histórico das escolas biogeográficas

Escola Dispersionista

Biogeografia histórica

Dispersão

Dispersão

Dispersionismo

Uma espécie surge num centro de origem e

depois se espalha para novas localidades

Dispersionismo pré-evolutivo

Domínio absoluto do criacionismo e do fixismo. A Teologia Natural permeia a

Biologia.

Dispersionismo pré-evolutivo

• Pontos de origem:

• Jardim do Éden

• Monte Ararat

O que o dispersionismo pré-evolutivo explica?

• A existência e distribuição dos seres vivos

• A correlação entre biota e ambiente por afinidade climática

• Mas como então animais se deslocaram até novos continentes?

Teriam sido transportados por anjos...

O que é uma explicação científica?

• Precisa ser testável

• Precisa ser falseável

• Precisa ser mensurável

• Anjos não se aplicam

Ok, mas...

• Como explicar as evidências de evolução?

• Decadência da Teologia Natural

• Derrubada do fixismo

• Propagação da evolução por seleção natural

• Não dependia de seres fantásticos para a dispersão

Dispersionismo pós-evolutivo

Novas espécies evoluem num centro de origem e de lá dispersam para

locais de menor competição.

A Terra não foi sempre como a vemos hoje.

Centro de Origem

1. Maior diversidade

2. Maior abundância

3. Presença dos ancestrais

4. Maiores indivíduos

5. Estabilidade ambiental

6. Centro de rotas de migração

7. Abundância de habitats

8. Afinidade Geográfica

9. Alelos dominantes

10. Distribuiçõessobrepostas

Centro de Origem

Como dispersar?

• Balsas (rafts)

• Pontes (land bridges)

• Trampolins (stepping stones)

Rafts

Land Bridges

Stepping Stones

O que o dispersionismo pós-evolutivo explica?

• Por que os animais habitam lugares diferentes

• A correlação entre biota e ambiente por afinidade climática

• Como os organismos se dispersam

Dispersionismo

1- Centro de Origem

2- Especiação

3- Dispersão

Escola Pan-biogeográfica

Biogeografia histórica

Na aula passada vimos...

1- Centro de Origem

2- Especiação

3- Dispersão

Ok, mas...

• Por que todos os indivíduos da nova espécie emigram?

• Onde estão os vestígios dos stepping stonesou das land bridges?

Vicariância

Isolamento reprodutivo de uma população causado por uma barreira

Vicariância

1- Situação original

2- Isolamento reprodutivo

3- Especiação

Dispersão x Vicariância

Leon Croizat

• Pai da vicariância

• Botânico franco-italiano

• Exilou-se nos EUA durante a 2ª guerra

• Trocou Harvard pela Venezuela

• Combateu o dispersionismo

• Falaceu em 1984

• Pai da Pan-Biogeografia

Pan-biogeografia

• Espécies surgem em novos locais, não se dispersam

• A Terra está em transformação

• Traços individuais

• Traços generalizados

Traços individuais

Traços generalizados

Distribuição descontínua

Ancestral de ampla distribuição que foi

extinto em determinada região.

Uma Terra em transformação

• Croizat considerava que a vida evolui junto com a Terra

• Traços generalizados - transformações geológicas

• Previsões teóricas e evidências empíricas dos movimentos da crosta terrestre

Poder de previsão na Ciência

• Um dos pontos fortes da ciência é nos permitir prever fenômenos

• Modelos explicativos mais exatos fazem previsões mais precisas

• Quem sabe um dia evidências empíricas não corroboram suas previsões?

Poder de previsão na Ciência

O que a pan-biogeografia explica?

• Por que os animais habitam lugares diferentes

• A correlação entre biota e ambiente por afinidade climática

• Que a dispersão não existe, por isso não ficam indivíduos para trás nem há vestígios das conexões

• Que as barreiras surgem antes da especiação

Escola Cladística

Biogeografia histórica

Na aula passada vimos...

• Que a vicariância é o principal mecanismo de distribuição das espécies

• Que a vida evolui junto com a Terra

• Que a evolução se dá através de linhas (traços) generalizadas

Ok, mas...

• Se a evolução é o processo dominante, como a especiação ocorreria de forma linear?

• Como incluir na pan-biogeografia as novidades da sistemática filogenética?

Biogeografia cladística

• Novos teóricos propunham uma análise da evolução de forma quantitativa e polarizada por um ancestral

• Nesse panorama a evolução ocorre por dicotomias, nunca em linha

• Teóricos começaram a montar cladogramas de áreas juntos aos de espécies.

Calycophyllum spp

Calycophyllum 1 2 3 4

C. spruceanum 0 0 0 1

C. candidissimum 0 0 1 1

C. multiflorum 0 1 1 1

C. degamei 1 1 1 1

Calycophyllum spp

Calycophyllum 1 2 3 4

C. spruceanum 0 0 0 1

C. candidissimum 0 0 1 1

C. multiflorum 0 1 1 1

C. degamei 1 1 1 1

Cebus spp.

Cebus 1 2 3 4

C. apella 0 0 0 0

C. kaapori 0 0 0 1

C. nigritus 0 0 1 1

C. libidinosus 0 1 1 1

Cebus spp.

Cebus 1 2 3 4

C. apella 0 0 0 0

C. kaapori 0 0 0 1

C. nigritus 0 0 1 1

C. libidinosus 0 1 1 1

Scarabeus spp.

Scarabeus 1 2 3 4

S. typhon 0 0 0 1

S. sacer 0 0 1 1

S. jalof 0 1 1 1

S. catenatus 0 1 1 1

Scarabeus spp.

Scarabeus 1 2 3 4

S. typhon 0 0 0 1

S. sacer 0 0 1 1

S. jalof 0 1 1 1

S. catenatus 0 1 1 1

Áreas

C. degameiC. libidinosusS. catenatus

C. multiflorumC. nigritusS. jalof

C. candidissimumC. kaaporiS. sacer

C. spruceanumC. apellaS. typhon

Hoje

T-1

T-2

T-3

Áreas

Biogeografia cladística

• As mudanças na Terra refletem as mudanças na vida

• Croizat estava certo, pelo menos em parte

• O padrão de evolução não é linear, mas ramificado como uma árvore

Cladogramas de área

Cladogramas de área

O que a biogeografia cladística explica?

• Por que os animais habitam lugares diferentes

• A correlação entre biota e ambiente por afinidade climática

• Que a dispersão não existe, por isso não ficam indivíduos para trás nem há vestígios das conexões

• Que as barreiras surgem antes da especiação

• Como a cladística pode ajudar a entender a natureza irradiativa da evolução

Ok, mas...

• É difícil encontrar furos num paradigma vigente, mas é assim que a ciência progride

• É provável que na carreira de vocês a biogeografia cladística caia

• Enquanto isso não ocorre, vamos estudá-la um pouco mais...

O caráter auto-corretivo da Ciência

• A Ciência progride encontrando furos em paradigmas passados

• Um paradigma muito furado é substituído por um novo

• Bons cientistas devem estar abertos a novas evidências