lançamento tributário 2012-1

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LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO

Profa. Fabiana Del Padre Tomé

NGA = D (h c)

NIC = D (a c)

Fato: acontecimento delimitado no tempo e no espaço

Relação jurídica com sujeitos e objeto determinados

Ato de aplicação

NIC = (a c)

fato determinadono tempo e no

espaço

Relação jurídica comsujeitos (ativo e passivo)e objeto determinados

Sa SpObjetoDireito Subjetivo Obrigação/Dever

Prestação de dar ($) ou de fazer

(deveres instrumentais)

Crédito Tributário Obrigação Tributária/Dever Tributário

Lançamento tributário

De acordo com o art. 142 do CTN, lançamento é:• ato privativo da autoridade administrativa• vinculado e obrigatório

• objetiva verificar a ocorrência do fato jurídico, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, quando for o caso, aplicar a penalidade cabível.

• Lançamento tributário X auto de infração

Lançamento tributário: problema semântico

Procedimento/norma/ato

iv) procedimento administrativo (art. 142 CTN);

v) norma individual e concreta produto daquele ato;

vi) ato derradeiro da série em que se consagra o procedimento.

Ato: faz cessar a decadência e dá início à prescrição

Espécies de lançamento segundo o CTN(critério: procedimento)

* Lançamento de ofício;

* Lançamento misto ou por declaração;

* Lançamento por homologação.

Critério: grau de participação do sujeito passivo no procedimento para constituir o crédito tributário.

Lançamento por homologação

• O lançamento tem por fim constituir o crédito tributário, mas não significa que este seja constituído somente por meio daquele.

• O particular também é sujeito credenciado a emitir a norma individual e concreta constitutiva do crédito tributário (art. 150, CTN)

• Lançamento misto: como ato, segue as regras do lançamento de ofício – aplica-se o prazo decadencial prevista no art. 173, I, do CTN.

• Lançamento por homologação: não é verdadeiro lançamento.

- a constituição do crédito é feita pelo sujeito passivo (e não por autoridade administrativa);

- a homologação expressa é ato administrativo que extingue a obrigação tributária;

- a homologação tácita é fato decadencial (art. 150, § 4º, do CTN).

Lançamento como norma individual e concreta

• Decorre da aplicação da norma geral e abstrata que a prevê e autoriza (ato de aplicação do direito).

• É composta por um antecedente, que descreve o fato jurídico tributário, e por um consequente, composto pelos sujeitos ativo e passivo, e pelo objeto da prestação, consistente na obrigação de pagar quantia identificada pela conjugação da base de cálculo e da alíquota.

Controvérsia sobre a eficácia

do lançamento tributário

- Eficácia declaratória X constitutiva

- Em relação ao evento: D

- Em relação ao fato jurídico tributário: C- Em relação à obrigação tributária: C- Em relação ao crédito tributário: C

Tempo e local do fato

• Alude ao momento e lugar em que se operou o relato linguístico

• Decorre da eficácia constitutiva do lançamento tributário em relação ao fato e à obrigação

• Ex: data e local da emissão do lançamento tributário

Tempo e local no fato

• Alude ao momento e lugar em que se operou evento descrito no relato linguístico

• Decorre da eficácia declaratória em relação ao evento

• Ex: data e local da ocorrência de operações de circulação de mercadorias

Tempo e local no fato

• Decorre da aplicação da regra-matriz de incidência tributária

• Legislação aplicável: a vigente no instante do evento relatado no fato

• Referem-se à data e local constante na norma individual e concreta de lançamento tributário

Tempo e local do fato

• Decorre da aplicação da norma de competência administrativa (estrutura)

• Legislação aplicável: a vigente no instante do relato linguístico (art. 144, CTN)

• Referem-se à data e local do veículo introdutor (enunciação enunciada, norma geral e concreta de lançamento tributário)

Aplicação do direitoRegra-matriz de

incidência

(norma geral e abstrata)

(norma de comportamento)

enunciação

Enunciado

(norma individual e concreta)

Norma de competência

(norma geral e abstrata)

(norma de estrutura)

enunciação

Enunciação-enunciada

(norma geral e concreta)

Exemplo

Enunciação-enunciada

Enunciado-enunciado

Data e local no fato

Enunciação-enunciadaEnunciação-enunciadaData e localData e local do fatodo fato

Erro de fato e erro de direito no lançamento tributário

Lei

Provas

Aplicador

D (H C)

Construção normativa da RMI

D (Fj Rj)

Norma individual e concreta

ERRO DE DIREITO

ERRO DE FATO

Erro de fato e erro de direito no lançamento tributário

• Erro de direito: problema de subsunção; engano no enquadramento legal problema internormativoEx: aplico alíquota de 8% em vez de 10%

• Erro de fato: problema de prova; equívoco na constituição do fato jurídicoproblema intranormativoEx: o preço do serviço é de R$ 5 mil em vez de R$ 10 mil

Vício material e vício formal no lançamento tributárioRegra-matriz de

incidência

Vício material

Conteúdo do lançamento

norma individual e concreta

Norma de competência

Vício formal

Veículo introdutor do lançamento

norma geral e concreta

Exemplo de vício material

1º Conselho de Contribuintes / 5a. Câmara / ACÓRDÃO 105-17.139 em 13.08.2008

IRPJ E OUTROS - Ex(s): 1992 VÍCIO FORMAL - Não configura vício formal o erro na identificação do sujeito passivo, pois este pertence ao núcleo da regra matriz de incidência e o equivoco em sua identificação configura vicio substancial, não sendo aplicável o inciso II do art. 173 do CTN. Por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso de ofício. JOSÉ CLÓVIS ALVES - PRESIDENTE.

Exemplo de vício formal – Ac. 2401-00018 • NORMAS PROCEDIMENTAIS. ARBITRAMENTO. AUSÊNCIA

FUNDAMENTAÇÃO LEGAL NO ANEXO FLD. VÍCIO INSANÁVEL. NULIDADE. A indicação dos dispositivos legais que amparam a Notificação Fiscal de Lançamento de Débito-NFLD é requisito essencial à sua validade, e a sua ausência ou fundamentação genérica, especialmente no relatório Fundamentos Legais do Débito-FLD, determina a nulidade do lançamento, por caracterizar-se como vício formal insanável, nos termos do artigo 37 da Lei nº 8.212/91, c/c artigo 11, inciso III, do Decreto nº 70.235/72. RELATÓRIO FISCAL DA NOTIFICAÇÃO. OMISSÕES. O Relatório Fiscal tem por finalidade demonstrar/explicitar, de forma clara e precisa, todos os procedimentos e critérios utilizados pela fiscalização na constituição do crédito previdenciário, possibilitando ao contribuinte o pleno direito da ampla defesa e contraditório. Omissões ou incorreções no Relatório Fiscal, relativamente aos critérios de apuração do crédito tributário levados a efeito por ocasião do lançamento fiscal, que impossibilitem o exercício pleno do direito de defesa e contraditório do contribuinte, enseja a nulidade da notificação. PROCESSO ANULADO.

Atributos do ato administrativo de lançamento

• Presunção de legitimidade• Exigibilidade• Imperatividade

• Não dispõe de autoexecutoriedade

• A presunção de legitimidade não dispensa a produção de provas

Verdade e lançamento tributário

• Para que o fato jurídico tributário seja verdadeiro para o direito, exige-se a certeza de que:

b)O enunciado descritivo foi elaborado de acordo com as regras do sistema;

c)Submeteu-se às provas;

d)Resistiu à refutação.

A verdade, para o direito, é a manifestação da prova convincente.

Estrutura do ato administrativo (lançamento) e sua relação com a

prova

• Elementos:1) Forma2) Motivação3) Conteúdo

• Motivação = descrição do fato jurídico tributário (DEVIDAMENTE PROVADO)

• Conteúdo do ato = crédito tributário

Lei Estadual de São Paulo nº

13.457/2009

• Artigo 2º - O processo administrativo tributário obedecerá, entre outros requisitos de validade, os princípios da publicidade, da economia, da motivação e da celeridade, assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.

Prova e princípios:• Em virtude dos princípios da estrita legalidade e da

tipicidade tributária, a constituição da obrigação tributária exige prova do fato que a desencadeia.

• A CF/88 também assegura ampla defesa e contraditório.• Devido processo legal: ampla defesa, contraditório e

publicidade

Lei Estadual de São Paulo nº 13.457/2009

• Artigo 18 - Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos obtidos de forma lícita, são hábeis para provar a verdade dos fatos controvertidos.

• Artigo 19 - As provas deverão ser apresentadas juntamente com o auto de infração e com a defesa, salvo por motivo de força maior ou ocorrência de fato superveniente.

Decreto nº 70.235/72 - Dispõe sobre o processo administrativo fiscal federal

• Art. 9º. A exigência de crédito tributário, a retificação de prejuízo fiscal e a aplicação de penalidade isolada serão formalizadas em autos de infração ou notificação de lançamento distintos para cada imposto, contribuição ou penalidade, os quais deverão estar instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito.

Lançamento de ofício por arbitramento

• É ato administrativo de apuração de base de cálculo concretizado por meio de métodos indiciários.

• Pressuposto: ocorrência de ilícito.

• Fundamento de validade: princípio constitucional da supremacia do interesse público.

Lançamento de ofício por arbitramento

• Art. 148 do CTN - espécie do gênero lançamento de ofício, tendente a avaliar preços, bens, serviços ou atos jurídicos sempre queinexistam documentos ou declarações do contribuinte ou que, embora existentes, não mereçam fé ou não sejam apresentados à fiscalização.

• Não há discricionariedade total, devendo ser observado o procedimento legal.

• “LUCRO ARBITRADO – PERÍODO-BASE DE 1991 – A desclassificação da escrita e conseqüente arbitramento do lucro constitui medida extrema, que só se legitima na ausência de elementos concretos que permitam a apuração do lucro real. A falta de registro do Livro de Inventário e o descumprimento de outros requisitos formais (assinatura do contabilista e do gerente ou diretor da empresa) não são suficientes para desclassificar a escrita, eis que informações nele constantes podem ser confrontadas com as do Livro Diário”. ( 1º CC, Ac. 101-92.828, j. 16.09.1999).

Questões de Plenário

1. Que significa “constituição definitiva do crédito”? Quando se dá:

(i) na ocorrência do evento tributário,

(ii) na data do vencimento,

(iii) na lavratura do lançamento,

(iv) no ato da efetiva notificação,

(v) na decisão administrativa de última instância,

(vi) no momento da inscrição do crédito na dívida ativa ou

(vii) no trânsito em julgado de decisão judicial?

Súmula STJ nº 436, HC 91725, HC 108037

Sistema comunicacional do direito: necessidade de publicidade dos atos de fala

contexto

(canal)

emissor mensagem receptor

(código comum)

ato de fala

processo de

decisão

Teoria da decisão

2) Determinada empresa contribuinte de ICMS declara e formaliza o se débito fiscal, de acordo com a lei, mas por motivos quaisquer não recolhe o montante devido. A Fazenda Estadual de São Paulo encaminha a declaração do contribuinte para a inscrição na dívida ativa, para posterior execução. Entretanto, a Fazenda, na ação de Execução, impõe penalidades que entende cabíveis, além dos juros de mora. No seu entender, é correto o procedimento do Fisco?

RMI NGA-Juros NGA-sanção

Lançamento NIC-Juros NIC-sanção

3) (...) Tendo em vista o auto de infração (fictício), responda:

a) Quais as normas veiculadas pelo referido Auto de Infração?

b) Em que instante nasce a obrigação tributária? (Data do fato X data no fato)

c) Está correta a fiscalização ao aplicar a alíquota de 10%? Qual a legislação aplicável?

d) Poderia a fiscalização, de ofício, alterar a alíquota que entende aplicável ao caso?

e) Referido Auto de Infração padece de algum vício?

• norma de lançamento tributário como veículo introdutor:

H: dado o fato de a Fiscalização Estadual (Manuel Antônio Silva) ter verificado acontecimentos juridicamente relevantes, em 17/08/2009 (data do fato), no Estado de São Paulo deve ser que C: introduzem-se no ordenamento as seguintes normas individuais e concretas.

• norma de lançamento tributário – positivação da regra-matriz de incidência:

H: dado o fato de ter realizado operações de circulação de mercadorias, no período de 01/2000 a 06/2006 (data no fato) no Estado de São Paulo deve ser que C: a empresa Bate o Pé S/A Indústria e Comércio está obrigada a recolher à Fazenda Estadual paulista o valor de R$ 100.000,00

• norma de imposição de multa

H: dado o fato da não formalização do crédito tributário e do não pagamento do tributo em tempo hábil deve ser que C: a empresa Bate o Pé está obrigada a pagar à Fazenda Estadual multa de R$ 50.000,00

• norma de imposição dos juros moratórios

H: dado o fato do atraso no pagamento do tributo devido deve ser que C: a empresa Bate o Pé está obrigada a pagar à Fazenda Estadual juros de mora no valor de R$ 5.000,00

• norma de correção monetária:

H: dado o fato do atraso no pagamento do tributo devido deve ser que C: a empresa Bate o Pé está obrigada a pagar à Fazenda Estadual correção monetária no valor de R$ 10.000,00

Obrigada!

fabiana@barroscarvalho.com.br

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