização do Parto
Movimento de humanização: Início há cerca de 30 anos
Visa priorizar a tecnologia apropriada, a qualidade da interação entre parturiente e seus cuidadores, e a desincorporação de tecnologia danosa
“Nada de politicamente útil acontece até que as pessoas comecem a dizer coisas nunca ditas antes, permitindo assim que visualizemos práticas novas, ao invés de apenas analisar as velhas (Rorty, 1993)”
Humanização do parto
Humanização no Brasil: Processo que vem ocorrendo muito lentamente,
e com enorme resistência Recriam-se novas abordagens baseadas em
evidências científicas e em direitos humanos
Humanização do Parto no Brasil
Carta de REHUNA(1993) denuncia as
circunstâncias de violência e constrangimento em que se dá a
assistência, especialmente as condições pouco humanas a que
são submetidas mulheres e crianças no momento do
nascimento...., no parto vaginal a violência da imposição de
rotinas, da posição de parto e das interferências obstétricas
desnecessárias perturbam e inibem o desencadeamento natural
dos mecanismos fisiológicos do parto, que passa a ser sinônimo
de patologia e de intervenção médica, transformando-se em uma
experiência de terror, impotência, alienação e dor. Desta forma,
não surpreende que as mulheres introjetem a cesárea como
melhor forma de dar à luz, sem medo, sem risco e sem dor...
Experiência em 1 ano de exercício
•Modelo de assistência HOSPITALAR •Humanização como a legitimidade científica da medicina, ou da assistência baseada na evidência científica > considerada “ padrão-ouro”.
• Prática orientada através de revisões sistemáticas de ensaios clínicos randomizados
• Implantação X transição.
• Equipe multidisciplinar:• Médico Obstetra • Enfermeira obstetriz• Residente de GOB• Acadêmico de medicina• Anestesiologista• Neonatologista• Doulas
• Equipe multidisciplinar Todas as paciente são avaliadas pelo
obstetra na admissão e internação Médicos e enfermeiras acompanham conjuntamente todo o trabalho de parto e parto das gestantes, dividindo responsabilidades e tarefas, discutindo as condutas
Abolição dos procedimentos de rotina, como enteroclisma e tricotomia
• Equipe Multidisciplinar •Assistência Multidisciplinar: indicação criteriosa de aceleração do trabalho de parto a partir do partograma (ocitocina e amniotomia)• monitorização fetal com ausculta intermitente, monitorização contínua do parto, quando necessário (CTG)• Utilização seletiva da episiotomia
• Assistência ao RN•Presença obrigatória de neonatologista em todo os nascimentos• clampeamento do cordão umbilical após 30 segundos, exceto nas indicações clássicas de clampeamento precoce; • contato pele a pele imediato efetivo da mãe com o recém-nascido e amamentação na primeira hora de vida; • evita-se o uso de práticas desnecessárias para o recém-nascido normal na primeira meia hora de vida, como aspiração de VAS, pesagem, antropometria, credê e vitamina K neste período
HRTN
• Participação da parturiente nas decisões sobre sua saúde:
• a posição central da mulher no processo de nascimento
• a dignidade das mulheres está na sua autonomia e seu controle sobre a situação
• Participação da parturiente nas decisões sobre sua saúde
• Melhora da relação médico-paciente• Acompanhantes no parto (próximo a 100%)• Doulas• Opção de escolha: posição, deambulação,
ingestão de líquidos (livre deambulação e posicionamento durante o trabalho de parto e parto, incentivo e prática do parto em posição não litotômica
HRTN
HRTN
Acompanhantes no parto: (...) a presença de acompanhante contribui para
a melhoria dos indicadores de saúde e do bem-
estar da mãe e do recém-nascido. A presença do
acompanhante aumenta a satisfação da mulher e
reduz significativamente o percentual das
cesáreas, a duração do trabalho de parto
(Hotimsky apud Rede Nacional Feminista de
Saúde e Direitos Reprodutivos, 2002).
HRTN
• Alívio da Dor• Analgesias• recursos não farmacológicos para alívio
da dor: banho, massagem, bola do nascimento, escada de Ling, banco
• Salas PPP
HRTN
HRTN
HRTN
Salas PPP
ESTATÍSTICA ESTATÍSTICA 01 ANO DE MATERNIDADE01 ANO DE MATERNIDADE
AGO/07 A JUL/08AGO/07 A JUL/08
HRTN – Estatística
Ago/07 – jul/08 2975 nascimentos
2241 (75,33%) – partos normais 1376 (61,4%) assistidos por médicos
obstetras 865 (38,6%) assistidos por enfermeira
obstetriz
734 (24,67% - parto cesáreos
HRTN - Estatística
Taxa de episiotomia: 25-30% Analgesia: 15-20%
Obrigada !
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