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ENTRE MÃE E FREIRA: A PROFESSORA CATÓLICA NAS
CONSTITUIÇÕES DAS PROVÍNCIAS ECLESIÁSTICAS DO SUL DO BRASIL
DE 1915.
Prof. Dr. Paulo de Tarso Gomes
GT – HISTEDBR Unisal
Mestrado em Educação – Americana/SP
paulo.gomes@am.unisal.br
Resumo
Em continuação ao estudo das Constituições das Províncias Eclesiásticas Meridionais
de 1915 e suas implicações para a escola pública e escola católica nos embates entre
Igreja e Estado na Primeira República, abordamos neste trabalho a construção do papel
de professora dentro da cosmovisão católica e sua concepção de mulher. Dentro de uma
perspectiva interpretativa, tomamos como chave interna ao documento o conceito de
salvação, que molda as propostas de mãe e religiosa de vida consagrada como únicos
modelos viáveis para a mulher. Na perspectiva do momento histórico, porém, esses
modelos são insuficientes para responder à novidade do mundo industrializado e da
exigência de educação da mulher. Sem enfrentar a questão da inserção da mulher no
mundo do trabalho, o documento se omite completamente em relação à mulher
camponesa, propõe uma organização do trabalho operário na qual a mulher possa voltar
a ser apenas mãe e constrói o papel que vê como permanente, o de professora, como
uma recomposição dos modelos já presentes de mãe e freira, como um papel que enseja
desvelo pela criança, na direção materna, e exemplaridade pública, próprio da religiosa.
A escola católica feminina tem assim o primeiro modelo como um pequeno convento
leigo, que prepara as futuras mães cristãs e, excepcionalmente, as novas freiras e novas
professoras.
Objeto do trabalho.
Damos seqüência à investigação sobre as Constituições das Províncias Eclesiásticas
Meridionais de 1915, apresentada em seu plano geral em Maringá (Gomes, 2004) e
com o exame crítico das fontes históricas e da evolução de redação dessas Constituições
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em Sorocaba (Gomes, 2005). No presente trabalho, nosso objeto será a construção de
uma visão da mulher nessas Constituições e de como, a partir dessa visão, se elabora
uma proposta da profissão de professora à mulher católica do início do século XX.
Histórico do documento e da pesquisa.
Essa pesquisa tem por objetivo examinar as Constituições das Províncias Eclesiásticas
do Sul do Brasi1l, de 1915, que foi o primeiro corpo de normas a reger de maneira
uniforme todo o bispado brasileiro, após sua adoção pelas províncias eclesiásticas do
norte do Brasil, assim identificado:
PROVÍNCIAS ECLESIÁSTICAS DO SUL DO BRASIL. PastoralCollectiva dos
Senhores Arcebispos e Bispos das províncias ecclesiasticas de S. Sebastião do Rio
de Janeiro, Marianna, S. Paulo, Cuyabá e PortoAlegre comunicando ao clero e aos
fiéis o resultado das conferencias episcopaes realisadas na cidade de Nova Friburgo de
12 a 17 de janeiro de1915. Rio de Janeiro: Typographia Martins de Araujo & C., 1915.
1028 p.
Fizemos inicialmente um trabalho prospectivo sobre a problemática da educação e das
relações entre a escola pública e a escola católica, cujo resultado apresentamos na IV
Jornada do HistedBR em Maringá, (Gomes, 2004). Em seguida, examinamos as outras
fontes primárias que ideologicamente construíram esse documento, visto que ele
resultou de um longo processo de redação e transposição de outros documentos da
Igreja Católica, principalmente as Atas do Concílio Plenário Latino-Americano,
realizado em 1899 em Roma. Os resultados dessa segunda etapa foram apresentados na
Jornada do HistedBR em Sorocaba (Gomes, 2005).
Neste estudo, teremos como objeto central a construção da professora como um papel
feminino dentro da concepção de mulher presente cosmovisão católica tal como se
apresenta no documento.
Como defendemos nos estudos anteriores, a disseminação de escolas normais, sobretudo
femininas, fundadas no país no início do século não se deve a ações isoladas de bispos e
11 Todas as indicações de números, capítulos, títulos e apêndices se referem a essas Constituições que são
nosso objeto de estudo.
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instituições religiosas católicas, mas a uma articulação política, cujo princípio se deu em
Roma, dentro da perspectiva de defesa da Igreja ante o Estado laico.
O senso comum de inúmeras professoras que viveram aquele processo educativo, que
ainda recolhemos em seus depoimentos orais, as fazia sentir-se como que entre dois
modelos, o da maternidade e o da vida religiosa. Essa hipótese vivencial será verificada
aqui, no exame do conteúdo ideológico da cosmovisão católica e sua posição em relação
à mulher.
Concluiremos que a uma nova mulher que o século XX, em seu alvorecer, quer propor,
teremos em resposta uma omissão, a da mulher camponesa, uma negação, a da mulher
operária e uma síntese, a da professora, como a novidade que se faz dos modelos
conhecidos de mãe e freira.
Metodologia de investigação: decifrar o discurso católico sobre a mulher.
Partindo do termo e símbolo mulher, buscamos ao longo do texto as várias referências
ao feminino, com especial atenção aos valores e papéis que se expandem em torno
desse termo. Sendo bem conhecido em nossa cultura o caráter patriarcal do catolicismo
e a distinção que tradicionalmente se estabelece entre mulher e homem, é preciso
assinalar que o eixo semântico pelo qual todos os termos adquirem sentido do discurso
católico não é o da diferença, mas o da salvação.
Como discurso religioso, a fonte e destino de todos os significados está num reino que
há de vir, havendo uma depreciação do presente em relação à vida futura. Assim,
veremos que mesmo a forte rigidez normativa será colocada em segundo plano toda a
vez que aquilo que for reconhecido como uma ameaça à salvação se interpuser como
obstáculo. Embora fechado em seus sistema de valores, o corpo normativo permanece
aberto frente ao corpo ideológico, que se estrutura em torno do conceito meta-histórico
de salvação. A Igreja Católica tem perfeita noção de que defende valores eternos com
um poder temporal, e é a partir dessa contradição fundante que lhe permite, ao impor
regras mediante tal poder temporal, já prever as condições de exceção pelo valor eterno
último que é a salvação.
Em trabalho anterior enfatizamos o vigor apologético das Constituições, que não é um
caso isolado, mas consoante com todo o discurso que a Igreja Católica apresentava,
desde o século XIX, seja em relação à família, ao Estado, à maçonaria e às diversas
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filosofias presentes naquele período, destacadamente o liberalismo, o socialismo, o
comunismo, o anarquismo, o positivismo, o racionalismo e o nihilismo, todos
deliberadamente condenados.
Mesmo essa apologética é fundada no interesse último da salvação: melhor a ignorância
ou a pouca ciência, do que a ciência que faz perder a alma.
A chave interpretativa da salvação torna a investigação sobre a mulher bastante
complexa: pela mulher veio a queda – Eva, a mãe dos viventes – pela mulher veio a
salvação – Maria, a mãe de Deus. Essa dualidade, associada à herança helênica e
sobretudo aristotélico-tomista de secundariedade e, por vezes, subsidiariedade do
feminino ante o masculino, faz com que a monotonia da salvação – crê em Deus e serás
salvo – seja surpreendida por uma visão múltipla da mulher.
A esse aspecto de interpretação interna, acrescenta-se um aspecto histórico, presente na
sociedade européia e brasileira, relativa a dois processos que envolvem a mulher: a
revolução industrial requisitou, por seu baixo custo, o trabalho feminino e a
universalização do ensino deu à mulher a condição de estudar e pensar. Nas duas frentes
sociais do século XIX há uma mudança do lugar da mulher na sociedade. Essa mudança
não pode ser negada pela Igreja Católica, mas ao responder a essa novidade, recorre ao
seu fundamento de salvação, reafirmando o caráter sagrado da mulher como caminho
que evita uma nova queda por ela provocada, fazendo da família, estruturada em torno
da maternidade, a primeira igreja onde se joga a semente da salvação. Essa metáfora
oculta da mãe como sacerdotisa do lar será evidenciada pela comparação do lugar do
homem, do padre e da mulher na sociedade. O reforço do caráter sagrado, aproximando
o papel da mulher como função muito mais do papel do padre do que do homem comum
é visto como uma estratégia de salvação do feminino.
Sob essa nova chave da sacralidade como estratégia examinamos os demais lugares da
mulher previstos pela Igreja na sociedade, chegando finalmente à missão salvífica da
professora, retomando o velho tema do magistério como sacerdócio, associado a outro
velho tema, o do magistério como profissão feminina, ambos bastante praticados pelas
escolas normais católicas da primeira metade do século XX.
A dialética agostiniana de pecado e graça permeia como fonte filosófica de boa parte
das asserções de valor que se fazem sobre a mulher ao longo do documento.
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Não há uma parte específica sobre a mulher e seu lugar na família e na sociedade. A
visão de Igreja que o documento propõe é hierárquica e sacramental. Deste modo, o
perfil fundante da concepção de mulher vai surgir do tratamento de dois sacramentos:
matrimônio e ordem.
Já apontamos, em estudo anterior (Gomes 2004), a incrível importância que o
documento dá à família, principalmente sob o aspecto de regulamentação dos processos
de matrimônio. Em termos quantitativos, o documento reserva dez páginas para batismo
e o mesmo para eucaristia e se estende por quase quarenta páginas discorrendo sobre a
regulamentação do matrimônio. Reserva ainda todo o apêndice VIII, de quase outras
quarenta páginas, para estudar os casos de consangüinidade e dispensas para o
matrimônio. Era na família que a igreja via a grande justificativa de prevalência de seu
poder ante o Estado, havia portanto, que cuidar de que não fosse a família motivo de
perda ou danação da alma. Será aí o lugar da graça.
Por outro lado, em sua visão hierárquica, havia que se preservar o sacramento da ordem.
Assim, no Título da Disciplina do Clero, encontraremos regras de conduta dos
sacerdotes em relação às mulheres. Dessas regras vamos depreender que ainda reside,
na mulher, a ocasião e perigo do pecado, devendo o sacerdote ficar longe delas.
Como sabemos pelo senso comum, se não fosse mãe, a mulher deveria ser religiosa, isto
é, pertencer a um instituto de vida religiosa ou ordem. Mãe ou freira, num desses papéis,
estaria o sagrado feminino e nele a salvação.
A novidade da universalização da educação e do mundo do trabalho rompe essa solução
de papéis simples. À mulher operária ou dedicada às “artes servis”, os mesmos direitos
dos operários e o respeito à sua maternidade. À mulher “de boa família”, o estudo para
auxiliar a igreja na educação das meninas, até que se torne mãe.
O forte sentido de hierarquia vai se manifestar novamente: acima de tudo, os ministros
ordenados, depois deles, os homens leigos, e como auxiliares deles, as esposas, em
auxílio à obra de salvação, as irmãs religiosas, como auxiliares das irmãs, as
professoras.
Vamos percorrer esse itinerário e ver como ele se manifesta no documento estudado.
O matrimônio, a mãe cristã e a salvação da mulher.
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A professora será uma expansão das metáforas de sentido criadas em torno da figura da
mãe. A metáfora da mãe, no catolicismo, é bastante rica, tendo sido enfatizado o modelo
negativo – a mãe egoísta, censurada em Eva – e o modelo positivo – a mãe de todos –
projetada em Maria. Uma outra dualidade também surge nas metáforas de esposa, a que
o documento se refere, na figura das irmãs Marta e Maria. A esposa cotidiana, do
matrimônio comum, ocupada dos afazeres do lar, é a “escolha de Marta”, uma escolha
que não é errada, nem censurada, mas que se dissipa em preocupações menores; outra
escolha é a “de Maria”, muitas vezes citada como Maria Madalena, a que prefere ficar
aos pés de Jesus, modelo das irmãs de vida consagrada, como explicitamente diz o
documento:
“porque são ellas que continuam a imitar aqui na terra a conducta de Maria
Magdalena, proclamada por Jesus Christo superior á de Martha, quando esta se
preoccupava em servir ao Salvador, nos ministérios exteriores, emquanto
aquella se absorvia toda em escutar as palavras, que jorravam dos lábios
divinos” (Constituições, n. 1384).
Nesses quatro modelos estão todos os projetos de vida possíveis a uma mulher católica
nesse período: não ser Eva, ser como a primeira Maria, preferencialmente como a
segunda Maria, mas se não puder, ser uma boa Marta.
Essa teia de metáforas se rompe e não se corrige quando confrontada pela dura realidade
do mundo do trabalho, contudo, a visão atemporal da Igreja olhará esse problema sob o
conceito de justiça e em defesa da maternidade. Sendo a vida religiosa uma condição
excepcional, o destino da maioria das mulheres deveria ser o casamento e a
maternidade, logo cabe à igreja guardar essas duas instituições.
Do longo excurso sobre o matrimônio, destacamos as condições de dispensa dos
impedimentos matrimoniais. Ora, um impedimento ao matrimônio significa uma
condição grave em que há risco de se cometer pecado ao celebrá-lo, um exemplo é a
consangüinidade, que se aproxima do incesto, objeto de estudo do longo apêndice VIII,
que explica, detalhadamente, as mais complexas relações de parentesco que podem
provocar o impedimento. Contudo, o número 384 das Constituições elenca nada menos
que dezesseis causas possíveis para a dispensa de observância desses graves
impedimentos. Do exame dessas causas chama a atenção que onze dessas causas sejam
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propostas para preservar ou atender situações específicas da mulher. Vejamos alguns
desses casos:
a. quando no lugar em que a mulher vive seu parentesco é tão disseminado
que ela não possa evitar casar-se com algum consangüíneo;
b. quando ela já está em idade superadulta, isto é, já passou dos 24 anos e
não encontrou noivo em condições próprias senão a da dispensa;
c. paupertas viduae - a mulher viúva com prole, cujo noivo se compromete
a sustentar. Também concedida à viúva “só por ser moça e viver em
perigo de incontinência”.
d. deficiência de dote – se a noiva é pobre e não possui dote para um noivo
não-consangüíneo e há noivo consangüíneo que queira casar-se mesmo
sem o dote.
e. Infâmia mulieris - se havia suspeita de já haver acontecido relação
sexual entre a mulher e um seu consangüíneo.
Além desses, e outros não aqui citados, diretamente ligados à mulher e sua honra, há
outros como o bonum pacis, utilizado para matrimônios que estabelecem alianças entre
estados e príncipes, ou simplesmente se realizam para extinguir ódios e rixas entre
famílias. Não se pode esquecer que a Igreja deveria prever essas situações políticas
entre a aristocracia ou, mesmo, simples disputas locais.
Para além dessas causas canônicas formais ou graves, poderiam se reunir diversas
causas menores para formar uma causa maior de dispensa. Novamente, essas causas se
referiam a uma certa compreensão de situações sociais e psicológicas da mulher tais
como ”perigo de seducção da moça,... vesana libido, edade superadulta de viúva
moça”, ou seja, situações que ensejavam que ela pudesse, movida por sua condição e
desejo, se relacionar com outros e vários homens, solteiros e casados, perdendo sua
alma.
O casamento assim, preservava a honra da mulher, mas, ao mesmo tempo, preservava a
sociedade dos inconvenientes de uma mulher adulta, solteira, com potencial de seduzir e
ser seduzida, ameaçando a família de outrem. É a dualidade do feminino na visão
católica.
Uma vez salva pelo sacramento do matrimônio, a esposa seria necessariamente a mãe,
co-responsável, pela educação. Observe-se que no capítulo da Educação Cristã dos
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Filhos (n.1488-1504) não há referência específica a mãe ou pai, mas sempre a ambos,
sob a forma de pais cristãos. A referência às mães se faz apenas para recomendar aos
párocos que promovam as associações de mães cristãs (n.1543 e 1614).
A sacralidade do ser mãe aparece, contudo, na esfera de outro sacramento, que é o do
batismo. Há uma preocupação em esclarecer a necessidade de batizar fetos abortivos e
embriões pois “freqüentemente nascem em estado de asfixia e morte aparente...
contudo estão vivos” (n.157). A minúcia chega a tal ponto, que no apêndice X, no qual
se instrui as parteiras e pais sobre como batizar em casos de urgência, chega-se a
detalhar que “se tiver duas cabeças e dois peitos distintos, cada cabeça deve ser
batizada de per si, salvo se o perigo de morte não der lugar a isto, porque então podem
e devem ser batizadas ambas juntas...” (p.525). É a preciosidade da vida, mas
principalmente a urgência de providenciar a condição necessária de salvação, valor
maior que a tudo instrui.
Se no campo do sacramento do matrimônio se abriam as portas para a salvação da
mulher, no campo do sacramento da ordem o esforço era de salvar a alma do padre.
Nesse caso, nem o matrimônio era remédio:
“reprovamos e proibimos severamente aos confessores estabelecer e entreter
longas conversações com mulheres devotas no confessionário, quer pelo perigo
que correm os mesmos confessores e suas penitentes, quer pelo escândalo que
dão ao povo, quer pela perda de tempo...” (n.249)
Ainda sobre a confissão, é curioso apontar que no “índice alphabetico das coisas
princiapaes” o documento faça constar o item “a ellas sejam preferidos os
pobres, os meninos, os velhos, os homens” remetendo aos n.263-266, contudo,
embora esses textos falem da precedência em se atender na confissão os pobres,
os meninos os velhos, não fazem referência alguma à precedência dos homens
em relação às mulheres. Não há qualquer referência à mulher nesses textos, ou
seja, temos aí a inserção de um juízo no índice, que não está no texto, mas
certamente, no espírito do texto. Esse espírito se evidencia mais adiante, no
n.291, onde se prescreve que as confissões de mulheres surdas sejam feitas em
lugar distante, “mas á vista de todos”. Enquanto as confissões de homens podem
ser em qualquer lugar, as “de mulheres, porém, sejam sempre na egreja e á vista
de outras pessoas” (n. 292).
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A gravidade é tal que se multiplicam as normas específicas de confissão de
mulheres:
- mulheres enfermas devem se confessar à vista de todos;
- se por alguma circunstância for preciso confessar uma pessoa fora da igreja,
principalmente enfermos, que não se confessem mulheres ou crianças em
quartos;
- é proibido ouvir confissão de mulheres depois do pôr-do-sol e antes da
aurora (n.292).
A distância entre o padre e a mulher deve ser bem demarcada, de modo que meninos
podem servir ao altar, mas não mulheres (n.539). Esse distanciamento adentra o campo
do ensino, o padre não pode ensinar qualquer matéria a meninas ou mulheres, em
qualquer condição, a menos que tenham uma licença dada pelo bispo, e por escrito
(n.1340). Essa norma, com veremos, provocará a necessidade de existir educadoras.
A restrição se estende mesmo quando se trate de morar com parentas próximas: “Nem
ainda com parentas próximas, se forem de pouca idade, convivam os Sacerdotes, por
causa dos perigos, que a experiência tem mostrado não serem fantásticos” (n.1335).
O apelo à experiência não deixa dúvidas de que os bispos não falavam em tese. As
criadas deveriam ter ao menos quarenta anos de idade e preencher outros requisitos de
probidade de vida (n. 1337). Na verdade, mesmo no morar com suas próprias irmãs via-
se o inconveniente, pois à casa paroquial haveria a freqüência das amigas das irmãs,
que, como lembrava Sto. Agostinho, não eram irmãs... (n.1338).
Ao nosso olhar contemporâneo isso poderia ser um exagero, mas o fato é que à época,
por costume, homens e mulheres sentavam-se em lados distintos no templo. A norma
(n.781), bem mais rígida, previa inclusive uma grade separadora: “Queremos que haja
nos templos completa separação de homens e mulheres, sendo conveniente para isso a
colocação de uma grade...”. Igual separação deveria ser observada no ensino da
catequese e, se possível, ela deveria ser ministrada em lugares e horários distintos para
meninos e meninas (n.40).
Dessa separação no ambiente de ensino religioso, surgirá, posteriormente, no âmbito da
educação em geral, a necessidade de professoras, a quem se confiará, inicialmente, a
educação das meninas, pois, como vimos, os padres e demais homens deveriam ficar
longe também delas...
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A melhor escolha: o modelo da vida religiosa.
Justaposto ao lugar de esposa e mãe havia o lugar de religiosa, metaforicamente esposa
de Cristo. Se as mulheres ou as mães não mereceram um capítulo especial nas
Constituições, as religiosas, por estarem sob o direito da Igreja, mereceram dois
capítulos para tratar de sua regulamentação, o primeiro para as ordens religiosas de
votos solenes, de jurisdição papal, o segundo para as religiosas de votos simples, de
jurisdição de um instituto religioso ou do bispo local.
De início, faz-se o elogio da escolha: “Certo é que a vida no claustro é a mais perfeita
das que se podem seguir no seio da Igreja” (n.1384).
Não se pense porém, que essa escolha modifica a difícil relação feminina com os
confessores e as confissões: “os confessionários das freiras devem ser colocados nas
igrejas exteriores aos conventos e não nas sacristias, nem nas capelas internas, nem
nos sítios escondidos, nem nas casas dos confessores” (n.1395). Não há dúvida de que,
antes de tudo, elas são mulheres.
Deve-se contudo, ressaltar o profundo respeito, ainda nesse tema da confissão, à escolha
de consciência da irmã que desejasse mudar de confessor. Dessa mudança ela poderia
não indicar motivo, não poderia ser questionada pelas demais companheiras e sequer
pela superiora. Aliás, a insistência de uma superiora em impor um confessor a uma irmã
ou inquiri-la sobre a troca de confessor era condição suficiente para que fosse destituída
de seu cargo.
Outra fonte de dados de interesse surge das condições de veto às candidatas à vida
religiosa, vejamos algumas:
- ser filha ilegítima, ou filha de pais ou mesmo avós de vida irregular;
- as de caráter melancólico ou nervoso, pois não vão suportar a vida no
claustro;
- as muito jovens, porque poderão apresentar posteriormente defeitos graves;
- as muito velhas, porque serão independentes em relação à disciplina;
- as de famílias abastadas, pois sem uma provação adequada, podem se tornar
no “tormento e pesadelo” das comunidades. (n.1402).
As causas são variadas, desde a boa condição econômica, passando pela idade, ou pelas
origens de família. Com relação à idade, estabelece-se o mínimo de 14 anos e meio e o
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máximo de quarenta anos (n.1403). Esse pequeno elenco mostra o que era a teoria
psicológica do feminino desenvolvida pelos superiores religiosos e os sinais que se
usava para a seleção e avaliação das candidatas.
Aspecto importante era a clausura. A clausura passiva não permitia a entrada de
pessoas estranhas nos conventos, e, em particular, não permitia que homens dessem
aulas, lições ou instruções às irmãs. Essa norma fez com que os institutos religiosos
femininos tivessem um contingente de irmãs professoras, formando uma tradição
educacional dentro dessas instituições religiosas. Por outro lado, a clausura ativa
impedia uma irmã de viajar sozinha, devendo sempre estar acompanhada de outra irmã
da mesma ordem ou congregação. Pela clausura ativa também não era permitido a uma
irmã dirigir sozinha uma instituição, em particular, uma escola separada de seu
convento, ou seja, as escolas de irmãs sempre se iniciariam de uma comunidade de
irmãs. (n.1454-1455).
Com todas as restrições e distinções necessárias, mesmo em termos de espaço, nas
relações entre homens e mulheres, era uma conseqüência previsível que surgisse e fosse
estimulado o desenvolvimento de instituições religiosas femininas de caráter
catequético e educativo.
Quando surgir a proposta de formar professoras católicas leigas o caminho será
simplesmente estender a formação que se dá às irmãs professoras às jovens católicas,
realizando uma transposição da disciplina do modelo conventual.
Para além de esposa, mãe ou freira.
Em outros momentos, nos estudos anteriores e neste, já assinalamos que os bispos
brasileiros se depararam com a realidade de uma nova sociedade, que pedia, ainda que
de forma tímida aos nossos olhos contemporâneos, uma nova mulher. Que lugar dar a
essa mulher?
Em termos de papéis, o texto evidencia os de esposa, mãe, irmã religiosa. De forma
mais acidental, encontramos a parteira, a modista, a operária e a professora. Numa
referência à maturidade social, temos as associações “de Senhoras”, voltadas sobretudo
à caridade (n.1620) que não correspondem a um papel, mas a uma forma de ação social
da igreja.
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As parteiras, como vimos, foram citadas pela necessidade de serem instruídas com
relação ao batismo em caso de urgência, já que isso seria um conhecimento necessário à
sua atividade, do ponto de vista da salvação. (n.156) As modistas, junto com os
alfaiates, são advertidas de preservar adequadamente o descanso dominical. (n.713).
Devemos tratar, em outro estudo, da questão operária e da ação social, pelas
conseqüências que tiveram no desenvolvimento e formação de parte da classe política
no Brasil, contudo, neste trabalho, precisamos fazer referência à mulher operária. De
fato, podemos ler o capítulo da Classe Operária com a nítida impressão de que se refere
sempre a operários homens. Ao chegar ao n.1565-1566, os bispos denunciam a
exploração do trabalho infantil e a imposição de trabalhos excessivos às moças menores
de 16 anos, às grávidas e às que estão amamentando, bem como ao trabalho noturno das
mulheres e à “promiscuidade” de sexos no ambiente de trabalho.
Esse reconhecimento da mulher operária e a total omissão da mulher camponesa, ou
mesmo do camponês em geral, denotam em que medida os fenômenos da urbanização já
eram mais valorizados como problemas do que as velhas diferenças coloniais no campo.
Haveria aí uma falta dos bispos, contaminados pela problemática européia que inspirou
o Concílio Plenário Latino-Americano, ou uma constatação previdente, querendo evitar
as dificuldades porque já passara a Igreja européia? Em qualquer caso, a menção à
mulher operária não se faz como um lugar ou um papel social específico, mas como o
reconhecimento de uma situação econômica de fato. O clamor final dos bispos é que a
legislação pátria providencie meios para que os operários possam sustentar suas
mulheres e filhos, ou seja, que se possa retornar a uma estrutura patriarcal, na qual a
mulher não seja operária e o pai possa ser, apenas ele, provedor.
Se a situação da operária é de um papel circunstancial, situação diversa temos em
relação à professora.
A concepção católica de educação apresentada nas Constituições defende a separação
entre sexos e a explícita condenação das escolas mistas (n.1512). A necessidade de
educar e o desejo pela educação por parte da mulher (n.1525) fazem com que se
recomende às jovens católicas o ingresso nas instituições educativas dirigidas pelas
congregações de irmãs e pelas senhoras piedosas. Contudo, diferentemente de outras
obras piedosas, as escolas são instituições que formam seus quadros futuros, ou seja, a
aluna de hoje será a senhora piedosa de amanhã, a futura professora e diretora da escola.
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As mães e as freiras, as Martas e as Marias, vão se reunir numa instituição para formar
a mulher católica do século XX. Não terão outro modelo senão o próprio, o da
sacralidade da maternidade e o da sacralidade da vida religiosa para apresentar como
modelo de professora. É isso que o modelo ideológico das Constituições pede. Educa-se
não para uma nova sociedade, ou para um futuro participativo da mulher, educa-se,
ainda para ser ou uma irmã religiosa ou uma senhora piedosa, para consolidar o modelo
sacralizado de mulher.
Nem na proposta do ensino nos liceus de artes e ofícios se propõe uma educação própria
à mulher operária. A operária perde sua especificidade como gênero e sexo. O que se
quer dela é que volte a ser mulher, que seja mãe, que tenha um marido que possa prover
seu lar e seus filhos. Esse é o projeto de justiça social que está posto nas Constituições.
Quase dessexualizada, a operária do período noturno ainda corre perigo no corpo e na
alma, sendo a fábrica uma situação de risco, como a confissão fora do confessionário.
As professoras, como condição mais permanente, devem herdar e sintetizar a devoção e
subsidiariedade femininas próprias dessa cosmovisão católica que as sacraliza. Como
freiras – e Marias -, se devotam a uma causa; como mães – e Martas - se esgotam em
serviço. E que nem se lembrem de Eva e da árvore de conhecimento.
Não é nos capítulos que tratam da escola cristã, da escola em geral e da escola
secundária que encontramos a alusão específica à professora. Ali, principalmente no
capítulo das escolas secundárias, subentende-se que elas possam dirigir as escolas
destinadas à educação feminina. O termo professora só aparecerá no apêndice XLVI,
que apresenta o Regulamento Geral do Ensino Diocesano, no Título II – Escola normal.
A igreja queria a validade dos estudos de sua escola perante o Estado. Como vimos em
estudo anterior (Gomes, 2004), era seu desejo que os professores formados na escola
normal católica tomassem as cadeiras de professores da instrução pública. Assim, o
currículo deveria espelhar o que quer que pedissem o Estado e a escola normal do
Estado.
Mesmo assim, elencam-se as disciplinas: Português, Francês, Latim, Matemática
elementar, Geografia e História, Ciências Naturais, Pedagogia e Metodologia, Instrução
cívica e moral, Música e Ginástica, Caligrafia e Desenho, História Sagrada, História
Eclesiástica, Catecismo, Liturgia e Canto Litúrgico. Previa-se ainda um estágio, como
adjuntos a outros professores e diretores da escola normal. Destaca-se nesse currículo a
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menção específica aos Trabalhos manuais para as meninas, que no currículo da escola
primária se converte nos trabalhos de agulha para as meninas.
Embora a proximidade de referência entre trabalhos manuais para meninas e ginástica
nos faça supor que a segunda disciplina se destine aos meninos, devemos lembrar que as
escolas eram completamente separadas. Isso se repetia na própria formação dos
professores.
O Regulamento estabelece que a Escola Normal diocesana se divide em duas seções:
uma para formar professores e outra para formar professoras. Não se pense que essas
seções podem estar no mesmo prédio ou instituto. Estão em locais separados e possuem,
cada uma, sua própria direção, a dos professores dirigida necessariamente por um
sacerdote e a das professoras, dirigida por uma religiosa ou professora nomeada pelo
bispo.
Essa distinção exige algumas considerações: primeiramente, considerar a questão
hierárquica, em que de fato um sacerdote seria superior a um professor leigo, e, ao
mesmo tempo, o fato de que a diocese deveria ter ao menos um padre disponível para
tal função. Não se deve esquecer, ainda, que os seminários menores poderiam funcionar
junto às escolas secundárias e, deste modo, o diretor do seminário poderia acumular
essas funções. De outra parte, não seria uma condição necessária à diocese contar com
uma congregação feminina de irmãs para poder ter sua escola normal, bastaria ter uma
senhora piedosa que tivesse formação suficiente para tal cargo. Ou seja, havia um
caráter prático em não exigir que a diretora fosse, necessariamente, uma religiosa.
Contudo, esse caráter prático não pode ser exercido em prejuízo da sacralidade da
mulher, portanto, essa professora, como senhora piedosa, é, entre as mães e mulheres
comuns, um exemplo, em termos teológicos, um sinal e um sacramento, tal como o
eram as religiosas em seus hábitos conventuais. A mãe deve permanecer na clausura
passiva de seu lar, onde nenhum homem, exceto seu marido, deve entrar; as religiosas
educadoras devem exercer a clausura ativa no ambiente escolar e fazer da escola
feminina uma espécie de clausura leiga, onde suas coadjutoras são as mulheres
exemplares e piedosas, as professoras.
Também o homem professor carregava esse aspecto público de exemplo e piedade, os
Regulamentos abrem a possibilidade de que o professor primário acumule as funções de
professor e mestre de capela, como autoridade cultural e religiosa. Contudo, no plano
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feminino, não se rompe o modelo da clausura. A escola feminina será, em muitos
aspectos, o pequeno convento leigo, onde se preparam as mães cristãs e, vez por outra,
se colhe uma vocação religiosa.
Fica a resposta da nova mulher a meio caminho: ela sai para o mundo, mas ao sair, dele
é recolhida ao novo claustro da escola, como professora. Assim espera a Igreja conter,
proteger e salvar a novidade das jovens católicas pensantes...
Considerações finais.
1.O documento reconhece de fato uma nova condição da mulher, notadamente da
mulher operária e da mulher que busca a educação e participação social.
2. A temática construtiva da cosmovisão do documento é apologética e salvacionista. A
salvação da mulher está no seu papel de mãe e, excepcionalmente, no de religiosa.
3. A estratégia de contrapolitização pela educação, associada à visão moral que em tudo
procura separar a convivência entre os sexos, faz com que surja a necessidade da escola
feminina.
4 A proposta da escola feminina é levada a uma Escola Normal feminina, a qual deverá
formar a professora e nela deverá atuar.
6. A visão do feminino é dicotômica e elaborada por extremos. As condições de
dispensa de matrimônio fazem imaginar uma mulher tomada pela paixão e pela libido.
Os modelos de mãe e freira fazem imaginar uma mulher profundamente sacralizada.
5. Não há outro referencial para a construção do papel de professora: como pessoa
pública, ela se aproximará da freira; em sua expressão particular, se aproximará da mãe.
6. A referência à mulher operária tem por objetivo enfatizar a proteção de sua
maternidade, negando sua condição permanente. No âmbito da questão operária o
projeto é a família patriarcal, com um pai operário e uma mãe no lar.
7. A escola católica feminina é pensada como um espaço semelhante ao convento, a
convivência entre religiosas e professoras tem por modelo o claustro e as modalidades
da clausura.
8. Ao novo responde-se com uma modificação do conhecido. A professora leiga deve
reunir as características de uma mãe piedosa e a exemplaridade pública do testemunho
de uma religiosa de vida consagrada. É a condição para a mãe sair do lar e adentrar
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permanentemente a um mundo de trabalho, ou a um pequeno convento de trabalho, a
escola católica, formadora das mães cristãs.
Referência Bibliográfica:
Fontes:
ACTA E DECRETA CONCILII PLENARII AMERICAE LATINAE in urbe
celebrati anno Domini MDCCCXCIX. Romae: Typis Vaticanis, MDCCC. (Atas e
decretos do Concílio Plenário Latino-Americano celebrado em Romano ano de
1899. Roma: Tipografia do Vaticano, 1900). 462p.
APPENDIX ad CONCILIUM PLENARIUM AMERICAE LATINAE Romae
celebratum a. D. MDCCCXCIX. Romae: Typis Vaticanis, MDCCCC. (Apêndice
ao Concílio Plenário Latino-Americano, celebrado em Roma, 1899. Roma:
Tipografia do Vaticano, 1900). 780p.
PASTORAL COLLECTIVA dos Senhores Arcebispos e Bispos das
Provincias Ecclesiasticas de S. Sebastião do Rio de Janeiro e Marianna,
comunicando aos cleros e aos fiéis o resultado da Conferência dos mesmos no
Seminário Archiepiscopal de Marianna de 2 a 12 de agosto de 1907. Rio de
Janeiro: Typographia Leuzinger, 1907. 218p.
PROVÍNCIAS ECLESIÁSTICAS DO SUL DO BRASIL. Pastoral Collectiva
dos Senhores Arcebispos e Bispos das Provincias Ecclesiasticas de S.
Sebastião do Rio de Janeiro, Marianna, S. Paulo, Cuyabá e Porto Alegre,
comunicando aos cleros e aos fiéis o resultado da conferência dos mesmos
realisadas na cidade de S. Paulo de 25 de setembro a 10 de outubro de 1910.
Rio de Janeiro: Typographia Leuzinger, 1911. 740p.
PROVÍNCIAS ECLESIÁSTICAS DO SUL DO BRASIL. Pastoral Collectiva
dos Senhores Arcebispos e Bispos das províncias ecclesiasticas de S.
Sebastião do Rio de Janeiro, Marianna, S. Paulo, Cuyabá e Porto Alegre
comunicando ao clero e aos fiéis o resultado das conferencias episcopaes
realisadas na cidade de Nova Friburgo de 12 a 17 de janeiro de 1915. Rio de
Janeiro: Typographia Martins de Araujo & C., 1915. 1028 p.
[inclui: Constituições das Provincias Ecclesiasticas Meridionaes do Brasil].
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ARQUIDIOCESE DE CAMPINAS. Campinensis Ecclesiae Synodus Prima
sub ac Exmo. Ac Revmo. Domino Episcopo Francisco de Campos Barreto
habita in Ecclesia Cathedralli cui titulus Immaculata Conceptio. Diebus 7, 8, 9,
Augustus, 1928. Campinas: Casa Genoud, 1928. (Primeiro Sínodo da Igreja de
Campinas, presidido pelo Exmo. e Revmo. Senhor Bispo Francisco de Campos
Barreto na Igreja Catedral da Imaculada Conceição. Dias 7, 8 e 9 de agosto de
1928). 332p.
Outros textos:
AZZI, Riolando. História da Igreja no Brasil. Petrópolis: Vozes, 1992.
_____________.História da Educação Católica no Brasil. São Paulo: Simar,
1996.
GAUDIANO, P. El Concilio Plenario latinoamericano (Roma, 1899). In: Revista
Eclesiástica Platense, ano CI, oct-dec (1998),p. 1063-1078. disponível em:
<http://www.franciscanos.net/teologos/sut/cpla1.htm.> Acesso em: 10.02.2005.
GOMES, Plínio. J.F. Brincando com fogo: o acervo do Santo Ofício como fonte
(só) para historiadores. In: MALERBA, J. (org.) A velha história – teoria,
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GOMES, P. T. . As escolas públicas e as escolas católicas nas. In: IV Jornada
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abordagens e práticas educativas. Maringá PR : UEM, 2004. cdrom.
GOMES, P. T. . A Articulação de uma política educacional católica e as
Constituições das Províncias Eclesiásticas do Sul do Brasil de 1915:
Estratégias e posicionamentos a respeito da escola pública e da criação de
escolas católicas. In: Anais da V Jornada do Histedbr, Sorocaba SP.:
Campinas : Unicamp, 2005. cdrom.
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