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Embargos à Ação Monitória (Modelo)

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Embargos à Ação Monitória

Ação Monitória de cobrança de uso do limite de cheque especial

Publicado por Kizi Caroline Marques Castilhos - 11 meses atrás

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara Cível da Comarca de (cidade)/(Estado).

Distribuição vinculada ao Processo nº: (nº da ação que está sendo embargada)

"Olivaras - Loja de Varinhas", pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº (xxx), com sede no

"Beco Diagonal", nº (xx), em (cidade)/(Estado), representada neste ato por "Garrick Ollivander",

(nacionalidade), portador do CPF sob o nº (xxx) e RG sob o nº (xxx), residente e domiciliado na (Endereço

Completo) por sua procuradora firmataria que junta neste ato instrumento de procuração vem respeitosamente a

presença de Vossa Excelência opor os presentes

EMBARGOS em face de

Banco Gringotes, pessoa jurídica de direito privado, com sede (endereço completo) pelos motivos de fato e

fundamentos expostos a seguir:

I – Preliminar

a) Da Garantia do Juízo

O artigo 1.102-C

, § 2º do CPC preceitua que o devedor poderá opor embargos independentemente de prévia garantia do juízo.

Relevante no caso em contento, que seja agregado o efeito suspensivo, isso com base no também no referido

artigo 1.102-C, em seu caput, que preceitua a propositura dos embargos suspenderão a eficácia do mandado

inicial.

Ressalta-se que no caso em tela a concessão do efeito suspensivo é medida necessária, pois se verifica pelas

telas sistêmicas de extratos bancários juntadas pelo ora Embargado, que o saldo devedor do Embargante fora

devidamente quitado, conforme se denota do extrato de 02 janeiro de 2014 (fl.22).

JusBrasil - Modelos e peças10 de setembro de 2015

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Assim, totalmente descabida a presente ação monitoria, visto que a divida cobrada nesta demanda já fora

quitada, motivo pelo qual o efeito suspensivo é imprescindível, sob risco de dano irreparável ou de difícil

reparação.

b) Carência da Ação

Imperioso ser reputada a carência da Ação Monitória proposta pelo Embargado, visto a iliquidez, incerteza e

inexigibilidade do título em que se baseia. Ora, não há como prosperar a ação monitória a que estes embargos

se referem, senão vejamos:

Necessário se faz que o título em que se baseia a ação monitória seja certo, líquido e exigível.

Segundo entendimento do Ilustre Doutrinador Eduardo Talamini[1]:

"A fundamentação da peça inicial e a prova escrita envolverão, ainda, os fatos que permitam a determinação

da quantidade devida, quando se tratar de dinheiro ou bem fungível. É que não há espaço para nenhum

processo liquidatório, quer entre a expedição do mandado e sua comunicação ao réu, quer entre a fase

cognitiva e a executiva."

Ainda, em mesma obra, p. 248 a 250:

"AÇÃO MONITÓRIA - Prova escrita - Ausência de documento hábil para o manejo da ação - Inteligência do

art. 1.102a

do Código de Processo Civil - Indeferimento da inicial - Sentença mantida.

Para o manejo da ação monitória - instituída pela Lei 9.079

/95- torna-se imprescindível a demonstração da prova escrita, na qual conste a existência de dívida

certa, líquida e exigível, que, despida de força executiva, pode ser perseguida pelo procedimento

injuntivo. Logo, não gozando a prova juntada da presunção de força executiva, inviável é a propositura

da ação monitória, devendo o autor, em casos tais, recorrer à via adequada.

(...) Emane Fidélis Santos, todavia, opõe-se a tal classificação e, com respaldo em Chiovenda, sustenta que o

procedimento monitório é dotado de função" preeminentemente executiva ", uma vez que a dívida cobrada,

muito embora não se represente por um título executivo, goza de presunção de certeza e liquidez, para os

efeitos processuais.(...)” (grifo meu)

A inicial veio desacompanhada de documentos que conferissem legitimidade à quantia pleiteada, pois a simples

leitura dos documentos juntados pelo banco Embargado denota-se que o saldo devedor que o Embargante tinha,

junto a instituição financeira, fora devidamente baixado em 02 de janeiro de 2014, não havendo como cobrar

deste, dívida já quitada.

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Ademais e sob qualquer ângulo, o título não se reveste da liquidez, certeza e exigibilidade pressuposta para a

ação monitória. Vincula-se a crédito ilíquido, tendo em vista que não há como se saber a origem do débito pelos

documentos juntados, bem como ainda pelo simples fato de que o Embargado não demonstrou tão pouco quais

índices foram utilizados para a cobrança dos diversos encargos incidentes sobre o pretendido saldo devedor.

Data vênia, nos extratos resta evidentes as cobranças de juros, entre outros, sem que haja como saber quais as

taxas destes utilizadas, pois o contrato juntado é datado de ano anterior a abertura de conta do Embargante na

instituição financeira.

Não há espaço para nenhum processo liquidatório na ação monitória, quer entre a expedição do mandado e sua

comunicação ao réu, quer entre a fase cognitiva e a executiva. Sendo assim, o crédito alegado deve ser

claramente certo, líquido e exigível desde o início, o que não ocorre no caso em tela, devendo ser julgada

extinta a presente monitória, por carência de ação.

Corroborando com isto, têm-se os seguintes julgados:

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. AÇÃO MONITÓRIA. COBRANÇA DE

DÍVIDA ORIUNDA DE CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO. AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTOS DE

CONSTITUIÇÃO

E DESENVOLVIMENTO VÁLIDO E REGULAR DO PROCESSO. EXTINÇÃO DA AÇÃO SEM RESOLUÇÃO

DE MÉRITO. Para o ajuizamento de ação monitória, deve a inicial vir acompanhada de documento escrito apto

a conferir verossimilhança quanto à existência do crédito, previamente dotado de exigibilidade e liquidez,

configurando pressuposto objetivo intrínseco de validade do processo, específico deste procedimento.

Ausentes tais requisitos no caso em exame, uma vez que o autor apresenta cédula de crédito bancário

desprovida de assinatura, e as demais provas produzidas nos autos não corroboram as alegações da

inicial, impõe-se a extinção do processo sem resolução de mérito. RECURSO DESPROVIDO. UNÂNIME.

(Apelação Cível Nº 70061006037, Décima Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Liege

Puricelli Pires, Julgado em 25/09/2014) (grifo meu)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO. AÇÃO MONITÓRIA. PRODUÇÃO DE

PROVA. PRECLUSÃO. AUSÊNCIA DE DOCUMENTO ESCRITO APTO A CONFERIR VEROSSIMILHANÇA

QUANTO À EXISTÊNCIA DO CRÉDITO POSTULADO. SENTENÇA DE EXTINÇÃO MANTIDA. I. Não tendo a

parte manifestado interesse na produção de provas, mesmo depois de intimada três vezes para tanto, preclusa

qualquer pretensão nesse sentido. II. Para o ajuizamento de ação monitória, deve a inicial vir

acompanhada de documento escrito apto a conferir verossimilhança quanto à existência do crédito,

previamente dotado de exigibilidade e liquidez, configurando pressuposto objetivo intrínseco de

validade do processo. À UNANIMIDADE, NEGARAM PROVIMENTO AO APELO. (Apelação Cível Nº

70054708557, Décima Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Liege Puricelli Pires, Julgado

em 12/09/2013) (grifo meu)

Deste modo, imprescindível a extinção da Ação Monitória, por absoluta carência de ação.

II - Do Mérito

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Na mais remota hipótese de não ser extinta a ação monitoria por carência da ação, necessário ser efetuado

demais apontamentos sobre a dívida cobrada.

Tramita perante este MM. Juízo a Ação de Monitória cujo objeto é o inadimplemento de cheque especial, sendo

alegado um valor de R$ 71.605,79 (setenta e um mil seiscentos e cinco reais e setenta e nove centavos).

Entretanto, os valores que estão sendo cobrados foram quitados, conforme denota-se do extrato bancário

juntado pelo Embargado em fl.22 juntados com a Execução, eis que o saldo devedor que tinha o ora

Embargante fora zerado no dia 02 de janeiro de 2014, não havendo assim nenhum título executivo a ser

cobrado na ação monitoria proposta.

Entretanto, caso entendimento de Vossa Excelência seja pelo prosseguimento da ação monitória, mesmo

estando devidamente comprovado que o saldo devedor já fora quitado em 02 de janeiro de 2014, deverá o valor

cobrado ser revisado, eis que tal valor apresentado pelo Embargado na Ação Monitória mostra-se deveras

desproporcional, como será exposto.

a) Da Aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor

Primeiramente, urge asseverar que é cediço a aplicação do Código de Defesa do Consumidor

nas relações com Instituições Financeiras, e, conseqüentemente, a todos os contratos bancários.

A Súmula 297 do STJ determina que “O Código de Defesa do Consumidor

é aplicável às instituições financeiras.”, bem como a ADIN 2.591 (chamada “ADIN dos Bancos”), ajuizada pela

Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF), foi julgada improcedente, tendo o STF entendido que

os bancos devem se sujeitar ao CDC, o que pacificou a questão no âmbito desta Corte Constitucional.

Ressalta-se ainda, somente para esclarecimentos, que o contrato assinado é contrato padrão da referida

empresa, onde o consumidor não tem oportunidade de discutir sobre as cláusulas nele contidas, o que

impossibilitou o Embargante de modificar eventuais cláusulas que lhe fossem prejudiciais.

b) Da Abusividade da Taxa de Juros

Não se mostra cabível a estipulação da taxa de juros compensatórios em patamares abusivos, como no caso

vertente, tendo o STJ já decidido que “o juiz pode rever a taxa de juros considerada abusiva, nas circunstâncias

do negócio; inexistência de ofensa à lei.” (REsp 164.345-RS/Min. Ruy Rosado de Aguiar).

Sabe-se, por exemplo, que as taxas inflacionárias oscilam em torno de 1% ao mês, o que resulta em um ganho

exacerbado pela instituição financeira, verdadeiramente incompatível com a atual realidade econômica brasileira,

redundando na configuração dos institutos jurídicos da abusividade e da lesão enorme.

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O spread bancário (diferença entre o percentual que incide nas aplicações financeiras dos consumidores e o

percentual cobrado pelas instituições financeiras nos contratos de empréstimo) atingiu patamares elevadíssimos,

tanto que é fato público e notório os lucros astronômicos das instituições financeiras.

No caso em tela, para que Vossa Excelência compreenda a abusividade dos juros cobrados pela instituição

Requerida, traz-se a seguinte demonstração:

Nos documentos juntados pelo próprio Embargado, restam notórios que mês a mês, é calculado sobre o

saldo devedor do Embargante, juros, sendo que a cada mês novo, é pego o valor anterior, que já

continham juros, atribuindo a este novo mês, mais juros, sob os juros anteriormente já aplicados.

Ademais, sequer foi demonstrado pelo banco Embargado, o valor mensal cobrado a titulo de juros da

utilização do cheques especial, eis que somente cuidou em juntar aos autos contrato de abertura de

credito em março de 2010, onde inexiste previsão destes juros, bem como contrato padrão de abril de

2009, sendo notório que se o Embargante abriu sua conta em março de 2010, o contrato juntado não se

refere a sua pessoa.

Claramente, se está diante de uma situação em que há imposição de taxa de juros compensatórios em

patamares abusivos. Caracterizada a abusividade, a cláusula contratual que prevê a aplicação de juros

remuneratórios é nula de pleno direito, nos termos do art. 51

, IV, do CDC, não produzindo qualquer efeito jurídico.

Havendo a nulidade insanável, deve o Poder Judiciário aplicar um critério para colmatar a lacuna contratual, pois

a inexistência de aplicação de juros acabaria afetando em demasia o equilíbrio econômico-financeiro do contrato,

lesando a instituição financeira Embargada, o que não é o objetivo do consumidor/ Autor, que pretende apenas a

readequação do contrato a parâmetros aceitáveis legal e axiologicamente pelo sistema jurídico nacional.

Conforme entendimento do E. Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, a matéria de limitação de juros

remuneratórios é passível de discussão, pois flagrantemente descabida seria a acolhida de um “vazio normativo”

na matéria da remuneração do capital, o que redundaria na aplicação de toda e qualquer taxa de interesses,

mesmo abusiva. Nesse sentido:

Apelação cível. Ação revisional de cédula de crédito bancário. Ausência de interesse recursal do autor quanto

ao pleito de exclusão de juros moratórios e limitação da multa. Não conhecimento. Mérito. Aplicabilidade do

CDC

. Juros remuneratórios limitados. Capitalização afastada. Ilegalidade da comissão de permanência. Multa

moratória fixada em 2%. Verificadas ilegalidades no contrato, a mora vai afastada. Cabimento da compensação

de valores. Possibilidade da repetição de indébito. Multa diária, por descumprimento de ordem judicial.

Possibilidade. Fixação. Inscrição em órgãos de proteção ao crédito e manutenção do veículo na posse do

financiado. Condicionamento. (Apelação Cível Nº 70027628064, Décima Terceira Câmara Cível, Tribunal de

Justiça do RS, Relator: Breno Pereira da Costa Vasconcellos, Julgado em 18/12/2008).

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c) Da Invalidade da Capitalização de Juros

É cediço que no melhor juízo, afronta à boa-fé objetiva e tangência a má-fé o fato de que se consigne taxa

mensal e anual em patamares diversos, sem referir que o mesmo se deve a capitalização, diferenciando-se juros

nominais e reais (ou efetivos).

Quanto a isto, tem-se inclusive orientação de Súmula 121 do STJ, qual seja: “É vedada a capitalização de juros,

ainda que expressamente convencionada”. Nessa forma, indiscutível o entendimento sumular acima referido, em

que é vedada a capitalização dos juros remuneratórios, seja mensal ou semestral em contratos de financiamento

com garantia de alienação fiduciária, ressalvando os casos excepcionais previstos em lei, ex vi do artigo 4º

da Lei de Usura c/c a Súmula 93 do STJ, que admitem a capitalização de juros em relação às cédulas de crédito

rural, comercial e industrial, o que não se aplica ao caso em tela.

Consoante a esta orientação, temos:

“Agravo. Recurso especial. Contrato bancário. Capitalização dos juros. Encargos excessivos. Ausência de

mora. Multa indevida. Ônus da sucumbência. Recurso extraordinário para o Supremo Tribunal Federal. 1. A

capitalização dos juros, nos termos da jurisprudência da Corte, em hipóteses como a presente, não

pode ter periodicidade inferior à anual.. (...)” (STJ - AgRg no REsp: 882356 RS 2006/0191492-9, Relator:

Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO, Data de Julgamento: 15/02/2007, T3 - TERCEIRA TURMA,

Data de Publicação: DJ 14/05/2007 p. 305)

[...] III. Nos contratos de abertura de crédito em conta corrente, ainda que expressamente pactuada, é

vedada a capitalização mensal dos juros, somente admitida nos casos previstos em lei. Incidência do art. 4º

do Decreto n. 22.626/33 e da Súmula n. 121-STF. [...] (STJ - AgRg no REsp: 676939 RS 2004/0120079-8,

Relator: Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, Data de Julgamento: 04/10/2007, T4 - QUARTA TURMA, Data

de Publicação: DJ 03.12.2007 p. 310) (grifo meu).

Cabe ressaltar novamente que a contratualidade em questão foi estabelecida mediante instrumento de adesão,

que afasta a possibilidade de negociação das cláusulas entre as partes e permite a ocultação de toda a sorte de

práticas violadoras da legislação consumerista, o que desequilibra o ajuste, beneficiando apenas uma das partes,

qual seja, a instituição financeira ré.

Como se não bastasse esta consideração, existem precedentes do STJ entendendo que a contagem mensal de

juros sobre juros é vedada, porquanto subsiste o preceito do art. 4º

do Decreto 22.626/33, contrário ao anatocismo, redação não revogada pela Lei 4.595/64, somente sendo

possível nos casos expressamente previstos em lei, hipótese diversa dos autos (REsp 307.088-SP/Min. Aldir

Passarinho).

d) Da Conclusão

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Sendo assim, os presentes Embargos à Monitoria estão em conformidade com os requisitos em lei, de acordo

com o art. 1.0102-C do CPC

, sendo que, durante toda a narrativa, foram ressaltadas inúmeras irregularidades na ação monitória,

primeiramente pela carência da ação demonstrada, onde a divida cobrada não é liquida certa e exigível,

conforme fundamentação já exposta, motivo pelo qual a extinção do feito é medida imperativa.

Em segundo, no caso de superado o pedido preliminar de extinção pela carência da ação, restou igualmente

ressaltado que o Embargado está a cobrar uma divida que já fora fora baixada no dia 02 de janeiro de 2014,

não havendo mais o que ser cobrado da parte Embargante à titulo de uso do limite de cheque especial.

Diante de tais considerações, certo se faz que a presente ação tombada sob o nº (xxx), merece ser extinta com

resolução de mérito, tendo em vista a quitação da divida desta lide, conforme já salientado, ou ainda, caso o

entendimento de Vossa Excelência seja diverso, deverá ser recalculado o valor da dívida nesta ação, tendo em

vista a incidência de juros sobre juros, motivo pelo quais são cabíveis os Embargos ora propostos.

III - Da Assistência Judiciária Gratuita

A concessão do benefício de AJG, conforme o art. 4º

da Lei 1.060/50 estipula que a extensão deste benefício está destinada àqueles que apresentarem situação de

miserabilidade, não se restringindo apenas à figura da pessoa física, mas também da jurídica.

Em consonância com o artigo 5º

, XXXIV da Constituição Federal, onde assegura à todos o direito de acesso a justiça em defesa de seus

direitos, independente do pagamento de taxas.

Aqui deve ser levado em consideração que a Declaração juntada aos autos faz prova de que a empresa não

possui condições de arcar com as custas.

Esta tese está em conformidade com o entendimento nosso Tribunal, onde existe a possibilidade de deferimento

de AJG à pessoas jurídicas, se não vejamos:

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. DECISÃO MONOCRÁTICA. PROCESSUAL CIVIL. ASSISTÊNCIA

JUDICIÁRIA GRATUITA. LEI Nº. 1.060

/50. PESSOA JURÍDICA SEM FINS LUCRATIVOS. CONCESSÃO. POSSIBILIDADE. O benefício da

assistência judiciária gratuita pode, excepcionalmente, ser estendido às pessoas jurídicas com ou sem

fins lucrativos, desde que demonstrem cabalmente a ausência de condições financeiras para arcar com

as custas e despesas processuais. Situação evidenciada no caso concreto sob análise. Entendimento

consolidado no âmbito do Superior Tribunal de Justiça (Súmula 481) Precedentes desta Corte e do STJ.

RECURSO PROVIDO DE PLANO, COM FULCRO NO ART. 557, § 1º-A, DO CPC. (Agravo de Instrumento Nº

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70061606257, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Miguel Ângelo da Silva, Julgado em

15/09/2014) (grifo meu)

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. PEDIDO DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA INDEFERIDO.

PESSOA JURÍDICA. PRESENTE PROVA OU INDÍCIO ACERCA DA NECESSIDADE. DEFERIMENTO. I. É

possível, em tese, a concessão da gratuidade judiciária à pessoa jurídica, por dizer com o direito de

acesso à Justiça. II. Presente prova ou indício no sentido da necessidade quanto ao pagamento das

custas e honorários que a pessoa jurídica eventualmente venha a suportar, impõe-se o deferimento do

benefício. RECURSO PROVIDO LIMINARMENTE COM BASE NO ART. 557

, § 1º-A, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. (Agravo de Instrumento Nº 70061530788, Décima Sétima

Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Liege Puricelli Pires, Julgado em 09/09/2014) (grifo meu)

Deste modo, imperioso o deferimento do benefício da assistência judiciária Gratuita, tendo em vista que o não

deferimento causará prejuízos financeiros ao Embargante.

IV- Dos Pedidos

Diante o exposto, REQUER a Vossa Excelência:

1. Que os presentes Embargos sejam recebidos para apreciar a preliminar de carência da ação, extinguindo a

Monitória proposta pelo Embargado, pelos fundamentos exposto nesta peça;

2. Requer ainda que depois de recebidos, seja atribuído o efeito suspensivo, por receio manifesto de causar

dano de difícil ou incerta reparação a ora Embargante;

3. A intimação do Embargado, na pessoa de seu procurador, para querendo, apresentar sua defesa no prazo

legal;

4. Requer provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, essencialmente pelos documentos

já juntados;

5. Seja concedido a AJG, com fulcro na Lei 1060

/50, uma vez que o Embargante não tem condições de arcar com as despesas processuais, conforme

demonstrado no comprovante de renda em anexo;

6. A condenação do Embargado no ônus da sucumbência em 20% do valor da causa, isso conforme o artigo 20

do CPC;

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7. Ao final, a total procedência dos presentes Embargos a Monitória para que seja a Execução julgada

improcedente, tendo em vista que inexiste saldo devedor a ser cobrado do ora Embargante a titulo de uso do

limite de cheque especial, bem como a inexistência de titulo hábil a ser cobrado/adimplido;

8. Outrossim, caso entendimento seja diverso, requer-se igualmente a total procedência dos Embargos, tendo em

vista que a dívida que está sendo cobrada merece ser reformada, eis que o contrato ora apresentado e assinado

está em desconformidade com a legislação, bem como por apresentar diversas afrontas ao CDC

, conforme todas as fundamentações aqui expostas.

Nestes termos, pede deferimento.

(cidade), 08 de outubro 2014.

P. P.

[1] em" Ação Monitória ", Editora Revista dos Tribunais, 1997, p. 80

Disponível em: http://kiziharttfeil.jusbrasil.com.br/modelos-pecas/144763228/embargos-a-acao-monitoria

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Kizi Caroline Marques Castilhos

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Estudando no 7º semestre de Direito, estagiando a 2 anos e meio (aproximadamente) na área civel e trabalhista. Gosto de expor algumas peças que eu fiz, para ajudar outros estudantes ou até mesmo facilitar a vida de alguns advogados, com modelos prontos! Espero que gostem! - A quem interessar possa, ...

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