inconsciente cognitivo

Post on 15-Jun-2015

1.277 Views

Category:

Documents

5 Downloads

Preview:

Click to see full reader

TRANSCRIPT

O Inconsciente Cognitivo

Marco Callegaro

Instituto Catarinense de Terapia Cognitiva

Jeffrey Young em São Paulo

No início do século XX, Freud construiu uma

teoria sobre o inconsciente

Seu mérito foi essencialmente organizar e

desenvolver as idéias que estavam

circulando na literatura em um sistema

unificado.

Freud é o pai do conceito de

inconsciente dinâmico

Conjunto de hipóteses sobre a atividade

psíquica consciente e inconsciente

(metapsicanálise)

Expressões usadas na literatura sobre processos inconscientes:

“processos automáticos” (psicologia cognitiva) “memória implícita” (neurociências)

“módulos mentais” (psicologia evolucionista) “percepção subliminar” (psicologia social)

A expressão “inconsciente cognitivo” foi cunhada pelo psicólogo John Kihlstrom (1987) em um

artigo publicado na revista Science

Os conteúdos conscientes provêm do processamento de informações

Não estamos conscientes do processamento em si,

somente do resultado

Conceituação cientificamente testável Ampliando o inconsciente cognitivo

The New Unconscious Framework para processamento inconsciente

Hassin, R. R.; Uleman, J. S. & Bargh, J. A. The New Unconscious. Oxford: Oxford University Press, 2005.

Hassin Uleman Bargh

O livro Negro da Psicanálise: Viver e pensar melhor sem Freud

Organização de Catherine Meyer

(Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011)

A maior parte do processamento realizado pelo cérebro é inconsciente

Só temos acesso consciente a um resumo editado destas informações

Metáfora da mente como um Iceberg

Para Bargh (1994), os processos automáticos exibem quatro dimensões que não

necessariamente se sobrepõe, que chamou de

“Quatro cavaleiros da Automaticidade”:

1 - Falta de percepção consciente

2 - Ausência de intenção

3 - Ausência de esforço para execução do

comportamento

4 - Inabilidade de controlar o processo.

Charles Darwin

Evolução do sistema nervoso

Amígdala: controla sistema simpático

e também aciona reação hormonal de

luta ou fuga

“Uma amígdala hipersensível está associada com um padrão de vieses cognitivos negativos e crenças disfuncionais (que são

fatores de risco para o desenvolvimento de depressão).

Uma combinação de amígdala hiper-reativa e regiões prefrontais hipoativas estão associadas com avaliação cognitiva negativa e

ocorrência de depressão (Beck, 2008)

Para muitos deprimidos, ocorre uma ativação excessiva do sistema do estresse em resposta a avaliações

distorcidas (Beevers, 2005)

Excesso de ativação do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal e hipersecreção de cortisol tipicamente observada em

pacientes deprimidos (Parker, Schatzberg & Lyons, 2003; Gotlib et. al., 2008)

As interpretações da situações de vida são fundamentais para determinar a excitação do

sistema do estresse, e distorções na percepção das relações humanas são uma fonte importante

de eventos potencialmente estressantes.

Estudo revelou um aumento da ativação do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal e de secreção de cortisol

nos sujeitos que eram expostos a situações de laboratório avaliadas como ameaças de rejeição social

(Dickerson & Kemeny, 2004)

O estresse produzido pelo exagero na avaliação das situações estressantes deixa o eixo hipotálamo-pituitária-adrenal mais

ativado, aumentando a secreção de cortisol e atividade límbica, que passa a predominar sobre a função frontal.

O desbalanço entre as funções frontais diminuídas e a atividade aumentada da amígdala que leva a um déficit no teste de

realidade do sujeito e da capacidade de reavaliar cognições negativas

Um estudo com pacientes deprimidos revelou que todos tinham função prefrontal reduzida, e mais da metade apresentava atividade aumentada da

amígdala (Siegle et al., 2007)

Os processos prefrontais de reavaliação dos estímulos estão deficientes em

deprimidos, o que ressalta a importância da terapia cognitiva ao estimular

avaliações mais realistas neste transtorno

Amígdala de pacientes depressivos apresenta elevada atividade, ocasionando vieses na avaliação e interpretação de estímulos emocionalmente

carregados, e até mesmo na expectativa de estímulos ameaçadores

(Siegle et al., 2007; Johnstone et. al., 2007; Abler et. al., 2007)

No modelo cognitivo expandido (Beck, 2008), a hiper-reatividade da amígdala é apontada como o correlato

neural para os vieses cognitivos negativos encontrados em depressivos, causando a secreção massiva de

hormônios de estresse como cortisol que é observada nestes pacientes (Abler et. al., 2007).

O foco seletivo nos aspectos negativos da experiência resulta nas distorções cognitivas

como personalização, supergeneralização e exagero

formação de atitudes disfuncionais em relação a

visão do self

(sou inaceitável, inadequado)

Diferenças entre o sistema do Hipocampo e Córtices Superiores e sistema da Amígdala

Sistema da Amígdala:

Inconsciente (memória implícita)

Rápido (via rápida tálamo-amígdala)

Automático (avaliação de perigo aciona emoções e reações corporais)

Permanente (memórias resistentes à extinção)

Representações simples e cruas do mundo (não faz discriminações finas)

Antigo (conserva-se ao longo da evolução)

Sistema do Hipocampo/Córtex

Consciente (memória explícita)

Lento (via mais lenta tálamo-córtex)

Flexibilidade de resposta mediada pela reflexão e escolha consciente

Maior transitoriedade e facilidade de esquecimento com o tempo

Representações mais detalhadas e acuradas do mundo

Mais recente na evolução

Processamento Consciente Processamento Inconsciente

No início da terapia, é necessário esforço e atenção consciente

Com o treinamento cognitivo, os novos padrões de atribuição de significado vão se tornando

inconscientes

O treinamento com técnicas cognitivas vai mudando o circuito neural de processamento

esquemático, permitindo que o cérebro executivo do córtex pré-frontal

reavalie as situações.

A repetição do processamento nestas vias diferentes cria novos hábitos mentais, onde

automatismos mais funcionais substituem os esquemas desadaptativos.

Exemplo clínico 1

Enfrentamento da Ruminação

Técnicas cognitivas treinam a capacidade de monitorar e interromper padrões repetitivos ruminativos de avaliação distorcida e buscar

interpretações alternativas mais realistas

Uso de técnica de Solução de problemas

Exemplo clínico 2

Descatastrofização

Técnicas cognitivas treinam a capacidade de reestruturar padrões de avaliação distorcida

catastróficas

Uso de técnicas que reavaliam probabilidade de ocorrência de eventos temidos

Obrigado pela atenção!

www.ictc.com.br

marco@ictc.com.br

top related