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Direito Constitucional II

Profª Marianne Rios Martins

Possui a natureza de instituição constitucional autônoma que não pertence a nenhum dos três poderes, a exemplo do que

ocorre com o Ministério Público

Nome de "tribunal“, mas ele não pertence ao Judiciário

É um órgão "técnico" e não "jursdicional" - suas decisões, são administrativas e não judiciais

É um órgão auxiliar do Poder Legislativo

exercer a fiscalização contábil, financeira,

orçamentária, operacional e patrimonial das entidades estatais, mediante controle externo.

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:

I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento; (Competência consultiva)

II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público; (Competência judicante)

III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório; (Competência fiscalizadora) IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II; (Competência fiscalizadora)

V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo; (Competência fiscalizadora)

VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município; (Competência fiscalizadora)

VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas; (Competência informativa)

VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário; (Competência sancionatória) IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade; (Competência corretiva) X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal; (Competência corretiva) XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados. (Competência fiscalizadora)

O TCU emite parecer sobre as contas do Presidente, mas o julgamento mesmo será feito só no Congresso); (apenas “aprecia” as contas)

Quanto aos demais responsáveis por recursos públicos ele irá “julgar” as contas.

Pode sustar atos, mas não pode sustar contratos ( a não ser diante do silêncio dos demais Poderes)

Art. 71 § 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis. § 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.

Entre as sanções aplicáveis estão: I) condenação a recolhimento de débito; II) aplicação de multas (proporcional a débito imputado; por ato irregular de gestão; por descumprimento de determinação do Tribunal; por obstrução a auditoria ou inspeção; por infração à Lei de Responsabilidade Fiscal); III) afastamento do cargo de dirigente responsável por obstrução a auditoria; I V) decretação de indisponibilidade de bens por até um ano; V) declaração de inabilitação para exercício de funções públicas; VI) declaração de inidoneidade para contratar com o poder público por até cinco anos; VII)determinação à Advocacia Geral da União de providências para arresto de bens

9 MINISTROS Os Ministros têm as mesmas garantias,

prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça (CF, art. 73, § 3.º).

O Tribunal possui ainda três auditores, nomeados após aprovação em concurso público de provas e títulos específico para o cargo, para substituir os Ministros em seus afastamentos, impedimentos e nos casos de vacância.

Esses auditores, quando em substituição a Ministro, terão as mesmas garantias e impedimentos do titular e, quando no exercício das demais atribuições da judicatura, as de juiz de Tribunal Regional Federal (CF, art. 73, § 4.º).

Art. 71 § 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos: I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade; II - idoneidade moral e reputação ilibada; III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública; IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior.

§ 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos:

I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal, sendo dois alternadamente dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antigüidade e merecimento;

II - dois terços pelo Congresso Nacional.

As decisões dos Tribunais de Contas das quais resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo (CF, art. 71, § 3.º).

Todavia, esses Tribunais não possuem competência para executar suas próprias decisões.

Por isso, a ação de cobrança somente pode ser proposta pelo ente público beneficiário da condenação imposta pelo Tribunal

Junto ao Tribunal de Contas da União atua um Ministério Público especializado, composto por sete membros, nomeados pelo Presidente da República após concurso público específico de provas e títulos, com as mesmas prerrogativas e vedações dos integrantes do Ministério Público da União (CF, art. 130).

Este Ministério Público especial é dotado de fisionomia

institucional própria, não se confundindo com o Ministério Público comum da União. (Faz a defesa do Érario)

No caso de apuração de irregularidades em processo de

tomada ou prestação de contas, o TCU deve providenciar a imediata remessa de cópia da documentação pertinente ao Ministério Público da União, para ajuizamento das ações civis e penais cabíveis (Lei 8.443/1992, art. 16, § 3.º)

Súmula Vinculante nº 3 Nos processos perante o TCU asseguram- se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.

Súmula nº 347 O tribunal de contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do poder publico. (via incidental, ou seja , caso concreto)

STF – MS n. 22.801–DF – 17/12/2007 O TCU não possui poderes para determinar a quebra do sigilo bancário de dados.

A Constituição não atribuiu ao TCU competência para o exame prévio da validade de contratos administrativos celebrados pelo Poder Público. Por se tratar de uma atividade atribuída ao Executivo, o STF decidiu ser “inconstitucional norma local que estabeleça a competência do tribunal de contas para realizar exame prévio de validade de contratos firmados com o poder público” (ADI 916, rel. min. Joaquim Barbosa, julgamento em 2-2-2009, Plenário, DJE de 6-3-2009.)

Súmula 653/STF - no Tribunal de Contas estadual, composto por sete Conselheiros, quatro devem ser escolhidos pela Assembleia Legislativa e três pelo Chefe do Poder Executivo estadual, cabendo a este indicar um dentre auditores e outro dentre membros do Ministério Público, e um terceiro à sua livre escolha” ()

A Constituição veda expressamente a criação de Tribunais, Conselhos e órgãos de Contas Municipais (CF, art. 31, § 4.º). A proibição de criação, não impede a manutenção dos Tribunais de Contas já existentes, como no caso dos Municípios de São Paulo e do Rio de Janeiro. A vedação, por outro lado, dirige-se apenas aos Municípios, não impedindo a criação de órgão, Tribunal ou Conselho, pelos Estados, com jurisdição exclusiva sobre as contas municipais . ADI 154/RJ, rel. Min. Octavio Gallotti (18.04.1990).

Podemos dar como exemplo de aplicação da teoria dos poderes implícitos o reconhecimento, pelo STF, dos poderes do TCU de conceder medidas cautelares no exercício de suas atribuições explicitamente fixadas no art. 71 da CF/88 (MS 26.547-MC/DF).

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