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Fonte: http://www.escolasempartido.org/artigos
Ensinar X Doutrinar Fabio Florence
Pertence ao senso comum a ideia segundo a qual um ensino intelectualmente honestodeve fomentar nos alunos a aptidão para o pensamento independente dos vícios e dasideologias, ao passo que a chamada “doutrinação” consiste na imposição, peloprofessor, de uma doutrina na qual ele acredita e para a qual deseja ganhar a adesão dosalunos. Sem pretender esgotar o tema, pretendo, aqui, convidar os educadores arefletirem mais a fundo sobre a prática da doutrinação para que, assim, possam melhorcontribuir para a formação daqueles cujo aprendizado foi a eles confiado.
No livro “A Doutrinação”, escrito na década de 1970, o filósofo Olivier Reboul apontadois sentidos para essa prática: a doutrinação de tipo conformista, que consiste noreforço de preconceitos já existentes na cabeça do educando, e a doutrinação de tiposectário, marcada pelo ataque frontal aos preconceitos existentes na cabeça do educandoe sua substituição por outros. Enquanto o conformismo impede que o educando elaboregrandes projetos, cresça como pessoa e, assim, contribua para o bem social como umtodo, o sectarismo está na raiz dos movimentos de negação radical da realidade, quefrequentemente resultam em violência e grandes tragédias pessoais e/ou coletivas.
Talvez um dos grandes desafios com que se defronta o educador seja diagnosticar, naprópria prática pedagógica, se seu ensino está ou não trilhando o caminho dadoutrinação. Para melhor nos situarmos, sugiro tomarmos como ponto de referênciaalguns sintomas claros da doutrinação apontados por Reboul: fazer propaganda dopartido político A ou B, impor um tipo de conhecimento que poderia ser compreendido(o famoso “porque sim”), lançar mão do argumento de autoridade quando não é o únicopossível, elaborar um ensino com base em preconceitos e, paralelamente, manipularfatos para que a doutrina ensinada aparente ser a única possível são indícios claros deque se está a doutrinar e não a ensinar.
Mesmo que o educador, ao olhar para essa lista, creia firmemente que não praticanenhuma das condutas arroladas, ainda assim é possível que o faça sem saber.Acrescenta-se a isso o fato de que todo educador possui – e é legítimo que possua – suascrenças e convicções pessoais de ordem política e de valores morais e que um conjunto
http://ifecampinas.org.br/ensinar-x-doutrinar-florence/http://escolasempartido.org/artigos-top/614-ensinar-x-doutrinar
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de aulas interessantes e atraentes podem implicar na adesão irrefletida do aluno aoponto de vista do professor pela simples associação da opinião com a pessoa. Como,então, se resguardar desse perigo?
A resposta que proponho pode parecer um truísmo, mas, em tempos de recrudescimentoideológico e partidário como os nossos, se faz necessária: o educador deve ter a práticacontínua e disciplinada do estudo, associada sempre à honestidade intelectual de expor omaior número de pontos de vista que um assunto comporta e as possíveis conseqüênciasque a adoção de cada um deles pode acarretar.
O caminho mais fácil para ser um professor “popular” parece ser, cada vez mais, o dosectarismo, sobretudo por este se revestir de uma aparência de coerência entre o ensinare o agir. Com efeito, o militante político e o fanático vivem aquilo que ensinam comgrande fervor, mas não cumprem sua função de educadores, que consiste, sobretudo, emabrir as portas do pensamento responsável e nunca em fechá-las.
Fabio Florence (florenceunicamp@gmail.com) é advogado, professor de Filosofia egestor do Núcleo de História do IFE Campinas.
Sala de aula não é Facebook Por Marcelo Rech
Imagine a cena. Um professor seguidor do bolsonarismo discorre sobre as virtudes doregime militar, ao qual chama de Momento Democrático de 64. Bem-falante, oprofessor dá sua versão aos alunos. Observa que foi com os militares no poder que oBrasil derrotou a inflação, que se ergueram grandes obras, como o Hospital de Clínicas,a Freeway e Itaipu, e diz que as pessoas, apesar do terrorismo de esquerda, viviam maisseguras e felizes. Nenhuma palavra sobre dívida externa, repressão política, censura outortura, a qual ele atribuiu a uma invenção da imprensa para macular o regime.
Quem acredita que a sala de aula seja uma franquia do professor para doutrinar criançase adolescentes deve estar preparado para conviver pacificamente com o mestreimaginário acima, que estaria, segundo uma corrente de pensamento, apenas exercendoseu direito à livre manifestação. Em países onde a educação chegou a outro estágio,recrutar corações e mentes infanto-juvenis para um projeto político seria uma violaçãoética do educador. No Brasil, na ausência de códigos do gênero, um projeto do deputadofederal tucano Izalci Lucas se soma a uma dezena de iniciativas estaduais na defesa daneutralidade ideológica, política e religiosa em colégios públicos, em um movimentoconhecido como Escola sem Partido.
Tais projetos só germinam porque, no Brasil do Século 21, ainda se considera naturalque agentes do Estado pagos pela sociedade despejem seu próprio menu ideológico, sejaele de esquerda ou de direita, sobre jovens que não têm outra opção a não ser estar ali,diante da autoridade de um professor. No lado desenvolvido do mundo, há uma clara
http://zh.clicrbs.com.br/rs/opiniao/colunistas/marcelo-rech/noticia/2016/07/sala-de-aula-nao-e-facebook-6641886.htmlhttp://escolasempartido.org/artigos-top/613-sala-de-aula-nao-e-facebookmailto:florenceunicamp@gmail.com
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distinção. Facebook e mesa de bar, onde adultos se encontram de forma voluntária, éuma coisa. Já o quadro-negro deve ser imune a partidarizações.
É desejável que escolas formem cidadãos conscientes e responsáveis, mas esse idealpressupõe que ao estudante devem ser oferecidas diferentes versões de um fato. Sempreque o partido se intromete na lição, mata-se a pluralidade e distorce-se a missão deensinar a pensar. Um caso rápido: no surto de liberdade que se seguiu ao esfarelamentoda União Soviética, entrevistei uma professora de história em uma escola de Moscou.Ela estava atônita. Seus livros ainda apresentavam Marx e Lenin como semideuses dapátria socialista. De um dia para outro, eles já não eram mais heróis e nem URSS existiamais. Só restavam os livros e a confusão mental de professora e alunos que haviam sidomanietados pela ideologia.
A história está repleta de episódios de uso do ensino para encabrestar cérebros eescolhas livres. No Estado Novo, estudantes eram instados a tecer loas diárias a GetúlioVargas. Na antiga Alemanha Oriental, recrutavam-se pioneirinhos de lenço vermelhopara se tornarem bons comunistas que dedurassem seus pais. Do Brasil getulista àCortina de Ferro e até ao extremo atual das madrassas do talibã, a doutrinação na sala deaula sempre serviu de combustível para facções e regimes autoritários e liberticidas emgeral.
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anped Associação Nacional de PósGraduação ePesquisa em EducaçãoEntrevista com Fernando de Araújo Penna | "Escola sempartido"| Série "Conquistas em Risco"
Enviado por João Marcos Veiga em qua, 20/04/2016 18:53
Confira a entrevista com professor Fernando de Araújo Penna sobre o tema "escola sem partido". O professor da UFFaborda o panorama de informações falsas, distorções e arbitrariedades em tramitações de projetos que cercam o tema. Odepoimento integra a série "Conquistas em Risco" realizada pelo Portal da ANPEd.
Num contexto de conquistas em risco (seja por cortes em investimentos e programas, seja por ofensivasconservadoras no congresso e sociedade, investidas de empresários e fundações), como analisar a proposição deuma "Escola sem Partido"? De onde surge isso e qual seu impacto nas discussões sobre a escola pública?
A proposição de uma “escola sem partido” não é nova. O movimento com este nome foi criado em 2004, mas ganha forçajustamente neste contexto das ofensivas conservadoras. O primeiro projeto de lei que propunha a criação do “programaescola sem partido” em uma rede de ensino foi fruto de uma parceria entre o criador do movimento, Miguel Nagib, e odeputado estadual Flávio Bolsonaro. A localização da família Bolsonaro dentro do espectro de posicionamentos políticos ébem conhecida – uma evidência disso foi a presença de um homem fantasiado de Adolf Hitler para defender a proposiçãode uma “escola sem partido” em uma audiência pública proposta para discutir este tema na Câmara dos Vereadores domunicípio do Rio de Janeiro. Este projeto de lei se beneficia da falsa dicotomia imposta pelo próprio nome do movimento,entre uma escola com ou sem partido. É importante reafirmar que o que está em jogo quando falamos do “programa escolasem partido” é um projeto de escola na qual esta é destituída de todo o seu caráter educacional, pois, segundo omovimento em questão, professor não é educador.
Dentro deste contexto de conquistas em risco, o movimento escola sem partido incorporou outras pautas conservadorasque incialmente não faziam parte das suas bandeiras. Foi o caso do combate covarde contra a discussão de questão degênero nas escolas. O termo “ideologia de gênero” vem sendo usado como uma forma política de manipulação do medocom base em informações falsas e distorções grotescas das práticas que acontecem nas escolas. O caso do estado deAlagoas pode ser ilustrativo deste processo. Lá, como em outros estados e municípios do Brasil, os debates sobre osplanos de educação ganharam grande publicidade, mas, neste estado, a polêmica foi intensa por conta de um material falsointencionalmente divulgado como sendo de autoria do MEC, que continha imagens sugestivas e estímulo a práticassexuais. O Ministério Público investiga o caso, mas o estrago já havia sido feito na opinião pública e diferentes grupospressionaram pela remoção do termo “gênero” dos planos estaduais e municipais de educação. Foi convocada umaaudiência pública para discutir o tema em Alagoas e o debatedor convidado foi justamente o advogado Miguel Nagib, que
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aproveitou a visita ao estado para persuadir um deputado a apresentar o projeto de lei “escola sem partido”, que lá aindarecebeu o nome ainda mais enganador de “Escola Livre”. No final das contas, tanto a retirada do termo “gênero” do planoestadual de educação quanto o projeto de lei “escola sem partido” foram aprovados naquele estado.
Esta proliferação de projetos que propõem o “programa escola sem partido” não surpreende, porque, no contexto deofensiva conservadora, basta aos vereadores e deputados entrarem no site da organização onde existem dois anteprojetosde lei municipal e estadual. Existe um projeto tramitando em âmbito nacional, nove outros em diferentes estados e nodistrito federal, além de inúmeros municípios. O projeto já foi aprovado no estado de Alagoas (o governador vetou o projetoe seu veto vem sendo discutido na Assembleia Legislativa) e nos municípios de PicuíPB, Santa Cruz do Monte CasteloSCe Campo GrandeMS.
O caso mais recente foi o do Projeto de Lei nº 8.242/16, de autoria do vereador Paulo Siufi, que foi protocolado pelo seupropositor, segundo o site da câmara municipal de Campo Grande, no dia 28/03/2016. No dia 29/03 foi enviado parareceber o parecer da Procuradoria Municipal, que deu seu parecer "pela tramitação" no dia 31/03 e NO MESMO DIA ele jáfoi votado em urgência sem nem estar na pauta! E aprovado! Dois vereadores apenas foram contrários e questionaramporque o projeto estava sendo votado em urgência. Para completar o circo de arbitrariedades, o parecer da ProcuradoriaMunicipal indicava que deveriam ser acolhidos os pareceres das Comissões de “Legislação, Justiça e Redação Final” e“Educação e Desporto”. Não há nenhuma referência aos pareceres destas comissões e nem houve tempo hábil para queelas tivessem sido consultadas! É gravíssimo! O projeto tenta silenciar os professores e é aprovado excluindo a participaçãoda sociedade no debate!
O impacto da aprovação destes projetos para as discussões sobre a escola pública seria imenso. O projeto se propõe acombater a “doutrinação ideológica”, mas nem sequer define o que seria isso e apenas insiste na defesa da “neutralidade”.Mas quem define o que é “neutro” e o que é “ideológico”? Na ausência de uma definição no projeto de lei, vale a penaverificar o que diz o site da organização sobre o tema. Ao clicar no item “flagrando o doutrinador”, percebemos que oprofessor é representado como um criminoso dissimulado que corrompe os jovens inocentes e passivos. “Você pode estarsendo vítima de doutrinação ideológica quando seu professor se desvia frequentemente da matéria objeto da disciplina paraassuntos relacionados ao noticiário político ou internacional”. Dissociações como estas, entre a matéria objeto da disciplinae o mundo fora da escola e entre educação e instrução, são uma ameaça a qualquer projeto de uma escola maisprogressista. O PL 867/2015 propõe que seja vedada, em sala de aula, “a veiculação de conteúdos ou a realização deatividades que possam estar em conflito com as convicções religiosas ou morais dos pais ou responsáveis pelosestudantes”. Como fica o ensino da história e cultura afrobrasileira e indígena, por exemplo? O retrocesso seria enorme.
Não precisamos, no entanto, esperar a aprovação dos projetos escola sem partido para pensar o impacto das propostasdeste movimento. Ao se aproveitar da grande polarização que vivemos no cenário político nacional, a perseguição deprofessores que se manifestam politicamente não para de crescer. Começam a surgir vários relatos de professores queperderam os seus empregos por se posicionar sobre temas polêmicos nas redes sociais e, portanto, fora do ambienteescolar. Os dois casos mais notórios foram o do professor Paulo Ramos demitido por suas declarações em redes sociais epor discutir violência e multiculturalismo nas suas aulas de sociologia e da professora de história que pediu sua demissãodo Colégio Jesuíta Medianeira de Curitiba por estar sendo perseguida pelos pais devido a seu posicionamento contra oimpeachment nas suas redes sociais. Estes são apenas os casos que ganharam notoriedade, mas certamente existemmuitos outros. O movimento escola sem partido estimula este comportamento, ao representar os professores comocorruptores da juventude e defender que os professores não têm liberdade de expressão no exercício da sua atividadeprofissional.
Para saber mais:
https://liberdadeparaensinar.wordpress.com/2015/09/18/oodioaosprofess...
https://www.youtube.com/playlist?list=PLEEUdtMglJeWgoJaqwnumMaQyRjHmDU9k
https://www.facebook.com/notes/paulocramos/comquantasexce%C3%A7%C3%B...
http://noticias.uol.com.br/politica/ultimasnoticias/2016/03/22/flaflu...
https://liberdadeparaensinar.wordpress.com/2015/09/18/o-odio-aos-professores/https://www.youtube.com/playlist?list=PLEEUdtMglJeWgoJaqwnumMaQyRjHmDU9khttps://www.facebook.com/notes/paulo-c-ramos/com-quantas-exce%C3%A7%C3%B5es-se-faz-uma-regra/1198122890197706http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2016/03/22/fla-flu-politico-provoca-demissao-de-professora-e-alunos-protestam-no-pr.htm
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14/08/2016 O ódio aos professores | Movimento Liberdade para Educar
https://liberdadeparaensinar.wordpress.com/2015/09/18/o-odio-aos-professores/ 1/15
Movimento Liberdade para Educar
O ódio aos professores
Texto do Prof. Dr. Fernando Penna (UFF)
(comentário em uma publicação da página de facebook ““)
Este foi um comentário de incitação ao ódio contra professores feito por um defensor do Escola Sem Partido emuma página de facebook. Como sabemos, as redes sociais estão cheias de pessoas que se escondem por trás doanonimato e da distância física para vomitar ódio e preconceito impunemente e nenhum grupo pode serdiretamente culpado pelas ações destas pessoas. No entanto, argumentarei neste texto que algumasrepresentações – dos professores, das escolas e de referências teóricas do campo educacional – estimulam estaonda de ódio contra professores e professoras. As representações que analisarei são difundidas nos seguintesespaços: o site e a página de facebook da organização “Escola Sem Partido”, no perfil público de seu criador eorganizador, Miguel Nagib, e na página dos “Professores a favor do Escola Sem Partido” na mesma rede social.
A minha proposta é, inicialmente, listar alguns procedimentos discursivos utilizados pela organização “EscolaSem Partido” e seus seguidores, para, em seguida, analisar textos e imagens que utilizam estes procedimentosde maneira a criar um ambiente de ódio em relação aos professores e deixálos com medo de fazer o seutrabalho de acordo com seu saber profissional. Foram selecionadas para a análise seis imagens – duas relativas apensadores da educação, duas sobre a escola e duas representações de professores e professoras – que serãoanalisadas em conjunto com os textos que as acompanham.
Professores contrao Escola Sem Partido
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14/08/2016 O ódio aos professores | Movimento Liberdade para Educar
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Destaco dois procedimentos discursivos intrinsecamente articulados e utilizados neste ataque aos professores.Um primeiro procedimento é a utilização de termos que não possuem uma definição precisa, de maneira queuma ampla gama de casos possa ser enquadrada usando estas expressões. Cito, como exemplo, os termos:“doutrinação ideológica”, “ideologia de gênero” e “marxismo cultural”. Em todos os casos, termos cunhadospara desqualificar uma prática deturpando a sua concepção original. O segundo procedimento, diretamenteassociado ao primeiro, é desqualificar os professores (especialmente aqueles que se opõem ao projeto), a escolae algumas das referências teóricas utilizadas no campo da educação. Esta desqualificação não se dá através deuma argumentação racional, mas através de ataques pessoais e imagens que representam o professor, a escola eseus pensadores como ameaças a crianças inocentes, e citando casos particulares considerados assustadores einsinuando que uma parcela significativa dos professores age da mesma maneira, mesmo que não tenhamnenhum dado estatístico para apoiar esta generalização indevida. O primeiro e o segundo procedimentos searticulam: o uso de termos que não têm uma definição precisa para apontar uma ameaça abstrata que coloca emsuspeição todos os professores e todo o sistema escolar.
Começo minha análise por um texto compartilhado no site da organização Escola Sem Partido –
. Transcrevo a definição do termo ideologia à qual o professor afirma ter chegadodepois de trinta anos de trabalho sobre o tema: “Um discurso ficcional e simplista que se apresenta comoverdade a ser assegurada em última instância pelo controle total do poder governamental” (p. 3). O prof.Bráulio propõe esta definição para concluir que o “paulofreirianismo é profundamente ideológico no sentido dadefinição por mim proposta anteriormente”. Notem bem que ele não falou em Paulo Freire, mas em “paulofreirianismo”. Isso porque ele se negou a discutir algumas questões por falta de tempo: “se Paulo Freire era, elepróprio, paulofreireano. Ele era. Mas isso nos levaria a discutir uma questão análoga à relação entre Marx e omarxismo (que recusou a paternidade do marxismo… e do filho que teve com a empregada doméstica dele). Enem se Paulo Freire e os paulofreireanos são aquilo que Lenin chamou de ‘idiotas úteis’ da causa comunista”(p. 46). Este é o nível das discussões divulgadas pela organização Escola Sem Partido: desqualificando otrabalho complexo de pensadores importantes através do recurso não da crítica, mas da calúnia e da difamaçãode cunho pessoal.
Imagem reproduzida no texto de Bráulio Porto
E qual é a grande conclusão à qual chega Bráulio? “Pareceme, portanto, que a doutrinação políticoideológicaem nossas escolas é um problema muito real em nosso país. Eu diria até, por razões que ficarão mais clarasadiante, que o cartaz que causou tremenda indignação nas redes sociais ao conter os dizeres “Chega de
o discursoproferido pelo prof. Dr. Bráulio Porto em uma audiência pública sobre o tema da doutrinação naCâmara dos Deputados
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14/08/2016 O ódio aos professores | Movimento Liberdade para Educar
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doutrinação marxista! Basta de Paulo Freire!”, expressa um dos diagnósticos mais lúcidos da crise política queo país está vivendo neste momento” (p. 7). Paulo freire e Karl Marx seriam os responsáveis pela crise? Apenasindiretamente, porque a causa do “problema da doutrinação” seriam os cursos de formação de professores,especialmente a pedagogia.
O ataque a alguns dos principais referenciais para pensar a educação escolar, no entanto, não para por aí. Eisuma foto compartilhada pelo criador da organização em seu perfil público:
Imagem compartilhada no
Alguns argumentariam que imagens como essas seriam comuns nas redes sociais, mas insisto que imagenscomo estas estimulam o ódio contra os professores e referências teóricas legítimas no campo de pesquisaeducacional. A analogia baseada na similitude de relação entre o professor e seus alunos e entre o vampiro esuas vítimas é utilizada corriqueiramente pela organização em questão. A página do Escola Sem Partido nofacebook adota a estratégia de divulgar eventos que se propõem a discutir o projeto de lei 867/2015 e, ao fazerisso com um evento organizado pela ANPUHRJ e seu GT de Ensino de História e Educação, usou os seguintesdizeres: “Professores de história da ANPUH reivindicam autonomia para vampirizar os alunos”. Ao divulgar oquadro como a lista dos “deveres do professor” (criado pela própria organização e a ser fixado em todas as salasde aula de acordo com o PL 867/2015), registrou, junto com uma imagem similar à reproduzida acima: “Aafixação desse cartaz nas salas de aula – como prevê o PL Escola Sem Partido – terá o efeito de uma estaca demadeira cravada no coração da estratégia gramsciana que vampiriza os estudantes brasileiros há mais de 30anos”. Um dado assustador: este ano completamos trinta anos do final da ditadura.
perfil público do criador da organização Escola SemPartido
https://liberdadeparaensinar.files.wordpress.com/2015/09/imagem-3.jpghttps://www.facebook.com/photo.php?fbid=425336157671680&set=a.222885187916779.1073741827.100005858980838&type=1&theater
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14/08/2016 O ódio aos professores | Movimento Liberdade para Educar
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As imagens do professor e da escola/universidade como o agente e o espaço da corrupção de menores inocentesestão se multiplicando nas páginas de defesa ao projeto escola sem partido. Vejam os dois exemplos abaixo:
Imagem compartilhada em um
Nesta imagem a campanha de ódio dirigida ao Partido dos Trabalhadores e aquela dirigida aos professores e àsescolas/universidades misturase. As universidades, controladas pelo PT, estariam praticando bullyingideológico contra os alunos universitários e transformandoos em militantes com camisas do Che Guevara. Éinteressante notar que a principal mudança é que os alunos antes de passarem pela universidade acreditariam nameritocracia e gostariam de trabalhar no futuro e depois combateriam a meritocracia e teriam perdido o seuamor pelo trabalho, que seria substituído pela dependência de políticas de ação afirmativa e cunho social. Estaimagem sozinha poderia render uma ampla análise sobre a defesa da meritocracia e o ataque às políticas de açãoafirmativa, mas vou destacar a imagem da universidade como o espaço de corrupção da inocência das crianças.A imagem seguinte tem como um dos seus alvos a escola:
comentário na página de facebook do Escola Sem Partido
https://liberdadeparaensinar.files.wordpress.com/2015/09/imagem-4.jpghttps://www.facebook.com/escolasempartidooficial/posts/539554502862212
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Novamente a crítica à escola/universidade se mistura com a crítica ao PT. Não vou nem falar da representaçãoextremamente ofensiva dos presidentes Lula e Dilma, o primeiro como um analfabeto e a segunda como umamulher idiota. A frase diz “‘Pátria Educadora’ não é só isso… … é ISTO!!!”. Ocupando o topo do prédio daescola, existe um monstro alado: em seu peitoral está escrito “movimentos sociais” e em cada uma das asas,“luta de classes” e “ideologia de gênero”. Existem placas explicitando quatro elementos proibidos na frente daescola: a Cruz, a Estrela de David, um coração e um cérebro. A escola representada como um espaço terrível de
Imagem compartilhada pela página Professores a favor do Escola Sem Partido
https://liberdadeparaensinar.files.wordpress.com/2015/09/imagem-5.jpghttps://www.facebook.com/Professoresescolasempartido/posts/764284223681474
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corrupção dos inocentes. E quem são os agentes desta corrupção? Os professores. Analisarei duasrepresentações dos professores, a primeira remete às ameaças da “luta de classes” e aos “movimentos sociais” ea segunda, à dita “ideologia de gênero”.
Imagem compartilhada em um
A professora vestida de vermelho tem, como único pensamento, a imagem da foice e do martelo, símbolo docomunismo. Seus alunos imóveis parecem hipnotizados, enquanto a professora corta seus pensamentos para queeles assumam a mesma forma que o seu. De novo: alunos inocentes manipulados e corrompidos por umaprofessora que impõe seu pensamento através da manipulação. Mas, na minha opinião, a imagem mais chocantede todas é a que reproduzo abaixo, que tem relação com o termo “ideologia de gênero”. Este termo foi criadopor grupos que tentam desqualificar e, até mesmo, demonizar o trabalho com a questão de gênero nas salas deaula. A meta, em grande parte já alcançada, é criar um termo que remeta a medos difusos de que as criançasaprenderiam a ser gays e lésbicas em sala de aula e que os professores estariam tentando destruir a famíliatradicional. Esta deturpação vil do trabalho do professor foi capturada na imagem abaixo:
comentário na página de facebook do Escola Sem Partido
https://liberdadeparaensinar.files.wordpress.com/2015/09/imagem-6.jpghttps://www.facebook.com/escolasempartidooficial/posts/532826650201664
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Imagem compartilhada em um
Uma mulher, com seus cabelos presos, usa os seguintes adereços: pulseiras, um pentagrama tatuado no braço(referência comum ao satanismo), uma estrela vermelha na camisa (a única coisa colorida e uma referência, denovo, ao PT) e um símbolo que parece o do anarquismo. Tanto nesta imagem como na anterior os olhos dasprofessoras não aparecem, ocultos pelos seus óculos, reforçando a sua desumanização. Na camisa desta mulherestá escrito “escola pública”, ou seja, ela representa a professora da escola pública. Essa professora segura umacriança mais baixa do que ela, que presumivelmente é um dos seus alunos. Na camisa da criança está escrito“jovem inocente” e ela tem seus olhos arregalados e corpo relaxado, como se estivesse hipnotizado ouparalisado, e sua cabeça está aberta, sem o seu topo. A professora então vomita dentro da cabeça da criança umasubstância, sobre a qual está escrito “lixo”. Ao lado do desenho, uma fala que parece ser da professora:“Religião é para pessoas estúpidas… tudo o que você precisa é de sexo, sexo, sexo…”. A interpretação daimagem é muito direta, agressiva e vil para que precisemos analisála em detalhe. Estes movimentos afirmamque a “ideologia de gênero” teria como meta incentivar os alunos a abandonar a religião e incentiválos a fazersexo. Discutir gênero em sala de aula não é isso. É problematizar a violência doméstica. É trazer para a sala deaula a representação de famílias de diferentes configurações. É permitir que as pessoas de diferentes orientaçõessexuais se percebam representadas, e não silenciadas, no conhecimento produzido nas escolas. A estratégiaaqui, como nos outros casos, é utilizar alguns casos particulares, onde a questão pode ter sido malconduzida porum professor, para proibir a discussão de toda uma temática central ao entendimento da realidade na qualestamos inseridos.
Os procedimentos discursivos descritos no início deste texto são repetidos nos casos analisados. Sempre usandotermos com definições imprecisas que podem englobar todos os focos de ódio e medo, como “ideologia degênero” e “marxismo cultural”. Repito, termos cunhados especificamente para desqualificar determinadaspráticas e questões de debate. Não existem defensores da “ideologia de gênero”. Existem educadores que não se
comentário na página de facebook do Escola Sem Partido
https://liberdadeparaensinar.files.wordpress.com/2015/09/imagem-7.pnghttps://www.facebook.com/escolasempartidooficial/posts/539554502862212
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negam a discutir a complexa realidade dos alunos, que é permeada também pelas relações de gênero. Osprofessores, as escolas e referenciais teóricos importantes para os campos educacionais são atacados não atravésda argumentação racional, mas de representações no qual aparecem como monstros ou vampiros que abusam ecorrompem crianças inocentes, tentando transformálos em militantes ou degenerados sexuais que só pensamem sexo.
Convido todos a combaterem com veemência estas representações e as organizações que as tem difundido. Osprofessores são educadores que prezam pela pluralidade de ideias e não se negam a discutir todas as questõesque permeiam a realidade dos alunos. Nosso objetivo é capacitálos para compreender a sociedade em quevivem e atuar sobre ela.
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31 comentários sobre “O ódio aos professores”
1. fabiodisse:
18/09/2015 às 21:41Algumas profissões são vítimas de ideologia de ódio, o maior exemplo são os policiais que são alvo depolítica de ódio contra os policiais, muitas vezes corroborada por docentes em colégios. Infelizmenteexistem professores, em especial nas áreas de história e filosofia, que têm destilado ódio contratrabalhadores profissionais da segurança pública, além de ir contra a nossa constituição democrática dedireito e liberdade ao incentivar veemente a ditadura comunista! Mas isso é outra questão … Veja umexemplo o que aconteceu em sorocaba, onde humilhavam os policiais chamandoos de problema dasociedade pela sua violência! , em um trabalho acadêmico … caso noticiado nas redes sociais nesse mês desetembro! o policial está acostumado com todo mundo criticando o seu trabalho, e eu estou vendo que agoraisso começa a acontecer com os professores tb. … eu acho que mostrar as ideologias é uma coisa mas apoiaro comunismo acho errado … mas enfim, o debate construtivo é algo muito positivo, sempre deixando aintolerância de lado, haja visto que estamos em um país livre e não em um pais ditatorial comunista que nãorespeita a liberdade de expressão.
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2. professorpensandoeducacaodisse:
19/09/2015 às 00:49Republicou isso em .
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3. Cláudia Affonsodisse:
19/09/2015 às 10:23Temos discutido o tema no GT de Trabalho, práxis e formação docente, do Grupo These (UERJ, UFF eFIOCRUZ). Como muito bem convoca o Professor Fernando, é tempo de combate veemente ao discursofundado no ódio aos professores e na crítica aos teóricos da educação que fundamentam as práticasdemocratizantes da escola.Importa também perceber o processo complexo e contínuo de expropriação das competências profissionaisdos professores, crescentemente reduzidos a executores de planos impostos dos “especialistas” daeconomia, da engenharia, da administração, entre outros.A (des)necessidade dos professores é o fenômeno complementar na disputa analisada por Penna, a quemagradeço o artigo.
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4. Luiz Phellipedisse:
19/09/2015 às 12:55“Não vou nem falar da representação extremamente ofensiva dos presidentes Lula e Dilma” kk. Ah,tadinhos deles né? Não pode ofender o Lula e a Dilma. Dá até vergonha de estudar na UFF!
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1. Biadisse:
05/04/2016 às 23:58Favor desconsiderar essa curtida, foi acidental.
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5. Fernando A. Molossidisse:
19/09/2015 às 17:00Sou professor e testemunha de que é inegável o fato de alguns professores (da área de humanasespecialmente) se valerem de sua posição para doutrinamento político e ideológico, usando o disfarce dademocracia para tentar legitimar sua atitude antiética.
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1. movimentoliberdadeparaensinardisse:
19/09/2015 às 17:07Fernando, a questão é que o modo como os projetos de lei apoiados pelo Escola Sem Partido estãoescritos eles vão acabar com as bases da educação escolar. Se há a questão da “doutrinação” as escolastêm autonomia e meios para lidar com isso; eu também trabalho em escola e vejo nela e em outras deamigos (as) que poucas vezes são espaços homogêneos, onde os professores (as) de humanas podem
Pensando Educação
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dominar tudo.Além do mais, mesmo que o problema exista, você não acha que essa campanha de ódio ilustrada pelotexto também é, no mínimo do mínimo, muito problemática?
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1. Tiago Moraesdisse:
21/09/2015 às 03:38Eu acho que vocês não querem é ficar por baixo, o “Movimento Liberdade para Ensinar” tentarvender a ideia de uma reação a ação, mas a verdade é que o “Escola sem Partido” já o faz. Essepessoal está respondendo na mesma moeda, pois o outro lado está escorado no poder legal decoerção do Estado. É muita irresponsabilidade negar esse problema, observe que na seção decomentários do seu artigo, há professores atestando que o problema denunciado pela “Escola semPartido” realmente existe. Talvez esse seja o motivo do sucesso deles, mostrar que o óbvio realmenteé óbvio. Enquanto o movimento de falsa reação de vocês, tenta criar uma cortina de fumaça sobre oproblema ao questionar os métodos da supra citada organização.
2. movimentoliberdadeparaensinardisse:
21/09/2015 às 14:58Tiago, você está um pouco equivocado com relação ao papel do professor e do Estado no processode ensinoaprendizagem. O Estado não tem qualquer “poder legal de coerção”; a própria ideia deEstado de direito democrático em que vivemos é o exato oposto disso. Por outro lado, osprofessores, sejam da educação pública ou particular, não são representantes do Estado ao realizarsuas funções; no caso do ensino público, o Estado só é nosso empregador, não temos qualquer outrotipo de compromisso com ele além do empregatício. Dizer que o ESP está reagindo à um movimentopreviamente estabelecido é meio forçado porque essa afirmação parte do pressuposto de que existeuma organização de professores doutrinadores plenamente formada e pronta pra iniciar esse talprocesso de “doutrinação” sistemática e plena. Porém, apesar da fala inflamada de representantes doESP e de outros movimentos, essa conspiração de professores malignos não parece existir.Obviamente que professores podem cometer erros de julgamento e equívocos em suas práticasprofissionais, mas as próprias escolas deviam ter autonomia para lidar com tais casos, o que não estápresente no discurso do ESP. Se outros professores por aqui afirmam ter sido manipulados oucoagidos de certa forma por certo professor, é escolha deles se abrir e relatar esses casos. O maiorproblema talvez seja que essas palavraschavões como “doutrinação” e “ideologização” estejamsendo usadas num contexto um tanto forçado. Agora, dizer que doutrinar e cooptar é a regra para oexercício docente a ponto de serem necessárias leis específicas para combater e criminalizar aconduta do professor é incorrer numa generalização extremamente infeliz.
2. Fabio Nogueiradisse:
28/10/2015 às 17:12Quer dizer então que minha voz será silenciada se eu falar de Max,Engels e outros pensadores sejammarxistas ou não. Por favor,estou interessado em transformar os alunos em cidadãos críticos e não vacasde presépios
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6. Eduardo R.disse:
19/09/2015 às 22:48
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14/08/2016 O ódio aos professores | Movimento Liberdade para Educar
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Ao ouvir meu irmão de 12 anos dizer que sua professora de artes ensinou aos alunos que a presidanta é boaporque ela roubava dos ricos pra dar aos pobres, fico extremamente preocupado com os limites de boa partede “educadores”, muito mais propensos a doutrinadores…É triste o cenário, mas mais triste ainda a máutilização dos meios de ensino por parte destas pessoas…Eu concordo com o escola sem partido nesteponto…professores não são para educar…isso compete à família… professores são para instruir. E muitopoucos tem feito esta partede seu trabalho. É triste!!
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1. Carlos R.disse:
21/09/2015 às 17:50Primeiro: a família educa dentro dos limites estabelecidos pela sociedade. Se uma família de racistasmandasse os filhos à escola dizendolhes para agredir seus colegas negros, seria dever do professorreprimir esta manifestação de “educação” familiar. Segundo: mesmo que existisse “doutrinação” naescola, a história do mundo nos mostra que ela seria INÚTIL. Stálin foi seminarista e Fidel Castro foieducado pelos jesuítas – e com toda a orientação doutrinal que certamente receberam, o que parece éque eles pensavam com suas próprias cabeças como todos os seres humanos, aliás.
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7. alvez94disse:
20/09/2015 às 11:03è um absurdo o que acontece nas escolas pelo nosso país, até em meu estado. Fico chocado em ouvircrianças falarem que odeiam escolas e seus professores.Adoro aprender e já pensei em ser um professor, mas não nasci com esse dom.O pior é escutar a filha do meu amigo falar que odeia os professores ( detalhe o pai dela é professor)Acho que muita coisa tem que mudar… Imediatamente.
Parabéns pelo blog e pelo texto.
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8. Ana Amorimdisse:
20/09/2015 às 11:11Apenas vim comentar qur o símbolo que a professora está usando remete não ao anarquismo e sim aoateísmo.
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9. Adalberto Borges Souza Juniordisse:
20/09/2015 às 20:46Sou professor e quando estudei na Universidade no Curso de LIcenciatura, estudei Paulo Freire comeducação libertadora. Mas hoje percebo que estes movimentos de base fizeram que me manipulassem e hojetenho mais clareza, visto que o pessoal que está empunhando essas ideologias de base pregam o ódio entreclasses e o amor deve perdurar. Queriam e chegaram ao poder, mas se juntaram aos poderosos e nosmanietaram, onde hoje estão levando dinheiro nosso através do BNDES para países como CUBA,ANGOLA, dentre outros, gerando “rombo” no FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e ocasionando aatual crise econômica, fortalecendo países de “esquerda”. Existem documentos do CODEFAT que diz isso,
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14/08/2016 O ódio aos professores | Movimento Liberdade para Educar
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onde o governo destinou 70% de verbas que seriam do SEGURODESEMPREGO e PISPASEP paraempresas “fazerem obras” (?) nesses países (isto é o mínimo que formalmente está dito) em detrimento degerar empregos aqui no país. Pensem nisso.
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1. Carlos R.disse:
21/09/2015 às 17:43Em outras palavras: o BNDES emprestou dinheiro ÀS EMPREITEIRAS BRASILEIRAS como umADIANTAMENTO para que elas pudessem fazer as obras no exterior e depois serem pagas, e enquantoisso fossem empregando BRASILEIROS. Pode me dizer o que há de tão ruim nisso?
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10. Lu Pazdisse:
21/09/2015 às 22:18Preocupante!!! Os militantes radicais fundamentalistas do Iraque que atacaram os artefatos, alguns destesidentificados como antiguidades do século 7 a.C., com marretas ou furadeiras, dizendo se tratar de símbolosde idolatria, fazem o mesmo, digamos apenas, num grau mais avançado da coisa.
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11. Onetedisse:
11/10/2015 às 18:43A pergunta óbvia é: Por que os adeptos da teoria do ESP acreditam que quem não pensa como eles fazdoutrinação e os formuladores das teorias desta onda detêm a verdade? Reflitam E descubram que doutrinaré acreditar sem questionar, exatamente o que vocês fazem. Ou seja, o ESP faz doutrinação barata edesagregadora porque incita ao ódio.
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1. Marcusdisse:
13/10/2015 às 09:55Perfeito.
Resposta12. Pingback: Projeto Escola Sem Partido tramitando na ALESP | Movimento Liberdade para Ensinar13. Pingback: Como responder àqueles que odeiam os professores? | Movimento Liberdade para Ensinar14. Pingback: Professor que discutir gênero e sexualidade na escola poderá ser preso Portal Aprendiz15. Pingback: Projeto de lei prevê prisão de docente que falar sobre “ideologia de gênero” | Desacato
16. Marcelo Britodisse:
15/11/2015 às 23:11Partindo do pressuposto de “quem não deve não teme” o medo declarado do autor do artigo e de professoresdeclaradamente apoiadores de ideologias de esquerda ao Projeto de Lei já demonstra claramente que,mesmo sob véus ornamentados de “Defesas das Bases da Educação”, “Liberdade para Ensinar” e outrasdeclarações reacionárias, há sim um grande interesse na autonomia para influenciar os alunos ao seu belprazer.
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14/08/2016 O ódio aos professores | Movimento Liberdade para Educar
https://liberdadeparaensinar.wordpress.com/2015/09/18/o-odio-aos-professores/ 13/15
Li no artigo do site Portal Aprendiz do Uol uma afirmação de uma docente:“[…] ela traduz o dever e a responsabilidade da professora ministrar suas aulas a partir de SUACONVICÇÕES PEDAGÓGICAS e de SUA VISÃO DO MUNDO[…]”
Em resumo, professores querem liberdade para traçar e transferir para os alunos a sua própria visão demundo indo na contramão de uma educação plural e democrática.
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1. movimentoliberdadeparaensinardisse:
15/11/2015 às 23:24Meu senhor, você está fazendo toda uma análise da conjuntura educacional e deste texto acima emespecífico baseada em um ditado popular, simplificando o texto para desmerecêlo, estratégia retóricaclichê, simplista mas muito típica de quem acredita numa “doutrinação sistemática” nas instituiçõespúblicas de ensino. Vergonhoso.
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17. Isamar Fernandesdisse:
11/12/2015 às 13:06O professor, em uma maioria esmagadora, deixou de lado seu papel de instrutor ou se preferir decompartilhador de conhecimento, para tentar assumir o papel de educador. A visão dos profissionais doensino que tentam tomar para si algo que não lhes compete é claramente a mesma das pessoas politizadascom o socialismo que acreditam ser papel do Estado a educação intelectual, política e social do cidadão.Começam por tentar perverter a história, transformando os vilões em heróis para depois transfigurálos emexemplos a serem seguidos. Implementam em seu dia a dia a transmissão de ideário político que trazemconceitos convenientes ao desmantelo da sociedade atual com o objetivo simples, e antiquado, de pervertercorações para gerar a revolta e “revolucionar” a sociedade. É mais do mesmo de sempre.Ideário de gênero ou político não são e nunca serão atribuições de um professor. Sua função é ensinar.Transmitir conhecimento. De forma alguma intervir na educação daqueles que por direito tem a obrigaçãode ministrála. E isso jamais deve ser mudado.Chega a ser ridículo alegar ter o direito de transferir conceitos pessoais sociais ou políticos para contraatacar, ou seja lá o nome que se queira dar, as ideologias que vigem na sociedade e ele não acredita. Issonada mais é que ele querem aplicar aos outros aquilo que alega estarem fazendo com ele e os seus.Nossas escolas públicas são de péssima qualidade. E não é por falta de material. Muitas escolas públicastem isso de sobra e nem por isso são melhores. É por conta de professores que há muito passaram a serproletários. Transformaram o que deveria ser uma vocação em um emprego qualquer. Transformaram a artede transferir conhecimento na de tarefa de elaborar provas fáceis de se passar para alunos cada vez maisalienados ao conhecimento e instruídos na política.
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18. Onete Lopes Ferreiradisse:
12/12/2015 às 20:49Quantos clichês misturados à falta de capacidade de proferir um raciocínio com nexo e, por isto,emprestando ao texto ainda mais falta de sentido e de coerência.
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1. Carlos R.disse:
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14/08/2016 O ódio aos professores | Movimento Liberdade para Educar
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18/01/2016 às 14:05O que esses peões da Reação não conseguem perceber, é que toda educação, de certa forma, se faz“contra” a família, que ela necessariamente ensina algo diverso do que a família ensina, já que aquiloque a sociedade, a esfera pública, considera como digno de ser aprendido não é, nem pode ser, o mesmoque é importante do ponto de vista das relações privadas. Se a escola fosse repetir o que a famíliaensina, serio ocioso sair de casa para ir à escola. Mas num comentário acima, há uma consideraçãoinvoluntariamente interessante: a de que os professores “tornaramse proletários”. Isso é certo, e tem aver menos com o desejo de desencaminhar do que com uma coisa que se chama desenvolvimentocapitalista. O certo é que, por mais que muitos queiram se ver eternamente, no espelho familiar, como“classe média”, a nossa sociedade está se proletarizando, queiramos ou não, e é preciso que a escolaprepare alunos para entenderem esta proletarização, os problemas que ela cria, e suas possíveis soluções.É isso.
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19. José Orlandodisse:
09/04/2016 às 23:26O interessante de tudo isso é que o texto a acima não mostra nenhum dado científico para provar o alega. Averdade é que o sistema de ensino brasileiro encontrase sucateado. Prova disso é o péssimo desempenhodos alunos brasileiros em exames internacionais. Todos as postagens do ESP são a mais pura verdade.Ainda que feitas de maneira satirizada, mostram que, de fato, a grande maioria dos professores brasileirosnão ensina aquilo que é paga para ensinar, mas se preocupa apenas em transmitir sua “visão de mundo”,como se o aluno tivesse a obrigação de aprender sobre ideologias, sejam elas quais forem.
Resposta20. Pingback: Pela desobediência | conversa de historiadoras
21. Renato Pinheirodisse:
19/05/2016 às 00:01Estamos dentro de uma guerra cultural, e isso já está claro. Ainda bem que a educação em casa tem crescidono Brasil, e espero que seja regulamentada. Cada um quer ter autoridade para ensinar o que acredita. Os paisquerem ensinar aos filhos a sua visão de mundo. Os professores querem ensinar aos alunos a sua visão demundo. E quando essas duas visões entram em conflito, o que o professor deve fazer? Eu concordo com oMBL: o professor deve respeitar a posição dos pais e se limitar a assuntos neutros. Se quiserem ensinar suasideias políticas e sua visão de mundo, façam uma reunião com os pais ensinando eles como eles devemeducar os filhos em casa. Debatam com gente do seu tamanho. Por que é fácil falar da sua visão de mundona sala, e ensinar as pessoas a pensar de forma crítica com as SUAS ferramentas de pensamento. Professornão deve ultrapassar a linha e falar de temas polêmicos em sala de aula. E aqui eu entendo que para muitosprofessores já afetados pela própria visão de mundo, certos assuntos polêmicos já deixaram de ser polêmica.Para a SUA visão de mundo o assunto que você trata pode nem ser mais polêmico, afinal já é a água em quevocê nada, o ar que você respira: você pode acreditar na maravilha da representatividade de gênero, ou namaravilha que seria uma sociedade socialista, ou na maravilha que seria uma educação à Paulo Freire, masse existem famílias que discordam de você, que não acham isso uma maravilha. Aprenda a reconhecer quevocê NÃO É DONO DA VERDADE, SUA VISÃO DE MUNDO NÃO É A VERDADE QUE VOCÊPRECISA IMPLANTAR NA SOCIEDADE, ELA É UMA POLÊMICA NÃO RESOLVIDA. Os paistambém não são donos da verdade, mas eles tem o direito de educar os filhos segundo seus valores eprincípios, sem encontrar nos professores um obstáculo para tal. Se os professores desejam ensinar algo queainda é polêmico socialmente, que ensinem aos pais, para que os pais decidam o que fazer. Repito:professores, debatam com gente do seu tamanho. O professor que ensina a pensar de forma crítica tende aacabar ensinando (por acidente ou intencionalmente) o aluno a criticar todas as visões de mundo contrárias à
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14/08/2016 O ódio aos professores | Movimento Liberdade para Educar
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do professor. Afinal a autocrítica não é o forte de alguém que acha que já sabe como o mundo deve ser, eusa seu poder de influência para transformar o mundo naquilo que ele acha que é bom. Tratar de bem e malé tarefa de família, e não de professor.
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