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Curso de Pós-Graduação em Direito do Consumidor Turma 03

Módulo I – Introdução ao Código de Defesa do Consumidor

Aula 01

Matéria: Disposições gerais do Código de Defesa do Consumidor

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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

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• Duração do Curso: seis meses – autorizado e reconhecido pelo MEC

• Módulos:

Módulo I - Introdução ao Código de Defesa do Consumidor

Módulo II - Contratos em Espécie no Código de Defesa do Consumidor

Módulo III - Prática Forense no Direito do Consumidor

• Composição das aulas: três blocos de 45 minutos.

• Por que escolher a especialização em Direito do Consumidor?

A relação de consumo está presente no dia a dia das pessoas

Há poucos profissionais especialistas em Direito do Consumidor quepossam defender o consumidor ou mesmo prestar assessoria jurídicaao fornecedor (compliance em Direito do Consumidor)

As ações judiciais que envolvem o Direito do Consumidor estão entreas principais demandas do Poder Judiciário.

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1. Código de Defesa do Consumidor

O Código de Defesa do Consumidor é um sistema de regras de direito

logicamente unidas, compreendendo todos os princípios cardiais do nosso

direito do consumidor, todos os seus conceitos fundamentais e todas as

normas e cláusulas gerais para a sua interpretação e aplicação. (FILHO

CAVALIERI, Sérgio. Programa de direito do consumidor. 4. ed. São Paulo: Atlas,

2014).

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Regra geral:

O Estado não interfere nas negócios jurídicos estabelecidos entre o

consumidor e o fornecedor.

Art. 421, parágrafo único, do Código Civil

Nas relações contratuais privadas, prevalecerão o princípio da intervenção

mínima e a excepcionalidade da revisão contratual.

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Art. 1° do Código de Defesa do Consumidor

O presente código estabelece normas de proteção e defesa do

consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5°,

inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas

Disposições Transitórias.

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Norma de ordem pública são normas cogentes, isto é, os contratantes não

podem alterar o conteúdo do comando estabelecido naquela norma.

O juiz deve aplicar ex officio a norma de ordem pública

independentemente de provocação do consumidor.

A observância é obrigatória. Não se pode dispensar o direito.

Caráter cogente: cláusula abusiva contratual é fulminada pela nulidade.

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Exemplo de cláusula nula

No contrato firmado entre consumidor e fornecedor, há uma

cláusula indicando que, se houver rescisão contratual, o consumidor não

tem direito ao reembolso das quantias pagas.

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Artigo 51, inciso II, do Código de Defesa do Consumidor:

São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais

relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:

II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já

paga, nos casos previstos neste código.

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Observação:

As cláusulas abusivas atingem os atos jurídicos praticados

anteriormente à Lei n. 8.078/90, visto que a incidência do CDC é imediata,

sobretudo nos contratos de trato sucessivo ou execução imediata.

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Interesse social: protege os consumidores de quaisquer abusos

praticados pelos fornecedores nas relações de consumo, estabelecendo o

necessário equilíbrio entre eles.

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O consumidor firma contrato com o fornecedor de um empréstimo

bancário. Nesse contrato há uma cláusula que permite cobrar juros

capitalizados, no entanto, essa cláusula não tem informação clara,

adequada e expressa sobre a capitalização de juros. Oconsumidor pode

questionar judicialmente essa cláusula?

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Súmula 539 do Superior Tribunal de Justiça

É permitida a capitalização de juros com periodicidade inferior à

anual em contratos celebrados com instituições integrantes do Sistema

Financeiro Nacional a partir de 31/3/2000 (MP n. 1.963-17/2000,

reeditada como MP n. 2.170-36/2001), desde que expressamente

pactuada.

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O Código de Defesa do Consumidor é uma lei principiológica

Lei principiológica: lei que ingressa no sistema jurídico para atingir toda

e qualquer relação jurídica caracterizada como relação de consumo e

que esteja também normatizada por outra norma jurídica

infraconstitucional. Exemplo: Contrato de seguro de pessoa (artigo 789

do Código Civil) também é regido pelo Código de Defesa do Consumidor

(Artigo 51 do Código de Defesa do Consumidor)

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O Código de Defesa do Consumidor é um microssistema de normas

Microssistema jurídico de caráter inter e multidisciplinar: microssistema

legislativo de tutelas cíveis, administrativas, penais e processuais.

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• Tutelas cíveis – Artigo 84, § 3º, do Código de Defesa do Consumidor

Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer

ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou

determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente

ao do adimplemento.

§ 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo

justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz

conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citado o réu.

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• Sanções administrativas no Código de Defesa do Consumidor

Artigo 56, inciso I, do Código de Defesa do Consumidor

As infrações das normas de defesa do consumidor ficam sujeitas,

conforme o caso, às seguintes sanções administrativas, sem prejuízo das

de natureza civil, penal e das definidas em normas específicas:

I – multa.

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Infrações Penais – Artigo 64, parágrafo único, do Código de Defesa doConsumidor

Deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumidores anocividade ou periculosidade de produtos cujo conhecimento sejaposterior à sua colocação no mercado:

Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de retirar

do mercado, imediatamente quando determinado pela autoridadecompetente, os produtos nocivos ou perigosos, na forma deste artigo.

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• O Código de Defesa do Consumidor é uma lei especial e não geral.

• Caráter geral

Objeto: produtos e serviços (ratione materiae)

• Lei Especial

Sujeitos: aplica-se somente aos consumidores e fornecedores nas suas

relações contratuais (ratione personae)

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2. Nos termos da jurisprudência vigente nesta Corte Superior, apesar de

mostrar-se inviável a inserção das regras do Código de Defesa do

Consumidor aos contratos de planos de saúde pelo sistema de

autogestão, às operadoras é imposta a observância do princípio da força

obrigatória do contrato regido pelo CC/2002, o qual disciplina, na

execução dos pactos, a aplicação da boa-fé objetiva. 7. Agravo interno

desprovido. (AgInt no REsp 1809914/ES, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO

BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 14/10/2019, DJe 22/10/2019)

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E os demais planos de saúde?

Súmula 608 do Superior Tribunal de Justiça

Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de

saúde, salvo os administrados por entidades de autogestão. (Súmula

608, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 11/04/2018, DJe 17/04/2018)

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Relação Jurídica de Consumo e seus Elementos

O que é relação jurídica e como ela se concretiza na relação de

consumo?

• Relação jurídica é toda relação da vida social que produz

consequências jurídicas

• Ela se concretiza na relação jurídica por meio do contrato, ou pela

existência do negócio jurídico entre consumidor e fornecedor.

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• Relação obrigacional

Relação Jurídica estabelecida entre o consumidor e o fornecedor por

meio de contrato.

Partes (consumidor e fornecedor)

Objeto (produto ou serviço)

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A lei (norma jurídica) estabelece um vínculo entre as pessoas que

participam da relação social. Se esse vínculo for criado pelo Direito,

estamos falando de “vínculo jurídico”).

“Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza

produto ou serviço como destinatário final.”

CONCEITO DE CONSUMIDOR

Artigo 2º da Lei n. 8.078/90

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PESSOA FÍSICA

• Pessoa física é todo ser humano enquanto indivíduo a partir de seu

nascimento com vida até a morte.

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PESSOA JURÍDICA

• Pessoa jurídica é a união de pessoas naturais, ou pessoas físicas,

reconhecidas pela ordem jurídica como sujeito de direitos e obrigações.

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Art. 2°, parágrafo único, do Código de Defesa do Consumidor

Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que

indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.

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PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. AÇÃO COLETIVA DE

CONSUMO. MINISTÉRIO PÚBLICO. LEGITIMIDADE ATIVA. EMPRÉSTIMOS

CONSIGNADOS. DESCONTOS ABUSIVOS EM FOLHA DE PAGAMENTO. [...] DIREITOS

INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS E DIFUSOS. [...] O interesse tutelado nesta "ação coletiva

de consumo", além de sua relevância social, transcende a esfera de interesses dos

efetivos contratantes, tendo reflexo em uma universalidade de potenciais

consumidores indetermináveis de plano, que podem, igualmente de forma sistemática

e reiterada, ser afetados pela prática apontada como abusiva, massificando o conflito.

(AgRg no REsp 932.994/RS, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA

TURMA, julgado em 15/09/2016, DJe 22/09/2016)

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