ediçao n.º 1598
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SEXTA-FEIRA, 7 DEZEMBRO 2012 | Diretor: Paulo BarrigaAno LXXXI, N.o 1598 (II Série) | Preço: € 0,90
Aeroporto de Beja fora do caderno de encargos da privatização da ANA
Governo “esqueceu-se” de incluir terminal civil bejense no negócio dos aeroportos
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Entrevista de fundo à eurodepu-
tada do PSD no preciso dia em
que o Parlamento Europeu votou,
por unanimidade, o texto fi nal do
programa Horizonte 2020. Um
documento redigido pela bejense
Maria da Graça Carvalho com
vista a apoiar a investigação e a
inovação no período de 2014-2020.
Uma espécie de “programa contra
a crise”, acredita. págs. 6 a 8
Graça Carvalho,a bejense que anda a abrir horizontes na EuropaEm vez de trigo agora
semeia-se modas em Entradas
págs. 4/5
O drama das Lajes na memória da abalada dos alemães de Beja
págs. 16/17
Há vinho novo em Vila de Frades e Amareleja
pág. 30
Cruz Vermelha vai abrir novo lar de idosos em antigo edifício da Refer
pág. 11
Vânia Naia
Esta rapariga ainda vai dar que falar pág. 32
As Ceifeiras
O cante alentejano no “Chão” de Entradas pág. 13
Editorial e pág. 10
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2012 Editorial
EntrevistasPaulo Barriga
A entrevista transcrita é dos géneros mais com-plexos e delicados do
jornalismo impresso. Da sim-plicidade do processo (o registo gravado das palavras do entre-vistado) à conversão da voz em palavras escritas vai um passo colossal. Pelo meio, por razões de vício na expressão oral, caem mi-lhares de partículas informati-vas. E, muitas vezes, por razão de carência de espaço físico, pode fi-car pelo caminho outro sem-nú-mero de “pormenores” signifi-cantes. A entrevista de imprensa é, por certo, o mais ingrato dos exercícios da prática jornalís-tica. Esta semana, o “Diário do Alentejo” publica cinco entrevis-tas diferentes. Uma delas, longa. Escutámos em Bruxelas Maria da Graça Carvalho. Numa con-versa onde a eurodeputada be-jense nos alerta para a urgência de criar um plano de desenvolvi-mento para o Alentejo. Para que saibamos o que nos falta, com o que contamos e para onde quere-mos ir. Mas diz também que nem ela, nem a União Europeia, perce-bem por que carga de água foi pa-rar o investimento da Embraer a Évora, quando Beja já tinha um aeroporto concluído. Ninguém percebe, aliás, patavina sobre este aeroporto. Outra entrevista: na passada semana falámos com o diretor do aeroporto. Pedro Beja Neves foi perentório a afirmar que o aeroporto de Beja seria in-tegrado no pacote de privatização da ANA. Mais, o Governo criou um grupo de trabalho para estu-dar os melhores mecanismos para desenvolver o aeroporto civil de Beja. Esta equipa deixou claro que a infraestrutura aeroportuária be-jense deveria integrar o caderno de encargos de privatização da ANA. Certo é que, por vícios de expres-são ou por falta de espaço, como por vezes acontece nas entrevis-tas, a Presidência do Conselho de Ministros esqueceu-se de incluir o aeroporto, este que aqui planta-ram em Beja, no dito caderno de encargos. Onde o interesse nacio-nal se fica pelo “desenvolvimento dos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e das regiões Autónomas”. Outra entrevista: Em outubro úl-timo, dizia ao “DA” o secretário de Estado Carlos Moedas que o ae-roporto de Beja devia ser olhado como parte de um todo nacional e que “o Governo terá isso em con-sideração no âmbito do processo de privatização da ANA que está em curso”. A entrevista trans-crita é dos géneros mais frágeis do jornalismo impresso. As pala-vras parece que não gostam de fi-car agarradas ao papel. Para sem-pre. Muitas vezes parecem vermes contorcidos. Em permanente me-tamorfose. Apenas estão bem onde não estão. Apenas são o que não são.
O secretário de Estado da Administração Local, Paulo Júlio, admite que a reforma das freguesias pode provocar um excesso de funcionários autárquicos e que estes podem vir a ser recolocados ou dispensados.
Entrevista à Antena 1, 5 de dezembro de 2012
Luís Romano,
34 anos, operador de portagemMuito raramente. Talvez en-vie duas, três mensagens por semana. Só coisas muito sim-ples: um “estou aqui “ou “es-tou ali”. Sou um utilizador da comunicação telefónica clás-sica, por voz. Continuo a achar mais prático conversar do que estar a escrever no teclado do telemóvel. O SMS que mais gostei de receber foi-me en-viado pela minha mulher. Mas não vou revelar o conteúdo.
Ana Rodrigues,
18 anos, estudanteEnvio SMS ao longo de todo o dia. Sou capaz de escrever diariamente umas 60 men-sagens. Para os amigos, para os meus pais e para o namo-rado. É uma forma muito fá-cil, rápida e económica de co-municar à distância. Embora seja mais impessoal e mais fria que uma conversa telefó-nica. O SMS a dizer que tinha entrado na faculdade foi o que mais gostei de receber até hoje.
Anabela Nascimento,
35 anos, técnica de bibliotecaSim. É habitual enviar pelo me-nos um SMS por dia. Utilizo as mensagens para transmi-tir informação simples e di-reta, através de textos curtos. E normalmente para comuni-car com a família ou com os amigos. É uma forma de co-municação mais rápida e eco-nómica mas nunca tão com-pleta como uma chamada telefónica. A falar acaba-mos por dizer sempre mais.
Tatiana Dias,
19 anos, estudanteMuito. Durante todo o dia. Desde que me levanto até que me deito. Porque são gratui-tas, envio diariamente tal-vez mais de 100 SMS. Escrevo já sem olhar para o teclado. O que me permite estar a conver-sar com os meus pais ou ami-gos ao mesmo tempo que co-munico com outras pessoas. Contudo, penso que as mensa-gens escondem emoções que só a voz consegue transmitir.
Voz do povo Costuma comunicar através de SMS? (a primeira mensagem por telemóvel foi enviada há 20 anos) Inquérito de José Serrano
Vice-versa“Este processo em nada mexe, toca ou altera quaisquer realidades ligadas ao número de trabalhadores das freguesias, pelo que falar em ‘extinção de cerca de dois mil postos de trabalho’ não é mais senão um exercício de demagogia e desinformação próprio de quem não possui quaisquer argumentos para contrariar um processo que entrou agora na sua etapa final”. Nota do gabinete do ministro Miguel Relvas, em 14 de novembro de 2012
Fotonotícia Há bens que vêm por mal. As instalações que albergam o Museu Regional de Beja, o convento de Nossa Se-
nhora da Conceição, estão num estado de degradação sem precedentes. Nomeadamente a sala onde costuma estar dependurada a bela e
rara coleção de pintura flamenga. A situação é do conhecimento geral da população e dos políticos. Ainda há dias por lá andaram os eleitos
da CDU por Beja. Mas enquanto não há uma tomada de posição firme e definitiva sobre este monumento, eis que o Museu da Presidência da
República requisitou, temporariamente, várias obras de arte antiga ao Museu de Beja. Para uma exposição que estará patente em Lisboa até
8 de janeiro. Sem goteiras no telhado. Nem infiltrações nas paredes. PB Foto de José Serrano
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Por altura de mais uma comemo-
ração do Dia das Livrarias, como
vai o negócio na A das Artes?
A comemoração do Dia das Livrarias parece-me uma efemé-ride antecipada, um quase canto do cisne em relação a este tipo de comércio. Uma livraria, hoje, principalmente em centros urba-nos de pequena/média dimensão, não é um negócio mas um serviço público que, como tal, deveria ser reconhecido. Porque, de negócio, já nada subsiste.
Quem são atualmente os princi-
pais clientes e que tipo de livros
adquirem?
Não posso dizer que, atualmente, haja “principais” clientes da livra-ria. Já foram as bibliotecas – es-colares e municipais – que, regra geral e infelizmente, deixaram de ter dinheiro para o “luxo” dos li-vros. De resto, ao balcão, vendem - -se maioritariamente os livros que têm publicidade. Um bom livro, se a não tiver, está condenado à pra-teleira e, posteriormente, à gui-lhotina, como em tempos que, cada vez mais, são recordados. Por que será? Lamentavelmente, a ge-neralidade dos livros que têm a tal publicidade não poderão, no meu modesto entender, estar inseridos nas prateleiras de “literatura”.
Que futuro antevê para as livrarias
ditas tradicionais, tendo em conta
nomeadamente o atual contexto
económico e o aparecimento dos
livros digitais?
O atual contexto económico, mas também social, é fruto de políticas de pessoas. Quem aposta em esva-ziar as localidades de tudo o que aproxime as pessoas; acabar com a vizinhança; concentrar pessoas em caixotes e comércio e serviços num grande caixotão, onde tudo se faz e tudo se transaciona; en-riquece uns poucos e empobrece, em todos os sentidos, a popula-ção em geral que, desta forma, fica cada vez mais sozinha, triste, po-bre. O livro digital é, claro, uma outra grande ameaça. Assim, pre-sumo o futuro das livrarias tradi-cionais: se o proprietário tiver di-nheiro para gastar, sem grandes encargos e sem estar sujeito a re-torno, continuarão. Caso contrá-rio, tal como aconteceu com as lo-jas de discos, estão condenadas a figurar apenas na memória. Sobra a esperança, ténue, muito ténue, de que, ainda a tempo, haja quem, com poder, perceba o serviço pú-blico que é uma livraria.
Nélia Pedrosa
3 perguntasa Joaquim Gonçalves
Proprietário da livraria A das Artes, em Sines
Semana passada
SEXTA-FEIRA, DIA 30
BEJA DOIS IDOSOS BURLADOS POR FALSOS FUNCIONÁRIOS DA SEGURANÇA SOCIAL
Dois idosos foram burlados na sexta-feira, no distrito de Beja, por dois homens que se fizeram passar por funcionários da Segurança Social, disse à Lusa fonte da GNR. Segundo a mesma fonte, uma das burlas ocorreu em Moinhos de Vento, concelho de Almodôvar, tendo os dois suspeitos, com idades a rondar os 40 anos, levado 500 euros a um idoso com o argumento de “melhorar a sua reforma”. Em Montes Velhos, concelho de Aljustrel, dois homens com as mesmas características e utilizando a mesma argumentação levaram 700 euros a uma idosa, também na sexta-feira. De acordo com a fonte da GNR, pela descrição feita pelas vítimas, as burlas devem ter sido praticadas pelos mesmos suspeitos.
DOMINGO, DIA 2
BEJA BANCO ALIMENTAR RECOLHE MAIS DE 36 MIL QUILOS
O Banco Alimentar Contra a Fome de Beja recolheu na última campanha, realizada nos dias 1 e 2 com o apoio de 1 100 voluntários, 36 305 quilos de alimentos nas superfícies comerciais dos concelhos de Aljustrel, Almodôvar, Alvito, Beja, Castro Verde, Cuba, Ferreira do Alentejo, Moura, Ourique, Serpa e Vidigueira e que vão permitir apoiar 3 000 pessoas através das 36 instituições beneficiárias do banco, esclarece a direção. Em comunicado de imprensa, o Banco Alimentar Contra a Fome de Beja salienta ainda que sem “a cooperação de toda a população, das instituições públicas e privadas e das forças de segurança do distrito que fizeram a recolha” e dos voluntários, a campanha “não teria corrido tão satisfatoriamente”. Até ao próximo domingo, 9, decorrem ainda duas campanhas de recolha de alimentos: a Campanha-Vale disponível nos supermercados; e a Campanha-Online disponível em www.alimentestaideia.net .
SEGUNDA-FEIRA, DIA 3
MOURA ÁRVORE DE NATAL “APELA” AO ENVELHECIMENTO ATIVO E À SOLIDARIEDADE
Uma “Árvore de Natal da Partilha”, construída através de materiais recicláveis e dedicada ao envelhecimento ativo e à solidariedade entre gerações, foi erguida no largo General Humberto Delgado, em Moura. A árvore de Natal foi criada com a colaboração da comunidade educativa, utentes de instituições de solidariedade social e população em geral, no âmbito do projeto “Reciclartes”, desenvolvido por três espaços lúdico-pedagógicos da Câmara de Moura. Através da árvore, centenas de crianças, pais, docentes e população em geral querem transmitir “a mensagem de que é preciso aproximar cada vez mais as diferentes gerações” e lançar um “apelo ao envelhecimento ativo, usando o pleno exercício da cidadania”.
QUARTA-FEIRA, DIA 5
MÉRTOLA CÂMARA CELEBRA 500 ANOS DO FORAL MANUELINO COM PUBLICAÇÃO
A Câmara de Mértola celebrou os 500 anos da atribuição do Foral Manuelino à vila com o lançamento de uma publicação alusiva à efeméride, Os 500 anos do foral manuelino de
Mértola, da autoria de Joaquim Boiça e Maria de Fátima Barros. Durante a cerimónia comemorativa procedeu-se ainda à entrega de um elemento evocativo do foral a todas as juntas de freguesia do concelho.
BEJA HERÓIS À MODA DA BOLA – VERSÃO ENCARNADA APRESENTADO NO CABANITA
O livro Heróis à Moda da Bola – Versão Encarnada, da autoria do escritor e benfiquista alentejano Luís Miguel Ricardo e que inclui uma história ficcionada, um dicionário de “futebolês” e um top das “melhores frases” de futebol dedicados ao Benfica, foi apresentado em Beja, na Barbearia Cabanita. O dicionário do livro inclui quase mil entradas, entre expressões utilizadas por comentadores desportivos, jogadores, treinadores e dirigentes do Benfica e locais e datas que marcaram a história do clube. Já o top inclui 30 das “melhores frases de sempre” ditas ou escritas por gente da bola sobre o Benfica, como “gaffes memoráveis ou pérolas verdadeiramente únicas”.
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Beja foi anfitriã da “Corrida Solidária Mais Louca do Mundo” Beja acolheu a grande partida das equipas que participam na expedição Portugal Marrocos Challenge, que tem como assinatura “A Corrida Solidária Mais Louca do Mundo”, e que termina no domingo, dia 9. A iniciativa tem como missão solidária a Associação Laço.
Círculo Taurino em mais um jantar de final de temporada O Círculo Taurino do Alentejo realizou o seu jantar de final de temporada, onde marcaram presença duas dezenas de sócios e o antigo forcado João Patinhas. Durante o evento foi decidido distinguir individualidades ou entidades que promovam a festa brava no Baixo Alentejo e que este ano serão: Ganadaria Brito Paes, Câmara de Beja e Cercibeja.
Feirinha de Natal 2012 de portas abertasNo antigo Posto de Turismo de Santiago do Cacém é possível descobrir inúmeras propostas de artesanato, que vão das artes e ofícios mais tradicionais ao artesanato moderno, com uma ênfase especial nas artes decorativas. O objetivo é apoiar o artesanato e o comércio tradicional.
“Sonoridades & Sabores” no interior de Odemira Música tradicional e petiscos continuam a animar as tardes e serões das localidades do interior de Odemira, no âmbito do evento “Sonoridades & Sabores”, com o objetivo de tentar “reavivar tradições antigas e divulgar a gastronomia e cantares populares” da região.
Bombeiros de Sines comemoraram 69.º aniversárioA Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Sines comemorou o seu 69.º aniversário. Uma comemoração que teve como um dos pontos altos a visita ao novo quartel, uma obra orçada em 800 mil euros, e que será inaugurado no dia 2 de fevereiro do próximo ano.
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Entradas
O caminho, via IP2, leva até Entradas. Os campos avistam-se cobertos de geada. E o sol, apesar das tempera-
turas que pouco sobem no termómetro, in-siste em derreter o manto branco, que aos poucos dá lugar ao verde.
Na rua de Mértola, ou não passasse anti-gamente na terra a via que ligava o porto flu-vial de Mértola ao interior do Baixo Alentejo, nos bancos de madeira, senta-se uma mão cheia de homens. Todos reformados ou apo-sentados. No chão, deitado sobre as pedras irregulares da calçada, está o “Benfica”. Cão de ninguém e afinal cão de todos.
“Não tem dono e tem uma série deles”, avança um dos homens. Enquanto outro ex-plica: “Todos lhes dão o que comer. E isso é o que interessa. Não passa fome. Faz-nos com-panhia e nós a ele”. Um dia dorme aqui, ou-tro dia ali. Agora, deita-se ao sol, pouco pre-ocupado com a sua intensidade. Ao contrário de Luís Marcelino, que ostenta uma sombri-nha aberta. “Este sol é terrível para as consti-pações”, diz com a sabedoria dos 83 anos que carrega.
“Esta era uma terra de muita agricul-tura, mas vai morrendo. Já pouco se semeia. É a mina que ainda mantém a terra. Anda aí uma mão cheia de homens lá a trabalhar”, conta Luís Marcelino, que passa a vida entre um banco e outro. “É assim que nos entrete-mos. Uma vez aqui, outra vez ali. Também já trabalhámos muito, já demos muito. Agora conversamos”.
Tantos outros há que, garante, ainda se entretém com o cante, à roda de uma mesa,
Falta de emprego preocupa
Terra de tradição, terra de canteEntradas, no concelho de Castro Verde, continua a ser uma terra de tradi-
ções vincadas. Aqui, o cante, seja organizado ou por improviso, ainda se
escuta, tanto nas vozes das mulheres como na dos homens. E não há nas-
cido em Entradas, segundo a população, que não se orgulhe da sua terra,
mesmo que dela tenha de ter saído, em busca de melhores condições de
vida. Mas, como diz o ditado, “bom filho a casa torna”. A Entradas, à en-
trada do Campo Branco.
Texto Bruna Soares Fotos José Serrano
Fernandes. “Resolvi regressar a esta terra. Vivi em Entradas há mais de 20 anos. Depois fui para a zona Oeste e agora voltei. Esta terra, no entanto, está muito diferente. Está tudo mais arranjando. Há muita coisa feita de novo. Antes ainda era mais rural”, afirma. E rapidamente enumera algumas das valências da vila, como a biblioteca e o museu da ruralidade.
E é precisamente no largo que começam a juntar-se as mulheres que, como os ho-mens dizem, cantarolam as modas de ou-tros tempos, mas também dos tempos atu-ais. As mulheres que tomaram a dianteira do cante na terra. E quando se fala na candi-datura do cante a Património Imaterial da Humanidade todas afirmam positivamente com a cabeça, o cante é tão merecedor de tal distinção, que dúvidas aqui não as há.
O relógio marca 12 e 30 horas e os car-ros começam a passar com mais frequência. A hora de almoço traz muitos a casa, depois da labuta da manhã. As crianças saem da escola e muitos avós esperam-nas ansiosos, como se os braços não lhe chegassem para as afagar. Enquanto isso, Custódia Madeira, segue rua acima em direção à farmácia e diz: “Felizmente esta é uma terra que ainda tem cá um pouco de tudo. Estamos bem ser-vidos. É uma terra muito jeitosa e todos nos orgulhamos dela”.
E para trás deixa a avenida, com o es-paço ajardinado, tal como descreve uma das modas alusivas à terra. E o dia segue em Entradas, à entrada do Campo Branco, ali no concelho de Castro Verde.
com um copo de vinho e muito convívio à mistura. “Eu nunca soube cantar. Nunca pertenci a nenhum grupo coral. Foi coisa que nunca soube fazer”, conta. Mas depressa avança: “Os homens cantam, mas são as mu-lheres agora que cantarolam mais”. E retira a mão do bolso, a que não agarra a sombrinha, e aponta: “Ali mais a baixo está uma das mu-lheres do grupo”. Refere-se ao grupo coral As Ceifeiras e a Bárbara Tomé, que atrás do bal-cão da sua pequena mercearia avia um fre-guês. “Infelizmente há poucos homens a can-tar. Não sei se não têm coragem para formar novamente um grupo ou se não têm vontade. Mas Entradas tem boas vozes. Vivo cá há 30 anos e sempre notei isso. Às vezes estou na minha casa e oiço-os a cantar na taberna e fico a apreciar a sua qualidade”.
Entra um novo freguês e Bárbara Tomé
regressa ao balcão. Lineu Guerra agarra no assunto. “Em tempo os homens cantavam num grupo. Acabaram Os Ceifeiros come-çaram As Ceifeiras. Uns emigraram e outros desistiram. E acabou-se o cante dos homens. Fiz parte disso”, diz. Agora canta quando lhe apetece, sem dia ou hora marcada. “É quando calha. Isto faz parte de nós”, conclui.
As ruas, ora estreitas, ora largas, le-vam às igrejas da terra. Francisca Marquês passa no largo e rapidamente aponta aquele que, em sua opinião, é o maior problema da terra: “A falta de gente”. “Tenho dois filhos e estão os dois na Suíça. Há muita gente emi-grada. Os trabalhos foram acabando, isto cada vez está pior e as pessoas têm de sair”, confessa.
Mas se há os que partem, também há os que regressam. É o caso de Gabriel
População Existência de vários serviços agrada entradenses Cante Mulheres preservam tradição e património
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Entradas continua a ser uma terra essencialmente
agrícola?
A atividade agrícola continua a ser uma das prin-cipais atividades da freguesia, a par da pecuária. No entanto, aparecem já outros setores de ativi-dade fundamentais para a empregabilidade, como o apoio à terceira idade, a construção civil, os servi-ços da Câmara Municipal de Castro Verde e a mina de Neves-Corvo.
Quais as principais dificuldades que enfrenta?
Neste momento temos três grandes preocupações. A questão da falta de emprego na região começa a ser preocupante, principalmente para as mulhe-res e para os mais jovens, que na maior parte dos casos têm que abandonar as suas raízes para con-seguirem um emprego, de acordo com as habilita-ções que possuem, e que dificilmente voltarão um dia ao lugar que os viu nascer. Por outro lado, pre-ocupa-me, neste momento, a rapidez com que o atual governo propõe o encerramento de serviços públicos, nestes meios mais rurais do interior, no-meadamente escolas, postos dos CTT, postos mé-dicos e, mais recentemente, o encerramento das juntas de freguesia, que levará certamente a um aceleramento da desertificação do interior do País, como é o caso de Entradas. Em terceiro lugar, mas não por ser a menos preocupante, todas as questões relacionadas com a área social, desde o apoio aos mais idosos e doentes até ao apoio às famílias mais carenciadas que aumentam de dia para dia.
É possível fixar os jovens e atrair mais gente?
A junta de freguesia e a Câmara de Castro Verde têm procurado melhorar os serviços públicos pres-tados à população de Entradas, nomeadamente com a criação de infraestruturas essenciais ao cres-cimento e formação dos nossos jovens. Temos pro-curado atrair jovens para esta localidade, disponi-bilizando lotes para habitação a baixos custos, mas a questão fundamental, e difícil de combater, é a do emprego. A falta de investimento por parte do po-der central e a dificuldade de acesso ao crédito, por parte de algumas empresas que estão sediadas ou que poderiam exercer a sua atividade económica na região, leva a que os nossos jovens tenham de procurar outras paragens. Muitos deles são obriga-dos a emigrar.
Segundo o último Censos, quantos habitantes
tem Entradas? Perdeu população?
Entradas tem 649 habitantes, tendo perdido, entre 2001 e 2011, 125 habitantes.
Existem alguns projetos previstos para a freguesia?
Em 2013 pensamos poder remodelar o edifício onde funciona atualmente a sede da Sociedade Recreativa e Desportiva Entradense, reabilitar a rua da Horta e iniciar a construção de uma nova sede para a junta de freguesia, que, julgamos nós, será uma mais-valia para toda a população, pois, para além da melhoria dos serviços já existentes, torna - -a muito mais dinâmica e poderá oferecer outro tipo de serviços até agora inexistentes. Também a instituição Lar Frei Manoel das Entradas irá cons-truir mais uma infraestrutura para a valência de internamento em lar, que é essencial.
Museu da Ruralidade
Entradas acolhe o Museu da Ruralidade, que assume, se-gundo informação disponibilizada, “um importante papel na salvaguarda do património imaterial do Campo Branco e, em particular, na criação de um espaço de diálogo entre o pa-trimónio material e imaterial, perspetivando a salvaguarda e o estudo da especificidade cultural e social deste territó-rio situado entre as faldas das serras algarvias e os barros de Beja”. Localizado na rua de Santa Madalena, numa área de aproximadamente 500 metros quadrados, este espaço di-vide-se em três áreas expositivas: a zona de exposições tem-porárias, onde estão patentes algumas alfaias agrícolas e objetos representativos da ruralidade campaniça, a zona de exposições semipermanentes, onde se pode visitar uma ofi-cina do ferreiro, o espólio do último abegão de Castro Verde e algumas miniaturas de alfaias agrícolas, e uma área parti-cularmente vocacionada à oralidade (Núcleo da Oralidade), tendo como pano de fundo a Feira de Castro e a viola campa-niça, enquanto manifestações singulares do património ima-terial da região.
António Jerónimo Presidente da Junta de Freguesia de Entradas
Património natural
A freguesia de Entradas é rica ao nível do património na-tural. Na verdade, as aves estepárias encontram aqui o seu habitat natural e, na última década, segundo infor-mação disponível no site da Câmara Municipal de Castro Verde, “o trabalho desenvolvido por diversas entidades, com especial destaque para as ligadas às práticas agrí-colas, tem permitido classificar o território como essen-cial para a conservação de determinadas espécies, como é o caso da abetarda”, que está na origem da classificação ambiental da quase totalidade do território da freguesia enquanto ZPE – Rede Natura 2000.
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EntrevistaGraça Carvalho garante
que a Embraer tem de tirar partido do aeroporto de Beja
O futuro do Alentejo
no Horizonte da Europa
No passado dia 28 de novembro a Comissão de Indústria
do Parlamento Europeu aprovou por unanimidade o rela-
tório do programa Horizonte 2020. Um documento redi-
gido pela eurodeputada bejense Maria da Graça Carvalho.
Que visa estabelecer as prioridades da Europa no campo
da investigação e da inovação para o período de 2014-
-2020. Trata-se de um programa de financiamento para o
qual são pedidos 100 mil milhões de euros e que “é crucial
para a Europa sair da crise”. O “Diário do Alentejo” esteve
presente na votação e falou com a deputada sobre os de-
safios da Europa, os tempos difíceis que atingem Portugal
e o futuro do Alentejo no quadro de uma Europa em crise.
Paulo Barriga, em Bruxelas Fotos de Martin Lahousse
O que é e o que representa o programa
Horizonte 2020?
É um programa de financiamento da União Europeia destinado à investigação científica, à inovação e ao desenvolvimento tecnológico e industrial, ao qual podem concorrer universi-dades, centros de investigação, pequenas, mé-dias e grandes empresas, indústrias, organiza-ções não governamentais e associações. Tem como principal objetivo desenvolver o potencial científico na Europa, a competitividade da in-dústria, e pedir aos cientistas e aos técnicos que desenvolvam soluções para os problemas que mais afligem a Europa neste momento.
É uma espécie de programa contra a crise?
É isso mesmo. Enquanto na parte científica e in-dustrial não é definida nenhuma prioridade em concreto, no que se refere aos problemas mais importantes que a Europa tem de enfrentar, é a Comissão, o Parlamento e o Conselho que os
definem. E nós, Parlamento Europeu, elegemos a saúde e o envelhecimento da população, a segu-rança e a qualidade alimentar, o mar, a floresta, as energias limpas e renováveis, as alterações cli-máticas, o ambiente, os transportes limpos e sus-tentáveis e todo um conjunto de medidas que vi-sam uma sociedade inclusiva e inovadora.
É um programa ambicioso, com um orçamento
ainda mais ambicioso. A Comissão Europeia
propôs 80 mil milhões euros, o Parlamento su-
biu a fasquia para os 100 mil milhões, numa al-
tura em que o Conselho está bastante retraído
em relação à questão orçamental…
Na última proposta do Conselho Europeu foi avançada uma diminuição de 12 por cento em relação ao orçamento da Comissão, que é de 80 mil milhões de euros. Ficaremos, portanto, à volta dos 70 mil milhões.
E consegue-se, com 70 mil milhões de euros,
concretizar este projeto?
A proposta da Comissão Europeia era, para nós, a fasquia mínima. Qualquer coisa abaixo dos 77 mil milhões significa descer o nível de financia-mento para 2013, num programa que é mais am-bicioso e que tem mais prioridades. De qualquer das formas, o Parlamento Europeu pode sempre votar contra o orçamento proposto pelo Conselho e aí ficaremos com um orçamento idêntico ao de 2012. Claro que só utilizaremos esta ferramenta em último recurso. Não quer dizer que seja a so-lução ideal, mas queremos dizer àqueles que que-rem diminuir o orçamento em 2013 que estamos preparados para acionar esta possibilidade.
De que forma pode este Horizonte 2020 ter
implicações no Alentejo. A nossa região está
preparada para se candidatar a este tipo de
projeto?
Penso que sim. Uma das novidades do Horizonte 2020 é que introduzimos o conceito de caminho
para a excelência. E não são apenas as institui-ções muito conhecidas internacionalmente e de grande massa crítica que devem ser considera-das excelentes. Existe uma parte do orçamento que é dedicada a regiões menos representadas no Programa Quadro, que podem fazer gemina-ções, em que uma instituição de uma região me-nos representada faz uma aliança com uma ins-tituição que tem bons resultados. E apresentam candidaturas conjuntas. O Alentejo é uma região que, infelizmente, ou felizmente, neste caso, pe-los seus índices ainda baixos, terá acesso a um pacote de financiamento nos fundos estruturais com alguma dimensão.
Já há números?
Ainda não, porque ainda não temos o número final que vai sair do Conselho. Mas é natural que haja uma ligeira diminuição do que vai para Portugal, em relação ao anterior pacote. Mas as regras agora são diferentes, mais simples. O
06 Sei que a própria União Europeia tem indicado à Embraer, uma vez que há financiamentos comunitários envolvidos, que tem de tirar partido do aeroporto de Beja e tem de fazer um cluster com Beja. Aliás, isso está nos próprios planos da Embraer, essa ligação a Beja, porque a União Europeia não só cofinanciou parte do desenvolvimento da Embraer como do aeroporto de Beja. À União Europeia também lhe faz espécie que aqueles dois empreendimentos não estejam ligados.
O Alentejo é uma região que, infelizmente, ou felizmente, neste caso, pelos seus índices ainda baixos, terá acesso a um pacote de financiamento nos fundos estruturais com alguma dimensão.
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cofinanciamento nacional vai ser menor e há outra coisa: só excecionalmente é que Portugal poderá investir em infraestruturas. Portanto, o financiamento será para projetos que visem o crescimento. Cinquenta por cento do finan-ciamento dos fundos regionais tem de ser utili-zado em ciência, inovação, energia e ambiente.
Temos massa crítica na nossa região para per-
ceber quais são as nossas necessidades a esse
nível?
Estes fundos servem também para fazer as alianças necessárias para criar essa massa crí-tica. A primeira coisa a fazer, aliás, é um plano regional de inovação em que o Alentejo diz onde é que quer apostar e isso tem de estar pronto dentro em breve. Esse plano tem de ser feito aliando os centros de saber da região, que deveriam estar unidos e a trabalhar em con-junto: a Universidade de Évora, os politécnicos de Beja, Évora e Portalegre. São eles que têm de preparar este programa de inovação, aliados às empresas, às que existem e às que virão a exis-tir, porque o principal objetivo é criar desenvol-vimento, criar empresas, criar indústria, por-que são os setores que mais contribuem para o crescimento.
E isso está a ser feito?
É prioritário fazer esse plano de desenvolvi-mento, saber quais são as áreas em que vão apostar, a energia com certeza será uma de-las, a aeronáutica deverá ser outra, agora com a Embraer instalada em Évora, com o aero-porto de Beja, com todo um cluster que se pode ali implementar com bastante relevância, o tu-rismo, pode-se ligar o setor agrícola com o setor de desenvolvimento empresarial… Essa tam-bém foi uma proposta minha. Tivemos de mu-dar o regulamento financeiro de toda a União Europeia, para que se possam juntar diferentes programas que alinhem pelo mesmo objetivo.
De qualquer das formas a questão agrícola
é aquela que levanta sempre mais proble-
mas e menos unanimidade a nível da União
Europeia…
A questão agrícola levanta mais problemas quanto ao financiamento a fundo perdido. Uma parte do Horizonte 2020 é exatamente para ino-vação da agricultura e da agroindústria, da se-gurança alimentar e qualidade alimentar. Vejo, por exemplo, um grande potencial no Alqueva que pode desenvolver toda uma fileira. Que tire partido tanto do ponto de vista agrícola, como turístico e energético. Mas o essencial é come-çar por ver onde falta estratégia para o Alentejo. Depois desse plano estratégico é que veremos onde temos capacidades e onde elas faltam. Isto é urgente, tem de ser feito já, porque precisamos de ter este plano para negociar os fundos que vão para o Alentejo no próximo QREN.
O Horizonte 2020 presta especial atenção às al-
terações demográficas e ao bem-estar. Como
observa os resultados definitivos do Censos
2011 que colocam o Alentejo a perder mais de
dois por cento da sua população?
Esse é um problema europeu, português e é um problema ainda maior ao nível do Alentejo.
De qualquer das formas, Portugal cresce, em
termos demográficos, mas o Alentejo conti-
nua a decrescer…
Mas Portugal não cresce como devia crescer. Para o crescimento económico, para a susten-tabilidade de todos os nossos sistemas sociais, precisamos de um crescimento populacional mais sustentável. No Alentejo temos um de-créscimo preocupante. E não são apenas os nú-meros. Quando caminhamos ao longo de uma aldeia do Alentejo não vemos uma pessoa jo-vem nem de meia-idade porque os jovens estão todos fora…
Como é que se pode combater essa tendência?
Com desenvolvimento, com uma boa orienta-ção dos fundos regionais, em articulação com o Horizonte 2020, com uma boa aplicação dos fundos para a agricultura, que na verdade tra-gam desenvolvimento, tragam emprego.
Isso até agora tem falhado...
Temos apostado muito nas infraestruturas. Portugal tem infraestruturas ótimas…
A mais?
Nalguns sítios, a mais. Quando há autoestradas em paralelo… os estádios de futebol, na minha opinião, também estão a mais.
O Governo interrompeu há pouco tempo a au-
toestrada de Beja. Essa estava a mais?
Por acaso acho que a A26 não estava a mais. Porque a estrada existente é perigosa e má. Atrasou-se a construção da autoestrada, veio tarde… Se calhar há excesso em outros locais, mas essa estrada, na minha opinião, devia ser acabada. Também não investimos o suficiente na ferrovia. É uma pena que se tenha degra-dado a rede existente, mas, em geral, investi-mos muito em infraestruturas. Eu não sou as-sim crítica da utilização dos Fundos. É verdade que há alguns setores algo exagerados. Mas houve muitas coisas boas que os Fundos pro-porcionaram. Para já, parte essencial dessas es-tradas, depois toda a parte de saneamento bá-sico, tudo o que respeita à qualidade do ar.
O que não é suficiente para modernizar um
país…
Há algo muito importante onde os financia-mentos são meritórios: a educação. Não sei se as pessoas têm noção disso, mas o investimento no ensino superior e na ciência, desde que ade-rimos, é cofinanciado pela União Europeia. Conseguimos dar um salto muito importante na qualificação, no ensino superior, no número de doutores. Temos jovens muito qualifica-dos à custa de financiamento europeu. Isso foi uma boa aplicação. Agora, pode dizer-me que grande parte deles estão desempregados…
E digo mesmo.
Tirando as famílias e os próprios, que de-vem estar muito tristes, eu talvez seja dos por-tugueses a quem mais esta situação entristece. Quando estive no Governo, negociei o Programa Operacional para o Ensino Superior, em que foi muito difícil convencer a Comissão Europeia a aceitar, por exemplo, cofinanciar a enfermagem,
as tecnologias da saúde e a medicina. Mas conse-guimos. São cursos muito caros, mas nós optá-mos por eles. E penso que foi uma boa opção. No quadro do processo de Bolonha, decidimos que as tecnologias da saúde e a enfermagem fossem por uma via científica, cursos mais longos, onde se dão fundamentos científicos na área da saúde. São cursos como não existem na Europa.
De facto, é uma vitória, mas agora vemos avi-
ões inteiros partir de Portugal com licenciados
nessas áreas.
Custa-me bastante assistir a isso. Foi muito di-fícil, na altura, convencer a União Europeia a financiar. Após muitas negociações tivemos de justificar que a saúde também é muito im-portante para a economia, porque os fundos da Europa são mais vocacionados para o desenvol-vimento económico e não para as funções es-senciais do Estado, isso é responsabilidade de cada Estado membro. Mas ao fim de muita ne-gociação, concordaram em cofinanciar os es-tágios e os programas dos cursos de enferma-gem e de tecnologias da saúde, e agora alguém irá beneficiar, que não as regiões para as quais aqueles financiamentos foram destinados.
Estamos a falar das funções essenciais ou fun-
damentais do Estado ou mesmo sociais. Que
análise faz desta iniciativa, proposta pela
troika, de ter de reduzir-se em Portugal, quatro
mil milhões de euros, cortando precisamente
nessas funções fundamentais do Estado?
Eu acho que há, ainda, bastante onde racionali-zar no nosso Estado. Mas isso não significa cor-tar nas funções sociais do Estado. Acho que há muito outsourcing que se fez - eu nunca fiz, uti-lizava sempre os serviços da administração pú-blica para desenvolver o que era preciso - com contratos muito desvantajosos e caros para o Estado. Quando, na verdade, a função pública tem quadros que podem fazer essas funções, por vezes até mais rapidamente do que sendo contratado fora. Até se pode dizer que tudo so-mado não é muito, mas temos de começar por algum lado. Depois, há muitas instituições que deixaram de ser direções gerais e passaram a institutos, o que fica muito mais caro ao Estado. Haverá ainda serviços que podem ser reorga-nizados e fundidos. Portanto, acho que é pre-ciso fazer esse trabalho para ver quanto é que se poupa. Acho também que o corte nas funda-ções podia ter ido mais além, o mesmo direi das parcerias público-privadas.
Está com um discurso em tudo desalinhado
com o atual governo PSD.
Não. Acho que estão a tentar fazer o máximo que podem. Agora, há uma coisa de que nós não nos podemos esquecer. Estamos, neste momento, com uma troika a funcionar em Portugal, com o FMI, a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu. E o FMI tem uma agenda em todos os países do mundo; não é segredo como atua. E muitas vezes faz-se pas-sar na comunicação social, em Portugal, uma ideia mais suave do FMI e por vezes menos su-ave da Comissão Europeia. Quando é precisa-mente ao contrário. A Comissão Europeia é sempre aquela que tenta ajudar, que puxa pelo
Por acaso acho que a A26 não estava a mais. Porque a estrada existente é perigosa e má. Atrasou-se a construção da autoestrada, veio tarde… Se calhar há excesso em outros locais, mas essa estrada, na minha opinião, devia ser acabada.
Temos de reconhecer que a cidade de Évora tem mais força do que a cidade de Beja. Correram mais depressa, nas negociações [para a instalação da Embraer], apresentaram condições melhores. Só temos que aprender com isso e fazer o mesmo.
Há freguesias que são necessárias, no sentido de não despovoar o território. A coesão territorial é importante e, no Alentejo, isso é óbvio. Há freguesias muito distantes umas das outras, e a freguesia chega a ser o único ponto de algum apoio à população local. Tem de ser visto o território como um todo.
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Para o crescimento económico, para a sustentabilidade de todos os nossos sistemas sociais, precisamos de um crescimento populacional mais sustentável. No Alentejo temos um decréscimo preocupante.
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desenvolvimento, só que o FMI tem uma estra-tégia de comunicação que a Comissão não pode ter, os funcionários da Comissão Europeia, que estão em Portugal, não podem ter estratégia de comunicação, só os comissários é que podem falar para a comunicação social. O FMI não, tem uma estratégia clara de comunicação.
Será que conseguimos sobreviver a tudo isto?
Será que o português tem essa capacidade de
sofrimento e de reconversão?
Temos de utilizar os fundos europeus, já que são os únicos disponíveis, porque a troika não nos dá margem de manobra para termos no Orçamento do Estado investimento. Os fun-dos que vêm da Europa são os únicos disponí-veis para o investimento. Sendo que os fundos têm de ser muito bem utilizados, e muito bem utilizados para as pequenas e médias empre-sas, para a indústria, no âmbito do Horizonte 2020, e da aplicação dos fundos regionais ali-nhados com estas prioridades que são definidas na Europa e que também são, neste momento, as prioridades que o Governo de Portugal tem. O ministro da Economia ainda agora disse que os fundos estruturais vão ser todos canalizados para inovação, pequenas e médias empresas, reindustrialização do País, para a competitivi-dade. E esse é o caminho certo. É a componente que falta e que está agora a ser aplicada: utilizar estes fundos europeus para o desenvolvimento para fazer um pouco de contrabalanço à auste-ridade porque temos de começar a criar as con-dições para voltar a crescer.
Uma das causas defendidas pela professora
Maria da Graça Carvalho prende-se com a de-
fesa das regiões desfavorecidas. Como é que
classificaria a sua região? O Baixo Alentejo
enquadra-se neste conceito de região
desfavorecida?
Na definição da União Europeia é uma região desfavorecida. Esta definição é baseada no PIB per capita. Acho, no entanto, que há outros in-dicadores muito importantes: a qualidade de vida, a paisagem, o bem-estar e, nesse sentido, há um potencial enorme no Alentejo. Agora, é
preciso tirar partido dele. O Alentejo tem muito futuro. Porque há espaço, há um clima bom, há uma terra fértil para a agricultura, há potencial para a energia, do sol, do vento, da biomassa. O Alentejo não está saturado como muitas outras regiões semelhantes da Europa.
Costuma dizer que o Alentejo tem um papel
de liderança a desempenhar quanto ao futuro
energético da Europa. Quer concretizar?
O Alentejo tem muito potencial nas diferentes energias, como atrás referi. E Portugal precisa de se tornar muito mais independente do ponto de vista energético, mesmo para os transportes. Pode e deve ser um fornecedor de energia. O es-paço disponível no Alentejo também é muito importante, não é por acaso que a Embraer es-colheu o Alentejo para se instalar: necessita de espaço para se desenvolver, há certos setores in-dustriais que precisam de espaço.
Por falar na Embraer, faz algum sentido que o
anterior Governo socialista tenha investido no
aeroporto em Beja e depois tenha patrocinado
a instalação da Embraer em Évora?
Eu teria preferido que fosse em Beja, mas eu percebo. A vida é como é…
Como assim?
Temos de reconhecer que a cidade de Évora tem mais força do que a cidade de Beja. Correram mais depressa, nas negociações, apresentaram condições melhores. O presidente da Câmara de Évora foi muito dinâmico, ofereceu condi-ções muito boas e foi muito bom a negociar, e portanto isso teve frutos. Não estou a dizer que o anterior presidente de Beja não fosse igual-mente dinâmico, mas aqui ganhou quem ne-gociou e quem mais se mexeu, quem ofereceu mais contrapartidas. Só temos que aprender com isso e fazer o mesmo.
É tudo uma questão de lobbying?
Não apenas. Ainda há possibilidades em aberto.
Sei que a própria União Europeia tem indicado à Embraer, uma vez que há financiamentos co-munitários envolvidos, que tem de tirar partido do aeroporto de Beja e tem de fazer um cluster com Beja. Aliás, isso está nos próprios planos da Embraer, essa ligação a Beja, porque a União Europeia não só cofinanciou parte do desen-volvimento da Embraer como do aeroporto de Beja. À União Europeia também lhe faz espécie que aqueles dois empreendimentos não estejam ligados. Há ainda muito partido a tirar desse in-vestimento, fazendo a ligação do aeroporto de Beja, fazendo também a ligação do Politécnico com a Universidade de Évora e com a própria Embraer para tirar partido do próximo quadro comunitário.
É líder do grupo europeu do PSD do programa
rede de autarquias da Europa. Ainda faz sen-
tido falar de uma Europa das regiões, quando
os próprios estados membros não se conse-
guem entender nas mais pequenas questões
de pormenor a nível orçamental?
Temos de contrariar essa tendência. Esta con-tinua a ser a Europa das regiões e da diferença. Temos de estar unidos na diversidade e pro-mover o desenvolvimento das regiões. Mais do que nunca, esse tem de ser o projeto da Europa.
Agora, a crise traz sempre tensões. É aquele ve-lho ditado “em casa onde não há pão, todos ra-lham e ninguém tem razão”. E isso também se aplica à Europa. Mas a maior parte dos esta-dos são solidários. O maior problema atual da Europa é o euroceticismo do Reino Unido, que se agravou nos últimos anos.
Por que é que isso acontece?
Talvez não tenham a visão que anteriores líde-res tiveram. É estando dentro que mais se in-fluencia a Europa. O Reino Unido tem tido uma posição muito dura no orçamento, a defender o interesse britânico, cujo único interesse é pa-gar menos. Mas essa opção não é generalizada. Essencialmente são mais dois estados membros, a Holanda e a Dinamarca, que estão desse lado. De resto, continuamos a ter uma Europa bas-tante solidária. Estou convencida de que vamos conseguir um pacote equilibrado entre os fundos regionais, a agricultura e os programas de cresci-mento, que é onde está o Horizonte 2020.
Não respondeu à questão das autarquias. Que
análise faz a esta proposta do Governo de ex-
tinção de mil freguesias até ao final do ano?
É um facto que temos um Estado demasiado grande para a riqueza que produzimos e, por-tanto, tem de se ir por algum lado. Agora espero que o corte não seja cego, porque há freguesias que são necessárias, no sentido de não despo-voar o território. A coesão territorial é impor-tante e, no Alentejo, isso é óbvio. Há freguesias muito distantes umas das outras, e a freguesia chega a ser o único ponto de algum apoio à po-pulação local. Tem de ser visto o território como um todo. E, percebendo que temos Estado a mais para a riqueza que produzimos, e se que-remos manter as funções sociais, temos de fazer cortes. Mas para que o Estado seja sustentável, não para acabar com o próprio Estado Social. É natural que algumas freguesias, alguns mu-nicípios, possam ser agregados. Não estou con-tra isso, agora a revisão tem de ser feita olhando para o território e olhando para todas as fun-ções que estão nesse território, com algum cui-dado, para não o despovoar ainda mais.
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Fonte: Instituto Nacional de Estatística.
A região do Alentejo voltou a perder população (2,5%, ou seja, 19 283 pessoas) face a 2001, bem como a região Centro (que
perdeu1%). A região Norte manteve a sua população
na última década. Apresentaram saldo
positivo a região do Algarve(+14%), a
Madeira(+9%), Lisboa(+6%) e os
Açores(+2%).
População residente em PortugalMais de 80% da população residente concentra-se em três regiões do País: Norte (35%), Lisboa (27%) e Centro (22%). A restante população distribui-se pelas regiões do Alentejo (7%), Algarve (4%), Madeira (3%) e Açores (2%).
População cresce 2% graças ao saldo migratório.
Censos 2011O crescimento da população (206 061 pessoas) verificado nos últimos 10 anos deveu-se predomi-nantemente a um saldo migratório positivo de 188 652 indivíduos, uma vez que o saldo natural (número de nascimentos menos o número de óbitos) contri-buiu apenas com 17 409 pessoas para este cresci-mento. A região do Alentejo contraria esta tendên-cia de crescimento e regista um decréscimo de 2,5% da sua população na última década. O retrato estatístico da região apresenta indicadores caracte-rísticos de uma área desertificada, com uma popula-ção envelhecida e com níveis de escolaridade inferiores à média nacional.
Açores
2
Madeira
3
Alentejo perde 2,5% de população desde 2001
-2,5%
2011760. 476
779. 7592001
Alentejo tem a idade média mais elevada do País A idade média da população aumentou três anos numa década: é agora de 41,8 anos. A idade média das mulheres (43,2 anos) é superior à dos homens (40,3 anos). O Alentejo apresenta a população com a idade média mais elevada de Portugal.
Média nacional
Média
nacional
Média nacional
42 45Alentejo
Índice de envelhecimento
Média nacional Alentejo
128178
O índice de envelhecimento da população é de 128, o que significa que por cada 100 jovens existem 128 idosos. Os Açores e a Madeira são as únicas regiões do País com mais jovens do que idosos. O Alentejo é a região mais envelhecida do País.
7391
Açores Madeira
100
Índice de rejuvenescimento da população ativa O índice de rejuvenescimento da população ativa nacional é 94, o que significa que por cada 100 pessoas que saem do mercado de trabalho entram apenas 94. O Alentejo é a região que regista o valor mais baixo: 84.
94
100
84
Média nacional Alentejo
População de nacionalidade estrangeira Analfabetismo
Lisboa
Média nacional
5%
10%
Lisboa
Alentejo
Alentejo
50% da população com 15 ou mais anos completou o 9º. ano. Em Lisboa e na região do Algarve este indicador apresenta valores acima dos 50%. Nas restantes regiões a população com
o 9º. ano varia entre os 42% nos Açores e os 46% no Centro. O Alentejo apresenta um valor de 44%.
População com o 9º. ano de escolaridade
Média
nacional Açores Alentejo
50% 42% 44%
População com o ensino superior completo
15%
21%
11%
Dimensão média das famílias
2,6 2,4
Alentejo
Lisboa
Algarve
27%
4%
Alentejo
Norte
Centro22%
Valores dos encargos com habitação
Média nacional Alentejo
35%
7%
3%
É no Algarve que a população estrangeira tem maior expressão, representando cerca de 12% da população da região. Segue-se Lisboa, com 7%, o Alentejo, com 3%, a Madeira e a região Centro com 2%. Nos Açores e na região Norte a população estrangeira representa à volta de 1%.
привітoi
你好
0,00,20,40,60,81,0
Algarve 12%
Lisboa 7%
Alentejo 3%
Madeira 2%
Centro 2%
Açores 1%
Norte 1%
A taxa de analfabetismo, expressa pela percentagem de população com 10 ou mais anos que não sabe ler ou escrever, recuou nas últimas décadas, passando de 12% em 1991 para 9% em 2001 e 5% em 2011. Lisboa regista a taxa mais baixa, com 3% de analfabetos. Na situação oposta está o Alentejo, com cerca de 10% de analfabetos.
A população com 23 anos ou mais com ensino superior passou de 9% em 2001 para 15% em 2011, tendo o número de diplomados quase duplicado, passando a ser 1 244 742. Desta população 60% são mulheres. Lisboa, com 21%, apresenta o maior número de diplomados do País. O Alentejo apresenta, com 11%, a menor percentagem.
As famílias são hoje mais pequenas, sendo a sua dimensão média de 2,6. Em 2001 este valor era 2,8. Os Açores, a Madeira e a região Norte, com 3,0 pessoas por família, apresentam os valores mais elevados. Lisboa, Alentejo e Algarve têm as famílias menos numerosas, com 2,4 elementos.
Os encargos por compra de alojamentos têm um valor mensal médio de 395 euros, representando um acrésci-mo de 35,7% nos últimos 10 anos. O valor médio mensal das rendas de casa é de 235 euros. Os encargos com aquisição de casa própria são cerca de 70% mais elevados do que os encargos com rendas.
Encargospor compra
Encargospor renda
A Câmara de Beja vai aderir ao Instituto do Território para
integrar um projeto-piloto de inovação na gestão de áreas
urbanas, que prevê criar um núcleo na cidade para participar
em projetos com vista ao desenvolvimento regional. Segundo
a autarquia, o projeto-piloto “pretende criar em Beja um
núcleo que participe ativamente” em “estudos, propostas e
projetos, que concretizem uma política de desenvolvimento
regional capaz de combater o despovoamento e a depressão
económica e social dos territórios de baixa densidade,
anulando as assimetrias regionais”. No próximo dia 11, a
partir das 15 horas, na Associação Empresarial do Baixo
Alentejo e Litoral, em Beja, vai decorrer uma reunião
entre a autarquia, o Instituto do Território e parceiros
locais, para dar início ao projeto, refere o município.
Câmara de Beja adere
ao Instituto do Território
Infografia José Serrano
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Atual
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Confraria Gastronómica do Alentejo realiza 35.º Cabido
A Confraria Gastronómica do Alentejo
realiza no próximo dia 15, no salão nobre
da Câmara Municipal de Portalegre, o seu
35.º Cabido Geral, onde serão entronizados
mais 11 novos confrades. Fundada em
março de 1994, a referida confraria, que
tem sede em Évora e “núcleos” em Beja
e Portalegre, conta atualmente com 250
confrades.
Mercado retalhista aos sábados no Parque de Feiras
Durante este mês, e até ao Natal, o Parque
de Feiras e Exposições recebe o mercado
retalhista todos os sábados, ou seja, nos
dias 8, 15 e 22. Habitualmente são apenas
realizados dois mercados, no segundo e
quarto sábados de cada mês.
“Cultura e Luta Mineira em Portugal e Espanha”
O Museu da Ruralidade em Entradas
(Castro Verde) recebe amanhã, sábado,
a partir das 14 e 30 horas, um colóquio
subordinado ao tema “Cultura e Luta
Mineira em Portugal e Espanha”, que
contará com apresentações de Miguel
Rego, Inês Fonseca e Rubén Vega García.
Do programa da iniciativa consta ainda
a apresentação de alguns testemunhos de
antigos mineiros.
IPBeja promove campanha de rastreio do VIH/Sida
O Gabinete de Apoio Psicopedagógico
do Instituto Politécnico de Beja está a
promover a campanha de rastreio do
VIH/Sida “Contra o Risco…Arrisca!!!”. A
iniciativa incluiu a apresentação do estudo
nacional “Saúde Sexual e Reprodutiva
dos Estudantes Universitários” – HBSC/
Ssreu (Equipa do Projeto Aventura Social)
e rastreios nas quatro escolas do instituto,
sendo que o próximo, e último, está
agendado para o dia 13.
Urgência do Hospital de Beja informa utentes sobre custas
O Serviço de Urgência do Hospital de Beja
começou no início da semana a entregar
aos utentes um documento, de “caráter
exclusivamente informativo”, sobre
os custos reais dos serviços e cuidados
de saúde prestados, “considerando os
recursos materiais e humanos utilizados”,
à semelhança do que já acontece, desde
agosto deste ano, em várias instituições do
Serviço Nacional de Saúde.
Caderno de encargos para a privatização da empresa não inclui infraestrutura bejense
Governo vende ANA sem aeroporto de Beja
O Gover no, em r esolução do Conselho de Ministros assinada por Pedro Passos Coelho, publicada em “Diário da República” a 14 de no-vembro, não incluiu o aeroporto de Beja no caderno de encargos da pri-vatização da ANA. A empresa pri-vada que vencer a operação pública de venda, segundo este documento, terá apenas de se preocupar com “o desenvolvimento dos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e das Regiões Autónomas”. O aeroporto de Beja, neste quadro, poderá reverter, iso-ladamente, para o Estado.
Texto Paulo Barriga
Foto José Serrano
Uma situação que contraria a von-tade do próprio diretor do aero-porto de Beja. Pedro Beja Neves,
na entrevista que concedeu à última edição do “Diário do Alentejo”, garan-tiu perentoriamente que o terminal ae-roportuário de Beja faria parte do leque de infraestruturas a alienar pelo Estado aquando da venda da ANA. “Não vejo por que é que outra empresa privada que vai comprar a ANA se desmotive do ae-roporto de Beja. Só temos exemplos de motivação”, afirmou.
Uma garantia que também foi avan-çada ao “DA” pelo secretário de Estado Adjunto do Primeiro Ministro. Carlos Moedas, em entrevista publicada a 12 de outubro último, assegurou que o ae-roporto de Beja deveria “fazer parte do cluster nacional aeronáutico”. E adian-tou mesmo que esta infraestrutura “deve ser olhada sobretudo como parte de um
todo integrante da realidade nacional”. “Obviamente”, argumentou, “o Governo terá isso em consideração no âmbito do processo de privatização da ANA que está em curso”.
O que, de facto, não veio a acontecer na resolução do Conselho de Ministros n.º 94-A/2012. Aliás, foi o próprio Governo, por despacho do secretário de Estado dos Transportes, Obras Públicas e Comunicações, publicado a 5 de junho de 2012 em “Diário da República”, que promoveu um grupo de trabalho com vista a apresentar soluções e recomen-dações para o uso futuro e desenvolvi-mento do aeroporto de Beja. Esta equipa, formada por diferentes entidades regio-nais e nacionais, foi presidida pelo em-presário social-democrata bejense, João Paulo Ramôa.
Este grupo de trabalho, em linha com as perspetivas da administração da ANA, concluiu que, numa primeira fase, o aeroporto de Beja deveria apostar for-temente na área industrial. E, desde en-tão, pelo menos quatro empresas na área da mecânica e da reciclagem de aerona-ves mostraram interesse em instalar-se em Beja. Como é o caso da Aeromec e da AeroNeo, com investimentos estimados a rondar os 20 milhões de euros.
O presidente da Câmara de Beja, Jorge Pulido Valente, chegou mesmo a referir aos jornalistas que o processo de priva-tização da ANA estava a “atrasar o pro-cesso de instalação destas empresas em Beja”, uma vez que não era conhecida a forma como os terrenos iriam ser cedi-dos a estas unidades industriais, critério imprescindível para a banca fornecer fi-nanciamento aos projetos.
Com a desanexação do aeroporto de Beja da parte negociável da ANA é criado um verdadeiro vazio em relação ao futuro desta infraestrutura. A rever-são para o Estado tornará ainda mais lo-calizado e desarticulado um aeroporto que tem servido de bola de pingue-pon-gue entre os últimos dois governos da Nação.
João Paulo Ramôa, coordenador do grupo de trabalho para o aeroporto, disse aos jornalistas não acreditar “que os fu-turos acionistas da ANA não vejam o ae-roporto de Beja, na sua perspetiva indus-trial, como uma mais-valia de negócio”. Mas não deixou de salvaguardar que, se por algum motivo isso não viesse a acon-tecer, o aeroporto deverá reverter para o Estado “e ter a participação de entidades da região”.
Sobre esta matéria, o deputado so-cialista Luís Pita Ameixa dirigiu ao pri-meiro-ministro, no passado dia 4 de de-zembro, a seguinte pergunta: “Qual a política do Governo para o aeroporto ci-vil de Beja?” Ameixa adiantou ainda que “o abandono do projeto de desenvolvi-mento do aeroporto de Beja na rede de infraestruras aeroportuárias nacionais, face ao que se passou anteriormente, in-clusive com a criação de um grupo de trabalho, parece insólito e cria natural estupefação”.
O aeroporto de Beja custou ao Estado 33 milhões de euros e resulta do aprovei-tamento para fins civis da pista de avia-ção da Base Aérea n.º 11. O primeiro voo realizou-se para Cabo Verde a 13 de abril de 2011. E, desde então, ocorreram mais cerca de três mil voos a partir da pista alentejana.
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O presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo justif icou recente-
mente a falta de reumatologistas nos hospitais da região com a dificuldade em captá-los, referindo que o número daqueles especialistas em Portugal é “pequeno”.
“Não há reumatologistas [nos hos-pitais do Alentejo] porque, provavel-mente, ainda não se conseguiu captar” aquele tipo de especialistas para a re-gião, “uma vez que o número de reu-matologistas [em Portugal] é pequeno”, disse à Lusa José Robalo.
“Habitualmente”, os hospitais do Alentejo têm médicos especialistas em medicina interna, que “fazem a valên-cia de reumatologia”, explicou, refe-rindo que a ARS do Alentejo, no último pedido que fez para saber o número de especialistas necessários nos hospi-tais da região, só recebeu um pedido, do Hospital de Évora, para uma vaga de reumatologia.
José Robalo reagia às declarações da presidente do Instituto Português de Reumatologia (IPR), Eugénia Simões, que no final da semana passada tinha dito à Lusa que “não há um único reu-matologista em todo o Alentejo”, su-blinhando tratar-se de uma região onde as doenças reumáticas são muito
prevalentes.Eugénia Simões lamentou a “resis-
tência” da ARS do Alentejo em enviar doentes para o IPR, instituição que há anos recebe utentes do Serviço Nacional de Saúde, cobrando “um preço inferior aos hospitais do Estado”.
“Não há nenhum preconceito [da ARS do Alentejo] em relação ao IPR e os doentes que é necessário enviar serão enviados e nós pagamos, que é aquilo que temos feito até agora, mesmo em doentes que têm estado internados”, re-agiu José Robalo.
Segundo informações apuradas pela Lusa, nenhum dos seis hospitais do Alentejo tem médicos reumatologistas e alguns doentes são tratados por clínicos de medicina interna ou aguardam trata-mento, mas nas unidades de Portalegre e Elvas há especialistas em doenças au-toimunes, como a artrite reumatoide.
A Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, que integra os hospitais de Beja e Serpa, por exemplo, “nunca” dis-pôs, “não dispõe” e “não tem que dis-por” de reumatologistas, disse à Lusa a presidente da instituição, Margarida da Silveira. Segundo a responsável, os doentes da área de inf luência da Ulsba quando precisam de consultas de reu-matologia “são referenciados para o Instituto de Reumatologia em Lisboa”.
JOSÉ CÂNDIDO CHÍCHARO & FILHO, LDA.Rua D. Afonso III, Ed. Toyota, Apart 76 7800-050 Beja Tel. 351284311410/12 Fax 351 284 311 419 jcctoyota@mail.telepac.pt
FRANCISCO FERNANDES (chefe de vendas) Telemóvel +351 961 338 937
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“Estamos a tomar decisões importantes para a cidade de Beja”A Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) assinou com
a Refer a cedência de instalações para construir
uma residência para a terceira idade. Dado este
passo, o que se segue?
Este contrato vai permitir fazer um projeto de alterações àquele edifício para lá instalar os idosos que temos nas outras duas estruturas, e até outros que apareçam entretanto. A capaci-dade desta nova estrutura residencial é de cerca de 60 indivíduos – os que temos acordo com a Segurança Social – e vai também continuar a apoiar mais 40, que se encontram em regime domiciliário.
Que tipo de equipamentos vai ter a nova
residência?
Vai ter todas as condições de uma estrutura re-sidencial, a funcionar durante 24 horas por dia. Vamos assistir a uma melhoria muito significa-tiva das condições. Hoje os utentes estão em dois edifícios muito antigos no centro da cidade, com diversas barreiras arquitetónicas que lhes limita o dia a dia, e vão passar para um sítio com to-das as condições, como por exemplo, um jar-dim. As novas tecnologias também irão permi-tir que através do skipe, ou de outra ferramenta informática, possam contactar com os seus fa-miliares, até porque muitos deles são de outros distritos.
E em termos de funcionários. Vão ter necessi-
dade de contratar mais pessoas?
Em princípio não. Os postos de trabalho serão os mesmos. Nós hoje já temos a trabalhar nos la-res cerca de 50 funcionários, e serão esses que se vão manter na nova estrutura, porque as outras serão para desativar.
Numa altura de crise como a que atravessamos,
quando se anunciam projetos destes, a grande
questão é o financiamento. Já está assegurado?
Ainda não está assegurado. Isso é a segunda fase. A primeira era termos instalações passí-veis de serem alteradas e fazermos o projeto, que já está terminado. Agora estamos a tratar do financiamento. Até ao próximo dia 17 en-contram-se abertas as candidaturas para o pro-grama InAlentejo, no qual contamos assegurar cerca de 60 por cento do financiamento, sendo que o restante será garantido por fundos pró-prios da Cruz Vermelha Portuguesa.
Já pode avançar com uma data para a entrada
em funcionamento da residência?
Contamos que, caso consigamos o financia-mento do InAlentejo, durante o primeiro tri-mestre de 2014 se assista à abertura da nova estrutura.
E até lá a instituição continuará a funcionar
como até aqui…
Queremos garantir que haja continuidade. Há uma questão fundamental que interessa refe-rir. Nós estamos a tomar decisões importantes, até para a cidade de Beja. Para além dos 53 fun-cionários, dependem destas estruturas as 60 fa-mílias dos utentes residentes, e outras 40 de ido-sos, que estão em casa com apoio domiciliário. Com a atual situação do País, se se perdesse este suporte iríamos colocar em risco centena e meia de famílias. Isto é uma coisa muito importante, talvez mais importante do que o dinheiro que se pode investir. Temos mesmo de fazer este es-forço, porque caso não mudemos de instalações vai ser muito complicado, a médio prazo, man-ter os lares a funcionar. AF
José Tadeu de FreitasDelegado da Cruz Vermelha Portuguesa em Beja
Doentes de Beja são referenciados para o Instituto de Reumatologia em Lisboa
ARS do Alentejo não consegue
contratar reumatologistas
O presidente nacional da Cruz Vermelha Portuguesa, Luís Eduardo
da Silva Barbosa, deslocou-se a Beja, no passado dia 28 de novembro,
para assinar com a Refer o contrato de cedência das instalações, onde
no próximo ano nascerá uma nova residência para a terceira idade.
O edifício situa-se na rua D. Afonso III e, em tempos, albergou a
Escola Superior de Tecnologia e Gestão. A abertura do novo espaço
de apoio a idosos está prevista para o primeiro trimestre de 2014.
Cruz Vermelha
vai ter novas instalações
em Beja
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Movimento “Por Beja com Todos” em busca de nova gente
Cidadãos escolhem candidatos aos órgãos autárquicos para 2013
O movimento independente “Por Beja com Todos” começou na segunda --feira a convidar os munícipes a par-ticiparem na escolha dos principais candidatos aos órgãos autárquicos do concelho a apoiar pelo movimento nas eleições autárquicas de 2013.
“Tendo em conta a importância atribuída à democracia parti-cipativa”, o movimento con-
vida “todos os cidadãos do concelho de Beja a participarem na escolha dos princi-pais candidatos aos órgãos autárquicos” a apoiar pelo movimento, refere o “Por Beja com todos”, em comunicado.
O convite à participação dos cidadãos está a ser feito através do “blogue e da pá-gina no Facebook do “Por Beja com Todos” e de órgãos de comunicação social, expli-cou Luís Miguel Ricardo, da comissão di-namizadora do movimento.
Durante este mês, explicou, os interes-sados podem propor, através do correio eletrónico do movimento (porbejacomto-dos@gmail.com), nomes de candidatos a candidatos aos cargos de presidente da Câmara e da Assembleia Municipal e de
presidentes das juntas de freguesia de Beja a apoiar pelo “Por Beja com Todos”.
Em janeiro, a partir das propostas, com base em critérios definidos e consoante o interesse das pessoas cujos nomes foram propostos para se juntarem ao “Por Beja com Todos” e serem candidatos, os órgãos dirigentes do movimento irão selecionar alguns dos nomes para serem candidatos a candidatos aos órgãos autárquicos, expli-cou Luís Miguel Ricardo.
Em fevereiro, os nomes dos selecio-nados para candidatos a candidatos pelo movimento irão ser divulgados publi-camente e submetidos à votação final dos cidadãos, que será feira através da Internet e, se possível, de uma urna itine-rante, explicou.
Após a votação, os órgãos dirigentes do movimento irão divulgar os nomes mais votados e que serão os candidatos a apoiar pelo Movimento “Por Beja com todos” a cabeças-de-lista à Câmara, à Assembleia Municipal e às assembleias de freguesia de Beja.
O “Por Beja com todos” foi apresentado no passado dia 3 de novembro, em Beja, e pretende construir “um projeto alternativo,
independente, concretizável a quatro anos e ajustado à realidade dos tempos atuais” para o concelho de Beja.
Segundo Luís Miguel Ricardo, o pro-cesso de criação do movimento começou em abril deste ano, “num encontro de meia dúzia de pessoas”, que “se juntaram para refletir sobre o estado do concelho e a ação da Câmara de Beja”.
Do encontro “resultou a necessidade de criar um movimento independente e plu-ral, que promovesse a análise, a reflexão e a discussão do concelho de Beja, tendo fi-cado “em aberto” a hipótese de uma candi-datura independente à autarquia, “assente num verdadeiro projeto alternativo aos dos partidos políticos tradicionais, pau-tado por ideias, pessoas e convicções pro-venientes de todos os quadrantes da socie-dade”, explicou.
Na génese do “Por Beja com to-dos”, precisou, estiveram o antigo presi-dente da Câmara de Alvito e ex-militante do PCP José Lopes Guerreiro, que coor-dena o movimento, o deputado do Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal de Beja, José Pedro Oliveira, e a professora Gina Mateus.
Estágios têm a duração de nove meses
Jovens licenciados dinamizam cinco aldeias do Alqueva
Setúbal, Algarve, Baixo Alentejo e Lezíria são as zonas mais afetadas pela crise De acordo com um estudo do Instituto de Ciências Sociais (ICS) apresentado no final da semana passada em Lisboa, a Península de Setúbal, o Algarve, parte do Baixo Alentejo e da Lezíria são as regiões do País mais afe-tadas pela crise. O estudo “Geografia da Crise”, apresentado pelo
investigador do ICS e especialista em Geografia João Ferrão, com-para a situação das famílias e das empresas nos 278 municípios do continente em dois diferentes períodos: numa época de pré-crise (entre 2005/2007) e na fase inicial da crise (2009/2010). De acordo com a investigação do professor da Universidade de Lisboa e ex --secretário de Estado do Ordenamento do Território, “as empresas
são mais sensíveis à crise do que as famílias”, revelou. Em apenas cinco anos, a situação das empresas agravou-se em 166 municí-pios (mais de 60 por cento do total) enquanto a vida das famílias piorou em 79 municípios (28 por cento). Numa análise conjunta de famílias e empresas, a crise atingiu principalmente a Península de Setúbal, o Algarve, parte do Baixo Alentejo e a Lezíria.
A Câmara de Aljustrel vai promover, ao segundo domingo de cada mês, entre as 10 e as 13 e entre as 14 e as 18 horas,
no Pavilhão Municipal de Desporto “Armindo Peneque”, um dia desportivo para o público em geral. Segundo a
autarquia, através da prática de atividades desportivas, os munícipes poderão passar um dia animado, reforçando
ou criando laços desportivos entre família e amigos, contribuindo também para a melhoria do seu bem-estar e
autoestima. No pavilhão serão montados vários minicampos de diferentes modalidades, circuitos para patins,
insufláveis, entre outras atividades, e haverá ainda música. Todas as atividades e equipamentos colocados à
disposição pelo município irão ter o acompanhamento ou supervisão de técnicos de desporto da autarquia.
Câmarade Aljustrel
promove domingos desportivos para
a população
Natal 2012 em Ourique Decorre este fim de semana, dias 8 e 9,
em Ourique, a recolha de alimentos para
o projeto “Campanha de Natal 2012”.
A iniciativa é promovida pela câmara
municipal e conta com o apoio das juntas
de freguesias do concelho e do comércio
local.
Compras de Natal em BejaA Câmara Municipal de Beja lança
amanhã, sábado, uma campanha para
promover compras de Natal no comércio
tradicional, que inclui um espaço onde
será possível embrulhar presentes e trocar
recibos de compras por cupões para um
sorteio. O “Espaço Natal” vai funcionar
com o apoio de jovens voluntários entre
sábado e 6 janeiro, no antigo posto de
turismo de Beja, situado na área abrangida
pela campanha, ou seja, a principal zona
comercial da cidade, conhecida como as
Portas de Mértola.
Passatempo em MértolaCom o objetivo de promover, incentivar
de dinamizar as compras de Natal no
comércio local da Vila Museu, a Câmara
Municipal de Mértola promove até ao dia
21 um passatempo com o lema “Neste
Natal encontre o Pai Natal e ganhe vales de
compras”. Os prémios “serão atribuídos
pelo Pai Natal que estará nas proximidades
dos estabelecimentos comerciais da vila,
em dias pré-definidos pela autarquia”, e
que “irá abordar os clientes e questioná-los
sobre o comércio local”.
Moura integra deficientesA Câmara Municipal de Moura e a
Associação Portuguesa de Pais e Amigos
do Cidadão Deficiente Mental (Appacdm)
renovaram no início da semana o protocolo
entre as partes que visa a integração
de utentes da instituição em serviços
da autarquia. Através do protocolo,
a autarquia e a Appacdm pretendem
“preparar” pessoas com deficiência mental
para “a vida ativa e uma integração mais
efetiva na sociedade”.
Ferreira contra “extinção”A Câmara de Ferreira do Alentejo
decidiu manifestar junto da Assembleia
da República a sua “total discordância”
com a “extinção” de duas freguesias
rurais do concelho, o que terá como
“consequências” a “desertificação e a
desumanização” do território. A extinção
das freguesias rurais de Peroguarda e
Canhestros “elimina um importante
valor histórico, patrimonial e cultural,
assim como uma atividade económica e
social essencial ao desenvolvimento das
populações”, considera a autarquia.
Quinze jovens licenciados estão a estagiar, desde segunda-feira e durante nove meses, em cinco al-
deias ribeirinhas do Alqueva para cria-rem negócios capazes de dinamizar a economia das localidades e as potencia-lidades criadas pela albufeira.
At r avé s d o proj e to “A ld e i a s Ribeirinhas do Grande Lago Alqueva”, os jovens foram distribuídos por quatro aldeias do distrito de Évora – Capelins (Alandroal), Luz (Mourão), Alqueva (Portel) e Campinho (Reguengos de Monsaraz) – e uma do distrito de Beja – Povoa de São Miguel/Estrela (Moura).
De acordo com a Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), uma das promotoras, o
projeto pretende procurar “soluções ino-vadoras e sustentáveis” para “dinamizar económica, social e culturalmente” as al-deias e “as potencialidades criadas pelo Grande Lago Alqueva”.
Para tal, os 15 jovens licenciados em várias áreas vão fixar-se durante nove meses nas cinco aldeias, onde, através dos estágios profissionais, irão desenvol-ver as suas competências e “envolver-se na vida” das localidades para “perceber” as suas potencialidades e criar negócios e projetos empresariais sustentáveis a longo prazo.
Os negócios e os projetos empresa-riais, que deverão potenciar os recursos, a cultura e as tradições locais e ser uma “mais-valia” para as cinco aldeias, terão
de ser criados através de uma “estratégia coerente e fortemente articulada com as populações e os recursos endógenos”.
O trabalho desenvolvido pelos 15 jo-vens licenciados, que irão receber uma bolsa do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), será acompanhado diariamente por um orientador de está-gio e apoiado por duas comissões, uma técnica e outra de acompanhamento.
O projeto é também promovido pela Associação Transfronteiriça dos Municípios das Terras do Grande Lago Alqueva e tem como parceiros os mu-nicípios de Alandroal, Moura, Mourão, Portel e Reguengos de Monsaraz, a Universidade de Évora e a Delegação Regional do Alentejo do IEFP.
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Disco
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“Chão” é o primeiro disco do grupo coral As Ceifeiras, de Entradas. “Foi deste
‘Chão’ que nascemos. É dele que um dia quase todos partimos. É a ele que muitos regressamos e é nele que queremos morrer”. É assim que Napoleão Mira, que ficou com a res-ponsabilidade da produção-execu-tiva do CD, começa por o descre-ver. E completa: “‘Chão’ é pão, que às vezes sabe a solidão e em tempos de inspiração fazemos dele a nossa canção”.
E foi sobre o chão de Entradas que encontrámos As Ceifeiras an-siosas pela chegada do dia de ama-nhã, sábado, dia de apresentação do seu primeiro trabalho gravado. A cerimónia acontece no Centro Recreativo de Entradas, pelas 17 horas.
Bárbara Tomé encarrega-se das apresentações. É ela que toma a dianteira, mas só porque é necessá-rio existir, muitas vezes, uma porta --voz. E para que não restem dúvidas defende: “Alguém tem de represen-tar o grupo em certas tarefas”. E vai direta ao assunto: “As Ceifeiras, no fundo, acabam por ser uma ho-menagem aos antigos Ceifeiros de Entradas, que, infelizmente, dei-xaram de cantar em grupo. É ex-tremamente importante preservar o cante. É uma cultura que vem de dentro das pessoas e que faz parte de nós. É um símbolo do Alentejo. Resolvemos associar-nos e preser-var este património que é de todos”. E Napoleão Mira reforça a ideia: “Não existe futuro sem memória. Os Ceifeiros, desses idos anos 60, deram lugar a outros, nos anos 80, e passadas outras duas ou três dé-cadas a história repete-se, agora em versão feminina. Se não tivessem
existido Os Ceifeiros, se ca lhar As Ceifeiras também não teriam nascido”.
E os laços são tantos que este disco contempla um “dueto” com os antigos Ceifeiros, a partir de um disco com quase 50 anos. “No pri-meiro tema procurámos imaginar um reencontro entre ceifeiros e cei-feiras num qualquer entardecer dum desses verãos das nossas vi-das. Gosto bastante do resultado e da simbologia dessa virtual passa-gem de testemunho e de responsa-bilidade”, adianta Napoleão Mira.
O disco é produzido pela Cortiçol – Cooperativa de Informação e Cultura de Castro Verde, até porque As Ceifeiras integram o departa-mento cultural, e conta com o apoio da Câmara Municipal de Castro Verde e da Junta de Freguesia de Entradas.
“Na sua essência este é um disco de modas alentejanas, mas nós, na Cortiçol, não queríamos que fosse apenas isso”, confessa o produtor - -executivo. E explica: “Surgiram algumas ideias que colocámos em prática. A primeira foi a de não co-locarmos as letras das modas, mas sim convidar 12 pessoas para des-construírem o poema original e, à sua maneira, o rescreverem num outro ambiente literário, o que, em meu entender, excedeu as ex-petativas iniciais”. E o desafio foi aceite por Alexandra Contreiras, António Jerónimo, António José Brito, António Lúcio, Carlos Pinto, Fernando Caeiros, Fi lipe Pratas, José Colaço Guerrei ro, Ma r ia Lucília Costa, Paulo Barriga, Paulo Nascimento, Vítor Encarnação, José Quirino e João Pestana.
Mas há mais. “Ao nível da mú-sica, lançámos um desaf io ao
maestro António César, o de criar uma peça para uma das modas. E a escolha recaiu sobre o tema “Verão”. Aqui também fomos surpreendidos pelo resultado da mistura das vo-zes com o piano, que, se não é o ca-samento perfeito, é decerto de forte conveniência”.
Este disco insere-se nas come-morações dos 500 anos da entrega do foral de Entradas e Bárbara Tomé diz que a efeméride também não foi esquecida. “Na ‘Moda do Foral ’ o maestro acompanha-nos com o adufe, que se mistura com o som das nossas botas”. E não es-quece quem também está na ori-gem de tudo. “O nosso ensaiador, o David Pereira, tem sido inexcedível. É um bom exemplo do que os jovens da região conseguem fazer pelo pa-trimónio da sua terra. Pelo patri-mónio de gerações”.
O cante volta a estar no centro do mundo, que é Entradas, e a ecoar pelas ancestrais ruas da terra. “O Museu da Ruralidade de Entradas é também o núcleo da oralidade de que o cante faz parte. Agora, com o lançamento deste trabalho dis-cográfico, As Ceifeiras fecham um ciclo, ao mesmo tempo que se es-cancaram as portas de um outro: o do crescimento e da afirmação do cante das mulheres de Entradas”, considera Napoleão Mira. E con-clui: “Este é um momento de afir-mação das mulheres de Entradas. Um momento de grande importân-cia para uma pequena vila longe das luzes da ribalta. Para o conce-lho e para a região também o se-rão, porque não podemos dissociar uma coisa da outra. Afinal, somos o mesmo povo. Pisamos o mesmo chão. Somos carne do mesmo algui-dar, massa do mesmo pão”.
As Ceifeiras apresentam “Chão”
O cante das mulheres de Entradas
As Ceifeiras de Entradas apresen-tam o seu primeiro disco. Um disco que integra 12 textos originais de 12 convidados e duas interpreta-ções exclusivas. Uma acompa-nhada ao piano e outra em dueto com os antigos Ceifeiros da terra. A estreia acontece já amanhã.
Texto Bruna Soares Foto José Serrano
Mértola mostra “Retrospetiva” da pintora belga Luce HeylenA exposição “Retrospetiva”, de Luce Heylen, uma pintora belga
residente no concelho de Mértola desde 1992, está patente ao
público até ao final do ano na Casa das Artes Mário Elias, em
Mértola. Luce Heylen, natural de Meerhout, uma pequena
vila rural situada no norte da Bélgica, onde nasceu em 1930,
estudou pintura na Academia das Belas Artes de Bruxelas nos
anos 60 do século XX e durante as décadas de 70 e 80 participou
em várias exposições de pintura naïf.
Roberto Santandreu expõe “Reflexões na Patagónia” em Castro Verde“Reflexões na Patagónia” é o título de uma exposição de
fotografia da autoria de Roberto Santandreu que pode ser vista
no Fórum Municipal de Castro Verde até ao dia 12 de janeiro de
2013. A mostra, uma organização da Câmara de Castro Verde,
em parceria com a Câmara de Beja – Galeria dos Escudeiros,
é constituída por um conjunto de fotografias baseadas na
Patagónia. Trata-se “de um olhar particular do fotógrafo
chileno quando regressava das Torres del Paine, magníficas
montanhas situadas no sul da cordilheira dos Andes, e se deteve
em Puerto Natales, província da Patagónia chilena denominada
Última Esperanza. Enquanto esperava para seguir viagem para
outra localidade olhou, refletiu e registou o que se lhe afigurava
como verdadeiramente interessante”, esclarece a organização.
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OpiniãoTurismo não rima com termalismoJosé Manuel Basso Médico hidrologista
1.Os números vindos a público referentes à estatística do movimento de utilizadores das estâncias termais relativo ao primeiro semestre de 2012 mostra um balanço negativo e uma situação preocupante nos (infel izmente apenas dois) balneários do Alentejo. Em Cabeço de Vide (concelho
de Fronteira) a quebra é significativa, caminhando para pouco mais de metade do que já foi. De Nisa, misteriosa-mente, o inventário estatístico oficial nem faz referência, mas os números que se conseguem conhecer atiram para um recuo de 30 anos!
2. A crise do termalismo é nacional e tem na sua base múltiplos fatores que não cabe escalpelizar neste escrito. Só que a situação do termalismo alentejano (por desaten-ções, desinteresses e incapacidades, apenas com dois esta-belecimentos quando poderiam e deveriam, nesta altura, ser sete) está num estado muito mais gravoso que a média nacional. Contribuem para isso a falta de estratégia global e de cooperação entre as entidades concessionárias, falhas clamorosas de gestão, baixa qualidade de atendimento e atenção aos curistas, intervenção médica não reconhecida como valor acrescentado real pelos utentes mais “expe-rientes”, absoluta ausência de investigação (mesmo a mais básica),política de preços inadequada, etc.
3. No etc. cabe a ausência de uma promoção qualifi-cada do produto. Da responsabilidade, antes do mais, das unidades gestoras, tanto mais que são de natureza pública. Mas muito da falta de atenção (para ser “sim-pático”) que a Entidade Regional de Turismo manifesta pelo setor, que é dos poucos que pode fixar populações forasteiras por um período médio acima de uma semana, com o que isso pode representar nas economias locais.
4. A propósito do recente desmantelamento de estru-turas próprias para a promoção do Alqueva e Alentejo litoral, com a sua previsível integração, a Entidade Regional de Turismo garantiu de imediato (e bem) que não haveria prejuízo para a divulgação dos produtos la-zer e balnear (praia). Importa acentuar que, mesmo com a situação atual, nas termas os curistas deslocados per-manecem, mediamente,12 dias, tempo superior à esta-dia na praia nos tempos que correm.
5. É chocante passar os olhos pelas newsletters da Turismo do Alentejo e, meses seguidos, não haver uma referência promocional ao termalismo (por muito ele-mentar que seja). Desta forma, mesmo regionalmente, muita gente julga só poder fazer cura termal no Luso ou em São Pedro do Sul. Infelizmente isto não é exagero! Assim, não se cria uma cultura de valorização do uso (terapêutico e turístico) da água mineral medicinal e de consciencialização do contributo que, como nenhum ou-tro setor, pode dar para animar vários segmentos da vida local e regional.
6. Nos últimos 20 anos, a região recebeu muitos mi-lhões de euros (isso mesmo!) de ajudas nacionais e eu-ropeias para desenvolver o termalismo. Tanto dinheiro gasto e os resultados são aqueles que motivam esta ref le-xão! Porque, sendo verdade, é justo prosseguir na recla-mação, desta forma, perde-se moralmente a razão para protestar contra a falta de apoios que o País político cen-tralizado nos concede.
Idiotia e (in)felicidadeAna Paula Figueira Docente do ensino superior
Não se espante (…) o leitor de que um qualquer idiota possa, ao mesmo tempo, ser feliz. É até assaz cor-rente. Há idiotas que se consideram inteligentís-simos, o que é uma forma muito comum de idiotia, e extraem dessa certeza al-guma felicidade, aquela
maneira de felicidade que consiste em uma pessoa se jul-gar muito superior às que a rodeiam. O leitor gostaria de ser ministro ou secretário de Estado? Pois fique sabendo que há quem goste, embora – será justo dizê-lo – tam-bém há quem o seja a contragosto, por dever partidário ou patriótico.
No livro com o fantástico título Uma Coisa em Forma de Assim, Alexandre O’Neill disserta brevemente sobre este tipo de gente que assola cada vez mais a so-
ciedade. Diz o dicionário que um idiota é um indi-víduo incapaz de coorde-nar ideias, um pateta, um parvo, alguém que denota estupidez; se for crente, se não revelar capacidade para questionar o que lhe é apresentado/imposto como verdadeiro, (quando – como é sabido - a ver-dade não está com nin-guém), isto é, se recusar pensar, torna-se fatal. Não obstante, há idiotas que são felizes! Deste modo, a questão fulcral – aliás, explanada por O’Neill – é perceber aquilo que, à par-tida, parece ser um con-trassenso, ou seja, como é que a idiotia e a felici-dade conseguem conviver de uma forma tão harmo-niosa. Pois bem, sendo a vida de todos e de cada um de nós feita de mel e tra-vos e se aceitarmos a feli-cidade como o sentimento de conformidade entre as condições internas e ex-ternas da vida, da congru-ência entre o indivíduo e o meio social, tal como Pessoa a conceptualiza, diria que a felicidade per-feita não existe, na medida em que é impossível essa
correlação realizar-se na sua plenitude. Ficamos, assim, reduzidos a momentos de felicidade, tantos mais quanto menos tomarmos a sério a sorte da Humanidade… Eis a razão pela qual os idiotas podem ser felizes: não conse-guem perceber – e menos ainda compreender – que há vida para além da monotonia das próprias vidas, do seu umbigo, da sua pequenez. Isso oferece-lhes um indiscu-tível bem-estar! E idiotas infelizes? Também os há! A es-tes ainda lhes dou crédito! No limite, o facto de terem a
consciência de que são idiotas e de que são infelizes o que me parece ser já um princípio para o deixarem de ser. A chave da mudança volta sempre a ser a mesma: rejeitar a inércia e a inépcia de não pensar! De qualquer modo, Alexandre O’Neill continua dizendo: Os idiotas, de modo geral, não fazem um mal por aí além, mas, se detêm poder e chegam a ser felizes em demasia podem tornar-se peri-gosos. É que um idiota, ainda por cima feliz, ainda por cima com poder, é, quase sempre, um perigo.
Oremos.Oremos para que o idiota só muito raramente se sinta
feliz. Também, coitado, há-de ter, volta e meia, que sen-tir-se qualquer coisa.
Por decisão pessoal, a autora do texto não escreve se-gundo o Novo Acordo Ortográfico
Natal é sempre que o homem quer Manuel António Guerreiro do Rosário Padre
É sobejamente conhecida esta frase, cujo conteúdo subscrevo sem hesi-tar. O Natal, com efeito, convida--nos a mergulhar dentro do nosso ser e a trazer à tona o que de me-lhor há em nós, e é certamente muito aquilo que somos capazes de fazer, se abrirmos o coração e per-cebermos que a felicidade passa também pelo dar e dar-se.
Apesar deste ano a crise, pelas suas nefastas e trans-versais consequências, poder vir a fragilizar a capaci-dade de partilha de muitos portugueses, há, contudo, sinais desconcertantes que atestam ter aumentado a ge-nerosidade e sido superadas as melhores expectativas. Penso poder justamente concluir que esta é a verdadeira e profunda alma do povo português: humanista, solidá-rio, sensível, capaz de se superar a si próprio, em especial nos momentos mais difíceis e exigentes.
Como é óbvio, urge ref letir seriamente sobre as cau-sas que nos arrastaram para a crise, missão que deixo para os especialistas. Como cristão que procura estar atento ao que se passa no mundo, penso, porém, de-ver afirmar que não podemos continuar a ser governa-dos por uma economia sem regras, que não esteja ao serviço do Homem, que o reduza a uma mera variante, qual peça duma despersonalizada, complexa e cega engrenagem.
No Evangelho, Cristo previne-nos para a tentação do endeusamento do dinheiro e de tudo o que ele representa. Sem regras e sem valores, corremos o risco de se impor a lei do “vale tudo” e o Homem quase desaparece, torna- -se uma coisa, um número, um meio e nunca um fim. Faz, por isso, todo o sentido a afirmação do Papa Bento XVI, na encíclica Caritas in Veritate: o Homem deve es-tar no centro do desenvolvimento. Convicção já ante-riormente defendida por Papa Paulo VI na emblemática frase: o desenvolvimento deve ter como objetivo “o ho-mem todo e todo o homem”.
Façamos do Natal ocasião para ref letirmos sobre o es-sencial e o essencial é o Homem. Sem ele não há futuro; há ilusão e mais crises!
Um santo Natal.
Eis a razão pela qual os idiotas podem ser felizes: não conseguem perceber – e menos ainda compreender – que há vida para além da monotonia das próprias vidas, do seu umbigo, da sua pequenez. Isso oferece-lhes um indiscutível bem-estar! E idiotas infelizes? Também os há! A estes ainda lhes dou crédito!
14 Será que é desta que todos vamos cantar a uma única voz? Esperemos sinceramente que sim. A candidatura
do CANTE ALENTEJANO a Património da Humanidade está muito bem encaminhada, foi melhorada e está em marcha o plano de salvaguarda para esta que é a nossa mais profunda e enraizada expressão cultural coletiva. Depois do fado, está na hora de o mundo escutar o cante. PB
É preciso lembrar que o ainda controlo sindical das manifes-tações impede o crescendo da violência e isola grupos ex-tremistas. Na verdade, pelos sindicatos resta a esperança da margem negocial, e o desespero pode ser catalisado em con-testação legítima. Filipe Pathé Duarte, “Diário de Notícias”, 5 de dezembro de 2012
O Orçamento do Estado para 2013 é uma mentira. A última avaliação da troika sobre o programa de ajustamento, cujos peri-gos foram postos em relevo pelo FMI logo a seguir, é outra. E Passos, o pai delas todas, é agora servo de três senhores: Hayek para o consumo interno, Keynes para serviço externo e Gaspar para sempre.
Santana Castilho, “Público”, 5 de dezembro de 2012
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Como toda a gente, também tenho uma sugestão para reduzir a despesa. Proponho que Portugal venda uma autoestrada para o Porto. Temos três, e não precisamos de todas. Há de haver um país que esteja interessado numa autoestrada para o Porto. Não há nenhuma autoestrada para o Porto no Canadá, por exemplo. Nem na Noruega. (Eu confirmei estes dados.) São países ricos, aos quais uma autoestrada para o Porto pode dar jeito. Fica a proposta. Não é a mais absurda que já vi.
Ricardo Araújo Pereira, “Visão”, 29 de novembro de 2012
15O MUSEU REGIONAL DE BEJA passa por um processo de degradação física, patrimonial, moral inconcebível e a
todos os níveis inaceitável. Na sala que guarda as suas principais riquezas, a coleção de arte antiga, não se caminha, navega-se, tal a quantidade de goteiras e infiltrações que a atingem. Ao mesmo tempo que o resto do edifício se esboroa sem que ninguém responsável tenha a dignidade de dizer: basta! PB
E, de repente, os americanos querem levantar voo, definitivamente, da base das Lages. Deixando para trás uma
pegada social e económica nunca, por certo, ali anteriormente vista. Não há muitos anos aconteceu o mesmo com a debandada dos alemães da BASE DE BEJA. Cidade que, ainda hoje, em muitos aspetos, procura reidentificar-se consigo própria. PB
Mau tempo em Pereiras-GareAníbal Mendes Simão Pereiras-Gare
Passou por aqui hoje, 16 de novembro, uma grande tempestade com muita chuva, acom-panhada de muitos trovões e ventos fortes. Santa Bárbara não teve força para impedir a tragédia, porque o demónio mostrou-se mais forte e por vingança cortou a estrada 1 190 que liga esta aldeia ao resto do País.
Não se sabendo por agora quanto tempo levarão as entidades competentes a colocarem o nome de “via livre” na estrada municipal 1 190.
Já vários jornais publicaram que esta aldeia não é servida por transportes ro-doviários e nem ferroviários, adiantando mais: foi pedida a extinção da freguesia de Pereiras-Gare, conforme votação no dia 10 de novembro de 2012, só falta agora o diabo dizer pelas juras feitas, não vos quero aqui.
Limpeza da ribeiraDiamantino António Funcheira
É uma vergonha para as entidades respon-sáveis pela limpeza da ribeira de Gastão, em Funcheira. A referida ribeira encontra--se entupida de arbustos de toda a espécie. Quando da grande cheia, em 16 de novem-bro de 2010, a ribeira aumentou de volume por causa dos tais arbustos que impediam a passagem da água, dando origem a inun-dações nas habitações. As entidades respon-sáveis não têm nenhuma responsabilidade pela segurança das pessoas, o que mais lhes interessa é receberem o dinheiro dos impos-tos para entregarem aos papões da troika.
Pobretes, mas alegretesManuel Dias Horta Beja
Dizia o saudoso ator Raul Solnado que o que mais o estimulava, quando estava em cena, era ouvir uma gargalhada espontâ-nea e solitária vinda do silêncio da plateia. Dizia ele que se estabelecia uma empatia entre atores, texto e público.
Enfastiam-me aqueles sujeitos que tra-zem os bolsos cheios com pacotes de anedo-tas sobre alentejanos, a maior parte delas sem ponta por onde se lhe pegar. E só por uma questão de boa educação é que não se deixam tais sujeitos a falar para os peixinhos.
Doutro modo, não desdenho ver o meu patrício dar a volta ao texto, qual futebolista de eleição a recuperar a bola a meio campo, mesmo com dois adversários à ilharga, deixá-los estatelados na relva e agora só com o guarda redes na frente, este para um lado e bola para outro e é golo.
Ah! Se o meu Sporting tivesse um joga-dor daquele calibre, não contariam anedo-tas sobre tão eclético clube.
Dizem, por aí, os de Évora e outros mais que a nossa cidade tem um aeroporto sem aviões e uma escola sem alunos.
Houve, em tempos, uma linda terra de Portugal com importante nó ferroviário que ficou célebre pelos fenómenos e bizar-rias lá acontecidas.
Num país onde a criatividade rareia por que não desenvolver o humor sustentado? Expurgado de angústias, paixões e tristezas que estes senhores que lá estão nos causam.
Deixem passar o humor que ainda não paga IVA nem IRS.
Na minha aldeia diz-se pobretes, mas alegretes.
A políticado terrorVitor Paixão Beja
Corria o ano de 1984 quando foi criado o tão famoso quadro de excedentes (decreto--lei 43/84, de 3 de fevereiro), decorrente da implementação de medidas de racionaliza-ção do Estado.
Oito anos mais tarde, surge-nos a tão famigerada Lei dos disponíveis, que afinal até era um decreto-lei, nomeadamente o Decreto-Lei n.º 247/92, de 7 de novembro.
Com o Decreto-Lei n.º 193/2002, de 25 de setembro, cria-se o tão famoso quadro de supranumerários para finalmente, em 2006, com a lei n.º 53/2006, de 7 de dezem-bro, ser implementado o regime de mobili-dade especial.
Tudo em nome de uma melhor e maior racionalização da administração pública, numa perspetiva de melhoria dos serviços do Estado. Porém, essa suposta melhoria inevitavelmente contribuiu e irá continuar a contribuir para a degradação das condi-ções de vida de milhares de portugueses, sem que afinal se vejam efetivamente me-lhores serviços, mais céleres, mais transpa-rentes, com melhor atendimento.
É de todo impossível fazer-se uma re-forma séria quando se parte de uma pre-missa, quando se impõe ab initio uma condi-ção, e essa condição corresponde a quatro mil milhões de euros, quatro mil milhões que re-presentarão a sangria dos serviços públicos, o desespero e desgraça de milhares de trabalha-dores da administração pública, o definhar
de milhares de famílias que terão que entre-gar as suas casas aos bancos, que não terão como sustentar os seus filhos, tudo em nome de menos Estado mas melhor Estado!
Vivemos hoje uma realidade em que os serviços exalam um autêntico clima de ter-ror, tempos em que os chefes se isolam em barreiras, umas bem visíveis, físicas, ou-tras invisíveis, artificiais, e nalguns casos, ambas. Tempos em que os regulamentos se criam para intimidar, para ameaçar e não verdadeiramente para regulamentar, tem-pos em que a solidariedade no emprego, a satisfação, a motivação profissional não são mais do que uma miragem.
E não se culpem única e exclusiva-mente os trabalhadores, pois pese embora haja quem tenha contribuído para que a administração pública em Portugal seja, para muitos, um mau exemplo, de des-pesismo, de mau atendimento, de como-dismo, a maior das responsabilidades vem da classe política, sim dessa classe que se tem servido e continua a servir do Estado, da administração pública, dessa classe que olha a administração como uma área de negócios transacionáveis, que vê a admi-nistração como um meio para atingir um fim que passa exclusivamente pela satisfa-ção pessoal e que, afinal, de administração pública pouco ou nada percebem.
Sou daqueles que defendem uma re-forma da administração pública, que pas-sará inevitavelmente por um decréscimo do número de trabalhadores, mas sou tam-bém daqueles que defendem que a essa re-forma devem estar subjacentes critérios, que seja feita de forma participada, ponderada e não apressada, em que efetivamente se afira onde se deve cortar, tendo em linha de conta quer a efetiva necessidade dos serviços, quer o nível de produtividade dos seus trabalha-dores, e não cortar de forma cega.
Restar-nos-á pois aguardar, aguardar que uns senhores estrangeiros façam “a reforma”, porém recuso-me a aceitar que no nosso país não tenhamos profissionais com a qualidade suficiente para levar a cabo tamanho empre-endimento; acredito piamente que sim, que os temos, mas o que nos falta são políticos sé-rios e competentes para liderar e executar um processo de tamanha dimensão!
Até fevereiro serão três meses de terror agonizante para muitos, onde meia dúzia de senhores troikistas determinarão o des-tino de milhares de trabalhadores da admi-nistração pública, em nome duma suposta qualidade e eficiência, em nome do cresci-mento mas promovendo mais e mais aus-teridade, substituindo-se ao Governo que, ou lhes encomendou o trabalho, ou que cala e consente, incapaz de o fazer e que de-monstra uma incompetência gritante a to-dos os níveis e que mais não faz do que es-palhar o terror nos serviços públicos.
Bem-vindos ao Planeta Terror, meus amigos!
Há 50 anosGraçolas de primeira página
A enorme primeira página do “Diário do Alentejo” feito meio século atrás era muito diversificada. Na verdade,
era a única com matéria jornalística interes-sante, já que as três outras eram preenchidas, em geral, com publicidade e informações co-merciais ou pessoais (nascimentos, casa-mentos, aniversários...).
A “capa” do jornal (segundo os puristas, uma revista é que tem capa, um jornal tem primeira página...) incluía quase sempre a “Nota do Dia” (uma espécie de editorial), o espaço “Beja Dia-a-dia” (com a coluna de opinião “Varandim da Cidade” e pequenas novidades bejenses), breves do País e do es-trangeiro (aqui era onde o lápis da Censura se fazia sentir de forma mais evidente...), o “Diário de Além-mar” (um serviço “infor-mativo” da agência Lusitânia sobre as coló-nias), noticiário desportivo, artigos de opi-nião e notícias do Alentejo.
Não havia publicidade na primeira pá-gina mas duas linhas omnipresentes lembra-vam aos leitores do então “Jornal da tarde – Porta-voz regionalista” que o vespertino era “Visado pela Comissão de Censura”.
Invariavelmente, o jornal publicava tam-bém na primeira página “A graça da tarde”, pequena anedota ou dizer com mais ou me-nos piada, que amenizava a aridez noticiosa e provavelmente ajudava a “tapar buracos” de uma paginação complicada.
Ficam alguns exemplos dessas graçolas vespertinas, transcritas das edições dos pri-meiros dias de dezembro de 1962:
“– Mãezinha, que espécie de ave é Colombo?
– Colombo não é uma ave, filho!– Ah! Não!? Então porque é que se fala
tanto no ovo dele?”.*
“Sugere um humorista: Se uma festa feita em honra de um ho-
mem é uma homenagem, porque é que a feita a uma mulher não é femenagem?”.
* “O juiz interroga o réu:– Você é acusado de roubo e, ainda por
cima, com arrombamento. Que diz a isto?– O que é que o senhor juiz queria que fi-
zesse se eu não tinha a chave?”.*
“Olha, meu caro, – dizia uma palerma ao amigo – eu quando digo uma asneira sou o primeiro a rir-me dela.
– Oh! Que vida alegre tu deves levar...”.*
“As crianças tinham sido fotografadas, na aula, em grupo. A professora, para as per-suadir a ficarem com uma cópia, dizia:
– As meninas pensem como será agra-dável, mais tarde, quando forem crescidas, ver e dizer: ‘Olha a Ana... Já está casada!’. ‘Ali está o João... é aviador...’.
Nisto, no fundo da aula, ouve-se uma vozinha:
– Olha, olha a senhora professora... Já morreu!”.
Carlos Lopes Pereira
Cartas ao diretor
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Reportagem
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Despedida da Força Aérea Alemã foi há 18 anos
Auf wiedersehen Beja É impossível não experimentar um déjà vu ao assistir ao que se passa por
estes dias na base das Lajes. O anúncio é oficial: os Estados Unidos vão re-
duzir ao mínimo a sua presença na ilha Terceira, num processo que po-
derá colocar 300 açorianos no desemprego. Há 18 anos, feitos precisa-
mente no último mês de setembro, a Força Aérea Alemã despedia-se,
em definitivo, da Base Aérea n.º11, encerrando três décadas de uma
presença em Beja que deixou marcas na economia local e também
nos costumes e mentalidades. 230 trabalhadores portugueses,
alentejanos, na altura apontados como “privilegiados”, viram
ruir o sonho de uma vida melhor sem ter que sair do País.
Texto Carla Ferreira Ilustração Paulo Monteiro
Uma delegação americana es-teve há dias em
Lisboa para comunicar oficialmente ao governo por-
tuguês que os Estados Unidos pretendem reduzir ao mínimo a sua presença nas Lages, Ilha Terceira, Açores. Trata-se da famosa base n.º 65 da Força Aérea dos EUA, a funcio-nar desde 1946 com o in-tuito de apoiar o tráfego no Atlântico e que se converteu, entretanto, na segunda entidade empregadora da ilha, depois do Estado. Dá trabalho a 800 ci-vis portugueses, dos quais cerca de 300 veem agora pairar sobre si a sombra do de-
semprego, numa decisão que foi anunciada como definitiva.
As Lajes são a única base estrangeira que ainda resta em território português. Beja também teve a sua e, num passado ainda recente, passou por um processo se-melhante, com feridas ainda por sarar para quem viu a sua vida alterada, para melhor, com três décadas de presença alemã. A Base Aérea n.º 11, a que cedeu a pista ao contro-verso aeroporto de Beja, foi criada por por-taria em 1964, ativada em 1967 e constru-ída com a finalidade de corresponder aos acordos bilaterais entre o Estado português e a República Federal da Alemanha (RFA), no sentido de proporcionar “facilidades de treino operacional” para a força aérea da-quele país – a então Alemanha Ocidental dos anos da Guerra Fria. Acoplado à base, ocupando uma área de aproximadamente 800 hectares nas imediações da cidade, foi-se implantando, na parte sudoeste de Beja, uma zona residencial, com 330 habitações e instalações de apoio social. Beja, uma pe-quena cidade de província de um país em ditadura, e senhora de uma região de pla-nícies parcamente povoada, como convinha aos voos de instrução, abre assim espaço a um bairro onde se reproduz ao pormenor o modo de vida do centro europeu. No Bairro Alemão, como ainda hoje é conhecido, che-
garão a ter morada 600 trabalha-dores germânicos, entre mi-litares e civis, e alguns dos
230 colaboradores portugueses, recrutados para as mais diversas tarefas
– de carpinteiros
a pedreiros, passando por profissionais de saúde, administrativos, pessoal de cozi-nha, de limpeza e de jardinagem. Tratava-se quase de pôr a funcionar uma cidade den-tro da cidade e muitos aproveitaram a opor-tunidade, colocando os seus talentos ao ser-viço das Forças Armadas alemãs.
Raquel Franco, que desempenhou as fun-ções de tradutora/intérprete, fez parte dessas mais de duas centenas de alentejanos “privi-legiados”. Nos anos pico da emigração portu-guesa, em que “todos os dias havia pessoas a ir para fora”, ser admitido na base aérea de Beja significava, não só ter emprego, como auferir um salário “muito acima da média” nacional e, em alguns casos, mediante candidatura, ter di-reito a uma casa ampla e bem equipada, a ren-das “muito baixas”. “Eram casas muito boas, casas com quatro quartos, sala, três casas de ba-nho, duas varandas e uma arrecadação na cave. Éramos privilegiados, qualquer que fosse a fun-ção que estivéssemos a desempenhar”, lembra, aos 73 anos, na sua sala acanhada de um apar-tamento de habitação social, em Beja.
Há, por isso, uma data que não lhe sai da cabeça: “O dia 30 de setembro de 1994 foi um dos dias mais infelizes da minha vida”. Depois da despedida oficial, em maio, dos serviços ad-ministrativos de Defesa da RFA, a atividade era dada por terminada com a entrega de to-das as instalações e infraestruturas em setem-bro do mesmo ano, nesse tal dia aziago. “Fomos ao trabalho para nos despedirmos dos colegas e, nesse dia em que se fecharam as portas defi-nitivamente, recebi pelo meu chefe a notícia de que me ia ser concedida uma condecoração das Forças Armadas alemãs, pelos bons serviços prestados à RFA”. Um reconhecimento de sabor agridoce que lhe haveria de ser entregue, pou-cos meses depois, pelo próprio embaixador ale-mão em Portugal, numa cerimónia na Pousada de São Francisco, em Beja. Na fotografia emol-durada, que guarda como uma relíquia, Raquel sorri, luminosa, não fazendo adivinhar os tem-pos seguintes. “Recebemos a nossa indemni-zação, as pessoas inscreveram-se no centro de emprego, e algumas arranjaram outros em-pregos, mas não muitas. Depois, o mais triste disto tudo é que, a partir desse momento, co-meçaram a morrer pessoas – não aguentaram. Ficaram afetados, houve muitos problemas psi-cológicos que depois derivaram noutras com-plicações”. A tradutora, que foi surpreendida pelo desemprego aos 55 anos, adianta ainda que não havia qualquer compromisso de que estes trabalhadores pudessem integrar a Força Aérea Portuguesa: “Se houvesse lugar, sim senhor, se não houvesse, cada um amanhava-se como podia”. E, sublinha, “havia gente com 30, 40
Nos anos pico da emigração portuguesa, em que “todos os dias havia pessoas a ir para
fora”, ser admitido na base aérea de Beja significava, não só ter emprego, como auferir
um salário “muito acima da média” nacional e, em alguns casos, mediante candidatura,
ter direito a uma casa ampla e bem equipada, a rendas “muito baixas”. Raquel Franco
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“Iam ao mercado municipal [na foto], faziam as suas compras com os seus cestinhos de verga – gostavam muito – e perguntavam às pessoas por que é que não tinham isto e aquilo, especialmente hortaliças, e depois começou a haver espargos, cogumelos, essas coisas que a gente normalmente não gastava. O comércio adaptou-se”.
anos, rapazes novos ainda. Foi um golpe muito profundo”.
No seu caso, a lei permitia-lhe passar auto-maticamente a uma situação de reforma aos 60 anos, o que acabou por acontecer. Até lá, teve direito ao subsídio de desemprego, uma solu-ção que só respondia a uma parte do problema, a financeira. Formada em germânicas e tendo frequentado um curso no Instituto Goethe, na Alemanha, ainda tentou dar aulas e explicações de alemão, mas não gostou da experiência. “O que eu gostava mesmo era de ser tradutora e in-térprete, fazendo a ponte entre os alemães e a sociedade bejense”, realça, ainda que as funções lhe tivessem reservado momentos bem difíceis, de grande tensão, em que se viu também no pa-pel de elemento apaziguador. Como aquela reu-nião, já na fase final da presença alemã em Beja, em que houve um enfrentamento entre os co-mandantes português e alemão. “Pelo acordo luso-alemão sobre a utilização da base, o trá-fego aéreo era da responsabilidade da Força Aérea Alemã. Estava escrito preto no branco. E o comandante português de então lembra-se um dia, sem avisar a parte alemã, de man-dar os aviões portugueses para o ar. Ora os ale-mães, que eram responsáveis pelo controlo do tráfego aéreo, ficaram atónitos, e o comandante das Forças Armadas alemãs mandou os aviões portugueses aterrar e pediu para falar com o co-mandante português. Nem queira saber. A par-tir daí as relações foram-se deteriorando, até à rutura, o que, para nós, portugueses, foi muito dramático”.
Grandes frequentadores de esplanadas e apre-
ciadores de comida portuguesa Recuando aos anos 80, chegamos ao período de ouro da era
PUB
O “DA” está no canal 475533 do
alemã em Beja. “Houve uma presença mais in-tensa dos alemães aqui, quando chegaram as aeronaves Alpha-Jet. Nessa altura foram ad-mitidos mais trabalhadores”, recorda Raquel Franco. A instalação da esquadra da Força Aérea Alemã, para cumprimento de missões de treino operacional, vinha na sequência do acordo luso-alemão sobre a utilização da base, assinado em agosto de 1979. E determinou “um desenvolvimento significativo da atividade aé-rea”, segundo o historial oficial da BA 11.
É quando se torna mais visível e quotidiana a existência dos alemães na cidade. Tanto mais que, ao contrário de uma ideia mais ou menos feita que foi circulando, “não eram mundos se-parados”, defende a antiga funcionária, que se recorda de amizades luso-alemãs que perdu-raram muito para além das comissões de ser-viço, normalmente de quatro anos. “Quando eles vieram para cá, ainda o bairro não es-tava pronto, começaram por integrar-se atra-vés das pessoas que lhes alugavam as casas. E há casos de famílias que desenvolveram uma amizade e uma intimidade tal, ao ponto de se visitarem nas férias, aqui e lá”.
Sendo numerosa e bem paga, a comunidade estrangeira foi acolhida de braços abertos pelo comércio local que, em alguns casos, se adaptou às exigências dos novos clientes de cabelo louro e olhos azuis. “Iam ao mercado municipal, fa-ziam as suas compras com os seus cestinhos de verga – gostavam muito – e perguntavam às pes-soas por que é que não tinham isto e aquilo, es-pecialmente hortaliças, e depois começou a ha-ver espargos, cogumelos, essas coisas que a gente
normalmente não gastava. O comércio adap-tou-se”. Grandes frequentadores de esplanadas, mesmo no inverno, gastavam também gran-des somas em tecidos e adereços para as festi-vidades carnavalescas, que duravam cinco dias como em Colónia. E ajudaram a “mudar menta-lidades”, reforça Raquel Franco, lembrando que, por exemplo, foram as alemãs as primeiras mu-lheres a frequentar a piscina municipal de Beja
em biquíni. Além disso e, apesar de terem o seu bairro que lhes dava as condições a que estavam habituados no País de origem, não prescindiam das iguarias portuguesas que se confecionavam fora dele. “Eram grandes consumidores de co-mida portuguesa” e foi em Cuba, no restaurante Lucas, que escolheram ter uma “segunda casa”, para reuniões e festas.
António Borges, o proprietário, que tem o espaço arrendado desde há três anos, recorda com saudade os tempos em que tinha a “casa sempre cheia, todos os dias”: “Aqui é que eles se entretinham, aqui é que vinham fazer os al-moços e jantares. Deram nome à casa e a gente ganhava aqui uns tostões”. Por que razão “en-graçaram” com o restaurante na vizinha Cuba António Borges não sabe mas do que não tem dúvidas é que “foi pena abalar tanta gente”. Sobretudo para a cidade de Beja, que tinha en-tão “uma outra vida que não tem agora”. Ainda no tempo do marco, faziam prova de um forte poder de compra. Não olhavam a despesas: “O forte deles era o camarão grelhado, mas não como nós. Eles mandavam fazer aos qui-los, aos dois e três quilos”. Com o tempo, a con-fiança estabeleceu-se e a amizade também. “Cheguei a ir de avião com eles, fazer janta-res à Alemanha”, lembra. E, ainda hoje, as fa-mílias alemãs que visitam o Algarve nas férias, não dispensam um dia para uma visita a Beja, para “recordar onde moravam”, e um pulinho a Cuba, para matar saudades da comida portu-guesa. No Natal, que está aí a chegar, reacen-dem-se as amizades. Os postais de boas festas com remetente alemão são “aos montes”. “Foi pena terem abalado”, reitera António Borges que, aos 71 anos, tem na vinha a “entretenga” da reforma.
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Futebol juvenil
Sucessor de Piçarra estreia-se em Vila Real de Santo António
Pratas no banco da Vidigueira
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Desporto
Campeonato Distrital de Benjamins (8ª. jor-nada): Série A – Ferreirense A-Figueirense, 13-0; Desportivo Beja-Sporting Cuba, 1-6; Alvito-Aljus-trelense, 1-9; B.º Conceição-Despertar A, 0-15. Folgou o Vasco da Gama. Líder: Ferreirense, 20 pon-tos. Próxima jornada (8/12): Figueirense-Desportivo Beja;Sporting Cuba-Alvito; Aljustrelense-B.º Con ceição; Despertar A-Vasco Gama. Folga o Ferreirense. Série B – Despertar B-Moura, 1-3; Sobral da Adiça-Serpa, 0-19; CB Beja-Piense, 2-4; Santo Aleixo-NS Beja, 2-4. Folgou o Ferreirense B. Líder: N.Sportinguista Beja, 18 pontos. Próxima jor-nada (8/12): NS Beja-Despertar B; Moura-Sobral da Adiça; Serpa-CB Beja; FerreirenseB-Santo Aleixo Folga o Piense. Série C – Odemirense-Boavista, 20-0; Almodôvar-Milfontes B, 2-5; São Marcos-Rosai-rense, 12-2; Milfontes A-Castrense, 1-17; Ourique --Re nas cente, 6-0. Líder: Odemirense, 22 pontos. Próxima jornada (8/12): Renascente-Odemirense; Boavista-Almodôvar; Milfontes B-São Marcos; Rosairense-Milfontes A; Castrense-Ourique.
Campeonato Distrital de Infantis (8.ª jor-nada): Série A – Vasco Gama-Alvito, 1-6; NS Beja --B.º Conceição, 2-1; Sporting Cuba-Desportivo Beja, 5-2; Despertar A-Ferreirense, 4-1. Folgou o Alvo-rada. Líder: Despertar A, 21 pontos. Próxima jor-nada (8/12): Alvito-NS Beja; B.º Conceição-Spor ting Cuba; Desportivo Beja-Despertar A. Ferreirense - -Al vorada. Folga o Vasco da Gama.Série B – Amarelejense-Guadiana, 4-3; Operário-Despertar B, 0-10; Aldenovense-CB Beja, 15-1; Piense --Mou ra, 1-7. Folgou o Serpa. Líder: Amarelejense, 21 pontos. Próxima jornada (8/12): Guadiana --Ope rário; Despertar B-Aldenovense; CB Beja--Pien se; Moura-Serpa. Folga o Amarelejense. Série C – Aljustrelense-Milfontes B, 0-7; Renascente - -Cas trense B, 10-0; Milfontes A-Almodôvar, 1-22; Castrense A-Odemirense, 2-6. Folgou o Boavista. Líder: Odemirense, 21 pontos. Próxima jornada (8/12): Milfontes B-Renascente; Castrense B-Milfontes A; Almodôvar-Castrense A; Odemirense-Boavista. Folga o Aljustrelense.
Campeonato Distrital de Iniciados (7.ª jor-nada): Vasco Gama-Serpa, 5-0; Ourique-Milfontes, 0-10; Amarelejense-Moura, 0-1; Bº Conceição-Gua-diana, 0-2; Despertar-Sporting Cuba, 1-3. Folgaram o Odemirense e o Rio de Moinhos. Líder: Moura, 17 pontos. Próxima jornada (9/12): Milfontes-Vasco Gama; Moura-Ourique; Guadiana-Odemirense; Spor ting Cuba-Bº Conceição; Rio de Moinhos --Despertar.
Taça Armando Nascimento Juvenis (6.ª jor-nada): Moura-Despertar, 4-2; Serpa-Desportivo Beja, 1-2; Almodôvar-Aljustrelense, 5-0. Folgou o Castrense. Líder: Almodôvar, 9 pontos. Próxima jorna da (9/12): Despertar-Aljustrelense; Desportivo Beja-Moura; Castrense-Almodôvar. Folga o Serpa.
Taça Distrito de Beja em Juniores (1.ª elimi-natória): Sobral da Adiça-Desportivo de Beja, 1-2; Cabeça Gorda-Aldenovense, 3-2; Vasco Gama --Castrense, 2-1; Odemirense- Despertar, 1-2.
Campeonato Distrital de Seniores Femininos (6.ª jornada): Serpa-CB Castro Verde, 0-2; Ourique - -Ode mirense, 2-5; Vasco Gama-CB Almodôvar, 0-23. Folgou o Almansor. Líder: CB Castro Verde, 13 pontos. Próxima jornada (8/12): CB Castro Verde --Ou rique; Odemirense-Vasco Gama; CB Almodôvar--Almansor.
Campeonato Nacional de Iniciados (13.ª jor-nada): Desportivo Beja-Louletano, 0-1; Imortal - -Des pertar, 4-0. Líder: V.Setúbal, 33 pontos. 7.º Despertar, 13. 10.º Desportivo Beja, cinco. Próxima jornada (9/12): Lagos-Desportivo Beja; Despertar --Lusitano VRSA.
Campeonato Nacional de Juvenis (13.ª jor-nada): Despertar-Imortal, 0-1; BM Almada-Ode-mirense, 5-0. Líder: V.Setúbal, 31 pontos. 9.º Des-pertar, oito. 10.º Odemirense, cinco. Próxima jor nada (9/12): Odemirense-Imortal; Estoril --Despertar.
Campeonato Nacional de Juniores (12.ª jor-nada): Moura-Atlético, 0-3. Líder: Oeiras, 36 pon-tos. 10.º Moura, quatro pontos. Próxima jornada (8/12): Lusitano Évora-Moura.
3.ª Divisão – Série F
9.ª jornada
Vasco da Gama-Sesimbra ..................................................2-2 Aljustrelense-Lusitano VRSA .......................................... 1-0 Esp. Lagos-Moura................................................................2-2 At. Reguengos-Castrense .................................................3-1 Juventude Évora-Monte Trigo ........................................ 0-0 U. Montemor-Lagoa .......................................................... 6-0 J V E D G P
U. Montemor 9 6 3 0 22-4 21Moura 9 5 3 1 20-8 18Esp. Lagos 9 4 5 0 18-8 17At. Reguengos 9 4 3 2 11-8 15Juventude Évora 9 4 3 2 10-8 15Sesimbra 9 3 3 3 12-18 12Aljustrelense 9 3 3 3 7-5 12Vasco da Gama 9 2 3 4 14-16 9Castrense 9 2 1 6 10-19 7Monte Trigo 9 2 1 6 13-19 7Lusitano VRSA 9 1 3 5 9-18 6Lagoa 9 1 3 5 8-23 6
Próxima jornada (9/12/2012): U. Montemor-Sesimbra, Lusitano
VRSA-Vasco da Gama, Moura-Aljustrelense, Castrense-Esp. La-
gos, Monte Trigo-At. Reguengos, Lagoa-Juventude Évora.
1.ª Divisão – AF Beja
9.ª jornadaPraia Milfontes-Rosairense ...............................................5-1 Serpa-São Marcos .............................................................. 3-0 Aldenovense-Bairro da Conceição .................................4-1 Amarelejense-Guadiana ...................................................3-2 Desp. Beja-Cabeça Gorda ................................................ 2-0 Almodôvar-Piense ............................................................. 3-0 Odemirense-Sp. Cuba ........................................................2-1 J V E D G P
Almodôvar 9 8 1 0 23-9 25Serpa 9 5 4 0 15-4 19Praia Milfontes 9 5 2 2 19-10 17Odemirense 9 5 1 3 13-9 16Piense 9 4 3 2 20-10 15Aldenovense 9 4 2 3 12-10 14Rosairense 9 3 3 3 15-14 12Sp. Cuba 9 3 3 3 11-12 12Amarelejense 9 3 1 5 11-14 10Desp. Beja 9 2 3 4 8-10 9Bairro da Conceição 9 2 2 5 7-12 8São Marcos 9 2 1 6 7-22 7Guadiana 9 2 0 7 10-26 6Cabeça Gorda 9 1 2 6 9-18 5
Próxima jornada (9/12/2012): Rosairense-Odemirense, São
Marcos-Praia Milfontes, Bairro da Conceição-Serpa, Guadiana -
-Aldenovense, Cabeça Gorda-Amarelejense, Piense-Desp.
Beja, Sp. Cuba-Almodôvar.
As quatro primeiras equipas da tabela classificativa vão jogar no próximo do-mingo fora de casa. Um quadro de deslo-cações de risco diversificado, mas que não põe em causa a liderança do Almodôvar.
Texto e foto Firmino Paixão
A saída do líder para o recinto do Sporting de Cuba encerra algum risco, porque a equipa de Joaquim Rodeia ainda não
perdeu esta temporada no Amado de Aguilar; ainda assim o diferencial de seis pontos não coloca em perigo imediato o lugar de topo dos almodovarenses. O Serpa, que é segundo na pauta dos pontos e espreita uma eventual escor-regadela do conjunto de David Guerreiro, vem a Beja para defrontar o Bairro da Conceição, uma equipa aguerrida no seu relvado, onde, apenas, perdeu com o Almodôvar. Outro jogo empol-gante será aquele que se realiza em São Marcos, entre os locais e o Milfontes, que já ali perderam esta época a eliminatória da taça. E que dizer da
visita do Odemirense ao Rosário? Jogo de tri-pla, talvez. Um pelado, uma equipa que se bate muito bem e um público aguerrido em torno do seu emblema acrescentam dificuldades aos odemirenses.
Uma jornada mais tranquila tem o Piense, caído do 3.º para o 5.º posto, jogando em casa com o Desportivo de Beja, que dá sinais de que-rer subir na tabela. O Aldenovense jogará no terreno do Guadiana e não poderá deixar pon-tos em Mértola para não se atrasar. O lanterna vermelha joga em casa com o Amarelejense, se-guramente uma partida interessante de seguir e com desfecho imprevisível. Perante este qua-dro, a jornada do fim de semana pode mexer com as equipas do miolo da tabela, nunca com o líder, porque a vantagem de seis pontos tem margem para mais algum tempo. No rescaldo da última ronda, sublinha-se a derrota pesada do Piense, em Almodôvar, e os triunfos gordos do Milfontes e do Aldenovense que, à sua conta, produziram um terço dos golos que a jornada rendeu.
Rei morto, rei posto! No futebol é as-sim … e o Vasco da Gama de Vidigueira desce para o Algarve com um novo trei-nador à frente do plantel.
Texto Firmino Paixão
José Maria Pratas, 30 anos, técnico que orientava a equipa de junio-res do Lusitano de Évora, é o suces-
sor de Fernando Piçarra à frente da equipa do Vasco da Gama de Vidigueira. Piçarra renunciou após o empate em casa com
o Sesimbra (2-2), na última jornada do Nacional da 3.ª Divisão. O jovem Pratas, que já tinha atuado como jogador da for-mação sul alentejana, teve uma semana para conhecer o plantel e o adversário de domingo pode proporcionar-lhe uma boa estreia.
O resto da jornada, como já aqui avan-çamos, será marcada pelo derby de Moura, entre os locais e o Aljustrelense, e pela par-tida de Castro Verde entre o Castrense e o Esperança de Lagos. O União de Montemor lidera e recebe o Sesimbra.
Almodôvar venceu Piense e segurou vantagem
Quarteto da frente joga fora de casaFernando Gomes inaugura
sede da AF Beja O presidente da Federação Portuguesa
de Futebol, Fernando Gomes, presidirá
à inauguração das novas instalações da
Associação de Futebol de Beja (rua Eça de
queirós, n.º6), que se realizará na próxima
quarta-feira, dia 12, pelas 16 e 30 horas.
O auditório da nova sede receberá o nome
de João Covas Lima, em homenagem
póstuma ao médico bejense que era
dirigente honorário daquele organismo.
Meeting Jovem de Castro Verde A Pista Municipal de Atletismo de Castro
Verde acolhe no próximo domingo, pelas
10 horas, o III Meeting Jovem para atletas,
populares ou federados, nas categorias
de benjamins, iniciados e juvenis. Em
simultâneo disputa-se a 2.ª Taça de
Benjamins da Associação de Atletismo de
Beja, que apoia tecnicamente o evento.
Torneio de Natal em hóquei em patins A Associação de Patinagem do Alentejo organiza nos próximos dias 15 e 16, no Pavilhão Armindo Peneque, em Aljustrel, o Torneio Interassociação Natal 2012 na categoria de iniciados. A prova será disputada pelas seleções regionais de Lisboa, Setúbal, Alentejo e da vizinha Andaluzia.
Rali Vila de Ourique realiza-se
no domingo
O Rali Vila de Ourique, prova pontuável para o Campeonato Regional
de Rali do Sul (VSH) 2012, disputar-se no próximo domingo, às
10 horas, numa organização conjunta do Aero Clube de Beja,
município de Ourique e Federação Portuguesa de Automobilismo e
Karting. O rali terá uma etapa única, num total de 92,1 quilómetros,
com três provas especiais de classificação (45 quilómetros).
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2012Manuel Simão
Estamos hoje em presença de um caso muito singular de amor clubista. A primeira
aventura futebolística de Manuel Costa Silvestre, antigo guarda-re-des, foi com a camisola do clube de São Marcos da Ataboeira, numa equipa que atuava no Inatel. Manuel Silvestre é um nome que dirá pouco a muita gente, mas se falarmos de Manuel Simão, nome que o popularizou no futebol re-gional, todos reconhecerão o caris-mático técnico da equipa do con-celho de Castro Verde. Há cerca de 20 anos que deixou de jogar e daí para cá encetou um caminho de absoluta dedicação ao clube, tor-nando-se no treinador do distrito de Beja que há mais tempo está no comando da mesma equipa. Sob a sua orientação o clube conquistou um título da 2.ª Divisão, foi fina-lista vencido de uma taça distrito e há cerca de 10 anos que se man-tém no primeiro escalão. Manuel Simão, hoje com 57 anos, é tam-bém dirigente do Futebol Clube de São Marcos, emblema liderado por Manuel Batista, sendo notó-ria a cumplicidade entre ambos na gestão de um plantel onde têm pas-sado grandes nomes do futebol na-cional, como, por exemplo, Jorge Cadete, Fernando Mendes e Pitico, retirados dos grandes palcos, mas disponíveis para jogar no pelado de São Marcos da Ataboeira sob a ba-tuta do corajoso técnico que assina os prognósticos da próxima ronda da 1.ª Divisão Distrital de Beja.
(1) ROSAIRENSE/ODEMIRENSETrata-se de um jogo de duas equi-pas muito boas, mas a jogar em casa a equipa do Rosário reúne o meu favoritismo.
(1) SÃO MARCOS/MILFONTESSerá mais uma partida muito compli-cada para nós, mas como jogamos em casa vamos dar tudo pela vitória, como aconteceu na eliminatória da taça.
(2) BAIRRO DA CONCEIÇÃO/SERPAO Bairro da Conceição é uma equipa muito aguerrida quando joga no seu terreno, mas acho que o Serpa tem va-lor suficiente para ir ganhar a Beja. (2) GUADIANA/ALDENOVENSEO Guadiana vai receber uma dos gran-des candidatos ao título, uma equipa que já nos defrontou e que julgo ser ca-paz de ganhar em Mértola.
(1) CABEÇA GORDA/AMARELEJENSEO Cabeça Gorda tem valor suficiente para, beneficiando do facto de jo-gar no seu terreno, vencer a turma da Amareleja.
(2) DESPORTIVO DE BEJA/PIENSEO meu favoritismo vai inteiramente para os visitantes porque sei que o Piense é uma das equipas mais fortes deste campeonato.
(X) SPORTING DE CUBA/ALMODÔVARO Almodôvar é o líder, mas não é fá-cil jogar no recinto de uma equipa tão aguerrida como o Sporting de Cuba. Vou pelo empate.
19Hoje palpito eu...
Hugo Felício chegou há duas épocas ao Futebol Clube de Serpa, juntando-se ao presidente João Cofones para um meti-culoso trabalho de reabilitação do fute-bol sénior do clube.
Texto e foto Firmino Paixão
Na época passada a equipa conquistou a Taça Distrito de Beja e foi finalista ven-cida da Supertaça. Este ano, consu-
mido o primeiro terço do campeonato, está no segundo degrau da tabela classificativa. O obje-tivo visível é a conquista semanal dos três pontos, a par da formação de uma equipa que interiorize os valores de coesão e sustentabilidade que os responsáveis do clube preconizam e que Felício, 36 anos, aqui revela.
O Serpa entrou muito bem neste
campeonato…
Penso que a equipa será capaz de fazer um bom campeonato. Procurámos manter a maioria dos jogadores da época passada e tentámos ir buscar mais alguns atletas que se adaptassem ao mo-delo que nós pensamos para a equipa e para o clube. Tem corrido bem, acho, de facto, que en-trámos muito bem na prova e a ideia que temos, ou aquilo que perseguimos no imediato, é fazer-mos um campeonato tranquilo O que significa o atual segundo lugar da
equipa?
Significa, principalmente, que o Serpa tem uma equipa que tenta disputar todos os jogos com os olhos postos na vitória. As coisas têm corrido bem até agora, vamos pensando, apenas, jogo a jogo, e na próxima semana já temos mais uma partida muito complicada no terreno do Bairro da Conceição. Mas vamos tentar ganhar.
O Serpa está entre os candidatos ao título?
O Serpa é candidato a vencer todos os jogos que disputa. Encaramos todos os jogos com a mesma postura, sempre com o objetivo de vencer, da-mos sempre o nosso melhor, temos uma equipa empenhada e ambiciosa e, até ao momento, essa estratégia tem sido bem-sucedida. Estamos em segundo lugar na classificação, é uma posição que honra este clube e esta cidade e, na próxima semana, vamos tentar ganhar mais três pontos para consolidar este lugar e se pudermos estar um pouco mais acima tanto melhor.
Quem ganha todos os jogos arrisca-se a ser
campeão?
Nunca pensámos nisso, o nosso sentimento e o pensamento do nosso coletivo é fazermos o me-lhor todas as semanas, honrarmos a camisola
Serpa projeta equipa coesa e estruturada com base na formação
“Os adeptos apoiam-nos bastante”
e lutarmos pelos pontos. No termo do campeo-nato, quando se fizerem as contas finais, vere-mos quem ficará em primeiro lugar, mas nós não temos essa obsessão. Vamos trabalhando bem durante a semana, dando o nosso melhor para chegarmos ao domingo e conseguirmos uma prestação digna que alegre os adeptos e nos satis-faça a nós próprios.
O Felício vem trabalhando neste projeto há
duas épocas, o trabalho está a revelar-se…
É uma realidade, e não podemos falar apenas da equipa, temos que alargar essa perspetiva ao próprio clube, que está a tentar ganhar nova di-nâmica, a tentar criar alguma coesão e sustenta-bilidade. Essa é a mensagem que temos vindo a passar à equipa, tentando que os jogadores per-maneçam de uma época para a outra, que já co-nheçam as ideias do treinador e que os refor-ços sejam também atletas que se enquadrem nessa filosofia, tentando dar continuidade a este projeto.
O trabalho da formação sem sido bem
rentabilizado?
Temos no plantel 17 jogadores de Serpa, depois temos mais seis atletas que eu conhecia e que se adaptavam às nossas ideias. Os jogadores que entrarem neste grupo não terão, apenas, que ter qualidade, mas terão, também, que se adaptar às características do trabalho que pensámos para este clube.
Pelo que já viu deste campeonato, quem são os
seus candidatos?
Os candidatos ao título são aquelas equipas que assumiram essa qualidade, por exemplo o Aldenovense e o Milfontes. Penso que são os únicos dois clubes que fizeram passar essa ideia. Mas existem outras equipas que es-tão muito fortes, o campeonato está muito equilibrado. O Almodôvar está a fazer uma excelente prova e veja-se a vantagem de seis pontos com que lidera, no entanto, temos que con-tar com o Rosairense, com o Piense, o Odemirense, o próprio Serpa, são equipas muito equilibra-das e que darão muita luta até ao final.
A cidade de Serpa, pela tradi-
ção que tem e pela qualidade
dos espaços que dispõe, merece estar noutro
patamar…
Penso que sim, mas isso envolve muitas outras coisas. Como lhe disse não estamos obcecados com isso. Queremos criar uma equipa coesa que dignifique as cores do Serpa, que em cada jogo seja o orgulho dos seus adeptos e não estamos muito preocupados com subir ou deixar de divi-são. Vamos procurando ganhar pontos e depois logo se vê.
Os adeptos reveem-se nesse sentimento?
Apoiam e acarinham a equipa?
Tendo um plantel com 17 jogadores da terra, ob-viamente que os adeptos, quando cá vêm ao do-mingo, vêm ver os miúdos que conhecem e se ca-lhar até viram crescer. É diferente termos aqui uma equipa da casa do que termos uma maio-ria de fora, portanto os adeptos apoiam-nos bas-tante e têm sido por força desse apoio e desse ca-rinho que temos conseguido chegar mais longe.
formação sem sido bem
17 jogadores de Serpa, depois tletas que eu conhecia e que nossas ideias. Os jogadores te grupo não terão, apenas,e, mas terão, também, queacterísticas do trabalho que te clube.
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Milfontes. Penso que são oses que fizeram passar essam outras equipas que es-o campeonato está o. O Almodôvar xcelente prova agem de que,
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ela qualidade
3.ª Divisão de Andebol A 10.ª jornada do Nacional da 3.ª Divisão em Seniores Masculinos disputa-se na tarde de amanhã com a Zona Azul a jogar no recinto dos Olhanenses e o Serpa no Pavilhão do Lacobrigense. Folga o Sines. Na jornada anterior o Serpa empatou na casa do Náutico (26/26), o Sines venceu em Lagos (21/39) e os bejenses folgaram.
Taça Fundação Inatel – 5.ª jornadaSérie A: Sobral da Adiça-Salvadense, 1-2; Quintos-Ficalho, 0 -3; Pedrógão -Luso Serpense, 0-1. Folgou o Brinches. Líder: Luso S e r p e n s e , 12 p o n t o s . Próxima jornada (8/12): B r i n c h e s- Q u i n t o s; L u s o Serpense-Sobral da Adiça; Ficalho-Pedrógão. Folga o Salvadense.
Série B: AC Cuba-Louredense, 0 -3; Penedo Gordo -São Matias, 4-1; Faro Alen tejo-Beringelense, 0-3. Folgou o Neves. Líder: Loure dense, 12 pontos. Próxima jornada (8/12): Neves-Penedo Gordo; Beringelense-AC Cuba; São Matias-Faro Alentejo. Folga o Louredense.
Série C: Figueirense-Vale da Oca, 1-2; Jungeiros-M e s s e j a n e n s e , 2 - 0 ; Mombeja-Santa Vitória, 0-0. Folgou o Alvorada. Líder: Vale d’Oca, 15 pontos. Próxima jornada (1/12): Alvorada-Jungeiros; Santa Vitória-Figueirense; Messejanense-Mombeja. Folga o Vale d’Oca.
Série D: S anjo anense -Alcariense, 1-0; Albernoense-Fernandes, 0-1; Trindade-Sete, 3-1. Líder: Trindade, 10 pontos. Próxima jor-nada (8/12): Fernandes-Sanjoanense; Alcariense-Trindade; Sete-Albernoense.
Série E: Luzianes-Santa L u z i a , 5 -1; C o l e n s e -Relíquias, 0-1; Soneguense-Amoreiras Gare, 2-4. Folgou o Cercalense. Líder: Luzianes, 12 pontos. Próxima jornada (9/12): Cercalense-Colense; Amoreiras Gare-Luzianes; Relíquias-Soneguense. Folga o Santa Luzia.
Série F: Campo Redondo-Malavado, 0-3; Cavaleiro-Bemposta, 0-2; Milfontes-Boavista, 11-0. Folgou o Saboia. Líder: Saboia, 10 pontos. Próxima jornada (9/12): Saboia-Cavaleiro; Boavista-Campo Redondo; Bemposta-Milfontes. Folga o Malavado.
Série G: Pereirense-Almo-dovarense, 8-2; Santaclarense - -Na vere don den se, 5-2; San ta Clara-a- Nova-Ser rano, 1-1. Líder: Serrano, 10 pontos. Próxima jornada (9/12): Nave-redondense-Perei ren se; Al mo -dovarense-Sta.Clara-a-No va; Ser-ra no-Santa clarense.
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Esmiuçando a generalidade do contexto desportivo regional bejense detenho-me perante uma insofi smável realidade que conduz o mais singular cidadão a observar prudentemente um facto inquestionável que resvala para a competitividade que o campeonato distrital de futebol do Inatel impõem na presente época – 2012/13. É certo que a interrupção observada na AF Beja com a suspensão da 2.ª divisão franqueou outras portas que pareciam trancadas a uma competição que semanalmente teima em levar ao mais recôndito lugarejo do distrito de Beja, e não só, as emoções do jogo da bola. Tanto mais que os custos constatados pelos emblemas são literalmente assimétricos entre as organizações citadas. Sabendo-se que o momento é de crise generalizada e que os clubes a ela não poderão, tão-pouco deverão, passar imunes, apresenta-se como lógico o elevado número de clubes que acorreram ao Inatel. Numa análise sintética à competição onde prolifera o chamado desporto puramente amador constatamos que a delegação de Beja do Inatel, esta temporada, conta com a participação de 47 equipas, divididas por sete séries, sendo que o rol dos fi liados movimenta cerca de 1 200 atletas. A estes dados acresce duas equipas de Faro e uma de Setúbal. Esta real conceção contempla, também, uma prática salutar desportiva para gentes que, por exemplo, se viam arredados do jogo ofi cial e de uma semântica objetividade pela disputa dos almejados pontos. Para além dessa peleja no interior das quatro linhas, o público assume simultaneamente a sua condição de adepto e não renega a sua originalidade. Esta viagem pelo futebol do Inatel incute-me curiosidade e não desmente uma competição que outrora fez mexer cidades, vilas, aldeias e lugarejos do nosso Alentejo. Hoje, curvo-me ante um altar que voltou a reviver momentos de glória graças à disponibilidade do Inatel.
Inatel
José Saúde
Joaquim Manuel Aguiar Serafim, no meio desportivo conhecido por Quim, nasceu em Beja no dia 5 de abril de 1967. Iniciou a sua carreira de futebolista no Desportivo, de onde saiu na década de oitenta para o Vitória de Setúbal, então treinado pelo mítico Manuel de Oliveira.
Texto e foto Firmino Paixão
Jogou futebol até ao final da temporada 2000/2001, en-veredando por uma carreira
de técnico dos escalões de forma-ção do clube sadino, só interrom-pida entre 2007 e 2009 para treinar o Odemirense. O treinador bejense, ponte entre o pai, Vladimiro (velha glória do Desportivo de Beja), e os filhos Ricardo Dâmaso (Alcochete) e Alexandre Serafim (júnior do Setúbal), aguarda por um projeto ambicioso que o emancipe como treinador do futebol sénior. “O fu-tebol faz parte da minha vida desde os 12 anos”, refere Quim, assu-mindo: “Treinar é uma missão bas-tante bonita, muito abrangente, e quando é feita com paixão e ba-seada na experiência que adquiri-mos ao longo de muitos anos pode ser bastante frutuosa. E eu estou à espera de projetos onde possam transmitir estes princípios”.
O que é feito do Quim?
Estou num período de pausa, não é voluntária, mas foi uma si-tuação que aconteceu. Tenho 25 anos de Vitória de Setúbal, 22 de-les consecutivos, estive dois anos em Odemira e nos últimos três andei dividido entre o treino dos juniores e dos seniores. Foi uma experiência muito boa, que coin-cidiu também com a entrada da direção de Fernando Oliveira. Conhecemo-nos há muitos anos, ele era o presidente no meu início como jogador em Setúbal.
O último projeto que teve foi na
formação do Setúbal?
No final da época passada termi-nei um trabalho de três anos com os sub/19 e, ao mesmo tempo,
Quim tem um trajeto de sucesso a treinar a formação do V. Setúbal
“Quem joga bem ganha mais vezes”
assegurando períodos de transi-ção com os seniores. Nos junio-res fizemos um trabalho que con-sidero excelente, fomos à fase final do campeonato, onde o clube não estava há nove anos e colocámos três jogadores no plantel princi-pal. Mas o clube também sente a crise, o orçamento foi reduzido, diminuíram os quadros e, como a minha ambição também passa por um projeto ambicioso ao ní-vel de seniores, chegámos a um acordo para a minha saída.
Mantém uma enorme cumplici-
dade com aquele clube?
Sem dúvida, tenho já mais anos de Setúbal do que de Beja, de onde sai com 18 anos. Até agora tenho vi-vido sempre em Setúbal e estado ligado ao Vitória, um clube cen-tenário onde eu já vivi cerca de um quarto de século. É com bas-tante orgulho que o refiro, são fac-tos que não se podem apagar, mas agora eu quero projetos mais am-biciosos. Às vezes temos que fa-zer uma pausa para relançarmos a nossa carreira e darmos asas à nossa ambição.
E a sua formação como treinador?
Fiz a minha formação técnica e acadé-mica, estou preparado para todos os desafios. Sou finalista da licenciatura
em Motricidade Humana, e como técnico tenho o Uefa Pró, que é o ní-vel máximo que em Portugal corres-ponde ao 4.º nível. Foi feito no ano passado, no Luso, com uma série de amigos e antigos colegas. Tem sido um percurso de contínua valorização que me faz sentir preparado para ou-tros voos, daí o Vitória perceber a mi-nha ambição. As portas estão aber-tas, mas eu tenho que seguir a minha vida.
No Odemirense liderou um pro-
jeto que está a dar frutos…
O Odemirense fez uma boa aposta na formação, mercê das infraes-truturas que o município dispo-nibilizou para o concelho, e eu entrei nesse projeto com muito orgulho. Estive lá dois anos, por-que, entretanto, surgiu um novo convite para regressar a Setúbal. O Odemirense não subiu porque tinha adversários muito fortes, o Castrense e o Moura, ambos pro-movidos, mas na terceira época o Piteira aproveitou muito bem os recursos que lá estavam e con-seguiu a subida. Julgo que foi um período muito positivo e fico feliz por ter deixado lá a minha marca.
Estaria disponível para voltar a
treinar um clube da região?
Sem dúvida! É necessário
cortar um pouco a imagem de que o Quim é apenas um treina-dor dos escalões de formação. Não nego que foi onde ganhei grande tarimba, é ali que evoluímos e es-colhemos o nosso caminho. Não descarto nenhuma possibilidade, estou preparado para trabalhar ao mais alto nível, mas sei que nem todos podem começar pelo topo, pelo que, se surgir um projeto in-teressante, principalmente ao ní-vel dos seniores, não descartaria essa possibilidade, é apenas uma questão de as coisas surgirem.
Como treinador privilegia a eficá-
cia ou o espetáculo?
Pela minha vivência do passado, numa cidade muito exigente ao nível do futebol, aprendi a aliar as duas coisas. Os bons resulta-dos são essenciais na vida dos clu-bes, mas o bom treinador nunca deve descurar o espetáculo, sobre-tudo para trazer mais gente ao fu-tebol, mas com uma filosofia, e eu tive muitos treinadores (Malcom Allison marcou-me bastante) que me transmitiram isso – quem joga bem ganha mais vezes. E eu, não sendo lírico, sei que os resulta-dos são essenciais, mas um trei-nador vive, também, da qualidade da impressão digital que deixa na equipa.
Quim Antigo jogador do Vitória de Setúbal quer afirmar-se no futebol sénior
Canoagem Os atletas Bruno Afonso (CN Mértola), Carlos Marques e Inês Esteves (ambos do CN Milfontes) estão no Centro de Alto Rendimento de Montemor-o-Velho a cumprir um estágio da equipa nacional de canoagem de sub/23, que se prolongará até próximo dia 15. Os objetivos da seleção serão o Mundial de Weeland (Canadá) e o Europeu em Poznan (Polónia).
O 3.º Grande Prémio Santa Bárbara em Atletismo vai realizar-se
amanhã, sábado, pelas 9 horas, na vila de Aljustrel. Trata-se de uma
prova cujo percurso faz a ligação entre os bairros mineiros de Vale
da Oca e São João do Deserto, dirigida a atletas de todos os escalões
etários. A organização pertence à junta de freguesia local e ao Núcleo
de Atletismo e Recreio de Messejana, em parceria com o município
de Aljustrel e o apoio técnico da Associação de Atletismo de Beja.
Grande Prémio
Santa Bárbara
em Aljustrel
Diário do Alentejo7 dezembro 2012
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Diário do Alentejo n.º 1598 de 07/12/2012 Única Publicação
CASA DO ALENTEJO
CONVOCATÓRIA
ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA
Conforme o disposto no artigo 19, nº 1, alínea b) dos
Estatutos da Casa do Alentejo, convoco a Assembleia
Geral Ordinária, para o dia 12 de Dezembro de 2012
pelas 18:30 horas com os seguintes pontos de ordem
de trabalhos:
1. Aprovação do Plano de Actividades e Orçamento
para o Ano de 2013
2. Informações Diversas
Se nos termos do Art.º 19, nº 2 dos Estatutos não
comparecer o número sufi ciente de Sócios, a Assem-
bleia reunirá em segunda convocatória, com qualquer
número de Sócios presentes, uma hora depois da
designada pela primeira convocatória.
Lisboa, 26 de Novembro de 2012
O Presidente da Mesa da Assembleia Geral
Manuel Macaísta Malheiros
Diário do Alentejo n.º 1598 de 07/12/2012 Única Publicação
COOPERATIVA AGRÍCOLA DE VIDIGUEIRA, CRL
CONVOCATÓRlA
Nos termos do artigo 23.º parágrafo 2.º dos Estatutos,
convoco a Assembleia Geral desta Cooperativa, para
reunir em sessão ordinária, na sede desta Cooperativa,
sita no Bairro Industrial, para o dia 27 de Dezembro
de 2012, pelas 17.30 horas, com a seguinte ordem de
trabalhos:
1. Apreciar, discutir e votar o Plano de Actividades e
Orçamento para o exercício de 2013;
2. Eleições (Corpos Sociais para o triénio 2013/15);
3. Outros assuntos de interesse para a Cooperativa.
Vidigueira, 03 de Dezembro de 2012.
O Presidente da Mesa da Assembleia-Geral
José António Batuca Pereira
NOTA: Art.° 26.°, n.° 2 - Se à hora marcada para a
reunião, não estiverem presentes a maioria dos coope-
radores, a assembleia reunirá, com qualquer número,
uma hora depois da indicada.
Diário do Alentejo n.º 1598 de 07/12/2012 Única Publicação
ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE SERPA
AVISO
Revisão do Plano Geral
de Urbanização de Serpa
SARA DE GUADALUPE ABRAÇOS ROMÃO, Presi-
dente da Assembleia Municipal de Serpa.
Em cumprimento do n.º 2 do artigo 149.º do Decreto-
Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, na sua atual redação,
torna público que, sob proposta da Câmara Municipal,
a Assembleia Municipal de Serpa, em Sessão de 12 de
Outubro de 2012 deliberou, nos termos do n.º 1 do artigo
79.º do mesmo Decreto-Lei, aprovar por unanimidade, a
Revisão do Plano Geral de Urbanização de Serpa.
A Revisão do Plano Geral de Urbanização de Serpa
produz efeitos no dia imediatamente a seguir à sua
Publicação no Diário da República, onde constará o
Regulamento, Carta de Zonamento e Carta de Condi-
cionantes
Paços do Município de Serpa, aos quinze dias do
mês de Outubro do ano de dois mil e doze.
A Presidente da Assembleia Municipal de Serpa,
Sara de Guadalupe Abraços Romão
institucional diversos
Diário do Alentejo7 dezembro 2012
saúde22
Laboratório de Análises
Clínicas de Beja, Lda.
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dos Médicos e pelo Hospital de Santa Marta
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de Ginecologiae Obstetrícia
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das 14 às 20 horas
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ConsultórioRua Capitão João Francisco Sousa 56-A
1º esqº 7800-451 BEJATel. 284320749
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oftalmologista
Especialista pela Ordem
dos Médicos
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do Hospital de Beja
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ACS, CTT, EDP, CGD, SAMS.
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pelo telef. 284325059
Rua do Canal, nº 4 7800 BEJA
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Oftalmologia ▼
Medicina dentária ▼
Psiquiatria ▼
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Payne PereiraMédico Dentista
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nº11 – 2º
Tel. 284329975
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de Beja
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na Policlínica de S. Paulo
Rua Cidade S. Paulo, 29
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284328023 BEJA
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Cirurgia oral/Implantologia
Aparelhos fi xos e removíveis
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Tel. 284 321 304
Tm. 925651190
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e Vias Urinárias
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na Policlínica de S. Paulo
Rua Cidade S. Paulo, 29
Marcações
pelo telef. 284328023
BEJA
Urologia ▼
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de consultas
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Das 11 às 12.30 horas
e das 14 às 18 horas
pelo tel. 218481447
(Lisboa) ou
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das consultas
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depois das 14.30 horas na
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Brito, nº 4 – 1º frente
7800-544 Beja
(Edifício do Instituto
do Coração,
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Especialista
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dos Médicos
e Ministério da Saúde
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Terreiro dos Valentes, 4-1ºA
7800-523 BEJA
Tel. 284325861 Tm. 964522313
Diário do Alentejo7 dezembro 2012
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Gerência de Fernanda FaustinoAcordos:
SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E.,Portugal Telecom e Advancecare
Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA
Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/
Desabituação tabágica – H. Pulido Valente
Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina
Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de
Lisboa
Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja
Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja
Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia
Familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo.
Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva –
Tratamento inovador para deixar de fumar
Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar
Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação
Especial e Reabilitação
Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H.
de Beja
Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/
Obesidade – Instituto Português de Oncologia de
Lisboa
Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias
Urinárias – H. Beja
Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de
Évora
Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospi-
talar de Lisboa (H.Júlio de Matos).
Dr. Carlos Monteverde – Medicina Interna, doenças
de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva.
Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/
Alergologia Respiratória/Apneia do Sono
Dr.ª Isabel Santos – Psiquiatria de Infância e
Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar
do Baixo Alentejo
Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital
de Beja
Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia
Dr. Luís Mestre – Senologia (doenças da mama) –
Hospital da Cuf – Infante Santo
Dr. Jorge Araújo – Ecografi as Obstétricas
Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças
do Sangue – Hospital de Beja
Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica –
Hospital de Beja
Dr. Diogo Matos – Dermatologia – Hospital Garcia
da Orta.
Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/
Orientação Vocacional
Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala
Dr.ª Maria João Dores – Psicomotricidade/Educação
Especial e Reabilitação
Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira
especialista em saúde materna/Cuidados de
enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação
pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recém-
nascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja
Marcações diárias pelos tels. 284 322 503
Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja
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Maria João Hrotko – Médicos Radiologistas –
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ADMS, MULTICARE,
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e aos sábados, das 8 às 13 horas
Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA
Telef. 284318490
Tms. 960284030 ou 915529387
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Osteoarticular, Ecodoppler
TAC – Corpo, Neuroradiologia,
Osteoarticular, Dentalscan
Mamografi a e Ecografi a Mamária
Ortopantomografi a
Manuel Matias – Isabel Lima – Miguel Oliveira
e Castro – Jaime Cruz Maurício
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Mamografi a Digital | TAC | Uro-TC | Dental Scan
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Diário do Alentejo7 dezembro 2012
institucional diversos necrologia24
Diário do Alentejo n.º 1598 de 07/12/2012 Única Publicação
COOPERATIVA AGRICOLA DE BERINGEL,
C.R.L.
ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA
CONVOCATÓRIA
Nos termos do Artº 40, nº 2 dos nossos Estatutos,
tenho a honra de convocar V. Exa. para a reunião da
Assembleia Geral Ordinária que se realizará no Edifício
da Casa do Povo de Beringel, pelas 10.30 horas do dia
28 de Dezembro de 2012.
Não se verifi cando a maioria de presenças exigidas
pelos Estatutos, funcionará a Assembleia uma hora
mais tarde, no mesmo local com qualquer número de
Associados presentes e com a seguinte
ORDEM DE TRABALHOS
1) – Apreciação e votação do Orçamento e do Plano
de Actividades para o Exercício de 2013.
2) – Outros assuntos do interesse da Cooperativa.
Cooperativa Agrícola de Beringel, aos 30 de No-
vembro de 2012
O Presidente da Assembleia Geral
José Eduardo Mira Cruz
Diário do Alentejo n.º 1598 de 07/12/2012 Única Publicação
COOPERATIVA AGRICOLA DE BERINGEL,
C.R.L.
ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA
CONVOCATÓRIA
Nos termos do Artº 40, nº 2 dos nossos Estatutos,
tenho a honra de convocar V. Exa. para a reunião da
Assembleia Geral Ordinária que se realizará no Edifício
da Casa do Povo de Beringel, pelas 9 horas do dia 28
de Dezembro de 2012.
Não se verifi cando a maioria de presenças exigidas
pelos Estatutos, funcionará a Assembleia uma hora
mais tarde, no mesmo local com qualquer número de
Associados presentes e com a seguinte
ORDEM DE TRABALHOS
1) – Apresentação, discussão e votação do Relató-
rio, Balanço e Contas do Exercício de 2011 e o Parecer
do Concelho Fiscal.
2) – Outros assuntos do interesse da Cooperativa.
Cooperativa Agrícola de Beringel, aos 30 de No-
vembro de 2012
O Presidente da Assembleia Geral
José Eduardo Mira Cruz
Diário do Alentejo n.º 1598 de 07/12/2012 Única Publicação
ASSOCIAÇÃO HUMANITÁRIA
DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE OURIQUE
CONVOCATÓRIA
Nos termos do Cap. III, Ad° 40, n° 2 alínea b) dos
Estatutos desta Associação, convoco todos os sócios
em pleno gozo dos seus direitos, para uma Assembleia
Geral ordinária, a realizar no Centro de convívio da
Câmara Municipal de Ourique, no dia 18 de Dezembro
de 2012 (terça-feira), pelas 20 horas, com a seguinte
ordem de trabalhos:
1. Leitura, apreciação e aprovação da ata da
Assembleia-geral de 29 de Março de 2012;
2. Apresentação, analise e apreciação do Plano de
Actividades e Orçamento para o ano de 2013;
3. Outros Assuntos do interesse da Associação
De harmonia com o estipulado no art. 42 n° 1 dos
estatutos, se à hora marcada a Assembleia Geral não
estiver composta pela maioria dos sócios, a mesma
funcionará trinta minutos depois com qualquer número,
desde que não inferior a três associados efectivos, no
mesmo local, e com a mesma ordem de trabalhos.
Ourique, 03 de Dezembro de 2012.
O Presidente da Assembleia-geral
José Manuel Ramos Mestre
Diário do Alentejo n.º 1598 de 07/12/2012 Única Publicação
ORGANIZAÇÃO DE PRODUTORES PECUÁRIOS PARA A DEFESA SANITÁRIA
DOS RUMINANTES DE SERPA
CONVOCATÓRIA
Convoco a Assembleia Geral Ordinária ao
abrigo do n.°2 do artigo 9 dos Estatutos da OPP,
na Rua da Cadeia Velha n.° 15, às 16:30 horas
do dia 20 de Dezembro de 2012, com a seguinte
ordem de trabalhos:
1. Aprovação do Plano de Actividades e Orça-
mento para o ano de 2013.
2. Outros assuntos de interesse,
Se à hora marcada para a reunião não estiver
presente mais de metade dos associados, esta
realizar-se-á uma hora depois com qualquer nú-
mero de associados.
Serpa, 2012-11-26.
O Presidente da Assembleia Geral
Jaime Pascoal Braga
Diário do Alentejo n.º 1598 de 07/12/2012 Única Publicação
COMUNIDADE INTERMUNICIPAL
ALENTEJO LITORAL
EDITAL
Alexandre António Cantigas Rosa, Presidente da
Mesa da Assembleia Intermunicipal da CIMAL – Co-
munidade lntermunicipal do Alentejo Litoral, faz saber,
nos termos do art.° 4 do Dec. Lei 54-A/99, de 22 de
Fevereiro, que em reunião de 29 de Novembro do ano
de 2012, foram aprovados os seguintes documentos:
Grandes Opções do Plano 2013
Orçamento 2013
Para constar, se publica o presente que vai ser
afi xado nos lugares públicos do costume.
Grândola, 29 de Novembro de 2012.
O Presidente da Mesa da Assembleia IntermunicipaI,
Alexandre Rosa
Diário do Alentejo n.º 1598 de 07/12/2012 Única Publicação
EDITAL
O Instituto de Conservação da Natureza e Florestas
faz público que nos termos do artº 6.º do regulamento
da lei n.º 2097, de 6 de Junho de 1959, aprovado pelo
Decreto n.º 44623, de 10 de Outubro de 1962, a KA-
LASTUS – ASSOCIAÇÃO DE PESCADORES, requereu
pelo prazo de 10 anos, a concessão de pesca na Albu-
feira de Terrins, sita na Herdade de Terrins, freguesia
de Silveiras, concelho de Montemor-o-Novo.
Todas as pessoas singulares ou colectivas que se
julguem prejudicadas nos seus direitos devem apresen-
tar a sua reclamação por escrito e devidamente justifi -
cada, na Unidade de Gestão Florestal do Alto Alentejo
e Alentejo Central – Rua Tenente Raul de Andrade, n.º
1 e 3, 7000-613 Évora, no prazo de 30 dias a contar da
data de divulgação deste Edital.
Para consulta dos interessados encontra-se no
referido serviço o projecto de regulamento, proposto
pela entidade requerente para vigorar na área a con-
cessionar.
Évora, 9 de Outubro de 2012.
O Director Regional de Florestas do Alentejo
Assinatura ilegível
MISSA
Maria Teresa Mestre
do Nascimento Guerreiro2.º Ano de Eterna Saudade
Marido, fi lho e restante família vêm por este meio comunicar que
será celebrada missa pelo eterno descanso da sua ente querida
no dia 08/12/2012, sábado, às 18 e 30 horas, na Igreja do Carmo,
em Beja, e agradecem antecipadamente a todas as pessoas que
comparecerem a este ato religioso.
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Praceta Rainha D. Leonor, Nº 1 – Apartado 70 - 7801-953 BEJA • Tel 284 310 164 • E-mail publicidade@diariodoalentejo.pt
Redacção: Tel 284 310 165 • E-mail jornal@diariodoalentejo.pt
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Efectuei Transferência Bancária para o NIB 0010 00001832 8230002 78 no dia ___________________ Nome _______________________________________________________________________________
Morada ______________________________________________________________________________
Localidade ___________________________________________________________________________
Código Postal ________________________________________________________________________
Nº Contribuinte ________________________Telefone / Telemóvel ______________________________
Data de Nascimento __________________________________ Profissão _________________________
*A assinatura será renovada automaticamente, salvo vontade expressa em contrário* Cheques ou Vales Postais deverão ser emitidos a:
AMBAAL – Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral
Diário do Alentejo7 dezembro 2012
necrologia 25
ODIVELAS / BERINGEL
†. Faleceu o Exmo. Senhor FERNANDO MODESTO VIEIRA, de 87 anos, natural de Salvador - Beja, Casado com a Exma. Sra. D. Ermelinda dos Santos Crujo Vieira. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 29 de Novembro, da Casa Mortuária de Beringel, para o cemitério local.
CABEÇA GORDA
†. Faleceu o Exmo. Senhor FRANCISCO CALVÁRIO, de 77 anos, natural de Cabeça Gorda - Beja, solteiro. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 01, da Casa Mortuária da Cabeça Gorda, para o cemitério local.
SUIÇA / BRINCHES
†. Faleceu a Exma. Senhora D. MARIA ANTÓNIA PASSINHAS SILVA REFACHINHO, de 38 anos, natural de Brinches - Serpa, casada com o Exmo. Sr. Luís Lopes Fialho Refachinho. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 01, da Casa Mortuária de Brinches, para o cemitério local.
BEJA
†. Faleceu o Exmo. Senhor JOÃO AUGUSTO LEITÃO DAS DORES, de 77 anos, natural de Salvador - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Mariana Rosa Caetano Leitão. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 02, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.
SALVADA
†. Faleceu o Exmo. Senhor JOÃO FRANCISCO GATO, de 78 anos, natural de Salvada - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Preciosa Guerreiro Seita. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 03, da Casa Mortuária da Salvada, para o cemitério local.
BEJA
†. Faleceu o Exmo. Senhor ANTÓNIO JOSÉ ROUSSEAU, de 80 anos, natural de São João Baptista - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Maria dos Anjos Marciano Correia Rousseau. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 03, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.
BEJA / PALMELA
†. Faleceu o Exmo. Senhor ALBERTO DE ALMEIDA CALHEIROS, de 92 anos, natural de São José - Viseu, viúvo. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 04, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério de Palmela.
BEJA
†. Faleceu a Exma. Senhora D. ANA RAMOS MACHADO QUARESMA, de 89 anos, natural de Vale de Vargo - Serpa, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 04, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.
BEJA
†. Faleceu o Exmo. Senhor ANTÓNIO REBOLO BENTO, de 71 anos, natural de São João Baptista - Beja, solteiro. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 04, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.
BEJA
†. Faleceu o Exmo. Senhor FRANCISCO GOMES, de 92 anos, natural de Salvada - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Mariana D'Assunção Coelho. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 05, da Casa Mortuária do Centro Social do Salvador, para o cemitério de Ferreira do Alentejo, onde foi cremado.
BEJA
†. Faleceu a Exma. Senhora D. TOMAZINA DA GUADALUPE REBOCHO CHARUTO, de 86 anos, natural de Santa Maria - Serpa, casada com o Exmo. Sr. António Jerónimo Charuto. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 05, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.
QUINTOS
†. Faleceu o Exmo. Senhor ANTÓNIO DA LANÇA, de 84 anos, natural de Quintos - Beja, viúvo. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 05, da Casa Mortuária de Quintos, para o cemitério local.
ALGODÔR / ALCARIA RUIVA
†. Faleceu a Exma. Senhora D. MARIA HERMÍNIA ALEXANDRE, de 61 anos, natural de Alcaria Ruiva - Mértola, solteira. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 05, da Capela de Algôdor, para o cemitério de Alcaria Ruiva.
CABEÇA GORDA
†. Faleceu a Exma. Senhora D. LAURETA DE LURDES PEREIRA BENTO, de 69 anos, natural de Alcaria Ruiva - Mértola, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 06, da Casa Mortuária de Cabeça Gorda, para o cemitério local.
Às famílias enlutadas
apresentamos as nossas mais
sinceras condolências.
Consulte esta secção em www.funerariapax-julia.pt
Rua da Cadeia Velha, 16-22 - 7800-143 BEJA Telefone: 284311300 * Telefax: 284311309
www.funerariapaxjulia.pt E-mail: geral@funerariapaxjulia.pt
Funerais – Cremações – Trasladações - Exumações – Artigos Religiosos
AGÊNCIA FUNERÁRIA SERPENSE, LDA
Gerência: António Coelho | Tm. 963 085 442 – Tel. 284 549 315 | Rua das Cruzes, 14-A – 7830-344 SERPA
Serpa
PARTICIPAÇÃO
Luís Francisco
GatinhoÉ com pesar que participa-
mos o falecimento do Sr. Luís
Francisco Gatinho ocorrido no
dia 01/12/2012, de 86 anos,
viúvo, natural da freguesia de
Vila Verde de Ficalho. O fu-
neral a cargo desta Agência,
realizou-se no dia 03/12/2012
pelas 11.30 horas, da Casa
Mortuária de Serpa para o ce-
mitério local.
Apresentamos à família as cor-
diais condolências.
Serpa
PARTICIPAÇÃO
Maria Joana
Sota PiçarraÉ com pesar que participa-
mos o falecimento da Sra.
D. Maria Joana Sota Piçarra
ocorrido no dia 02/12/2012, de
81 anos, viúva, natural da fre-
guesia do Salvador - Serpa. O
funeral a cargo desta Agência,
realizou-se no dia 04/12/2012
pelas 11.00 horas, da Casa
Mortuária de Serpa para o ce-
mitério local.
Apresentamos à família as cor-
diais condolências.
Serpa
PARTICIPAÇÃO
José da Rosa Canhita
É com pesar que participamos
o falecimento do sr. José da
Rosa Canhita, ocorrido no dia
30/11/2012, de 93 anos, sol-
teiro, natural da freguesia de
Salvador, Serpa. O funeral a
cargo desta agência realizou-
se no dia 01/12/2012, pelas 11
horas, da Casa Mortuária de
Serpa para o cemitério local.
Apresentamos à família as cor-
diais condolências.
Serpa
PARTICIPAÇÃO
Margarida
Rita PeladoÉ com pesar que participa-
mos o falecimento da sra. D.
Margarida Rita Pelado, ocor-
rido no dia 30/11/2012, de
94 anos, viúva, natural da
freguesia de Santa Maria ,
Serpa. O funeral a cargo des-
ta agência realizou-se no dia
01/12/2012, pelas 15 horas, da
Casa Mortuária de Serpa para
o cemitério local.
Apresentamos à família as cor-
diais condolências.
Serpa
PARTICIPAÇÃO
Maria Graça
Abraços BentesÉ com pesar que participa-
mos o falecimento da sra. D.
Maria Graça Abraços Bentes,
ocorrido no dia 28/11/2012,
de 90 anos, viúva, natural da
freguesia de Santa Maria ,
Serpa. O funeral a cargo des-
ta agência realizou-se no dia
29/11/2012, pelas 10 horas, da
Casa Mortuária de Serpa para
o cemitério local.
Apresentamos à família as cor-
diais condolências.
Vidigueira
AGRADECIMENTO
Francisca Perpétua
Bordalo Janeiro Nasceu 22.08.1926
Faleceu 28.11.2012
Sua família, na impossibilidade
de o fazer pessoalmente, agra-
dece por este meio a todas as
pessoas que a acompanharam
à sua última morada ou que
de outro modo manifestaram
o seu pesar.
AGÊNCIA FUNERÁRIA ESPÍRITO SANTO, LDA.
Tm.963044570 – Tel. 284441108
Rua Das Graciosas, 7
7960-444 Vila de Frades/Vidigueira
AGRADECIMENTO E
MISSA DO 30.º DIA
Cassilda Martins
Marques Parente
Seu filho vem por este meio
agradecer a todas as pes-
soas que acompanharam
a sua ente querida à sua
última morada ou que de
outro modo manifestaram
o seu pesar. Mais participa
que será celebrada missa
pelo seu eterno descan-
so no dia 09/12/2012, do-
mingo, pelas 12 horas, na
Igreja do Carmo, em Beja,
agradecendo desde já a
todos os presentes no pie-
doso ato.
AGRADECIMENTO E
MISSA DO 7.º DIA
João Augusto Leitão
das DoresEsposa, fi lhos, nora, genro e
netas agradecem reconheci-
damente a todas as pessoas
que se dignaram acompanhar
o funeral do seu ente querido
ou que de outra forma lhes tes-
temunharam o seu pesar. Mais
agradecem a todo o pessoal do
Lar Nobre Freire, em Beja, e
também a todo o pessoal do 4.º
piso do Hospital de Beja pela
forma humana como trataram
o seu ente querido. Participam
ainda que será celebrada mis-
sa no dia 7/12/2012, sexta-feira,
pelas 18 e 30 horas, na Igreja
da Sé, em Beja, agradecendo
antecipadamente a todos os
que se dignarem participar.
Diário do Alentejo7 dezembro 2012
26
Todas as semanas
os leitores do “Diário
do Alentejo” vão ter descontos.
Os anúncios desta secção pretendem, por um lado,
dar um impulso à economia local e, por outro, ajudar
os consumidores
neste tempo de crise.
Aproveite as oportunidades.
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5 euros
de 30 de novembro
a 25 de dezembro
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2012
27Desde meados do mês passado que a cidade de Beja conta com
um novo espaço comercial: o Pontodoce – Cake Design, uma
loja de artigos direcionada para o cake design, onde é possível
encontrar todo o tipo de artigos para a confeção e decoração
de bolos. A paixão pelo cake design fez com que Maria José
Roque, proprietária do espaço, desenvolvesse este projeto
totalmente dedicado aos clientes. “Depois de algum tempo
dedicado à área do cake design, o bichinho já era enorme e
difícil de controlar”, afirma. A empresária adianta que não
comercializa bolos já decorados, nem qualquer outro produto
acabado, pois não faz qualquer sentido fazer concorrência
aos seus principais clientes. O Pontodoce oferece ainda aos
seus clientes formação contínua, particular ou coletiva, e
workshops mediante inscrição, com novidades para todo o ano.
Pontodoce abriu
em Beja
Chocolate no Alentejo para todos os gostos
Mestre Cacau continua a diversificar oferta
De portas abertas desde 2005, e pres-tes a comemorar dois anos de existên-cia no novo espaço de venda situado no coração da cidade, a Mestre Cacau con-tinua a inovar, apresentando bombons para todos os gostos, com novos sabo-res e novas sensações, que vão dos mais vulgares aos bombons de aguardente de medronho, mel caramelizado, azeite vir-gem, manteiga de ovelha, trufa de ale-crim ou trufa de aguardente.
Publireportagem Sandra Sanches
Localizada no coração da cidade de Beja, numa zona pedonal com a tran-quilidade necessária para se estar
com amigos e família, a Mestre Cacau, em-presa de Célia e João Dias com fábrica ins-talada em Nossa Senhora das Neves, ofe-rece os mais variados sabores.
Com pontos de revenda em vários lo-cais do País, incluindo ilhas e estrangeiro, a Mestre Cacau integra cinco trabalhado-res, dois na loja e três na fábrica.
Numa ocasião em que se assumiam dois jovens em início de vida, formados mas sem grandes perspetivas de imple-mentarem um negócio nas suas áreas (ser-viço social e área alimentar) decidiram abrir a Mestre Cacau. Foi numa passagem pela Bélgica que Célia Dias pensou em im-plementar algo diferente no Alentejo, ine-xistente até então, tendo encontrado em Bruges várias lojas que se assemelhavam
àquilo que idealizava. Considerando que em Portugal a cultura do chocolate não es-tava devidamente explorada, decidiu avan-çar com algo artesanal, criando um espaço onde as pessoas pudessem visualizar o pro-duto a ser confecionado.
O facto de João Dias já conhecer alguns produtores de chocolate foi a alavanca para o começo do negócio. O casal passou por Itália, onde comprou os primeiros utensí-lios, e durante dois anos foi trabalhando em casa, desenvolvendo todo o processo, da confeção ao embalamento. Em 2005 avançaram para o projeto Mestre Cacau, que teve grande aceitação por parte da população.
Atualmente trabalham com chocolate belga, que chega em forma de pepita, trans-formam-no e derretem-no em forma de ta-blete, ao contrário do que se pensa, pois a matéria-prima do Mestre Cacau não é o ca-cau, mas sim o chocolate já transformado que depois de derretido e passado por um processo de temperagem permite a molda-gem do mesmo. Trabalham o chocolate de leite, preto e branco e, segundo Célia Dias, é dentro do chocolate preto que existem vá-rias origens: de São Tomé à Tanzânia, en-tre outros contendo várias percentagens de cacau. Sendo o bombom um produto mais moroso a confecionar, requintado, o seu custo é mais elevado. A tablete, mais vul-gar, é mais acessível. No entanto, aquando da sua confeção também se recorre a todas as combinações possíveis.
E porque os espanhóis são grandes apreciadores de chocolate, Célia Dias diz que o principal mercado de exportação da Mestre Cacau é o país vizinho, seguindo --se a Roménia e a Polónia. Futuramente os empresários esperam entrar com grande afirmação na Alemanha, existindo já contactos estabelecidos nesse sentido. Questionada sobre o facto de o chocolate alemão ser uma referência segundo os en-tendidos, Célia Dias salvaguarda-se com as combinações que a Mestre Cacau faz nos seus chocolates: “A tendência deste cho-colate é a imagem de marca com a ligação que conseguimos fazer com a região, dei-xando os sabores vulgares para novas ten-dências”. Recentemente envolvidos num projeto com a Escola Superior Agrária de Beja, medronho envolvido em chocolate não faltará.
Fruto do atual contexto económico, a empresa também sente uma quebra de vendas a nível local. Em relação às expor-tações, o volume de encomendas é maior, mas com um nível de valores mais baixo. Célia Dias diz que “as encomendas estão mais comedidas”, que sente “uma quebra nas mesmas”, mas que “resta a esperança”.
Nada se faz sem o apoio da população e a Mestre Cacau está ciente disso. E aqui fica a desmistificação de um mito: também os clientes opinam relativamente ao choco-late. Célia Dias ouve as sugestões e vai tes-tando o produto. O cliente elogia, valoriza ou não, e fá-los evoluir nesse sentido.
Continente de Beja recebe Tour Popota Natal 2012Hoje, sexta-feira, o Continente de Beja
recebe a visita da Popota, inserida no
Tour Popota Natal 2012. A Popota
convida todos os seus fãs, miúdos e
graúdos, a marcarem presença na loja,
onde estão garantidos muitos momentos
de diversão e alegria na companhia da
mais mediática mascote nacional.
Monte Pardieiro aposta nas ervas aromáticas e medicinaisHortelã, estragão francês, tomilho, segurelha
e manjerona são as plantas aromáticas que
saem todos os dias do Monte do Pardieiro, na
localidade de Messejana (Aljustrel), sobretudo
para o mercado internacional. A aventura de
António Calapez na área agrícola começou
em março último como resultado de um
desejo forte por uma atividade que permitisse
uma vida simples e partilhada por todos os
elementos da família. A escolha pela produção
de plantas aromáticas e medicinais deveu-se
ao facto de ser uma cultura ainda pouco
desenvolvida no País e com grande potencial.
Com uma área de cultivo de dois hectares, a
produção é totalmente biológica, porque a
família Calapez acredita que a longo prazo
é a única forma de garantir uma exploração
sustentável dos recursos e uma maior qualidade
de produtos. E os bons resultados estão à vista,
o negócio cresce todos os dias e em breve o
cultivo será ampliado para mais do dobro.
Prémio Mourense do Ano 2012A freguesia de Santo Agostinho, em Moura,
tem vindo desde 2004, através do Prémio
Mourense do Ano, a distinguir o mérito e
o contributo de pessoas e instituições em
prol da cidade. Ao longo destes anos têm
sido homenageadas pessoas que inspiram
pela sua dedicação a uma causa de maior
nobreza – Moura e as suas gentes. Este ano
o júri entregou o galardão a uma “casa” que
é “a menina dos olhos dos mourenses”, a
Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos.
Repsol Polímeros apoia entidades de SinesA Repsol Polímeros, S.A. assinou um protocolo
de colaboração com a Câmara Municipal
de Sines que tem como objetivo apoiar 13
entidades do concelho para o desenvolvimento
da sua atividade ao longo de 2013. O valor
total do protocolo é de 40 mil euros e insere-se
na política de responsabilidade social da
Repsol que tem como compromisso apoiar
e criar uma relação de benefício mútuo
com as comunidades locais, pretendendo
desta forma contribuir para o bem-estar
destas populações e assumindo assim um
compromisso social com aspirações de
progresso da sociedade onde se insere.
EmpresasEmEmEmEEmEmEEmmEmE 2 2 22220000000000 55 5 55 hohohooouvuvuvuvuuvu e e ee a ouusasasasasaasaaaadididddd a dededddedededdededdede j jjjjjjjjjjjjjuuuunununnuuuunnnnnntatattatataaaaaaarrrrr r r rrr rrrrr rr ooo ooo ooo oooooooo AAAlAAA enenenennennennneeeee tetetettetetetetetetejojjojojjojojooojojjjj ee e e ee oo ooo cchchchchhchhhhcchhcccc ococoocccccolololooollllollollollolllataaaaaa e.e C CCCCCCCCCCCComomomomomomommmmmmm o oo ooo o o memememeememeemeemememeeeeeeeeeemeellhllhlhlhlhlhlhlhlhhlhlhhlhllllllllll ororororororoorororoooorooooo c c c ccccccccccccc chohohhohohohohohohohohohohhooooccococcccccccoccocooocolalalalalalalalaalalalal tetettttettttteteteeeeeee bb bbbbbbb bbbelelelelellelelelellgaggagagagaaa e e eee cococococoococcococoooooommmmmm m mmmmmmmm ososososososososossosososososs pppp p pppp p pppp p p p p p pprorororororoooddudududududududududuutotototototottotototototottossss s s s s ssssss mmmamammamammmmmammmmmmmm isisssisissssssssssssi ememememememememeemememememememememememme blblblblblbllblblblblblemememememememememmememeemeeeee átátátátátáttttátátátátátáátáááááááttáátááticicicciciciciciicicicicicicicccccicciicososososooosososososososososoosososososososoossosssssso ddddddddd ddddd d dddddddd oooooooo o oooo AlAlAlAlAlAlAAlAlAAlAAAAAAAAAAAAAlleneneneneneneneneneneneneneneeeneneeeeneenene teteteteteteteteteteteeeeeeetetetejojojojojoojojojojooojojjojo aaaaa MMMMeMMe tstre Cacau une o mememeeeelhlhlhlhhhhorororororo dddddososososossoo dddddoioioioioo s sssss mmumundddddos e surpreende os clientes com novos sabores e novas sensações.
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28 Os finalistas da turma de Turismo da Escola D.Manuel I, em Beja, em conjunto com a comissão de
finalistas, promovem no próximo dia 14 uma festa de Natal. O evento, que terá lugar no último dia
de aulas do primeiro período letivo, tem como objetivo “ajudar não só os finalistas mas também o
Centro de Acolhimento A Buganvília (instituição para crianças dos zero aos 12 anos)”. A festa contará
com as participações do Clube de Música Esdmi, grupos de dança do Ginásio KC, Amantes do Cante,
Bubedanas, Mafalda Vasques (fado), Rapazes da Música (música anos 80), Duo Sensações e DJ Holl’y.
Finalistas de Turismo
da D.Manuel I promovem festa
de Natal
PaisQueijo, fiambre, mistas, não im-porta, serão boas de certeza e de-coradas assim vão saber ainda melhor.
A páginas tantas... A Kalandraka, dentro da chancela “Livros para sonhar” traz-nos um novo título, A Galinha Ruiva, de Pi-lar Martínez e Marco Somà. A Ga-linha Ruiva baseia-se num conto tradicional inglês e aborda uma temática que nunca deixa de es-tar presente no nosso dia a dia, o esforço e perseverança dão sem-pre bons frutos, face à preguiça neste caso de um gato e também de um pato. Provavelmente já conheces ou-tros livros deste ilustrador ita-liano, como o Coelhinho Branco, mas aconselhamos-te a ver o blo-gue e a deliciares-te com as ilus-trações http://marcosoma.blogs-pot.com.es.Neste livro Marco Somà trans-porta para os seus animais um ar humanizado, não deixando de mostrar a vida tradicional do campo.
Dica da semanaO trabalho que hoje trazemos para a página do Vi-tória, Vitória é da ceramista Jane Muir. Um cem nú-mero de personagens, sem que sejam a personifica-ção de alguém em particular, tornam-se parte inte-grante de uma paisagem rural ou urbana. Esculturas que por si só criam uma paisagem arquitetural. Po-des conhecer mais sobre esta artista na sua página oficial http://janemuir.co.uk/# ou se quiseres ver só imagens de muitos dos seus trabalhos digita Jane Muir ceramics no Google imagens.
Pela tua mãoNa semana passada lançá-mos-te o desafio para cria-res um pai Natal em lego. E já temos um para te mostrar enviado pelo Miguel, de oito anos, que até adicionou neve à imagem. Muitos parabéns. Envia-nos também o teu.
À soltaTemos visto muitas soluções para o aproveitamento das caixas dos ovos, mas esta talvez seja a que
mais nos encantou. Apro-veita a ideia e põe em prática.
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Boa vidaComer Perna de borrego assada no tachoIngredientes:1 perna de borrego;2 dl de vinho tinto alentejano;2 cebolas;4 dentes de alho;1 folha de louro;1 molho pequeno de salsa;100 gr. de banha de porco;1 dl. de azeite;q.b. de sal;q.b. de água (se necessário);q.b. de pimenta branca moída;q.b. de pimentão doce;200 gr. de toucinho salgado cortado às tiras;1 kg. de batatas;q.b. de vinagre de vinho branco.
Confeção:Depois de limpa a perna e lavada, coloque num alguidar com todos os temperos acima mencionados (exceto o toucinho). Deixe repousar de um dia para o outro no frigorífico.No dia seguinte coloque a perna de borrego num tacho com tampa que possa ir ao forno, com as tiras de toucinho por cima. Leve a assar em forno médio.A meio da cozedura da perna junte as batatas cortadas aos quartos, envolvendo-as no molho e, se necessário, adicione água. No final borrife com um pouco de vinagre.Acompanhe com uma salada e bom apetite…
Nota: Se não tiver um tacho que possa ir ao forno pode fazer num pirex ou num recipiente de barro.
António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora
LetrasNos trópicos sem Corbusier – arquitetura luso-africana no Estado Novo
Edição belíssima, ampla-mente documentada com fotografias, Nos
trópicos sem Corbusier di-vide-se em duas partes que or-ganizam cinco textos sobre a ar-quitetura concebida e erigida na “África portuguesa” após o “Ato Colonial” de 1930 mas, sobre-tudo, após o final da II Guerra Mundial quando a construção civil se tornou síntoma do de-senvolvimento que o Estado Novo teve que implementar.
A primeira parte – “Modernos” – abre com “A tradição em Brazil Buids e o Inquérito à Arquitetura Popular em Portugal”, prossegue com uma reflexão sobre a influên-cia brasileira na construção na “África Portuguesa”, analisa a presença do moderno brasi-leiro nas exposições de Lisboa e Lobito e como é mostrada a África “moderna” em revis-tas de referência além de anali-sar o caso do Bairro Prenda, em Luanda.
“E modernos suaves” – tí-tulo da segunda parte – co-menta o caso da Guiné Bissau e do Gabinete de Urbanização Colonial, reflete sobre a casa portuguesa mas ultramarina, olha para as escolas em Angola antes de apurar a africanidade na arquitetura colonial.
A obra encerra com o ensaio homónimo que evoca o projeto, não construído, para a Argélia de Le Corbusier em que este as-sumiu a necessidade de adapta-ção climatérica da arquitetura moderna às especificidades lo-cais e comenta a busca de uma “portugalidade tropical” de evolução autonóma à tutela cor-busiana e por isso contestatária da ideia, vigente, que assume a exclusividade desta na inven-ção de uma arquitetura tropi-cal. Fundamental para quem se interessa por arquitetura mas também pela luso-tropicaliza-ção com o que o Estado Novo reagiu à contestação internacio-nal a Portugal pela manutenção de colónias.
Maria do Carmo Piçarra
JazzJosé Peixoto/ /António Quintino – “Volta”
José Peixoto é conhecido do grande público sobretudo por via da sua co-laboração com os Madredeus. Mas
a relevância musical do extenso traba-lho que tem vindo a ser desenvolvido pelo guitarrista e compositor em muito extra-vasa e participação no grupo dirigido por Pedro Ayres de Magalhães. Para além de compositor de distinta escrita, Peixoto expressa todo o seu domínio virtuosís-tico do instrumento, tocando-o como se tratasse de um oud (o tradicional alaúde árabe), ou seja, enquanto instrumento melódico e não harmónico. Já António Quintino é um jovem contrabaixista de créditos firmados no panorama do jazz nacional. O encontro entre ambos dá-se na JACC Records (braço editorial do Jazz Ao Centro Clube, sedeado em Coimbra) depois da conseguida participação de Quintino no mais recente disco do projeto El Fad, liderado pelo guitarrista, “Lunar” (também na JACC Records), onde prota-gonizavam um promissor dueto na peça “Na esquina, à espreita”. Os dois músicos voltam a encontrar-se neste “Volta”, de-senvolvendo uma cumplicidade em torno da linguagem muito pessoal de Peixoto, tão rica em cruzamentos e miscigenações musicais. Com sabor nitidamente medi-terrânico (abarcando a sua diversidade cultural, do Alentejo/Algarve, Andaluzia, ao norte de África), “Volta” mostra os dois músicos em verdadeiras manobras de complementaridade artística, não muito habituais, unindo as vozes dos seus dois cordofones de um modo bastante profí-cuo. Os diálogos estabelecidos pendem mais para um determinado formato “ja-zzístico” (a aproximar-se de algumas das coordenadas exploradas por Ralph Towner e pelos Oregon) do que para cer-tas formulações “clássicas” por vezes as-sociadas ao trabalho de Peixoto. Atente-se nas belíssimas melodias de “Que sente uma nuvem sozinha no céu?” e “Não mais que um aceno”, no guitarrismo cristalino de “Materno”, no perfume magrebino de “Amarelo Intermitente“ e no dinamismo rítmico de “Há dias que não são fáceis”. “ATL” é um exercício de livre improvisa-ção a três. Particularmente importante é a contribuição, em cinco peças, do bate-rista/percussionista José Salgueiro (que também integrou o El Fad) ao acrescen-tar um perfume extra que em muito enri-quece o resultado final. Um disco deveras interessante, capaz de atrair cultores de diferentes quadrantes do espetro musical.
António Branco
FilateliaGrande Prémio da Lubrapex para Portugal
O Grande Prémio da XXI Exposição Filatélica Luso-Brasileira – 2012, que se realizou no mês passado em São Paulo, foi atri-buído à coleção temática portuguesa “Essa Gesta Gloriosa”, de
Júlio Pedroso Maia. Esta coleção obteve a classificação de 97 pontos a que corresponde medalha de ouro, módulo grande.
À coleção “D. Luís I – Selos Estampados – Emissões de 1880 a 1893 – Provas e Ensaios”, de Claudino Pereira, foi atribuído o Prémio Brasil, com 90 pontos, a que também corresponde medalha de ouro grande. Esta coleção conquistou ainda o prémio da sua classe, Filatelia Tradicional.
A nossa participação conquistou vários prémios de classe, nomeadamente os de Filatelia Tradicional, Aerofilatelia, Inteiros Postais, Filatelia Temática, Maximafilia e Juventude. Nesta última classe, os jovens portugueses obtiveram ainda os prémios dos grupos I e II, respeitantes aos grupos etários até 13 anos e dos 13 aos 15 anos.
Os prémios de classe atrás referidos distinguiram “LZ 127 Graf Zepelin Grande Paquete Voador 1928-1937” (aerofilatelia), de José Oliveira da Costa; “King Manuel II – Postal stationery specialized collection” (inteiros postais), de José Santos Pereira; “O Mundo de Baco” (filatelia temática), de Maria Liseta Barros; “As Forças Armadas no contexto da Guerra e da Paz” (maximafilia), de José Ribeiro Marques; e “A Pomba Mensageira” (juventude), de Gonçalo Silva Barros Miranda Lima.
Divididas por classes filatélicas, vieram para Portugal as seguintes medalhas:
Ouro grande: filatelia tradicional (uma), inteiros postais (uma) filatelia te-mática (duas).
Ouro: filatelia tradicional (duas), filatelia temática (uma), maximafilia (uma).
Prata dourada grande: aerofilatelia (uma), filatelia temática (uma), juven-tude (uma) e literatura filatélica (uma).
Prata dourada: filatelia temática (uma) e classe um quadro (uma). Prata grande: juventude (quatro) e literatura filatélica (duas). Prata: juventude (uma), literatura filatélica (três) e um quadro (duas). Bronze prateado: juventude (duas) e um quadro (duas).
Paulo Dias faz mais um leilão A leiloeira Leilões Paulo Dias realiza no dia 15 (sábado) mais um leilão. Trata-se do seu 57.º leilão, que põe em praça 2 300 lotes que abrangem todas as disciplinas filatélicas.
De realçar (entre outros) os lotes 1 409 e 1 410: o primeiro refere-se a um so-brescrito (frente) franquiado com um par do selo de cinco réis preto da emissão Coroa (1875) e outro par de 20 réis bistre da mesma emissão. O segundo é um so-brescrito circulado de Luanda em 14/05/1886 para os Estados Unidos, via Lisboa, franquiado com o selo de 100 réis, lilás claro, também da emissão Coroa.
Ilustração: tira de três selos da 1866, D. Luís I, fita curva, não denteados, do selo de 10 réis amarelo laranja (lote 14).
O catálogo pode ser visitado em http://www.leiloespdias.pt
Geada de Sousa
Ana Vaz MilheiroRelógio d’Água490 págs.26 euros
José Peixoto / António Quintino – “Volta”José Peixoto (guitarra) e António Quintino (contrabaixo).Editora: JACC RecordsAno: 2012
A Raissa é uma cadela de porte muito pequeno. Não tem raça definida mas poderá
ter alguns traços de podenga. Por ser tão pequena e dócil é ideal para viver em
apartamento. Vai ser uma companheira espetacular para toda a família.
Já está desparasitada e em breve poderá ser vacinada. Venham conhecê-la ao Cantinho
dos Animais de Beja. Contactos: 962432844 sofiagoncalves.769@hotmail.com
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Fim de semana
Espaço Os Infantes recebe “Os Infernos de Joane, o Parvo”, do Teatro FórumDepois de duas apresentações
ontem, quinta-feira, “Os
Infernos de Joane, o Parvo”,
uma peça cómico-trágica do
Teatro Fórum de Moura que
conta a história dos “parvos”
desde “o princípio do mundo”,
regressa hoje ao palco do espaço
Os Infantes para mais duas
sessões (às 14 e 30 horas para
o público escolar e às 22 horas
para o público em geral). Na
peça, Joane, o Parvo, a “famosa”
personagem do dramaturgo
português Gil Vicente e “agora
nosso contemporâneo”, irá
contar a história dos “parvos”,
que “vem quase desde o
princípio do mundo”, colocando
“várias épocas, mitos e pontos
de vista em confronto”.
O combate da cidadania apresentado em Beja Plano C – o Combate da
Cidadania, o mais recente
livro do IDP – Instituto da
Democracia Portuguesa, é
apresentado hoje, sexta-feira,
pelas 21 horas, na Biblioteca
Municipal de Beja. O encenador
Virgílio Castelo e o juiz
desembargador Rui Rangel,
do IDP, apresentarão a obra de
autoria conjunta de 22 autores,
entre os quais Ribeiro Telles,
Rui Moreira, Frederico Brotas,
Gustavo da Cunha e Salgado
de Matos, e editada pela
Bertrand. O evento contará
ainda com a participação
de outros membros do IDP,
entre os quais o presidente da
direção, Mendo Henriques.
Entre hoje e domingo
Festas Báquicas em Vila de Frades...
e Feira da Vinha em Amareleja
AXI Feira da Vinha e do Vinho abre hoje as por-tas em Amareleja, mostrando até domingo “a excelente qualidade dos vinhos produzido no
concelho de Moura”. O evento, que “já tem créditos firmados no panorama das realizações do concelho e
da região”, como destaca a organização – a Câmara de Moura e a Junta de Freguesia de Amareleja, terá lugar na
Escola das Cancelinas.Os destaques deste primeiro dia de certame vão para o lan-
çamento da segunda edição do livro Amareleja – Rumo à sua história, da autoria do padre João Rodrigues Lobato, e para as
atuações dos grupos Vá de Modas, Coral da Sociedade Recreativa Amarelejense, Coral Masculino da Casa do Povo de Amareleja,
Coral Feminino da Casa do Povo de Amareleja Espigas Douradas e Tuna Feminina da Universidade de Beja. Amanhã, sábado,
terá lugar a tradicional Rota das Adegas, com os grupos co-rais masculino e feminino da Casa do Povo de Amareleja, e a atuação de Dr. José Pepo, com teatro de fantoches (“O Auto
do Curandeiro”), acordeões e histórias contadas. À noite ha-verá animação a cargo do grupo de concertinas Os Alegres de Castanheira de Pera e fado com Teresa Tapadas, José da Câmara e António Pinto Basto, acompanhados à guitarra portuguesa e à viola por Dinis Lavos e Filipe Vaz da Silva.
Do programa para domingo, destaque para uma pales-tra onde serão debatidos os temas “Oportunidades futu-ras da vitivinicultura na Margem Esquerda do Guadiana” (Manuel Bio), “Produção de vinhos em climas quentes” (Mário Andrade), “Novo pragmatismo da produção bio-lógica em viticultura” (Luís Peres de Sousa) e “Margem
Esquerda do Guadiana: um tesouro da vitivinicultura europeia” (Vergílio Loureiro).
O lançamento do vinho de talha “Vitifrades 15 anos”, um espetáculo mu-sical com o Grupo de Cante Alentejano
da Escola Musical da Câmara Municipal de Vidigueira e um “Vitifrades de honra” mar-cam a inauguração oficial da 15.ª edição das Festas Báquicas, agendada para as 19 horas de hoje, sexta-feira, na Sociedade Recreativa União Vilafradense, em Vila de Frades.
Até domingo, a Vitifrades, que é pro-mov ida pela Asso-ciação de De sen-volvimento Local Vit i f rades, apre-senta um vasto con-junto de pro-postas,
sendo de destacar no plano musical um tributo a António José Pilrito (hoje), as atuações de Improvisos do Sul (hoje), Coparias Big Band (hoje) e grupo Serões do Alentejo (sábado) e uma noite de fa-dos com António Pinto Basto e Gustavo (sábado), acompanhados por José Luís Nobre Costa (guitarra portuguesa) e Francisco Gonçalves (viola de fado).
O programa inclui ainda o colóquio “O regadio e o desenvolvimento do concelho
de Vidigueira e da região”, que contará com as intervenções de representantes
da EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infraestrutura do Alqueva (José
Costa Gomes e João Carlos Saião), da Associação Técnica dos
Viticultores do Alentejo (Francisco Mata) e da Cooperativa Agrícola de Vidigueira (José Baptista), no sábado, e a realização da tradi-cional Rota das Adegas, com a presença da Confraria dos Enófilos do Alentejo e anima-ção musical a cargo da Ma’Estig’ama (tuna masculina da Estig, do IPBeja), do grupo de concertinas Os Alegres de Castanheira de Pera e do Grupo de Cante Alentejano e Violas Campaniças de Casével, Castro Verde, no domingo.
Durante as Festas Báquicas será ainda possível apreciar duas exposições, uma de fotografia intitulada “15 anos Vitifrades”, patente no recinto da feira, e outra coletiva de pintura e escultura com o título “O Grupo dos Nove”, no Museu Casa do Arco.
“O que ficamos a saber sobre os homens quando três
trintões, amigos de longa data, se vêm forçados a passar
cerca de uma hora, juntos, sozinhos, sem distrações e a falar
uns com os outros? Serão os homens seres tão complexos
como dão a entender quando... bem, na verdade, nunca
o dão a entender. Mas do que falam quando as mulheres
não os ouvem? Sim, disso. Mas conversam acerca de quê?
Sim, disso. Mas do que falam... Ok, basicamente, só falam
disso. Mas já ouviu”. “As mulheres não percebem…”, um
espetáculo humorístico, com encenação de José Pedro
Gomes e interpretado por André Nunes, Rui Unas e Aldo
Lima, sobe amanhã, sábado, ao palco do Pax Julia Teatro
Municipal, em Beja. “As mulheres não percebem…”, uma
produção UAU, tem início agendado para as 21 e 30 horas.
André Nunes, Rui Unas
e Aldo Lima levam humor ao Pax Julia
Capricho Bejense promove II Feira do Livro Usado A Sociedade Filarmónica Capricho Bejense promove este fim de semana, dias 8 e 9, a II Feira do Livro Usado. Para além de livros, CD e DVD usados, estarão à venda licores e compotas casei-ras, bijuteria e acessórios de moda.
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31cÂmara de beja lanÇa
campanha para estimular
comÉrcio tradicional:
“venha Às portas de mÉrtola,
mas nÃo se esqueÇa
das galochas!”
Com o objetivo de ajudar o comércio tradicional da cidade, a câmara bejense lançou uma campanha com o objetivo de levar pessoas às Portas de Mértola para que possam efetuar as suas compras de Natal. “As obras estão quase a acabar, e as pessoas podem circular sem problemas para fazer as compras. Apenas têm de trazer vestuário e outros acessórios adequados para circular no local e enfrentar este inverno chuvoso e frio, como: galochas, capacete, uma retroescava-dora e uma liana para atravessar as valas…”, afirmou fonte de água da câmara. As obras de requalificação começaram antes das primeiras invasões árabes, estando a ser feitos todos os esforços para que os bejenses possam desfrutar da-quela zona mesmo antes do fim do mundo previsto pelos Maias.
Operação Azeitona Segura GNR revela que azeitonas recuperadas a meliantes revelam sinais de Síndrome de Estocolmo
Depois do arrastão de rábanos e da onda de sequestros de hortelã da ribeira, a criminalidade da região tem sido mar-cada pelo aumento do furto de azeito-nas. Criminologistas identificaram algu-mas das características associadas a este tipo de delitos: “Geralmente, o roubo de azeitonas destina-se à venda para a rede internacional de mau colestrol ou para o mercado negro de azeite espanhol (da-quele que também dá para lubrificar o motor do seu automóvel)”, explicou Ludgero Primeira Instância, académico que dirige o estudo sobre a alta crimina-lidade no mundo agrícola. “Também é in-teressante poder observar como as azei-tonas que são recuperadas revelam sinais claros de Síndrome de Estocolmo – de-fendem os seus raptores com desculpas do tipo ‘eles só queriam angariar dinheiro para comprar uma PlayStation para o fi-lho’ ou ‘até fui muito bem tratada, de-ram-me banho de sal e oregãos’, o que nos deixou muito apreensivos”, acrescen-tou. Preocupadas com esta tendência, as autoridades portuguesas já disponibiliza-ram apoio às azeitonas, nomeadamente através da criação do Centro de Apoio à Azeitona Retalhada Vitimada e da linha de apoio telefónico Azeitona SOS Extra Virgem.
JÚLIO VINIL, 33 ANOS
Pessoa que só ouve a Antena 2
Estou de acordo, mas acho que Portugal desistiu por outro motivo:
amor-próprio. Isto de ficar com menos de oito pontos, atrás de potên-
cias musicais como o Azerbeijão ou o Liechtenstein, é coisa para me-
xer com a nossa autoestima. A intervenção da troika, ao pé disto, é
uma cócega! O que precisávamos era de alguém ao nível musical do
Armando Gama, mas sem o cabelo do Armando Gama, para termos al-
guma hipótese de ganhar o festival.
BERNARDINO SISTEMA DE SOM, 46 ANOS
Pessoa que tem o sonho secreto de trabalhar como estivador
Acho que é uma pena… Perdemos mais uma oportunidade de ex-
portarmos aquilo em que somos bons: cantores que vão buscar o seu
nome às hepatites, como o Hélio B ou a Vanda C. Somos o único país
com capacidade para chegar lá fora e apresentar alguém a cantar no
inglês do Mário Augusto depois de ter lambido uma estátua de gelo...
Isto para não falar das cantoras que têm aspeto de quem arranjou o
cabelo numa máquina de algodão doce.
FLÁVIA VANESSA, 45 ANOS
Cantora considerada pela revista “Caça e Pesca” a “nova Valentina Torres”
Essa decisão é uma perseguição pessoal: não vão à Eurovisão porque não
querem que eu ganhe aquilo. É uma injustiça que alguém como eu, que
deu tanto à cultura do País, com canções como “Queres lamber o meu
Calippo?” ou “Sou o teu forno pré-aquecido”, seja posta de parte. Eu não
sou cantora pimba! Eu estudei música no Conservatório de Corte Gafo de
Cima! Já agora, aproveito para anunciar que vou fazer uma grande tourné
internacional, com passagens por Pias, Brinches e Santo Amador.
Inquérito Portugal desistiu de participar no Festival Eurovisão da Canção alegando “motivos financeiros”. Concorda com esta decisão?
Em Bom Alentejano:
“moenga” ou “xarenga”?
Está de regresso a nossa rubrica
linguística. E não, não se trata de
uma tentativa de encher a página
devido à falta de assunto, mas sim
de despertar os nossos leitores
para as grandes problemáticas
deste dialeto ancestral que é
o alentejano. Muitos erros se
cometem em torno das palavras
que hoje iremos explorar, pelo que
espero sinceramente que este artigo
possa trazer alguma luz sobre o
problema: “moenga” e “xarenga” –
as duas faces da chatice. É verdade
que ambas as palavras significam
“aborrecimento”, mas em que
contextos devem ser utilizadas?
“Moenga” remete para o abstrato,
como se pode ver neste poema
de Al-Mutamid: “Estou aqui em
Sevilha/ tal não é a moenga do calor/
/escorre tanto suor até à bilha/ vou
precisar de um desumidificador”,
pelo que deve ser utilizada apenas
em contextos poéticos, filosóficos e
matemáticos. Por sua vez, o termo
“xarenga” está relacionado com algo
palpável, como se pode observar
nesta frase proferida por um militar
da GNR: “Tal não é a xarenga do
carro que não quer pegar! Já não
bastava a xarenga do salitre no
posto e a xarenga do telhado que
desabou?”. A sua utilização deve,
pois, restringir-se a tudo o que é
corpóreo e real. Atente-se, todavia,
que ambos os termos devem ser
utilizados com elevados níveis de
descontentamento e de sotaque
alentejano, sob o risco de parecer
um lisboeta com um impedimento
na fala. Assim se fala Em Bom
Alentejano.
Moura Maior radiotelescópio do mundo irá permitir procurar emprego nos confins do universo
Está prevista para breve a instalação daquele que será o maior radiotelescópio do mundo no con-celho de Moura (herdade da Contenda), já que, segundo os especialistas, aquela região oferece as condições ideais para que o instrumento permita visualizar o universo de forma nítida. Esta notí-cia deixou muito esperançados alguns alentejanos que prometem dar bom uso ao radiotelescópio: “Já tirei uma senha na secção de charcutaria do Intermarché de Moura para usar o aparelhómetro e procurar emprego. Trabalhei em França e na Suíça, e não tenho problemas nenhuns em abalar para o estrangeiro... Até já tenho um visto para trabalhar noutras galáxias. Eu cá faço de tudo!… Só não trabalho para espanhóis e homenzinhos verdes com a cabeça desproporcionada…”, explicou-nos Fausto Lençol, desempregado, enquanto levantava o seu passaporte na Loja dos Chineses. Por ou-tro lado, a CGTP Interplanetária já alertou para as tendências neoliberais dos marcianos e para as falsas ofertas de emprego: “Trabalhadores: se vos oferecerem transporte para os confins do uni-verso numa carrinha de caixa aberta, desconfiem! E se disserem que o Estado Social só funciona bem no planeta P354bloghr afastem-se da pessoa que vos disse isso, sem a olhar nos olhos, pois pode ser um perigoso ET!”, explica um folheto da central sindical.
“Recruta-se Consultor Financeiro”
FUNDADO A 1/6/1932 POR CARLOS DAS DORES MARQUES E MANUEL ANTÓNIO ENGANA PROPRIEDADE DA AMBAAL – ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DO BAIXO
ALENTEJO E ALENTEJO LITORAL | Presidente do Conselho Directivo José Maria Pós-de-Mina | Praceta Rainha D. Leonor, 1 – 7800-431 BEJA | Publicidade e
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Para hoje, sexta-feira, são esperados aguaceiros e temperaturas entre os sete e os 16 graus centígrados. Amanhã, sábado, o céu deverá apresentar-se com períodos de muito nublado e no domingo muito nublado.
Casa da Cultura recebe VII Festival de Bandas de Beja
Entre hoje e amanhã, dias 7 e 8, a Casa da Cultura
recebe mais uma edição do Festival de Bandas de Beja,
a sétima, numa organização da Associação Juvenil
Arruaça e que junta “14 projetos”, entre bandas “com
longos anos de história” e “novas promessas da música
da cidade”, sem esquecer “a música mais tradicional”.
O cartaz para o primeiro dia de festival integra nomes
como A Moda Mãe, Bacoustic, Ex Oriente Lux, Lunae
Lumen, Shredded to Pieces, Tam Tam e Tango Paris.
Amanhã, sábado, são esperados os Balão Dirigível,
Black 7st Avenue, Chá de Empilhadora, Collision
Course, Dead Southern Tree, disArma e Ho-Chi-Minh.
A organização promete assim “dois dias de muito
convívio, boa disposição e música da casa em mais uma
edição de um evento que anualmente reúne dezenas
de músicos e tem contribuído decisivamente para a
criação e produção de cada vez mais e melhor música
no concelho”. Durante o festival serão ainda sorteados
uma tatuagem e uma guitarra elétrica. As portas
abrem às 21 horas.
Zambujo eleito n.º 1 pela “Blitz”
O álbum “Quinto”, do bejense António Zambujo,
foi eleito pela revista “Blitz” como o melhor disco
português de 2012. Em declarações à publicação,
António Zambujo disse esperar “que cada disco novo
que saia continue a corresponder às expectativas” e
que com isso “consigamos continuar a fazer o que mais
gostamos: tocar e cantar”. “Fico feliz por todos os que
estão nesta lista, principalmente a Carminho, o Miguel
Araújo e a Ana Moura (13.º?!), porque são artistas que
admiro muito e cuja carreira acompanho de perto.
Viva a música portuguesa!”, concluiu Zambujo, que
atua hoje, sexta-feira, no Coliseu de Lisboa.
Tem formação superior em Dança pela
Faculdade de Motricidade Humana.
Como se dá a sua chegada ao grupo de
ação teatral A Barraca, onde é atriz resi-
dente e onde já trabalhou com Maria do
Céu Guerra, Rita Lello e Helder Costa?
Lembro-me em pequenina de estar sem-pre a cantar e a dançar em frente ao gra-vador de cassetes ou ao gira-discos. Aos nove anos participei com dois amigos em três festivais infantis da canção re-gionais, acabando por alcançar o 1.º lu-gar. Em Beja lá me ia metendo em todas as poucas atividades artísticas existentes na cidade, enquanto estudava. Nunca fui o tipo de criança que sabia o que queria ser quando fosse grande até ao dia em que tive de preencher os papéis para a fa-culdade e aí surgiu a dança. Concluí a li-cenciatura na Faculdade de Motricidade Humana, em Lisboa, e por Lisboa fi-quei a dar aulas de dança. Mas continu-ava a faltar qualquer coisa. Tive conhe-cimento do Grupo de Teatro Académico da Universidade Lusíada e inscrevi-me no mesmo por brincadeira, para saber o que era representar e ver se gostava. O “pior” é que não só gostei, como nesse ano fiz os testes para entrar na ACT – Escola de Atores e no ano letivo seguinte já estava a ter aulas na dita escola, onde estudei durante três anos. Acredito que todos nós temos uma estrelinha porque no fim do 2.º ano da ACT o encenador Helder Costa, da Companhia de Teatro A Barraca, ao ver-me numa peça semi-profissional, “levou-me” para a sua com-panhia para a peça “O mistério da ca-mioneta fantasma”. Desde aí que tenho vindo a colaborar com A Barraca em pe-ças como “Angel city”, encenada por Rita Lello, “Rumor”, encenada por Maria do Céu Guerra, “As peúgas de Einstein”, encenada por Hélder Costa, e outras.
Atualmente estou em cena protagoni-zando a raposa mais matreira e lambis-queira de todos os tempos em “As mara-vilhosas aventuras de salta-pocinhas”, encenada por Rita Lello, uma adaptação do Romance da Raposa de Aquilino Ribeiro. O espetáculo está em cena aos
sábados às 16 horas e aos domingos às 11 e 30 horas, estando também aberto a marcações durante a semana e digres-sões pelo País.
Para além do teatro, fez cinema, partici-
pou em alguns séries de ficção e em vide-
oclips, fez publicidade para televisão e lo-
cução e ainda dobragens para a Disney.
Em que registo se sente mais à vontade?
Estou sempre a fazer castings e audi-ções e passo a passo lá vou fazendo al-guns trabalhos para televisão, cinema, locuções e dobragens. Não saberia es-colher dedicar-me a uma, mas a minha grande paixão são as câmaras e as do-bragens. As dobragens porque cresci a ver a Disney, e ainda sei as músicas to-das dos filmes. As câmaras porque é o que me dá mais gozo fazer. Quero fazer muita ficção e ainda mais cinema, quer aqui quer lá fora.
Quais são os seus projetos a curto/médio
prazo?
São os mesmos que os de qualquer mi-úda na minha idade: ser feliz, casar e ter filhos, sempre acompanhada de uma brilhante carreira profissional. Quero experimentar diferentes teatros e com-panhias, trabalhar com encenadores como Nuno Pino Custódio ou Filipe La Féria, realizadores como António Pedro Vasconcelos, Jorge Paixão da Costa, João Canijo e muitos outros. Quero mer-gulhar fundo nisto ao lado de colegas como Nuno Lopes, Rita Blanco, Miguel Guilherme ou Herman José. Depois, e pelo meio disto, hei de escrever contos e histórias infantis, fazer mais e mais pe-ças de teatro, mais e mais ficção, mais e mais cinema, explorar um país estran-geiro e morrer muito velhinha na Casa do Artista. Nélia Pedrosa
Vânia Naia28 anosNatural de Beja “Pai à força”, de Miguel Guerreiro (RTP); “Portal do tempo”, de Fernando Ávila (TVI); e “República”, de Jorge Paixão da Costa (RTP), são algumas das séries em que participou. No grande ecrã já foi dirigida por Pedro Miguel Resende, André Lourenço e Paulo Valente.
Vânia Naia é atriz residente da companhia A Barraca
“A minha grande paixão são as câmaras e as dobragens”
Licenciada em Dança pela Faculdade de Motricidade Humana e com formação pela ACT – Escola Profissional de Atores para Cinema e Televisão, Vânia Naia é atualmente atriz residente da Companhia de Teatro A Barraca, onde chegou pelas mãos do encenador Helder Costa que a
convidou para integrar a peça “O mistério da camioneta fantasma”. Desde aí tem vindo a colaborar em várias peças, também sob a orientação de Maria do Céu Guerra e de Rita Lello. Do seu currículo
constam ainda alguns trabalhos para televisão, cinema, locuções e dobragens, e, apesar de se sentir bem em qualquer registo, assume que a sua “grande paixão” são as câmaras e as dobragens.
quadro de honra
O “DA” está no canal 475533 doNº 1598 (II Série) | 7 dezembro 2012
PUB
DR
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