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Testemunho crianças: Coreia do Norte 1 Tradução: Joel Macedo
Roupa, comida e esperança para os órfãos abandonados da Coreia do Norte
“Ninguém esperava por eles, mas, de repente, essas crianças de rua apareceram na China”, disse a
colaboradora da Portas Abertas, Sun-Hi, que trabalha com norte coreanos refugiados na China. “Isso
significa que a situação na Coreia do Norte é mais desesperadora do que costumava ser. Se até grupos
de órfãos estão cruzando a fronteira fortemente vigiada...”
Sun-Hi não sabe por onde as crianças atravessaram o rio. Ela também desconhece a experiência dos
kotjebis (como as crianças de rua são chamadas pelo norte coreanos). Ela não precisa saber. As milhares
de crianças que vagam pelas ruas perderam os seus pais. Seus pais podem ter fugido, sido presos ou
terem sido mortos pela fome. Kotjebis encontraram-se para pedir ajuda. A maioria dos grupos viram
gangues eventualmente envolvidas em atividades “criminais”. Eles roubam dinheiro, comida e outras
coisas que podem ter valor. De certo modo, eles são os “parasitas” da “sociedade do país nativo e
precisam ser erradicados”.
As crianças não estão seguras no seu próprio país, muito menos na China. Sun-Hi tenta, regularmente,
ajudar um grupo de kotjebis. “O grupo que eu visito se muda quase sempre dia após dia. Eles estão
sempre na corrida”, disse Sun-Hi. “Vê-los em seus esconderijos é uma terrível visão. As crianças têm de
6 a 20 anos de idade, são sujas e com roupas parecidas com trapos. Isso é, se eles tem alguma roupa.
Muitas das crianças estavam quase nuas quando deixaram o seu país. Eles venderam os sapatos e as
roupas, exceto suas roupas íntimas. Seus colchões estão quase sempre molhados. Eu dei plástico para
eles para que fizessem um teto, mas o grupo cresceu. A barraca já é não grande o suficiente, então
comprei mais plástico. Eu também levei roupas, comida e dinheiro. Se eu não fizesse isso, eles
roubariam e seriam presos pela polícia. Eu oro para que Deus proteja essas crianças. Não somente das
autoridades, mas também dos criminosos que usam as crianças como contrabadistas.”
Esse é um grupo extraordinário de crianças, compartilha Sun-Hi. “O líder é um menino de 17 anos. Há
alguns que são mais velhos do que ele, mas ele é o mais forte e protege-os. Ele tem um bom caráter. Ele
garante que a mais nova das crianças receba comida como os outros. E você sabe o que mais? Ele faz
que todos orem antes de comer! Numa ida anterior à China ele foi cuidado por um pastor. Ele conhece
Deus.”
Sempre que Sun-Hi visita os órfãos, ela conta alguma história bíblica. “Todos eles escutam. Mas eu não
sei o que eles pensam sobre as histórias. As crianças apenas ficam em silêncio e seus rostos não
mostram expressões.”
O que dói no coração de Sun-Hi é que ela não consegue arranjar abrigo para as crianças. “Os riscos são
muito grandes. Eles moraram nas ruas por muito tempo. Provavelmente, os órfãos irão vaguear pela
vizinhança e, às vezes, assaltar as pessoas. E se eles forem presos? Talvez, os kotjebis contarão à polícia
quem os ajudou.”
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Pedir à China, ou, por exemplo, às Nações Unidas, para intervir, não é uma opção, de acordo com Sun-
Hi. “A China não reconhece os norte coreanos como refugiados políticos, mesmo após o seu regresso, a
Coreia do Norte poderia prendê-los por trair o seu país e cruzar a fronteira ilegalmente. O fato deles
estarem em contato com o Cristianismo os coloca em maior risco. Há poucos crimes piores que ser
infectado por cristãos. Até agora, a China tem estado muito relutante em ajudar os refugiados da Coreia
do Norte. Até mesmo crianças são repatriadas.
Qual é, então, o seu futuro? Muitos dos kotjebis morrem de fome e enfermidades. Aqueles que
sobrevivem à seus anos de adolescência não têm chances reais de serem reintegrados à sociedade. Sem
a educação devida e tendo perdido a maioria de suas normas e valores humanos, eles se voltam a
atividades criminais pesadas, como invadir casas, vender drogas, roubar pessoas, e talvez até cometer
assassinatos. Sun-Hi: “Esse é o motivo pelo qual eu falo da Bíblia aos kotjebis. Eles podem não entender
ainda, mas a Palavra de Deus pode transformá-los. Onde há Jesus Cristo, há Esperança. Também, por
essas crianças ‘rejeitadas’, eu oro de maneira fervorosa a Deus para que ele os tire desse lamaçal,
dando-lhes futuro e Vida.”
Para cartões de oração utilize os “Postais Infantis DIP2012”, disponível na área de download.
Ore pela Coreia
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