hajasaúde! fev/mar
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Gra
tuita
Nº
75 -
Fev
. Mar
.
A Evolução da AtracçãohajaTematica!Página 6
O Viés da BelezahajaTemática!Página 8
Distúrbios Alimentares e SaúdehajaTemática!Página 12
Os Conselhos da RebeccaHábitos alimentares são “hábitos” por alguma razão!Página 22
O Culto
do Corpo
C L U B E S E Q U Ó I A
2 hajaSaúde!
ÍNDICE
hajaEDITORIAL!
hajaBREVES!
34
5 hajaICVS!
hajaTEMÁTICA6 A Evolução da AtracçãoO Viés da BelezaMente Sã, Corpo SãoDistúrbios Alimentares e Saúde
14 hajaSEXUALIDADE!
RKIP - Um Potencial Biomarcador de Prognóstico Carcinoma Urotelial da Bexiga
Nem Sempre Houve Dois Sexos
15hajaARTE!O Corpo Como Manifesto de Arte
16hajaTECNOLOGIA!
hajaCINEMA!
hajaAGENDA CULTURAL!
O Peso e o Calor das Nossas Vidas17
18Óscares 2014
hajaNEMUM!
hajaHUMOR!
hajaPASSATEMPOS!
1920
22
C L U B E S E Q U Ó I A
hajaSaúde! 3
C omo qualquer projecto que perdura para lá
de cada geração que o materializa, o Haja Saúde! é
reinventado quando uma nova equipa assume
funções. Este ano, a edição foi assumida por mim, e
pelos meus colegas Pedro Peixoto e Emanuel
Ca r va lho , como ed i to re s ad jun to s . Po r
colaboradores tanto temos alunos que já
par@ciparam em anos anteriores como alguns
estreantes -‐ e mais poderão par@cipar, se assim o
desejarem.
Na senda dos úl@mos dois anos do Haja!,
pretendemos real izar edições b imensais ,
procurando abordar temas per@nentes para os
nossos colegas, nas suas várias dimensões:
enquanto estudantes, futuros médicos, enquanto
cidadãos informados e responsáveis, e enquanto
pessoas curiosas cienJfica e culturalmente.
O tema escolhido para esta edição, ao qual
uma significa@va parte dos ar@gos se dedica,
pareceu-‐nos de per@nência tendo em conta o peso
que tem na vida de cada um de nós, na sua auto-‐
imagem e na forma como vê os outros, e propõe-‐se
como exortação à reflexão informada.
“O Culto do Corpo” está pra@camente
omnipresente nos media, desde os programas
televisivos como The Biggest Loser a qualquer
programa de entretenimento ou série, em que o
cas/ng dos par@cipantes reflete sempre um ideal de
beleza subjacente, que vai sendo redefinido ao
longo dos anos. Na capa desta edição podemos ver
um cirurgião plás@co e a sua esposa, dois dos vários
par@cipantes do projecto Love Me, do fotógrafo Zed
Nelson. Durante 5 anos, Nelson visitou 17 países,
documentando em imagens o que entendeu como o
impacto da media@zação de um padrão de beleza
ocidentalizado estreito, pautado pelo medo do
envelhecimento, da obesidade e da banalidade, que
por sua vez banaliza e fomenta o consumismo como
caminho para a@ngir o ideal. Um trabalho que vale a
pena conhecer.
Para lá do tema geral, mantemos muitas das
rúbricas habituais do Haja!, como o hajaICVS!,
hajaTecnologia!, e todas as rúbricas do hajaCultura!.
Esperamos que o tempo passado a ler este
jornal seja tempo bem-‐passado e proveitoso.
Sofia Leal, 3º Ano
hajaEDITORIAL!
Um bem Haja para quem nos lê!
C L U B E S E Q U Ó I A
4 hajaSaúde!
hajaBREVES!
Tomada de Posição da ANEM A ANEM tornou pública a sua posição sobre o acesso ao internato médico defendendo que é importante
a valorização da média do curso, utilizando uma metodologia de ajustamento estatístico para haver igualdade entre alunos de diferentes universidades.
MedQuizz Vence 1º Prémio do SPINUM A plataforma para criar e gerir um banco de perguntas e conceber/executar testes de avaliação online,
MedQuizz, criada pelos Professores José Miguel Pêgo e Nuno Sousa, e pelos Engenheiros Paulo Cabral e Nuno
Santos, venceu o primeiro prémio do SpinUM. O concurso distribuiu prémios monetários e serviços de apoio à
criação de empresas num total superior a 20 mil euros.
Ministro da Saúde Visita UM
! Na celebração do 40º aniversário da Universidade do Minho, o Ministro da Saúde, Dr. Paulo Macedo,
participou no evento solene, que se realizou na Reitoria. Outras personalidades de destaque tomaram parte na
iniciativa, como é o caso do magnífico Reitor da Universidade, António Cunha, da pró-reitora Felisbela Lopes e
do Director do Curso de Medicina da Escola de Ciências da Saúde, o Professor Nuno Sousa. Nesta
conferência, foi destacada a enorme qualidade da formação médica bracarense, tutelada pela ECS, assim
como a investigação realizada no ICVS/3B's/ Centro Clínico Académico.
Semana Internacional do Cérebro
O Instituto de Investigação em Ciências da Vida e da Saúde da Universidade do Minho recebeu a 12 de
Março cerca de 400 alunos do ensino básico e secundário que foram integrados num conjunto de atividades
laboratoriais ligadas à área das neurociências. Esta iniciativa realizou-se no âmbito da Semana Internacional do
Cérebro, que este ano se celebrou também no Ano do Cérebro.
PorMSIC Vence Prémio de Melhor Vídeo Promocional de Intercâmbios
Na March Meeting deste ano, realizada na Tunísia, a delegação portuguesa da ANEM/ PorMSIC
mereceu especial destaque. Assim, Gerrit Hogemann venceu o 1º prémio da categoria de Best SCORE
participant e de Best Training Session. A delegação venceu, ainda, o prémio de Best NMO Exchange's Video e
o terceiro prémio na categoria de Best Exchanges Stands. Maria Cunha, da AEICBAS foi também vencedora do
3º prémio da categoria Best-Self Development Project, devido ao congresso ABC.
Emanuel Carvalho, 3º Ano
C L U B E S E Q U Ó I A
hajaSaúde! 5
hajaICVS!
Segundo um trabalho de investigação
realizado no ICVS, a perda de expressão de
RKIP (Raf kinase inhibitor protein) pode vir a ser
usada como um potencial biomarcador de
prognóstico, em doentes com carcinoma urotelial
da bexiga (CUB).
A investigadora Julieta Afonso, uma das
autoras do trabalho, refere que, na área do CUB,
“os esforços de pesquisa atuais são, cada vez
mais, direcionados para a elaboração de
nomogramas que combinem parâmetros clínico-
patológicos clássicos, com biomarcadores de
prognóstico, preditivos de resposta à terapêutica
e q u e r e p r e s e n t e m p o t e n c i a i s a l v o s
terapêuticos”. Neste âmbito, surgiu a ideia de
investigar a RKIP, uma vez que “a perda de
expressão desta está associada à promoção da
metastização, em inúmeros tipos de tumores
malignos, mas o seu papel no CUB é largamente
desconhecido”, acrescenta a investigadora.
Para tal, avaliou-se o significado clínico e
prognóstico da imunoexpressão da RKIP, em 81
doentes com CUB, de elevado risco de
progressão, tratados por cistectomia radical, com
linfadenectomia l imitada. Foram também
identificadas, por imuno-histoquímica, estruturas
vasculares sanguíneas e linfáticas, presentes nas
secções tumorais, de modo a facilitar a
v isual ização da ocorrência de invasão
linfovascular, e correlacioná-la com a expressão
da RKIP.
Depois da análise dos dados, a equipa
concluiu que “a diminuição da expressão da
RKIP associou-se significativamente a um
prognóstico desfavorável, mantendo-se como um
fator de prognóstico, independente relativamente
à sobrevivência livre de doença”.
No futuro, para confirmar os resultados
obtidos, o grupo terá, ainda, de “desenvolver
estudos adicionais com séries maiores e mais
completas, incluindo doentes que realizaram
cistectomia radical e linfadenectomia extensa”,
como avança a investigadora.
Por fim, noutros tipos de tumores, foi
demonstrado que a expressão da RKIP pode
potenciar a ocorrência de apoptose, induzida por
agentes quimioterápicos, o que poderá
representar um alvo terapêutico.
RKIP - Um Potencial Biomarcador de Prognóstico de
Carcinoma Urotelial da Bexiga
Emanuel Carvalho, 3º Ano
C L U B E S E Q U Ó I A
6 hajaSaúde!
A nossa vida é baseada em
interações com o mundo à nossa
volta e especialmente com os
nossos pares. É essa a essência
d o s e r h u m a n o : v i v e r e m
soc iedade. E é inegáve l a
importância do contacto físico no
e s t a b e l e c i m e n t o d e s s a s
in terações, se ja e le v isua l ,
auditivo, olfativo. O contacto físico é sempre o nosso ponto de partida. É o primeiro pedaço de informação que recebemos s o b r e o o u t r o e a c a b a
inevitavelmente por ser o pilar do
nosso julgamento e da nossa
postura.
Evolutivamente, há várias
características que o ser humano
valoriza aquando da procura de um parceiro, como reflexos de
uma vantagem reprodutiva. São
exemplo as preferências de rácio
cintura-anca, nas mulheres; rácio
cintura-peito, nos homens; a
simetria facial, resultante de um
b o m e s t a d o d e s a ú d e e
desenvolvimento. O tom de pele e
as características do cabelo são
também fatores importantes,
refletindo, por exemplo, uma
nutr ição adequada. Estudos
relevaram ainda que o odor, o
gosto e as faces mais atraentes
para uma pessoa correspondem a
i n d i v í d u o s c o m d i f e r e n t e s
genótipos na secção do Complexo
de Histocompatibilidade Major
(MHC), que exibe um papel
preponderante no sistema imune.
Uma hipótese proposta para
explicar estes resultados refere que se trata de um mecanismo
que permite reduzir o cruzamento
en t re se res gene t i camen te
semelhantes, permitindo a maior
v a r i e d a d e g e n é t i c a d a
descendência. Além disso, foi
também determinado que as
preferências femininas quanto às
características do parceiro variam
durante o ciclo menstrual e podem ser alteradas pela utilização de
anticoncecionais. Quando nos
debruçamos sobre os motivos
hajaTEMÁTICA!
A Evolução da AtraçãoAna Sofia Milheiro, 3º Ano
C L U B E S E Q U Ó I A
hajaSaúde! 7
b i o l ó g i c o s d a s n o s s a s
p re fe rênc ias , es tes podem
parecer-nos, no mínimo, estranhos.
Apesar da sua lógica darwinista,
é difícil conceber que alguém se
sinta atraído pela fisionomia
mamária feminina, pensando no
seu potencial de amamentação da
prole. Talvez seja um instinto
animal primitivo e, como tal, um i m p u l s o i n c o n s c i e n t e e
involuntário.
Porém, nós não somos meros
animais guiados apenas pelos
nossos mais primitivos instintos,
buscando o parceiro com maior
vantagem reprodutiva. Somos
também e , p r i nc ipa lmen te ,
criaturas sociais. A sociedade é o
nosso habitat natural e, portanto, tem um papel importantíssimo na
atração humana, tal como a
cultura. Através da nossa História,
os nosso “gostos” têm variado
imenso. Devido à estratificação
social e às ocupações de cada
classe, pessoas com tez mais
escura eram consideradas menos
atraentes, pois pertenciam a
estratos sociais mais baixos, em
deterimento da pele clara, mais prevalente nos estratos nobres.
Esta prelação manteve-se até ao
final da Era Vitoriana, no início do
século XX, quando se reconheceu
os benefícios terapêuticos da
exposição solar. Com a redução
progressiva do vestuário de praia
e c o m o a p a re c i m e n t o d e
ce lebr idades de pe le ma is
morena, o paradigma foi-se a l t e r a n d o , s e n d o a g o r a
considerado mais atraente uma
pele bronzeada e há até quem
considere as linhas de bronzeado
inestéticas. Contariamente ao que
se verifica na cultura ocidental, em países orientais como a China ou o Japão continua a associar-se a pele mais escura a estratos sociais mais baixos e, assim, menor atratividade. Verificou-se também uma
alteração do paradigma relativo às
formas do corpo feminino. Se
atentarmos nas formas de Vénus,
representada na célebre estátua
da Antiga Grécia ou na famosa
pintura Renascentista de Botticelli,
vemos como são diferentes das
atualmente idealizadas. As suas ancas são largas, o ventre está
longe de liso ou negativo e os
membros cheios. D u r a n t e
vários séculos, esta parece ter
sido a fisionomia feminina mais
apreciada. Na segunda metade do
século XX, a tendência começou a
inverter-se e o corpo das mulheres
passou a ser desejado mais
delgado e tonificado. As modelos
e atrizes chegaram a atingir
índices de massa corporal bem
abaixo do considerado normal.
Mas não foram só as mulheres que
viram o seu corpo mudar com o passar do tempo, também o corpo
masculino passou a ser mais
v a l o r i z a d o p e l o s e u
desenvolvimento muscular. Ícones do passado, como Marylin Monroe ou E lv is P res ley, dificilmente seriam capas de rev is ta nos d ias de hoje . Independentemente do tamanho e
das características dos corpos que atualmente surgem nos
media, as suas imagens são alvo
de um extenso melhoramento
informático, no qual jogam luzes e
sombras, moldando, não apenas
corpos, mas inevitavelmente,
mentes. Jogos de luz e sombra, no
computador, traduzem-se, na
realidade, por jogos de saúde e
doença.
8 hajaSaúde!
O ideal de beleza pode diferir entre sociedades no
mesmo período e, ao longo do tempo, em cada uma
delas. Contudo, a preocupação com a beleza é um
fenómeno transversal no espaço e no tempo da
história da humanidade.
O que justifica a manutenção desta preocupação, e
quais os contornos que tem assumido nos últimos
anos? Estudos realizados nas últimas quatro décadas apontam várias vantagens sociais da manutenção de uma aparência física agradável, pelo menos conforme ao ideal anglo-saxónico mais
mediatizado.
Crianças mais atraentes são mais populares entre
colegas e professores, que atribuem melhores
classificações a estas por trabalhos equivalentes aos
de colegas menos atraentes, e têm, também,
expectativas mais elevadas para a sua performance o
que, sabe-se, contribui para estimular o seu
desenvolvimento.
No mercado do trabalho, dados permitiram concluir
que a aparência física traz vantagens na obtenção de
trabalhos melhor remunerados e altos cargos
(existindo, paradoxalmente, uma espécie de “efeito de
tecto” para alguns lugares de topo, para os quais uma
aparência “excessivamente” cuidada pode ser tida
como um investimento fútil que desvaloriza as
capacidades laborais, no caso das mulheres). No
mundo empresarial, o aspecto é um componente essencial na interação com parceiros e clientes, e os
CEOs com melhor imagem são percepcionados como
mais capazes, além de granjearem, efetivamente,
mais clientes para as empresas após aparecerem em
anúncios televisivos, segundo estudos americanos.
Assim, parece lógico para quem contrata (neste
contexto) que a beleza será critério a ter em conta na
escolha de negociadores, embora não se tenha
encontrado qualquer correlação entre aparência e
qualidade no trabalho em si. Há, até, um estudo que
indica que, ao longo de uma carreira, um trabalhador
bem-parecido pode arrecadar mais $230.000 que um
indivíduo mediano. Atentando ao funcionamento da Justiça, vários
estudos verificaram que arguidos mais bonitos eram
ma is f requen temente i l ibados ou , quando
considerados culpados, sujeitos a penas mais leves; e
vítimas mais bonitas eram também alvo de maior
simpatia por parte do júri, recebendo, nos casos a tal
dados, maiores indeminizações que a média dos
indivíduos em geral.
As pessoas parecem ter, de um modo geral, um viés cognitivo que associa beleza a inteligência e competência, tanto social como técnica, viés que se manifesta nos vários contextos das suas vidas* (e não chegámos a abordar aqui a escolha de
parceiros amorosos).
Há vários pontos de vista pertinentes para encarar
estas observações, que se revelam importantes para
muitas das escolhas que fazemos. Enquanto
publicitários ou empregadores, o conhecimento deste
viés torna rentável procurar uma imagem mais
favorável nas pessoas que escolhemos para, literalmente, “darem a cara” pelo nosso investimento.
Por outro lado, enquanto consumidores de serviços,
a nossa propensão para pensar que “o que é bonito é
bom” pode distrair-nos da incompetência ou mesmo
de burla no atendimento que nos é feito, tornando-nos
menos exigentes naquele que é o nosso propósito
inicial. No domínio privado, enquanto seres sociais
que estabelecem ligações e vínculos entre si, esta
c o n s t a t a ç ã o a l e r t a - n o s p a r a a p o s s í v e l
dessincronização entre o alvo intuitivo da nossa a tenção , e ou t ros que poderão se r ma is
O Viés da BelezaSofia Leal, 3º Ano
*O livro “The Beauty Bias: The injus/ce of appearance in life and law”, de Deborah L. Rhode, debruça-‐se sobre todos estes fenómenos em maior detalhe.
C L U B E S E Q U Ó I A
hajaSaúde 9
recompensadores a longo prazo.
Os efeitos positivos de uma
imagem cuidada justificam (pelo
m e n o s e m p a r t e ) o b r u t a l
investimento que é feito, a nível
individual, para a sua obtenção.
Questionar a pertinência de um viés fisiológico poderá parecer d e s c a b i d o , m a s p o d e m o s certamente questionar a forma como somos educados para perceber o que é a beleza socialmente relevante, até que ponto vale a pena investir nela, e como julgar os outros pelo seu esforço (ou fal ta dele) na prossecução desta meta. Num período da história, em que
o “intervalo de beleza aceitável”
o c iden ta l , com que somos bombardeados, pelos media, é
estreito, vale a pena perguntar:
para quem é bom este ideal?
Certamente, não o será para O
Velho ou (pior ainda!) para O
Gordo, flagelo da nossa era,
conceito no qual considerações
sobre saúde e risco de doença se
confundem com juízos de valor
quanto a força de vontade ou brio
profissional e estético, numa
s a l a d a d e p r e c o n c e i t o e
discriminação (que se verifica a
nível social, laboral, e até mesmo por parte de profissionais de
saúde). E desengane-se quem
pensar que, noves fora, o resto da
população vive em paz com os
ideais apresentados: estudos
(também nos E.U.A.) apontam que
cerca de 8 em cada 10 mulheres
com mais de 18 anos se sentem
descontentes com a sua imagem
c o r p o r a l , a i n d a q u e o descontentamento com a própria
imagem seja menor nos homens.
E s t a s a p re c i a ç õ e s v a r i a m ,
contudo, consoante factores como
a orientação sexual e a etnia. Nos
h o m e n s h o m o s s e x u a i s a
insatisfação com a própria imagem
é maior que nos heterossexuais, e
nas mulheres homossexuais é
menor que nas heterossexuais.
Cur iosamente, em estudos
americanos, o descontentamento,
no caso das mulheres, parece ser
maior na população caucasiana do que na população negra ou
hispânica, provavelmente por
estas últimas terem noções mais
abrangentes de beleza.
Sabermos o poder inerente ao uso da imagem não nos priva da c a p a c i d a d e d e p e n s a r criticamente nos modelos de “boa imagem” que apre(e)ndemos – e perpetuamos. Ambos são elementos de uma equação
complexa que temos que ir
resolvendo, cada um de nós.
“I’m competing with men 20 years younger than me.”
Anthony Mascolo, 46.Liposuction to chin and abdomen.New Jersey, USA.
C L U B E S E Q U Ó I A
10 hajaSaúde!
Se até há ainda pouco tempo a humanidade debatia-
se para conseguir satisfazer as suas necessidades
nutritivas, este problema inverteu-se no momento em
que a economia atingiu um pico aceitável, trazendo
consigo uma margem confortável de poder de
compra. Face à actual vasta oferta de alimentos
processados, cada vez mais atractivos (e menos
saudáveis), grande parte deste poder de compra
desvia-se para satisfazer não mais uma necessidade,
mas um desejo. Grande parte do problema advém do açúcar industrial e da sua componente aditiva, que
muitos consideram a nova epidemia do século (para
saber mais, ver artigo na revista National Geographic-
edição de Agosto 2013 – Sugar Love).
Os efeitos destes desejos descontrolados calculam-
se em números: doenças cardiovasculares (em
grande parte desencadeadas pelo sedentarismo e
maus hábitos alimentares) são a primeira causa de
morte a nível global, perfazendo os 30%, sendo que
16,5% de todas as mortes são atribuídas a uma
tensão arterial elevada.
No entanto, a par deste fenómeno, outro tem surgido:
a constante competição que a gigante máquina
económica do mundo desenvolvido promove entre os
indivíduos, exerce nos mesmos uma pressão social e
uma preocupação crescente com o estatuto, a
carreira, e o poder. Neste cenário, e não discutindo os
aspectos morais desta constatação, a aparência é
Mente Sã, Corpo SãoVictória de Matos, 3º Ano
Tabela 1 - Benefícios provados da prática de exercício
1. Melhora o fitness muscular e cardiorrespiratório;2. Melhora a saúde óssea e reduz risco de quedas e fracturas; 3. Reduz o risco de hipertensão, doença coronária, enfarte, diabetes, cancro
da mama e cólon e depressão;4. Facilita o controlo do peso.
C L U B E S E Q U Ó I A
hajaSaúde! 11
uma peça fundamental nesta corrida, traduzindo a
primeira impressão que construirão muitas opiniões
decisivas para o progresso de cada um.
Esta preocupação com a imagem acaba por ser um
movimento contra corrente nesta subida crescente da
prevalência de obesidade e dislipidemias e da
incidência de diabetes nas populações. De facto, a
ideia que se verifica, vista por muitos como fútil, e
desprovida de sensatez, é mesmo essa: Se não
quiseres correr pela tua saúde, corre pela tua imagem”. De facto, mais do que juntar o útil (tabela 1-
benefícios da actividade física) ao agradável, o
exercício físico é ainda um importante aliado na
manutenção do peso ideal. No entanto, a sua prática
ainda não atinge os níveis recomendados pela OMS
(ver figura 1), e medidas devem ser tomadas no
sentido da sensibilização para esta problemática.
Como Lucas Remmerswaal escreveu no seu livro
sobre criação de hábitos “em primeiro crias os teus
hábitos. Depois, os teus hábitos criam-te a ti.” Razões para
começar não faltam. A motivação e o tempo
dependem exclusivamente da vontade e das
prioridades do próprio. Por isso, MEXE-TE! Pela tua
saúde, e por tudo o resto.
C L U B E S E Q U Ó I A
12 hajaSaúde!
Com a enorme melhoria dos cuidados de saúde do
último século, concomitante com um aumento enorme
da esperança média de vida, que quase duplicou,
cada vez mais é necessário ter em conta mais fatores,
balizando uma também pretendida melhoria da
qualidade de vida.
Mais recentemente,
um maior enfoque tem
sido dado à nutrição e
à q u a l i d a d e d a
a l imentação que a
baseia. Este facto é já
premente o suficiente
para que a larga maioria da população portuguesa o
reconheça, cerca de 56%, pelo menos segundo um
estudo publicado em 2009, na Revista Alimentação da
SPCNA.
Um dos grandes factores de risco emergentes na
população portuguesa é a obesidade, cada vez mais
prevalente e em idades cada vez mais precoces. De
facto, a maioria da população masculina regista, já,
níveis de excesso de peso, com um IMC (Indíce de
massa corporal) superior a
25, sendo que algo de muito
semelhante se passa com a
população feminina, ainda
que em menor monta.
Não é, no entanto, apenas
a obes idade o g rande
transtorno alimentar que
afecta a cultura ocidental. Outras patologias têm
aumentado a sua relevância no contexto da saúde
pública actual. Um estudo americano, datado de
2008, sugere a prevalência de algum tipo de distúrbio
Distúrbios Alimentares e SaúdePedro Peixoto, 3º Ano
“A prevalência de algum tipo de distúrbio alimentar em cerca de 15% dos indivíduos do sexo feminino e 4% do sexo masculino [...]”
C L U B E S E Q U Ó I A
hajaSaúde! 13
alimentar em cerca de 15% dos indivíduos do sexo
feminino, e de 4% do sexo masculino, em idade
escolar. Fundeando estes transtornos, nomeadamente
no que toca à anorexia, à bulimia e ao “compulsive
eating disorder”, aparenta ser relevante o factor
psicológico. Mais ainda, importa referir a muito
provável influência da cultura, nomeadamente a
pressão comercial a que os jovens estão sujeitos,
assim como os ideais de beleza a que são expostos,
inseparável de uma psique em desenvolvimento.
Os distúrbios alimentares, em idades precoces, são
particularmente nefastos, dado o seu potencial para
causar danos irreparáveis no desenvolvimento
fisiopsicológico dos indivíduos. Atualmente, como
consequências major destes distúrbios encontram-se
a doença neuroendócrina, a osteopenia/ osteoporose,
doença cardiovascular e gastrointestinal. Está, ainda,
provada a importância da deteção e combate precoce
destes distúrbios, como basilar para a diminuição das
p r o b a b i l i d a d e s d e d e s e n v o l v i m e n t o d a s
comorbilidades apresentadas.
A importância da alimentação no desenvolvimento
de doença é notável, quando atendemos ao facto de
as principais doenças, registadas em Portugal, tal
como sejam as de foro cardiovascular, estarem
int imamente l igadas a factores ambientais,
relacionados com o estilo de vida. Assim sendo, cada
vez mais nos encontrámos numa encruzilhada, na
qual a nossa população se vê a padecer das mesmas
doenças que o restante mundo ocidental regista, com
todas as consequências negativas que tal acarreta.
Nem tudo, no entanto, são más noticias. O trabalho
de sensibilização que tem sido feito no seio da
população portuguesa tem mostrado resultados, já
que uma grande percentagem da mesma revela ter já
em conta a qualidade dos alimentos que ingere, na
sua alimentação, em detrimento do seu sabor e do
prazer que os mesmos lhes causa. Por outro lado,
também começa a ser ponto assente que a larga
maioria se encontra, pelo menos, em fase de
desenvolver esforços no sentido de resolver os seus
problemas alimentares.
Conclui-se, assim, que existe, já, uma boa base para
construir politicas de prevenção primária, de
distúrbios alimentares em Portugal, com uma
população sensibilizada para o tema e com vontade
de enveredar em esforços, visando a resolução destes
problemas. A questão coloca-se, agora, do nosso
lado, pois somos nós, futuros médicos, os possíveis
vectores da mudança.
C L U B E S E Q U Ó I A
14 hajaSaúde!
A conceção das diferenças
físicas, psicológicas e sociais
entre um homem e uma mulher é
algo que tem gerado debate em
toda a história, sendo que o único
facto mundialmente aceite relativo
a tal matéria, é que sim, existem
diferenças. Hoje em dia, a ideia
das características físicas que
distinguem os dois sexos parece algo inteligível e indiscutível.
Contudo, tal pode ser considerada
uma perceção algo moderna, visto
a tentativa de minimizar tais
características já ocorrera.
De acordo com o historiador e
sexólogo Thomas Laqueur, até ao
século XVIII, a ideia da dualidade
d o s e x o n ã o e r a t ã o
clara,defendendo-se a teoria do único sexo. Tal baseia-se no
conceito da existência de um
conjunto de peças iguais, mas que
são organizadas em dois puzzles
distintos, isto é, os órgãos genitais
masculinos e femininos são formas
diferentes de expressão das
mesmas estruturas. Tal teoria
remonta para o século II, em que
Galeno defendia que a quantidade de “calor vital”, ou seja, de calor
p roduz ido pe lo co rpo , e ra
definidor das características e
hierarquia de cada ser: o humano
era o maior produtor do mesmo,
mas em especial o homem. Assim,
como o calor do homem era maior, os seus órgãos sexuais cresciam para fora, enquanto a mulher, sendo considerada mais f r i a , c o n s e r v a v a - o s internamente. É de notar que a
justificação para um uno físico, é
um duo hierárquico e social, que
só nos tempos modernos sofre
alguma mutabilidade. Outra conceção mantida até ao
século XVIII é relativa ao modo de
criação de geração: tomava-se
c o m o i m p r e s c i n d í v e l a
necessidade da mulher atingir o
orgasmo, de modo a libertar o
fluido que conteria a “semente”
que unida à do homem resultaria
na criação de um novo ser. Aliás,
durante os séculos XV, XVI e XVII, os manuais que adereçavam o
problema da infertilidade, sendo
s e m p r e t o m a d a c o m o u m
problema da mulher, expunham
técnicas que levassem mais
facilmente a mulher a atingir o
clímax sexual, de modo a que
libertasse a “semente” e assim
ocorresse fecundação.
Só no século XVIII surge a
mudança para a teoria dos dois
sexos, impulsionada por motivos epistemológicos, que também
afirmaram os papéis dos dois
sexos na sociedade, e políticos,
devido ao início da luta por parte
das mulheres, pela oportunidade
de ocupar o poder polít ico,
levando à ideia da dualidade do
s e x o , n ã o p o r q u e s t õ e s
hierárquicas, mas simplesmente
p o r d i f e r e n ç a s q u e n ã o modulariam quaisquer aspetos
deste tipo.
hajaSEXUALIDADE!
Nem sempre houve dois sexos...Jorge Silva, 3º Ano
hajaSaúde! 15
hajaARTE!
Desde os primórdios dos tempos, que o Homem tem necessidade de exprimir os seus sentimentos, as suas emoções e o ambiente que o rodeia através da arte, seja através da Literatura, da Pintura, da Escultura,… No entanto, esta vai evoluindo ao longo dos tempos e variando o objecto de culto sobre o qual se debruça. Relativamente ao corpo, é notória a sua presença na arte, numa miríade de circunstâncias, nos inícios da Humanidade, representado por traços simples pintados, evoluindo para formas voluptuosas, esculpidas nas estátuas dos deuses, formas angulosas no Cubismo, e a t é m e s m o n o s t e m p o s a c t u a i s n a d a n ç a contemporânea. Contudo, este objecto de culto adquiriu um papel mais preponderante no Renascimento, época esta que é descrita como o “descobrimento do Homem”. Efectivamente, foi nesta altura, entre fins do século XIV e meados do século XVI, que a arte começou a centrar o seu culto no corpo, primando pelas formas curvilíneas e delicadas, quer na Escultura, quer na Pintura. De salientar, que foi também nesta altura que a arte se aliou à Medicina, permitindo um maior desenvolvimento desta ciência, pelos desenhos e registos que se efectuaram. No século XX, surge um novo movimento artístico em Portugal, o Modernismo, que se caracteriza por uma quebra das correntes da tradição, defendendo que o mundo está em constante mudança e que a arte se devia adaptar, visando alcançar o progresso. Os principais impulsionadores deste movimento foram Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Amadeo de Souza-Cardoso, Santa-Rita Pintor e Almada Negreiros. Destes célebres artistas, destaca-se Almada Negreiros, o grande provocador. Pintor, poeta, desenhador, romancista, conferencista, actor, caricaturista, dramaturgo, humorista, panfletário, polemista, coreógrafo, cenógrafo, bailarino, figurinista, vitralista, ilustrador, gráfico, ensaísta e filósofo, inspirou-se nos primeiros futuristas, sobretudo Picasso e Matisse, e foi um acérrimo defensor do Modernismo e do culto do corpo em Portugal, afirmando que, no sei Ultimatum Futurista: “O povo completo será aquele que tiver reunido no seu máximo todas as qualidades e todos os
defeitos. Coragem, Portugueses, só vos faltam as qualidades.” Com um espírito inquieto e mordaz, Almada procurou incessantemente novas formas de expressão, sendo o único dos artistas modernistas portugueses a conciliar o culto espiritual com o culto do físico. Numa sociedade tradicionalista e artisticamente estagnada, ele rompe e rasga os preconceitos e as regras da sociedade, expondo o seu corpo nu à máquina do dramaturgo Vitoriano Braga, exaltando a pureza, o equilíbrio e a beleza do corpo (como se pode visualizar na imagem desta crónica). Assim, expõe-se por algo que ele considera maior que ele, um manifesto de arte: não só uma maneira de criar novos tipos de arte mas também uma maneira de revolucionar e de provocar as pessoas, na esperança que estas admirem e exaltem as ideologias que o arrebatam. Além disso, este profeta moderno tentou promover a sagração da dança, pela tentativa da criação do bailado português do século XX, como evento modernista e como forma de expressão do movimento e do domínio do corpo. Assim, para além de enaltecidas na Pintura, Escultura e outras áreas da arte, as formas corporais podem ser um manifesto da nossa própria alma e ideologias, provocando as pessoas e desafiando-as a olhar para uma nova direcção e com um horizonte mais alargado.
O Corpo Como Manifesto de Arte
Joana Silva, 2º Ano
C L U B E S E Q U Ó I A
16 hajaSaúde!
hajaTECNOLOGIA!
O Peso e o Calor das Nossas VidasJorge Silva, 3º Ano
A balança Omron HBF-516B é um dispositivo
inovador que permite calcular muito mais do que a
massa corporal, estando disponível para uso
doméstico. Esta balança emite uma corrente muito
fraca, com frequência de 50 kHz, que se difunde
pelo corpo a diferentes velocidades: no músculo,
osso, sangue e tecidos ricos em água, propaga-se a
uma maior velocidade do que no tecido adiposo.
Assim, consoante a velocidade de propagação
detetada pelos sensores dos pés e mãos (sendo que a balança inclui um comando digital com sensores
para as mãos), a balança aplica algoritmos próprios
que permitem a obtenção da altura, índice de massa
corporal, percentagem de massa adiposa, de massa
muscular e gordura visceral.
A avaliação das várias medidas biométricas e energéticas de cada indivíduo é algo que atualmente se
tem tornado de maior acessibilidade e facilidade, existindo já dispositivos que permitem a realização destas
medições em casa, permitindo um controlo exclusivo pelo utilizador.
O M e d G e m é u m a p a re l h o m e n o s
convencional, mas também de fácil uso doméstico.
Trata-se de um calorímetro indireto cujo principal
objetivo é o cálculo da taxa de metabolismo em
repouso (uma medida aproximada da basal), sendo
utilizado para o desenho de planos de perda de
peso. O indivíduo ventila através do aparelho, e este
deteta o volume de oxigénio consumido. Através da
equação de Weir, o calorímetro estima a taxa de
metabolismo em repouso. Pode-se ainda calcular esta taxa através de um método de calorimetria
direta, em que o indivíduo é colocado dentro de uma
câmara própria que avalia as variações de
temperatura, que neste caso se devem apenas ao
calor emanado pelo indivíduo.
hajaSaúde! 17
hajaCINEMA!
ÓSCARES 2014Nuno Gonçalves, 2º Ano
Óscares.... qualquer amante de cinema sabe que
é este o momento mais importante do ano, o
momento em que são consagrados os melhores
filmes, atores, efeitos especiais, tudo aquilo que nos
faz elevar a frequência cardíaca, quando nos
sentamos na cadeira do cinema, ou no sofá da sala
e esperamos que o filme inicie.
Ora bem, este ano não foi diferente e foi-nos
apresentado um espetáculo rico, repleto de
atuações entusiasmantes e momentos hilariantes, c o m p l e t a d o s p o r u m a a p r e s e n t a d o r a
proporcionadora de recordações inesquecíveis,
Ellen DeGeneres, como a selfie que contou com
Brad Pitt, Angelina Jolie, Meryl Streep, Julia
Roberts, Kevin Spacey, Jennifer Lawrence, entre
outras personalidades marcantes na história da 7ª
Arte.
Abordando agora o verdadeiro motivo pelo qual
43 milhões de pessoas viram a 86ª edição dos
prémios da Academia (maior audiência dos últimos 10 anos), “Gravity” liderou a noite com 7 óscares
ganhos, incluindo melhor Realizador, enquanto que
“12 years a slave” arrecadou 3 óscares, incluindo
Melhor Filme e melhor Atriz Secundária. O Óscar
para melhor ator principal foi para Matthew
McConaughey, o Óscar para melhor ator
secundário para Jared Leto juntamente com o
prémio para Melhor Maquilhagem e Cabelo para
Adruitha Lee e Robin Mathews levaram a que
“Dallas Buyers Club” levasse para casa 3 Óscares. Agora, só nos resta aguardar, arduamente, o
passar de mais um longo ano até à 87ª edição, com
uma confiança inabalável de que irá, uma vez mais,
ultrapassar as nossas expectativas e proporcionar
um serão memorável.
MELHOR FILME MELHOR REALIZADOR“12 Anos Escravo” Alfonso Cuarón, “Gravidade”MELHOR ATOR MELHOR ACTOR
SECUNDÁRIOMachew McConaughey, "O Clube de Dallas
Jared Leto, “O Clube de Dallas”
MELHOR ATRIZ MELHOR ATRIZ SECUNDÁRIACate Blanchec, “Blue Jasmine” Lupita Nyong’o, “12 Anos Escravo”MELHOR ARGUMENTO ORIGINAL
MELHOR ARGUMENTO ADAPTADO
“Her-‐ Uma história de amor”, Spike Jonze
“12 Anos Escravo”, John Ridley
MELHOR FILME ESTRANGEIRO
MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO
“A Grande Beleza”, de Paolo Sorren@no
“Frozen” – O Reino do Gelo
MELHOR CURTA-METRAGEM MELHOR CURTA-METRAGEM (ANIMAÇÃO)
“Helium”, de Anders Walter e Kim Magnusson
“Mr. Hublot”, de Laurent Witz e Alexandre Espigares
MELHOR DOCUMENTÁRIO MELHOR DOCUMENTÁRIO DE C.M
“A Dois Passos do Estrelato”, de Morgan Neville
"The Lady in Number 6: Music Saved my Life", de Malcolm Clarke e
Nicholas ReedMELHOR BANDA SONORA MELHOR CANÇÃO ORIGINAL“Gravidade”, de Steven Price "Let It Go", de Kristen Anderson-‐
Lopez and Robert Lopez, no filme "Frozen -‐ O Reino do Gelo",
MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO
MELHOR MONTAGEM
"O Grande Gatsby", Catherine Mar@n e Beverley Dunn
"Gravidade", Alfonso Cuarón e Mark Sanger
MELHOR MONTAGEM DE SOM MELHOR MISTURA DE SOM"Gravidade", Skip Lievsay, Niv Adiri, Christopher Benstead e Chris Munro
"Gravidade", Skip Lievsay, Niv Adiri, Christopher Benstead e Chris Munro
MELHORES EFEITOS VISUAISChristopher Benstead e Chris Munro
"Gravidade", Tim Webber, Chris Lawrence, Dave Shirk e Neil Corbould
MELHOR FOTOGRAFIAMELHOR FOTOGRAFIA
18 hajaSaúde!
MúsicaMúsica Exposições Espectáculos Cinema
Concerto Solidário – Cruz Vermelha Portuguesa | Theatro Circo Braga | 5 Abril | 21h30 | 5/10€
Ana Carolina | Mul@usos de Guimarães |
5 Abril | 22h00 | 25/35/40/60€
We Trust + Orquestra Artava | Casa das Artes Famalicão | 5 Abril | 21h30 | 5/10€
Blasted Mechanism | Casa da Música Porto | 6 Abril | 21h30 | 16€
Peter Hook & The Light | Casa das Artes de Famalicão |
11 Abril | 22h00 | 20€
XXIV FITU BRACARA AVGVSTA | Theatro Circo Braga | 11 e 12 Abril | 21h30 |
7/9€ e 12/16€
XIX Alcatraz – FesVval Internacional de Tunas |
Teatro Municipal de Vila do Conde |
11 e 12 Abril | 21h30 | 5€
José Cid “10 000 anos entre Vénus e Marte” |
Alfândega do Porto | 12 Abril | 22h00 | 25/30€
Peixe:avião | Plataforma das Artes
Guimarães | 12 Abril | 22h00 | 7,5€
OJ.COM | Theatro Circo Braga | 13 Abril | 17h30 | 3€
Resistência “Palavras ao Vento” |
Casa da Música Porto | 15 Abril | 21h00 | 30€
Resistência “Palavras ao Vento” |
Theatro Circo Braga | 19 Abril | 21h30 | 25/28/30€
Samuel Úria | Theatro Circo Braga |
21 Abril | 22h | 4,95/9,9€
40 Anos de Abril | Theatro Circo Braga | 24 Abril | 21h30 | 5€
José Cid | Theatro Circo Braga |
26 Abril | 21h30 | 10/20€
Soundmaker | Casa das Artes Famalicão |
26 Abril |23h00 | 2,5/5€
Lloyd Cole | Theatro Circo Braga | 30 Abril | 21h30 | 18€
A Naifa | Theatro Circo Braga | 10 Maio | 22h00 | 15€
“Amália” por Júlio Resende | Teatro Municipal de Vila
do Conde | 10 Maio | 21h30 | 10€
Rodrigo Leão & Ólafur Arnalds |
Casa da Música | 27 Maio | 21h00 | 30€
Coração e Cinzas (Arlindo Silva) |
Centro Cultural Vila Flor – Guimarães |
25 Janeiro a 6 Abril |Terça a Sábado d
as 10h00 às 19h00 | 2€
A Composição do Ar | Centro Cultural Vila Flor –
Guimarães | 25 Janeiro a 13 Abril |
Terça a Domingo das 10h00 às 19h00 | 4€
Provas de Contacto (José de Guimarães) |
Centro Cultural Vila Flor – Guimarães |
25 Janeiro a 13 Abril | Terça a Domingo
das 10h00 às 19h00 | 4€
Estrela Negra (Jaroslaw Fliciński) |
Centro Cultural Vila Flor – Guimarães |
25 Janeiro a 13 Abril | Terça a Domingo
das 10h00 às 19h00 | 4€
Exposição Esquírolas (Pedro Tudela)|
Centro Cultural Vila Flor – Guimarães |
26 Abril | 18h00
VI Mostra de Teatro Escolar |
Theatro Circo Braga | 1, 2, 3 e 4 Abril |
10h15 15h30 21h00 | 2€
Ambiguidades | Teatro Municipal de Vila do
Conde | 5 Abril | 21h30 | 7€
Longa Viaxe Cara à Noite | Theatro Circo Braga |
10 Abril | 21h30 | 3,5/7€
Ode MaríVma | Teatro Nacional São João | até 13 Abril | 10/12/16€
Sobra a Culpa… | Casa das Artes de Famalicão | 15 Abril | 15h00 e 21h30 |
1,5/3€
Homenagem a Palmira Bastos |
Theatro Circo Braga | 22 Abril | 00h00
Norte FesVval Dança Viana |
Exponor | 26 Abril
O Reverso das Palavras | Theatro Circo Braga | 29 Abril | 21h30 |6/12€
A Noite | Rivoli Teatro Municipal | 8-‐25 Abril | 21h30 | 8/15€
Mónica e o Desejo | Theatro Circo Braga | 7 Abril | 21h30 | 3,5€
3 Dias para Matar | Ação/Crime | 10 Abril
Noé | Aventura/Drama |10 Abril
Tarzan 3D | Animação | 10 Abril
A Grande Beleza | Theatro Circo Braga | 14 Abril | 21h30 | 3,5€
Borgman | Thriller | 17 Abril
Em Segredo | Crime/Drama | 17 Abril
O FantásVco Homem-‐Aranha 2 |
Ação/Aventura | 17 Abril
Prince Avalanche | Theatro Circo Braga | 21 Abril | 18h00 | 3,5€
Os Marretas Procuram-‐se | Comédia/Familiar |
24 Abril
Sabotage | Ação/Crime | 24 Abril
The Winter’s Tale | Musical | 28 Abril
Depois de Maio | Theatro Circo Braga | 28 Abril | 21h30 | 3,5€
Hércules – A Lenda Começa | Ação/Aventura | 1 Maio
No Limite do Amanhã | Ação/Ficção CienJfica | 29
Maio
hajaAGENDA CULTURAL!
hajaSuade! 19
hajaNEMUM!
O NEMUM realizou, no dia dezanove de Fevereiro, quarta-feira, a III edição da Euphoria, no novo espaço
nocturno de Braga, o Liquid Social Club.
A III edição teve como tema “Blackout: we’ll be glowing in the dark” e a presença do, muito conhecido, dj
Migolas, habituado já a marcar presença, neste tipo de festas.
A Euphoria teve ínicio às vinte e três horas, com o
conceituado Rally NEMUM, no mesmo local do evento. A organização disponibilizou transporte para o local desde a
Universidade e garantiu muita diversão aos participantes, a qual, na verdade, não faltou.
Todos os presentes tiveram direito a tintas de água
e a objectos luminosos, para que, quando todas as luzes se apagassem, toda a gente brilhasse no escuro, assim
como o próprio tema o refere.Por volta das três horas da manhã, a festa
continuaria na discoteca Sardinha Biba, também com
transporte a partir do Liquid Social Club, e que permitiria a pulseira do evento o acesso a preços especiais na
discoteca.
A Euphoria obteve, na sua III edição, muito sucesso e a organização promete, para o próximo ano,
manter as bebidas do bar a preços académicos e surpreender, novamente, com uma temática incapaz de
deixar ficar os alunos de medicina em casa!
EUPHORIA “Blackout”
Dia 24 de março, realizou-se pelas 21:00h no Vintage Lounge a sessão "Vencer o cancro com humor"
das Conversas Médicas. A oradora convidada foi a
presidente da associação "Cancro com humor" e autora do livro com o mesmo nome, Marine Antunes, que nos veio
deixar o seu testemunho sobre como o sentido de humor a ajudou a lidar com o linfoma diagnosticado aos 13 anos
de idade. O espaço acolhedor, a simpatia dos funcionários
e as delícias de fabrico próprio do local geraram um ambiente descontraído e propício a algumas confidências
da convidada. Foram abordados episódios caricatos e humorísticos de vida de Marine Antunes na altura em que
se encontrava doente e partilhados os prós e contras do
ponto de vista do doente oncológico em relação à atenção e preocupação por parte dos familiares e amigos. Foram
apresentados vídeos, colocadas questões e o resultado foi uma boa conversa, com risos, boa disposição e partilha
de vivências à mistura. A sala estava cheia e ainda se improvisaram alguns lugares sentados, evidenciando a
curiosidade e motivação dos alunos da ECS no tema
abordado. No fim foi ainda possível a aquisição de produtos de merchandising da associação "Cancro com
humor". Como próximo tema das Conversas Médicas
temos os Cuidados Paliativos, a realizar-se no início do
mês de abril. O intuito é chamar a atenção dos alunos para a importância da manutenção da qualidade de vida e
bem-estar de todos os doentes, fomentando a partilha de ideias, dúvidas e informação sempre de forma
descontraída e informal.
Apareçam e participem!
Conversas MédicasSofia Miranda
20 hajaSaúde!
Atividades NEMUM Abril/Maio
31 Março a 11 Abril | Stock Off NEMUM Abril Workshop Ecografia Abdominal
Abril | Conversa Médica sobre Cuidados Paliativos (a confirmar data)
10 Abril | Sessão Esclarecimento CEMEF's, RMA's e Estágios de Saúde Mental
23 Abril | Vamos Rastrear Guimarães
23 Abril ou 14 de Maio | Jantar do Traje (a confirmar)
25 Abril | PET/T4PE
28 Abril a de Maio | Semana Cultural Professor Joaquim Pinto Machado
30 Abril | Dia do Nariz Vermelho
30 Abril | Cerimónia da Data Branca (inserido na SCPJPM)
30 Abril | Jantar do Traje
10 a 17 Maio | Gata na Saúde
hajaPASSATEMPOS!
SUDOKU - Nível Médio
hajaSaúde! 21
1. Que filme não foi nomeado para a categoria de Melhor Filme de Animação?
a. Ernest&Celestine
b. Frozen – O Reino do Gelo
c. Turbo
d. Os Crood
e. Gru, o maldisposto 2
2. Que actor foi galardoado com o Óscar de Melhor Actor Secundário?
a. Jared Leto, de O Clube de Dallas
b. Bradley Cooper, de Golpada Americana
c. Jonah Hill, de O Lobo de Wall Street
d. Michael Fassbendar, de 12 Anos Escravo
3. A quem atribuiu a Academia o prémio de Melhor Direcção?
a. 12 Anos Escravo
b. Golpada Americana
c. Ao Encontro de Mr. Banks
d. Gravidade
e. O Lobo de Wall Street
4. Que atriz recebeu o seu primeiro Óscar nesta cerimónia?
a. Jennifer Lawrence
b. Judi Dench
c. Amy Adams
d. Cate Blanchett
e. Lupita Nyong’o
5. Que filme arrecadou o Prémio de Melhor Banda Sonora Original?
a. Frozen – O Reino do Gelo
b. Gravidade
c. Ao Encontro de Mr. Banks
d. Her – Uma História de Amor
6. Qual foi considerado o Melhor Filme?
a. A Rapariga que Roubava Livros
b. Gravidade
c. O Lobo de Wall Street
d. 12 Anos Escravo
e. Clube Dallas
7. Que filme arrecadou mais Prémios?
a. Clube Dallas
b. Ao Encontro de Mr. Banks
c. Gravidade
d. Her – Uma História de Amor
e. O Lobo de Wall Street
QUIZZ – Os Óscares 2014
Os Óscares (ou Prémios da Academia) são atribuídos, anualmente pela Academia das Artes e Ciências Cinematográficas, desde 1929, como reconhecimento da excelência de profissionais da indústria cinematográfic
Soluções: 1-‐c; 2-‐a; 3-‐c; 4-‐e; 5-‐b; 6-‐d; 7-‐c
C L U B E S E Q U Ó I A
22 hajaSaúde!
hajaHUMOR!
Vamos seguir a vida
d e u m e s t u d a n t e
universitário aleatório.
Visando a manutenção
do anonimato, chamemos-lhe, sei lá, Vanda Stewart.
Vanda é uma rapariga como muitas outras: de fortes
ideologias, ama a Natureza e preocupa-se seriamente
com o seu semblante. Conciliando estes factores, há
bem pouco tempo decidiu começar a comer de forma
saudável e eco-amigável. Informou-se de forma adulta e ponderada sobre as vantagens e possibilidades de
se ser vegetariano – com efeito, cumpriu os 10 a 15
minutos da praxe a investigar o assunto na Wikipédia.
Após árdua pesquisa, decidiu começar a adoptar
pequenas mudanças no seu estilo de vida, de forma a
permitir uma adaptação mais suave. Nesse dia, ao
jantar, substituiu os habituais prato de sopa, uma
suculenta costeleta e sobremesa (leia-se: outra
costeleta) por três rebentos de soja e um feijão
ligeiramente maior que o comum. Deitou-se a cantar vitória, feliz por estar a conseguir cumprir a sua
estratégia a longo prazo, e adormeceu embalada
p e l o s r u í d o s d o s e u e s t ô m a g o a p e d i r,
nomeadamente, comida. No dia seguinte – para seu
espanto! – acorda com variados desejos alimentares.
“Que estranho, sinto-me tão bem comigo própria,
principalmente a nível físico” – pensou, enquanto se
espremia para vestir os leggings quatro números
abaixo do seu que comprara no mês anterior. Após
rápida visita ao frigorífico, depara-se com um balde de gelado por abrir, precisamente do sabor que mais
engorda (seja ele, qual for). Curiosamente, volvidos 5
minutos já o balde se encontrava vazio. Desiludida
com o seu momento de fraqueza, Vanda decide
caprichar. “Hoje ainda vai ser melhor que ontem, vou comer o mesmo ao jantar e ainda fazer exercício durante duas horas!” – afirmava com afinco, enquanto acabava de lamber a colher do gelado que, a partir desse momento, nunca existiu. Ora, sendo uma mulher de fortes convicções, seguiu o seu novo plano à risca, tendo-se deitado, para além
de faminta, fatigada. Com um novo raiar de sol, Vanda
desperta com vontade de se mostrar ao Mundo,
refeita das injustiças a que a indústria alimentar a tem
submetido, ano após ano. Desperta, mas não se
levanta; apesar da tentativa, apenas consegue
deslizar para fora da cama, mantendo-se na horizontal
por cima do seu bonito tapete de arraiolos. “É apenas
um revés”, lá isso é verdade, mas é um revés com
uma explicação muito fácil, sua idiota. “Vou só comer
o suficiente para me aguentar para o resto do dia”, e
dito isto arrasta-se até à cozinha, onde termina com o
stock mensal de chicha, seguindo-se o seu presunto de emergência, para situações tal como esta.
Terminado o pequeno-almoço, decide tomar de uma
vez por todas uma posição em relação aos seus
hábitos de vida: “Acabou-se! A partir de agora só alimentação saudável, tal como tenho feito nas últimas duas noites! E hoje vou ao ginásio 3 vezes: antes do almoço, depois do almoço e à hora do almoço, para não almoçar!”. História engraçada, eis
que um novo dia surge e desta vez nem o
deslizamento a safa. Imobilizada pela falta de energia, apenas possui a suficiente para abrir os olhos, talvez
a 30%. Dá uma olhada em redor, e tenta-se apoiar em
estruturas que estivessem por perto, nomeadamente a
estante que possui por cima da sua cama. Mal sobre
ela exerce pressão, o mais pesado dos livros –
ironicamente, de seu nome “A Ironia” – cai-lhe sobre a
face, causando variados danos, ainda que apenas
estéticos. A partir desse dia, nunca mais Vanda se
meteu em estratégias esquisitas de emagrecimento,
passando a abraçar a obesidade com os seus (agora roliços) braços, como se de um filho se tratasse. O
que, na verdade, mais tarde acabou por ser, após
encontrar o amor da sua vida numa convenção
internacional do McDonald’s. Escusado será dizer, o
rapaz nasceu saudável com os seus protectores 6
quilos e 700 gramas.
A Rebecca aconselha: nunca pratiquem hábitos
alimentares radicais e, principalmente, patetas.
Quando derem por ela estão com o nariz torto.
Conselhos da Rebecca
hajaSaúde! 23
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NEMUM - Núcleo de Estudantes de Medicina da Universidade do MinhoJornal hajaSaúdeTiragem: 100 ExemplaresEdição: Sofia Leal, Emanuel Carvalho, Pedro PeixotoColaboradores: Alberto Silva; Ana Sofia Milheiro; Emanuel Carvalho; Joana Silva; Jorge Silva; Nuno Gonçalves; Pedro Peixoto; Sofia Leal; Sofia Miranda; Victória de MatosPaginação & Grafismo: Sara GuimarãesImpressão por: Copyscan
Bombaím, Índia | Alberto Silva, 5º Ano
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