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PROCEDIMENTOS PARA IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO NO ESTADO DE GOIÁS PROJETO AGET01/03 Referente a Definição de Áreas Prioritárias para Conservação do Estado de Goiás, Brasil Consórcio Imagem - WWF Brasil DEZEMBRO 2004

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PROCEDIMENTOS PARA IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS

PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO NO ESTADO DE

GOIÁS

PROJETO AGET01/03

Referente a

Definição de Áreas Prioritárias para Conservação do Estado de Goiás, Brasil

Consórcio Imagem - WWF Brasil

DEZEMBRO 2004

PROCEDIMENTOS PARA IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS

PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO NO ESTADO DE

GOIÁS

REVISÃO DATA EMISSÃO

DESCRIÇÃO ELABORADO POR

APROVADO POR

0 06/12/2004 EMISSÃO INICIAL IMAGEM CONSÓRCIO IMAGEM-WWF

1 07/12/2004 REVISÃO GERAL DO DOCUMENTO IMAGEM CONSÓRCIO IMAGEM-WWF

PROCEDIMENTOS PARA IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO NO ESTADO

DE GOIÁS

LISTA DE DISTRIBUIÇÃO ORGANIZAÇÃO RESPONSÁVEL ORGANIZAÇÃO RESPONSÁVEL ORGANIZAÇÃO RESPONSÁVEL IMAGEM GABRIELA

IPPOLITI AGMA SANDRA

REZENDE AGETOP MÁRCIO

RESENDE

PROCEDIMENTOS PARA IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS

PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO NO ESTADO DE

GOIÁS

SUMÁRIO 1- Introdução .....................................................................................................................................1 2. Avanços na priorização de áreas para a conservação da biodiversidade – o caso de Goiás ....................................................................................................................................................3 3 . Critérios para identificação das áreas prioritárias para conservação...................................5 4. Algoritmo de identificação de áreas potenciais ........................................................................7 5. Calculo da insubstituibilidade ......................................................................................................8 6. Unidades de planejamento .............................................................................................................11 7. Alvos de conservação .................................................................................................................12

7.1 Unidades biogeográficas e ambientais ..............................................................................13 7.1.1 Metas de conservação para UFGs e áreas alagáveis .........................................14 7.1.2 Priorização dos alvos de conservação –UFGs e áreas alagáveis ............................15

7.2 Espécies..................................................................................................................................15 7.2.1 Metas de conservação para as espécies-alvo......................................................17 7.2.2 Priorização dos alvos de conservação –espécies ................................................18 7.3 Preparação da base de dados C-Plan .......................................................................18

8. Análise de ameaças e oportunidades.......................................................................................19 8.1 Custos .....................................................................................................................................20 8.2 Calculo da superfície de custo consolidada .................................................................23

9. Seleção, categorização e priorização das áreas potenciais ..................................................24 10. Critérios de pós-seleção...........................................................................................................26 11. Referências ................................................................................................................................28 12. Anexo ..........................................................................................................................................31

PROCEDIMENTOS PARA IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS

PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO NO ESTADO DE

GOIÁS

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1- Introdução

O estado de Goiás possui aproximadamente 0,9% de sua área em Unidades de Conservação

(UC) de Proteção Integral, e 3,5% em UCs de Uso Sustentável, incluindo Áreas de Proteção

Ambiental (APAs). Não existem dados sobre a taxa de conversão de vegetação nativa em áreas

agrossilvipastoris na escala de trabalho (1:250.000) adotada por projeto de modo a caracterizar a

velocidade com que a perda de habitat tem ocorrido no Estado.

O plano de recuperação de rodovias de Goiás sob a responsabilidade da Agência Goiana de

Transportes e Obras (AGETOP), financiado através de um empréstimo do Banco Mundial, tem forte

preocupação com o componente ambiental, devido à necessidade de satisfazer critérios do

desenvolvimento sustentável na manutenção do sistema de rodovias. Este componente, de acordo

com o Termo de Acordo 278/2001, firmado entre a AGETOP e a Agência Goiana de Meio Ambiente

(AGMA), abrange as seguintes considerações:

a) Um projeto para a identificação de áreas prioritárias para a conservação ambiental, com

o propósito de identificar e definir limites para áreas susceptíveis e ecologicamente

importantes, que devem ser alvo de políticas de conservação, a fim de assegurar a

manutenção da biodiversidade no longo prazo, a proteção de espécies ameaçadas e a

conservação dos recursos naturais;

b) Um projeto para a delimitação e implementação de serviços ambientais relevantes

dentro da nova área protegida, de acordo com as prioridades de conservação

mencionadas acima;

c) Um projeto de fortalecimento institucional para a Agência Ambiental de Goiás (AGMA).

A coordenação e supervisão deste projeto, como estabelecido no acordo de empréstimo

firmado entre a AGMA e o Banco Mundial, são de responsabilidade da AGMA.

O componente a. identificação de áreas prioritárias para a conservação ambiental no Estado

de Goiás é o objeto da “Letter of Invitation N.º 357 / 2002 Consultant Services for

Identification of Priority Environmental Conservation Areas in the State of Goiás –

Brazil”. A partir da integração de uma série de planos de informações em um banco de dados

geocodificados, as áreas prioritárias para conservação ambiental serão identificadas através da

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PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO NO ESTADO DE

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aplicação de análises espaciais e métodos de modelagem, subsidiando a criação e implementação

de novas unidades de conservação no estado de Goiás.

Este documento descreve os métodos utilizados na definição de áreas prioritárias para a

conservação no Estado de Goiás. Ele tem como base o item 3.6 da carta convite acima mencionada

onde uma série de parâmetros básicos são definidos.

A partir desse conjunto de princípios, o WWF-Brasil em colaboração com o CI-Brasil procurou

atualizar o paradigma do projeto para acompanhar os mais recentes desdobramentos do

planejamento sistemático da conservação. A idéia basilar é adotar métodos de modelagem multi-

objetivo para prover os gestores ambientais do estado de Goiás de um sistema dinâmico de

informações capaz de criar diferentes cenários de conservação ao invés de um mapa estático de

prioridades de conservação. Para dar conta da dinâmica espaço-temporal do uso das terras bem

como dos conflitos entre diferentes visões sobre o ordenamento da ocupação de um território é

necessário mapear as opções de conservação bem como analisar as conseqüências de cada

eventual tomada de decisão.

Nesse contexto, a seleção e o desenho de redes de unidades de conservação, bem como a

implementação das respectivas ações de conservação, tem se beneficiado muito da adoção de

métodos quantitativos para integrar dados de diferentes naturezas e o conhecimento de

especialistas em sistemas de suporte à decisão.

A estrutura de planejamento da conservação da biodiversidade tem evoluído no sentido de

integrar perspectivas políticas, econômicas, biológicas e territoriais nesses modelos multi-objetivos.

Ao invés de planos de conservação, diagnósticos ou visões de biodiversidades ecorregionais

distintos para ecossistemas terrestres, fluviais ou marinhos, a promoção da conservação da

biodiversidade tem de ser abrangente abarcando diferentes tipos de recursos naturais e serviços

ecológicos em abordagens integradas para gerar informações e apoiar o processo de tomada de

decisão. Lidar com esses alvos de conservação múltiplos é uma tarefa complexa e requer o uso de

diferentes tipos de modelagem para indicar a melhor solução em termos de alocação de recursos

para conservação. Em última instancia, esses modelos de decisão multi-critérios tem de integrar

módulos sobre ecologia de paisagens e ecossistemas, distribuição de comunidades e espécies,

crescimento urbano, macro-economia e mudanças climáticas.

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Desse modo, a conservação da biodiversidade requer uma abordagem muito mais ampla e

profunda, superando o paradigma da seleção de áreas prioritárias com um planejamento de toda a

conservação na escala da paisagem. Tomadores de decisão e diferentes partes interessadas

precisam de muito mais informações confiáveis sobre os impactos e vantagens de diferentes ações

de manejo em diferentes cenários de ocupação territorial.

2. Avanços na priorização de áreas para a conservação da biodiversidade – o caso de Goiás

A identificação de áreas prioritárias para a conservação é um exercício voltado para o

reconhecimento daqueles locais ou regiões que possuem atributos naturais bastante expressivos e

por vezes únicos. A mensuração desses atributos normalmente se faz pelo registro de espécies ou

ecossistemas ameaçados pela ocupação humana. Dentro dessa perspectiva, as áreas prioritárias

são aqueles locais que combinam pelo menos duas características: 1. alta concentração de espécies

ou ecossistemas únicos e 2. alta pressão antrópica.

No Brasil, o reconhecimento de áreas prioritárias para a conservação já ocorreu em diversas

ocasiões e regiões. Podem ser citados os exemplos das áreas prioritárias para a conservação da

Amazônia, realizado em 1990; áreas prioritárias para a conservação da Mata Atlântica do Nordeste,

realizado em 1993; e o conjunto de seminários que definiram as áreas prioritárias para os biomas

no Brasil (Brasil 2002). Alguns estados, como Minas Gerias e Pernambuco, chegaram a definir as

suas áreas prioritárias, em uma espécie de detalhamento e refinamento das áreas definidas

nacionalmente. Todos os casos citados acima utilizaram basicamente a mesma metodologia

(detalhada em Olivieri et al. 1993), que consiste na seleção dos alvos de conservação (na maioria

dos casos espécies endêmicas e ameaçadas de extinção), compilação de dados sobre a distribuição

dessas espécies, realização de um seminário de consulta a especialistas e a publicação dos

resultados, onde cada área prioritária identificada é acompanhada de algumas ações de

conservação sugeridas pelos participantes do exercício. A metodologia tradicional de organização

do exercício de priorização prevê que cada grupo temático (grupos taxonômicos como mamíferos,

aves, répteis, anfíbios, peixes, invertebrados; outros grupos como socioeconomia,unidades de

conservação, meio físico, etc) realize um exercício intermediário que será posteriormente integrado

com os resultados dos demais grupos. Ao final do exercício, cada área prioritária é categorizada em

níveis diferenciados de importância (‘extremamente alta’, ‘muito alta’, ‘alta’, e assim por diante).

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Tais exercícios, embora sejam amplamente difundidos e utilizados em várias partes do

mundo, apresentam algumas deficiências que podem comprometer a utilização dos resultados.

Como normalmente as áreas prioritárias balizam as políticas públicas de conservação, como criação

de unidades de conservação, realização de pesquisas e inventários, limitação dos usos da terra, é

importante que as limitações da metodologia sejam corrigidas e aprimoradas. Pelo menos três

principais deficiências da metodologia de priorização tradicional podem ser destacadas:

(a) a classificação das áreas prioritárias é freqüentemente muito subjetiva,

(b) a integração dos resultados dos grupos temáticos no resultado final é igualmente subjetiva e

(c) a classificação das áreas é estática ao longo do tempo.

No caso do estado de Goiás, o exercício de priorização procurou contornar ou solucionar essas

três deficiências acima apontadas de modo a chegar ao mesmo tipo de resultado das diversas

priorizações já realizadas a partir da adoção de procedimentos mais transparentes e mais

atualizados.

Considerando a primeira deficiência (item a, acima), normalmente não são empregados

métodos quantitativos na classificação da importância das áreas prioritárias. No caso de Goiás,

adotou-se o conceito e a abordagem das áreas insubstituíveis (Pressey et al. 1994), que são

estimativas estatísticas do grau de importância de uma área para o cumprimento de metas de

conservação previamente definidas, id est a conservação das espécies e ecossistemas ameaçados

em Goiás (vide item 0.

5. Calculo da insubstituibilidade). Essa abordagem reduz a subjetividade da classificação das

áreas.

A segunda deficiência citada (item b, acima) surge quando as áreas prioritárias são definidas

separadamente para cada grupo temático e depois é feita uma integração das diferentes propostas

produzidas. Obviamente a delimitação e a localização das áreas prioritárias para, por exemplo, aves

e mamíferos podem diferir muito e qualquer tentativa de integração dessas propostas normalmente

agrega uma boa dose de subjetividade, pois há que ser buscado um consenso entre as propostas.

No caso de Goiás esse problema foi resolvido por meio da padronização das unidades de análise do

exercício. Tanto as espécies quanto os ecossistemas foram representados em uma grade regular

formada por hexágonos regulares (vide item 0 Nessa forma de medida de insubstituibilidade a

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inclusão de um sítio x em uma combinação representativa afeta o calculo da insubstituibilidade

mesmo que o sítio não contribua criticamente para atingir as metas. Para superar esse efeito de

redundância, que aumenta com a ampliação do tamanho da combinação, a forma de medir a

insubstituibilidade de um sitio x foi aperfeiçoada. O conjunto B (combinações representativas que

incluem x) foi subdividido nas combinações que deixariam de ser representativas se o sítio x for

removido da combinação (subconjunto C na Figura 2) e nas combinações que continuariam

representativas após a remoção de x, id est combinações nas quais x é redundante. Desse modo, o

calculo da insubstituibilidade para o sítio x é obtido pela divisão do número de combinações

representativas que incluem x, mas não seriam mais representativas após sua remoção pelo

número total de combinações representativas:

O calculo real da insubstituibilidade para bases de dados regionais (especificamente os

conjuntos C e E na Figura 2) é feito por métodos estatísticos para contornar o problema da

explosão combinatória (Ferrier et al., 2000)

O índice de insubstituibilidade auxilia o planejamento da conservação ao indicar áreas

indispensáveis para atingir as metas a partir das quais podem ser agrupados sítios com menor

insubstituibilidade. É um fator importante a ser considerado conjuntamente com outros como

parâmetros espaciais associados ao design de uma paisagem favorável a conservação

(conectividade, tamanho, forma, etc) ou parâmetros culturais, socioeconômicos e políticos.

Todos os cálculos no C-Plan são baseados em uma matriz de sítios por atributos e

determinados pelas metas de conservação associadas a cada um dos atributos selecionados para

serem objeto de algum tipo de manejo de conservação (por exemplo, número de ocorrências das

espécies, área de cada tipo de ecossistema, etc). Desse modo os padrões de insubstituibilidade de

uma região são susceptíveis as metas fixadas para cada atributo, ou seja, valores elevados irão

aumentar a insubstituibilidade dos sítios, reduzindo as opções espaciais para alcançar as metas.

O sistema possibilita um tratamento dinâmico do planejamento da conservação na medida

em que permite que a representatividade do sistema de manejo para a conservação seja

recalculada cada vez que um ou mais sítios são alocados a alguma forma de manejo. Desse modo o

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efeito das decisões em termos de redução de áreas ou localidades necessárias para atingir as

metas de conservação pode ser facilmente determinado.

6. Unidades de planejamento). Assim, o processo de integração ficou extremamente

facilitado e automático, pois a importância de cada hexágono para a conservação é resultante de

uma combinação das importâncias de cada alvo de conservação, o equivalente aos grupos

temáticos.

Por fim, a questão da falta de dinamismo dos exercícios anteriores de priorização, onde o

sucesso de conservação obtido em uma área não é incorporado no sistema (a não ser que se

realize um novo seminário e os especialistas sejam novamente convidados) e não chega a

influenciar o status das demais áreas (falta de complementaridade), foi resolvida no caso de Goiás

pela adoção de programas de suporte ao processo de tomada de decisão. Foram utilizados dois

programas básicos: C-Plan (Conservation Planning Software - New South Wales, 2001) e Marxan

(Ball & Possingham, 2000) que permitem a criação de cenários de conservação a partir da

incorporação (ou simulação) dos sucessos de conservação conseguidos nas áreas prioritárias.

3 . Critérios para identificação das áreas prioritárias para conservação

As abordagens tradicionalmente usadas para seleção de áreas prioritárias caracterizam-se

muitas vezes por critérios como terras com baixo potencial agrossilvipastoril, propósitos turísticos,

paisagens de grande beleza cênica, proteção de recursos hídricos, pressão de grupos de interesse e

proteção de espécies raras ou ameaçadas.

A conseqüência desse tipo de processo é normalmente um sistema de unidades de

conservação de baixa eficiência que contribui pouco para a representar os padrões de

biodiversidade regional, tornando alguns aspectos da biodiversidade super-representados e

desconsiderando alvos de conservação na seleção das áreas.

Ao invés disso, este método procura promover a identificação e seleção eficiente de um

conjunto de áreas prioritárias com potencial para a proteção de diferentes aspectos da

biodiversidade (espécies, habitats, paisagens, processos ecológicos). Ao invés de acumulação do

máximo possível de área em unidades de conservação, a idéia é dispor dos recursos financeiros

escassos de forma eficiente para estabelecer um sistema de unidades de conservação que

contribua para atingir metas de conservação com o mínimo impacto sobre outros tipos de ocupação

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do território, minimizando os conflitos com diferentes grupos de interesse, e construindo mosaicos

de unidades de conservação ao invés de unidades isoladas.

A seleção e desenho das áreas nesses moldes devem seguir critérios abrangentes de

conservação da biodiversidade:

Representatividade regional – representação abrangente da biodiversidade;

Funcionalidade – promoção da persistência no longo prazo dos alvos de conservação

mantendo sua viabilidade e integridade ecológica;

Eficiência – máxima proteção da biodiversidade com um sistema de unidades de

conservação com o menor número de unidades possível e com uma boa relação

área/proteção;

Complementaridade – incorporação de novas áreas ao sistema já existente, seguindo o

princípio de maximizar o número de alvos de conservação atingidos;

Flexibilidade – alvos de conservação podem ser atingidos por diversas combinações de áreas

prioritárias;

Insubstituibilidade – identificação de áreas indispensáveis para atingir os alvos de

conservação, considerando suas contribuições potenciais para a meta de representação e o

efeito de sua indisponibilidade sobre as outras opções para atingir os alvos conservação.

Os critérios especificamente mencionados no termo de referencia desse projeto são:

a) diversidade de paisagens e formações vegetais (fisionomias);

b) dimensão dos fragmentos de vegetação natural, assumindo que a diversidade de

espécies e tamanhos das populações correspondem à dimensão desses habitats;

c) proximidade entre os fragmentos de vegetação, assumindo que habitats contínuos ou

conectados são preferíveis;

d) preferência por blocos de vegetação que incluam bacias hidrográficas, mananciais,

córregos primários, etc;

e) distância dos fragmentos de vegetação natural em relação aos centros urbanos, regiões

agroindustriais, agricultura e pecuária intensivas, assumindo que os habitats que não

sejam cortados por estradas ou que tenham acesso difícil são preferíveis e mais

adequados para a conservação;

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f) sobreposição ou proximidade dos fragmentos de vegetação natural com corredores

ecológicos e áreas prioritárias para a conservação (PROBIO Cerrado-Pantanal),

previamente indicadas pelo Ministério do Meio Ambiente, de acordo com os seguintes

critérios: endemismo, riqueza específica, espécies raras ou ameaçadas e a ocorrência de

fenômenos geológicos ou geoquímicos relevantes.

Esse processo de seleção de áreas prioritárias também deve incorporar alguns aspectos

fundamentais tais como:

Avaliação de ameaças;

Grau de vulnerabilidade a perda da biodiversidade;

Análise de custo/benefício entre proteção da biodiversidade e disponibilidade de recursos

físicos e humanos;

Clareza e objetividade;

4. Algoritmo de identificação de áreas potenciais

A identificação das áreas prioritárias será feita através de análises dos dados temáticos em

um processo composto pelas seguintes etapas (vide Figura 1): 1. identificação de alvos de

conservação; 2. processamento e análise das informações disponíveis; 3. análise de

representatividade das unidades de conservação existentes; 4. definição de metas de conservação;

5. avaliação da viabilidade dos alvos de conservação; 6. seleção e delineamento de uma rede de

unidades de conservação 7. análise de ameaças e definição de prioridades. Todo esse processo é

mediado por uma constante revisão por pares, especialmente nas etapas 1, 3, 6 e 7.

O WWF-Brasil e CI-Brasil têm incorporado nas suas ações de planejamento da conservação

métodos para integrar abordagens baseadas em sistemas de suporte a decisão com o

conhecimento de especialistas. O foco de ferramentas como Sites, C-Plan, Marxan e BioRap está

em uma estrutura de conservação da biodiversidade orientada para áreas protegidas. Os resultados

esperados desse processo são uma melhoria da identificação e delineamento de redes de unidades

de conservação, bem como da implementação de ações de conservação.

O uso de sistemas de suporte a decisão como base para o planejamento da conservação da

biodiversidade tem se difundido rapidamente (Cowling et al. 2003, Margules & Pressey 2000,

Possingham et al. 2000, Pressey 1998). O uso desse tipo de ferramenta associado ao conhecimento

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Figura 1. Fluxograma simplificado do processo de analise para identificação de áreas prioritárias para conservação no estado de Goiás.

dos especialistas sobre o bioma Cerrado permite indicar cenários espaciais alternativos para atingir

os alvos de conservação definidos.

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5. Calculo da insubstituibilidade

O sistema de suporte à decisão a ser adotado nesse projeto é Conservation Planning

Software (Programa de Planejamento para Conservação) ou C-Plan (New South Wales, 2001),

conjugado ao MARXAN (Ball & Possingham, 2000). Trabalhando acoplado com um sistema de

informações geográficas, ele mapeia as opções para atingir metas de conservação em uma região,

fornecendo aos usuários a possibilidade de simular decisões sobre áreas e formas de manejo para

conservação e avaliar as conseqüências de diferentes opções.

Esse aplicativo tem como finalidade primordial gerar informações em tabelas, mapas ou

gráficos para subsidiar o processo de tomada de decisão sobre a conservação de atributos

selecionados (por exemplo, espécies ou ecossistemas) no processo de planejamento. Essas

informações podem ser:

1. as características de cada sítio da região sob análise em termos dos atributos selecionados;

2. conjuntos de sítios com diferentes combinações de características;

3. avaliação da representatividade de decisões sobre conservação tomadas previamente em função

das metas de conservação selecionadas e

4. as razões associadas a essas decisões prévias.

C-Plan também calcula e mapeia a insubstituibilidade de cada sítio na região como forma de

avaliar a sua contribuição para atingir as metas de conservação estabelecidas para diferentes tipos

de atributos.

Sítios com alta insubstituibilidade têm poucas ou nenhuma alternativa em termos de

conservação e são mais importantes para alcançar as metas, ao contrário daqueles com baixa

insubstituibilidade que por terem muitos substitutos não são relativamente importantes para as

metas.

A definição de insubstituibilidade seria uma medida da contribuição de um sítio para a

consecução das metas de conservação estabelecidas, considerando-se o contexto da região

analisada (Pressey et al. 1994). Em outras palavras, seria a probabilidade de um determinado sítio

ter de ser protegido para atingir um determinado conjunto de metas.

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A insubstituibilidade de um sítio pode ser medida como a proporção de todas as

combinações representativas dos sítios nas quais esse sítio ocorre.

Tomando como exemplo uma situação na qual um sistema de áreas protegidas seria

formado através da seleção de uma combinação de n sítios de um total de t sítios. O número, C, de

possíveis combinações de tamanho n pode ser definida pelo coeficiente binomial:

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( )!!!

ntntC−

=.

Desse conjunto de todas as combinações possíveis, apenas um subconjunto de combinações

contribuiria para atender o principio de representatividade abrangente da biodiversidade (conjunto

A na Figura 2). Essas são as combinações que permitem atingir as metas de proteção para todos os

alvos selecionados. As combinações remanescentes não-representativas falham em atender as

metas para um ou mais alvos. Para um dado sítio x, o conjunto de combinações representativas

pode ser subdividido em dois subconjuntos, um contendo combinações que incluem o sítio x

(conjunto B na Figura 2) e o outro com as combinações que não incluem x. A insubstituibilidade de

x é calculada através da divisão do número de combinações representativas que incluem x

(conjunto B) pelo total de combinações representativas (conjunto A).

Figura 2. Conjuntos de combinações de sítios empregados para medir a insubstituibilidade de um dado sítio x.

Nessa forma de medida de insubstituibilidade a inclusão de um sítio x em uma combinação

representativa afeta o calculo da insubstituibilidade mesmo que o sítio não contribua criticamente

para atingir as metas. Para superar esse efeito de redundância, que aumenta com a ampliação do

tamanho da combinação, a forma de medir a insubstituibilidade de um sitio x foi aperfeiçoada. O

conjunto B (combinações representativas que incluem x) foi subdividido nas combinações que

PROCEDIMENTOS PARA IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS

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deixariam de ser representativas se o sítio x for removido da combinação (subconjunto C na Figura

2) e nas combinações que continuariam representativas após a remoção de x, id est combinações

nas quais x é redundante. Desse modo, o calculo da insubstituibilidade para o sítio x é obtido pela

divisão do número de combinações representativas que incluem x, mas não seriam mais

representativas após sua remoção pelo número total de combinações representativas:

O calculo real da insubstituibilidade para bases de dados regionais (especificamente os

conjuntos C e E na Figura 2) é feito por métodos estatísticos para contornar o problema da

explosão combinatória (Ferrier et al., 2000)

O índice de insubstituibilidade auxilia o planejamento da conservação ao indicar áreas

indispensáveis para atingir as metas a partir das quais podem ser agrupados sítios com menor

insubstituibilidade. É um fator importante a ser considerado conjuntamente com outros como

parâmetros espaciais associados ao design de uma paisagem favorável a conservação

(conectividade, tamanho, forma, etc) ou parâmetros culturais, socioeconômicos e políticos.

Todos os cálculos no C-Plan são baseados em uma matriz de sítios por atributos e

determinados pelas metas de conservação associadas a cada um dos atributos selecionados para

serem objeto de algum tipo de manejo de conservação (por exemplo, número de ocorrências das

espécies, área de cada tipo de ecossistema, etc). Desse modo os padrões de insubstituibilidade de

uma região são susceptíveis as metas fixadas para cada atributo, ou seja, valores elevados irão

aumentar a insubstituibilidade dos sítios, reduzindo as opções espaciais para alcançar as metas.

O sistema possibilita um tratamento dinâmico do planejamento da conservação na medida

em que permite que a representatividade do sistema de manejo para a conservação seja

recalculada cada vez que um ou mais sítios são alocados a alguma forma de manejo. Desse modo o

efeito das decisões em termos de redução de áreas ou localidades necessárias para atingir as

metas de conservação pode ser facilmente determinado.

6. Unidades de planejamento

As unidades de planejamento (UPs), definidas como subdivisões a priori da paisagem

(Pressey & Logan, 1998), representam a unidade básica de alocação de território. O formato

PROCEDIMENTOS PARA IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS

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adotado foi hexagonal e o tamanho 10.000 hectares, compatíveis com a escala de trabalho do

projeto (1:250.000), gerando um total de 3732 UPs (Figura 3 – Anexo). Essa dimensão foi definida

em acordo com a premissa de que esse valor seria um modulo (1/10) adequado para a constituição

de unidades de conservação com um tamanho mínimo de 100.000 ha, compatível com a viabilidade

em termos de conservação. Além disso, considerou-se como parâmetro para a definição do

tamanho da UP gerar um número de unidades computacionalmente viável para as ferramentas de

suporte à decisão e compatíveis com os propósitos desse processo de identificação de áreas

prioritárias.

O plano de informação das unidades de planejamento foi formado por essa grade de células

arbitrarias combinada com as unidades de conservação existentes. No caso das unidades de

proteção integral, a sua exata configuração foi utilizada como unidade de planejamento, id est a

grade no interior do perímetro dessas áreas preservadas foi dissolvida para ser possível determinar

a sua contribuição para as metas fixadas para os diferentes alvos de conservação. No caso de

unidades de uso sustentável, a sua configuração foi intersecionada pela grade para dar conta do

seu status de proteção mais frágil, permitindo que partes dessas unidades possam ser selecionadas

no processo de identificação de áreas prioritárias, gerando subsídios para a elaboração ou

aperfeiçoamento de seus planos de manejo, como por exemplo, áreas potenciais para serem

Refúgios da Vida Silvestre ou Áreas de Relevante Interesse Ecológico.

7. Alvos de conservação

Na definição dos alvos de conservação foram considerados atributos como: 1. espécies

(raras, ameaçadas, focais ou endêmicas e centros de endemismo). 2. comunidades ecológicas; 3.

ecossistemas; 4. unidades ambientais; 5. processos ecológicos, como, por exemplo, processos

ecológicos (ciclo hidrológico, diversificação ecológica e geográfica, migrações da biota, etc),

diferenças nos requisitos para a conservação entre os diferentes tipos de vegetação (raridade e

alta, beta e gama diversidade) ou o efeito da hipsometria sobre a distribuição da biodiversidade.

Os alvos de conservação foram discutidos e definidos em conjunto com os consultores,

auditores e especialistas sobre o bioma Cerrado nas diferentes reuniões técnicas ao longo desse

segundo semestre. Para cada um dos alvos selecionados foram definidas metas quantitativas

descritas nos itens a seguir.

PROCEDIMENTOS PARA IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS

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Os alvos selecionados para esse processo de seleção de áreas prioritárias para conservação

foram unidades fitogeomorfológicas, áreas alagáveis e distribuição de espécies.

7.1 Unidades biogeográficas e ambientais

Em relação aos alvos relacionados com comunidades ecológicas, ecossistemas e unidades

ambientais, foram exploradas três alternativas em termos de alvos: unidades de macro-habitat

(UMH - um tipo de unidade ambiental proposta por Cowling & Heijinis, 2001), formações

fitogeomorfológicas e áreas alagáveis, optando-se pela adoção das duas ultimas.

O critério básico para a definição das UMH foi articular os dados ambientais da melhor forma

para traduzir ou descrever a distribuição da biodiversidade e os processos que a mantêm, criando

um duble da distribuição da biodiversidade. Os dados ambientais combinados através de

intersecção para a geração das unidades de macro-habitat foram hipsometria (oito faixas com

amplitude de 200 m) e geomorfologia, gerando 113 unidades de macro-habitat, como por exemplo,

Planície do Bananal x 205-325m.

Entretanto a formulação apropriada desse tipo de duble da biodiversidade necessita um

conjunto maior de bases de dados sobre o meio físico, indisponíveis na escala do projeto. Além

disso, a efetividade do uso das UMH como duble da distribuição de espécies no processo de

planejamento da conservação precisaria ser avaliada, como por exemplo, através do método

proposto por Lombard et al. (2003). Essa revisão e validação das unidades geradas para aferir o

seu desempenho em termos de representação da distribuição da biodiversidade constituiria uma

etapa minuciosa e onerosa.

Diante do exposto, optou-se por uma outra unidade ambiental com uma associação direta

com a distribuição da biodiversidade, baseada na intersecção de uma cobertura relacionada ao

meio físico (geomorfologia) com cobertura fitoecológica remanescente (Mapas de Formações

Vegetais Remanescentes e Uso e Cobertura da Terra). Essas unidades fitogeomorfológicas (UFG)

foram geradas a partir do cruzamento do campo “agrupamento” do PI Remanescentes, onde as 46

categorias originais foram reunidas em 13 classes, com o campo “unidade geomorfológica” do PI

Geomorfologia com 21 classes, gerando um PI com 122 unidades. Os nomes das UFG definidos a

partir da junção do nome da fitofisionômia com unidade geomorfológica, como por exemplo

Floresta Estacional Semidecidual Aluvial / Planície do Bananal

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16

As unidades resultantes tiveram sua consistência analisada conjuntamente pela equipe de

auditores, consultores e executores do projeto, optando-se por: 1. fundir as classes com florestas

estacionais deciduais submontana e montana em função das verificações de campo e 2. fundir

todas as florestas estacionais semideciduais aluviais, eliminando as unidades geomorfologicas das

combinações por tratar-se de uma formação vegetal de caráter azonal. Esse refinamento reduziu o

numero de categorias para 109 (vide Figura 4 e

Figura 5 – Anexo).

Áreas menores do que 100 ha (limiar adotado considerando-se que 62,5 seria a área mínima

mapeável na escala 1:250.000) foram descartadas em cada um dos planos de informação gerados

(intermediários e final) durante a análise para eliminar artefatos cartográficos gerados no

cruzamento dos dados. O procedimento adotado foi uma dissolução de polígonos menores que o

limiar adotado nos polígonos adjacentes, seguida de uma eliminação dos polígonos isolados.

Alem disso, as unidades fitogeomorfológicas cuja área total foi inferior a 1000 ha foram

desconsideradas do exercício de planejamento da conservação por tratarem-se de áreas muito

reduzidas do ponto de vista da viabilidade da conservação da biodiversidade. Ao final desses

ajustes, o total de unidades fitogeomorfológicas consideradas nesse exercício foram 96 (vide Anexo

- Tabela 5).

As áreas alagáveis, mapeadas no tema Formações Vegetais Remanescentes e Uso e Cobertura

da Terra, foram incorporadas como alvos de conservação com a finalidade de proteger de forma

mais efetiva essas regiões de alta sensibilidade, cujos processos ecológicos são condicionados pelos

ciclos de cheias e vazantes, condicionando uma maior heterogeneidade em termos de habitat.

7.1.1 Metas de conservação para UFGs e áreas alagáveis

Foram atribuídas metas quantitativas para cada uma dessas UFG e para a unidade Áreas

Alagáveis, consideradas como alvos de conservação. A definição dessas metas considerou como

proporção mínima a ser protegida o valor de 20 % da área total existente para cada uma das UFG,

conforme prescrito na Constituição Estadual do estado de Goiás no seu artigo 128.

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17

Nos casos de UFGs com área de 10000 a 50000 ha, onde aplicar essa proporção resultaria em

uma meta menor que um limiar adotado como tamanho viável de 10000 ha para a conservação, a

meta foi fixada em 10000 ha.

Por sua vez, toda a área disponível foi considerada como meta nos casos de UFGs com áreas

de 100 a 10000 ha (vide Tabela 1)

Tabela 1. Metas de conservação adotadas para as unidades fitogeomorfológicas (UFGs) e áreas alagáveis.

Área (ha) Meta adotada (ha) 100 < 10000 Toda área

disponível 10000-50000 10000 > 50000 20 %

7.1.2 Priorização dos alvos de conservação –UFGs e áreas alagáveis

Como parte dos requerimentos dos sistemas de suporte à decisão C-Plan e Marxan, é

necessário que cada alvo de conservação seja classificado de acordo com o grau de importância

dos mesmos para a identificação das áreas prioritárias. Esses valores de importância relativa são

utilizados tanto para o cálculo da ‘insubstituibilidade’das unidades de planejamento, quanto para a

aplicação de uma penalidade caso algum alvo crítico deixe de ser incorporado no sistema de áreas

protegidas.

Deste modo, estimou-se um valor de vulnerabilidade para as UFGs e as áreas alagáveis

considerando-se a conversão diferencial das diferentes fisionomias vegetais em áreas agrícolas.

Desse modo, formações com áreas remanescentes menores e mais ameaçadas receberam um valor

de vulnerabilidade maior em uma escala decrescente de 1 a 4 (vide Tabela 2 e Tabela 5 – Anexo).

Tabela 2. Valores de vulnerabilidade adotados para as Unidades Fitogeomorfológicas e Áreas Alagáveis.

Formação vegetal Vulnerabilidade Cerrados (Savanas) 1 Floresta Estacional Semidecidual

2

Áreas alagáveis 2 Floresta Estacional Decidual 3 Formações pioneiras 4

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18

7.2 Espécies

Em relação às espécies, os dados básicos utilizados nesse exercício de planejamento

sistemático foram homogeneizados e georreferenciados para a geração dos planos de informação

complementares sobre a distribuição de biodiversidade (mapa do conhecimento da biodiversidade)

previsto no escopo desse projeto. Os dados foram gerados por um projeto paralelo de copilação e

organização de bases de dados sobre biodiversidade, conduzido pela Dra Anamaria Achtschin

Ferreira da UFG, acrescido dos registros do banco de dados “Conservation International Species

Database” (CISD) relativos ao estado de Goiás.

Uma vez que entre as espécies ameaçadas de extinção estão entre as prioridades de

conservação no estado de Goiás (item ‘a’ do Termo de Acordo 278/2001 firmado entre a AGETOP e

a AGMA), foram selecionados para este estudo os vertebrados terrestres (anfíbios, répteis, aves e

mamíferos) arrolados na lista de 2003 da União Internacional para a Conservação da Natureza –

IUCN (disponível em http://www.redlist.org) e na lista oficial das espécies da fauna ameaçada de

extinção (Instrução Normativa MMA 04/2003 – disponível em http://www.mma.gov.br). Além disto,

foram também consideradas as espécies endêmicas do Brasil e que possuem ocorrência no estado

de Goiás. Ao todo, foram selecionadas 80 espécies, sendo 3 répteis, 14 anfíbios, 32 aves e 31

mamíferos (Tabela 6– anexo).

Cada uma das espécies consideradas teve a sua distribuição representada em polígonos

produzidos ou obtidos a partir de três fontes distintas. Após a realização de um levantamento

bibliográfico e consulta a dados de coleções seriadas, foi produzido um banco de dados com 11.775

registros de ocorrências para o estado de Goiás. Cada ocorrência constou das coordenadas, nome

da localidade, data do registro e fonte do registro. As espécies-alvo com mais do que 20 registros

para o estado de Goiás (vide Tabela 7 - Anexo) tiveram suas distribuições potenciais simuladas com

o auxílio do programa Desktop GARP (Genetic Algorithm for Rule-set Prediction – disponível em

http://beta.lifemapper.org/desktopgarp/) (Pereira 2003). Esse programa utiliza diversos planos de

informação (topografia, clima, vegetação) para identificar as áreas de ocorrência potencial das

espécies com uma precisão que pode ser considerada muito boa (Peterson 2001, Peterson &

Vieglais 2001, Feria & Peterson 2002).

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19

Com o uso do programa Desktop GARP foram realizadas 10 simulações com 1000 interações

cada. Assim, foram gerados 10 mapas booleanos indicativos da presença esperada (valor 1) ou a

ausência (valor 0). Para cada espécie foi produzido um mapa final resultante da soma dos 10

mapas intermediários (gerados pelas simulações) (Figura 7 - Anexo). Para efeito dessa análise,

foram mantidas somente as regiões onde ocorreu uma concordância de 100% dos modelos

intermediários.

No caso das espécies que tiveram menos do que 20 pontos de ocorrência utilizaram-se os

mapas de distribuição compilados pelo NatureServe (Patterson et al. 2003 e Ridgley et al. 2003) e,

no caso dos anfíbios, os mapas produzidos pela Avaliação Global dos Anfíbios

(http://www.globalamphibians.org/). No caso dos répteis, foram elaborados mapas de distribuição

com base nos registros de ocorrência obtidos pelo levantamento bibliográfico. Para cada espécie foi

desenhado um polígono que englobou todos os pontos de ocorrência disponíveis (Figura 6 -

Anexo).

7.2.1 Metas de conservação para as espécies-alvo

Uma vez que a representação da distribuição das espécies foi feita por meio de polígonos e

esses representam a área de ocorrência dos alvos, as metas de conservação foram estabelecidas

em termos do número de hectares necessários para a proteção das espécies consideradas. Para o

cálculo dessa área, adotou-se uma estratégia de identificação da área necessária para a proteção

de pelo menos 500 indivíduos de cada espécie. Esse número refere-se ao tamanho mínimo para

que uma população possa sobreviver ao longo do tempo (> 100 anos) mantendo uma variabilidade

genética saudável (população mínima viável, sensu Gilpin & Soulé, 1986; Boyce, 1992).

Para tanto, foram utilizadas estimativas de densidades das espécies, tendo sido definidas

seis classes de metas relativas às classes de tamanho ou guildas dos alvos de conservação. O

estabelecimento de diferentes grupos de densidade/tamanho de área foi necessário em virtude da

carência de dados sobre as densidades das espécies ou mesmo da área de vida das mesmas.

Assim, utilizaram-se alguns valores conhecidos para espécies de aves (Machado 2000), pequenos

mamíferos e grandes mamíferos (Fonseca et al. 1994; Rodrigues et al. 2002; Miranda, 2004),

sendo que os demais foram estimados com base nos valores obtidos e nas classes de tamanho das

espécies. Assim, dividindo-se o número de indivíduos desejável em uma população (os 500

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20

indivíduos) pela densidade da espécie obtém-se a meta de conservação, ou seja, a área necessária

para a conservação das espécies-alvo. Na Tabela 3 constam alguns exemplos das seis classes de

densidade consideradas para a definição das metas de conservação das espécies.

Tabela 3. Metas de conservação para espécies ameaçadas e endêmicas de Goiás.

Densidade Meta Exemplo

0,01 ind/ha 50.000 ha macuquinho-do-cerrado 0,005 ind/ha 100.000

ha papagaio-galego

0,003 ind/ha 150.000 ha

arara-azul

0,0025 ind/ha 200.000 ha

pato-mergulhão

0,002 ind/ha 250.000 ha

tatu-canastra, onça-pintada

7.2.2 Priorização dos alvos de conservação –espécies

Para o estabelecimento dos valores de vulnerabilidade para as espécies, foram adotadas as

categorias de ameaçada das espécies consideradas (tanto pela lista do IBAMA quanto pela lista da

IUCN). Assim, utilizando uma escala decrescente de 1 a 4, as espécies criticamente em perigo

seriam as mais prioritárias e importantes de serem incluídas no sistema, em seguida as espécies da

categoria ‘Em perigo’, depois as espécies ‘Vulneráveis’ e por fim as espécies ‘Endêmicas’. A Tabela

6 (Anexo) mostra, na coluna ‘Vulnerabilidade’, os valores atribuídos a cada uma das espécies-alvo.

De acordo com essa classificação, 14% dos alvos possuem uma prioridade considerada Muito Alta e

Alta (Figura 8 - Anexo).

7.3 Preparação da base de dados C-Plan

Depois da criação dos mapas de distribuição potencial para as espécies, gerados pelos três

métodos citados acima, foi feito um cruzamento entre a distribuição das espécies, unidades

fitogeomorfológicas e áreas alagáveis com as unidades de planejamento consideradas para o

estado de Goiás. Com esse cruzamento foram geradas 3 matrizes contendo a área ocupada por

cada alvo de conservação nas unidades de planejamento.

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21

No caso das distribuições das espécies, a área ocupada nas unidades de planejamento foi

reduzida para as áreas nativas remanescentes (Figura 9 – Anexo). Assim, se o cruzamento da

distribuição esperada (os polígonos utilizados) indicar que uma determinada espécie poderia ocupar

100% de uma unidade de planejamento mas nessa unidade em realidade possui somente 25% de

áreas nativas remanescentes, então a distribuição da espécie era reduzida para esse percentual.

Esse procedimento foi adotado para os 176 alvos de conservação, sejam eles espécies ou

unidades fitogeomorfológicas, uma vez que as UFGs foram geradas a partir da intersecção das

formações vegetais remanescentes com os domínios geomorfológicos. A única exceção aconteceu

no caso das áreas alagáveis, onde a área total de todos os polígonos foi considerada como alvo

primário de conservação, uma vez que não foi mapeado uso das terras nessas áreas.

8. Análise de ameaças e oportunidades

O contexto das unidades de planejamento definidas para o estado pode ser levado em conta

através de uma análise de ameaças e oportunidades, na qual se alocam custos (pesos negativos ou

positivos) para as unidades de planejamento, de acordo com diferentes critérios, como por

exemplo, sua proximidade a unidades de conservação existentes, áreas de vegetação natural

convertidas, inclusive áreas urbanas, etc. Um ponto bastante relevante a ser incorporado na análise

de custos é o conhecimento de especialistas nos temas considerados e no bioma Cerrado.

A análise de ameaças e oportunidades às áreas com alta insubstituibilidade considerará o

contexto e a influencia sobre as UP de variáveis negativas ou positivas como uso das terras,

remanescentes, ordenamentos territoriais existentes no entorno de cada UP, etc.

As superfícies de custo para cada variável foram geradas a partir na analise de “buffers” ao

redor das UPs. O critério para definição das distâncias de B1, B2 e B3 (12, 24 e 54 km) levou em

conta os tipos de efeitos causados pelas variáveis sobre a distribuição da biodiversidade.

As áreas em cada um dos três “buffers” foram ponderadas da seguinte maneira:

1. distancia por aproximação de uma função de decaimento linear ou exponencial conforme o tipo de variável (vide Tabela 4);

2. tipo da variável na definição da equação final de custos.

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22

Tabela 4. Pesos utilizados para ponderar o efeito da distancia para os “buffers” adotados.

Decaimento (pesos) Exponencial linear

B1 1 1B2 0.2 0.5B3 0.1 0.1

8.1 Custos

Diferentes pesos foram atribuídos para cada uma das variáveis conforme suas características

e magnitude de seu efeito sobre a conservação da biodiversidade. Esses valores forma discutidos

com os auditores e especialistas envolvidos no projeto e foram utilizados para ponderar cada fator

na formula de calculo do custo de cada UP (vide 7.2 Calculo do custo).

As variáveis adotadas na análise de ameaças, bem como seu tipo de decaimento e seu peso,

são as seguintes:

Custos positivos:

I. rodovias pavimentadas:

Devido à natureza desse projeto estar estritamente relacionada com o planejamento e

gerenciamento da malha viária de Goiás, a modelagem do efeito das estradas deve atingir uma

faixa de até 12 km, de acordo com os atributos utilizados no plano de informação rede viária e

considerando a importância e o impacto das vias pavimentadas como fator de perda de

conectividade e aumento das taxas de mortalidade para populações animais.

Estabeleceu-se um “buffer” de 12 km a partir das vias pavimentadas. Essas áreas foram

interseccionadas com os três “buffers” B1, B2 e B3 para determinar a área de influencia das

estradas no entorno das unidades de planejamento.

8 decaimento exponencial e peso 3 (E)

II. localidades / manchas urbanas:

As pequenas cidades poderiam ser neutras ou até mesmo ter custo negativo. Um dos

benefícios para reservas próximas a pequenas cidades é facilitação do turismo. Pequenas cidades

também podem atrair UCs de Uso Sustentável para a manutenção dos recursos naturais locais sem

exploração por agentes com interesses externos.

Nessa analise, entretanto, a proximidade das manchas urbanas mapeadas na escala

1:250.000 foi considerada um custo positivo, bem como recebeu o maior peso, devido ao fato da

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23

conversão para o uso urbano ser quase sempre definitiva, das áreas urbanas não serem adequadas

para a conservação da grande maioria das espécies e, por ultimo, por tratar-se de uma região

intensamente ocupada.

9 decaimento exponencial e peso 5 (U)

III. uso das terras - agricultura:

As atividades agrícolas consistem em fontes de ameaças a conservação da biodiversidade de

diferentes formas como, por exemplo, através da erradicação ou fragmentação de habitat, no

assoreamento de corpos d´água, na contaminação por agrotóxicos, em mudanças micro e meso

climáticas, etc.

Considerando-se essas características optou-se por um fator de ponderação, 4, o segundo

maior.

10 decaimento exponencial e peso 4 (A)

IV. uso das terras - pastagem:

As atividades pecuárias, apesar de também serem responsáveis por efeitos deletérios à

biodiversidade, receberam um peso menor, 2, em função de sua maior permeabilidade ao

movimento de animais contribuindo para uma maior conectividade entre os remanescentes de

vegetação.

11 decaimento exponencial e peso 2 (P)

Custos negativos:

I. Unidades de Conservação de Proteção Integral:

A proximidade destas constituem um custo negativo, devido aos benefícios para o manejo e

para a conservação da biodiversidade de mosaicos de unidades de conservação, criando sistemas

de áreas protegidas ao invés de unidades isoladas.

Decaimento linear e peso 3 (UPI)

II. Unidades de Conservação de Uso Sustentável:

As Unidades de Conservação de Uso Sustentável também tem custos negativos nessa análise,

pelas mesmas razões que as UCs de Proteção Integral.

Entretanto as unidades de grandes proporções podem ter custos positivos, pois é difícil que se

crie outra unidade próxima a uma existente, porque geralmente o entorno destas unidades já

comporta uma intensa exploração de recursos, em parte devido às restrições à exploração no

interior da unidade.

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24

As UUS foram incluídas na análise de modo a tornar as unidades de planejamento no seu

interior disponíveis para seleção como áreas prioritárias.

Grande parte das UUS de Goiás são Áreas de Proteção Ambiental (APA) que se caracterizam

por sua baixa eficiência em termos de conservação e manejo de recursos quando não

acompanhada pela rápida implementação de um zoneamento e combinada com outras categorias

mais restritivas, como ARIE, Monumentos Naturais ou Refúgios de Vida Silvestre.

Essa maior vulnerabilidade das APAs deve-se ao fato de que estas podem ser constituídas por

terras privadas.

12 decaimento linear e peso 1 (UUS)

III. Terras Indígenas:

As Terras Indígenas no estado de Goiás, apesar de terem uma área reduzida, foram incluídas

como um custo negativo nessa análise, pelas mesmas razões que as outras categorias de áreas

protegidas.

O fator de ponderação, 1, foi selecionado em função da conservação da biodiversidade ser

uma conseqüência indireta de um manejo adequado e sustentável dos recursos naturais pelas

populações indígenas.

13 decaimento linear e peso 1 (TI)

IV. Remanescentes de vegetação:

A áreas de remanescentes de vegetação no entorno das UPS é um custo negativo, pois áreas

desmatadas podem ser fontes de espécies invasoras e barreiras ao movimento de espécies nativas.

O desmatamento também indica acessibilidade e a presença de assentamentos humanos, que

podem reduzir a defensibilidade de UCs de Proteção Integral.

14 -decaimento exponencial e peso 3 (RE)

14.1 Calculo da superfície de custo consolidada

Para a integração final do efeito das diferentes superfícies e definição do custo de cada

unidade de planejamento foi utilizada a seguinte equação:

CUP = (3*E) + (5*U) + (4*A) + (2*P) - (3*UPI) - (1*UUS) - (1*TI) - (3*RE) onde:

PROCEDIMENTOS PARA IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS

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25

CUP = custo da UP; E, U, A, P, UPI, USS, TI e RE = proporções normalizadas e ponderadas pela distancia.

Para geração desses custos foi criado um script, utilizando o software Matlab, que executa

automaticamente os cálculos necessários para obtenção dos valores de custo.

O custo final de cada UP foi obtido através da determinação do logaritmo decimal relativo a

CUP para suavizar o contraste entre células adjacentes e para compatibilizar a magnitude dos

fatores necessários para o calculo da função objetiva descrita no item seguinte.

8.2 Calculo da superfície de custo consolidada

Para a integração final do efeito das diferentes superfícies e definição do custo de cada

unidade de planejamento foi utilizada a seguinte equação:

CUP = (3*E) + (5*U) + (4*A) + (2*P) - (3*UPI) - (1*UUS) - (1*TI) - (3*RE) onde: CUP = custo da UP;

E = Área de intersecção entre as estradas e os “buffers” ao redor da UP, normalizada e ponderada pela distancia.

U = Área de intersecção entre as áreas urbanas e os “buffers” ao redor da UP, normalizada e ponderada pela distancia.

A = Área de intersecção entre as áreas de cultivo e os “buffers” ao redor da UP, normalizada e ponderada pela distancia.

P= Área de intersecção entre áreas de pastagem e os “buffers” ao redor da UP, normalizada e ponderada pela distancia.

UPI= Área de intersecção entre as unidades de proteção integral e os “buffers” ao redor da UP, normalizada e ponderada pela distancia.

USS Área de intersecção entre as unidades de uso sustentável e os “buffers” ao redor da UP, normalizada e ponderada pela distancia.

TI= Área de intersecção entre as terras indígenas e os “buffers” ao redor da UP, normalizada e ponderada pela distancia.

RE= Área de intersecção entre os remanescentes de vegetação natural e os “buffers” ao redor da UP, normalizada e ponderada pela distancia.

Para geração desses custos foi criado um script, utilizando o software Matlab, que executa

automaticamente os cálculos necessários para obtenção dos valores de custo.

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26

O custo final de cada UP foi obtido através da determinação do logaritmo decimal relativo a

CUP para suavizar o contraste entre células adjacentes e para compatibilizar a magnitude dos

fatores necessários para o calculo da função objetiva descrita no item seguinte.

9. Seleção, categorização e priorização das áreas potenciais

Conforme apresentado no item I. desse documento, um importante critério para um sistema

de unidades de conservação é a representatividade abrangente da biodiversidade. O aplicativo

selecionado para ser utilizado nesse projeto é o Marxan (Ball & Possingham, 2000), em uma versão

integrada ao C-Plan.

Definir um conjunto de sítios capaz de atender ao critério de representatividade abrangente

da biodiversidade, a um custo mínimo em termos de alocação de território define o problema de

representação mínima (Possingham et al., 2000). Se esse custo é uma função linear do numero de

UCs integrantes do sistema, essa questão pode ser expressa através de um problema de

programação linear integral, conhecido por “set-covering”.

Esse problema pode ser formulado em termos de programação matemática no contexto da

teoria de decisões da seguinte forma:

definições: m – número total de sítios n – número de diferentes atributos (alvos de conservação: espécies, formações fitogeográficas,

dubles de biodiversidade) A – matriz (m x n) sítios por atributos, cujo elemento

{ }0,1=ija 1 – ocorrência da espécie j no sitio i 0 – ausência para i = 1, …, m e j = 1, …, n

X – vetor correspondente a variável de controle sobre inclusão ou não do sitio na seleção de áreas para conservação, com dimensões m e cujo elemento

{ }0,1=ix 1 – inclusão do sitio i na seleção de áreas 0 – exclusão para i = 1, …, m

problema de representação mínima:

minimizar ∑=

m

iix

1(numero de sítios nas áreas selecionadas)

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27

sujeito a 11

≥∑=

i

m

iij xa

para j = 1, …, n, desde que o atributo esteja ao menos uma vez representado onde { }1,0, ∈iij xa

A dificuldade de garantir uma solução ótima aumenta exponencialmente com o numero de

restrições n.

No contexto de seleção de áreas prioritárias para conservação, uma das formas de solucionar

esse problema de representação mínima é através do método de minimização conhecido por

tempera simulada (“simulated annealing” – Metropolis et al, 1953; Kirkpatrick et al., 1983) que

segundo Possingham et al. (2000) gera resultados melhores que métodos heurísticos (variações de

algoritmos gulosos ou baseados em raridade) ou técnicas de programação matemática padrão

(método ramificação-e-poda).

As suas principais etapas são:

1. Definição de parâmetros de entrada e o número máximo de iterações 2. Geração de um conjunto inicial de sítios selecionado randomicamente e calculo da

função objetiva 3. Seleção randômica de um sítio para inclusão ou remoção do conjunto 4. Avaliação da mudança resultante na função objetiva

se

aceita-se a mudança, caso contrário, rejeita-se

5. Diminuição do nível de aceitação e repetição das etapas 3 a 5 para um dado número de iterações

A função objetiva adotada é a seguinte:

plc)penalidade(poccbpcbcustoFobjetiva +∗++= ∑∑∑sitiossitiossítios

custo = custo de cada unidade de planejamento (UP) pcb = peso atribuído ao comprimento de borda cb = comprimento de borda da iesima up poc = peso atribuído ao jésimo alvo de conservação penalidade = penalidade por objeto de conservação não representado plc = penalidade por exceder o custo mínimo pretendido.

randômico númeroaceitação de nívelmudança

<⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛ −

e

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28

Baseado na informação medida pelo índice de insubstituibilidade e complementada pelo

indicador de custo gerado pela análise de ameaças, o algoritmo aceita sempre as reduções de valor

do sistema (mudanças negativas). O termo exponencial significa que algoritmo aloca

proporcionalmente pouco tempo aceitando mudanças muito ruins e muito mais tempo para solução

de pequenas diferenças.

O nível de aceitação determina que mudança de tamanho do sistema será aceita. Quando o

nível aproxima-se de zero, o algoritmo somente aceita mudanças capazes de reduzir o valor do

sistema.

Uma limitação da abordagem de representação mínima é não incluir explicitamente as

relações espaciais entre os sítios selecionados para compor o sistema de áreas prioritárias. Sem a

inclusão de algumas modificações ou restrições especiais, a solução gerada apresenta um nível de

fragmentação inadequado para atender os princípios de conectividade, funcionalidade e eficiência.

A abordagem adotada pelo Marxan para incorporar um critério espacial e promover

aglutinação no processo de seleção de áreas prioritárias é minimizar o comprimento de borda. Para

uma dada área, o menor comprimento de borda gera uma área mais compacta.

A inclusão de parâmetros como comprimento da borda, restrições espaciais e custos tornam o

problema muito mais complexo, caracterizando-o, do ponto de vista matemático, como não linear.

10. Critérios de pós-seleção

Ao final do processo de identificação das áreas prioritárias para a conservação, as áreas

potenciais para atingir as metas definidas para os alvos de conservação, geradas pelo Marxan,

devem ser classificadas de acordo com sua categoria mais indicada (Proteção Integral ou Uso

Sustentável, de acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC) e em uma

escala de prioridade crescente de um a quatro, de acordo com o termo de referencia. A expressão

cartográfica dessa priorização deve ser sob a forma poligonal seguindo uma escala de cor e

intensidade, azul => verde para proteção integral e amarelo => vermelho para uso sustentável.

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29

As áreas apontadas após as simulações realizadas pelo Marxan foram classificadas em função

de critérios de pós-seleção para que fossem definidas as prioridades e as ações de manejo

recomendadas para cada caso.

A priorização do conjunto de áreas potenciais deveria ser feita através da articulação da

insubstituibilidade com um indicador de vulnerabilidade dos alvos de conservação (Pressey et al.

2000, Pressey & Taffs, 2001). Nesses trabalhos foram definidas 4 classes de vulnerabilidade da

biodiversidade (zero, baixa, moderada e elevada) baseadas na avaliação da adequabilidade dos

sistemas de terras para desmatamento e cultivo, ou seja áreas com grande potencial para a

ocupação agrícola seriam as mais vulneráveis a perda de biodiversidade. Combinando-se o valor da

vulnerabilidade com o da insubstituibilidade, gera-se uma possível estrutura para priorizar as áreas

potenciais em 4 categorias conforme ilustrado na Figura 10 (Anexo).

Entretanto, em reunião técnica com os consultores e auditores, chegou-se à conclusão que

seria impossível utilizar a informação da erodibilidade com um indicador de potencial para ocupação

agrícola.

Dessa forma, mesmo reconhecendo-se a necessidade de caracterizar as áreas potenciais em

termos de sua vulnerabilidade a perda de biodiversidade, optou-se por um processo de priorização

do conjunto de áreas potenciais através da combinação da insubstituibilidade e a erodibilidade,

para poder determinar quais áreas potenciais seriam mais susceptíveis ao processo erosivo. Esses

dois parâmetros foram combinados de forma a identificar quatro classes de prioridades, sendo a

classe 1 atribuída às áreas altamente insubstituíveis e muito vulneráveis à erosão; classe 2 para as

áreas altamente insubstituíveis e de baixa erodibilidade; classe 3 para as áreas de baixa

insubstituibilidade e alta erodibilidade classe 4 para as áreas de baixa insubstituibilidade e baixa

erodibilidade (

Tabela 8 - Anexo).

A complementação desta análise de pós-seleção será realizada de forma conjunta com os

técnicos da AGMA com base na

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Tabela 8 (Anexo) que apresenta as áreas potenciais identificadas por meio dos sistemas de

suporte à decisão Marxan e Cplan e descreve, de maneira sintética, para cada uma delas, variáveis

a serem consideradas nos processos de tomada de decisão.

Por exemplo, para cada um dos polígonos foram sugeridas recomendações de manejo

conforme um esquema de avaliação do estado de fragmentação dos remanescentes de cobertura

vegetal nativa. As recomendações foram definidas a partir da associação com os 4 tipos de relação

entre a dimensão e a quantidade de fragmentos conforme ilustrados pela Figura 11 e Figura 12

(ambas em Anexo). A recomendação de manejo para áreas com poucos e pequenos fragmentos

(af) seriam uma focalização em ações de restauração ecológica para ampliar o número de

remanescentes. Já áreas no segundo quadrante (aF) com um número maior de fragmentos de

dimensões reduzidas, as ações de manejo deveriam envolver além do aumento de remanescentes

via restauração, um investimento na recuperação da conectividade dos remanescentes. Passando

para as áreas com fragmentos maiores, naquelas com um grande número de fragmentos (AF), o

enfoque do manejo deveria ser equilibrado entre conexão de remanescentes e proteção de áreas

maiores. Áreas grandes com relação borda-área reduzida e em bom estado de preservação seriam

as mais indicadas para serem protegidas como áreas núcleo. Por fim, os fragmentos maiores e em

número reduzido característicos do quadrante Af sugeririam uma maior atenção para ações

relacionadas com a proteção da biodiversidade.

Outra abordagem para pós-seleção é a comparação das áreas potenciais para conservação da

biodiversidade selecionadas nesse projeto com outros exercícios de priorização como o PROBIO e

os corredores ecológicos (a titulo de exemplo vide Figura 13).

Algum dos planos de informações complementares (Terras Indígenas, Patrimônio Histórico,

Arqueológico e Espeleológico) também são recursos a serem utilizados como critérios de pós-

seleção (

Tabela 8), possibilitando caracterizar as áreas prioritárias para conservação da biodiversidade

em termos da presença de terras indígenas, bens rurais tombados pelo Patrimônio Histórico

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estadual e federal, sítios arqueológicos, cavernas (lapas, grutas, dolinas, abismos, sumidouros,

poços, grunas, fendas, buracos, abrigos e tocas).

11. Referências BALL, I.; POSSINGHAM, H. Marxan (v1.8.2) - Marine reserve design using spatially explicit

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[WWF1] Comentário: Completer Brasil 2002 e Olivieri 1996

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PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO NO ESTADO DE

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PROCEDIMENTOS PARA IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS

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12. Anexo

Tabela 5. Lista de alvos de conservação incluindo áreas alagáveis e unidades fitogeomorfológicas adotados no processo de seleção de áreas prioritárias para conservação no estado de Goiás, acompanhados das respectivas metas, tipo de alvo (tipo de formação vegetal), grau de vulnerabilidade, área total e número de polígonos.

Descrição Meta (ha)Tipo de alvo Vulnerabilidade Área (ha) Polígonos

Áreas Alagáveis 55600 9 2 278000Floresta Estacional Semidecidual Montana-Submontana/ Patamares da Serra do Aporé 4416 8 2 4416 15 Floresta Estacional Semidecidual Montana-Submontana/ Planalto do Alto Tocantins Paranaíba 10000 8 2 25209 69 Floresta Estacional Semidecidual Montana-Submontana/ Superfície de Goiânia 10000 8 2 14620 63 Floresta Estacional Semidecidual Aluvial 69583 8 2 347917 103 Floresta Estacional Decidual Montana/ Planalto Cristalino Patrocínio 5208 5 3 5208 4 Floresta Estacional Decidual Submontana/ Chapadão Central e Patamares 10000 5 3 44988 5 Floresta Estacional Decidual Submontana/ Complexo Montanhoso Veadeiros Arai 2306 5 3 2306 4 Floresta Estacional Decidual Submontana/ Complexo Serrano Barro Alto Serra dourada 5063 5 3 5063 10

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Floresta Estacional Decidual Submontana/ Planalto do Alto Tocantins Paranaíba 10000 5 3 27309 54 Floresta Estacional Decidual Submontana/ Planalto do Divisor Araguaia Tocantins Paraná 9465 5 3 9465 20 Floresta Estacional Decidual Submontana/ Superfície das Chapadas de Paracatu 10000 5 3 12879 2 Floresta Estacional Decidual Submontana/ Superfície de Goiânia 10000 5 3 17873 59 Floresta Estacional Decidual Submontana/ Superfície do Araguaia 1919 5 3 1919 6 Floresta Estacional Decidual Submontana/ Superfície do Vão do Paranã 3177 5 3 3177 6 Floresta Estacional Decidual Submontana/ Superfície Intermontana Uruaçu Ceres 2672 5 3 2672 13 Floresta Estacional Semidecidual das Terras Baixas/ Superfície do Araguaia 25724 8 2 128619 174 Floresta Estacional Semidecidual Submontana/ Planalto do Rio Verde 3770 8 2 3770 13 Floresta Estacional Semidecidual Submontana/ Superfície do Planalto Rebaixado da Bacia do Parana 10000 8 2 12179 43 Floresta Estacional Semidecidual Submontana/ Superfície Intermontana Uruaçu Ceres 5576 8 2 5576 25 Formações Pioneiras Fluviais e ou Lacustres/ Superfície do Araguaia 5495 6 4 5495 7

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Savana Arborizada / Chapada do Rio Maranhão 107570 7 1 537851 76 Savana Arborizada / Chapadão Central e Patamares 72437 7 1 362184 74 Savana Arborizada / Complexo Montanhoso Veadeiros Arai 80387 7 1 401933 83 Savana Arborizada / Complexo Serrano Barro Alto Serra dourada 75189 7 1 375946 69 Savana Arborizada / Patamares da Serra do Aporé 6171 7 1 6171 11 Savana Arborizada / Planalto Cristalina Patrocínio 6983 7 1 6983 16 Savana Arborizada / Planalto do Alto Tocantins Paranaíba 133572 7 1 667862 285 Savana Arborizada / Planalto do Distrito Federal 73041 7 1 365205 37 Savana Arborizada / Planalto do Divisor Araguaia Tocantins Paraná 87006 7 1 435032 240 Savana Arborizada / Planalto do Divisor Rio Preto Parana 11359 7 1 56794 18 Savana Arborizada / Planalto do Rio Verde 102007 7 1 510035 317 Savana Arborizada / Planalto dos Guimarães Alcantilados 125861 7 1 629305 199 Savana Arborizada / Planície do Bananal 1440 7 1 1440 3 Savana Arborizada / Superfície das Chapadas de Paracatu 10000 7 1 19553 12 Savana Arborizada / Superfície de Goiânia 36720 7 1 183602 227 Savana Arborizada / Superfície do Araguaia 191358 7 1 956790 463 Savana Arborizada / Superfície do Planalto Rebaixado da Bacia do Paraná 10000 7 1 48254 72 Savana Arborizada / Superfície do Tocantins 53793 7 1 268966 128 Savana Arborizada / Superfície do Vão do Paranã 135592 7 1 677959 96 Savana Arborizada / Superfície Intermontana Uruaçu Ceres 109254 7 1 546268 201

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Savana Florestada / Chapada do Rio Maranhão 10000 7 1 19138 4 Savana Florestada / Complexo Montanhoso Veadeiros Arai 1761 7 1 1761 3 Savana Florestada / Complexo Serrano Barro Alto Serra dourada 10000 7 1 20118 15 Savana Florestada / Patamares da Serra do Aporé 13678 7 1 68390 105 Savana Florestada / Planalto Cristalina Patrocínio 4037 7 1 4037 5 Savana Florestada / Planalto do Alto Tocantins Paranaíba 11966 7 1 59828 98 Savana Florestada / Planalto do Distrito Federal 4388 7 1 4388 3 Savana Florestada / Planalto do Divisor Araguaia Tocantins Paraná 13311 7 1 66556 62 Savana Florestada / Planalto do Rio Verde 17103 7 1 85515 136 Savana Florestada / Planalto dos Guimarães Alcantilados 10039 7 1 50194 26 Savana Florestada / Superfície de Goiânia 10000 7 1 47913 122 Savana Florestada / Superfície do Araguaia 35050 7 1 175250 193 Savana Florestada / Superfície do Planalto Rebaixado da Bacia do Parana 20615 7 1 103075 269 Savana Florestada / Superfície do Tocantins 10000 7 1 15627 9 Savana Florestada / Superfície do Vão do Paranã 10000 7 1 19876 8 Savana Florestada / Superfície Intermontana Uruaçu Ceres 10000 7 1 18462 36 Savana Gramíneo Lenhosa I/ Planalto do Alto Tocantins Paranaíba 38234 7 1 191172 4 Savana Gramíneo Lenhosa I/ Planalto do Distrito Federal 4625 7 1 4625 1 Savana Gramíneo Lenhosa I/ Superfície de Goiânia 4177 7 1 4177 3

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Savana Gramíneo Lenhosa I/ Superfície Intermontana Uruaçu Ceres 1436 7 1 1436 1 Savana Gramíneo Lenhosa II/ Chapadão Central e Patamares 1424 7 1 1424 4 Savana Gramíneo Lenhosa II/ Patamares da Serra do Aporé 5513 7 1 5513 1 Savana Gramíneo Lenhosa II/ Planalto do Rio Verde 9601 7 1 9601 2 Savana Gramíneo Lenhosa II/ Planície do Bananal 10000 7 1 10137 2 Savana Gramíneo Lenhosa II/ Superfície de Goiânia 6301 7 1 6301 1 Savana Gramíneo Lenhosa II/ Superfície do Araguaia 1080 7 1 1080 2 Savana Parque I/ Chapada do Rio Maranhão 73126 7 1 365631 38 Savana Parque I/ Chapadão Central e Patamares 10000 7 1 24310 5 Savana Parque I/ Complexo Montanhoso Veadeiros Arai 101703 7 1 508515 49 Savana Parque I/ Complexo Serrano Barro Alto Serra dourada 10000 7 1 38198 11 Savana Parque I/ Planalto Cristalina Patrocínio 52342 7 1 261711 54 Savana Parque I/ Planalto do Divisor Rio Preto Parana 10000 7 1 26192 9 Savana Parque I/ Planalto do Alto Tocantins Paranaíba 81249 7 1 406246 53 Savana Parque I/ Planalto do Distrito Federal 31348 7 1 156738 41 Savana Parque I/ Planalto do Divisor Araguaia Tocantins Paraná 10000 7 1 21454 19 Savana Parque I/ Planalto do Rio Verde 26679 7 1 133397 19 Savana Parque I/ Planalto dos Guimarães Alcantilados 10198 7 1 50990 14 Savana Parque I/ Superfície das Chapadas de Paracatu 22643 7 1 113215 12 Savana Parque I/ Superfície de Goiânia 44961 7 1 224804 58 Savana Parque I/ Superfície do Araguaia 10000 7 1 22973 10

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Savana Parque I/ Superfície do Planalto Rebaixado da Bacia do Parana 1135 7 1 1135 3 Savana Parque I/ Superfície do Tocantins 46988 7 1 234941 4 Savana Parque I/ Superfície do Vão do Paranã 10000 7 1 36386 11 Savana Parque I/ Superfície Intermontana Uruaçu Ceres 71242 7 1 356211 57 Savana Parque II/ Chapada do Rio Maranhão 2777 7 1 2777 2 Savana Parque II/ Chapadão Central e Patamares 6881 7 1 6881 8 Savana Parque II/ Patamares da Serra do Aporé 6005 7 1 6005 10 Savana Parque II/ Planalto Cristalina Patrocínio 10000 7 1 17859 16 Savana Parque II/ Planalto do Alto Tocantins Paranaíba 1092 7 1 1092 3 Savana Parque II/ Planalto do Distrito Federal 10000 7 1 11732 9 Savana Parque II/ Planalto do Rio Verde 26366 7 1 131831 104 Savana Parque II/ Planície do Bananal 14080 7 1 70399 6 Savana Parque II/ Superfície de Goiânia 11616 7 1 58078 85 Savana Parque II/ Superfície do Araguaia 22588 7 1 112938 31 Savana Parque II/ Superfície do Planalto Rebaixado da Bacia do Parana 18636 7 1 93178 135 Savana Parque II/ Superfície do Vão do Paranã 10000 7 1 32725 4

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Tabela 6. Relação das espécies de vertebrados terrestres considerados nas análises de identificação de áreas prioritárias para a conservação no estado de Goiás.

Classe Família Especie Nome vulgar Ibama IUCNEndemis

mo Vulnerabilidad

e Amphibia Leptodactylidae Barycholos savagei rã 1 4 Amphibia Leptodactylidae Barycholos ternetzi rã 1 4 Amphibia Bufonidae Bufo ocellatus sapo 1 4 Amphibia Microhylidae Chiasmocleis centralis rãzinha 1 4 Amphibia Dendrobatidae Colostethus goianus perereca 1 4 Amphibia Dendrobatidae Epipedobates braccatus perereca 1 4 Amphibia Hylidae Hyla anataliasiasi perereca 1 4 Amphibia Hylidae Hyla biobeba perereca 1 4 Amphibia Hylidae Hyla pseudopseudis perereca 1 4 Amphibia Hylidae Hyla rubicundula perereca 1 4 Amphibia Leptodactylidae Lepidodactylus tapiti rã 1 4 Amphibia Leptodactylidae Odontophrynus salvatori rã 1 4 Amphibia Leptodactylidae Proceratophrys goyana rã 1 4 Amphibia Hylidae Scinax centralis perereca 1 4 Aves Tyrannidae Alectrurus tricolor galito VU VU 3 Aves Psittacidae Amazona xanthops papagaio-galego VU 1 3

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Aves Psittacidae Anodorhynchus hyacinthinus arara-azul-grande VU EN 2

Aves Psittacidae Aratinga auricapilla jandaia-de-testa-vermelha VU 3 Aves Parulidae Basileuterus leucophrys pula-pula-de-sobrancelha 1 4 Aves Caprimulgidae Caprimulgus candicans bacurau-asa-de-telha EN EN 1 2 Aves Emberizidae Charitospiza eucosma mineirinho 1 4 Aves Columbidae Columbina cyanopis rolinha-do-planalto CR CR 1 1 Aves Emberizidae Coryphaspiza melanotis tico-tico-do-campo VU VU 3 Aves Tyrannidae Culicivora caudacuta papa-moscas-do-campo VU 3

Aves Tyrannidae Euscarthmus rufomarginatus maria-corruíra VU 3

Aves Furnariidae Geobates poecilopterus andarilho VU 1 3 Aves Accipitridae Harpyhaliaetus coronatus águia-cinzenta VU VU 3

Aves Thamnophilidae Herpsilochmus longirostris chororozinho-de-asa-vermelha 1 4

Aves Rallidae Laterallus xenopterus sanã-de-cara-ruiva VU 3 Aves Rhinocryptidae Melanopareia torquata tapaculo-de-colarinho 1 4 Aves Anatidae Mergus octosetaceus pato-megulhão CR CR 1 Aves Tinamidae Nothura minor codorna-mineira VU VU 1 3 Aves Cardinalidae Paroaria baeri cardeal-de-goiás 1 4 Aves Cracidae Penelope ochrogaster jacu-de-barriga-castanha VU EN 1 2 Aves Furnariidae Philydor dimidiatus limpa-folhas-castanho 1 4

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Aves Tyrannidae Phyllomyias reiseri poiaeiro-do-grotão 1 4 Aves Tyrannidae Polystictus pectoralis papa-moscas-canela VU 3 Aves Emberizidae Poospiza cinerea capacetinho-do-oco-do-pau VU 1 3

Aves Emberizidae Porphyrospiza caerulescens campainha-azul 1 4

Aves Psittacidae Propyrrhura maracana maracanã-do-buriti VU 3 Aves Psittacidae Pyrrhura pfrimeri tiriba-de-Pfrimer VU 1 3 Aves Cardinalidae Saltator atricollis bico-de-pimenta 1 4 Aves Rhinocryptidae Scytalopus novacapitalis tapaculo-de-brasília 1 4 Aves Emberizidae Sporophila cinnamomea caboclinho-de-chapéu-cinzento EN VU 1 Aves Emberizidae Sporophila palustris caboclinho-de-papo-branco EN EN 1 Aves Tinamidae Taoniscus nanus inhambu-carapé VU VU 1 3 Mammalia Muridae Akodon lindberghi rato-do-mato VU 1 3 Mammalia Cervidae Blastocerus dichotomus cervo-do-pantanal VU VU 3 Mammalia Muridae Calomys tener rato-do-mato 1 4 Mammalia Canidade Chrysocyon brachyurus lobo-guará VU 3 Mammalia Dasyproctidae Dasyprocta azarae Cutia VU 3 Mammalia Muridae Kunsia tomentosus rato-do-mato VU 3 Mammalia Felidae Leopardus pardalis Jaguatirica VU 3 Mammalia Felidae Leopardus tigrinus gato-do-mato VU 3 Mammalia Felidae Leopardus wiedii gato-maracajá VU 3 Mammalia Phyllostomidae Lonchophylla morcego-do-cerrado VU VU 3

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bokermanni Mammalia Phyllostomidae Lonchophylla dekeyseri morceguinho-do-cerrado VU VU 1 3 Mammalia Didelphidae Monodelphis kunsi Cuíca EN 2 Mammalia Didelphidae Monodelphis rubida Cuíca VU 1 3 Mammalia Myrmecophagidae Mymercophaga tridactyla tamanduá-bandeira VU VU 3 Mammalia Muridae Oecomys cleberi rato-do-mato EN 1 2 Mammalia Muridae Oligoryzomys eliurus rato-do-mato 1 4 Mammalia Felidae Oncifelis colocolo gato-palheiro VU 3 Mammalia Muridae Oryzomys lamia rato-do-mato 1 4 Mammalia Muridae Oxymycterus delator rato-do-mato 1 4 Mammalia Muridae Oxymycterus roberti rato-do-mato 1 4 Mammalia Felidae Panthera onca onça-pintada VU 3 Mammalia Dasypodidae Priodontes maximus tatu-canastra VU EN 2 Mammalia Canidade Pseudalopex vetulus Raposinha 1 4 Mammalia Muridae Pseudoryzomys simplex rato-do-mato 1 4 Mammalia Mustelidae Pteronura brasiliensis Ariranha VU EN 2 Mammalia Felidae Puma concolor onça-parda VU 3 Mammalia Canidade Speothos venaticus cachorro-do-mato-vinagre VU VU 3 Mammalia Tapiridae Tapirus terrestris Anta VU 3 Mammalia Muridae Thalpomys cerradensis rato-do-mato 1 4 Mammalia Muridae Thalpomys lasiotis rato-do-mato 1 4 Mammalia Dasypodidae Tolypeutes tricinctus tatu-bola VU VU 1 3

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Reptilia Hoplocerdidae Hoplocercus spinosus Calango 1 4 Reptilia Elapidae Micrurus brasiliensis cobra-coral 1 4 Reptilia Tropiduridae Tropidurus itambere Lagarto 1 4 Observações: CR = criticamente em perigo; EM = Em perigo; VU = vulnerável. Os valores da coluna ‘Vulnerabilidade’ indicam a

prioridade de conservação, sendo 1 as espécies mais prioritárias e 4 as espécies menos prioritárias. Esses valores são utilizados pelo C-Plan e MARXAN para o cálculo da ‘insubstituibilidade’ e para a definição do conjunto de áreas prioritárias.

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Tabela 7 Relação das espécies-alvo com mais de 20 registros e que tiveram suas distribuições simuladas com o uso do programa Desktop GARP (Pereira 2003).

Aves Amazona xanthops papagaio-galego 49 Aves Anodorhynchus hyacinthinus arara-azul-grande 24 Aves Aratinga auricapilla jandaia-de-testa-vermelha 33 Mammalia Chrysocyon brachyurus lobo-guará 20 Aves Culicivora caudacuta papa-moscas-do-campo 20 Aves Geobates poecilopterus andarilho 29 Aves Herpsilochmus longisrostris chororozinho-de-asa-vermelha 21 Amphibia Hyla biobeba perereca 21 Mammalia Lonchophylla dekeyseri morceguinho-do-cerrado 23 Aves Melanopareia torquata tapaculo-do-cerrado 38 Aves Nothura minor codorna-mineira 30 Aves Saltator atricollis bico-de-pimenta 41

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Tabela 8 Descrição preliminar das áreas prioritárias para conservação da biodiversidade identificadas através do sistemas de suporte à decisão C-Plan e Marxan para o processo de pós seleção.

Áreas

Potenciais Código

Nome Erodibilidade

média

Cobertura vegetal

remanescente Área (ha)

% Cobertura Vegetal

remanescente Terra indígena UUS

Freq. Seleção UPs

Marxan Custo

médio/UP Custo total Insubstituibilidade

média Prioridade Insub x Erodib

1 8.74 1568 3558 0.44 2500.00 0.00 0.00 0.00 1

2 9.99 6912 10000 0.69 1340.00 1.62 1.62 0.91 3

3 9.51 5869 10000 0.59 592.00 1.66 1.66 0.10 1

4 13.37 8063 20000 0.40 1736.00 1.62 3.25 0.55 4

5 14.04 1021 1471 0.69 1471 2500.00 0.00 0.00 0.00 2

6 11.39 9271 10000 0.93 1615.00 1.67 1.67 0.36 2

7 7.00 316 10000 0.03 2500.00 1.85 1.85 1.00 3

8 11.36 9185 30000 0.31 2500.00 1.75 5.25 1.00 4

9 9.04 32435 150000 0.22 1913.60 1.80 27.04 0.69 3

10 11.09 39871 340000 0.12 2405.06 1.81 61.45 0.75 4

11 11.57 144592 283025 0.51 54505 1775.52 1.46 42.42 0.41 2

12 12.06 145468 210000 0.69 1683.43 1.56 32.67 0.35 2

13 11.77 43806 50000 0.88 2143.00 1.40 6.98 0.78 4

14 14.60 154010 210179 0.73 44605 2351.63 1.38 26.19 0.63 4

15 11.79 34881 100000 0.35 2257.70 1.76 17.62 0.83 4

16 14.65 83940 120000 0.70 733.33 1.62 19.44 0.10 2

17 12.96 10394 20000 0.52 2500.00 1.69 3.38 1.00 4

18 12.92 37098 110000 0.34 1654.36 1.64 18.03 0.51 4

19 15.10 46522 80000 0.58 72210 2309.63 1.57 12.60 0.83 4

20 11.91 543863 664516 0.82 367554 1770.14 1.31 86.44 0.38 2

[WWF2] Comentário: Inserir coluna com indicação UPI ou UUS e coluna comparando com PROBIO/corredores ecológicos. Acrescentar os nomes (microregiões)

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21 8.28 2843 10000 0.28 215.00 1.89 1.89 0.95 3

22 10.93 5367 20000 0.27 144.50 1.80 3.60 0.15 2

23 4.65 1084 20000 0.05 2500.00 1.91 3.82 1.00 3

24 9.53 185732 290000 0.64 1414 1299.55 1.58 45.82 0.19 1

25 10.58 686747 1344494 0.51 262390 2037.27 1.69 227.86 0.52 4

26 8.86 16951 140000 0.12 2027.21 1.87 26.24 0.78 3

27 13.56 18409 60000 0.31 1449.33 1.76 10.59 0.56 4

28 9.00 292466 1631871 0.18 28316 1904.47 1.84 307.58 0.40 1

29 11.34 134108 300000 0.45 1260.40 1.69 50.77 0.12 2

30 10.17 63012 80000 0.79 1241.75 1.55 12.37 0.07 2

31 10.61 22432 110000 0.20 526.36 1.88 20.71 0.12 2

32 8.49 5389 120000 0.04 2487.67 1.92 23.04 0.72 3

33 7.70 105281 200000 0.53 2076.95 1.76 35.30 0.54 3

34 9.39 27892 51056 0.55 1136.50 1.49 8.93 0.05 1

35 9.28 61415 310000 0.20 1484.87 1.84 56.94 0.47 1

36 9.66 27331 70000 0.39 2368.71 1.71 11.95 0.87 3

37 10.41 32714 190000 0.17 1875.74 1.86 35.25 0.57 4

38 8.68 42044 320000 0.13 2421.09 1.89 60.62 0.83 3

39 11.50 187190 339316 0.55 2403.22 1.61 43.57 0.86 4

40 10.47 101156 200000 0.51 2125.75 1.70 34.07 0.54 4

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Figura 3. Unidades de planejamento adotadas no procedimento para identificação de áreas prioritárias para conservação do Estado de Goiás (tamanho 10.000 ha)

[WWF3] Comentário: Gerar uma nova figura acrescentando as UUs.

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Figura 4. Unidades fitogeomorfológicas (109 UFGs) adotadas como dubles da distribuição da biodiversidade no procedimento para identificação de áreas prioritárias para conservação do Estado de Goiás.

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Figura 5. Legenda das Unidades Fitogeomorfológicas (UFG) apresentadas na figura anterior.

[WWF4] Comentário: Trocar por legenda com campo ag-fitogeo

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Figura 6 Exemplo de mapa utilizado para as espécies-alvo onde os polígonos de distribuição potencial (linha vermelha) foram desenhados a partir das localidades de ocorrência (pontos roxos).

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Figura 7. Exemplo de mapa de ocorrência potencial gerado pelo programa Desktop GARP para o caso das espécies com mais de 20 pontos de ocorrência. O caso mostrado refere-se à distribuição potencial do morceguinho-do-cerrado (Lonchophylla dekeyseri).

[WWF5] Comentário: Inserir uma outra figura com a distribuicao potencial resultante da somatória de 10 simulações

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Muito Alta5%

Média41%

Baixa45%

Alta9%

Muito Alta Alta Média Baixa

Figura 8. Número de espécie-alvo em função das prioridades de conservação consideradas para a identificação das áreas prioritárias.

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Figura 9. Formações vegetais remanescentes por unidade de planejamento adotada no procedimento para identificação de áreas prioritárias no Estado de Goiás.

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0.00

0.50

1.00

0.00 0.50 1.00

Vulnerabilidade

Insu

bstit

uibi

lidad

eÁreas

Figura 10. Estrutura para identificar áreas prioritárias a partir dos seus valores de insubstituibilidade e vulnerabilidade a perda de biodiversidade, onde quadrantes numerados de 1 a 4 indicam uma das possíveis formas de estabelecer um ordenamento para definir um plano de ação (Modificado a partir de Margules & Pressey 2000).

1

2

3

4

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Figura 11. Relações entre a dimensão e a quantidade de fragmentos em uma região hipotética.

Número de fragmentos

Tam

anho

dos

fra

gmen

tos

AF

AF

AF

AF

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Figura 12. Recomendações de manejo associadas aos 4 tipos básicos de relações

entre tamanho e o numero de fragmentos.

Número de fragmentos

Tam

anho

dos

fra

gmen

tos

Proteção Proteção

+ Conexão

Ampliação Ampliação

+ Conexão

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Figura 13. Comparação preliminar entre os valores de insubstituibilidade e as áreas prioritárias definidas pelo PROBIO.

[WWF6] Comentário: GERAR NOVA FIGURA COM A BEST SOLUTION DO MARXAN