design reflexivo como foco de esforços da comunidade

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Apresentação para a primeira edição do Interaction Redux, em 19 de maio de 2012. Discuto a importância de pensarmos em Design Reflexivo e não só em Design Comportamental como uma maneira de validarmos nossa profissão.

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Interaction Redux

DESIGN REFLEXIVO COMO FOCO DOS ESFORÇOS DA COMUNIDADE

Século XIX, Inglaterra. Um grupo de cavalheiros estuda magia.

Aparece Mr. Norrell. Eremita e estudioso.“Trarei a magia de volta à Inglaterra”.

Em contraponto, Jonathan Strange. Sociável e experimentador. Magia como última tentativa de carreira.

Inevitavelmente, os dois acabam em conflito.

Mas, no fim, os dois lutam pela mesma coisa:

COMO FAZER A MAGIA UMA PROFISSÃO RESPEITÁVEL.

Acho que podemos adequar a pergunta para nós.

COMO FAZER A MAGIA UMA PROFISSÃO RESPEITÁVEL.

INTERACTION DESIGN

Mas antes de tudo: o que é uma profissão?

1. O ofício. Formação acadêmica de um indivíduo.

2. A palavra "profissão" deve ser entendida como uma prática reiterada e lucrativo, da qual extrai o homem os meios para a

sua subsistência, para sua qualificação e para seu aperfeiçoamento moral, técnico e intelectual, e da qual

decorre, pelo simples fato do seu exercício, um benefício social.

UMA DEFINIÇÃO DO DICIONÁRIO INFORMAL

A primeira contribuição concerne ao caráter unívoco do conceito que pode ser aplicado a todas as pessoas em diferentes tipos de trabalhos, constituído não no âmbito organizacional; enquanto a segunda contribuição reporta-se ao reconhecimento da carreira como um mediador-chave do relacionamento entre o indivíduo e a organização. A terceira contribuição, por sua vez, está no estabelecimento do estudo interdisciplinar da carreira, envolvendo a psicologia, a sociologia, a antropologia, ciências políticas e econômicas, dentre outras (ARTHUR, 1994).

Por fim, a quarta contribuição diz respeito à visão dualista sobre a mesma situação de carreira. De um lado há a perspectiva objetiva pela interpretação institucional, seja da sociedade ou da organização; e de outro lado existe a perspectiva subjetiva pela interpretação do próprio indivíduo diante de sua situação de carreira (ARTHUR, 1994). O reconhecimento da perspectiva individual corroborou para a consideração dos aspectos subjacentes a carreira, incluindo as mudanças individuais de atitudes e valores, necessidades e aspirações, auto-avaliação e auto-conceito (HALL; HUGGENS; SCHEIN; VAN MAANEN apud LOUIS, 1980).

NÃO CONFUNDIR: PROFISSÃO E CARREIRA.NÃO CONFUNDIR: PROFISSÃO E CARREIRA.

Fonte: http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/a-evolucao-do-conceito-de-carreira/25606/.

Existem três coisas muito discutidas nos eventos que me fazem pensar nisso.

“Não se paga um diretor ou vice-presidente de UX/IxD”

1. A CARREIRA DE UX

Cargo # %

Arquiteto de informação 68 31,1

Designer de experiência do usuário 30 13,8

Designer de interação 25 11,5

Analista de usabilidade 16 7,3

Analista de produto 9 4,1

Desenvolvedor 8 3,7

Designer de interface 7 3,2

Consultor 6 2,8

Designer visual / diretor de arte 5 2,3

Webdesigner 4 1,8

Analista de sistemas 4 1,8

Planejamento 3 1,4

Designer 3 1,4

Product owner 2 0,9

Analista de tecnologia 2 0,9

Engenheiro 2 0,9

Pesquisador 2 0,9

Gerente de produto 2 0,9

Analista de teste 2 0,9

Outros 20 9,2

Fonte: http://www.slideshare.net/ebai/panorama-do-mercado-de-trabalho?from=ss_embed

mínimo máximo média

Gerente 1 ano 13 anos 6 anos

Coordenador 6 meses 10 anos 4 anos

Supervisor 5 anos 7 anos 6 anos

Especialista 1 mês 15 anos 6 anos

Sênior 1 mês 15 anos 6 anos

Pleno 6 meses 14 anos 4 anos

Júnior 1 mês 5 anos 1 ano

RECEBEMOS DIFERENTES NOMES, E TEMOS DIFERENTES FAIXAS DE EXPERIÊNCIA POR CARGO

RECEBEMOS DIFERENTES NOMES, E TEMOS DIFERENTES FAIXAS DE EXPERIÊNCIA POR CARGO

Atividade %

1.Wireframe 94%

2.Fluxograma 84%

3.Protótipo navegável 84%

4.Apresentações para clientes (externos ou internos) 83%

5.Mapa do site / Sitegrama 83%

6.Benchmark 78%

7.Validação e acompanhamento do desenvolvimento 78%

8.Levantamento de requisitos 76%

9.Inventário de Conteúdo 66%

10.Avaliação heurística 63%

MAS, APESAR DISSO, A MAIOR PARTE DE NOSSAS ATIVIDADESPARECE PERMANECER INALTERADA

MAS, APESAR DISSO, A MAIOR PARTE DE NOSSAS ATIVIDADESPARECE PERMANECER INALTERADA

Fonte: http://www.slideshare.net/ebai/panorama-do-mercado-de-trabalho?from=ss_embed

Na criação de cidades inteligentes ou ajudando em causas sociais.

2. O DESIGN DE INTERAÇÃO A SERVIÇO DE COISAS MAIORES

POLISE DE MARCHI, PhDArquiteta e urbanista, com doutorado pela FAUUSP, pesquisa tecnologia, design, e as relações entre corpo, objeto, ambiente e cidade. Atua como consultora, professora do Centro Universitário SENAC, onde coordena a pesquisa “Cidade aumentada: o impacto das novas tecnologias no ambiente urbano” e projetos de UX no Laboratório de Usabilidade e Interação.

CAIO VASSÃO, Pesquisador e Consultor em Metadesign, Open Innovation e Arquitetura LivreDoutor pela FAUUSP, pesquisa a relação entre tecnologia, ambiente urbano e cultura desde 1993. É consultor em Design de Interação, Meta design e Open Innovation, nos quais aplica conceitos da “Arquitetura Livre”.É fundador do Escritório de Pesquisa Independente (EPI) no qual coordena projetos baseados em conceitos inovadores como ecologias/nichos de interação, repertórios tecnológicos e a “cidade distribuída”

O DESIGN DE INTERAÇÃO PODE SERVIR COMO UMA FERRAMENTA PARA ALTERAR O AMBIENTE URBANO.

NÃO BASTA PENSARMOS EM NOVOS ARTEFATOS - PRECISAMOS ATENTAR PARA A RELAÇÃO ENTRE ELES E OS AMBIENTES EM QUE SE INSEREM.

JON KOLKO, Designer de InteraçãoJon Kolko é fundador e diretor do Austin Center for Design, uma instituição educacional dedicada ao ensino de Design de Interação e ao empreendedorismo social.

MARTIN VERZILLI, Designer de Interação e Engenheiro de Software no iLab América Latina do InSTEDDMartin trabalhou em diferentes projetos do InSTEDD, desde 2008. Estes projetos normalmente envolvem o desenvolvimento de sistemas de informação para pessoas com baixa habilidade tecnológica em áreas de conectividade limitada.Graduado em Ciência da Computação na Univesidade de Buenos Aires, especializado em modelagem e simulação de arritmias cardíacas.Trabalhou no desenvolvimento de softwares por mais de 8 anos. Trabalha para Manas, desde 2006, e para InSTEDD, desde 2008. Apesar de sua experiência na área técnica, é focado na experiência do usuário e no design de interação.

E O DESIGN DE INTERAÇÃO TAMBÉM PODE SERVIR PARA AJUDAR EM CAUSAS SOCIAIS - UMA FERRAMENTA IMPORTANTE, MAS SÓ DEPOIS QUE SE LOCALIZA PROBLEMAS IMPORTANTES E SE MAPEIA CONDIÇÕES QUE TORNEM INTERAÇÕES DESENHADAS POSSÍVEIS.

Em um nível mais estratégico, convivendo com designers com mais noções de usabilidade.

3. AS ATIVIDADES DE UX/IXD

1. AI, UX e IXD eram idéias completamente estranhas a designers

2. Designers já tem algum conhecimento e se questionam sobre design de interação, mesmo quando não tem o conhecimento teórico

3. Empresas começam a procurar profissionais que saibam dessa disciplina mas também de design e/ou de estratégia

VIVEMOS EM UMA ECOLOGIA DISCIPLINAR, E ISSO DEVERIA AFETAR NOSSA ATUAÇÃO

VIVEMOS EM UMA ECOLOGIA DISCIPLINAR, E ISSO DEVERIA AFETAR NOSSA ATUAÇÃO

Esses três assuntos têm tudo a ver com nossa profissão.

1. É um retrato atual.

2. Mostra coisas que pessoas como nós podem fazer.

3. Mostra o que outras disciplinas que convivem com a gente têm feito.

O que, particularmente, me deixa inquieto, com a sensação de que não estamos fazendo tudo.

Basta olharmos uma referência clássica da comunidade.

CulturalPercepção de “beleza”Impacto emocional, reação inicial

DESIGN COMPORTAMENTAL FunçãoFacilidade de compreensãoUsabilidadeSensação física

DESIGN REFLEXIVO Mensagem, cultura e significado do produtoA imagem que apresentamos aos outrosA essência do design reflexivo: ele está na mente do contemplador

OS TRÊS NÍVEIS DE DESIGN,PROPOSTOS POR DONALD NORMAN

OS TRÊS NÍVEIS DE DESIGN,PROPOSTOS POR DONALD NORMAN

DESIGN VISCERAL

DESIGN COMPORTAMENTAL Fica somente nesse nível

DESIGN REFLEXIVO

E O QUE FAZEMOS, NA VERDADE...E O QUE FAZEMOS, NA VERDADE...

DESIGN VISCERAL

Quando vemos pessoas como Vassão, DeMarchi, Kolko, etc, falando, notamos que existem pessoas na nossa comunidade

que pensam no design reflexivo.

MAS, NO DIA-A-DIA, QUEM CUIDA DO NÍVEL DE DESIGN REFLEXIVO?

2. PORTAIS 3. CONSULTORIAS1.AGÊNCIAS

Procure isso em áreas como Planejamento e Criação.

Quem decide normalmente são os canais e editorias

Tem um bom fluxo de jobs vindo de agências.

Cada uma dessas áreas é muito mais antiga e muito mais forte.Ao falarmos de empresas, precisamos pesar tradição e política.

EM PARTES, ISSO É HISTÓRICO.

Detemos um conhecimendo específico e muitas vezes nos deixamos levar pelo jargão e o cientificismo.

EM PARTES, FALHA NOSSA.

É por isso que eu acredito que muito da legitimização de nossa profissão pode passar por nós nos focarmos

em discutirmos também o nível reflexivo do design.

Isso faz sim parte do nosso escopo: projetar uma interação que resulte em uma boa experiência do usuário.

VALORÉ ÚTIL?

USABILIDADEÉ FÁCIL DE USAR?

ADOÇÃOÉ FÁCIL DE COMEÇAR A

USAR?

“DESEJABILIDADE”É FÁCIL E ENGAJADOR?

Fonte: http://www.uxmatters.com/mt/archives/2012/04/more-than-usability-the-four-elements-of-user-experience-part-i.php

QUATRO ELEMENTOS DA EXPERIÊNCIA DO USUÁRIOQUATRO ELEMENTOS DA EXPERIÊNCIA DO USUÁRIO

VALOR USABILIDADE

ADOÇÃO “DESEJABILIDADE”

Fonte: http://www.uxmatters.com/mt/archives/2012/04/more-than-usability-the-four-elements-of-user-experience-part-i.php

E UM RETRATO ATUALE UM RETRATO ATUAL

NOSSO FOCOATUAL.

Alguma influência. Pouca influência.

VALOR USABILIDADE

ADOÇÃO“DESEJABILIDADE”

Fonte: http://www.uxmatters.com/mt/archives/2012/04/more-than-usability-the-four-elements-of-user-experience-part-i.php

E UMA PROPOSTA DE MOVIMENTO, EM DIREÇÃO AO DESIGN REFLEXIVO.E UMA PROPOSTA DE MOVIMENTO,

EM DIREÇÃO AO DESIGN REFLEXIVO.

DISCUTIR UTILIDADE.

DISCUTIR ENGAJAMENTO.

E O QUE EXATAMENTE ISSO TEM A VER COM A PROFISSÃO?

Estagiário

Assistente

Analista

Especialista

Coordenador

Gerente

Diretor

VP

Estagiário

Assistente

Analista

Especialista

Coordenador

Gerente

Diretor

VP

APRENDIZADO

EXECUÇÃO

COORDENAÇÃO

PLANEJAMENTO

ESTRATÉGIA

Aí que temos alguns pontos importantes a questionar da pesquisa:

1. Temos muitos nomes, e a discussão acerca dos mesmos é bem cansativa.

2. O tempo de experiência por cargo não está em nada associado com o tempo geral de aprendizado.

3. A ausência de cruzamento de cargo com atividades não nos permite

4. Tudo isso impacta, de maneira operacional e financeira, o desenho de um plano de carreira.

NOSSO PANORAMA DE PROFISSÃO E CARREIRA É DEVERAS CONFUSO.

Os níveis mais altos da cadeia não podem ser apenas executores de tarefas. Em palavras mais diretas, um Vice-Presidente de UX/IxD não

fará wireframes e sitemaps.

Eles precisam ser modelos.

“Membros da organização que servem como modelos ou ideais para o

cumprimento de normas e valores culturais”.

- DAFT, R. L. Organizações: Teorias e Projetos

OUTRA DEFINIÇÃO: HERÓIS

Os cargos mais altos precisam ser “heróis”, e entregar justamente o questionamento sobre design reflexivo - que deve se encontrar

com a estratégia dos clientes.

VALOR

VENDAS

PRODUTO

PRAÇA PREÇO

PROMOÇÃO

ENTUSIASMAR

ENCANTAR

ENLOUQUECER

ENRIQUECER

E temos, assim, uma oportunidade de oferecer diferenciais e valores para uma empresa.

É nesse nível superior de estratégia que operam discussões como as de tecnologia mudando o ambiente urbano.

E são discussões um tanto diferentes das que temos sobre nossas atividades costumeiras.

Porque uma vez que algo IMPORTE PARA MIM, eu consigo enxergar uma diferença.

E na velocidade do mercado, criar algo RELEVANTE E ÚNICO dura mais do que criar algo com ótima usabilidade.

MAS NA PRÁTICA, ISSO SE SUSTENTA?

Internet banking já ultrapassou ATM no Brasil tem anos. Não é uma questão de

ter uma usabilidade perfeita, mas sim de oferecer um canal mais prático para

realizar tarefas.

1. INTERNET BANKING

Com tantas versões e evoluções, não é uma questão de usabilidade também. Mas sim de deixar uma mensagem:

A Nike me ensina a correr.

2. NIKE+

Em poucos anos, tornou-se um produto com grande aderência e evolução. E isso

se deve a ser filho legítimo de uma cultura de edição e exposição.

3. INSTAGRAM

Temos muitos instrumentais para medir os níveis de design visceral e comportamental, mas precisamos desenvolver o mesmo - e o costume - de olhar e pensar no design reflexivo sempre.

Para se tornar diretor ou VP de UX/IxD, conhecimento instrumental e totalmente focado não é o suficiente.

Para tornarmos a profissão mais respeitável, precisamos aprender a lidar e projetar funções por cargo, operacionalização e assim por diante.

CONSIDERAÇÕES FINAISCONSIDERAÇÕES FINAIS

• Obrigado. :)brunolantis@gmail.com

http://br.linkedin.com/in/brunocanato

/brunocanato

/bcanato

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