metodos de predicao de vo2max

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Universidade Salgado de OliveiraDisciplina: Fisiologia do Exercício

MétodosMétodos de de PrediçãoPredição do VOdo VO 22máxmáx

Prof. Mst. Sandro de Souza

Objetivos

� Discutir alguns aspectos associados àmedida do VO2máx.

� Conhecer os mecanismos envolvidos noVO2 máx;VO2 máx;

� Apresentar opções para a obtenção do VO2

máximo através de cálculos preditos sem arealização de exercícios físicos.

� Identificar e comparar o VO2 máx emindivíduos saudáveis e discentes do Cursode Educação Física da UniversidadeSalgado de Oliveira – campus Niterói.

Um pouco de história…

Tradicionalmente, o consumo máximo de oxigênio

(VO2máx) foi definido por Hill e Lupton (1923)

como sendo a taxa máxima de oxigênio que

pode ser consumida pelo corpo durante um

exercício. Hill e seus colaboradores foram os

pioneiros ao descreverem que a habilidade do

corpo em consumir oxigênio é limitada pela

atividade muscular, pela concentração de ácido

lático e pela suplementação e utilização de

oxigênio.

Conceitos mais contemporâneos

VO2 máximo é a quantidade máxima de oxigênio que pode ser

captado, transportado e consumido durante exercício

dinâmico envolvendo grande massa muscular corporal

(Fletcher, 2001)

Por quê o VOVO 22 é importante?

� Sob condições de estado estável, o VOVO22 proporciona uma

medida de custo energético do exercício;

� O ritmo de captação (consumo) de oxigênio durante o

exercício máximo (VOVO22 máx) indica a capacidade deexercício máximo (VOVO22 máx) indica a capacidade de

transporte e utilização de oxigênio;

� Considerado como medida normativa de aptidão

cardiorrespiratória;

� Em combinação com a produção de CO2 (VCO2) indica o

substrato energético metabolizado.

ACSM,s Guidelines for Exercise Testing and Prescription (2000). Williams & Wilkins: Baltimore.

Como pode ser expresso?

Valores Relativo:� a) mililitros por kg de massa (peso) corporal por

minuto (mL. kg-1. min-1);� b) possibilita a comparação entre sujeitos

Absoluto:� a) litros por minuto (L. min-1);� b) pode ser convertido a Kcal.min-1, fornecendo

um ritmo de dispêndio de energia

PossoPosso converter VOconverter VO 22 relrelemem VOVO 22 abs e viceabs e vice--versa?versa?

Sim! Basta saber o peso do Indivíduo.Ex: peso = 75 Kg

Vo2 absoluto = 3,2 L.min

Vo2 relativo = Vo2 Absoluto x 1000 � 3,2 x 1000 � 3.200 = 42,66 ml. Kg . Min

Peso 75 75

Vo2 absoluto = Vo2 relativo x peso � 42,66 x 75 � 3199 = 3,199 L.min

1000 1000 1000

O que pode melhorar o VO 2 máx

Fatores que afetam o VO 2 máx

• Modalidade do ExercícioModalidade do Exercício

“As variações no VO2 máx observadas com as diferentes formas de exercício em geral refletem a quantidade de massa muscular ativada”

• HereditariedadeHereditariedade

McArdle, Katch e Katch – Fisiologia do Exercício – 5°ed ição, Guanabara, 246 (2003)

• HereditariedadeHereditariedade

“Em geral, a maioria das características de aptidão física demonstra uma alta tendência hereditária”

• Estado de TreinamentoEstado de Treinamento

“O estado do treinamento aeróbico de uma pessoa contribui de maneirasignificativa para o VO2 máx; este varia normalmente entre 5 e 20%,dependendo da aptidão da pessoa por ocasião do teste.”

Fatores que afetam o VO 2 máx

• SexoSexo

“As mulheres alcançam tipicamente escores de VOVO22 máx 15 a 30 % abaixo dos valores masculinos”

• Dimensão e Composição CorporalDimensão e Composição Corporal

McArdle, Katch e Katch – Fisiologia do Exercício – 5°ed ição, Guanabara, 246 (2003)

• Dimensão e Composição CorporalDimensão e Composição Corporal

“As variações na massa corporal podem explicar quase 70% das diferenças nos escores do VOVO22 máx.”

• IdadeIdade

“A idade não poupa o indivíduo de seus efeitos sobre o consumomáximo de oxigênio.”

Fatores que afetam o VO 2 máx

Homem / Mulher

Consumo máximo de oxigênio em relação a idade em homens e mulheres

McArdle, Katch e Katch – Fisiologia do Exercício – 5° edição, Guanabara, 246 (2003)

Seu VO2 está bom?

Valores normais de VO 2 máx de acordo com a idade e o sexo

Idade (anos) Homens Mulheres

20 a 29ml.Kg.min

METs43 ± 7,2

1236 ± 6,9

10

30 a 39ml.Kg.min 42 ± 7,0 34 ± 6,2

Fletcher, G. F; Balady, G. J.; Amsterdamea, C. B; Eckel, R.; Fleg, J. et al. Circulation; 104:1694- 1740, 2001

ml.Kg.minMETs

42 ± 7,012

34 ± 6,210

40 a 49ml.Kg.min

METs40 ± 7,2

1132 ± 6,2

9

50 a 59ml.Kg.min

METs36 ± 7,1

1029 ± 5,4

8

60 a 69ml.Kg.min

METs33 ± 7,3

927 ± 4,7

8

70 a 79ml.Kg.min

METs29 ± 7,3

827 ± 5,0

8

Consumo Máximo de Oxigênio de atletas olímpicos

65

62

59

55

53

40

Esquiadores Cross Country

Corredores

Patinadores de Velocidade

Nadadores

Esgrimistas

Sedentários

Mulher

Astrand PO (1967) apud McArdle, Katch e Katch – Fisiologia do Exercício – 5° edição, Guanabara, 2003

0 10 20 30 40 50 60 70

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Esquiadores Cross Country

Corredores longa distância

Patinadores de Velocidade

Ciclistas

Remadores

Levantadores de Peso

Sedentários

Homem

°

Métodos de Avaliação do VO 2

Medida Direta (VOMedida Direta (VO 22 máxmáx medido)medido)

Espirometria de circuito aberto - Método “padrão-ouro”

VANTAGENS: Possibilita avaliar, de maneira precisa, a

capacidade cardiorrespiratória e metabólica, através dacapacidade cardiorrespiratória e metabólica, através da

medida direta do consumo de oxigênio máximo e da

determinação dos limiares ventilatórios - limiar anaeróbio

(LA) e ponto de compensação respiratória (Rondon, 1998).

DESVANTAGENS: Aplicabilidade inviável - requerem

equipamentos com custo elevado, recursos humanos

especializados e tempo suficiente para execução dos

testes, dentre outras dificuldades.

Medida Indireta (VOMedida Indireta (VO 22 máxmáx estimado)estimado)Pode ser modelos sem exercício ou modelos com exercício

Avaliação de variáveis fisiológicas e antropométricas durante esforço máximo

e/ou submáximo, cujos valores são inseridos em modelos matemáticos

Métodos de Avaliação do VO 2

(ACSM, 2000; McArdle et al., 1998)

DESVANTAGENS

- Baixa precisão na obtenção do consumo máximo de oxigênio - VO2 máx

(Serra, 1997; Araújo, 1998);

- Tendência a superestimar a capacidade física do indivíduo em nas

intensidades dos programas de exercícios físicos (Rondon, 1998)

ModelosModelos COMCOM ExercícioExercício

ModelosModelos SEMSEM ExercícioExercício

� Utiliza-se os modelos sem exercício para

estimar a capacidade funcional e

individualizar os protocolos de teste máximo

de exercício (Myers et al, 2001)

� Vantagens em relação a custos e aplicação,

favorecendo também a sua utilização em

estudos epidemiológicos, principalmente em

localidades com pouca infra-estrutura (Blair

et al, 1989; Vanhees et al, 2005)

ModelosModelos SEMSEM ExercícioExercício

� Estes modelos relacionam

múltiplas variáveis como idade,

sexo, peso, altura, %gordura, FC

de repouso, percepção dode repouso, percepção do

indivíduo sobre sua capacidade de

realizar atividades cotidianas e de

lazer expresso em METS, entre

outros para predizer a capacidade

aeróbia máxima.

Qual modelo de estimativa devemos utilizar?

11.. ParaPara qualqual tipotipo dede ergômetroergômetro ououexercícioexercício esteeste modelomodelo foifoivalidado?validado?

22.. QuaisQuais sãosão asas característicascaracterísticaspopulacionaispopulacionais destedeste modelo?modelo?

33.. ElasElas sese adequamadequam asas minhasminhascaracterísticascaracterísticas populacionais?populacionais?

44.. QualQual éé aa estimativaestimativa dede erro?erro?

Neto e Farinatti (2003) Equações de predição da aptidão cardiorrespiratória sem testes de exercício e sua aplicabilidade em estudos epidemiológicos: revisão descritiva e análise dos estudos

O estudo objetivou descrever eanalisar criticamente essesmodelos e, principalmente, suaaplicabilidade em estudosepidemiológicos.

Realizaram uma análisesistemática dos artigospublicados entre 1966 e 2003.

Ao todo, 24 estudos foramselecionados obedecendo aoscritérios de inclusão.

Neto e Farinatti (2003) Equações de predição da aptidão cardiorrespiratória sem testes de exercício e sua aplicabilidade em estudos epidemiológicos: revisão descritiva e análise dos estudos

Concluíram que, em princípio, os modelos sem exercícios pod em constituir alternativas viáveis paraavaliação da aptidão cardiorrespiratória em estudos epide miológicos . No entanto, são poucas asequações disponíveis cuja validação permite grau aceitáve l de generalização.

Mathews et al, (1999)C, Heil B, Friedson P, Pastides H. Classification of cardiorespiratory fitness

without exercise testing. Med Sci Sports Exe (1999) 31: 486

Variáveis inseridas na equação de estimativa do VO 2 máx:

VO2 máx = 34,142 + 0,133 (idade) – 0,005 (idade)2 + 1 1,403 (sexo 0-1) + 1,463 (atividadefísica 0-7) + 9,170 (estatura) - 0,254 (peso)

Estudo com 799 sujeitos saudáveis(409 mulheres e 390 homens)

Idade entre 19 e 79 anos

Neto et al, (2008)Equivalência transcultural de três escalas utilizadas para estimar a aptidão

cardiorrespiratória: estudo em idosos. Cad. Saúde Púb, RJ, 24(11):2499-2510, nov, 2008

Equivalência transcultural de escalas empregadas para aavaliação do nível de atividade física e que são utilizadascomo estimativas da aptidão cardiorrespiratória, paraposterior utilização em indivíduos idosos.

Três escalas foram determinadas após revisãosistemática:

• Veterans Physical Activity Questionnaire (VSAQ),

• Rating of Perceived Capacity (RPC) e

• Physical Activity Rating (PA-R).

Neto et al, (2008)Equivalência transcultural de três escalas utilizadas para estimar a aptidão

cardiorrespiratória: estudo em idosos. Cad. Saúde Púb, RJ, 24(11):2499-2510, nov, 2008

Utilizaram o modelo proposto por Herdman et al.(*) Uma siste mática que envolve umaprofundamento cronologicamente ordenado de vários subti pos de equivalência. Omodelo de Herdman preconiza que é necessário levar em conta a lgumas dimensões deequivalência para que um instrumento seja adaptado adequad amente para outroidioma, a saber:

• Equivalência conceitual - diz respeito à existência do mesmo conceito num contexto semelhante, nos doisgrupos populacionais (aquele em que a escala foi desenvolvida e aquele em que vai ser aplicada).

Equivalência semântica - A equivalência semântica concerne à obtenção de um mesmo efeito causado peloinstrumento nos respondentes em diferentes idiomas.

Equivalência operacional – A adequação e pertinência de aspectos operacionais na nova cultura – forma deadministração, número de opções de resposta etc. – também devem ser observadas

Equivalência de mensuração - Propriedades psicométricas da nova versão, quando possível comparando-ascom a versão original.

Equivalência Funcional - uma síntese das demais formas de equivalência, e que permite afirmar se uma escalapode ser aplicada na nova população- alvo.

* Herdman M, Fox-Rushby J, Badia X. A model of equivalence in the cultural adaptation of HRQoL instruments: the universalistapproach. Qual Life Res 1998; 7:323-35.

Wisén et al. (2002)A novel rating scale to predict maximal exercise capacity

Eur JAppl Physiol (2002) 87: 350–357

Variáveis inseridas na equação de estimativa do VO2 máx:

METpred=

Estudo com 87 mulheres saudáveisCom idade entre 21–79 anos

(5.08+0.70 METrpc)/[1+(e0.059 (idade–87.2))]

Ex: Mulher, saudável, idade 46 anosMETrpc = 7MET predito = 9,2

VO2 máx predito = MET pred x 3,5VO2 máx predito = 32,1 ml . Kg . min

Referências

1. Fletcher, G. F; Balady, G. J.; Amsterdamea, C. B; Eckel, R.; Fleg, J. et al. Circulation;104:1694- 1740, 2001

2. Powers & Howley, 2000. (Fisiologia do Exercício, 13:234-235)

3. Neto GA e Farinatti PT. Rev Bras Med Esporte _ Vol. 9, Nº 5 – Set/Out, 2003

4. Mathews C, Heil B, Friedson P, Pastides H. Classification of cardiorespiratory fitnesswithout exercise testing. Med Sci Sports Exe (1999) 31: 486

5. McArdle, Katch e Katch – Fisiologia do Exercício – 5°ediçã o, Guanabara, 2003

6. Bruce RA, Kusumi F, Hosmer D. Maximal oxygen and nomographic assessment offunctional aerobic impairment in cardiovascular disease. Am Heart J 1973;85:546-62.

7. Neto GA, Farinatti PT. Equivalência transcultural de três escalas utilizadas paraestimar a aptidão cardiorrespiratória: estudo em idosos. Cad. Saúde Púb, RJ,24(11):2499-2510, nov, 2008

8. ACSM,s Guidelines for Exercise Testing and Prescription (2000). Williams & Wilkins:Baltimore.

9. Anita G.M. Wise´n Æ Reza G. Farazdaghi Bjo¨ rn WohlfartA novel rating scale to predictmaximal exercise capacity Eur JAppl Physiol (2002) 87: 350–357

Contatos:

Email: consultoriass@gmail.comBlog: sandrodesouza .wordpress.comBlog: sandrodesouza .wordpress.com

Fim

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