noções de microeconomia

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Curso Online - Economia em Exercícios

Fiscal de Rendas do Estado do Rio de Janeiro – ICMS/RJ

Prof. Alexandre Candido

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Aula 03: Noções básicas de microeconomia. Teoria elementar de equilíbrio do mercado. Fatores que influenciam a oferta e a procura por bens e serviços. Efeitos de deslocamentos das curvas de procura e oferta. Elasticidades – preço da procura e da oferta. Elasticidade – renda da procura.

Olá, Pessoal! Hoje daremos início ao estudo da Microeconomia, ramo da economia que a banca cobrou mais intensamente nos últimos concursos de Fiscal de Rendas do Rio. Por essa razão, dividi as aulas de forma a privilegiar a Microeconomia. Vamos lá, então. 01. (Economista MPE-AM-2002/FGV) O deslocamento, para a direita, da curva da demanda de um determinado bem é provocado pelo aumento: (A) do número de empresas concorrentes (B) da renda do consumidor (C) da quantidade de matéria-prima (D) da utilização de tecnologia avançada pelos produtores (E) da qualificação técnica do consumidor

Resolução

Esta questão exige conhecimentos dos fundamentos de oferta e demanda. Vamos dar uma olhadinha nesse assunto para, então, resolvê-la. A curva da demanda relaciona a quantidade que os consumidores desejam comprar com o preço, o que nos permite escrever a equação abaixo, que significa que a quantidade demandada, QD, é função do preço, P:

QD = QD(P)

Graficamente, no plano cartesiano em que no eixo vertical está o preço da mercadoria, P, e no eixo horizontal a quantidade demandada, Q, teríamos:

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Vejam que a curva da demanda é decrescente, ou seja, os consumidores geralmente estarão dispostos a comprar quantidades maiores à medida que os preços reduzem. As variações no consumo de um bem decorrente de variações no seu preço é chamada de alteração na quantidade demandada. Assim, quando há aumento no preço de um bem, dizemos que ocorrerá, em consequência disso, redução na quantidade demandada do bem. Nesse caso, há deslocamento ao longo da curva da demanda.

A quantidade de um bem que os consumidores estão interessados em comprar pode depender de outras variáveis, além do seu próprio preço. A renda, por exemplo, pode afetar essa quantidade. No caso de bens normais1, quanto maior a renda, maior será a quantidade adquirida do bem. Graficamente, esse aumento é caracterizado pelo deslocamento da curva da demanda para a direita. A alteração no consumo de um bem decorrente de deslocamento da curva da demanda é denominada variação na demanda. Logo, quando há um aumento na renda dissemos que haverá aumento na demanda (e não na quantidade demanda, como ocorre no caso de variação no preço). Nessa situação ocorre deslocamento da curva da demanda.

Ao contrário dos bens ditos normais, há alguns bens, denominados bens inferiores, cuja demanda diminui quando a renda do consumidor aumenta e aumenta quando a renda do consumidor cai. Um exemplo de bem inferior é a carne de segunda. Quando o consumir tem um aumento de renda, em vez de aumentar sua demanda de carne de segunda, irá diminuir, pois preferirá consumir carne de primeira. Do contrário, quando sofre uma redução na renda, o consumidor passa a consumir mais carne de segunda em detrimento da carne de primeira. Em termos gráficos, um aumento de renda provoca o deslocamento da curva da demanda do bem inferior para a esquerda, sendo que a redução da renda deslocará a curva de demanda do bem inferior para a direita. Outras variáveis, além da renda do consumidor, influenciam a curva da demanda, podendo deslocá-la. Mudanças nos preços de bens relacionados podem afetar a demanda. Os bens são substitutos quando um aumento no preço de um

1 Os bens normais se contrapõem aos bens inferiores, que estudaremos a seguir. 

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deles produz um aumento na demanda do outro. Por exemplo, a manteiga e a margarina são bens substitutos, uma vez que um aumento no preço de um pode levar os consumidores a comprar o outro. O mesmo acontece com a carne de vaca e a carne de frango. O aumento do preço de um fará com que os consumidores aumentem o consumo do outro. Dessa forma, o aumento no preço de um bem provocará o deslocamento da curva de demanda de seu substituto para a direita, e a queda no preço, para a esquerda. Os bens são complementares quando o aumento no preço de um leva à redução no consumo do outro, e vice versa. Um exemplo típico é o automóvel e a gasolina. O decréscimo no preço da gasolina pode levar a um aumento no consumo de automóvel. Outro exemplo é computador e software. A queda no preço dos computadores na última década propiciou não apenas o aumento na compra desses equipamentos como na aquisição de softwares. Assim, aumento no preço de um bem provocará o deslocamento da curva da demanda de seu complementar para a esquerda, enquanto que a queda no preço de um bem provocará o deslocamento da curva da demanda de seu complementar para a direita. As atitudes e preferências do consumidor também podem provocar aumento na demanda. Mudanças nos hábitos decorrentes, por exemplo, de ações de publicidade ou descobertas científicas quanto às propriedades de um determinado bem pode deslocar sua curva da demanda. Volto ao contemporâneo exemplo do álcool em gel. A divulgação nos meios de comunicação de suas propriedades no combate à epidemia de Gripe H1N1 provocou um aumento repentino no seu consumo, que graficamente é caracterizado pelo deslocamento da curva da demanda para a direita. Uma mudança climática também pode afetar a demanda de um bem. A chuva que assolou a capital paulista provocou um aumento na demanda de guarda-chuvas.

É possível que estudemos de forma pormenorizada este tipo de bem mais adiante, mas, aproveito o ensejo para apresentar um caso particular da curva da demanda. Trata-se da curva da demanda dos bens de Giffen, que se caracterizam por terem pequeno valor, porém, grande importância no orçamento dos consumidores de baixa renda, como, por exemplo, o pão. Para esses bens, uma elevação no seu preço induzirá um aumento no consumo, e não redução, como pregamos até então. Isso ocorre porque, ainda que seu preço tenha sofrido um aumento, ainda é relativamente mais baratos que outros bens; como ao consumidor, após o aumento, sobra menos renda, ele não poderá adquirir outros bens, por serem mais caros e, por isso, adquirirá maiores quantidades do bem de Giffen. Em razão dessa relação direta entre quantidade demandada e preço, a curva de demanda dos bens de Giffen será crescente.

A curva da oferta nos permite estudar a quantidade de mercadoria que os produtores estão dispostos a vender a determinado preço, mantendo constantes quaisquer fatores que possam afetar a quantidade ofertada.

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É razoável imaginar que, quanto maior for o preço do bem produzido, maior a disposição dos produtores em oferecê-lo, o que nos leva a concluir que há uma relação direta entre preço e quantidade ofertada, o que confere a declividade positiva da curva da oferta.

QS = QS(P)

O preço mais alto estimulará as empresas a produzirem mais, o que as levará, no curto prazo, a contratar mais trabalhadores ou admitir um regime de horas extra. No longo prazo poderá haver a expansão da fábrica ou a entrada de novas empresas no ramo.

A quantidade ofertada pode depender de outras variáveis além do preço, como, por exemplo, os custos de produção, incluídos aí salários, taxa de juros e custo das matérias primas. A mudança nos valores de uma dessas variáveis provocará o deslocamento da curva da oferta. Se um dos custos reduzir, digamos o da matéria prima, a produção se torna mais lucrativa, estimulando as empresas existentes a expandir a produção e possibilita a entrada de novas empresas no mercado. Se o preço se mantiver constante, será observada uma quantidade ofertada maior. Essa alteração é caracterizada graficamente pelo deslocamento da curva da oferta para a direita. O contrário ocorre quando há aumento dos custos.

Assim, a resposta da quantidade ofertada em relação às variações no preço é

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representada por movimentos ao longo da curva da oferta, ao passo que a resposta da oferta às mudanças nas outras variáveis determinantes da oferta reflete-se graficamente como o deslocamento da própria curva da oferta. A primeira é chamada de mudança na quantidade ofertada e a segunda mudança na oferta. A inovação tecnológica, que reduz o custo de produção de um bem, também tornará sua oferta abundante e será caracterizada pelo deslocamento da curva da oferta para a direita. Diante dessa exposição introdutória no modelo microeconômico de oferta e demanda, podemos concluir que das alternativas apresentadas, as letras A, C e D se referem à curva de oferta, sendo a letra B a que responde a questão. A letra E tenta confundir o candidato, uma vez que a capacidade técnica, interpretada como a criação de novos métodos de produção que ensejem redução de custos, tal qual a inovação tecnológica, deslocará a curva da oferta para a direita. 02. (Sefaz-RJ – 2008) Uma seca no Centro-Oeste reduz a produção de soja. Ao mesmo tempo, é divulgado um estudo que mostra que o consumo de derivados de soja eleva o risco de problemas cardíacos. Com base nesses dois eventos, a respeito do preço e da quantidade de equilíbrio no mercado de soja, é correto afirmar que: (A) a quantidade diminuirá, e não é possível determinar o que ocorre com o preço. (B) o preço diminuirá, e não é possível determinar o que ocorre com a quantidade. (C) a quantidade aumentará, e não é possível determinar o que ocorre com o preço. (D) o preço aumentará, e não é possível determinar o que ocorre com a quantidade. (E) não é possível determinar o que ocorre com o preço e a quantidade com as informações do enunciado.

Resolução

Antes de adentrarmos na solução da questão, é importante que se esclareça o que vem a ser mercado concorrencial. O mercado concorrencial ou de concorrência perfeita, embora não seja realista, constitui no paradigma para análise dos outros mercados que estudaremos oportunamente: monopólio, oligopólio, monopsônio, oligopsônio e concorrência monopolística. Suas principais características são: i) existência de um grande número de compradores e vendedores, de modo que não influenciem nem na quantidade comprada ou vendida nem nos preços; ii) o produto transacionado é homogêneo, ou seja, todas as empresas oferecem produtos idênticos, que não se distinguem por marca, modelo, embalagem ou qualidade; iii) há livre entrada e saída de empresas no mercado, sem qualquer intervenção das demais empresas;

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iv) perfeita fluidez das informações, de modo que os participantes conheçam tudo que acontece no mercado, como uma inovação tecnológica; v) perfeita mobilidade de recursos produtivos, permitindo que uma empresa desloque mão de obra ou maquinário empregados na produção de um produto em favor da produção de outro. Agora, aproveitando-nos da explicação da questão 01, vamos estudar o equilíbrio do mercado. O equilíbrio do mercado ocorre no ponto em que as curvas da oferta e da demanda se cruzam (ponto e). Ou seja, há um preço (Pe) em que a quantidade oferta e a quantidade demandada são iguais (Qe). Denominamos mecanismo de mercado a tendência, em mercados livres, de que o preço se modifique até que a quantidade demandada e ofertada sejam iguais. Nesse ponto não há excesso nem escassez de oferta, de tal forma que não existe pressão para que o preço se altere.

Para melhor compreensão, suponhamos que o preço (P1) inicialmente é superior ao de equilíbrio. Nessas circunstâncias, as empresas estarão estimuladas a produzir bastante, enquanto que os consumidores deixarão de consumir. Dessa forma, haverá um excesso de oferta, ou seja, a quantidade ofertada será superior à quantidade demandada. A fim de reduzir esse excedente, as empresas reduziriam o preço do bem produzido. Conforme o preço caísse, a quantidade demandada aumentaria e a quantidade ofertada diminuiria, até que o equilíbrio fosse alcançado. Caso o preço (P2) fosse inferior ao de equilíbrio, haveria escassez de oferta – situação onde a quantidade ofertada é inferior à quantidade demandada. Nessa ocasião, os consumidores não conseguiriam comprar toda a quantidade que desejariam, ocasionando uma pressão ascendente nos preços. À medida que os preços aumentassem, haveria redução na quantidade demandada e aumento da ofertada até que o equilíbrio fosse atingido.

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O equilíbrio do mercado pode se alterar em face dos deslocamentos sofridos pelas curvas de oferta e demanda. Consideremos inicialmente uma queda nos preços das matérias primas. Nesse caso, haverá o deslocamento da curva da oferta para a direita, de S para S’. Haverá, consequentemente, o deslocamento do ponto de equilíbrio para a direita, onde se observa uma maior quantidade de equilíbrio (Q’e) e preço de equilíbrio (P’e) menor. Isso se deve ao fato de que custos menores redundam em preços menores e, por sua vez, induzem aumento das vendas. Assim, o mercado atingirá novo ponto de equilíbrio, cujo preço é inferior ao anterior e a quantidade, superior.

Um deslocamento da curva da demanda para a direita resultante de um aumento da renda, digamos, levará o mercado a um novo ponto de equilíbrio. Com sua renda majorada, os consumidores estarão dispostos a pagar mais pelo bem e as empresas, por conta disso, a produzirem mais. Portanto, o novo ponto de equilíbrio (e’) terá um preço (P’e) e quantidade (Q’e) maiores que o ponto de equilíbrio anterior.

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Analisando o enunciado da questão, que trata do mercado de soja, podemos afirmar que uma seca no Centro-Oeste que reduz a produção desse grão, por representar uma redução na oferta, é caracterizada graficamente por um deslocamento da curva de oferta para a esquerda. Já o estudo que mostra que o consumo de derivados de soja eleva o risco de problemas cardíacos induzirá os consumidores a comprar menos desse bem, o que graficamente será caracterizado pelo deslocamento da curva da demanda para a esquerda. Sabe-se que o deslocamento para a esquerda da curva da oferta traz como resultado a redução na quantidade e o aumento nos preços, enquanto que o deslocamento da demanda para a esquerda isoladamente tem como consequência a redução tanto da quantidade quanto do preço. Se fizermos a análise conjuntam certamente será verificada a redução da quantidade, no entanto, o efeito sobre os preços dependerá de quanto cada uma das curvas se deslocou, podendo haver: i) anulação dos efeitos sobre o preço, ficando inalterado, ii) aumento dos preços por conta de um movimento da curva da oferta superior ao da demanda ou, ainda, iii) redução no preço, devido a um deslocamento da curva da demanda superior ao da oferta. Sendo assim, a letra A é a alternativa que responde a questão. 03. (TCM-RJ – 2008/FGV) Uma geada na Flórida reduz a produção americana de laranjas. Ao mesmo tempo, é divulgado um estudo que mostra que o consumo de suco de laranja reduz os riscos cardíacos. Com base no trecho acima, a respeito do preço e quantidade de equilíbrio no mercado de laranjas, pode-se concluir que: (A) o preço aumentará, e não é possível determinar o que ocorre com a quantidade. (B) o preço e a quantidade aumentarão. (C) o preço cairá, e não é possível determinar o que ocorre com a quantidade. (D) o preço e a quantidade cairão. (E) não é possível determinar o que ocorre com o preço e a quantidade somente com as informações fornecidas.

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Vamos resolver essa questão com base nos conhecimentos adquiridos na solução da questão anterior. Vocês vão observar que o examinador só se deu o trabalho de mudar o produto. Essa repetição de questão é muito comum e vocês devem estar atentos a isso. Ficou mole, agora! Uma geada que reduz a produção de laranjas provocará o deslocamento da curva da oferta para a esquerda, tendo em vista que reduz a oferta desse produto. A descoberta das propriedades medicinais da laranja induziu o aumenta na demanda desse produto, o que graficamente corresponderá ao deslocamento da curva da demanda para a direita. Partindo do equilíbrio, o deslocamento isolado da curva da oferta para a esquerda propiciará aumento no preço e redução na demanda de laranjas. Ao passo que, o deslocamento isolado da curva da demanda para a direita levará a um aumento no preço e na demanda de laranjas. Portanto, o efeito conjunto do deslocamento das duas curvas certamente resultará em aumento nos preços, mas nada pode ser afirmado com relação à variação na demanda, que dependerá da magnitude dos deslocamento de cada uma das curvas, prevalecendo o efeito da curva que sofrer maior deslocamento. Isso corresponde ao que está descrito na letra A. 04. (Sefaz-RJ – 2007) Em mercados concorrenciais, o preço de equilíbrio faz com que a quantidade demandada se iguale à ofertada. Suponha que a curva de oferta de um determinado bem seja perfeitamente elástica e que tal bem seja considerado normal pelos consumidores. Caso a renda dos consumidores aumente (e tudo o mais permaneça constante), pode-se afirmar que o preço e a quantidade de equilíbrio deverão, respectivamente: (A) aumentar e permanecer inalterada. (B) diminuir e aumentar. (C) permanecer inalterado e aumentar. (D) aumentar e diminuir. (E) diminuir e permanecer inalterada.

Resolução

Para resolver a questão, vamos falar um pouco de elasticidade. A fim de simplificar o entendimento, elasticidade pode ser vista como sensibilidade. Afirmar que a demanda de um bem é elástica em relação ao preço, significa que o consumo desse bem é sensível às variações de preço, de modo que aumento no preço fará com que os consumidores reduzam significativamente a quantidade demanda e queda no preço provocará aumento significativo na quantidade demandada. Invertendo o raciocínio, no caso do bem cuja demanda é inelástica em relação ao preço, variações no preço provocarão pouca alteração na quantidade demandada. Podemos definir elasticidade como a medida de sensibilidade que indica quanto uma variável pode ser influenciada por outra. Vimos que a demanda de uma mercadoria depende de seu preço, bem como da renda do consumidor e do preço

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de outras mercadorias. Da mesma forma, a oferta é influenciada pelo preço, assim como de outras variáveis que afetam o custo da produção. Vejamos os conceitos de elasticidade que o edital pede. Inicialmente vamos abordar a elasticidade-preço da demanda, que mede a relação entre a variação percentual da quantidade demandada em relação à variação percentual do preço2.

Ep = (ΔQD/QDO)/(ΔP/PO)

Vejamos um exemplo numérico:

Bem A Bem B Pa Qa Pb Qb

momento 1 10 100 20 80 momento 2 12 60 24 76

No exemplo acima, o preço de ambos os bens sofrerão elevação em 20%, no entanto, a variação na quantidade demandada não se deu na mesma proporção. O Bem A teve uma redução em 40% na quantidade demandada, enquanto que a variação na quantidade demandada do Bem B foi menos sensível, de 5%. Calculemos a elasticidade-preço da demanda desses bens: Ep

a = [(60-100)/100]/[(12-10)/10] = -0,4/0,2 Ep

a = -2 Ep

b = [(76-80)/80]/[(24-20)/20] = -0,05/0,2 Ep

b = -0,25 Considerando o valor absoluto (sem considerar o sinal) da elasticidade-preço da demanda, temos que:

i) quando o valor de Ep é maior que 1, dizemos que a demanda é elástica em relação o preço;

ii) quando o valor de Ep é menor que 1, dizemos que a demanda é inelástica em relação o preço;

iii) quando o valor de Ep é igual a 1, dizemos que a demanda do bem possui elasticidade unitária.

Logo, a demanda do Bem A é elástica, enquanto que a demanda do Bem B é inelástica. Constituem fatores que influenciam na elasticidade-preço da demanda: a) a essencialidade do bem, de modo que quanto maior a utilidade do bem, menos elástica será sua demanda. Dessa forma, aumento no seu preço pouco afetará a quantidade demandada. Assim, itens de primeira necessidade tendem a ter 2 Relembro que a expressão ΔQ/QO representa a variação percentual da quantidade demandada. Digamos que a quantidade de um bem varie de 40 para 50. Sua variação percentual será dada por: (50-40)/40, cujo resultado é 0,25. Em termos percentuais temos que a variação da quantidade demandada foi de 25%.

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demanda inelástica. b) quantidade de substitutos. Quanto menos substitutos o bem tiver, menos elástica será sua demanda. Quando um bem possui muitos substitutos, na ocorrência de aumento de seu preço, o consumidor recorrerá aos substitutos, reduzindo a demanda do bem. Quando o bem não possui substituto, não há opção para o consumidor, que continuará demandando o bem ou reduzirá sensivelmente a demanda. c) o preço do bem, pois quanto menor o preço do bem e sua representatividade no orçamento do consumidor, menos elástica será a sua demanda. O aumento no preço de uma caixa de fósforos, que custa em torno de R$ 0,50, pouco impactará sua demanda, haja vista seu baixo peso no orçamento do consumidor. Notem que podemos escrever a equação da Ep de outra forma:

Ep = (ΔQD/ΔP)/(PO/QDO)

Analisando esta equação, verificamos que haverá duas situações extremas que corresponderão aos casos especiais da elasticidade-preço da demanda. A primeira será no caso em que os consumidores adquirirão qualquer quantidade desde que o preço não se altere, de modo que ΔP=0. Nessa condição, Ep será infinita e dizemos que a demanda é infinitamente (ou perfeitamente) elástica, ou seja, os consumidores adquirirão qualquer quantidade ao preço P. Sua correspondência gráfica é uma reta horizontal. Os supérfluos normalmente se enquadram nesse caso especial.

No outro extremo, há os casos em que, qualquer que seja o preço do bem, o consumidor irá comprá-lo sempre na mesma quantidade, ΔQ=0. Nesse caso, Ep=0. Nessa situação, dizemos que a demanda é perfeitamente inelástica. Sua representação gráfica é uma reta vertical. Um típico exemplo é a curva de demanda de insulina para um consumidor diabético. Não importa o preço, ele irá consumir a mesma quantidade.

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Outro conceito de elasticidade importante é o da elasticidade-renda da demanda, que representarei por Er, mede a sensibilidade da demanda de um bem em relação às variações na renda do consumidor. Ela relaciona a variação percentual da quantidade demandada, Q, com a variação percentual da renda do consumidor, Y. Daí, surge a equação:

Er = (ΔQD/QDO)/(ΔY/YO)

Nos bens normais, a quantidade demandada se eleva com a elevação da renda, e reduz com a redução da renda. Como as duas variáveis variam no mesmo sentido, a Er terá valor positivo. Nos bens inferiores, onde a elevação da renda enseja redução no seu consumo, a Er será negativa, pois, enquanto a renda varia positivamente, a quantidade demandada varia negativamente, e vice versa. Quando Er<1, ou seja, uma grande elevação da renda leva a um aumento relativamente pequeno na quantidade demandada do bem, dizemos que o bem tem demanda inelástica em relação à renda. Quando Er=1, a renda varia na mesma proporção da quantidade demandada do bem, dizemos que a elasticidade-renda da demanda do bem é unitária. Numa terceira situação, quando Er>1, isto é, uma pequena elevação da renda leva a um aumento relativamente grande da quantidade demandada do bem, dizemos que o bem tem demanda elástica em relação à renda. Chamamos os bens que atendem essa última condição de bens superiores (supérfluos ou de luxo). Por fim, temos a elasticidade-preço da oferta, que mede a sensibilidade da oferta a variações no preço de um bem, por meio da relação entre a variação percentual da quantidade ofertada e variação do preço do bem. A equação abaixo representa esta relação.

ESp = (ΔQS/QS

O)/(ΔP/PO) De forma similar à demanda, temos que ES

p>1, a oferta é elástica em relação ao preço; quando ES

p<1, a oferta é inelástica em relação ao preço; quando ESp=1,

a oferta tem elasticidade unitária em relação ao preço. Da mesma maneira, afirmamos que a oferta possui dois casos especiais. No primeiro caso, temos a curva da oferta perfeitamente inelástica, situação em que a oferta é fixa, o que corresponde ao curto prazo. A representação gráfica será uma reta vertical. No longo prazo, à medida que as empresas entrem no mercado, haverá o aplainamento da curva da oferta, ou seja, ela vai reduzindo sua inclinação, de modo que, no limite, a curva da oferta será uma reta perfeitamente

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horizontal. Nesse caso, onde a oferta é perfeitamente elástica, o produtor irá ofertar qualquer quantidade do bem a um preço constante.

Analisemos o enunciado da questão. Parte-se do equilíbrio de um mercado em que a curva de oferta é perfeitamente elástica, logo, horizontal, e o bem é normal, portanto a curva da demanda é negativamente inclinada. Supondo-se a elevação da renda, que corresponde ao deslocamento da curva da demanda para a direita, atinge-se novo ponto de equilíbrio, onde o preço permanece inalterado e a demanda aumenta. O que torna a alternativa C correta. 05. (Sefaz-RJ – 2009) A respeito da incidência tributária em mercados competitivos, analise as afirmativas a seguir: I. Um imposto específico sobre as vendas é aquele que arrecada um montante fixo por unidade vendida. Se ele deve ser pago pelo vendedor, em relação a uma situação antes da incidência de impostos, há um deslocamento para cima da curva de oferta em razão da redução da propensão a pagar dos consumidores do produto vendido. II. Um imposto é denominado ad valorem quando é estabelecido como um percentual do preço do produto ou da base de incidência. Se aplicado sobre o consumidor, em relação a uma situação antes da incidência de impostos, a curva de demanda se tornou menos inclinada, girando em torno da quantidade demandada quando o preço é igual a zero. III. De uma forma geral, a distribuição da carga tributária entre consumidores e vendedores depende, dentre outros fatores, da elasticidade-preço dos consumidores. Assinale: (A) se somente a afirmativa I estiver correta. (B) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. (C) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. (D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. (E) se todas as afirmativas estiverem corretas. Resolução As questões que envolvem impostos são recorrentemente cobradas nas provas

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de Fiscal de Rendas, obviamente que isso se dá em razão das atribuições do cargo. Portanto, reputo importância nas questões dessa natureza. Não só as meramente teóricas, como as que envolvem cálculos, que veremos adiante. Há dois tipos de impostos sobre as vendas: os impostos gerais ad valorem e os impostos com alíquota específica. Impostos gerais são os que incidem amplamente sobre determinado conjunto de transações, como, por exemplo, a venda de produtos industriais, a compra de bens de consumo, a prestação de serviços. Na espécie ad valorem adotada no Brasil, o imposto devido incide sobre o valor da venda e é calculado pela multiplicação de uma alíquota percentual pelo valor da venda. O ISS é um exemplo desse tipo de imposto sobre venda. Existe ainda o imposto geral ad valorem sobre valor adicionado, que não será objeto de nosso estudo. Vejamos como se calcula o imposto geral ad valorem sobre vendas:

Valor total da venda: R$ 200,00 (x) Alíquota do imposto: 5% (=) Valor do imposto: R$ 10,00

O outro tipo é o imposto especial ou específico, que são cobrados sobre a transação de compra e venda de determinadas mercadorias e serviços, sendo os mais comuns os impostos sobre o consumo de combustíveis, bebidas alcoólicas e fumo. A alíquota é determinada, em termos monetários, por unidade vendida, e a apuração do imposto se dá por meio da multiplicação da alíquota pela quantidade transacionada. Segue abaixo um exemplo numérico de cálculo do imposto:

Quantidade transacionada: 1.000 (x) Alíquota do imposto (R$/un): R$ 2,00 (=) Valor do imposto: R$ 2.000,00

Agora, vamos analisar os impactos de uma incidência tributária no mercado competitivo. Iniciemos pelo imposto específico, pela facilidade na compreensão. Há duas formas de analisar o impacto de um imposto no mercado: uma quando o pagamento cabe ao comprador e outra ao vendedor. Ao considerarmos um imposto cuja obrigação de pagamento caiba ao consumidor, haverá uma retração na demanda, que corresponderá, em termos gráficos, ao deslocamento da curva da demanda para a esquerda. O imposto torna pouco atraente a aquisição do bem, levando os consumidores a demandarem uma quantidade menor.

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O deslocamento da curva da demanda resultará em novo ponto de equilíbrio, cuja quantidade (Q’) é menor que a anterior, devido à queda na demanda, e o preço (P’), que vem a ser o valor efetivamente recebido pelo vendedor. Esse valor, somado ao imposto específico resulta no preço pago pelos compradores. Pela análise do gráfico acima, verifica-se que o ônus do imposto é distribuído entre comprador e vendedor. O ônus do vendedor corresponde à diferença entre o preço de equilíbrio antes do imposto e o valor efetivamente recebido após o imposto. O ônus do comprador será a diferença entre o preço efetivamente pago após criação do imposto e o preço antes do imposto. Vamos a um exemplo numérico. Considere as equações da oferta e demanda de um bem abaixo: Demanda: QD = 280 – 4P Oferta: QS = – 20 + 2P Abro aqui um parêntesis. Embora não tenha falado até o momento das equações de oferta e demanda, pela observação dos gráficos, que se caracterizam como retas lineares, o aluno consegue deduzir que as equações são funções de 1º grau, sendo a da demanda uma função decrescente, portanto, com o coeficiente angular negativo (na equação acima, - 4), enquanto que na função da oferta, crescente, o coeficiente angular é positivo (na equação acima, 2). Outra observação que faço é que, matematicamente, a condição de equilíbrio é analisada mediante a igualdade QD = QS, que, na prática, é feita pela igualdade das equações de oferta e demanda. Voltando ao assunto, vamos verificar a condição de equilíbrio do mercado. QD = QS 280 – 4P = – 20 + 2P 6P = 300 P = 50 Q = 280 – 4x50 Q = 80 Assim, o equilíbrio do mercado ocorre no ponto onde P=50,00 e Q=80. Se o governo criar um imposto específico de R$ 6,00 por unidade vendida, a ser pago pelo comprador, teremos uma nova curva de demanda que é obtida substituindo P por (P+6). Demanda com Imposto: Q’D = 280 – 4(P+6)

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Q’D = 280 – 4P - 24 Q’D = 256 – 4P O novo ponto de equilíbrio será: 256 – 4P = – 20 + 2P 6P = 276 P = 46 Q = - 20 + 2x46 Q = 72 O novo ponto de equilíbrio é P = 46,00 e Q = 72. O preço que será efetivamente pago pelos compradores é R$ 52,00. Verifica-se que, do total do imposto, R$ 2,00 recairá sobre o comprador (52-50) e R$ 4,00 recairá sobre o vendedor (50-46), confirmando a afirmação de que, ainda que o pagamento do imposto caiba ao comprador, no final das contas, o ônus será repartido entre esse e o vendedor. Essa distribuição da carga tributária entre comprador e vendedor dependerá, entre outros fatores, da elasticidade-preço da oferta e da demanda. À medida que a curva da demanda aumenta a declividade, ou seja, quanto mais inelástica a demanda, maior o ônus para o consumidor. Quanto mais inelástica a curva da oferta, maior o ônus do produtor. Façam uma brincadeirinha no papel, desenhando ou curvas de demanda bem inelástica (quase vertical) ou a curva da oferta bem inelástica. Serve como exercício para fixar o gráfico, que cai bastante nesse concurso, e serve também para confirmar minha afirmativa. Como bizu, diria que quanto mais inelástico, mais se paga. Se a curva da demanda for bem inelástica, maior o ônus do consumidor, enquanto que, se a curva da oferta for bem inelástica, maior o ônus do produtor.

Caso a obrigação de pagamento do imposto seja imputada ao vendedor, haverá uma elevação no custo do bem, tornando o negócio menos lucrativo, o que, conforme já vimos, provoca o deslocamento da curva de oferta para a esquerda.

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No exemplo apresentado, vamos considerar que o pagamento do imposto específico caiba ao vendedor. Teríamos uma nova curva da oferta: Oferta com imposto: QS = – 20 + 2(P-6) QS = – 20 + 2P – 12 QS = – 32 + 2P Calculando o novo ponto de equilíbrio, teríamos que: 280 – 4P = – 32 + 2P 6P = 312 P = 52 Q = - 32 + 2x52 Q = 72 O novo ponto de equilíbrio é P = 52,00 e Q = 72. O preço que será efetivamente pago pelos compradores é R$ 52,00. Verifica-se que, da mesma forma que no caso anterior, do total do imposto, R$ 2,00 recairá sobre o comprador (52-50) e R$ 4,00 recairá sobre o vendedor (50-46). Assim, mesmo quando o pagamento do imposto cadê ao vendedor, o ônus também será repartido entre esse e o comprador.

Com relação aos impostos ad valorem, o raciocínio é semelhante, no entanto, o desenvolvimento matemático é um pouco diferente. Considerando uma alíquota de imposto ad valorem t, caso o pagamento do imposto

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fique a cargo do comprador, para obter a nova equação da demanda, teremos que substituir o preço P por P(1+t). Assim, se a alíquota for 5%, devemos substituir o preço por 1,05P. Se aplicarmos essa alíquota ao exemplo, teremos: Demanda: QD = 280 – 4P Oferta: QS = – 20 + 2P A nova demanda será: QD = 280 – 4(1,05P) QD = 280 – 4,2P Vejam que o intercepto no eixo Q permanece o mesmo, alterando-se apenas o coeficiente angular da função e, por consequência, sua declividade, que reduzirá. O que nos leva a concluir que a mudança de inclinação se dá em torno do intercepto, ponto (280,0), ou seja, o ponto onde a quantidade demandada é 280 e o preço é 0. Ante o exposto, analisemos as proposições: I) afirma que um imposto específico sobre as vendas é aquele que arrecada um montante fixo por unidade vendida, o que está correto. No entanto, afirma que, após incidência do imposto a ser pago pelo vendedor, há um deslocamento para cima da curva de oferta em razão da redução da propensão a pagar dos consumidores do produto vendido. Essa afirmativa é incorreta, pois a razão do deslocamento é o aumento de custos que o vendedor terá. Proposição incorreta. II) Afirma inicialmente que um imposto é denominado ad valorem quando é estabelecido como um percentual do preço do produto ou da base de incidência (valor adicionado, por exemplo), o que está correto. Depois afirma que se o imposto for aplicado sobre o consumidor, em relação a uma situação antes da incidência de impostos, a curva de demanda se tornará menos inclinada, girando em torno da quantidade demandada quando o preço é igual a zero. Corretíssimo, conforme explicamos acima. III) Afirma que de uma forma geral, a distribuição da carga tributária entre consumidores e vendedores depende, dentre outros fatores, da elasticidade-preço dos consumidores. Correto. Dessa forma, a alternativa correta é a letra D, que diz que as proposições II e III estão corretas. 06. (Sefaz-RJ – 2008) A economia do país A possui as seguintes curvas de demanda e oferta por milho: I. curva de demanda por milho: q =100 − 4p; II. curva de oferta por milho: q = 10 + p. O país A introduz um imposto de Z$ 5 por unidade, cobrado do consumidor. Com esse imposto: (A) o governo arrecada Z$ 140. (B) o bem-estar cai em 20. (C) o imposto só afeta o consumidor. (D) a quantidade ofertada iguala a quantidade demandada em 28 unidades. (E) o consumidor paga Z$ 1 do imposto.

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Resolução

Agora que destrinchamos o assunto na questão anterior, fica fácil resolver questões desse tipo. Calculemos a condição de equilíbrio: 100 − 4p = 10 + p 5p = 90 p = 18 q = 10+5 q=28 Vejamos como ficará o mercado após a cobrança do imposto. Nova demanda: q =100 – 4(p+5) q = 100 – 4p - 20 q = 80 – 4p E o novo ponto de equilíbrio: 80 − 4p = 10 + p 5p = 70 p = 14 q = 10 + 14 q = 24 Vamos analisar as alternativas. a) a arrecadação do governo é o produto da quantidade vendida pela alíquota do imposto específico: 24x5 = 120. Portanto, a alternativa é incorreta. b)para solução da alternativa, vale um bizu. Sempre que se cria um imposto obviamente há queda no bem-estar, que corresponde graficamente à área compreendida entre as curvas de oferta e demanda originais e a reta vertical que passa pela nova quantidade de equilíbrio. Para melhor compreensão, marquei a área no gráfico abaixo. Tenham a tenção à esse cálculo, pois cai prá caramba.

A área do triângulo será: (19-14)x(28-24)/2 = 10 c) o imposto, conforme estudamos, afeta tanto o consumidor quanto o produtor. Alternativa incorreta. d) a quantidade de equilíbrio é 24 unidades, e não 28. Alternativa errada.

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e) o ônus do imposto para o consumidor é a diferença entre o valor que efetivamente pagará e o que pagaria se não houvesse o imposto. Para sabe o preço desta quantidade na situação sem imposto, basta substituir 24 na equação da demanda original: q =100 − 4p. Resultará em Z$ 19,00. Assim, o ônus do comprador é de Z$ 1,00 (19 – 18). Alternativa correta 07. (Sefaz-RJ – 2007) Suponha que o mercado brasileiro de gás natural possa ser representado pelas seguintes equações de demanda e oferta, respectivamente:

QD = 240 – P QS = P

Notação: QD é a quantidade demandada (em m3), QS é a quantidade ofertada (em m3) e P é o preço (em dólar). Suponha ainda que o preço internacional de equilíbrio do metro cúbico de gás seja 60 dólares. Caso o governo brasileiro decida cobrar uma tarifa fixa de 10 dólares por metro cúbico importado, pode-se afirmar que o peso-morto gerado por essa política será: (A) 140 dólares. (B) 110 dólares. (C) 100 dólares. (D) 120 dólares. (E) 130 dólares.

Resolução

Eis outra questão recorrentemente cobrada pela banca. Inicialmente, calcularemos as condições de equilíbrio do mercado.

QD = 240 – P QS = P

No equilíbrio: QD = QS 240 – P = P P = 120 Logo, Q = 120. Para sua solução, introduziremos no modelo a curva de oferta internacional. Considerando que se trata de um país pequeno, cujo volume do comércio internacional é incapaz de influenciar os preços no mercado mundial, o preço que irá prevalecer é o preço internacional. Nesse caso, a curva de oferta internacional será uma reta horizontal posicionada em US$ 60,00. Assim, a oferta doméstica será: QS = P QS = 60 E a demanda: QD = 240 – P QD = 240 – 60 QD = 180 Como o governo impôs uma tarifa de US$ 10,00, essa curva irá se deslocar para cima, posicionando-se em US$ 70,00. Agora, o preço prevalecente é o internacional tarifado. Nessas condições, a oferta

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doméstica passa a ser: QS = P QS = 70 E a demanda: QD = 240 – P QD = 240 – 70 QD = 170 Observe que, em função da imposição do imposto, houve uma piora para o consumidor, pois a quantidade demandada caiu de 180 para 170, portanto, 10 unidades. Para o produtor, houve uma melhora, haja vista que a quantidade produzida saltou de 60 para 70 unidades, logo, 10 unidades. Vejam ainda que há um desequilíbrio no mercado doméstico em 100 unidades, que será suprido por bem importado. Vamos montar o gráfico par melhor visualizarmos a solução.

Essa questão envolve o conhecimento de peso morto tributário, que vem a ser o impacto que a tributação exerce sobre o consumidor e o produtor. No caso da questão, em que o mercado doméstico de gás é regido pelo preço internacional, a imposição da tarifa elevará o preço do bem, o que estimulará o produtor a produzir mais e o consumidor a consumir menos. O peso morto da operação será a área compreendida entre a curva a oferta e a oferta internacional, delimitada pela linha vertical de quantidade 70 (área a), somada à área compreendida entre a curva de demanda doméstica e a curva da oferta internacional, delimitada pela linha vertical de quantidade 170 (área b). Matematicamente, teríamos: Área 1: 10x10/2 = 50 Área 2: 10x10/2 = 50 Logo, o peso morto da operação será 50+50 = 100. Letra C. 08. (Sefaz-RJ – 2008) A economia do país X possui as seguintes curvas de demanda e oferta por milho:

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I. curva de demanda por milho: q = 70 − 2p; II. curva de oferta por milho: q = 10 + 4p. Suponha que a economia do país X realize uma abertura comercial de sua economia. Com o preço internacional por milho sendo igual a 15, é correto afirmar que: (A) o bem-estar cai em 50. (B) o bem-estar aumenta em 75. (C) a quantidade produzida aumenta em 10 unidades. (D) a demanda doméstica se eleva em 20 unidades. (E) a quantidade ofertada iguala a quantidade demandada em 50 unidades.

Resolução

Como de costume, iniciaremos verificando a condição de equilíbrio. Demanda: q = 70 − 2p; Oferta: q = 10 + 4p. No equilíbrio: 70 − 2p = 10 + 4p 60 = 6p p = 10, logo q = 50

Conforme a questão anterior, consideremos que o mercado doméstico é regido pelo preço internacional, 15. Calculemos, então, a oferta e a demanda a esse preço.

Demanda: q = 70 − 2x15 q = 40 Oferta: q = 10 + 4x15 q = 70

Como se observa, há um desequilíbrio no mercado doméstico. Dessa vez, a oferta supera a demanda. O excesso de oferta de milho será absorvido pelo mercado internacional. Dessa vez, teremos então uma curva de demanda internacional.

Vejamos o gráfico.

Aqui vale outro bizu. Nesse tipo de questão, em que há comércio

internacional, o valor do bem estar corresponde à área compreendida entre

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as curvas de oferta e demanda e a oferta (ou demanda) internacional. Para saber se houve aumento ou queda no bem estar é fácil, no entanto é necessário que se saiba visualizar o excedente do consumidor e do produtor no gráfico. O excedente do consumidor é a área formada pela curva da demanda doméstica, a linha horizontal do preço e o eixo vertical. Quando a área do excedente do consumidor antes da abertura comercial for maior que a de livre comércio, houve um benefício ao consumidor; do contrário, há prejuízo. O excedente do produtor é a área compreendida entre a curva da oferta doméstica, a linha horizontal de preço e o eixo vertical. Se ao compararmos a área de antes da abertura comercial com a de depois, verificarmos que houve aumento da área, é porque houve um benefício ao produtor; do contrário, houve prejuízo. Por fim, para saber se a medida (abertura comercial) resultou em aumento ou queda de bem estar é preciso comparar a área do produtor com a do consumidor. Se a área do benefício superar a do prejuízo, é porque houve aumento do bem estar, no caso contrário, houve redução.

Se o aluno analisar atentamente o gráfico, fazendo uns rabiscos, irá alcançar o que acabo de explicar.

Analisemos as alternativas.

(A) Na análise do gráfico, segundo o bizu acima, verifica-se que houve aumento de bem estar. (B) o bem estar, conforme disse, é a área a do gráfico acima, portanto: (70-40)x(15-10)/2 = 75. Logo, o bem estar aumenta em 75. Alternativa correta. (C) a quantidade produzida salta de 50 para 70 unidades, logo aumenta em 20 unidades. Alternativa incorreta. (D) a demanda doméstica cai de 50 para 40 unidades, portanto, em 10 unidades. Alternativa incorreta. (E) a quantidade ofertada é 70 e a quantidade demandada, 40 unidades. Alternativa incorreta. 09. (TCM-RJ – 2008/FGV) A economia do país X possui as seguintes curvas de demanda e oferta por feijão: I. Curva de demanda por feijão: q = 100 — 2p II. Curva de oferta por feijão: q = 10 + 4p. Suponha que o país X realize uma abertura comercial de sua economia. Com o preço internacional do feijão sendo igual a 10, pode-se concluir que: (A) o bem-estar cai em 100. (B) o bem-estar aumenta em 75. (C) a quantidade produzida aumenta em 20 unidades. (D) a demanda doméstica se eleva em 20 unidades. (E) a quantidade ofertada iguala a quantidade demandada em 70 unidades.

Resolução

Agora ficou mole.

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Aos costumes. Demanda: q = 100 — 2p Oferta: q = 10 + 4p No equilíbrio: 100 — 2p = 10 + 4p 90 = 6p

p = 15. Logo, q = 70. Dessa vez, o preço internacional é inferior ao de equilíbrio, assim, haverá uma curva da oferta internacional, posicionada em 10. Calculemos as quantidades ofertada e demandada ao preço internacional. Demanda: q = 100 — 2x10 q = 80 Oferta: q = 10 + 4x10 q = 50 Vejamos o gráfico.

Analisando o gráfico, observa-se que há aumento de bem estar. Vamos analisar as alternativas uma a uma. (A) o valor do bem estar será o correspondente à área do triangulo no gráfico: (15-10)x(80-50)/2 = 75. Portanto, o bem estar aumenta em 75. Alternativa incorreta. (B) de acordo com o cálculo acima, o bem-estar aumenta em 75. Alternativa correta. (C) a quantidade produzida cai de 70 para 50. Logo cai em 20 unidades, e não aumenta. Alternativa incorreta. (D) a demanda doméstica salta de se eleva em 20 unidades. (E) a quantidade ofertada iguala a quantidade demandada em 70 unidades.

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Questões Comentadas

01. (Economista MPE-AM-2002/FGV) O deslocamento, para a direita, da curva da demanda de um determinado bem é provocado pelo aumento: (A) do número de empresas concorrentes (B) da renda do consumidor (C) da quantidade de matéria-prima (D) da utilização de tecnologia avançada pelos produtores (E) da qualificação técnica do consumidor 02. (Sefaz-RJ – 2008) Uma seca no Centro-Oeste reduz a produção de soja. Ao mesmo tempo, é divulgado um estudo que mostra que o consumo de derivados de soja eleva o risco de problemas cardíacos. Com base nesses dois eventos, a respeito do preço e da quantidade de equilíbrio no mercado de soja, é correto afirmar que: (A) a quantidade diminuirá, e não é possível determinar o que ocorre com o preço. (B) o preço diminuirá, e não é possível determinar o que ocorre com a quantidade. (C) a quantidade aumentará, e não é possível determinar o que ocorre com o preço. (D) o preço aumentará, e não é possível determinar o que ocorre com a quantidade. (E) não é possível determinar o que ocorre com o preço e a quantidade com as informações do enunciado. 03. (TCM-RJ – 2008/FGV) Uma geada na Flórida reduz a produção americana de laranjas. Ao mesmo tempo, é divulgado um estudo que mostra que o consumo de suco de laranja reduz os riscos cardíacos. Com base no trecho acima, a respeito do preço e quantidade de equilíbrio no mercado de laranjas, pode-se concluir que:

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(A) o preço aumentará, e não é possível determinar o que ocorre com a quantidade. (B) o preço e a quantidade aumentarão. (C) o preço cairá, e não é possível determinar o que ocorre com a quantidade. (D) o preço e a quantidade cairão. (E) não é possível determinar o que ocorre com o preço e a quantidade somente com as informações fornecidas. 04. (Sefaz-RJ – 2007) Em mercados concorrenciais, o preço de equilíbrio faz com que a quantidade demandada se iguale à ofertada. Suponha que a curva de oferta de um determinado bem seja perfeitamente elástica e que tal bem seja considerado normal pelos consumidores. Caso a renda dos consumidores aumente (e tudo o mais permaneça constante), pode-se afirmar que o preço e a quantidade de equilíbrio deverão, respectivamente: (A) aumentar e permanecer inalterada. (B) diminuir e aumentar. (C) permanecer inalterado e aumentar. (D) aumentar e diminuir. (E) diminuir e permanecer inalterada. 05. (Sefaz-RJ – 2009) A respeito da incidência tributária em mercados competitivos, analise as afirmativas a seguir: I. Um imposto específico sobre as vendas é aquele que arrecada um montante fixo por unidade vendida. Se ele deve ser pago pelo vendedor, em relação a uma situação antes da incidência de impostos, há um deslocamento para cima da curva de oferta em razão da redução da propensão a pagar dos consumidores do produto vendido. II. Um imposto é denominado ad valorem quando é estabelecido como um percentual do preço do produto ou da base de incidência. Se aplicado sobre o consumidor, em relação a uma situação antes da incidência de impostos, a curva de demanda se tornou menos inclinada, girando em torno da quantidade demandada quando o preço é igual a zero. III. De uma forma geral, a distribuição da carga tributária entre consumidores e vendedores depende, dentre outros fatores, da elasticidade-preço dos consumidores. Assinale: (A) se somente a afirmativa I estiver correta. (B) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. (C) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. (D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

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(E) se todas as afirmativas estiverem corretas. 06. (Sefaz-RJ – 2008) A economia do país A possui as seguintes curvas de demanda e oferta por milho: I. curva de demanda por milho: q =100 − 4p; II. curva de oferta por milho: q = 10 + p. O país A introduz um imposto de Z$ 5 por unidade, cobrado do consumidor. Com esse imposto: (A) o governo arrecada Z$ 140. (B) o bem-estar cai em 20. (C) o imposto só afeta o consumidor. (D) a quantidade ofertada iguala a quantidade demandada em 28 unidades. (E) o consumidor paga Z$ 1 do imposto. 07. (Sefaz-RJ – 2007) Suponha que o mercado brasileiro de gás natural possa ser representado pelas seguintes equações de demanda e oferta, respectivamente:

QD = 240 – P QS = P

Notação: QD é a quantidade demandada (em m3), QS é a quantidade ofertada (em m3) e P é o preço (em dólar). Suponha ainda que o preço internacional de equilíbrio do metro cúbico de gás seja 60 dólares. Caso o governo brasileiro decida cobrar uma tarifa fixa de 10 dólares por metro cúbico importado, pode-se afirmar que o peso-morto gerado por essa política será: (A) 140 dólares. (B) 110 dólares. (C) 100 dólares. (D) 120 dólares. (E) 130 dólares.

08. (Sefaz-RJ – 2008) A economia do país X possui as seguintes curvas de demanda e oferta por milho: I. curva de demanda por milho: q = 70 − 2p; II. curva de oferta por milho: q = 10 + 4p. Suponha que a economia do país X realize uma abertura comercial de sua economia. Com o preço internacional por milho sendo igual a 15, é correto afirmar que: (A) o bem-estar cai em 50. (B) o bem-estar aumenta em 75. (C) a quantidade produzida aumenta em 10 unidades. (D) a demanda doméstica se eleva em 20 unidades. (E) a quantidade ofertada iguala a quantidade demandada em 50 unidades.

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09. (TCM-RJ – 2008/FGV) A economia do país X possui as seguintes curvas de demanda e oferta por feijão: I. Curva de demanda por feijão: q = 100 — 2p II. Curva de oferta por feijão: q = 10 + 4p. Suponha que o país X realize uma abertura comercial de sua economia. Com o preço internacional do feijão sendo igual a 10, pode-se concluir que: (A) o bem-estar cai em 100. (B) o bem-estar aumenta em 75. (C) a quantidade produzida aumenta em 20 unidades. (D) a demanda doméstica se eleva em 20 unidades. (E) a quantidade ofertada iguala a quantidade demandada em 70 unidades.

Gabarito:

01.B 02.A 03.A 04.C 05.D 06.E 07.C 08.B 09.B

Ficamos por aqui. Foi uma satisfação “revê-los”.

Não deixem a matéria acumular. Estudem!

Grande abraço e bons estudos.

Professor Alexandre Candido

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