a face oculta da mente

206

Upload: heber-freitas-silva

Post on 05-Dec-2015

40 views

Category:

Documents


10 download

DESCRIPTION

parapsicologia

TRANSCRIPT

Page 1: A Face Oculta Da Mente
Page 2: A Face Oculta Da Mente
Page 3: A Face Oculta Da Mente
Page 4: A Face Oculta Da Mente
Page 5: A Face Oculta Da Mente
Page 6: A Face Oculta Da Mente
Page 7: A Face Oculta Da Mente
Page 8: A Face Oculta Da Mente
Page 9: A Face Oculta Da Mente
Page 10: A Face Oculta Da Mente
Page 11: A Face Oculta Da Mente
Page 12: A Face Oculta Da Mente
Page 13: A Face Oculta Da Mente

26 A FACE OCULTA DA MENTE

terbury, Edward White BENSON, funda a "Cambridge Ghost Society". A Sociedade logo fracassa ...

Em 1860 MYERS e SIDGWICK pretcndem examinar diversos mediuns, mas logo ficam dcsanimados ante tanta fraude. As, pacientes .investiga~oes nao ofcrccem quaisquer garantias, ncm para eles mesmos. Seus metodos de inves­tigac.ao ncstcs dificilimos temas logo lhcs parcccm defi­cicntes.

Na Quimica, na Fisica, a materia nao engana. 0 incons­eicntc do homcm, objeto de investiga~ao para se poder cs­i udar estes fcnamenos, frauda inurn eras vezes com uma pre­cisao assombrosa, com urn talento que supera todo o ima­ginavcl. Os maiores e mais experimentados sabios podem scr cnganados com habilidade suma. A pessoa mais honesta no consciente, pode ser a maior trapace.ira em qualquer ma­J1ifcstagao do seu inconsciente.

0 inconsciente engana, nao s6 aos observado11es, mas tambem ao proprio conscicnte. Sao fraudes involuntarias, inconscicntcs e incocrcivcis.

Em 1819, depo.is de ter constatado a necessidade de se cstudar scriamcntc OS fenamCllOS chamados espiritas, 0

'·Dialectial Society" de Londrcs nfto chega a publicar os trabalhos do ComiiC.

Por fim, depois de 1870, urn s{1bio bern conhecido no campo da Quimica, William CROOKES, comunica as obser­vac.ocs que, durante var.ios anos, fez sabre OS prodigios rea­lizados por uma das irmas FOX, Catharina, e pelo mais famoso dos mediuns varoes, Daniel Dung las HOME 16

• Es­tas sao a'S primciras observagoes serias e sistematicas, com intengao cientifica, sabre os fenamenos do espir.itismo

16 - CROOKES, William: "Experimental investigation on psy­c·hic force", Londres, Gillman, 1811. Traduc;ao francesa: "Nouvelles experiences sur la force psychique", 2.a ed., Paris, Librairie des Scien­ces Psychiques, 1878. Tradugao espanhola: "La fuerza psiquica", Bar­celona, Mancri, s. d. Do mesmo au tor: "Researches on the phenomene of Spiritualism", Londres, 1874. Tradugao francesa: "Recherches sur les phenomenes du spiritualisme", Paris, Leymarie, 1878.

(

JNVESTIGA<;AO 27

moderno, embora com muitissimas falhas. Nao em vao eram as primeiras investigagoes num campo dificilimo.

"Society For' Psycbi1cal RetSiearcb"

Dcvcriam passar ainda mais treze anos, 62 desde o nas­cimcnto do espiritismo, para que surgisse a primeira socie­dadc de investigac.ao. Foi em 1882 17 • Os mais destacados investigadorcs colaboraram com a Sociedade. As duas pu­bl.icac.ocs pcri6dicas da Socicdadc, "Proceeding" e "Journal'', recolhcm milharcs de casos constituindo o acervo mais im­portantc c cri l:crioso dos fcnamcnos "misteriosos".

I~ogo funda-sc uma filial da ''Society for Psychical Re­. search" nos Estados Unidos, a "American Society for Psy­ehical Research", c no decorrcr dos anos, em varios paiscs, apar('ccm socicdadcs scmelhantcs 1

H.

Celebraram-sc j;'t alguns Congressos Intcrnacionais 1'>.

N as na<.:ocs mais cultas, os mais dcstacados cicntistas tem-sc

17 - A inidativa parl.iu de William BARRET, de Dublin, c de J. HOMANES, fnmln.ndo-se em Lonclrcs a "Society for Psychical Re­searc,h". Seu primeiro presiclente foi Henri SIDGWTCK, seg-ninclo-o na 'presiclc~ndn. s1wessivamcntc Balfolllr STEVVAHT, William CROOKI!~S. Willi:lm .JAMES, A . .T. BALFOUR ...

18 -- "Parapsycholog-y Foundation", de New York; o "Barapsy­dwlqg-y Laboratori", da Universichtde Duke, de Durham, na Carolina do Norte, famoso pclos atuais trabalhos de RHINE; "L'Institut Meta­psichique International", de Baris, do que foram presidentes os famo­sos RICHET e OSTY, fumlado pelo nao menm.; famoso Dr. GELEY em 1919 com a ajuda econumica de .Jean MEYER e reconhecido como de utilidade publica; a "Associazione Raliana Scicntifica di Metapsi­ehica", de Como; 1a "Soeieta Italiana de Parapsicologia", de Roma, re­conhecida pelo Estaclo; "II Centro di Studi Par.apsicologici", de Bolo­nha; o "Comite Belgue pour !'Investigation Scientifique des Pheno­Jnenes Reputes Paranourmaux", etc.

19- Congressos Internacionais de Conaghem, em 1921; Vars6via, em 1923; Paris, em 1927; Atenas, em 1930; Oslo, em 1935; Utrecht, em 1953; Saint .Paul de Vence, em 1954, Oambridge, em 1955; Abadia de Royaumont em 1956 ...

Marcelo
Highlight
Marcelo
Sticky Note
O inconsciente
Page 14: A Face Oculta Da Mente
Page 15: A Face Oculta Da Mente

I

II II

l

i! II

30 A FACE OCULTA DA MENT.E

Outros names menos freqlientes sao "Psicologia Supra-· normal", "Psicologia Transcendente", "Estudo do Mediunis­mo", ''Psicologia Desconhecida", etc.

Hoje, sem que se tenha logrado perfeita uniformidade, prevalcce o nome de "Parapsicologia" para designar a cien­cia contempor3:nca, desde 1934 especialmente, com a nova oricntac;ao rcocbida ap6s a publica<;ao do primeiro livro de RHINE~\ rc.scrvando-se o nome de "Mctapsiquica" ~ts in­vestigac;ocs ma.is antigas. Foi o mesmo RHINE o inccnti­va.dor dcsta tendcncia ao definir a Parapsicologia como uma "Ml'tapsfquica experimental e cientifica".

Ap6s arduos trabalhos, a ciencia parapsicol6gica cneon­trou por fim seu caminho e e reconhecida e respeitada como cicncia de vanguarrla. 0 reconhecimento "oficial" como cicncia data de 1953, do Congresso Internacional de Parapsi­cologia, de Utrecht. Nessa mesma data e Universidade sur­gia a prime.ira catedra de Parapsicologia, regentada pelo Dr. W. H. C. TENHAEFF. Posteriormente foram multipli­cando-se as cadeiras universitarias de Parapsicologia nos: paises mais adiantados.

A investigaqiio dos fenomenos amisteriosos'' do homem sempre interessou a certos grupos e destacados sabios. Mas a -investigaqiio sistemati­ca e com intenqiio cientifica so comer;ou em 1882 com a chamada Metapsiquica.

Em 1934, reformando-se e aperfeiqoando-se OS metodos nasce a Parapsicologia.

A partir de 1953 as conclusoes da Parapsi­cologia siio oficialmente reconhecidas como cien­tificas.

25 - RHINE, J. B.: "extra-sensory perception", Boston, Bruce Humphries, 1934, e Boston, B. S. P. R., 1934.

( ..

II I

I I

Definic;::ao 3 UMA CIENCIA NOVA

Nem de mais nem de menos.- A cien­cw do mistc~rio. - Tcntativa de defini<;iio.

H A dcfinic;ocs tfto ~mpla_s que parccem qucrer incluir dcntro r1a Paraps1cologm todo o saber humano. Esbts

dcfinic;ocs :rdutam-se por si mcsmas.

"A Parapsicologia estuda as func;ocs psiquicas ainda nao incorporadas def.initivamentc ao sistema da Psicologia." Se­gundo csta dcfinic;ao, bastante difundida. a Parapsicologia nao seria mais do que a f6rc;a de choque da Psicologia, uma avancada na invcstigac;ii.o de fcn6menos hoje mais ou me­nos obscuros. No mom0nto em que todos estes fenomenos f6ssem entendidos pcla Ps.icologia ou, em ultimo termo, pela Psiquiatria, etc., a Parapsicologia ja nao teria mais razao de ser .

Esta definic;ao e parte da verdade. IH1 fen6menos que podem. durante algum tempo, ser considera:dos, como pa­rapsicol6gicos, extraordinarios, obscuros. e passar depo.is a ser pouco menos do que de dominio p{1blico. E o que acon­teceu com 0 hipnotismo, considerado em epocas antigas como fenomeno "oculti<l.ta"' transc devido a possessao de urn espirito ou demonio, e hoje tido por todo o mundo como urn

Marcelo
Highlight
Marcelo
Highlight
Page 16: A Face Oculta Da Mente

32 A FACE OGULTA DA MENTE

fen6meno natural e ate vulgar. Mas ha fen6mcno.s, como a telepatia, que, mcsmo quando cientificamcnV::! comprovada, continuara scmprc scndo fcnomcno pnrapsicologico pelo seu caratcr csscncial de fenomeno a margcm da Psicologia nor­mal ou patologica.

Outras dPfiniGocs sao bern mais amplas, mas tambem parciais, limitadas: "A Parapsicolog.ia cstnda todos os fatos nos quais a vida c o pensamento se manifcst:Fscm por fcn6-mcnos aparcntement'c inexplicaveis" (BOII{,AC), ou "e 11m

ramo da Psicologia que trata de fen6menos mentais e scu comportamento nos casos que parecem exigir princip.ios ain­da nao aceito.s" (RHINE).

Em a'-i'ini«O.es como estas, ah~m das expressocs: inex-1Jlicav'el, ain.la niio aceitos, do que falamos antes, inclui­se o elemento: mental, pens a menta, vida. En tao qualquer fen6meno do espiritismo, da demonologia, dos milagres, qualquer fenomeno, enfim, capaz de apresentar uma contro­versia sobre seu carater extraterreno. seda por este mesmo fato excluido do estudo da Parapsicologia, por nao oferec8r certeza, a primeira vista, de seu carater mental, da vida humana, do poder do pensamento. Em definitivo, s6 os naturalistas dcclarados poderiam ser parapsic6Iogos em mu.i.­tos casas, para nao dizcr em todos. Os fenomenos parapsi­colbg-icos, porem, sempre estiveram envolvidos em interpre­t:u~oes das mais contradit6rias e mistcriosas, mas geralmen­te de car£ttcr "mis.tico".

Ser.ia o caso, porventura, de sc cstudar primeiro se tais fenomenos eram ou nao mentais, vitais, do pensamento? Entao tcriamos o parapsic61ogo estudando uma materia que nao sabe ainda sc lhc pcrtence ...

Dcver-se-ia espcrar que outras c1encias determinassem o car:J.i,cr mental ou vital de dcterminados fenomenos, para so mtiio cstudit-los o parapsic6logo? Afirmar isto seria o mesmo que ignorar a origem desta ciencia, que nasceu preci­samente para investigar se estes fenomenos "misteriosos" existiam de fato, e, em caso positivo, se superavam na reali­dade as for«as da natureza, ou ainda quais os fenomenos que superavam e qua.is os que nao superavam estas forgas.

Os fenomenos mentais e vitais, por com:eguinte, nao sao a unica materia de estudo paraps.icol6gico.

----"'""''"'-""'"'-''"'"'"'-iii'HM lllrl!l!i'I!PII~~I[:I,

I

DBFlNl(,'AO 33

Omitimos outras definigocs de maior ou menor difusao entre os parapsic6logos, mas tambem incompletas.

0 campo c ma.io!l"

Robert AMADOU, represcntando o sentir mais geral dos metapsiquicos c parapsicologos, da em diversos lugarcs da magnifica obra "La Parapsycholog.ic" defini«6es bern mais a...'Tiplas. Por excmplo: "0 fim da Parapsicologia e a constata­«ao e a cxplica<~ao de fatos dcsconccrtantes, estranhos, miste­riosos, cnj<m earactl~rcs dcfwricntador<'s podcm agnipar-sc na vasta categoria, profundamentc hcter6clita, do oculto pcrccp­tivcl, das expcl'iuncias m{tgieas, do maravilhoso empir.ico. Sobre (~:::tcs fatos, a Paraprdeologia qucr pronuuciar o vere­dicto da ciCneia. Sua ambic;rio nio c mcnos ncm mais mo­desta". 0 lema dos cstudos que, sob a dirc«ao de Robert AMADOU, lcvarn-sc a cabo na "'l'our Saint Jacques", podc-sc considcrar como outra dl'f.ini<;fto de Parapsicologia: • 'Ricn de ce qui est Ctraugc nc nom; e:~t Ctrangcr".

Como sc ve, ua.o no:; limitamm;, como fazcm alguns au­tores, aos fenf>ml•nos chama<los l'm-GAMMA c PSI-I<:APPA. Nosso conecito de Parapsicologia 6 bern mais amplo, de acor­do com dcstacados mctap:>iquicm; t~ parapsic6logos c suposta a historia c finalidade dcsla invest.igagao. Segundo a exprcs­sao de Robed AMADOU: "nada daquilo que 6 cstranho e estrangciro para nos"' sc, possivclmcnte, e rcsultado de fa­culdade:s humanas.

Jia muito que investigar

0 campo em que a Parapsicologia trabalha e imenso. As vezes tratar-sc-[t de aparcntes incorpora«oes: urn suposto en­demoninhado, urn ''desencarnado" que parece falar por boca de urn "medium"... Outras vezes sera preciso estudar, ao menos como investiga«ao previa, urn suposto milagre, ou os poderes extraordinarios que se atribuem a urn feiticeiro, a urn faquir, a urn bruxo. Nao raro a cicncia "tradicional" fica surpresa perante o anunc.iar de fatos que hao de suceder depois de 20, 30, 100 anos, quando era "impassive!" preve-los por vias normais, e ve que os fatos comprovaram os prog­uosticos; ou perante adivinhagoes de fatos sucedidos a mi-

~Ill,·----------------------------~~~~

Marcelo
Highlight
Page 17: A Face Oculta Da Mente
Page 18: A Face Oculta Da Mente

. ·~I ,,

• 36 A Ji'AU]I) UUUL1'il lJA M]I)N1'J;)

N ossa defini!.:ao

Propomos uma defin!gao a titulo de orienta<;ao .

A Pampsicologia e a cwncia qne tern por objeto a eonstatat;;iio e analise dos fenumenos lt primeira vista inexplicaveis, mas possivclmente n~snltatlo de facnldades httmanas.

Alguns e2darecimentos: usamos o nome "ciencia" <' H~io o U~rmo "disciplina" ou algum equivalente. A Parapsi­cologia e cicncia em qualquer sentido em que tomemm; a pa­l:tvra. Assim, e e""!lerimental em muitos aspectos, e ncsse scntido se equipara a, Fisica ou a Biologia. E rigorosa <~m suas argumentagoes, e nesse sentido co.incide com a Fila­sofia.

Mas alguns afirmam que s6 seria ciencia se em todos os fenomenos estudados fosse experimental e todas suas ex­pcricncias pudessem ser repetidas com cxito igual em iguais circunstfmc.ias. S<> sc tom[tssemos o conceito de ciencia ncs­te scntido tao rcstrito c incxato a que a Parapsicologia nao sc'ria cicneia ...

"A prinwira vista inc:rplicdvel": esta inexplicabilidade apan'nic dos fc~n6mcnos podc scr dcvida a sua estranheza, que OS faz distar do UOHSO C;omum julgam<~nto, OU a SUa apa­n•ntl~ cont:ntdic.;iio aos JH'<•ssupostos dcntifieos fundamenta­dol::l ou comuml'ntl' aceilol::l.

"POi>SZVClmcntc TCSUltado": nao afirmamos que, de fato, s<~mprc dcrivem das faeuldades humanas, nem qw~ seja obri­gat{>ria a eonstata<;iio previa de que derivam delas.

"Faculdades lwmanas": em todos esscs fenomenos ha urn homcm, mesmo que scja considcrado bruxo, fe.iticeiro, medium, endemoninhado ou santo. . . Ou, ao menos, ha uma tcstcmunha, como, por cxcmplo, uma adolescente numa "casa assombrada". Sempre intervem o homem quando menos para comprovar ou testemunhar. Ha, pois, a possibilidade (como notamos no item anterior) fi,c que o fcnomcno se dcva ao homem, a forgas "ocultas" l talvez de atua~ao a dis tan cia) do homem.

• ""'"''" "· "'"" " """"'' """ 1 ~·n'i' , n·mnr·r. ·r :rrrr·n ,. 11 ·r rm1'l , i1 'l·ll·ntl:r:

~I

DEFIHI('hO 37

Niio ignoramos que a Parapsicologia tambem estuda e tern fe.ito experiencias com animais e com plantas. Mas, ao menos por cnqnanto, a maioria dos estudos que se fizeram com animais e plantas foram para fazer luz sobre fenome­nos do homem. Robrrt AMADOU, dcpois de ter incorporado implici1a mentr• na sua definiGfta a "Parapsicologia animal", acresecnta nnma nota: "Nosso cstudo, nao obstante, scrft consagrado exelusivamcnte i1. "ParapH.icoloo-ia humana" ~. E sintomfttico. o

Contudo, sr qnisrrmos induir os animaiH e plantas nas smts manif<'st:H:ocs "misteriosas" como objcto da Par::lpsi­colog-ia, no fim da nossa defin.ic;ao podcmos substituir o tcrmo '•humanas" pPla <'Xpr<'Sf;i'i.o "dos SCTCS 1JiVOS destc m.Undo".

811 hlin hamos a exprrsHfto "d6slc mundo", que na. nossa dcfink;i'i.o c·sUt implicita no ti'~rmo "humanas". A este rcspei­to cHc:r<'V<' com mnito aci'~rto AMADOU: A cxpressao "oeste mulHln", "repcmsa por i ntC'iro nnma hipl>teHc~ que bern se pode dwmar a tr~oria g<'ral da Parapsicolog.ia. Parcc<~ fora de d{Ivida Ql!P a hipl>tcsl' <k base da Parapsicologia e de que estas E>n;as <'sUi.o <'m rel:u;i'io com o <'Spirito humano (di'~ste mundo. nil.o dos '•cksl'IH:arnaclos"!). Sc algum estagio pos­terior da investigac;il.o rPqnPrcsse ontro invcstigador, o mc­tafisico, a aprN:ia<;i'i.o cla conclusa.O d(~stc lllt.imo na.o SC'ria do cmnpo do parapsid)logo c:omo tal""'. 0 parcntese e nosso.

Cicneias limitrofPs

Como S<' v(~, a Parapsicologia tern muitos pontos de con­tato com outras ci(mcias. Como aut<"~ntica cicncia, na.o s6 ni'io contrad.iz outros ramos do saber, mas os prcssupoe, dClcs se serve e com elcs colabora.

Concrci izarci nnm sl> excmplo: suponhamos uma cura extraordin<1r.ia, ilwxplidwcl ao mcnos i't primeira vista. Va­rios ramos da ciCncia, nao apcnas a Parapsicologia, cstao in­teressados no assunto. DPve o medico, em primeiro lugar,

2 --- AMADOU, Hobert: "La Parapsychologie", Paris, Dcnoel, 19fH, pag. 45. H[t tradu<;iio cspanhola: "La Parapsicologia", Buenos 1\ i1·•·s, Pai<l6s, 19;>7.

:~ A1viADOU, Robe1t: o. c., pUg. :~l.

Marcelo
Highlight
Page 19: A Face Oculta Da Mente
Page 20: A Face Oculta Da Mente
Page 21: A Face Oculta Da Mente

Hiperestesia direta 5 ACUIDADE DOS NOSSOS SENTIDOS

"

Assornbrosa acnidade qne podem al­cnn(ar as rwssns sen.'w.<;oes. - Espernnr;n pant as pessoas qne perclc~rant a.lgum ()rgfio dos sentidos. -- Os cegos podem ver sem

olhos.

E INI<~GAVIj~L que alguns ra<liestPsistas, cartomantes, adivinhos, m<:~diuns, <>1<~., e mesmo p<'ssoas comuns, oh­

tem cxito no conh<~cinwnto de "coisas oeultas". Pomofl de parte agora os lrtH{lH's, a.c; easualidadcs, sugcst6es ... ; Rb tra.tamos das ''adivinha<~oes" autcnticas.

Todos estes prodigios de "aparcneia paranormal'' che­gam, de fato, a ser paranormais, extra-scnsoriais, devido a uma faculdade capaz de conhecer sem o auxilio dos sentidos?

A 1percep~ao hip~restcsi<'.a

Hiperestesia (de hi per c.c s6b11e; cstesia = sensac;ao) significa exaltac;ao da sensac;ao. Hiperestesico e quem capta e pode manifestar estimulos minimos. As pessoas que mani­festam com alguma freqliencia este fenomeno e por extensao outros fenomenos extraordinario-normais, sao chamados "sensitivos" (reservando-se o nome de "metagnomos" para os que manifestam fen6menos paranorma.is).

',II I.

It

il I

I

I

Marcelo
Highlight
Page 22: A Face Oculta Da Mente
Page 23: A Face Oculta Da Mente
Page 24: A Face Oculta Da Mente
Page 25: A Face Oculta Da Mente
Page 26: A Face Oculta Da Mente
Page 27: A Face Oculta Da Mente
Page 28: A Face Oculta Da Mente
Page 29: A Face Oculta Da Mente

li,l i ,l,liil!ll I

58 A FACE OCULTA DA MENTE

melhos. A importancia da captac:<ao de raios luminicos sa­bre outros possiveis cstimulos (calor ... ) foi comprovada com filtros, superposiGao de papeis transparentes amarelos c azuis com os quais se capta cor verde como na visao reti­niana.

Mas .isto nao e novidade: na mesma Russia, o Dr. CHOWRIN, <'m 1891, comprovara o influxo das cores com­plcmcntares nas cxpcrifmcias que estudaremos no capitulo 8.

A visii.o ''dermo-optica" observada em alguns sensitivo-s r_. t.ao pcrfcita c a tanta distancia como a visao Detiniana. Os invcstigadorcs russos calculam que ha no homem 10 ''foto­reccptores" para cada 6 cm2 de pele. Sem precisar a por­ecntagcm, ja em 1920 F ARIGOULE afirmava que tinhamos •;·o]hinhos" por todo o corpo 17 his.

A capta<;ao nao retiniana dos raios luminicos e, pais, urn tipo importante, mas nao Un.ico, da hiperestesia humana.

PETETIN, BOffiAC, etc., contam casas <.ie leitura pelo cstomago.

P:mT:IilTIN deslizava urr."l. a uma cartas de baralho escon­didas na palma da mao por ~ebaixo das cobertas da ca.ma onde repousava uma doente. A senhora podia ler pelo epi­gastria as cartas. S6 ap6s a "leitura" feita pela senhora, a

carta em questao era mostrada as testemunhas lB.

E a prop6sito deste caso de leitura pelo epigastria, per­mita-se-me uma digressao. A importancia do epigastria deve ser destacada em Parapsicologia. A hiperestesia e es­pccialmcnte freqiicnte nesta regHio do corpo. Tanto que ja chamou, em epocas passadas, a atengao dos fil6sofos, mais do que outros tipos de hiperestesia. KANT e HEGEL, por exemplo, falam da "leitura pelo estomago". Sabe-se quantos pseudo-possessos acreditam ouvir vozes ou sentir o "demo­nio" ou o "espirito", etc., no estomago. Tem-se constatado freqiientemente a existencia de lesoes ou traumatismos me-

17 bis - F ARIGOULE, L.: "La vision extraretinienne et le sens paroptique", Paris, Nouvelle Revue, 1920. SObre as observa~;5es e eotperiencias de hoje sobre a visao "para-6ptica" ou "dermo-6ptica"' no "Life International" de junho de 1964 se fez uma resenha muito satisfat6ria.

18 - Pliti"ltTIN, J. H. D.: "L'Electricite animale", Lyon, 1.803.

HIPERESTICSIA DIRETA 59

dulares, .antigos ou recentes nos sensitivos ( ou metagno­mos) o que pode ser significativo se Ievarmos em conta a especial rela<;ao epigastrio-medula espinhal. Os "magneti­zadores" deram especial importancia a esta reglao. Alguns misticos sentiram enorme calor no epigastria durante ou ap6s OS extases. Os hindus em geral, e OS yoguis em parti­cular, considcram de capital importancia o plexo solar ("chakra umbilical" ou "manipura chakra") como sede do "prana"' i. e, a vitalidade ou faculdades normais, extraordi­na!I'io-normais ou paranormais, usando nossa nomenclatura. Os pscudo-possessos do espiritismo, da demonologia, da bru­xomania, freqiientemente afirmam, como vim~s, qu; _sentem o "intruso" na boca do estOmago e os que se creem VIbmas de feitic:<o, freqiientemcnte acrescentam que tern urn "embrulho" no estomago. Par isso, tornou-se classico que as pessoas que pretendiam fa:.>:;cr urn pacto com o demonio ou com os espi­ritos, cngolissem o papcl do "contra to". As faculdades para­psicol6gicas "tern sua sede no epigi'1strio c no plexo solar" chegou a concluir GoRRES em 1837 19.

Olnrt;r'o~ tipos1 <ll~ hiiJleres:I.Jesht

0 que succdc com o senti do da v1sao ( voltando :ao tema), sucede com os outros sentidos, constituindo o para­ouvido, o para-olfato ...

pf;T.JI:TIN, por excmplo, descrcvc uma. sonftrnbukt hip­n(>tica que reconhceia pclas ponta.s dos dcdos o sabor de v{trias substii.ncias: biseoitos, carnciro a.ssado, carne de va.ca. cozida, pii.o de leitc. . . Estudou e dcscrcve casos de pcssoas

que nii.o ouviam pclo onvido mas ftaziam-no quando sc Illes Russurrava palavra.s nas pontas <los dedos ou no ep.igastrio.

Ma9 basta o que dissemos a respe.ito da visao, nao preci­:samos nos deter na hiperestesia de outros sentidos.

Os fenomenos de hiperestesia durante o sonambulismo hipn6tico poder-nos-iam explicar certos casos de sonambu­lismo durante o sono natural. Regra geral, quando urn

19- GoRRES: "Die Christliche Mystik", Regensburg, 1837. N6s dtamos da ed. francesa, trad. por ST. FOI, Charles: "La mystique :livine, naturelle et diaboliqu.e", Paris, 1854-1862, tomo III, pag. 347.

I I lllllllll!!il"l'llllllll'l11'1'111":111111 ',:'1'11111' lll~llil . il. 'IIi I II, I' 1 ................................... ..

Marcelo
Highlight
Page 30: A Face Oculta Da Mente

il.l,li·i ,,,:jl,, i li,l ;;l,lli ,,;,,, i.lli·l, i'iili 1: I liil,l,l:l: l·l:i: I j:, ,i' l·i ll.•i I I'

60 A FACE OCULTA DA MENTE

sonambulo caminha com os olhos fechados por lugares co­nhecidos, e porque a memoria inconsciente guarda com todo o detalhe as distancias, obstaculos, etc. Mas em certos casas, os sonambulos caminham com os olhos fechados por lugares desconhecidos e obscuros ou por lugares conhecidos mas evitando obstaculos novas. A explica<;ao nestcs casas nao pode ser a memoria, mas a hiperestesia da escassissima re­flcxao luminosa, do reflexo sonoro, da reflexao do ar ...

Muitos conhccimcntos "extraordinarios", "inspirac;oes", "pressentimentos", etc., tern origem na hiperestesia.

Uma cspera1nc;a para os cegos

Em Bangkok (Tailandia) uma equipe de cientistas sob :1.

dircc;ao do dr. Rhun Vichit SUKHAKARN esta tratando dr controlar a chamada "visao para-optica" para que os pri­vados da vista possam ver sem empregar os olhos. Tra ta-s•' na realidade de aproveitar a hiperestesia.

0 unico avan<;o poderia ser 0 intento de sistematizar o ex:ercicio. 0 hipnotismo aumenta a concentrac;ao e a con­fianc;a, a fim de conseguir a m<.'nifesta<;ao da hiperestcsia mais rapidamente.

As experiencias come<;aram quando um viajante expos a um medico de Bangkok as teorias s6bre a hiperestesia que ouvira de um velho mange budista tailandes.

Em Bangkok procuram que sc manifeste a DOP nas mac;as do rosto, com o que se dara a imprcssao de que de fato os ccgos "vccm", porquc voltam a cabcc;a para o objeto.

Mas, por cnquanto. por propria confiss:-w do Dr. SUKHA­KARN "nossas experiencias so conseguiram exito com sujeitos muito jovens e aptos para a hipnose".

Somos capazes de perceber, por meio• dos nossos sentidos ( ao menos inconscientemente), estimulos minimos e inclusive de u exagera-los". Esta extraordinaria capacidade de sensa<;;iio cha­ma-se, tecnicamente, "hiperestesia".

Emissao hiperestesica

EXPRESSAO MiMICA INCONSCIENTE DO PENSAMENTO

6

0 corpo publica os segredos da alma. Pensamos ate com os pes. - Possivel

fnndamento sensorial de muitas adivinha­(6es do pensamento.

U MA pcrgunt~ se impoc pclo scu interesse pratico. Ser[t que os scnt1dos podcm captar o pensamento de outra

pessoa? Diretamcntc, e clara que nao, porquc u pcnsamento em si e algo imatcrial, que cscapa aos sentidos. Mas indiretamcnte, nao podera ser captado 0 pcnsamento? Esta pergunta, de enorme transccndencia, pode substituir­se por esta outra: o pensamento humano se traduz em al­gum sinal fisiologico, externo, em bora minima? Se assim for, logo aparcce a possibilidade de que por hiperestesia ~c:;e possa indiretamente captar o pensamento humano. . . Se­ria o que chamamos "hipercstesia indircta do pensamcnto".

Ha no homem sinais externos, fisiol6gicos, correspon­dendo ou acompanhando aos atos psiquicos? (Pais tomamos a palavra "pensamento" em representa~ao de todos os atos psiquicos).

i )s primeiros passos da investig~ao

A descoberta cientifica dos movimentos involuntarios e inconscientes correspondentes as ideias foi acolhida na cien-

1. · 'i::l:ri::'ii!!!:li:ll':lll!l~lllllll·llli!n~lill!lllllll:llllllllillllllll.•••••••••••••••••••••• ..

Marcelo
Highlight
Page 31: A Face Oculta Da Mente
Page 32: A Face Oculta Da Mente
Page 33: A Face Oculta Da Mente
Page 34: A Face Oculta Da Mente

1•

1 ''I I · 1 ·1 ·., ~~~Ill I '" .,,., '1, I 11,1 i I II, iiI. f - I i ,,, ! I :I iii, i i!il I i

jl

68 A Ji' ACE OCUI.'l A DA MENTE

ato psiquico, consciente ou inconsciente, normal, extraordi­narlo-normal ou paranormal, tern seu reflexo inclusive epi­dermico, espccialmente em determinadas zonas particulares pr6prias para tal ato psiquico, zonas que ele chamou "pia­cas" ou "campos". As experiencias sao numerosissimas.

:mste fato viria a confirmar, inclusive elevando-o a alta potcncia, o que ja antes afirmava o Dr. KLAUDER, de Fi­ladelfia: "Esta fora de toda duvida que a pele e urn impor­tante 6rgao de expressao, comparavel aos olhos na expres­sao das emo~ocs" 13.

Outros tipos de "emissoes" fo,ram tambem observadas e demonstradas 14• Mas basta o ja dito. E provavelmcnte ha "emissoes" que ainda desconhecemos ...

A Psicologia moderna e a Parapsicologia formulam a existencia e extensiio dos movimen­tos involuntarios e inconscientes que acompa­nham toda ideia ou imagem, seaundo a Lei de BAIN: ((Todo fato psiquico determ~·t•.l um refle­xo fisiol6gico e esse reflexo se irradia por todo o corpo e cada uma de suas partes".

E m,{tltiplo o reflexo fisiol6gico externo dos atos psiquicos.

Podemos, pois, dizer qne pensamos, qne sen­timos, imaginamos, com todo o corpo, traindo nossas experiencias internas por mais secretas que as acreditemos.

13 - KLAUDER: "Psychogenis aspects skin diseases", em "Journal of nervous and mental disease", vol. 84, setembro, 1936.

1,1 -- Veja-se por exemplo o excelente artigo de LERNER, Marcelo: "Sugesti6n e Hipnose a' trav~s del concepto de psicoplasia", em "Acta Hipnol6gica Latinoamericana", man;o, 1960, pags. 38 ss.

Cumberlandismo 7 ADIVINHA<;AO POR CONTATO

Animais que respondem ''inteligente­mente". - Certas pessoas ((to-cam" o pen­samento alheio. - Experiencias cientificas.

V IMOS no capitulo anterior que todo ato psiquico tern a sua exprcssao caracteristica em sinais externos, embo­

ra minimos. Vimos que ecrtas pcssoas manifcstam assombro­:-Ja hiperestesia, eapaz de captar, inclusive como que aumen-1 ados, minimos e:;timulos. Parcce que todos. inconscicntc­nwnte ao menos, seriamos hipcrestes.ieos. Todos incons­ci<·ntemente podcriamos pcreeber o reflcxo fisiol6gico dos Jwnsamentos de outra pessoa. 0 0

Dessas bases surge uma conclusiio 16gica: captando por hiperestesia os reflexos fisiologicos do pensamento de outra 1 '' ·ssoa, pode-se captar, indiretamente, o mesmo pensamento pm· secreta que seja, contanto que o "pensante" esteja em Jll"<'!Wil<:;a do "adivinho'', OU peJo ffiCUOS naO a eXCCSSiVa dis-1 ;1111:ia. Desta maneira nao precisaremos ~ecorrer ao paranor­nr:rl, ao extra-sensorial, para explicar tais "adivinha<;oes".

l•~m 1908, Ernest NAVILLE lan~ava a ideia: "Creio que I • "lo l"<momeno psiquico tern seu correspondente fisiol6gico, ,. aclrnito. 0 0 que urn sabio ideal conhecedor de toda a psico­J.,;:ra e Wda a fisiologia ... poderia ler como num livro aber-

~ 1!!!! 1!11l:l!!l!lli'liii!II!IIIM _____ BI!IIIII!IIIIIIil'llillll'lli'IHIIII------------------------.....ri.

Marcelo
Highlight
Page 35: A Face Oculta Da Mente
Page 36: A Face Oculta Da Mente
Page 37: A Face Oculta Da Mente
Page 38: A Face Oculta Da Mente
Page 39: A Face Oculta Da Mente
Page 40: A Face Oculta Da Mente
Page 41: A Face Oculta Da Mente

. . I ' I '1:::,; ,., i

I i! .. l!:i.!!!:i I • .li :' Uil .. lii,!,,i:. _l,l!i_!l!_, _11_1 i.._! li Jlli l.il Ul,!l: __ ~l,l ~-~ .............. ,!

82

.. ~--

A FACE OCULTA DA MENTE

paJavras como objeto da atividade tele;r:atica. Eu esco.Jhin dentre elas a que eu pensaria intensamente. 0 sujeito dc­veria dizcr qual era a palavra cscolhida por mim.

Noutras experienci•as apresentava ao sujcito vinte pa­Iavras que ele lia uma s6 vez em voz alta. Ap6s a leitura escrevia iHe as palavras que tinha lido e retido na mem6ria, esforc:;ando-se mesmo paPa Iembrar. Dentre as palavras csquecidas cu escolhia ruma como objeto da transmissao".

Nas ex;r:cricneias, ABRAMOWSKI segurava a milo do sujcito. Com a mesma tecnica realizou transmissoes cum­bcrlandisticas de dcsenhos ou de movimento dos dcdos.

Sabre 324 cxpcr.icncias obteve exito em 156, qua.se 50 r;;,, inexplicavcl pelo simples acaso.

Nem e preciso scmprc que o operador fa<;a csfor<;o ou sc tcnha cxercitado em captar os sinais inconscicntcs. Po­dem-se tambem captar inconscientcmcntc, o que nos intercs­sa especialmente do ponto de v.ista da "adivinha<;ao''. 0 operador pode inclusive executar a<;oes inconsciente e auto­maticamente. Diversos tipos de experieneias tem-se feito. Talvez uma das mais faceis de repetir seja a de fazer que uma pessoa, boa sensitiva, completamente distraida, falando de outras coisas que a absorvem, fa<;a alguma a<;ao que por cumberlandismo se lhe sugira. 0 "sujeito" da experimenta­gao, tendo operado como urn automata, nao sabera dizer, ao ser perguntado, nada do que realizou. Hipnotizado, porem, its vezes lembrara tudo o que se lhe fez realizar automatica c inconscientemente 15.

Embora nos capitulos 22 e 23 falaremos da "adivinha­<;ao" do pcnsamento inconsciente, devemos aludir aqui a um tipo especial de cumberlandismo. Em quase todos os feno­menm; parapsicologicos de conhecimento encontramos o que poderiamos chamar mecanismo indireto ou "em L" ou "a tres" ou "por procura<;ao": o "adivinho" capta no consulente o que o proprio consul•ente sabe, de ordinaria so inconscien­temente, de outra pessoa ou de urn objeto externo.

15 - GRAS SET, J.: "L'ocultisme bier et aujourd'hui. Le Mer­veilheux prescientifique", 2.a ed., Montpellier, Coulet, 1908 (l.a ed., Paris, Masson, 1907) pag. 123.

CUMBERLANDISMO 83

Osip FELDMAN, por excmplo, chegou a tal perfei<;ao no curnberlandismo consciente, que podia, inclm;ive em ex­periencias piiblicas de Ilusionismo (scm truque), captar o pensamento de um expcctaclor atraves de vari:as pessoas ig­norantes do que se devc1·ia "adivinhar". Tudas essas pcs­soas estavam unidas pelas maos.

Experiencias dcste tipo de cumberlandismo "em L" nao sao excessivamcnte raras entre os profissionais do palco. Deveriam, porem, ser mais rcpetidas em laboratorio. Se_ o fato -se confirmasse, a explicaGao parecc que ser1a a segum­te: as pessoas interpostas captariam s6 inconscientement_{! as ideias do "pensante" (inconscientcmcnte todos somos hr­perestesicos) e transmitiriam os s.inais inconscientementf• captados. Osip FELDMAN, no fim da "corrente", os ~n­terpretaria c os faria conscientcs. FELDMAN tern mmta fama no mundo dos ilusionistas.

Outro tipo de cumberlandismo "em L" ou "a trcs", que tambem prccisaria de mais expericncias de laboratorio para •Ser confirmado, e 0 experimcntado, entre outros, pelo Dr. BOIRAC.

Urna llisth·ica "lia", SP-g'Hran!]O nrn•a mrto de BOJRA(',

urn Iivr·o s(Jbrc o qual BOIRAC ;r:as~ava as pontas do~

dcdos rr;.

Seria hiperestesia direta (visao para-optica, "dermo­optical perception") em BOIRAC e a histerica interpretaria o que captava em BOIRAC por cumbcrlandismo sobre o pen­samento inconsciente. A "adivinhac;ao" do pensamento inconsciente excitado por outros tipos de hiperestcsia direta tern sido amplamente comprovada, como veremos no capi­tulo 23.

Digrcssoes praticas

0 cumberlandismo, como se ve, pode dar preciosas indi­cagoes aos mediuns espiritas, na hipersensibilidade do transe. A corrente ou cadeia que os espectadores formam em algu­mas sessoes, seria o veiculo pelo qual o interessado cstaria

16 - BOIRAC, Emile: "La Psichologie inconnue", Paris, Alc•an, 1 !I 12 ( l.a ed., 1908), pags. 252, 264, 271.

0')111 •.••. - --------------

1,

Marcelo
Highlight
Page 42: A Face Oculta Da Mente

;,: , ' I.

84 A FACE OCULTA DA MENTE

manifestando ao inconsciente do medium as ideias a comu­nicar.

Muitas revelaGoes, das feitas por urn hipnotizado, por exemplo, podcm •cxplicar-se perfeitamente por cumberlandis­mo. scm neccssidadc de recorrer a conhecimentos naranor­mais. . . Urn dos primciros passos que se costuma dar, para dcscnvolv•cr a ''lucidc7." nos hipnotizados, e precisamente puro cumberlandismo. 0 hipnotizado, para diagnosticar uma doenGa, por exemplo, poe as maos sabre a fronte do consu­lcnte ou. rwg-ando C'ntrc as suas uma mi'\.o do paciente per­corl'e lentamentc os mcmbros com possibilidade de cstarcm ·docntcs.

Por cumbPrlnndismo node urn "adivinho" fa7.cr obscrva­q:oPs sohrf' 0 f'Stado fisiolflg-ico, caraJer, tendcncias, passaoo dinico imPdhto P inclusive futuro iminf'nte, isto C, aquClc cujas causas j{t cstiio ag.inrlo no org-anismo.

Pclas cammq antes indicaclas, os manmlis de hipnosc previnem o hinn6log-o princiniantf' a nii.o finr-sc mnito na­qui1o que o hipnoti7.ado rPvPlc sohrP a ontra n<'ssoa com a qual esta em contato. Freaiientemcntc nao rlir{t ma.lH do Qnc aquilo que esta mesma pessoa pensa de si propria, talvez erradamente 17.

Os reflexos fisiol6gicos externos do pensa­mento de uma pessoa podem ser sentidos por outra, havendo contato corporal. Por este meio pode-se conhecer o pensamento mesmo de outra pessoa. Isto, porem, niio quer dizer que todos os sinais sejam transmitidos precisamente poT contato.

Este fenomeno da u adivinhat;;iio por contato.'' chama-se tecnicamente cumberlandismo.

17 - Veja-se, por exemplo, JAGOT, Paul Clement: "Magnetis­mo, Hipnotismo, Sugestao", Sao Paulo, Mestre Jou, s. d., pag. 167.

) ;: I ,•

Hiperestesia i ndireta 8 LEITURA SENSORIAL DO PENSAMENTO

As pessoas que aveem" o pensament:o. Crianras prodigiosas que sabem tudo

sem estudar. - Famosas experi.encias cla Russia.

INTERESSA-NOS cspccialmcntc a ''adivinha«ao" scm contato. Pode-:"(\ a certa diHtfmcia, captar a linguagem

fisiologica minima, i. C, OS rcflcxos extcrnos da .ideia, de modo que se poHSa, indiretamcntc, como que "ver" o pr~n­samento de outra pcssoa?

.E possi:vcl. Ate mcHmo para aprcscntaG6cs no palco. Seria isso urn "cumbcrlandi·~·mo sem contato". E pod e-sc ehegar a extremos maravilhosos, como o ilu:oinnista MA­RION, por excmplo.

MARION encontrava os objctos escond.idos pelos especta­d.ores mcsmo quando a testemunhrt que inconscientemente o dirigia sc escondia dcntro de uma c.aixa, s6 aparecendo os pes.

MARION observava nestes casos as minimas modifica­!;6es inconscientes na marcha do espectador que se tinh•a prestado a experiencia.

0 Dr. SOAL (urn dos melhores investigadores da r.1o­dPma Parapsicologia) estudou detidamente as provas rea­lizad::~s por MARION. SOAL chegou a conclusao de que, niio obstante as maravilhosas provas, MARION nao possuia

Marcelo
Highlight
Marcelo
Highlight
Marcelo
Highlight
Marcelo
Highlight
Page 43: A Face Oculta Da Mente
Page 44: A Face Oculta Da Mente
Page 45: A Face Oculta Da Mente
Page 46: A Face Oculta Da Mente
Page 47: A Face Oculta Da Mente
Page 48: A Face Oculta Da Mente
Page 49: A Face Oculta Da Mente

t I I ''k

98 A FACE OCULTA DA MENTE

Com certas tecnicas pode-sc aumentar essa repercussao fisiologica.

Essa ressonancia ou repercussao seria em definitivo o que nos chamamos hipcrcstesia, peroep<;ao inconsc1ente dos sinais. Scria uma hipcrcstes.ia cutanea, que sc viria a acres­ccntar a hipcrcstesia visual, aud.itiva. . . Por muitos cami­nhos o reflexo fisiol6gico das ideias de outra pessoa passaria a nos ou as pcssoas presentes.

E como tais reflcxos se identificam com a ictc.ia, como ideia e rcflcxo sao apenas dois aspectos difercntes de urn s{J fenomeno, comprecnder-se-a que, se inconscicntcmente sao rcproduzidos em nos esses reflexos fisiol6gicos de outra pcs­soa, tambem teremos captado a ideia inconscicntcmcntc.

Sc, com tecnicas especiais, ou pelo treino cspontftnco ou provocacto, ou em circunstancias especia.is esta rcsson:m­cia c aumentada em ccrtas pcssoas, compreender-sc-:1 por­que, nessas pessoas, o que so era "adivinha«ao" inconscicntc podc fazcr-sc conscientc. Nos scnsitivos, este exagcro, esta p;umagem do inconscientc ao consciente, e mais freqi.icnte, ou ate regular.

AplicaQ5e!'> pr{tti:eas

Em primeiro Ingar d.eve-se destacar a importancia da hipcrestesia indireta do pensamento. Ela e muito mais fre­qliente que a tclcpatia ou qualquer outro fenomeno paranor­mal, extra-sensorial. Ja PUYSEGUR, urn dos primeiros in­vestigadores do hipnotismo, advertia os hipnotiza:dores con­tra 0 crro de considcrar como telepatia muitos atos que nao o sao, tanto que chcgou PUYSEGUR a afirmar exprcssa­mente que ''era crro pensar que, por meio de urn sonambulo (hipnotizado) clarividente, se pudesse adivinhar o pcnsa­mento de uma pessoa ausente, pois o unico que se obtinha em tais ocas.ioes era inspirado inconscientemente pclo pro­prio observador" 21.

PUYS:EGUR exagera e erra ao nao admitir a possibi­lidade da telepatia, mas esta certo, e so para isso tinham

21 - Citado por SILVA MELLO, A. da: "Misterios e realidades dllste e do outro mundo", Rio de Janeiro, J. OUmpio, 1949, pag. 232.

I

! ;

'I '1,1~:1

l

HIPERESTESIA INDffiETA

fundamento as suas observa«6es, quando afirma que o que na ~ealidade sucede na quase totalidade dos casos e que 0 sonambulo capta, indiretamente, 0 pensamento consc.iente ou inconsciente do obscrvador presente.

Uma experiencia facil, inspirada no livro de JULIO MARIA 22 , tem comprova.do in1imcras vezes que a hiperes­tesia indireta do pcnsamcnto e ma.is facil e freqliente que a telepatia. Os lcitorcs podcm repctir a experiencia com fa­cilidade.

Sc •a mu adivinho, medimn, radicstesisla, etc., se aprcsen­ta uma scri<' de pergunlas eseritas e guanlndas num envelope, o "adivinho", com algnrna frcqiieneia, sera eapaz de dizer o eontelulo do envelope. l\fas se nfw fomos n6s mesmos que es­crevenws as fra~a's dos envelopes, 1nas urn amigo que no-las envion por correio ( •~ is!.o c mai8 seguro do que n enb·ega pes­soul pnra >W evitar l<}da a hipcrcsteHia. inconscicnte em n6s), comprovarcmos que st") raJ"lH:c;imanwnte, e :-;6 nmito bons "adi­

vinhos" scrfw capa;,cs de di:.mr-nos o eouteltdo do envelope.

Esta experi(~ncia, ou semelhantes, provam perfcitamente que no primeiro easo, .i. c., quando a consulta e feita pela propria pessoa que csercvcu, e mais Htcil ae,ertar, por tratar­se de hiperestesia indir.cta do pcnsamcnto. Mas no segundo caso onde nao pode haver sin;;tis inconsc.icntes, os acertos sao mais dificcis c raros por tratar-sc de telepatia ou co­nhecimento extra-sensorial.

Muitas vczes e o espcctador que se trai a si mesmo, ao consultar a urn "adivinho" ou nas sess6es medilmicas. 0 medium ou "adivinho" nao sabe mais do que aquila que o consulente lhe diz na linguagem dos sinais inconscientes e involuntar.ios. 0 estado de transe do medium, ou de de­lirio, narcotismo, histeria em que entram natural ou ar­tificialmente muitos "adivinhos", ajuda :evidentemente a hiperestesia. Por outra parte, a corrente de certa.s sess6es espiritas favorece a hiperestesia do pensamento de tipo cum­berlandismo. Cumberlandismo e HIP em geral, combinadas, podem, e claro, chegar a limites insuspeitados em pessoas especialmente "dotadas" e especialmente treinadas.

22 - JULIO MARIA: "Os segredos do espiritismo", 4." ed., Petr6polis, Vozes, 1950, pag. 186.

Marcelo
Highlight
Page 50: A Face Oculta Da Mente
Page 51: A Face Oculta Da Mente

_, '* MiNr:i' !' '!1'''''1"''· Mal. ,.f ir1!'!1J!!!I!!IIMII' .lfiiil,.._lllllilollllll-llllll!llll'lillt •tlillhllllll ......... ----~ ----

102 A FACE OGULTA DA MENTE

nao 0 sabia, mas ai esta o medico hipnotizador que o sabe e que deseja que o hipnotizado confirme suas teorias de re­gressao da idade ate aqueles estados iniciais da vida.

As conseqliencias praticas que poderiamos tirar do que chamamos "hipercstesia indireta do pensamento" sao nume­rosissimas.

Os reflexos fisiol6gico•s ou sinais corrcspon­dentes a todos nossos atos psfquicos siio sentidos pelas pessoas qne sc encontram presentes.

Provavelmente todas as pesso•as presentes captam e interpretam, ao menns ineonscicntc­mente, esses sinais externos O'U reflexos, e a par­tir deles se interpreta ou capta o pensamento que os motivou.

A este fenomeno de a adivinha~iio" sensorial chamamos "hiperestesia indireta do pensamen­to" (HIP).

Uma grande maioria das (( adivinha<:;O'es" niio siio paranormais, mas simplesmente HIP.

i il.: I i II I 1.1 I ,11111, 1

Pantomnesia 9 0 INCONSCIENTE SE LEMBRA DE TUDO

Lembrou-se do que mra quando bebe.

Um analfabeto aprende abras literarias

ScJ de onvi-las uma vez. - Gra~as a memo­

ria do inconsciente recupera-se uma fortuna. - 0 nosso inconsciente niio esquece nada.

0 FIL6SOFO DF:LBOEUF f1onhon que no patio da casa

encontrara dnas Iagartixas enterradas na neve e rigidas

pelo frio. Tomou-as, aqueceu-as nas maos e colocou-as numa

greta do muro. Dcpois colocou ao !ado delas umas ervas que

Ia cresclam. Ainda em sonho pronunciou o nome da planta:

"Asplenium ruta muralis" (sic). 0 nome se lhe apresentou

como algo familiar. DELBOEUF nao se Iembrava de quase

nenhum dos nomes tecnicos das plantas apreendidos na epoca

de estudante. Como, pois, era possivel aquele conhecimento

tecnico? Ap6s 16 anos encontrou casualmente a explica<;ao:

em casa de urn amigo encontrou urn pequeno album de f!Ores

secas, no qual estava escrito, por sen pr6prio punho: "Asple­

nium ruta muraria". 0 mesmo DELBOEUF o escrevel"'a muito

tempo antes, depois de consultar urn botAnico. DELBOEUF

Page 52: A Face Oculta Da Mente
Page 53: A Face Oculta Da Mente
Page 54: A Face Oculta Da Mente
Page 55: A Face Oculta Da Mente
Page 56: A Face Oculta Da Mente
Page 57: A Face Oculta Da Mente
Page 58: A Face Oculta Da Mente
Page 59: A Face Oculta Da Mente
Page 60: A Face Oculta Da Mente
Page 61: A Face Oculta Da Mente
Page 62: A Face Oculta Da Mente
Page 63: A Face Oculta Da Mente
Page 64: A Face Oculta Da Mente
Page 65: A Face Oculta Da Mente
Page 66: A Face Oculta Da Mente
Page 67: A Face Oculta Da Mente
Page 68: A Face Oculta Da Mente
Page 69: A Face Oculta Da Mente
Page 70: A Face Oculta Da Mente
Page 71: A Face Oculta Da Mente
Page 72: A Face Oculta Da Mente
Page 73: A Face Oculta Da Mente
Page 74: A Face Oculta Da Mente
Page 75: A Face Oculta Da Mente
Page 76: A Face Oculta Da Mente
Page 77: A Face Oculta Da Mente
Page 78: A Face Oculta Da Mente
Page 79: A Face Oculta Da Mente
Page 80: A Face Oculta Da Mente
Page 81: A Face Oculta Da Mente
Page 82: A Face Oculta Da Mente
Page 83: A Face Oculta Da Mente
Page 84: A Face Oculta Da Mente
Page 85: A Face Oculta Da Mente
Page 86: A Face Oculta Da Mente
Page 87: A Face Oculta Da Mente
Page 88: A Face Oculta Da Mente
Page 89: A Face Oculta Da Mente
Page 90: A Face Oculta Da Mente
Page 91: A Face Oculta Da Mente
Page 92: A Face Oculta Da Mente
Page 93: A Face Oculta Da Mente
Page 94: A Face Oculta Da Mente
Page 95: A Face Oculta Da Mente
Page 96: A Face Oculta Da Mente
Page 97: A Face Oculta Da Mente
Page 98: A Face Oculta Da Mente
Page 99: A Face Oculta Da Mente
Page 100: A Face Oculta Da Mente
Page 101: A Face Oculta Da Mente
Page 102: A Face Oculta Da Mente
Page 103: A Face Oculta Da Mente
Page 104: A Face Oculta Da Mente
Page 105: A Face Oculta Da Mente
Page 106: A Face Oculta Da Mente
Page 107: A Face Oculta Da Mente
Page 108: A Face Oculta Da Mente
Page 109: A Face Oculta Da Mente
Page 110: A Face Oculta Da Mente
Page 111: A Face Oculta Da Mente
Page 112: A Face Oculta Da Mente
Page 113: A Face Oculta Da Mente
Page 114: A Face Oculta Da Mente
Page 115: A Face Oculta Da Mente
Page 116: A Face Oculta Da Mente
Page 117: A Face Oculta Da Mente
Page 118: A Face Oculta Da Mente
Page 119: A Face Oculta Da Mente
Page 120: A Face Oculta Da Mente
Page 121: A Face Oculta Da Mente
Page 122: A Face Oculta Da Mente
Page 123: A Face Oculta Da Mente
Page 124: A Face Oculta Da Mente
Page 125: A Face Oculta Da Mente
Page 126: A Face Oculta Da Mente
Page 127: A Face Oculta Da Mente
Page 128: A Face Oculta Da Mente
Page 129: A Face Oculta Da Mente
Page 130: A Face Oculta Da Mente
Page 131: A Face Oculta Da Mente
Page 132: A Face Oculta Da Mente
Page 133: A Face Oculta Da Mente
Page 134: A Face Oculta Da Mente
Page 135: A Face Oculta Da Mente
Page 136: A Face Oculta Da Mente
Page 137: A Face Oculta Da Mente
Page 138: A Face Oculta Da Mente
Page 139: A Face Oculta Da Mente
Page 140: A Face Oculta Da Mente
Page 141: A Face Oculta Da Mente
Page 142: A Face Oculta Da Mente
Page 143: A Face Oculta Da Mente
Page 144: A Face Oculta Da Mente
Page 145: A Face Oculta Da Mente
Page 146: A Face Oculta Da Mente
Page 147: A Face Oculta Da Mente
Page 148: A Face Oculta Da Mente
Page 149: A Face Oculta Da Mente
Page 150: A Face Oculta Da Mente
Page 151: A Face Oculta Da Mente
Page 152: A Face Oculta Da Mente
Page 153: A Face Oculta Da Mente
Page 154: A Face Oculta Da Mente
Page 155: A Face Oculta Da Mente
Page 156: A Face Oculta Da Mente
Page 157: A Face Oculta Da Mente
Page 158: A Face Oculta Da Mente

3lG A. FACE OCf.Jl,TA. /lA MENTE

deflapnrccc, a mcnina, <'m Iugar de voltar para ctl.i'Hl., corre em procura de urn medico.

A mcnina ni\o podo dar multos dctalhcs ao medico, por­quo a mae, na rcnlidade, esta.va em pcr·feito estnrlo de sat1dc e nnqucle momenlo, deveria estar aw;cnlc de cmm. Mas !he conta a visilo e o convcnce a ir c~om ela ate n easa. 0 medico vai, mnis p:u·a tn1nqililizar a menina do que por on­tnt coisu.

Chcgn.m C~tliTOIHio c Pnc·.onlr·n.m o pai na porta, muito

tranqiiiJo. () pili c•sl!':lllhll a dH•g:ula do medico, l1o apres­

sacJn, e pcl'gunta o que se pas:;n. "F: a rnamrl.e", responde a

1ncnina c eoncln?. J>ni c mc'dieo ao qun.t'l.o ahunclonrulo. I ,ii,

cxatnmentc como tinhn vislo c dcscTit o a nwninn., en eon­tram. a mfte, clPiladrt no chfw, o Jc~nc;o de r<'ncla pc~rto. A

pobre senhcwa tiulm sofriclo lllll :Lt.n.quc~ c·anliac•o. 0 m6cllco

cleclarn. que, sc nfto t.ivesse C'hPgado imecliatamcnt.c', o descn­lac~c teria. si!lo fatal.

~ _Supomos que o ca!'lo tenha sido h<'m ob~wrvado. Seria au­tenbco conhecimento psig-:l.mico. Foi clarividl'mcia ou te­lepatia.?

Clarividt~rwi:t {· o c:onlwcinwnto psig·;'unieo ck co.isas o~je~ivas, fisic.;as: no easo, a men ina ter:ia "visto", ;L dis­tan em, ~ reahdade m0sma do quarto abandonado, a mae u:sf~lectda~ ? !cn~o de r<'nda no chao. . . Em contraposi­~ao a clarividcncta csta a t:clepatia. A telepatia consiste em ~onhccer nao diretamcnte a rcalidadc fisica, mas o ~onte_udo _de um ~to psiquico, subjetivo: os pensamcntos, Imagtnaqoes, scntimentos ou desc•jos duma pessoa. A me­nina tcria conhccido o pensam0nto ( consciente ou incon­cicntc) que a mae tinha do seu cstado, lugar em que cs­tav~, . et~e. Conhecimento dirPtam0nt0 do ato psiquico, e so mdirctamcntc da realidade fisica objeto dcste pensa­mento.

A clarividcncia (~ dcsignada hoj0, a proposta do Dr. RHINE, .com a sigla PC (pura clarividcncia), e a telcpatia co~ ·3; stgla PT (pu;a telcpatia). Am bas as siglas foram ofictahzadas no "Coloquio Intcrnacional de Utrecht".

E muito freqiientc ver confundidas a clarividencia e a telepatia nos livros dos nao especialistas. Outros autores, ao contrario, scmpre fazcm questao de disting-uir,

llll]l,]]jjj]]l]][jjjj;]]l]]jjjjjjjjj]]i]]ll]]]j]llllllilllllll!liilllll!ll'ii'IIIIIIIJIJII!IIIIIIIIIi]lilllllllllfillllilllilllllllllllill!]l]j]i]]]]]l]]]j]];'lllilllillllilll 1lilllll•lillilllllllllll!lil•llillll1lllliilllllllllil•l'lll!llllllllllillllllllllllllllilllllli I

\ '

TELEPATIA E CLARIVIDll:NCJA 317

0 primeiro a usar a palavra "telepatia" foi, ao que pa­rece, o Dr. W. H. MYERS em 1883, quando observava os casos de conhecimento de aparencia paranormal recolhi­dos pela S.P.R. de Londres e publicados no livro citado.

Telepatia significa, a rigor, etimologicamente, "sofri­mento a distancia": MYERS comprovou que era por oca­siao de acontecimentos tristes que, com mais freqiiencia sucedia o conhecimento de aparencia pa:ranormal. Mas logo a palavra "telepatia" se tomou no sentido mais geral de "sensa<;:ao a distancia, percep<;:ao a distancia".

Prevalecera, quase que inconscientemente, o conceito de que a telepatia era a percep~ao a distancia do pensa­mento de outra pessoa. 0 Dr. MYERS a definia assim: "a t:r:ansmissao de impressocs de qualquer genera entre urn cerebra t' outro, indl'pendc>nt:<>mcntc de toda a via sensorial rceonheeida".

J{t alguns autores da epoca da Metapsiquica chegaram exprcssamcnte ao conceito de telcpatia como conhecimento do pensamento; por excmplo, o Dr. Chrurles RICHET 2, o mais famoso metapsiquico.

Mas claro esta que a expressao de RICHET, assim como as de outros muitos autores mais ou menos especia­listas, d'C que a telcpatia fazia so referencia ao pensamento nao e cxata. Seria reduzir dcmais o ambito da telepatia. Seria telcpatia qualquer conte{rdo dos utos do espirito de uma pessoa, diretamente conhecido por via paranormal, como pcnsamentos, imagens, sofrimentos, lembran<;:as, estado de espirito, etc. E por isso que pouco antes definiamos a te­lepatia como "a percep~ao paranormal do conteudo de urn a to psiquico". A transm'issao do pens amen to ou a adivinha­c;ao do pensamento e s6 urn aspecto da telepatia, nao abran­gendo todos os tipos de telepatia.

A telepatia e o vulgo

Em todos os tempos existiu crenga de que o homem, ou certos homens, tinham o poder de conhecer os mais pro­fundos segredos dos seus semelhantes, de conhecer os atos

2 - RICHET, Chal'ies: "Traite de Metapsychique", 2.a ed., Pa­ris, Alcan, 1923, pag. 791.

II

I

I

I,

'

Marcelo
Highlight
Marcelo
Highlight
Marcelo
Highlight
Marcelo
Highlight
Marcelo
Highlight
Marcelo
Highlight
Page 159: A Face Oculta Da Mente
Page 160: A Face Oculta Da Mente
Page 161: A Face Oculta Da Mente
Page 162: A Face Oculta Da Mente
Page 163: A Face Oculta Da Mente
Page 164: A Face Oculta Da Mente
Page 165: A Face Oculta Da Mente
Page 166: A Face Oculta Da Mente
Page 167: A Face Oculta Da Mente
Page 168: A Face Oculta Da Mente
Page 169: A Face Oculta Da Mente
Page 170: A Face Oculta Da Mente
Page 171: A Face Oculta Da Mente
Page 172: A Face Oculta Da Mente
Page 173: A Face Oculta Da Mente
Page 174: A Face Oculta Da Mente
Page 175: A Face Oculta Da Mente
Page 176: A Face Oculta Da Mente
Page 177: A Face Oculta Da Mente
Page 178: A Face Oculta Da Mente
Page 179: A Face Oculta Da Mente
Page 180: A Face Oculta Da Mente
Page 181: A Face Oculta Da Mente
Page 182: A Face Oculta Da Mente
Page 183: A Face Oculta Da Mente
Page 184: A Face Oculta Da Mente
Page 185: A Face Oculta Da Mente
Page 186: A Face Oculta Da Mente
Page 187: A Face Oculta Da Mente
Page 188: A Face Oculta Da Mente
Page 189: A Face Oculta Da Mente
Page 190: A Face Oculta Da Mente
Page 191: A Face Oculta Da Mente
Page 192: A Face Oculta Da Mente
Page 193: A Face Oculta Da Mente
Page 194: A Face Oculta Da Mente
Page 195: A Face Oculta Da Mente
Page 196: A Face Oculta Da Mente
Page 197: A Face Oculta Da Mente
Page 198: A Face Oculta Da Mente
Page 199: A Face Oculta Da Mente
Page 200: A Face Oculta Da Mente
Page 201: A Face Oculta Da Mente
Page 202: A Face Oculta Da Mente
Page 203: A Face Oculta Da Mente
Page 204: A Face Oculta Da Mente
Page 205: A Face Oculta Da Mente
Page 206: A Face Oculta Da Mente