lei nacional de aprendizagem uma abordagem crítica dos projetos de formação de aprendizes

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Lei Nacional de AprendizagemUma abordagem crítica dos projetos de formação de aprendizes

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Lei Nacional de AprendizagemUma abordagem crtica dos projetos de formao de aprendizesPaulo BastosUniversidade Federal do Rio de JaneiroCentro de Filosofia e Cincias HumanasFaculdade de EducaoPrograma de Ps-Graduao em Educao!E"# - a$oratrio de !nvestiga%es em Educao& "m$iente e #ociedadeResumo" 'recariedade o$servada na insero de (ovens no mercado de tra$al)o foi um fator relevante 'ara *ue nos anos +, e -, fossem ela$oradas estrat.gias focadas na(uventudecomoo$(etivodereverter estasituao/ 0'resentetra$al)o 'ro'%eumaan1lise'reliminar deumadessasiniciativas& aei 2acional de "'rendi3agem/Criada 'ela ei 4,,-5 de 6,,,& durante o governo Cardoso& e modificadaat.o7ecreto88-8de6,,8& (1noGovernoula& areferidaei garante a contratao de (ovens na forma de a'rendi3es& o$rigando *ue grandes em'resas devam contratar de 8 a 489 de seu efetivo de (ovens inclu:dos nesta modalidade/ ;am$.m est1 'resente na legislao a condio de *ue os (ovens contratados devemfre*im'ortantefrisar*uetodososcursosde"'rendi3agemdevemser cadastrados no site do @inist.rio do ;ra$al)o& 'ara fins de monitoramento& e fiscali3ao/50utro fator im'ortante& tema ver comesta fiscali3ao/ @uitas ve3es os a'rendi3es so contratados 'ara servirem de mo de o$ra mais $arata&e desta forma aca$amocu'ando cargos& e fun%es *ue deveriamser ocu'ados 'or 'rofissionais devidamente remunerados& e 're'aradas 'ara tal& uma fala Ilevantada em 'es*uisa feita 'elo autor& 6,,-J *ue materiali3a esta situao . a do administrador de o$ras de uma em'resa de grande 'orte na 1rea de Engen)aria com o$ra na cidade do Rio de Janeiro& *ue di3Cestamosmuitoimpressionadoscomotrabalhodosaprendizes, elessoto bons no $ue fazem, $ue %! no preciso mais contratar outro funcion!rio para fazer um trabalho$ueoaprendizfaz&&&ali!sestamospensandoemcontratarmaisaprendizes para diminuir o custo da obraFiscali3ar 'ol:ticas '?$licas nunca.f1cil& segundodadosdo@;E& )o(eno Drasil so4F-/HH,a'rendi3es& somentenoRiodeJaneiroso-,8F& es'al)adosem 445+ entidades a n:vel nacional& e -H na ca'ital Fluminense/ ;odos estes (ovens so de res'onsa$ilidade das 7elegacias Regionais do ;ra$al)o& *ue contamcomefetivo redu3ido na maioria das ve3es 'ara garantir a fiscali3ao desta 'ol:tica/Em ;ra$al)o e Con)ecimento C 7ilemas na Educao do ;ra$al)ador I4-+5J& Frigotto afirma *ue 'arece ser dif:cil 'ensar em um tra$al)o educativo *ue& efetivamentesearticuleaosinteressesdostra$al)adores& dasclasses'o'ulares/ Esta afirmao nos 'arece ser 'ertinente no desenvolvimento desta an1lise/ Contratados de forma 'rec1ria& I$ai=a remunerao& contrato 'r. S determinadoJ& os (ovens so muitas ve3es orientados a res'onder as e=igncias do mercado& treinados 'ara ad*uirir com'etncias& e )a$ilidades *ue so condi%es 'ara uma carreira de sucesso no mercado/ Palavrascomo'r-atividade& em'reendedorismo& 'osturaemam$ientesde tra$al)o& coo'erao& tra$al)odee*ui'esocomumenteo$servadas emcursos de a'rendi3agem/ 2oCadernodo"'rendi3doPrograma"'rendi3egal daFundao Ro$erto @arin)o& na '1gina 6E 'odemos lerC' incerteza e a inse(uran)a frente ao desafio de conse(uir $ualificar*se para o trabalhoestopresentesnafalade(randepartedos%o+ens&&&'participa)onestepro(rama intensifica, de modo concreto, suas chances de inserir*se e desen+ol+er*se no mundo do trabalho&6"citao acima mostra *ue a 'artici'ao em'rocessos de a'rendi3agem conferemaoseu'artici'anteac)ancedeinseri-senomundodotra$al)o& emoutra 'assagem& o manual garante *ue o a'rendi3 'ossuiu autonomia 'ara criar sua carreira/ 7e*ueforma'odemos entender essasfalas AEmres'ostas aosnovos'aradigmas surgidos no mundo do tra$al)o& os governos de orienta%es li$erais& vem e=ecutando 'ol:ticas de formao& na crena de *ue a *ualificao . a sa:da 'ara o enfrentamento da *uesto do desem'rego& Horta& mostra *ue a funo manifesta de formao 'rofissional corres'onde a funo no manifesta de re'roduoB *ualificao da fora de tra$al)o& e *ue a interveno do Estado nas forma%es sociais visa garantir a re'roduo das foras 'rodutivas& e das rela%es de 'roduo atrav.s do sistema educacional/Finalmente.im'ortanteinvestigar asinten%es 'resentes natr:adeEstados- 0rgani3a%esnogovernamentais- Em'resas/ Evidentementecadaumdessesatores 'ossuem interesses em 'rocessos de formao/ Ca I6,,5J& coloca *ue os em'res1rios al.mdedefender seusinteressesIre'roduodoca'italismoB $uscademais valiaJ& 'recisam demonstrar *ue o'eram em uma lgica de mel)oria da *ualidade de vida dos cidados& e dessa forma vo aceitar com satisfao a mediao 'resente na legislao da lei nacional de "'rendi3agem& seguindo este racioc:nio as ongs atuam de acordo com uma 'r1tica de terceiri3ao& onde elas devem ser as res'ons1veis 'ela *uest%es sociais&e *ue estas no 'odem ser uma 'rioridade do Estado& e finalmente o Estado *ue deve estar focado em ela$orar& e financiar& e fiscali3ar 'ol:ticas '?$licas/Finalmente 'odemos analisar esta relao& 'resente na im'lantao desta 'ol:tica 'ara (uventude& onde as entidades da sociedade civil se a'resentamcomo atores diferenciados do Estado& a'tas a oferecerem servios antes oferecidos 'or este& como a formaodeuma(uventudedevidamente're'arada'araserinseridanomercadode tra$al)o/"*ui ca$e uma im'ortante indagao levantada ao longo deste tra$al)o 'odemos 'ensar em uma sociedade civil descolada do Estado& nos 'arece *ue no& como 'odemos ler em Gramsci& *uando nos mostra *ue Estado . a sociedade civil mais a sociedade 'ol:tica& e *ue a 'rimeira& longe de ser um cam'o de coeso& . (ustamente o cam'o das dis'utas *ue devem ser travadas 'ara convergir em uma )egemonia/ #endo assim nos 'areceevidente*ueasociedadecivil .a'r'riare'resentaoda)egemoniadas classes dominantes& e& 'ortanto os 'rocessos de formao oferecidos 'or esta entidades 7so muitas ve3es guiadas 'or uma lgica de 'er'etuao da dominao& e e='lorao do tra$al)ador/Conclus%es finaisFinalmente nos 'arece *ue os 'rocessos deformaoestoinseridos numa lgica de 'recari3ao das condi%es dotra$al)ador& como e='lica e)er I4-++J& *uandonosdi3*ueaeducaoea*ualificaotransitamda'ol:tica'?$lica'ara assistncia& evidenciandoSsecomoumaestrat.giadeal:vioda'o$re3a& e*ueestas conce'%es e 'ol:ticas 'oderiam estar formando cidados 'assivos& no mais tra$al)adores& mas cola$oradores& d.s'otas de si mesmo em nome de 'rodutividade e com'etitividade/IFrigotto& 4--+J2aturalmente no'odemos negar aeducao'rofissional& ea*ualificao& como Tuen3er I4--+J di3& em$ora o modelo se(a cada ve3 mais e=cludente e o 'ro(eto 'ol:tico nacional reforce este car1ter& em face do modo como se insere no 'rocesso de glo$ali3ao& no . negando a educao ou a formao 'rofissional a esta 'arcela da 'o'ulao a mel)or forma de lutar 'ela construo de um outro ti'o de sociedade/0*ue'retendemos neste'e*uenoensaio.reali3ar uma leitura cr:tica dos 'rocessosdeformaocontidosnaei2acional de"'rendi3agem& edeumaforma geral eminiciativas de*ualificao'araomercadodetra$al)o& 'oiscomomostra @attos I6,,-J& o tra$al)ador se torna mais 'o$re *uanto mais ri*ue3a 'rodu3/ 7esta forma . 'rimordial discutir a intencionalidade 'osta nos 'ro(etos de formao 'ara o tra$al)o& ou estamos formando o (ovem 'ara viver como tra$al)ador consciente de sua realidade& ou torn1-lo mais K*ualificadoL 'ara gerar mais ca'ital/ > necess1rio com'reender o 'artici'ante destes 'ro(etos no como um mero rece'tor de conte?dos& a sertreinadode formaacr:tica& eledeve sim&ser 'erce$ido comoum tra$al)adorem formao& cientedeseusdireitosedeveres& ca'a3dedarsentidoaoseutra$al)o& e 'artici'ante da sociedade onde vive/ 8Di$liografiaD0RGE#& 7elaneUHes'an)ol&@/#/',ila-.e/zabel e.rumonda0oel/ Riode Janeiro&4-+5/CV"& Georgia #o$reira dos #antos/1undamentos da id2ia do empreendedorismo e a forma)o dos trabalhadores& !nC0 Estado da "rte da formao do tra$al)ador no DrasilC 'ressu'ostos e a%esgovernamentais a'artirdos anos noventa/ Edaguimar 0r*ui3as Niriato et al/W0rgani3ao de Georgia #o$reira dos #antos Ca- CascavelC E7U2!0E#;E& 6,,5 F02;E#& Nirginia/' sociedade ci+ilno rasil contemporneo- "utas sociais e luta terica na d2cada de 1384&Fundamentos da Educao Escolar do Drasil Contem'orXneo/ JulioCesarFranaimae?cia@ariaManderleQ2evesIorg/JEd/ Fiocru3 FR!G0;;0& Gaudncio/ IorgJ/5duca)o e crise do trabalho- perspecti+a de final de s2culo& Petr'olisC No3es& 4--+/YYYYY/6rabalho, conhecimento, consci7ncia e a educa)o do trabalhador- /mpasses tericos e pr!ticos& !nC ;ra$al)o e Con)ecimentoC 7ilemas na educao do tra$al)ador/ Carlos @inaQo Gomes///Zet/ "l[/-#o PauloCCorte3C "utores "ssociados& 4-+5/GR"@#C!& "/8adernos do 8!rcere& Nol/ H/ Rio de JaneiroC Civili3ao DrasileiraTUE2\ER& "c1cia/ .esafios tericos 9 metodol(icos da rela)o trabalho 9 educa)o e o papel da escola& /n- 5duca)o e crise do trabalho- perspecti+a de final de s2culo& Petr'olisC No3es& 4--+/EHER& Ro$erto/'ideolo(iada:lobaliza)onapol#ticadeforma)oprofissionalbrasileira&;ra$al)o e Educao- Revista da 2E;E/ Delo Hori3onteCFae B UF@G& n/E& ago/Bde3/&4--+/YYYYY/Florestan Fernandes e a universidade no ca'italismo ide'endente/!nC7emocracia e educao em Florestan Fernandes/ B0smar F1veroIorgJ/Cam'inas& #PC"utores "ssociadosW2iteri& RJCUniversidade Federal Fluminense IE7 UFFJ& 6,,8/9@";;0#& @arcelo Dadar/;eor(anizando em meio ao refluxo- ensaios de inter+en)osobreaclassetrabalhadoranorasil atual& ;iode

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