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COLEÇÃO VIANNA EBOOK
EBOOK ROTEIRO PRÁTICO SICAF
O Registro Cadastral da esfera Federal
GUIA PRÁTICO
AUTORA FLAVIA DANIEL VIANNA
Vianna e Consultores desde 1989
www.viannaconsultores.com.br
viannalicitacao.blogspot.com.br
AUTORA FLAVIA DANIEL VIANNA
1. Advogada especialista e instrutora na área das licitações e contratos
administrativos; 2. Pós-graduada em Direito Administrativo pela Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo (PUC/SP); 3. Coordenadora Técnica e consultora jurídica da Vianna & Consultores Associados
Ltda; 4. Autora das seguintes obras: ● Livro: “Ferramenta contra o Fracionamento Ilegal de Despesa – A União do
Sistema de Registro de Preços e a Modalidade Pregão” – Ed. Scortecci – 2009 –SP ● Livro “Manual do Sistema de Registro de Preços (SRP)” – Ed. Synergia - 2015 ● “Coletânea de Jurisprudências referentes à matéria das Licitações e Contratações
Administrativas” –Ed. Vianna – 2004 – SP (Esgotada) ● Coleção E-book “Pregão Eletrônico – com ênfase na prática” (prelo) 5. Co-autora das obras: ● Livro: “Subsídios para Contratação Administrativa” – Editora INGEP – 2011 – SP. ● Livro: “Subsídios para Contratação Administrativa” – Legislação Essencial e
Questões Práticas – Volume 1 – Editora INGEP – 2012 – Porto Alegre. ● Livro: Licitação com micros e pequenas empresas – Atualizado pela LC 147/2014
– 2015 – SP. ● Livro: Licitações Públicas – Homenagem ao jurista Jorge Ulisses Jacoby Fernandes
– Editora NP, 2016 6. Autora dos cursos online (a distância) desenvolvido pela Vianna & Consultores,
disponíveis em www.viannaconsultores.com.br 7. Autora de dezenas de artigos científicos, publicados em periódicos e revistas
especializadas no tema e E-books sobre Licitações e Contratos Administrativos. 8. Integrante do Comitê Técnico da Revista Síntese Licitações, Contratos e
Convênios, da Editora IOB. 9. Articulista/Colaboradora Permanente dos principais periódicos do Brasil e
Colunista de Revistas Especializadas sobre Licitações e Contratos Administrativos
SUMÁRIO
REGISTRO CADASTRAL.............................................................................................04
A INSCRIÇÃO DO FORNECEDOR NO REGISTRO CADASTRAL......................................06
QUANDO O FORNECEDOR PODERÁ SE CADASTRAR?................................................07
SOU ÓRGÃO/ENTIDADE PÚBLICA E NÃO POSSUO REGISTRO CADASTRAL. POSSO
UTILIZAR O SICAF?...................................................................................................07
O FORNECEDOR É OBRIGADO A SER CADASTRADO NO SICAF PARA PARTICIPAR DE
LICITAÇÕES?............................................................................................................08
O QUE É O SICAF - SISTEMA DE CADASTRAMENTO UNIFICADO DE
FORNECEDORES......................................................................................................09
DOS NÍVEIS DE CADASTRAMENTO NO SICAF...........................................................10
O LICITANTE PODE SER DESCREDENCIAMENTO DO SICAF ?......................................11
FUNÇÃO TAMBÉM COMO CADASTRO DE PENALIDADES - IN 07/2015......................12
REGISTRO CADASTRAL
Nesse ebook vamos falar sobre os Registros Cadastrais, sobretudo o SICAF –
Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores.
Registro Cadastral constitui um conjunto de arquivos, um Banco de Dados,
que documentam a situação jurídica, fiscal, técnica e financeira das empresas que
participam de licitações.
O Registro Cadastral é um cadastro genérico, não objetiva (e nem teria
como) uma licitação específica. Ele serve para facilitar a verificação da
documentação genérica dos licitantes.
Quando uma empresa participa de licitação, o edital dessa licitação exige
que a empresa entregue alguns documentos. Que documentação é essa, afinal?
A Lei nº 8.666, nos artigos 27 e seguintes, traz um rol de documentos que
poderão ser exigidos. Esses documentos dividem-se em quatro grupos:
1) Habilitação Jurídica
2) Regularidade Fiscal e Regularidade Trabalhista
3) Qualificação Técnica
4) Qualificação Econômico Financeira
O Registro Cadastral tem grande utilidade nos dois primeiros grupos (pois
são documentos genéricos, exigidos para qualquer licitação, como contrato social ou
ato constitutivo da empresa, CNPJ, cadastro federal, estadual ou municipal, certidões
federal, estadual e municipal, certidão do FGTS, Certidão Negativa de Débitos
Trabalhistas...).
Já, para os grupos 3 e 4, os documentos podem variar de acordo com o
objeto da licitação (ex.: se for uma obra ou serviço de engenharia, será exigido registro
do profissional – engenheiro ou arquiteto – no CREA ou CAU, respectivamente e da
empresa; os atestados de qualificação técnica exigidos dependem também do objeto
que será licitado; a exigência de capital mínimo ou patrimônio líquido mínimo depende
também do objeto – pois não pode exceder 10% do valor estimado da contratação, e
por aí vai...).
É por isso que o Registro Cadastral sempre existirá para ajudar, nos dois
primeiros grupos, pois genéricos (documentação é a mesma nestes grupos
independentemente se o objeto da licitação for uma obra, um serviço ou uma
compra). Mas, para os grupos 3 e 4, cada edital vai trazer os documentos necessários
que serão apresentados pelo licitante para habilitação no dia da licitação.
Por isso, fica fácil entender que se uma empresa for cadastrada no SICAF ou
outro registro cadastral, não significa que está habilitada na licitação, certo? Isso
porque, com o SICAF regularizado, a empresa já atendeu parte da documentação, mas
assim que sair o edital por exemplo para o Pregão nº xx, a empresa terá que ler com
cuidado todos os documentos exigidos e apresentar aqueles que não constam do
SICAF.
Assim, por exemplo, no Pregão nº xx o edital exige que o licitante apresente
atestado de qualificação técnica comprovando que já executou, no passado, objeto
similar ao serviço que está sendo licitado; obviamente esse atestado não consta no
SICAF, e o licitante terá que apresentá-lo no dia da licitação, na sessão de habilitação.
A INSCRIÇÃO DO FORNECEDOR NO REGISTRO
CADASTRAL
Quando o fornecedor faz sua inscrição em registro cadastral, recebe o
Certificado de Registro Cadastral (CRC) que irá dispensar a documentação que já foi
entregue no momento do cadastro e desde que estejam dentro do prazo de
validade. O Certificado de Registro Cadastral tem validade de até 1 ano1.
CUIDADO: Não confunda o prazo de validade do CRC com o prazo de
validade das certidões! Geralmente, as certidões têm prazo de validade que vem
escrito no próprio corpo da certidão (ex.: a Certidão Negativa de Débitos Relativos aos
Tributos Federais e à Dívida Ativa da União, a famosa “Certidão Federal”, nas últimas
linhas possui a expressão “VALIDA ATÉ XX/XX/XX”). Assim que a certidão vence, o
fornecedor é responsável por ir até a unidade cadastradora e entregar sua certidão
atualizada.
O cadastramento no SICAF é fácil! Primeiro o fornecedor efetua um
cadastramento prévio própria internet e, posteriormente, levar toda documentação
necessária em uma Unidade Cadastradora (para ver documentos e endereços das
unidades, basta acessar o site www.comprasgovernamentais.com.br).
1 Após a validação do cadastro pela Unidade Cadastradora, o CRC tem validade de 1 ano. Passado um
ano, o fornecedor deve comparecer à unidade cadastradora para validação das informações. A partir do segundo ano e seguintes, a validação é automática se o CNPJ ou CPF estiver vigente, devendo, contudo, o fornecedor sempre entregar as certidões atualizadas tão logo as anteriores encontrem-se vencidas.
QUANDO O FORNECEDOR PODERÁ SE
CADASTRAR?
A qualquer momento! A Lei nº 8.666/93 que determina que o registro
cadastral deverá ficar permanentemente aberto a qualquer interessado, que queira
nele se inscrever (§1º, art. 34). Por isso que se você é fornecedor e pretende se
cadastrar, poderá solicitar em qualquer época do ano, basta seguir as regras do
Registro no qual você irá se cadastrar (todo registro tem regulamento com qual
documentação precisa ser entregue, qual o endereço das unidades cadastradoras,
informações que podem ser facilmente obtidas pela internet).
SOU ÓRGÃO/ENTIDADE PÚBLICA E NÃO POSSUO
REGISTRO CADASTRAL. POSSO UTILIZAR O SICAF?
Pode sim !
Todos órgãos/entidades que não tenham seu próprio registro cadastral,
podem adotar o SICAF, gratuitamente. Basta solicitar a adesão à Secretaria de
Logística e Tecnologia da Informação – SLTI do Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão (para maiores informações, consulte o site
www.comprasgovernamentais.com.br).
O FORNECEDOR É OBRIGADO A SER CADASTRADO
NO SICAF PARA PARTICIPAR DE LICITAÇÕES?
Vamos por partes! Primeiro, como regra, o cadastro no SICAF é sempre
facultativo, ou seja, o licitante não é obrigado a se cadastrar no SICAF para participar
de licitações (pois, para ser habilitado, quem não for cadastrado basta entregar a
documentação completa exigida no edital).
TCU, Súmula 274: É vedada a exigência de prévia inscrição no
Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores – SICAF
para efeito de habilitação em licitação.
Mas como toda regra tem exceção, se sua empresa deseja participar de
pregões eletrônicos no COMPRASGOVERNAMENTAIS (que é, sem dúvida, o principal
portal de compras eletrônicas do Brasil), precisa SIM se cadastrar no SICAF. Sabe por
que?
Porque o SICAF e Comprasgovernamentais (antigo Comprasnet) são sistemas
vinculados, ou seja, para sua empresa obter login e senha de acesso no
Comprasgovernamentais (necessário para participar de qualquer pregão eletrônico
realizado nesse site), primeiro precisa se cadastrar no SICAF. Apenas com o cadastro
no SICAF que você consegue solicitar, depois, login e senha do Comprasnet!
Acórdão 7295/2013 – Segunda Câmara: É legal a exigência de
cadastramento e habilitação dos licitantes no SICAF como
condição de participação nos pregões eletrônicos realizados
por meio do Portal de Compras do Governo Federal
(COMPRASNET). TC 026.849/2013-5, relatora Ministra Ana
Arraes, 26.11.2013.
O QUE É O SICAF - SISTEMA DE CADASTRAMENTO
UNIFICADO DE FORNECEDORES
O SICAF (Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores) nada mais é
que o registro cadastral do Poder Executivo Federal, mantido pelos órgãos integrantes
do SISG (Sistema de Serviços Gerais).
- Quem é obrigado a utilizar o SICAF? Os órgãos e entidades do SISG (ou seja,
Administração Federal Direta, Autárquica e Fundacional).
- E os demais órgãos e entidades, e os Estados e Municípios? Quanto aos demais, o
SICAF poderá ser utilizado por qualquer órgão ou entidade pública de qualquer esfera
governamental, gratuitamente, mediante adesão!
- O SICAF possui alguma regulamentação ? Sim , atualmente, a Instrução Normativa nº
02, de 11 de outubro de 2010 estabelecem todas as normas para o funcionamento do
SICAF.
DOS NÍVEIS DE CADASTRAMENTO NO SICAF
O SICAF possui níveis de cadastramento, que são os seguintes:
Nível I – Credenciamento;
Nível II – Habilitação Jurídica;
Nível III – Regularidade Fiscal Federal;
Nível IV – Regularidade Fiscal Estadual/Municipal;
Nível V – Qualificação Técnica; e
Nível VI – Qualificação Econômico-Financeira.
O nível I (credenciamento) é o requisito obrigatório para que o fornecedor
seja considerado cadastrado no SICAF. Esse é o nível exigido dos fornecedores para
entrarem em contato com o Comprasgovernamentais e solicitarem seu Login e Senha
de acesso ao sistema. Portanto, com o nível I, o fornecedor já consegue obter login e
senha de acesso para participar dos pregões eletrônicos no site do
Comprasgovernamentais.
Mas, se o fornecedor deseja obter o CRC (Certificado de Registro Cadastral)
precisam se cadastrar até o nível III (este é o nível exigido, também, para regularizar
pagamentos).
O LICITANTE PODE SER DESCREDENCIAMENTO DO
SICAF ?
O art. 7º da Lei 10.520/2002, Lei do Pregão, dispõe :
Art. 7º Quem, convocado dentro do prazo de validade da sua
proposta, não celebrar o contrato, deixar de entregar ou
apresentar documentação falsa exigida para o certame, ensejar
o retardamento da execução de seu objeto, não mantiver a
proposta, falhar ou fraudar na execução do contrato,
comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude fiscal, ficará
impedido de licitar e contratar com a União, Estados, Distrito
Federal ou Municípios e, será descredenciado no Sicaf, ou nos
sistemas de cadastramento de fornecedores a que se refere o
inciso XIV do art. 4o desta Lei, pelo prazo de até 5 (cinco) anos,
sem prejuízo das multas previstas em edital e no contrato e das
demais cominações legais. (grifo nosso)
Ocorre que, até o momento, esse descredenciamento não existe. O que os
órgãos/entidades que utilizam o SICAF podem fazer é tornar o fornecedor como
“INATIVO”. Portanto, é possível que a situação do fornecedor passe para “INATIVO”,
mas não é possível sua exclusão no SICAF. O único órgão que poderá efetuar a
exclusão no SICAF é o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, unicamente a
pedido do fornecedor e desde que não exista penalidade imposta em vigor (pois, se
existir, somente após o transcurso do prazo da sanção que será possível a exclusão a
pedido do fornecedor).
FUNÇÃO TAMBÉM COMO CADASTRO DE
PENALIDADES - IN 07/2015
E para os órgãos e entidades que não utilizam o SICAF (imagine algumas
Prefeituras, pois não são obrigadas à utilização, ou órgãos Estaduais), como se sabe,
o SICAF é muito importante no cadastro de penalidades dos fornecedores (além de
outros cadastros que registram penalidades).
Para minimizar esse problema, em 14 de agosto de 2015, surgiu a Instrução
Normativa nº 072, alterando alguns dispositivos da IN nº 02/2010. Pela alteração, os
2 Publicada a IN nº 7/2015, que altera a IN nº 02/10 da SLTI
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº- 7, DE 14 DE AGOSTO DE 2015
Altera a Instrução Normativa nº 2, de 11 de outubro de 2010, que estabelece normas para o
funcionamento do Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores (SICAF), no âmbito dos órgãos
e entidades integrantes do Sistema de Serviços Gerais (SISG).
O SECRETÁRIO DE LOGÍSTICA E TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO DO MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO,
ORÇAMENTO E GESTÃO, no uso de suas atribuições previstas no art. 34 do Decreto nº 8.189, de 21 de
janeiro de 2014, e tendo em vista o disposto na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 e no Decreto nº
3.722, de 9 de janeiro de 2001, resolve: Art. 1º A Instrução Normativa nº 2, de 11 de outubro de 2010,
passa a vigorar com as seguintes alterações:
"Art. 38. ..................................................................................
§ 1º A SLTI disponibilizará login e senha de acesso para que o órgão ou entidade da Administração
Pública não enquadrada no caput deste artigo possa efetivar diretamente o registro da ocorrência no
SICAF.
§ 2º ..........................................................................................
§ 3º ..........................................................................................
§ 4º A observância quanto à validade e à veracidade das informações inseridas no SICAF é de
responsabilidade do órgão ou entidade que registrar a sanção, cumprindo-lhe responder pelas
incorreções, insubsistências e inclusive pela apuração administrativa das inconsistências encontradas
nos registros por ela validados. § 5º Os servidores detentores de senha de acesso ao SICAF deverão
assegurar o sigilo e a integridade dos dados do sistema." (NR)
"Art. 39. O módulo do SICAF registrará:
I - o número do processo;
........................................................................................" (NR)
"Art. 40. ..................................................................................
órgãos e entidades não integrantes do SISG e mesmo os demais que não aderiram ao
SICAF, terão login e senha para registro de penalidades diretamente no SICAF. Além
disso agora é possível registrar no SICAF outras sanções que impeçam fornecedores
de licitar e contratar com bases em outras legislações além das sanções da Lei nº
8.666 e nº 10520.
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A sessão do pregão eletrônico passo a passo
Elaboração do edital em 15 passos Tipos de Licitação
Pregão Presencial e Eletrônico
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§ 5º Para registro das sanções não previstas nos incisos do caput deste artigo, a SLTI disponibilizará
senha para que os órgãos não integrantes do Poder Executivo Federal avaliem a pertinência de
efetivarem o registro das sanções que impeçam o fornecedor de licitar ou contratar com o Poder
Público." (NR)
Art. 2º Ficam revogados os § 2º e § 3º do art. 38 e os § 1º e § 2º do art. 41 da Instrução Normativa nº 2,
de 11 de outubro de 2010.
Art. 3º Esta Instrução Normativa entra em vigor a partir da data de sua publicação.
CRISTIANO ROCHA HECKER
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