da escola pÚblica paranaense 2008 · do currículo da área de arte, assim como subsídios...
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2008
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-040-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
DORACI MODESTO DE PINHO ARAUJO
O ENSINO DA MÚSICA NA ESCOLA: desafios para o professor de arte
JACAREZINHO, PARANÁ 2008
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DORACI MODESTO DE PINHO ARAUJO
O ENSINO DA MÚSICA NA ESCOLA: desafios para o
professor de Arte
Caderno Temático apresentado como requisito parcial das atividades previstas do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE 2008 da Secretaria de Estado da Educação do Paraná e à Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP, sob a orientação do professor Jean Carlos Moreno.
JACAREZINHO, PARANÁ 2008
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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Superintendência da Educação
Diretoria de Políticas e Programas Educacionais Programa de Desenvolvimento Educacional
PARECER DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA DOS
PROFESSORES PDE - 2008
1. IDENTIFICAÇÃO a) INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR: Universidade do Norte do Paraná – UENP / Campus Jacarezinho b) PROFESSOR ORIENTADOR IES: Jean Carlos Moreno c) PROFESSOR PDE: Doraci Modesto de Pinho Araujo d) NRE: Cornélio Procópio d) ÁREA/DISCIPLINA: Arte e) TÍTULO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA: O Ensino da Música na Escola: desafios para o professor de Arte 2. PARECER CONCLUSIVO: ( X ) Favorável ( ) Desfavorável
3. JUSTIFICATIVA DO PARECER: O Caderno Temático “O Ensino da Música na Escola: desafios para o professor de arte”, produzido pela professora Doraci Modesto de Pinho Araújo, cumpriu com o objetivo de proporcionar uma reflexão fundamentada e inovadora sobre um desafio que aflige a maioria dos professores da área de Arte do Estado do Paraná. O trabalho situou o problema a partir de diferentes enfoques: pesquisa bibliográfica, estudo sobre a legislação nacional e estadual, levantamento das possibilidades formadoras ofertadas pelas instituições de nível superior no estado do Paraná e entrevistas com professores da rede pública estadual da região do Norte Pioneiro paranaense. Além da reflexão teórica, o material didático trouxe dois encaminhamentos práticos. O primeiro, de conceituação, destinado aos professores, com o intuito de subsidiar a estruturação dos elementos básicos da aprendizagem musical. O segundo encaminhamento trouxe uma série de atividades, destinadas aos alunos do ensino fundamental, detalhadas e organizadas didaticamente, permitindo, com ludicidade e criticidade, a construção coletiva da aprendizagem na direção de uma alfabetização musical. Concluímos, portanto, que o material produzido traz boas perspectivas para a discussão da formação dos professores e do currículo da área de arte, assim como subsídios práticos que podem ser efetivados, incorporando-se ao cotidiano escolar, não só da região do Norte Pioneiro, bem como de todo o Estado do Paraná. Jacarezinho, 12 de dezembro de 2008.
__________________________ Professor Jean Carlos Moreno
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 5 2 PARTE I 7 2.1 Música! A partir de quando? 7 2.2 Pensando a Educação Musical 8 3 PARTE II 11 3.1 OS PROFESSORES DE ARTE E O ENSINO DA MÚSICA 11 3.1.1 Municípios e Escolas Pesquisadas 11 3.1.2 Análise dos Questionários Aplicados aos Professores de Arte 12 3.1.3 Formação dos Professores de Arte na Década de 1970 15 3.1.4 As Universidades e suas Matrizes Curriculares 17 3.1.5 Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte e as Diretrizes Curriculares de
Arte do Paraná 19
3.1.6 Avanços e Polêmicas na Área da Educação Musical 22 4 PARTE – III 25 4.1 CONCEITUAÇÃO 25 4.1.1 Som 25 5 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES DA MÚSICA 26 5.1 ELEMENTOS FORMAIS 26 5.1.1 Altura 27 5.1.2 Duração 27 5.1.3 Timbre 28 5.1.4 Intensidade 28 5.1.5 Densidade 29 6 COMPOSIÇÃO 29 6.1 Ritmo 30 6.2 Melodia 30 6.3 Harmonia 30 6.4 Andamento 31 6.5 Escalas 31 6.5.1 Diatônica 31 6.5.2 Pentatônica 32 6.5.3 Cromática 32 6.6 Improvisação 33 6.7 Gêneros 33 6.7.1 Erudito 34 6.7.2 Popular 36 6.7.3 Folclórico 40 6.7.4 Indústria Cultural 41 7 MOVIMENTOS E PERÍODOS 42 7.1 Música Greco-Romana 43 7.2 Musica Oriental 44 7.3 Música Ocidental 45
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7.4 Música na Idade Média 49 8 PARTE IV 51 8.1 MATERIAL DIDÁTICO 51 9 PROPOSTAS DE ATIVIDADES MUSICAIS 52 9.1 Entrevista 52 9.2 Exercícios de aquecimento e relaxamento 53 9.3 Atividades vocais 54 10 PERCEBENDO OS SONS 56 11 JOGOS DRAMÁTICOS 57 12 PERCEPÇÃO E DISCRIMINAÇÃO AUDITIVA 60 13 CONFECÇÕES DE INSTRUMENTOS MUSICAIS 62 14 JOGOS DE IMPROVISAÇÃO 67 REFERÊNCIAS 69 ANEXOS 73
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1 INTRODUÇÃO
Este Caderno Temático é o resultado do Projeto de Pesquisa intitulado “O
Ensino da Música na Escola: desafios para o professor de arte”. E a pergunta
investigativa que originou o projeto foi: de que forma, poderemos trabalhar os
conteúdos da música sem precisar vinculá-los às especificidades técnicas que
exigiriam uma formação específica na área?
Pretendemos, portanto, com esse material contribuir, a partir da leitura de
alguns autores e de nossa experiência em sala de aula, para ampliar a reflexão em
torno deste dilema. E, também, através da aplicação desse material pedagógico aos
alunos das 5ª séries do Colégio Estadual Antonio Carlos Gomes – Ensino
Fundamental e Médio do Município de Nova Santa Bárbara pertencente ao Núcleo
Regional de Educação de Cornélio Procópio – Paraná, responder à pergunta
formulada. A primeira parte do material inicia-se com uma pequena história sobre o
descobrimento dos sons e formas de utilização da música. Seguido da revisão de
literatura sobre o valor, importância, contribuição e benefícios que a música traz para
o desenvolvimento do ser humano e, sobre o que vem a ser música.
A segunda parte trata dos municípios, escolas pesquisadas e características
da região; seguido da análise e resultados dos questionários aplicados aos
professores e um pequeno comentário sobre a formação dos professores de Arte na
década de 70 (setenta). Na seqüência apresentamos uma investigação sobre a atual
formação dos professores de Arte do Paraná, questionando se os mesmos estão
recebendo na graduação, uma carga horária considerável ou não, sobre a música.
Ainda nesta parte finalizamos com uma breve explanação sobre como se deu a
produção dos Parâmetros Curriculares Nacionais e as Diretrizes de Arte do Estado
do Paraná e os recentes avanços alcançados na área de educação musical.
A terceira parte é composta de conceituações sobre os conteúdos
estruturantes da música e seus conteúdos específicos, iniciando com uma definição
do som, seguida dos elementos formais, da composição e dos movimentos e
períodos da música.
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A quarta parte encerra o Caderno Temático, como ápice da reflexão e
produção desenvolvida, apresenta um material didático voltado para o cotidiano da
sala de aula. Iniciamos com uma introdução e justificativa das atividades propostas
e, por fim, um conjunto de atividades musicais, destinadas principalmente aos
professores não-especialistas para serem aplicadas nas 5ª séries do Ensino
Fundamental.
Enfim, esta é a nossa contribuição para a discussão sobre o ensino da música
nas aulas de arte, desenvolvida em nosso primeiro ano de estudo junto ao Programa
de Desenvolvimento Educacional (PDE). Embora pequena, esperamos que ela
possa trazer ao menos algumas reflexões que possam se transformar em ações na
direção da melhoria do ensino-aprendizagem e da construção de uma escola cada
vez mais cidadã.
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2 PARTE I
2.1 Música! A partir de quando?
Desde o início da história da humanidade a música é utilizada pelo homem
nas diferentes manifestações culturais. O som era muito atrativo e com o tempo ele
consegue controlar a emissão de sons e começa a falar. E com sua capacidade
criativa percebeu que além da voz, poderia produzir outros sons, manejando e
transformando os diversos objetos da natureza ele aprende outros processos de
produzir sons, e com o aperfeiçoamento destes processos, surgem os primeiros
instrumentos musicais e o homem se expressa através da música.
Podemos confirmar através de Fischer “O homem se apodera da natureza
transformando-a. O trabalho é a transformação da natureza. O homem também
sonha com um trabalho mágico que transforme a natureza, sonha com a capacidade
de mudar os objetos e dar-lhes nova forma por meios mágicos”. (2002, p.21).
Percebemos que no início a música não tinha intenção estética era utilizada
para afastar os maus espíritos, mas ao longo da história foi transformando-se de
acordo com as normas e valores dos diferentes ambientes culturais. Assim, talvez a
magia tenha sido a primeira força intuitiva a levar o homem ao ato estético.
A música se faz presente desde muito cedo em nossa vida, nascemos num
mundo rodeado de sons. Como já vimos durante a história da humanidade ela
esteve presente nas festividades, nos rituais, nos protestos, como uma forma de
expressão e comunicação, enfim, ela sempre esteve, e está presente nas mais
variadas culturas dos diferentes povos e lugares.
Durante todos os principais períodos da história da arte: Pré-história, Egípcia,
Mesopotâmica, Grega, Romana, Medieval, Renascentista, Barroca, Neoclássica,
Romântica, Realista, Impressionista, Moderna, Contemporânea, nas tribos indígenas
perdidas, nos maiores centros urbanos chegando até o mais distante ponto rural, a
música se faz presente.
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Ela é usada pelos diferentes grupos humanos das mais variadas formas,
como produto natural do homem, em cada período foi e, é utilizada com uma
intenção, seja estética, religiosa ou social. Sendo uma fonte de estímulos, atingindo-
nos em todas nossas dimensões, ou seja, sensorial, afetiva, mental, social,
fisiológica e espiritual.
Diante do exposto podemos chegar à conclusão que a música é uma
linguagem universal, porém possui muitos dialetos, pois cada povo tem sua própria
maneira de expressá-la. É importante termos contato com obras dos diversos
compositores dos mais variados períodos da história da humanidade e também da
contemporaneidade, saber do momento histórico vivido por estes compositores, do
contexto social, político e econômico, em que foram criadas suas obras.
2.2 Pensando a Educação Musical
De que forma, poderemos trabalhar os conteúdos da música sem precisar
vinculá-los às especificidades técnicas que exigiriam uma formação específica na
área?
Segundo a concepção de Jeandot “[...] Uma aprendizagem voltada apenas
para os aspectos técnicos da música é inútil e até prejudicial, se ela não despertar o
senso musical, não desenvolver a sensibilidade” (2008, p.21). Assim, pretendemos
que esse material didático, desperte no aluno o gosto pela música, sem a
preocupação de desenvolver as técnicas propriamente ditas e os elementos teóricos
do ensino tradicional da música ocidental. Pretendemos formar “ouvintes críticos”
capazes de identificar as imposições da indústria cultural, perceber as estruturas
musicais, sua organização e os elementos formais que a compõem. Não se trata,
evidentemente, de formar um músico instrumentista. Buscamos a formação dos
sentidos da sensibilidade afetiva e sensorial visando ouvintes sensíveis ao nosso
rico patrimônio musical. Procuramos confirmação na fala de Brito que vem ao
encontro da nossa “A educação musical não deve visar à formação de possíveis
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músicos do amanhã, mas sim à formação integral das crianças de hoje” (2003,
p.46).
De acordo com Copland (1974) apud Jeandot (1997) todos nós ouvimos a
música em três planos distintos: sensível, expressivo e puramente musical, que
correspondem a ouvir, escutar e compreender. Portanto essas três maneiras de
ouvir a música podem se dar de maneira simultânea, além da escuta sensível e ativa
a educação musical visa a “escuta crítica”.
Partiremos da cultura musical dos alunos, mas visando ampliar seu universo
sonoro, onde deverão entrar em contato com os diferentes gêneros e estilos
musicais que os conduzirão à escuta crítica para não mais aceitar passivamente as
imposições da indústria cultural. Segundo a concepção de Fadul “[...] É só por meio
da informação de alunos críticos, de alunos que tenham conhecimento da Indústria
Cultural que se pode ter a possibilidade de interferir para aperfeiçoá-la e melhorá-la”.
(1994, p.54).
Numa perspectiva da concepção das teorias críticas em Arte, a percepção e a
apreciação musical devem dar-se de maneiras diversas, sendo esta uma atividade
fundamental no processo de construção do conhecimento musical. “Além disso, um
trabalho pedagógico-musical deve se realizar em contextos educativos que
entendam a música como processo contínuo de construção, que envolve perceber,
sentir, experimentar, imitar, criar e refletir” (BRITO 2003, p.46).
Vários pesquisadores procuram comprovar o poder que a música exerce nas
pessoas e seus benefícios. Para Mourão e Silva “[...] a música contribui para o
equilíbrio, enriquecimento educacional, socialização e desenvolvimento cognitivo
das pessoas [...]. Por meio da música, as crianças se comunicam com o mundo
demonstrando seus diferentes modos de perceber, sentir e agir” (2005, p.58).
Segundo a visão de Zagonel (2002) a música ajuda a formar um ouvinte,
consciente e crítico e que todos podem e devem estudar música, pois a mesma traz
uma série de benefícios em diversas áreas, isso comprovado cientificamente.
Esses benefícios são muito bem definidos por Hentschke (1994, p. 30), para a
autora a música deve proporcionar “[...] o desenvolvimento das sensibilidades
estéticas e artísticas, da imaginação e do potencial criativo, o sentido histórico da
nossa herança cultural, meios de transcender o universo musical de seu meio social
e cultural, o desenvolvimento cognitivo, afetivo e psicomotor e o desenvolvimento da
comunicação não-verbal”.
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E Snyders (2008, p. 115) vai além “[...] Através da música, podemos perceber
o universo inteiro como um concerto: cada parte da criação é como uma nota de um
acorde, um elemento a tocar dentro de um todo harmônico – que torna presente o
Harmonizador. A música escrita pelos homens liga-se à imensa consonância
composta por Deus ao criar o mundo”.
Sabe-se da existência da música, mas, é muito difícil definir o que seja.
Muitos estudiosos e pesquisadores têm investigado o significado da arte musical,
chegando a conclusões diferentes. Para Wisnik “[...] o som é onda, que os corpos
vibram, que essa vibração se transmite para a atmosfera sob a forma de uma
propagação ondulatória, que o nosso ouvido é capaz de captá-la e que o cérebro a
interpreta, dando-lhe configurações e sentidos” (1989, p.17). E Schlichta e Tavares
(2004, p. 137) acreditam que “Atualmente, para muitos teóricos, essa linguagem
artística é um conjunto de sons feito com intenção”.
Para Cunha et al. (2005) o som é uma onda invisível, e nossa percepção
pode torná-lo visível. Portanto, a música é produzida, construída, representada,
manipulada e refletida através do som. A música sendo um objeto de conhecimento
palpável, não abstrata e nem pura descarga de emoções deve ser descoberta pelas
crianças a partir do fazer musical.
Através da revisão da literatura constatou-se que a música desempenha um
importante papel no desenvolvimento do ser humano contribuindo para adquirir
valores e hábitos indispensáveis à formação do cidadão sensível, criativo, reflexivo,
crítico e consciente de seu papel na sociedade, portanto, deve ser inserida e
vivenciada no contexto escolar.
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3 PARTE II
3.1 OS PROFESSORES DE ARTE E O ENSINO DA MÚSICA
3.1.1 Municípios e Escolas Pesquisadas
Através de questionários foram pesquisados 14 (quatorze) professores de
Arte não-especialistas em música de diferentes escolas e municípios pertencentes
ao Núcleo Regional de Educação (NRE) de Cornélio Procópio e 3 (três) professores
de diferentes escolas da cidade e Núcleo Regional de Educação de Jacarezinho.
Do NRE de Cornélio Procópio as professoras pesquisadas pertencem aos
municípios de São Jerônimo da Serra, Santa Cecília do Pavão, São Sebastião da
Amoreira, Assai, Santo Antonio do Paraíso, Uraí, Cornélio Procópio e Bandeirantes.
Esses municípios estão distribuídos entre as microrregiões de Assai e Cornélio
Procópio da mesorregião Norte Pioneiro Paranaense. Essa região possui uma
agricultura forte (cana-de-açúcar, milho, soja, trigo, café, mandioca), além do cultivo
de verduras, legumes, frutas e criação de gado, suíno e aves.
As escolas envolvidas na pesquisa foram: de São Jerônimo da Serra a Escola
Estadual João XXIII – Ensino Fundamental; de Santa Cecília do Pavão o Colégio
Estadual Jerônimo Farias Martins – Ensino Fundamental e Médio; de São Sebastião
da Amoreira o Colégio Estadual PE Jerônimo Onuma – Ensino Médio e Escola
Estadual João Turin – Ensino Fundamental; de Santo Antonio do Paraíso o Colégio
Estadual Floriano Landgraf – Ensino Fundamental e Médio; de Assai o Colégio
Estadual Barão do Rio Branco – Ensino Fundamental, Médio e Profissionalizante e o
Colégio Estadual Conselheiro Carrão - Ensino Fundamental, Médio e
Profissionalizante; de Uraí a Escola Estadual Prof. Paulo Mozart Machado - Ensino
Fundamental; de Cornélio Procópio o Colégio Estadual Zulmira Marchesi da Silva –
Ensino Fundamental e Médio; Colégio Estadual Cristo Rei – Ensino Normal e
Colégio Estadual Adelaide Glaser – Ensino Fundamental e Médio; de Bandeirantes o
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Colégio Estadual Prof. Mailon Medeiros – Ensino Fundamental, Médio e
Profissionalizante e a Escola Estadual Cecília Meireles – Ensino Fundamental.
Em Jacarezinho participaram da pesquisa a Escola Estadual Imaculada
Conceição – Ensino Fundamental e o Centro Estadual de Educação Básica para
Jovens e Adultos (CEEBJA) Profª. Geni Sampaio Lemos – Ensino Fundamental e
Médio.
Como vimos anteriormente à base econômica desses municípios pesquisados
é a agricultura e a pecuária, e hoje, se destaca também, a economia agroindustrial,
portanto, a maior parte da clientela dessas escolas, são filhos de trabalhadores
rurais, das usinas, das cooperativas e indústrias de grãos. No anexo 1 trazemos
mais alguns dados sobre os municípios pesquisados
3.1.2 Análise dos Questionários Aplicados aos Professores de Arte
Com o objetivo de averiguar se os professores de Arte sentem algum tipo de
dificuldade relacionada aos conteúdos musicais e, que tipo de metodologias utilizam
para implementar as propostas das Diretrizes Curriculares de Arte (DCA) do Paraná,
investigamos alguns professores.
Dos 17(dezessete) questionários repassados, somente 14(quatorze) foram
devolvidos, 2(dois) foram enviados para a Escola Estadual João Turim - EF, de São
Sebastião da Amoreira e, somente 1(um) foi devolvido. Do Colégio Estadual Padre
Jerônimo Onuma - EM, também de São Sebastião da Amoreira e do Colégio
Estadual Conselheiro Carrão - EFMP de Assai, nenhum foi devolvido.
Dos 14(quatorze) professores, somente um não aborda a educação musical
em sala de aula. O questionário é composto de cinco questões abertas e uma
fechada, na questão onde se perguntava sobre a metodologia usada para se
trabalhar as aulas de música, obtivemos respostas variadas entre apreciação de
vários gêneros musicais, apresentação dos diferentes tipos de instrumentos
musicais, pesquisa sobre músicos de vários períodos, pesquisa sobre os sons do
cotidiano, análise sobre os elementos formais da música e história da música. Duas
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professoras dizem contar com o auxílio dos alunos que sabem música e, uma
trabalha com confecção de instrumentos utilizando materiais reciclados para
exploração do som.
Na questão onde se questionava se os professores já haviam sofrido algum
tipo de dificuldade para trabalhar a música, a maioria respondeu que já enfrentou,
devido ao fato de serem formados em Artes Visuais e não possuir o conhecimento
necessário para realizar um trabalho mais aprofundado. Mas que, baseado em seus
conhecimentos básicos sobre a música, procuram desenvolver o trabalho da melhor
maneira possível. Uns dizem que a dificuldade é em relação à prática de
instrumentos musicais, uma professora respondeu que é necessário ter muita
cautela para desenvolver os conteúdos musicais, pois o mesmo exige muito preparo
e pesquisa antes da aplicação desses conhecimentos. Três professoras disseram
não ter dificuldades, uma explicou que é por causa do pendrive e a outra não
justificou e uma diz ter uma noção básica de música.
A pergunta seguinte relacionada à seleção, organização dos repertórios e
materiais utilizados em sala, novamente houve respostas variadas, temos os que
procuram valorizar a diversidade musical, outros levam em conta a faixa etária e a
comunidade onde o aluno está inserido. Os conteúdos selecionados são os teóricos:
história da música, elementos formais e diferentes estilos musicais. Uma professora
diz levar em consideração as possibilidades da escola e da aprendizagem dos
alunos, uma diz que seleciona e trabalha somente os conteúdos que domina.
Quanto aos materiais utilizados foram citados rádio, vídeo-clipe, toca CD,
DVD, computador, uma professora diz utilizar o material da Correção de Fluxo, onde
há duas fitas cassetes com vários exercícios musicais.
Quanto ao dom musical inato para se tocar um instrumento, cantar e compor
abordado em uma das questões, todos acreditam que qualquer pessoa possa
aprender através da educação musical e não somente aquelas que a maioria das
pessoas acredita ter o dom musical. Outra questão trata do contato que os mesmos
tiveram com a música durante sua formação escolar, quatro professoras nunca
tiveram nenhum conhecimento. A grande parte teve contato em um semestre na
Universidade, obtendo os conhecimentos mínimos da linguagem musical e duas diz
que teve noções básicas de música no Ensino Fundamental.
A última questão pergunta se todos dominam os conteúdos estruturantes da
música propostos nas DCA, a grande parte diz não dominar por não ter formação
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específica na área. Outras dizem dominar na teoria os conteúdos mais básicos, mas
não dominam na prática, alguns dominam certos conteúdos propostos nas DCA,
mas, não todos como a música modal e a tonal, que necessita de mais
aprofundamento.
Considerando que a maioria dos professores de nossa pesquisa teve como
formação apenas dois anos de graduação, e todas fizeram habilitação em artes
visuais, não é difícil de deduzir, que de fato, como comprovado através da pesquisa
apresentam dificuldades para conduzir os trabalhos de educação musical.
Percebemos também que as DCA não irão garantir as transformações das
práticas educativas nas escolas, e para que isso aconteça é necessária à formação
continuada dos professores em serviço. Visto que, o processo de formação não se
encerra no curso de graduação nem na experiência profissional adquirida, tais
afirmações vêm de encontro com Queiroz & Marinho
É nessa perspectiva que se pensa a formação continuada, entendendo-a como um projeto permanente, que possibilite aos professores caminhos para que, de forma coletiva e contextualizada com o universo de atuação de cada profissional, possam criar alternativas para (re)discutir, (re)definir e transformar o seu pensamento e, consequentemente, a sua prática docente (2007, p.4).
Concluímos, portanto, que o Estado deverá proporcionar cursos de
aperfeiçoamento na área de educação musical, onde trabalhe todos os conteúdos
estruturantes propostos nas DCA destinados a esta área. O resultado dessa
pesquisa junto aos professores da rede pública visa contribuir com o envolvimento,
melhoria e transformação da prática pedagógica dos professores de Arte
relacionada ao ensino da música, possibilitando auto-reflexão para reconstrução das
práticas educativas.
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3.1.3 Formação dos Professores de Arte na Década de 1970
Conforme vimos pelo levantamento feito anteriormente junto aos professores
de Arte das diversas escolas e municípios dos Núcleos Regionais de Educação de
Cornélio Procópio e Jacarezinho, nota-se, em muitas escolas a ausência parcial ou
às vezes completa do ensino da música. E os professores não-especialistas que se
propõem trabalhar alguns conteúdos de música, o fazem de forma superficial, pois
não se consideram preparados para lidar com o universo sonoro tão complexo.
Em parte, este quadro pode ser considerado como conseqüência dos cursos
de graduação de licenciatura de curta duração em Educação Artística, que
formavam em dois anos professores tidos como “polivalentes” e, que não poderiam
estar preparados para atuar nas quatro áreas de Arte, principalmente na música.
Del-Ben nos diz “Os professores, que antes atuavam em campos específicos, foram
solicitados a ensinar, ao mesmo tempo, música, artes plásticas e artes cênicas,
assumindo a função de professores polivalentes” (2005, p.66). No mesmo caminho a
professora Loureiro afirma “[...] Os professores de Educação Artística, que por força
da lei tiveram uma formação polivalente, pouco puderam contribuir para consolidar o
ensino da música nas escolas públicas, tornando-a, desta forma, uma prática
irrelevante com características de atividade festiva e recreativa” (2001, p. 31).
Para Santos “Um outro agravante nesta condição de polivalência do professor
de arte está relacionado ao fato de não raramente, privilegiar atividades que
pretensamente trabalham a linguagem visual, ou melhor, as artes plásticas, infeliz
herdeira de vários manuais que ensinam trabalhos artesanais com materiais
diversos, pinturas em tecidos e desenhos entre outras ações” (2007, p.57).
A licenciatura de Educação Artística foi criada para atender uma demanda
urgente, conseqüente da Lei 5.692/71 e as instituições superiores não estavam
preparadas, carentes de uma fundamentação teórico-metodológica sólida,
resultando na formação de professores polivalentes sem bases conceituais e numa
tendência tecnicista. Confirmando o exposto Santos nos mostra que “a prática
polivalente instituída pela Reforma Educacional de 1971 atribuía aos professores de
1° Grau a incumbência de ministrar aulas que abarcassem as artes plásticas, as
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artes cênicas e a música. No entanto, a formação do professor não atendia à
consistência necessária aos saberes exigidos no ensino-aprendizagem da Arte”
(2006, p.25).
E o resultado dessa formação de curta duração em Educação Artística é a
ausência quase que completa da música na escola. Mateiro nos aponta diferentes
causas para essa ausência da música no cotidiano escolar
a) nos dois primeiros ciclos do ensino fundamental, a música é ministrada pelo professor generalista, ou seja, aquele professor sem a habilitação específica, por não haver a obrigatoriedade; b) o número de professores formados em Educação Artística com habilitação em plástica e desenho superou os formados em música; c) o salário dos professores que trabalham em escolas particulares ou em atividades autônomas como regente de coro infantil ou adulto, professor particular de instrumento em conservatórios ou escolas livres de música, são superiores aos salários dos professores da rede pública de ensino (2003, p. 4-5).
A autora reforça o exposto acima e, ainda, traz outros fatores como a não
obrigatoriedade do ensino da música nos anos iniciais do ensino fundamental e a
desvalorização salarial do professor que afasta os especialistas das instituições
públicas.
Segundo Paula (2007) os professores de Arte do Paraná contratados para
atuar na rede pública não são, de uma área específica de sua formação, gerando,
portanto um grande embate no sentido da polivalência, pois, o currículo contempla
as quatro áreas de Arte - arte visual, teatro, dança e música. E, essa realidade é
conflitante entre a preparação do professor para trabalhar apenas com sua área de
formação e, ao mesmo tempo do aluno ter o direito do acesso às quatro áreas que
compõem o currículo de Arte. Percebemos, portanto, o paradoxo instituído pelo
sistema educacional ao formar o professor para o específico, mas exigir atuação
para o geral.
Embora nas Diretrizes Curriculares de Arte do Estado do Paraná (2006) não
esteja proposto que o professor seja polivalente e sim que deva trabalhar a partir de
sua formação fazendo relações com os conteúdos das demais áreas de Arte, nota-
se ainda, a dificuldade do professor em fazer essa relação de forma consistente,
especialmente na área de música. Pois, a grande parte é formada em Artes Visuais,
e o não-especialista sente muita dificuldade em desenvolver um trabalho mais
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aprofundado nessa área, pois, não teve a formação necessária e nem básica para
poder conduzir o ensino da música na escola de forma relevante. Esses são os
reflexos da formação oferecida na década de 1970 (mil novecentos e setenta) para
atender a Lei 5.692/71, e que perdura ainda, em muitas escolas paranaenses.
3.1.4 As Universidades e suas Matrizes Curriculares
No Brasil os cursos superiores de Música se dividem em bacharelado e
licenciatura. O bacharelado é a formação do músico, seja como cantor, compositor,
instrumentista, regente de orquestra ou regente coral. Assim, temos os bacharelados
em violão, violino, violoncelo, flauta transversa, flauta doce, composição entre
outros. As licenciaturas, por sua vez, formam o professor de Música para a
educação básica, nos cursos de Licenciaturas em Educação Artística com
Habilitação em Música ou Licenciatura em Música.
Mas, nosso problema não é a formação do professor especialista em música,
e sim a formação do professor de Educação Artística com habilitação em Artes
Visuais ou Artes Plásticas, que predomina no Estado do Paraná.
E como parte da pesquisa, foi feito um levantamento junto as Universidades
Paranaenses que ofertam o curso de Educação Artística ou Artes Visuais para
responder a pergunta: as Universidades do Paraná estarão preparando o professor
de Arte somente para atuar na área de sua formação ou também nas demais áreas
de Arte? Ou seguindo a mesma formação da década de 1970?.
Foram analisadas as matrizes curriculares das: Universidade Estadual de
Londrina (UEL); Universidade Federal do Paraná (UFPR); Universidade Estadual de
Ponta Grossa (UEPG) e Faculdade de Artes do Paraná (FAP). Para saber como a
música esta sendo oferecida na graduação de Arte dessas Universidades e
Faculdade e, se está em consonância com as diretrizes curriculares de Arte do
Estado do Paraná.
A UEL oferecia até o ano de 2004 o curso de Educação Artística com
Habilitação - Licenciatura em Artes Plásticas, a investigação pôde constatar que a
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carga horária semanal destinada à música contemplada na matriz curricular era de
1h/a teórica e 2h/a prática, somente no 1º ano. Mas, a Resolução Nº. 30/2005
aprova a reformulação do Projeto Político-Pedagógico do curso e altera a
denominação da Habilitação - Licenciatura em Artes Plásticas para Licenciatura em
Arte Visual a ser implantada a partir de 2005 (dois mil e cinco). E a nova Matriz
Curricular a ser implantada gradativamente a partir do ano citado acima, não oferece
nenhuma carga horária referente à música.
Quanto ao curso de Licenciatura em Artes Visuais da FAP, também não traz
nenhuma carga horária destinada à música em sua Matriz Curricular. Já a UFPR, no
antigo curso de Educação Artística com Habilitação – Desenho destinava na matriz
curricular uma 1h/a teórica e 2h/a práticas semanais no 1º ano da graduação. Mas,
acatando a proposta do Conselho Nacional de Educação, cria o novo curso de Artes
Visuais, oferecendo duas Habilitações – Bacharelado e Licenciatura, em substituição
ao antigo curso de Educação Artística que oferecia as Habilitações em Artes
Plásticas e Desenho. Portando, com a mudança de curso a nova matriz curricular
não oferece nenhuma carga horária relacionada à música.
A última Universidade analisada foi a UEPG que oferece o curso de
Licenciatura em Artes Visuais e onde, também, não existe carga horária destinada à
música em sua matriz curricular.
Depois da análise constatamos que nenhuma Universidade ou Faculdade do
Paraná oferece mais, alguma carga horária de música em pelo menos, um dos anos
de sua graduação.
Como vimos anteriormente, os documentos oficiais educacionais exigem que
o professor trabalhe as quatro áreas de arte e, para o professor corresponder à
exigência de forma eficaz é necessário que as Universidades destinem uma carga
horária considerável de música em suas matrizes curriculares em todos os anos da
graduação. O ideal seria uma matriz “polivalente” que oferecesse as quatro áreas na
graduação, assim, os professores de Arte não-especialistas em música, teatro e
dança, teriam pelo menos o conhecimento básico para poder trabalhar de forma
mais intensa e segura.
19
3.1.5 Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte e as Diretrizes
Curriculares de Arte do Paraná
No período da construção dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN´s) a
política educacional brasileira vinha atendendo aos interesses dos órgãos
internacionais que propunha uma adequação na educação brasileira no que se
refere à organização do trabalho frente à nova ordem globalizada. Segundo Fonseca
“Tal processo vem se dando na esteira de reestruturações dos sistemas de ensino
que estão sendo propostas em diversos países, em particular na América Latina,
sob a orientação de organismos internacionais, como o Banco Mundial” (2001 p. 16-
17). Devido a essas grandes mudanças política, econômica, social e cultural da
sociedade contemporânea o governo justifica a mudança educacional sob o
argumento de adequar o sistema educacional às novas transformações.
Na realidade a intenção do Ministério da Educação e Cultura (MEC) na
construção dos PCN´s, no que pudemos observar, mesmo constando serem abertos
e flexíveis, é a pretensão de um currículo nacional levando à homogeneização,
carecendo de questionamentos. Segundo Lopes
Não apenas pelo fato de ser uma proposta curricular que se insere nas políticas de conhecimento oficial, que visam à homogeneidade cultural e o controle acentuado da educação, com base em princípios de mercado, estabelecidas na atualidade em países que assumem políticas neoliberais. Mas também porque, em seus princípios de organização curricular tão divulgados como representação do novo e do revolucionário no ensino, permanece uma orientação que desconsidera o entendimento do currículo como política cultural e ainda reduz seus princípios à inserção social e ao atendimento às demandas do mercado de trabalho. (2006, p.396).
Os PCN´s foram recebidos com muita crítica na maioria das escolas, primeiro
pelos professores não terem sidos consultados e muito menos participado de sua
elaboração, ficando a critério de um número reduzido de especialistas e consultores.
Segundo pela concepção pedagógica explícita do Construtivismo, principalmente no
1º e 2º ciclos, desconsiderando as demais concepções teóricas. Além de ir contra o
que dispõe a Constituição Federal (1988) “Art. 206- O ensino será ministrado com
20
base nos seguintes princípios: [...] III - pluralismo de idéias, e de concepções
pedagógicas [...]”. Percebemos que os PCN´s privilegiam o construtivismo e seu
encaminhamento é direcionado como uma forma impositiva dessa teoria, ferindo
inclusive a Constituição Federal.
Acreditamos ser importante ter liberdade de um pluralismo crítico com várias
possibilidades de concepções e teorias, para escolher a que melhor se adapta aos
encaminhamentos do processo de ensino-aprendizagem. Outra contradição sobre
os PCN´s é bem colocada por Paula
A elaboração e distribuição dos PCN’s antes de promulgada as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN´s) para o Ensino Fundamental e Ensino Médio, caracteriza uma contradição, pois primeiro deveria ser a lei, e esta indicar a forma de trabalho do MEC, segundo a LDBEN/96, no entanto o MEC importou da reforma espanhola uma pedagogia para ser disseminada no Brasil e servir de referência para a própria legislação (2007, p.51-52).
E, segundo Penna, alguns conteúdos de música para o 3º e 4º ciclos proposto
nos PCN´s são muito complexos e abrangentes exigindo grande compreensão da
linguagem musical por parte do professor e “ para ser efetivamente trabalhada, a
proposta para este nível de ensino exigiria um professor não apenas habilitado na
área específica de música, mas que também dominasse o conhecimento
educacional em sentido abrangente, incluindo aí uma ampla gama de alternativas
pedagógicas e metodológicas” ( 2001, p. 131).
Notamos que os PCN´s não garantiram a presença da música na escola e as
práticas do passado como a polivalência ainda predomina, nos diversos sistemas
educacionais. Mas, também não podemos negar sua importância, devemos admitir
que o mesmo trouxe uma série de discussões sobre o ensino da arte e mereceu
várias publicações algumas a seu favor e outras contra.
Quanto às Diretrizes Curriculares de Arte (DCA) para a Educação Básica do
Estado do Paraná, ao contrario dos PCN´s foram construídas em conjunto
professores, pedagogos, equipes pedagógicas dos Núcleos Regionais de Educação
e equipes pedagógicas da Secretaria de Estado da Educação.
Foram realizados diversos simpósios, seminários, encontros descentralizados
e intensos debates que favoreceram a participação dos educadores paranaenses
durante três anos de trabalhos. Serviram de indicativos o Currículo Básico
21
(PARANÁ, 1990), a Proposta de Reestruturação do 2º Grau (PARANÁ, 1988) e os
Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998).
As referidas diretrizes são constituídas por uma abordagem histórica da
disciplina, seguida dos fundamentos teórico-metodológicos baseados nas teorias
críticas de Arte - arte como ideologia, arte como trabalho criador e arte como forma
de conhecimento, fundamentados no conhecimento estético e no conhecimento da
produção artística. Também foram definidos os conteúdos estruturantes de cada
área que compõe a disciplina de Arte, ou seja, artes visuais, música, teatro e dança.
O encaminhamento metodológico foi organizado contemplando a teorização,
percepção, apropriação e o trabalho artístico, além de sugestões metodológicas de
cada uma das áreas e finalizando com a avaliação e as referências bibliográficas.
Percebe-se, portanto, a grande diferença da maneira como foram produzidos
os dois documentos, e como já foi dito os PCNs não garantiu a presença da música
na escola, pois sua proposta esta fora da realidade de muitos estados e municípios.
Já a proposta pedagógica das DCA do Paraná produzidas juntamente com os
professores de todas as regiões do estado, condiz com a realidade e necessidades
de nossas escolas de Ensino Fundamental. Inclusive a área de música sofreu várias
alterações quanto aos conteúdos no decorrer do processo de construção, por
reivindicação principalmente, dos professores não-especialistas que são
predominantes na rede estadual.
Portanto, as DCA do Paraná já prevêem que a maioria dos professores que
ministrará essas aulas de música, será os não-especialistas. Então, os conteúdos e
encaminhamento metodológicos estão adequados à realidade desses professores.
Analisando os dois documentos percebemos que a grande parte dos objetivos
gerais dos PCNs (3º e 4º ciclos) coincidem com as DCA. Mas, alguns como “[...]
procurar a participação em eventos musicais de cultura popular, shows, concertos,
festivais, apresentações musicais diversas [...]” (PCN, 1998, p.81) estão além da
realidade das escolas pertencentes aos pequenos municípios, visto que, os mesmos
não oferecem os eventos culturais musicais, citados nos PCNs e que somente os
grandes centros podem oferecer.
Em outra parte onde se apresentam os conteúdos dos PCNs sugerem
trabalhar com a “[...] improvisação, composição e interpretação com instrumentos
musicais, tais como flauta, percussão etc., e/ ou vozes (observando tessitura e
questão de muda vocal) fazendo uso de técnicas instrumental e vocal básicas [sic]
22
participando de conjuntos instrumental e/ou vocais [...]”(PCN, p.83). Fica claro que
somente um professor especialista poderia dar conta desses conteúdos, portanto os
PCNs não leva em conta que o número de professores especialistas em música no
Brasil é muito inferior à demanda existente, e quando o professor não-especialista
se depara com esses conteúdos fica frustrado em não poder aplicar todos de forma
consistente.
Os PCNs privilegia o ensino por projetos, e percebemos que nas escolas
ainda, é muito tímida essa metodologia. Em relação aos temas transversais que são
de grande importância, a maioria das disciplinas estão contemplando em seus
planos de trabalho docente de forma integrada aos conteúdos.
Acreditamos que os PCNs não foram implementados de forma ampla e
consistente nas escolas, talvez pela falta de algumas orientações mais precisas
quanto aos objetivos para o desenvolvimento de competências e habilidades, pela
falta de um embasamento metodológico mais sólido quanto aos conteúdos listados,
inadequação às diversas realidades e falta de mais orientações didáticas específicas
em relação as diferentes áreas.
3.1.6 Avanços e Polêmicas na Área da Educação Musical
“Quero educação musical nas escolas”. Esse é o slogan da campanha
iniciada em setembro do ano de 2006 (dois mil e seis) pelo “Grupo de Articulação
Parlamentar Pró-Música” (GAP), composto por diversas associações, músicos
independentes, instituições e entidades ligadas à música. O manifesto foi aberto
para adesão através da internet e encontros regionalizados por todo o país e no dia
22 (vinte e dois) de novembro de 2006 (dois mil e seis) foi entregue em Audiência
Pública convocada pela Comissão de Educação do Senado Federal. Resultando em
dois Projetos de Lei o primeiro, do Senador Roberto Saturnino e o segundo, da
Senadora Roseana Sarney, como os projetos eram quase idênticos e a Senadora
deu entrada antes do Senador, seu projeto teve preferência na votação. Esse projeto
23
tramitou durante quase todo o ano de 2007(dois mil e sete) e no dia 4(quatro) de
dezembro do mesmo ano foi aprovado por unanimidade.
E no mês de agosto do corrente ano, o Presidente Luis Inácio Lula da Silva
sanciona a Lei 11.769/08, publicada no DOU de 19/08/08 que acrescenta ao Art. 26
da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) 9.394/96 o “§ 6º A
música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do componente
curricular de que trata o § 2º deste artigo. (NR)” e a redação do parágrafo
mencionado diz o seguinte “§ 2º O ensino da arte constituirá componente curricular
obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o
desenvolvimento cultural dos alunos” (LDBEN/96). Acrescido do Art. 3º “Os sistemas
de ensino terão 3 (três) anos letivos para se adaptarem às exigências estabelecidas
nos Arts. 1º e 2º dessa Lei”. (BRASIL, 2008).
Quanto ao artigo dizendo que a música deveria ser ministrada por professores
com formação específica na área, foi vetado pelo Presidente com a justificativa de
que a música é uma prática social, e há diversos profissionais reconhecidos no país
sem formação acadêmica específica ou oficial na área. E conforme se encontra
disposto no artigo esses profissionais estariam impossibilitados de ministrar essas
aulas.
Notamos que a sociedade quando organizada dispõe de grande poder para
conseguir seus objetivos, como foi o caso dessa mobilização das entidades ligadas
à música que resultou na Lei 11.769/08 culminando na obrigatoriedade dos
conteúdos musicais nos diversos níveis da educação básica.
Concordamos que um passo foi dado, mas não se resolveu o entrave quanto
à formação do profissional que ministrará essas aulas. Mesmo que o Presidente não
tivesse vetado o artigo que exigia formação específica na área, não teríamos
profissionais suficientes para atender à demanda necessária, e por outro lado, sua
justificativa para o veto é polêmica, originando a seguinte pergunta - Profissionais da
música, sem formação acadêmica, podem ser educadores? Essa questão com
certeza vai gerar muitas discussões entre os educadores e tal situação mostra que
ainda não temos uma resposta conclusiva para o ensino da música como
componente curricular. E, até que se resolvam essas controvérsias, quem
continuará ministrando essas aulas, será o professor de Arte, mesmo sem ser
especialista em música.
24
Enfim, a discussão permanece em aberto. Cabendo a nós, educadores nos
envolvermos neste debate e lutarmos pela nossa qualificação e dignidade para
podermos oferecer uma formação séria e comprometida aos nossos estudantes.
25
4 PARTE – III
Houve e há, apesar das desordens que a civilização traz, pequenos povos, encantadores que aprendem música tão naturalmente com como se aprende a respirar. O seu conservatório é o ritmo eterno do mar, o vento nas folhas e mil pequenos ruídos que escutaram com atenção, sem jamais terem lido despóticos tratados. (DEBUSSY, 1862).
Dividimos o material didático em duas partes: uma de conceituação - mais
destinada ao embasamento do professor – e outra de atividades, organizadas
diretamente para os alunos de 5ª série. Nossa intenção é trabalharmos com uma
introdução à música, na direção de uma alfabetização musical. Construímos a parte
de conceituação com base nos seguintes autores: Bennett (1986); Caldas (1985);
Cotrim (1979); Lima (2007); Livro Didático Público (PARANÁ, 2006); Motta
(1991,1994); Napolitano (2000,2002); Projeto Correção de Fluxo (1998); Salles
(2002); Tavares (2004); Tinhorão (1975); Wisnik (1989).
4.1 CONCEITUAÇÃO
4.1.1 Som
Vivemos num mundo cercado de sons naturais e culturais, desde que
acordamos até à hora de dormirmos eles estão presentes, alguns nos agradam
outros não. O som é o resultado das vibrações de uma fonte sonora que são levadas
pela propagação do ar na forma de ondas sonoras e, que chegam até nossos
ouvidos.
Essas ondas sonoras variam em suas formas, podendo ser classificadas em
sons e ruídos. Quando os desenhos das ondas sonoras são regulares, chamamos
de sons e, quando essas ondas sonoras são irregulares chamamos de ruídos. Em
26
relação à física existe essa diferenciação entre som e ruído, mas na música isso não
ocorre, todos os sons são considerados musicais desde que, usados com intenção
de fazer música, mesmo os ruídos.
O som é a matéria-prima que pode originar a música e, para que isso
aconteça, é necessário o ser humano dotado de sensibilidade e inteligência
organizar esse som.
No século XX e XXI, músicos como Hermeto Pascoal utilizam materiais
sonoros dos mais variados, integrando-os aos instrumentos clássicos. Um grupo
inglês chamado Stomp, produz sons e ritmos utilizando talheres, latões de lixo,
vassouras, etc. O grupo brasileiro Uakti também utiliza diversos objetos como canos
de P.V.C., borracha, bambu, água, dentre outros. E os Barbatuques também
brasileiros se valem dos sons produzidos pelo corpo, voz... Ficando provado que os
diferentes sons e ruídos quando organizados podem produz música, mesmo sem a
utilização dos instrumentos clássicos tradicionais.
Portanto, o som é o elemento básico da linguagem musical e, a partir dele são
trabalhados todos os conteúdos musicais.
5 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES DA MÚSICA
São os conhecimentos de maior amplitude, e constituem os fundamentos para
compreender a música. São eles: elementos formais, composição e os movimentos
e períodos.
5.1 ELEMENTOS FORMAIS
São os elementos formadores que constituem um som diferenciando-o um do
outro. São eles
27
5.1.1 Altura
É a variação de freqüência dos sons, podendo ser graves (grossos) - quando
as vibrações são mais lentas possuindo freqüências mais baixas. E agudos (finos) –
quando as vibrações são mais rápidas, possuindo freqüências mais altas.
A seqüência, organização, combinação e a distribuição da altura dos sons
determinam à melodia da música. Portanto, a altura nada tem a ver com o volume
(intensidade) ela serve para diferenciar os sons musicais.
O som mais grave que nossos ouvidos podem captar é o produzido numa
freqüência de 16 vibrações por segundo e o mais agudo entre 4 e 5 mil vibrações
por segundo. Alguns sons são tão agudos que se tornam inaudíveis ao ouvido
humano, como é o caso do som produzido pelo apito de cachorro e de golfinhos,
eles conseguem ouvir porque possuem um aparelho auditivo mais sensível à altura
sonora do que o nosso.
A freqüência dos sons acontecendo em um segundo, pode ser medida em
Hertz (Hz) assim, saberemos se são graves ou agudos e a qual nota musical
correspondem, podemos então concluir, que é a altura dos sons que determina as
notas musicais.
5.1.2 Duração
É a variação de tempo dos sons e silêncios. A duração do tempo de um som
pode variar, vai depender do tempo em que o corpo permanece em vibração,
podendo ser curto, médio ou longo. O silêncio que não é completamente total,
também possui uma duração. O ritmo outro elemento básico da música está
relacionado com a organização e seqüência de duração (tempo) dos sons e dos
silêncios (pausas).
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5.1.3 Timbre
Característica do som que permite a diferenciação e, até mesmo a
identificação da fonte sonora de onde o som foi produzido. É a qualidade do som
que apresenta a voz humana, os objetos e os instrumentos musicais. Mas, o mesmo
instrumento ou objeto pode apresentar timbre diferente, vai depender da altura da
nota e da maneira como é tocada.
Através do timbre podemos distinguir sons de altura e intensidade iguais
como o som de um violão do som de um piano, executando a mesma nota (altura)
musical. Sabemos que o som tem a mesma freqüência, mas as características
sonoras são diferentes.
5.1.4 Intensidade
Refere-se à força com que o som é executado podendo ser forte, médio ou
fraco, e essa variação de força dos sons chama-se dinâmica.
A intensidade dos sons é medida através de decibéis (dB). A menor
intensidade de som que o ouvido humano consegue ouvir é o valor de Zero Decibel
(0 dB) e a maior intensidade é o valor de 120 dB. Você sabia que uma intensidade
de som maior do que 120 dB pode nos causar danos auditivos irreparáveis?
Algumas músicas apresentam a mesma intensidade do começo ao fim e,
outras sofrem uma grande variação de dinâmica, dependendo da intenção do
compositor.
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5.1.5 Densidade
Referente aos números de ondas sonoras acontecendo simultaneamente,
num mesmo ambiente, ou seja, quando vários instrumentos ou vozes são
executados ao mesmo tempo como uma orquestra, coral, banda, etc.
Na composição musical, quando uma densidade de sons organizados e
articulados está acontecendo ao mesmo tempo, podemos dizer que a música
apresenta uma harmonia agradável.
Os instrumentos musicais são divididos em harmônicos quando podem
executar mais de um som ao mesmo tempo (violão) e, melódicos quando podem
executar um som de cada vez (flauta doce).
6 COMPOSIÇÃO
Organiza e articula os elementos formais da música como a altura melódica, a
variação de timbres, as durações rítmicas, a intensidade sonora, e a densidade
harmônica utilizando o tempo como base. Dependendo dessa organização dos
elementos formais temos a música instrumental, vocal à capella (só cantada, sem
acompanhamento instrumental), mista, pura, programática e diversas formas
musicais (ópera, rock, sinfonia, valsa...).
A composição desdobra-se em conteúdos específicos de técnicas variadas de
execução musical como a improvisação e a grafia. De estilos e gêneros musicais
diferentes como étnico, popular, erudito, folclórico e a indústria cultural.
Os três elementos principais da composição são: o ritmo, a melodia e a
harmonia.
30
6.1 Ritmo
Um dos elementos básicos da música é o resultado da seqüência de duração
dos sons e silêncios. Como percebemos, o ritmo está relacionado com o tempo.
Dizemos que um ritmo é regular quando o tempo entre as durações dos sons
e dos silêncios é igual (tic-tac do relógio) e, de irregular quando essas durações são
divididas de formas diferentes (teclado do computador ao ser digitado) e também
muitas músicas orientais possuem um ritmo irregular.
O elemento regulador do ritmo é a pulsação que chamamos de coração da
música. Às vezes quando ouvimos uma música pelo instinto estralamos os dedos,
ou marcamos com o pé o som mais forte da música, fazendo isso estamos
marcando o pulso. Enfim, ritmo é a organização, combinação e junção de durações
sonoras ( longas, médias e curtas).
6.2 Melodia
É o resultado da sucessão rítmica e bem ordenada dos sons ou notas, refere-
se à escolha de alturas ou notas organizadas e bem distribuídas no espaço.
Chamamos a melodia de alma da música, às vezes a organização das
seqüências de alturas (escalas), chega a nos emocionar.
6.3 Harmonia
É o resultado da combinação simultânea, melódica e harmoniosa dos sons.
Chamamos de acordes o grupo de sons ou notas executados ao mesmo tempo,
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essa combinação do som pode ser dissonante (desagradável) ou consonante
(agradável).
Existem algumas formas musicais como a bossa nova e o Jazz que utilizam o
recurso da dissonância possuindo elaboradas harmonias, e a aceitação dessas
harmonias dissonantes é relativa, pois depende da cultura e gosto de cada um. A
dissonância seria todo o som que parece exigir um outro som logo em seguida.
Podemos dizer que harmonia é a arte dos acordes (junção e combinação de
três ou mais notas) e sua relação entre si.
6.4 Andamento
É a variação na velocidade da harmonia, ou o resultado da união dos
elementos ritmo, melodia e complementares. Algumas canções possuem poucos
batimentos por minuto (lentas), e outras, muitos batimentos por minutos (rápidas).
6.5 Escalas
Conjunto mínimo de notas que formam as frases melódicas da música. Elas
variam de acordo com contexto cultural, as mais conhecidas e usadas em todo o
mundo são a diatônica, pentatônica e a cromática.
6.5.1 Diatônica
Escala de sete notas composta de cinco tons e dois semitons, onde os
semitons estão bem separados entre si, assim entre cada um dos semitons temos
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dois ou três tons (tom/tom/semitom/tom/tom/tom/semitom). É tradicional no mundo
ocidental, desde os gregos passando pela idade média, até os dias atuais.
As escalas modernas como as escalas maiores possuem em cada uma das
notas, ou graus, um nome I-Tônica, II-Superônica, III-Mediante, IV-Subdominante, V-
Dominante, VI-Superdominante, VII-Sensível, VIII-Tônica.
6.5.2 Pentatônica
Conjunto de todas as escalas formadas por cinco notas ou tons. As mais
usadas são as escalas pentatônicas menores e as maiores, que podemos ouvir em
estilos musicais como o rock, blues e música popular.
Segundo descobertas arqueológicas de artefatos musicais, desde a pré-
história já era usada à escala pentatônica. Encontrada na África, Indonésia, China, e
América.
6.5.3 Cromática
Contém 12 notas com intervalos de semitons entre elas. É formada por
7(sete) notas padrão da escala de Dó maior, e 5(cinco) tons intermediários. Foi
criada em conseqüência dos estudos das freqüências sonoras feitos pelos
ocidentais. Na escala cromática todas as notas têm o mesmo valor. E quando se usa
todas as notas, podemos formar doze escalas maiores e doze escalas menores.
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6.6 Improvisação
Os jogos de improvisação musical são dinâmicos, divertidos e relaxantes que
despertam a criatividade e expressão. Ajudam no desenvolvimento dos diversos
processos de aprendizagem, pois é a mediação entre prazer e conhecimento.
Segundo Gainza (2003) a improvisação musical, contribui para mobilizar as
estruturas musicais internacionalizadas do aluno, promovendo a assimilação de
novas estruturas através da exploração e manipulação criativa dos diversos objetos
sonoros.
6.7 Gêneros
Dividir a música em gênero é tentar classificar as categorias de músicas que
compartilham elementos comuns.
Uma das divisões mais conhecidas quanto ao gênero, estilo ou formas são os
quatro grandes grupos – música erudita, popular, folclórica, e a indústria cultural.
Sabendo que dentro de cada classificação, temos composições com intenção
profana ou religiosa.
Cada gênero apresenta várias subdivisões, só que é muito difícil fazer uma
divisão precisa, pois a música não é imutável, ela está em constante transformação,
e, muitos músicos chegam a fazer uma grande fusão de vários gêneros em uma
única música. Mas, esses quatro gêneros musicais são os que podemos apresentar
certas características distintas um do outro.
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6.7.1 Erudito
Conhecido tradicionalmente como música “culta” bem elaborada, feita para
atravessar os séculos, resistindo às modas e tendências. Alguns chegam a dizer que
é a verdadeira música, sendo as outras formas musicais inferiores. Isso é uma
grande discriminação, pois temos uma grande variedade de formas musicais nas
diversas sociedades e, cada forma musical tem o seu valor.
A música erudita necessita de uma audição concentrada. Os instrumentos
utilizados para execução da música erudita são os acústicos e não os elétricos, e
foram inventados antes da metade do século XIX.
As famílias de grande poder aquisitivo no século XVIII, por razão de ordem
social ou de autodisciplina, faziam questão que seus filhos estudarem música erudita
desde pequenos, pois o violino, por exemplo, é um instrumento muito difícil de tocar,
somente iniciando a aprendizagem na infância para chegar ao nível profissional.
No Brasil, a música erudita mais bem documentada do século XVIII, foi a
produzida nas cidades mineiras de Diamantina, Ouro Preto e Tiradentes, os
compositores eram em sua maioria mulatos, e ficou conhecida como música barroca
mineira, que nada tem de barroco, esse termo foi usado para acompanhar a
arquitetura, escultura e pintura do período de estilo barroco. Na realidade a música
era inspirada no classicismo vienense e napolitano e na polifonia portuguesa. Os
principais compositores do período foram – Joaquim Emérico Lobo de Mesquita,
Inácio Pereira Neves, Francisco Gomes da Rocha, Marcos Coelho e Manoel Dias de
Oliveira.
Durante o Brasil Colônia, a influência religiosa passou a se promovida pelos
padres jesuítas e a primeira grande expressão da música erudita foi o Padre José
Mauricio Nunes Garcia (1767-1830).
Com a vinda da família real, o Brasil sofre uma série de mudanças em termos
sociais e culturais. As artes e, principalmente a música, receberam atenção especial
de D.João VI, que concede o cargo de inspetor de música da Capela Imperial ao
padre Nunes Garcia, que compôs mais de 400 peças musicais durante 38 anos, e foi
professor do famoso Francisco Manuel da Silva (1795-1864). Para um melhor
desenvolvimento da música, D. João, trás em 1811 o músico português Marcos
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Portugal e o nomeia diretor da Capela Imperial, trabalhando junto com Nunes
Garcia.
D. Pedro I, que também era músico, continuou incentivando a atividade
musical que permanece em ascendência até 1822. Mas, com a Independência do
Brasil, o jovem Imperador teve que voltar suas atenções exclusivamente aos
problemas políticos de sua época.
Em 1830 morre Nunes Garcia e Marcos Portugal, e logo em seguida em
1831, com a crise política agravando-se cada vez mais, D. Pedro é obrigado voltar a
Portugal cedendo o trono ao seu filho D. Pedro II, confirmando assim, a decadência
da música no Brasil. Até que, Francisco Manoel da Silva surge disposto a mudar os
rumos da música, tornou-se Mestre da Capela Imperial, fundou a Sociedade Musical
e o Conservatório do Rio de Janeiro, sendo o responsável pela intensificação das
atividades musicais do país.
Nesta época, a ópera estava em ascendência na Europa, chegando ao Brasil
através das companhias teatrais francesas e italianas. Surgindo entre os
compositores brasileiros que começam a compor ópera Antonio Carlos Gomes (1836
– 1896), tornando-se um dos grandes compositores desse gênero musical. D. Pedro
II percebendo o grande talento de Carlos Gomes lhe concede uma bolsa de estudo
para estudar na Europa, e Carlos Gomes se matricula no Conservatório de Milão
formando-se em 1866. Em 1870, apresenta sua grande obra a ópera “O Guarani” no
teatro Scala de Milão, um dos mais importantes da época, sendo recebida pelo
público com grande delírio.
Com o período republicano surge à música erudita nacionalista, os
compositores procuravam se libertar da influência e dos modismos europeus e
adquirir características brasileiras. Podemos citar os compositores Alberto
Nepomuceno, Ernesto Nazareth, Alexandre Levy, Itiberê da Cunha, Barroso Neto,
Luciano Gallet, Lorenzo Fernández, Francisco Mignone, Camargo Guarnieri e
Antonio Francisco Braga.
A maior contribuição a esse movimento nacionalista foi dada sem dúvida, por
Heitor Villa-Lobos (1887-1959), com 18 (dezoito) anos de idade, começou a viajar
pelo Brasil, conhecendo as diversas culturas e formas musicais existentes. Em 1915,
faz suas primeiras apresentações, e a crítica considerou sua música moderna
demais, e também participa em 1922 da Semana de Arte Moderna.
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A contribuição de Villa-Lobos na área da educação musical foi muito
importante ele acreditava que o ensino da música nas escolas iria contribuir para
elevação artístico-musical do povo brasileiro, formando um público sensibilizado as
diversas manifestações artísticas.
João Alberto Lins e Barros, Interventor Federal, convida Villa-Lobos em 1931
para organizar um orfeão cívico, e Villa-Lobos reuniu mais de 11 mil vozes, numa
manifestação inédita no Brasil e com grande participação popular. Em 1932, assume
a direção da Superintendência da Educação Musical e Artística (SEMA) das escolas
públicas do Rio de Janeiro, e institui o ensino obrigatório de Canto Orfeônico.
Cria o curso de preparação de professores das escolas primárias, dividido em
Declamação Rítmica e Preparação ao ensino do Canto Orfeônico. Criando também
o Curso Especializado de Música e Canto Orfeônico e de Prática de Canto
Orfeônico, destinado à formação de professores especializados em música.
O repertório era baseado no folclore nacional, com a intenção da preservação
dos valores culturais do povo. O canto orfeônico distingue-se do canto coral erudito,
o orfeônico é composto por um conjunto heterogêneo de vozes e tamanho variável,
onde não se exige conhecimento musical ou treinamento vocal técnico. Enquanto o
canto coral erudito exige o conhecimento técnico musical e a habilidade vocal, e as
vozes são distribuídas rigorosamente e devem possuir um elevado rigor técnico
interpretativo.
6.7.2 Popular
Dividida em vários gêneros diferentes, dependendo do instrumento, da
característica musical predominante e do grupo comportamental que ouve ou que a
pratica. É a musica do cotidiano, tocada nas festas, utilizada para dançar.
Até o ano de 1700, a Música Popular Brasileira (MPB) praticada, era sob a
forma de ópera ligeira ou opereta e, a partir dessa data surgem muitas formas
musicais.
A MPB sofreu influência da cultura de três elementos étnicos – o índio, o
branco e o negro. A música é apresentada em canções pela rua, festas, bar, cidade,
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sobe os morros onde habita o samba, alcançando os campos com o choro da viola
que fala do luar do sertão, com as rancheiras do sul e com o baião dos cantadores
do nordeste.
A modinha gênero musical de origem européia foi trazida pelos colonizadores
e os negros vindos da África trouxeram o lundu, com o tempo esses dois gêneros se
mesclam e surge a nossa MPB. Um dos representantes de sucesso da modinha foi
Domingos Caldas Barbosa que passou a divulgar esse gênero.
Durante a formação do povo brasileiro entre a classe poderosa e a população
escrava, surge uma classe de pequenos comerciantes, militares e gente menos
favorecida que constituía a maior parte da população. Essa classe média não tinha
acesso aos salões da nobreza para se divertir então, organizam-se e recebem com
grande receptividade o maxixe, o choro, o frevo e o samba, gêneros que ganham
destaque entre essa classe e que, também passam a divulgá-los.
O maxixe gênero originário da mistura da polca (dança européia) e do ritmo
do lundu surge por volta de 1870, no Rio de Janeiro, sendo considerado uma das
primeiras manifestações populares de nossa MPB. Destacando-se como
compositores desse gênero Marcelo Tupinambá e Ernesto Nazaré.
Os conjuntos de Choro eram constituídos de violão, flauta, pandeiro,
bandolim e cavaquinho, que executavam músicas melancólicas e sentimentais em
serenatas pelas ruas ou em recintos fechados.
Entre os compositores de choro destaca-se Pixinguinha, Ernesto Nazaré e
Chiquinha Gonzaga, fazendo sucesso também com suas marchas e modinhas.
Influenciado pelo maxixe e pelo samba o choro deixa de ser somente
instrumental e passa a ser também cantado. Surgindo o chorinho estilo que começa
a ser tocado nos salões de dança carioca, sendo Pixinguinha um de seus
fundadores e, que também formou o famoso conjunto musical “Os oito batutas”.
No nordeste em Pernambuco surge o frevo, ritmo contagiante, tipo de
marchinha bastante acelerada, os dançarinos realizam gingados, rodopios,
malabarismos e outro passos de difícil realização.
O samba surgiu da mistura de estilos musicais de origem africana e
brasileira, tocado com instrumentos de percussão (tambores, surdos, atabaques,
triângulos, sinos, pandeiros, tamborim) e acompanhado por violão e cavaquinho. As
letras contam a vida cotidiana.
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O primeiro samba gravado foi em 1917, chamado Pelo Telefone, de Ernesto
dos Santos (Donga) e Mauro de Almeida (Peru dos pés frios), nasceu na casa da tia
Ciata, uma doceira baiana que ficou famosa por organizar festas que reuniam
compositores e sambistas da época, entre esses podemos citar Pixinguinha, José
Barbosa Sobrinho (Sinhô), João da Baiana Catulo Cearense e Heitor dos Prazeres.
Com o tempo o samba toma as ruas espalhando-se pelos carnavais
brasileiros. No final da década de 20(vinte) com a difusão do rádio no Brasil a
música pode chegar a milhares de ouvintes ao mesmo tempo, o sucesso foi tão
grande nessa fase que a música é denominada “época de ouro”.
Entre os cantores de rádio adorados pelo público encontram-se Noel Rosa,
Ary Barroso, Lupicínio Rodrigues, Lamartine Babo, Ataulfo Alves, Orlando Silva,
Carmem Miranda, Dorival Caymmi, João de Barro, entre outros.
Quanto à nova geração de sambistas podemos citar - Paulinho da Viola, Beth
Carvalho, Alcione, João Nogueira, Jorge Aragão, Clementina de Jesus, João Bosco,
Aldir Blanc, Chico Buarque, Elza Soares, Clara Nunes, Jacob do Bandolim, Elizete
Cardoso e muitos outros.
Os principais tipos de samba são – samba-enredo, partido alto, pagode,
gafieira, samba-canção, carnavalesco, samba-exaltação, de breque e sambalanço.
No final da década de 40 (quarenta) vindo do nordeste Luiz Gonzaga trás o
Baião, chegando ao Rio de Janeiro encontra Humberto Teixeira que vem a ser seu
grande parceiro. A origem é associada ao breve trecho instrumental existente no
repente nordestino, a invenção do baião por Luiz Gonzaga é conseqüência da sua
descoberta que as células rítmicas do repente, quando transportada da viola para a
sanfona, poderiam aplicar uma melodia cantável.
Na década de 50(cinqüenta) nos Estados Unidos surge o rock´n´roll, cuja
origem inclui elementos de vários estilos da música americana, como o blues,
produzidos com solos de saxofone, o country, o Jazz e o góspel.
Destacando-se os músicos e cantores Bill Haley, Chuck Berry, Little Richard,
Sam Cooke, Buddy Holly, Jerry Lee Lewis e Carl Perkins. Nos anos 60 (sessenta) a
grande estrela do rock é Elvis Presley, em 1962 na Inglaterra surge à banda de
maior sucesso até hoje os Beatles, infuenciados por Elvis e Chuck Berry, e por
influencia dos Beatles surge outra banda famosa que também faz sucesso até hoje
os Rolling Stones.
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No Brasil os Beatles foram responsáveis pela aparição da Jovem Guarda,
movimento que fez grande sucesso, comandado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos
e Wanderléia. E como a indústria cultural não deixa escapar nada que dê lucro
imediatamente é criado um programa especial na televisão, só com música ligadas a
esse movimento. Essas apresentações provocavam delírios entre os jovens,
Roberto é considerado o “Rei da Juventude” tornando-se o cantor mais popular do
Brasil, e que até hoje não foi destronado, continuando com o título de “Rei”. Com o
tempo Roberto abandona o canto das músicas de iê-iê-iê, e transforma-se num
compositor e intérprete de canções românticas, conquistando além do público
jovem, outras camadas da população.
No final da década de 50(cinqüenta) paralelo a Jovem Guarda, surge a Bossa
Nova, devido à insatisfação dos músicos em relação à influência cada vez maior das
canções estrangeiras, e era preciso procurar algo novo, dar vida nova ao samba,
atualizá-lo aos novos temas da época. E o LP “Chega de Saudade” de João Gilberto
gravado em 1959, foi o marco dessa reação.
O tratamento dado à melodia como a harmonia das músicas era diferente de
tudo que se produzia até então. João Gilberto acompanhava com o violão que era
marcado por uma “batida diferente” introduzindo um novo ritmo no samba. A música
de destaque deste LP foi “Desafinado”, de Newton Mendonça e Antonio Carlos
Jobim, e na letra dessa música aparece a expressão bossa-nova que acaba dando
nome a esse movimento musical.
Grandes músicos como Baden Powell, Oscar Castro Neves, Roberto
Menescal e Carlos Lyra e grandes letristas como Aloysio de Oliveira, Ronaldo
Bôscoli e Vinicius de Moraes integram o movimento da Bossa-Nova.
Na década de 60(sessenta) novos músicos aparecem através dos Festivais
de Música Popular, o primeiro foi em 1965, realizado pela TV Excelsior de São
Paulo, posterior a este foram feitos novos festivais na Record e na rede Globo. Com
esses festivais surgiram grandes compositores e intérpretes como Jair Rodrigues,
Nara Leão, Chico Buarque, Geraldo Vandré, Elis Regina, Edu Lobo, Gilberto Gil,
Milton Nascimento, Caetano Veloso e Tom Zé.
Os festivais contavam com os melhores da MPB, que utilizavam uma
linguagem metafórica em suas letras mostrando suas indignações, contestando, e
respondendo a repressão da ditadura do regime militar. Esses festivais consolidaram
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ritmos e estilos já existentes como a Bossa-Nova, Jovem Guarda e Tropicália e
ainda fez surgir novos estilos.
Depois da Bossa-Nova o movimento mais significativo que movimentou o
cenário nacional foi o Tropicalismo, tendo a frente, Gilberto Gil, Caetano Veloso,
além da participação de Tom Zé, Gal Costa, os Mutantes, o maestro Rogério Duprat,
Nara Leão, José Carlos Capinan e Torquato Neto. Tendo como um dos principais
mentores intelectuais o poeta Rogério Duarte. As duas composições que alavancou
o movimento foi “Alegria, alegria” de Caetano, e “Domingo no parque” de Gil.
O movimento procurou universalizar a MPB, incorporando elementos da
cultura jovem mundial, como a guitarra elétrica, a psicodelia e o rock. O tropicalismo
fez uma mistura de rock com bossa-nova, samba com bolero, baião com rumba,
guitarra com berimbau, instrumentos eletrônicos com reco-reco, o popular com o
erudito, o som com o ruído e o canto com o grito.
A tropicália quebrou paradigmas musicais instalados e barreiras
comportamentais. Esses jovens mostraram uma mistura de ritmos brasileiros com de
outros países transformando a forma de se fazer música no Brasil.
6.7.3 Folclórico
Criada e aceita pela coletividade, a música folclórica traduz os elementos
culturais de um povo ou grupo, associada às festas tradicionais, rituais específicos
ou jogos lúdicos. Costumam durar décadas e séculos como as cantigas de roda e de
ninar. Geralmente sobrevive melhor nas zonas rurais, onde ainda, não é afetada
completamente pela indústria cultural, apesar desta tentar desvalorizar o folclore e
tentar colonizar o popular com seus valores capitalistas, destruindo todas as formas
espontâneas que não tenha como fim último o mercado, mesmo assim o popular
vem tentando resistir à generalização da tecnologia e do consumismo.
As canções tratam de várias atividades humanas, como os trabalhos coletivos
– peneiração do café, remeiros do São Francisco, carregadores de pedra, rendeiras
do nordeste, lavadeiras. Servem para amenizar o trabalho pesado, e vencer a rotina.
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No Paraná as cantigas ligadas ao trabalho são - colheita do café, cuá-fubá,
entre outras. Também é famoso no litoral paranaense o Fandango Litorâneo -
Mestre Domingues, Caninha Verde e Marinheiro, acontecendo em ocasiões de
importância familiar, comunitária ou social e, também depois do trabalho em
mutirões. Temos ainda, o Fandango Tropeiro, que varia de região para região seus
versos e dança – Serra Baile, Chotes da Tirivinha, Lageana e Tiraninha.
Os vocalizos de rara beleza como os aboios são utilizados no transporte do
gado, servem de comunicação, influenciando no comportamento dos animais.
Nas feiras são utilizados os pregões com que os vendedores oferecem seus
produtos. Ainda temos as cantigas para pedir onde os pedintes, principalmente os
cegos, valem-se do canto para comover os passantes. Muitas vezes acompanhados
de instrumentos musicais como a rebeca, viola, sanfona, reco-reco ou pandeiro.
Jogos, brinquedos infantis e rodas representam à lúdica tradicional e ocorrem
em todas as sociedades, como também, os folguedos religiosos.
No Brasil temos o famoso Desafio, trata-se do encontro de dois cantores que
desenvolvem um duelo poético, cada um canta uma estrofe que o outro deve
responder aproveitando o mote ou tema da estrofe cantada. Temos também a
Embolada que é uma forma de canção longa, com ritmo rápido e texto de difícil
dicção.
A melodia e letra de uma canção folclórica podem sofrer mudanças no
decorrer do tempo, pois geralmente é transmitida oralmente, passada de geração
para geração sendo o compositor anônimo.
A forma mais comum de apresentação são estrofes de poucos versos com
rimas livres que se repetem ao longo da música, a grande maioria não possui uma
harmonia sendo monofônica.
6.7.4 Indústria Cultural
A expressão “indústria cultural” foi empregada pela primeira vez pelos teóricos
da Escola de Frankfurt, Adorno e Horkheimer. Por vezes, em alguns trabalhos, ela é
associada ao termo “cultura de massa”.
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Como portadora da ideologia dominante se aproveita tanto da música erudita,
como da popular, não importando a qualidade da música, que é transformada em
mercadoria para consumo em massa, visando simplesmente o lucro. É difundida em
grande escala através dos meios de comunicação, passando a definir padrões de
conduta e pensamento, impedindo a formação autônoma do indivíduo, capaz de
julgar e decidir criticamente.
O capitalismo necessita da indústria cultural para poder se manter, passando
a comercializar a cultura apoiada pelos meios de comunicação. Estes acabam
desvalorizando e descaracterizando essa cultura cujos produtos destinados à cultura
de massa são ideológicos e ilusórios tendendo a influenciar e modificar como já foi
dito conceitos, comportamentos e gostos.
Sabemos que a identidade social ou cultural do indivíduo, principalmente na
contemporaneidade não é imutável e sim, passível de mudanças devido às
transformações sociais, mas a indústria cultural com seus interesses econômicos
colabora para que essa mudança seja acelerada e às vezes levando o indivíduo a
perder completamente seus ideais.
7 MOVIMENTOS E PERÍODOS
Refere-se ao contexto histórico, social, político, econômico e cultural dos
diversos lugares e tempos onde foram concebidas as músicas. Situam a obra
musical e suas especificidades como gêneros, estilos, técnicas e correntes artísticas
na realidade em que foram criadas.
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7.1 Música Greco-Romana
Sabemos pouco sobre a música da antiguidade, os dados que nos chegaram
foram através das descobertas arqueológicas das produções plásticas deixadas por
esses povos, como os mosaicos, afrescos, baixos-relevos, esculturas, pinturas
vasculares e fragmentos de instrumentos. E, através da pesquisa e análise dos
vestígios, os cientistas chegam a algumas conclusões sobre como teria sido a
produção musical desses povos.
Os gregos utilizavam as letras do alfabeto para a notação musical, seu
sistema musical era baseado numa escala de quatro sons (tetracorde) e unindo dois
tetracordes formam-se escalas de oito notas, podendo assim, traçar linhas
melódicas de riqueza sonora. De todos os povos da antiguidade, os gregos foram os
que criaram teorias musicais mais bem elaboradas, essa teoria e produção musical
eram ligadas ao teatro, e uma pequena parte foi resgatada graças aos fragmentos
encontrados das notações, deixadas por Eurípedes.
A música desempenhava um importante papel na vida social, no teatro, nos
rituais e cerimônias religiosas. Muitos se dedicavam à música, e o canto coral era
muito apreciado nas festas populares. Acompanhados pelos instrumentos – flauta de
pan, oboé, harpa, cítara, lira e os aulos (sopro).
Os gregos, como outros povos da antiguidade, acreditavam que a música
tinha uma origem divina, e que as musas inspiravam os músicos para obter beleza
em suas composições musicais. O nome música tem origem na palavra grega
“Mousikê” que significa “arte das musas”, abrangendo também a dança,
declamação, canto e a poesia, e era relacionada intensamente com a psicologia,
moral e educação.
Quanto aos romanos, podemos dizer que a cultura desse povo era inferior ao
seu poder de domínio, sua preocupação era somente com as guerras e conquistas.
Sabemos pouco sobre sua música, e sim que, quando dominaram a Grécia,
além das terras, também se apoderaram da ciência, filosofia e a arte desse povo.
Em termos musicais o povo romano acrescentou muito pouco ao que haviam
importado da Grécia, sua contribuição foi na invenção de alguns instrumentos como
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– a tíbia (espécie de gaita-de-fole), a tuba (trompete reto), o hidráulico ou
pneumático (órgão de tubos).
7.2 Musica Oriental
A música oriental inclui a música desenvolvida no Extremo Oriente Japão,
China, Coréia, Índia, Filipinas, Indonésia e outros países. Pouco se sabe a respeito
da música desses povos devido à escassa bibliografia a respeito.
Sabemos que ela evoluiu de forma independente da música ocidental, mesmo
depois da aproximação entre ambas. A música possui estrutura diferente, na China
eles utilizam 84 escalas, enquanto que o sistema tradicional da música ocidental
possui 24 escalas. Era composta por cantos com acompanhamento instrumental,
executada em várias cerimônias. Os músicos chineses tocavam vários instrumentos
de percussão, cítara e várias espécies de flauta.
Na Mesopotâmia, região entre os rios Tigre e Eufrates, viviam os assírios,
sumérios e os babilônios. Nas ruínas das cidades onde viviam esses povos, foram
encontrados vários instrumentos musicais como as harpas de 3 a 20 cordas na
região dos sumérios e as cítaras de origem assíria. Na Babilônia e Assíria, a música
desempenhava um importante papel social e religioso.
Quando foi decifrada uma escrita cuneiforme (pictográfica) de Assur, escrito
por volta de 800. a.C., pode-se conhecer um pouco mais, do sistema musical desses
povos, tratava-se de um documento musical, no qual continha um acompanhamento
de harpa, escrita a duas e três vozes, baseado num sistema pentatônico.
Na Índia, a música faz parte da vida cotidiana do povo, e seu mundo místico,
predominando o canto com acompanhamento e a essência da música é a
improvisação sobre o tema.
O sistema de escala dos indianos como dos Chineses também é bastante
complexa, possui uma combinação de intervalos produzindo 72 escalas completas,
era baseado num sistema de sons de tons e simitons, em vez de empregar notas
eles faziam uma complicada fórmula chamada ragas (cor, paixão) que permitia a
escolha entre certas notas, e exigiam que se omitissem outras.
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A música é constantemente acompanhada de um som grave e contínuo
reafirmando a tônica. Os instrumentos tocados eram os de sopro, percussão e
corda.
Na cultura japonesa a música é dividida em folclórica e clássica. A clássica
possui uma variedade de estilos e ritmos distintos, ocorridos ao longo da história.
Depois da interação do Japão com a China, a corte japonesa adotou o
Gagaku (música clássica) apreciado pela nobreza, compõe as cerimônias que
incluem a dança, acompanhado de instrumentos de sopro (flauta vertical e
horizontal) cordas (harpas) e percussão. Os instrumentos característicos são o
shamisen (banjo), veio da China, o koto (cítara), e shakuhachi (flauta de bambum).
7.3 Música Ocidental
A música ocidental é dividida em seis grandes períodos: Idade Média,
Renascimento, Barroco, Classicismo, Romantismo e Modernismo.
Na Idade Média predominou a música litúrgica, destacando-se como forma
musical predominante o cantochão (hinos cantados por monges) que sofreu
variações nos diferentes locais e épocas. O cantochão foi reformulado pelo papa
Gregório I, no século VI, desde então ficou conhecido como canto gregoriano,
passando a dominar até o final da idade média ao lado do trovadorismo.
O renascimento trouxe para a música novos estilos, novos instrumentos,
maneiras rebuscadas de organizar os corais, demonstrando toda exaltação e
grandiosidade da humanidade. É o início da fase harmônica da música.
Os compositores têm mais liberdade de criação, a música profana ganha uma
rica variedade de músicas de canto, danças e peças instrumentais. Os estilos que se
destacaram foram a polifonia vocal, imitação, os corais alemães de Lutero, os
madrigais elisabetanos, hinos, concertos, cançonetas, fantasias e as tocatas.
Merecem destaques os músicos - Palestrina (1525-1594), Lutero (1483-1546),
Monteverdi (1567-1643), Thomas Weelkes (1576-1623), Thomas Morley (1557-
1603), Giovanni Gabrieli (1555-1612), Tylman Susato (1500 -1561) e Josquin des
Prez (1440-1521).
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No período Barroco a polifonia cedeu lugar à homofonia-melódica com
acompanhamento do basso contínuo (baixo-contínuo), isto é, um instrumento de
teclas, precursor do nosso piano, esse instrumento permitia tocar acordes, assim
não era necessário uma multidão polifônica. Os temas foram as grandes tragédias
gregas cantadas, conduzindo ao desenvolvimento da ópera na Itália que se torna o
grande gênero musical dominante, cujos elementos da música são, portanto, o canto
monódico e o baixo-contínuo. Os instrumentos de teclas ganham notoriedade e
ocorre também uma grande expansão do violino na Itália, os instrumentos de cordas
ganham destaque na orquestra, ao lado do baixo-contínuo. A música é exuberante,
grandes contrastes de timbres instrumentais e ritmos energéticos.
Além dos estilos já mencionados, podemos incluir o recitativo, cantata,
oratório (pequena ópera), fuga, concerto, abertura, suíte e sonata.
Quanto aos músicos de evidencia no período foram - Heinrich Schütz (1585-
1672), Jean-Baptiste Lully (1632-1687), Henry Purcell (1658-1695), Georg Friedrich
Haendel (1685-1759), Johann Sebastian Bach (1685-1750), Alessandro Scarlatti
(1660-1725), Antonio Vivaldi (1678-1741) e Georg Philip Telemann (1681-1767).
No período Clássico os compositores não queriam que a música fosse mais
para cantar o amor, religião, trabalho ou qualquer outra coisa. Eles queriam uma
música pura, sem ter a obrigação de acompanhar a letra, e assim, passam a
transmitir suas idéias valendo-se somente dos sons instrumentais, cujo ideal estético
que buscavam era a perfeição das formas. Surgindo pequenas orquestras e
espalhando o gosto pela música instrumental, pois os sons, mesmo carente de
palavras são capazes de transmitir sentimentos com significados próprios.
E só através da abstração para conseguir essa música pura, e quando foi
criada a sonata-forma (ou sonata clássica) pelos filhos de Bach - Johann Christian e
Carl Philipp Emanuel, a música pura foi alcançada. Os filhos de Bach elevaram a
sonata clássica à categoria de gênero musical.
O baixo-contínuo (ou cravo) é substituído pelo piano, as melodias são mais
curtas que as barrocas com cadências mais definidas. Os estilos mais difundidos
fora os já citados são o baixo de Alberti, quarteto de cordas, estilo galante e música
para piano.
Os compositores do período são - Johann Wenzel Stamitz (1717-1757), Carl
Philip Emanuel Bach (1714-1788), Johann Christian Bach (1735-1782), Joseph
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Haydn (1732-1809), Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) e Ludwig Van
Beethoven (1770-1827).
No Romantismo a música começa a deixar os salões nobres e chega ao
povo. Nesse período estoura a revolução francesa, com os ideais de liberdade,
igualdade, fraternidade, democracia e direitos do homem. Isso influiu na área
musical, os compositores passaram a usar temas da cultura popular.
A ópera italiana logo aderiu ao romantismo tendo que rever seus modos de
interpretação, agora o cantor teria que se dar inteiramente ao público comovendo-o,
usando todo seu talento teatral.
Destacando-se como grandes autores da ópera romântica - Rossini (1792-
1868), Bellini (1801-1835) e Donizetti (1797-1848).
As obras românticas exageravam nos sentimentos de dor, melancolias e
morte. Outros temas que também lhes chamavam a atenção eram – mistérios,
magia, lendas, florestas, rios, lagos, noite, lua, terras exóticas, passado remoto e o
sobrenatural.
Os compositores buscam inspiração para suas criações na fantasia e
imaginação. As harmonias são mais ricas com grandes dissonâncias, contrastes
dramáticos e grande exploração da dinâmica e timbres.
Os românticos buscavam consolidar o nacionalismo, havendo uma forte
reação contra a influência alemã e contra os compositores da Rússia, Boêmia e
Espanha.
Outros estilos do período foi a música programática (que conta uma história),
música incidental (de cena), lied (para piano e voz solo), drama musical (termo
criado por Wagner) e a música nacionalista.
Os compositores de destaque do período foram - Franz Schubert (1797-
1828), Hector Berlioz (1803-1869), Mendelssohn (1809-1847), Beethoven (1770-
1827), Webern (1883-1945), Frédéric Chopin (1809-1849), Schumann (1810-1856),
Liszt (1811-1886), Wagner (1813-1883), Verdi (1813-1901), Johannes Brahms
(1833-1897), Tchaikowsky (1843-1893), Dvořák (1841-1904), Richard Strauss (1864-
1949), Manuel de Falla (1876-1946) e Carlos Gomes (1836-1896).
O Modernismo é o último período da música ocidental, como vimos nos
períodos anteriores, à escala mais usada na música até então, era a diatônica,
sendo o primeiro grau dessa escala (tônica) o mais importante e, portanto governava
os outros sons. Até que, o compositor Schoenberg (1874-1910) começou a usar os
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doze sons da escala com a mesma importância, criando assim, a escala cromática,
mudando completamente as regras harmônicas tradicionais. As músicas feitas a
partir da escala cromática foram chamadas de atonais ou dodecafônica (doze sons),
com isso houve mais liberdade de criação musical.
Como gosto não se discute, houve uma forte reação contra os músicos que
utilizavam à escala cromática, alguns chegaram a afirmar que a música havia
morrido. Mas acontece que quando ouvimos um som que não estamos
acostumados, nossa primeira reação é de rejeição, pois nossos ouvidos estão
despreparados para tal som.
Outro a criar um estilo foi Schaeffer (1910- 1995), introduzindo a música
concreta (sons culturais e naturais) captada por gravadores e depois trabalhada em
aparelhos eletrônicos, reconhecido como o primeiro compositor a usar fitas
magnéticas.
No final do modernismo a música sofre uma violenta mudança, surgindo
músicas completamente desprovidas de melodias, o uso de dissonâncias radicais na
harmonia, ritmos dinâmicos e novos sons produzidos por aparelhos eletrônicos.
Vimos então, que o século XX trouxe uma série de mudanças em relação à
sonoridade musical, apoiados nas novas tecnologias surge à guitarra elétrica e o
sintetizador. Os sons retirados dos diversos tipos de materiais e objetos se
transformam em música.
Os estilos de destaque desse período foi o impressionismo, expressionismo,
nacionalismo, atonalismo, pontilhismo, serialismo, politonalidade, Influências
jazzísticas, microtonalidade, música aleatória, concreta e eletrônica.
Os compositores que se destacaram foram – Debussy (1862-1928),
Schönberg (1874-1951), Alban Berg (1885-1935), Anton Webern (1883-1945), Béla
Bartók (1881-1945), Aaron Copland (1900-1990), Charles Ives (1874-1954),
Shostakovich (1906-1975), Ravel (1875-1937), Stravinsky (1882-1971), John Cage
(1912-1992), Stockhausen (1928-2007), Boulez (1925- ) e Plilip Glassy (1937- ).
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7.4 Música na Idade Média
Durante a idade média a igreja católica exercia uma forte influência em todas
as áreas da atividade humana. A música desse período aceita pela igreja e
considerada como arte musical eram somente as músicas litúrgicas. O ritmo
predominante em toda música da antiguidade com seu efeito contagiante, foi banido
cedendo lugar somente a melodia, que era menos envolvente que o ritmo, pois
segundo a igreja a melodia age com profundidade no coração das pessoas.
No século IV Santo Ambrósio (340 - 397) bispo italiano da cidade de Milão,
depois de uma extensa pesquisa, fez uma relação das músicas existentes na época
adequando-as ao espírito cristão. Nesse período o canto ambrosiano passou a ser
usado em toda diocese de Milão.
No século VI o Papa São Gregório (540 - 604) continuou o trabalho de Santo
Ambrosio compondo outras melodias e acrescentando àquelas já selecionadas por
Santo Ambrósio.
São Gregório estabeleceu os ritos e as músicas para cada cerimônia
religiosa, reunindo todo esse trabalho num livro chamado “antifonário”. Criou
também, uma escola de canto para o clero introduzindo o canto gregoriano que
consiste em uma única linha melódica cantada, sem qualquer acompanhamento
instrumental, conhecido também como Cantochão.
Outro de grande importância no século XI foi o monge beneditino conhecido
como Guido d`Arezzo, como era professor de música sentia a dificuldade de seus
alunos em memorizar a altura das notas musicais, e para resolver o problema,
aproveitou-se do hino a São João Batista muito popular entre os monges, nesse hino
apareciam destacadas as sete notas musicais, então ele batizou as notas musicais
com as primeiras sílabas das palavras desse hino, e após pequenas modificações
surgiram: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si. Assim, seus alunos não tiveram mais dificuldades
de memorização da altura da notas musicais.
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Hino a São João Batista
Ut queant laxit
Ressonare fibris
Mira gestorum
Famuli tuorum
Solvi polluti
Labii reatum
Sancte Ioannes
(Com o passar do tempo o Ut foi
substituído pelo Dó e o Sa tornou-se
Te em francês Si).
Tradução
Para que nós servos
Com nitidez e língua desimpedida
O milagre e a força
Dos teus feitos elogiemos
Tira-nos a grave culpa
Da língua manchada
São João
Até o século IX, as músicas litúrgicas eram monódicas sem
acompanhamento, a música só apresentava a melodia cantada sem harmonia e a
uma só voz.
A partir, desse século a música monódica evolui, com a introdução do órgão.
E com o passar do tempo, os músicos descobriram que era possível unir duas
melodias diferentes numa mesma música, surgindo o contraponto (combinação
simultânea de duas ou mais seqüências melódicas), atingindo o auge da perfeição,
com a união simultânea de várias vozes, técnica que recebeu o nome de polifonia
vocal. O compositor de destaque desse período foi Giovanni Palestrina (1525 –
1594), outro que contribuiu introduzindo o canto coral foi Martinho Lutero (1483 –
1546).
Durante os séculos XII e XIII houve intensa produção de obras composta
pelos trovadores, poetas e músicos do sul da França, difundindo assim, a música
profana todas em forma de canção. Os instrumentos utilizados eram os alaúdes,
flautas doces de vários tamanhos, gaitas de foles, o trompete reto medieval, harpa,
rabeca, instrumentos de percussão (triângulos, sinos, tambores, etc.) e a viela
(antepassado da família do violino).
51
8 PARTE IV
8.1 MATERIAL DIDÁTICO
As atividades propostas de sensibilização musical incluem a construção de
instrumentos musicais, de jogos dramáticos, de improvisação, de exploração da voz
e do corpo. E, acreditamos que são de suma importância no desenvolvimento global
do aluno.
Segundo Jeandot, a criança para aprender deve estar estimulada e “a
motivação está relacionada com o prazer obtido na atividade e pode ser despertada
pelo jogo. O jogo estimula a criança a escutar e a discriminar o som dos
instrumentos e os motivos sonoros que se repetem” (1997, p.62).
A respeito da improvisação Brito, diz que “[...] deve ser entendida como uma
ferramenta pedagógica importante, que acompanha todo o processo de educação
musical” (2003, p.152).
Quanto à exploração dos sons vocais, Brito nos aponta como trabalhar “Além
de cantar, devemos brincar com a voz, explorando possibilidades sonoras diversas:
imitar voz de animais, ruídos, o som das vogais e das consoantes [...], entoar
movimentos sonoros (do grave para o agudo e vice-versa), pequenos desenhos
melódicos etc.” (2003, p.89). Já para Cunha et al. “trabalhar com a voz é trabalhar
com o corpo, uma vez que este é nosso instrumento musical por excelência” (2005,
p.74).
Em relação à confecção de instrumentos, Brito diz que, “Além de contribuir
para o entendimento de questões elementares referentes à produção do som e às
suas qualidades, à acústica, ao mecanismo e ao funcionamento [...] a construção de
instrumentos, estimula a pesquisa, a imaginação, o planejamento, a organização, a
criatividade, sendo, por isso, ótimo meio para desenvolver a capacidade de elaborar
e executar projetos” (2003, p.69).
Jeandot aponta a importância de proporcionarmos um ambiente musical em
sala onde as crianças possam pesquisar e improvisar. A autora defende que “A
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utilização de instrumentos construídos por elas mesmas desperta-lhes o desejo de
explorá-los musicalmente, isto é, de fazer experiências para obter todas as
sonoridades possíveis”(1997, p.30).
Após essa pequena fundamentação, pautada nessas experientes
educadoras, fica comprovado que na fase da sensibilização musical escutar, ouvir,
perceber e sentir são fatores importantes para o conhecimento dos elementos
formais da música: altura, intensidade, duração, densidade e timbre, além do
conceito de melodia, ritmo, dinâmica, harmonia, forma e pulsação. Sabemos que,
através do estímulo e da experimentação de jogos e atividades rítmicas musicais o
aluno desenvolverá a acuidade auditiva, o raciocínio lógico, os sentidos, a
intelectualidade, a coordenação motora, a socialização, a integração, a atenção, a
concentração, a memória, a imaginação, a criatividade, o senso rítmico, a
compreensão, a participação, a cooperação e a capacidade de análise e seleção.
Esses são os objetivos que se pretende com as atividades musicais propostas.
9 PROPOSTAS DE ATIVIDADES MUSICAIS
9.1 Entrevista
a)- Que tipo de música você mais gosta?
b)- Você se lembra das canções que cantava quando brincava de roda? Quais?
c)- Quais os instrumentos musicais que você conhece?
d)- Existe algum tipo de música que você não gosta? Qual?
e)- Você conhece alguma música que acompanhe algum jogo lúdico como pular
corda, brincar com as mãos, esconde-esconde, etc.? Quais?
As atividades que permitirem seria interessante gravá-las e, depois ouvir com os
alunos fazendo comentários a respeito de suas atuações e interpretações.
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9.2 Exercícios de aquecimento e relaxamento
Atividades corporais
Objetivos
- Aquecimento muscular direcionado para melhor uso da voz;
- Relaxamento e soltura do corpo como pré-requisito para uma boa interpretação;
- Desenvolver a coordenação motora ampla e a orientação espacial.
Deitados no chão
a)- Imagine-se acordando de manhã e reproduza os movimentos de espreguiçar
Levantados em círculos
b)- Corpo relaxado, mova a cabeça para o lado esquerdo , como se fosse encostar
no ombro e conte até 10 em seguida faça o mesmo para o lado direito, para frente e
para trás.
c)- Agora faça cinco movimentos de rotação com a cabeça bem lentamente, primeiro
para o lado direito, depois para o lado esquerdo.
d)- Faça movimentos circulares giratórios com os ombros, primeiro de frente para
trás, depois de trás para frente.
e)- Ficar nas ponta dos pés, levantar os braços como se fosse alcançar o teto,
contar até 10, repetir cinco vezes o exercício.
f)- Andar nas pontas dos pés, com os braços levantados para cima
g)- Perna direita flexionada para frente, perna esquerda esticada para trás, mãos
na cintura, conte até 10, e troque a posição das pernas, repita 6 vezes o exercício.
h)- Pernas levemente abertas, abaixar tentando alcançar com as mãos os pés,
levantar e repetir o movimento 10 vezes.
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i)- Andar de cócoras, com as mãos sobre o joelho e os braços flexionados.
Deitados no chão
j)- Deitado de costas, com pernas e braços estendidos e ao comando do professor
elevar as pernas, colocando os joelhos sobre o peito. Repetir 10 vezes o
movimento
k)- Deitado de peito, apoiar-se sobre as mãos e as pontas do pés e elevar o corpo
o quanto puder. Repetir 10 vezes o movimento
l)- Deitados de costas, pernas e braços esticados, apoiar-se sobre as mãos e
elevar o tronco o tanto que puder, sem mexer as pernas, repetir 10 vezes.
9.4 Atividades vocais
Objetivos
- Desenvolvimento da afinação através de aspectos básicos da respiração,
articulação e emissão vocal;
Levantados em círculos
a)- Inspire pelo nariz, sem puxar o ar deixando-o entrar sem pressa, depois que você
sentir suas costelas ampliadas, prenda o ar e conte até 10 mentalmente, em seguida
expire lentamente
b)- Abra a boca o mais que puder, depois feche. Repita 10 vezes o exercício
c)- Tente alcançar o nariz com a língua e depois o pé, sem mexer a cabeça. Repita
uma série de 10 exercícios
d)- Com a boca fechada, faça movimentos giratórios com a língua, primeiro para o
lado direito e, depois esquerdo. Repita 10 vezes cada lado.
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Sentados em círculos
e)- Feche os olhos, com o nariz inspire (puxe) o ar bem forte, tampe o nariz e a
boca, conte até 10 mentalmente. Depois pela boca comece a expirar (soltar) o ar
bem devagar, tente perceber o ar saindo de dentro de seu corpo para o meio
ambiente; Você conseguiu perceber o ar saindo? Comente.
f)- Olhos fechados, inspire novamente bem forte, com a boca fechada, solte o ar
pelo nariz bem devagar emitindo som. Que sensação sentiu ao realizar essa
atividade?
g)- Olhos fechados, com o nariz inspire bem forte, boca fechada, vá soltando o ar
bem devagar, emitindo som, tente permanecer o maior tempo possível emitindo
esse som sem inspirar novamente. Foi fácil ou difícil realizar esta atividade? Por
quê?
h)- Olhos fechados, inspire pelo nariz bem forte, vá soltando o ar bem devagar
pronunciando a vogal A, o maior tempo possível, sem inspirar. Quando acabar a
vogal A, inspire bem forte novamente e passe para a vogal E, assim sucessivamente
até acabar todas as vogais;
i)- Olhos fechados, ouvidos tampados com os dedos, inspire bem forte, vá soltando
o ar bem devagar pronunciando todas as vogais na seqüência A, E, I, O, U, e repita
quantas vezes você conseguir sem inspirar. Houve diferença de som entre a
pronuncia de cada vogal? Você é capaz de identificar esses sons? Em qual letra foi
mais forte? Em qual letra foi mais fraco?
j)- Olhos abertos, crie um som com a boca, espere o comando da professora, que irá
pedir para que cada um mostre o seu som individualmente e, que os outros deverão
imitar;
k)- Olhos abertos, faça sons com a boca dos mais variados, escolha um que mais
lhe agradou. Espere sua vez e mostre a professora o som escolhido.
56
10 PERCEBENDO OS SONS
Objetivos
- Identificação dos elementos formais da música;
- Desenvolver a discriminação auditiva e a atenção.
Será que podemos montar um coral com esses sons? Vamos tentar!
Primeiro, vamos combinar os sinais que a professora regente utilizará,
quando a mão direita for levantada a intensidade/dinâmica deverá se elevar, quer
dizer, vocês irão emitir o som mais forte (alto), quando a mão direita for abaixada a
intensidade/dinâmica deverá diminuir, quer dizer, vocês irão emitir o som mais
fraco (baixo).
Segundo, quando a mão esquerda for levantada a altura/melodia deverá
variar a freqüência, isto é, o som que vocês irão emitir será o agudo (fino), quando
a mão esquerda for abaixada a altura/melodia deverá variar a freqüência
novamente, isto é, vocês deverão emitir um som grave (grosso).
Terceiro, quando as mãos forem juntadas, a duração/ritmo, quer dizer, os
sons e os silêncios (pausas) deverão permanecer até que as mãos sejam
afastadas.
a)- Você irá usar o som escolhido na atividade anterior. Preste atenção nos
comandos da professora e acompanhe-os emitindo o som escolhido. Esse foi o
primeiro teste, vamos nos organizar e tentar novamente, já ficou melhor, que tal
ensaiar mais uma vez? Que conclusão você chegou para responder a pergunta feita
anteriormente. Será que podemos montar um coral com esses sons?
b)- Agora é a vez de vocês regerem a orquestra, use a criatividade para conseguir
uma melodia harmoniosa e criar uma dinâmica interessante. Grupos de 10 pessoas
c)- Vamos escolher quatro sons diferentes e dividir a turma em quatro grupos, cada
grupo emitirá um som. O primeiro grupo emitirá um som com intensidade forte, o
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segundo com intensidade fraca, o terceiro grupo emitirá um som cuja freqüência da
altura será aguda. O quarto grupo um som com freqüência de altura grave.
d)-Que tal esse coral, foi diferente do anterior? Qual você gostou mais? Por quê?
e)-Que tal agora fazermos um coral de animais. Dividir a sala em grupos de 5
pessoas. Cada grupo irá imitar o som emitido por um animal, preste atenção no
comando do professor, que indicará a hora exata do grupo entrar, parar, aumentar
ou diminuir a intensidade, altura ou duração.
f)- Ficou legal essa atividade? Explique o porquê gostou ou não de realizá-la?
11 JOGOS DRAMÁTICOS
Qualquer atividade realizada sem o objetivo de competição. Algumas das atividades
a seguir foram adaptadas da proposta de atividades musicais de Aguiar (1980).
Objetivos
- Vivenciar a pulsação, desenho rítmico e a dinâmica musical;
- Desenvolver a expressão musical, corporal e a motricidade;
- Desenvolver a desinibição, socialização, organização e disciplina.
Sentados
a)- Vamos cantar uma música folclórica chamada Pirulito?
Pirulito que bate bate
Pirulito que já bateu
Quem gosta de mim é ela
Quem gosta dela sou eu
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b)- Agora vamos cantar bem forte
c)- Agora bem fraco
d)- Agora bem depressa
d)- Agora bem devagar
e)- Você gostou de executar a música variando a maneira de cantar? Por quê?
f)- Vamos tentar marcar a pulsação da música? Em cada sílaba forte iremos bater
palmas, cantando bem devagar.
Pirulito que bate bate
Pirulito que já bateu
Quem gosta de mim é ela
Quem gosta dela sou eu
Todos em pé
g)- Agora vamos marcar a pulsação da música, marcando as sílabas fortes com os
pés, procure sincronia com seus colegas.
h)- Que tal agora marcarmos a pulsação com palmas e os pés ao mesmo tempo.
i)- Iremos agora dividir a turma em dois grupos, enquanto um grupo marca a
pulsação da música com palmas o outro marca com os pés.
j)- Qual das quatro atividades de marcação foi mais difícil? E qual foi mais fácil? Por
quê?
k)- Qual você gostou mais de fazer? Por quê?
l)- Escolham outra música e vamos marcar novamente a pulsação musical.
Que tal marcarmos o desenho rítmico da música “Atirei um Pau no Gato” outra
de nossas músicas de roda folclóricas?
A – ti – rei um pau no ga – to – to
Mas o ga – to – to não mor – reu - reu – reu
Do – na Chi – ca – ca ad – mi – rou – se – se
Do ber – ro, do ber – ro que o ga – to deu ---- miau......
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m)- Primeiro vamos ler a música bem devagar, marcando com palmas cada silaba.
Viu como foi fácil.
n)- Agora vamos cantar normalmente e marcar novamente com palmas cada sílaba
da música. Você conseguiu com facilidade ou não fazer a marcação? Por quê?
o)- Marcaremos agora, as sílabas com os pés, vamos cantar a música bem devagar.
Não se preocupe se errar, o importante é tentar novamente.
p)- Vamos cantar a música normalmente e marcar novamente com os pés. Essa
atividade foi mais fácil ou mais difícil do que a anterior. Por quê?
q)- Agora vamos complicar um pouco e marcar simultaneamente com as palmas e,
com os pés
r)- Escolha outra música e tente marcar novamente o desenho rítmico
Que tal fazermos um cânone usando outra música folclórica chamada “Nesta
Rua”.
s)- Vamos dividir a turma em dois grupos, o grupo 1 irá cantar a primeira parte,
enquanto o grupo 2 cantará a segunda parte ao mesmo tempo.
I – PARTE
Nesta rua, nesta rua, tem um bosque
Que se chama, que se chama solidão
Dentro dele, dentro dele mora um anjo
Que roubou, que roubou meu coração
II – PARTE
Se essa rua, se essa rua, fosse minha
Eu mandava, eu mandava, ladrilhar
Com pedrinhas, com pedrinhas de
brilhantes
Para o meu, para o meu, amor passar
t)- Agora vamos fazer outro cânone com a música “Peixe Vivo”. Continuar com o
mesmo grupo.
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I – PARTE
Como pode o peixe vivo
Viver fora da água fria
Como pode o peixe vivo
Viver fora da água fria
Como poderei viver
Como poderei viver
Sem a tua, sem a tua, sem a tua
companhia
II – PARTE
Os pastores lá da aldeia
Já me fazem zombaria
Os pastores lá da aldeia
Já me fazem zombaria
Por viver assim, chorando
Por viver assim, chorando
Sem a tua, sem a tua, sem a tua
companhia
t)- Que tal, gostou do resultado dessa interpretação musical? Por quê?
u)- Foi difícil concentrar-se para não cantar a parte do outro grupo, ou foi fácil?
Explique.
12 PERCEPÇÃO E DISCRIMINAÇÃO AUDITIVA
Audição de sons produzidos por diferentes instrumentos musicais e diferentes
culturas
A exploração do universo sonoro é importante, pois nos leva a ouvir com
atenção, analisando, comparando os sons e buscando identificar as diferentes
fontes sonoras.
Objetivos:
- Apreciação de músicas de estilos, épocas e culturas diversas;
- Identificar o timbre dos instrumentos através da audição;
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- Desenvolver a capacidade auditiva, exercitar a atenção, concentração e a
capacidade de análise e seleção de sons.
Sentados com os olhos fechados
a)-Ouça os sons do ambiente, de dentro da sala e fora da sala. Tente reconhecê-los.
b)- Procure ouvir somente os sons naturais
c)- Agora tente ouvir somente os sons culturais
d)- Qual do sons você conseguiu ouvir mais? Os sons culturais ou os naturais?
Explique o porquê de existir mais esse som.
e)- Olhos vendados, tente descobrir de que lado vem o som e qual a fonte sonora
que está produzindo esse som
f)- O professor deixará cair objetos no chão, olhos vendados tente descobrir qual foi
o objeto que ao cair provocou aquele som.
g)- Ouça com atenção os sons que serão reproduzidos e imagine a forma de cada
instrumento que produziu esses sons.
Olhos abertos
h)- Observe com atenção as imagens dos instrumentos que produziram os sons
i)- Agora simultaneamente, veja a imagem dos instrumentos e ouça os sons
produzidos por eles
Olhos fechados
j)- Ouça o som novamente e mentalmente tente recordar da imagem e relacionar
com o instrumento que está produzindo o som.
k)- Qual sensação sentiu ao ouvir o som dos instrumentos, sem saber qual fonte
produzia esse som?
l)- Quando você ouviu novamente os sons já conhecendo os instrumentos
produtores desses sons, foi diferente ou igual à primeira audição sem conhecer a
fonte produtora do som? Explique.
62
13 CONFECÇÕES DE INSTRUMENTOS MUSICAIS
Objetivos
- Desenvolver a coordenação visomotora e a atenção;
- Explorar diferentes objetos e suas possibilidades sonoras;
- Desenvolver os aspectos sensoriais e cognitivos;
- Despertar e incentivar uma consciência ambiental.
Materiais:
- copos plásticos de iogurte, yakult, tampinha de garrafa de metal e plástica, vaso de
plástico de 10 e 15 cm de diâmetro, bolinhas de roll-on de desodorante, pratinho de
vaso plástico;
- latas de vários tamanhos de leite em pó, achocolatado, extrato de tomate, óleo,
refrigerante, tampas de latas;
- garrafas de vidro e de plástico de vários tamanhos de refrigerante, sucos;
- cola branca, de madeira, tesoura, barbante, fita adesiva, régua, tinta, pincel, lápis
de cor, caneta hidrográfica, giz de cera, papel celofane, papel dobradura, bexigas
gigante, elásticos;
- linha indiana, martelo, chave de fenda, alicate, parafuso, pregos, lima, arame, lixa,
serrote;
- casca de coco, sementes, pedrinha, feijão, arroz, milho;
- bambu, cabo de vassoura, varetas de bambu, madeira;
- papelão, tubos de: papel higiênico, papel toalha, filme de PVC, papel alumínio, de
cone de linha, de papelão, caixa de sapato, bandeja grande de ovo, caixa de
papelão;
- mangueiras, conduítes, tubos de PVC fino e grosso, pedaços de borrachas, tecidos
e câmera de ar;
- tampas e panelas velhas
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Instrumentos Musicais com materiais reciclados
1)- Chocalho de frasco de iogurte
Dentro de um frasco de iogurte, colocar 1/3 de grãos de arroz. Encaixar um cabo de
madeira na boca do frasco e prender com fita adesiva.
2)- Chocalho de tampinha plástica
Colocar ¾ de tampinhas plásticas de garrafa de refrigerante PET dentro de uma lata
de achocolatado, fechar a tampa e prender bem com fita adesiva. Esse chocalho
produzirá um som forte e agudo.
3)- Chocalho 3 em 1 de frascos de Yakult
Quase encher com sementes ou graus diferentes, 3 frascos de yakult, em seguida
pegue outro frasco vazio e junte ao frasco que está quase cheio prendendo com fita
adesiva, faça o mesmo com os outros dois frascos, depois junte os 3 chocalhos
unindo-os com fita adesiva.
4)- Chocalho de latinhas de refrigerante
Com o abridor de latas, abra uma latinha de refrigerante e coloque feijão até quase
encher, abra outra latinha e junte as duas usando fita adesiva.
5)- Chocalho simples de latinha de refrigerante
Coloque através do furo da latinha cerca de 1/3 de pedrinhas, sementes ou grãos.
Feche com fita adesiva a abertura da latinha.
6)- Maracá de lata de extrato de tomate
Faça um furo no fundo de uma latinha de extrato de tomate. Bata um prego quase
no final de uma vareta de bambu ou madeira, passe no furo feito a vareta que ficará
presa por dentro com o auxílio do prego. Passe fita adesiva firmando o prego e
coloque ¾ de grãos de feijão dentro da latinha e feche a abertura com fita adesiva.
7)- Instrumento de canos de PVC
Fazer um caixote de madeira de 90 x 90 cm, aberto na frente e atrás. Cortar 08
canos de PVC. Um cano de 10 cm o outro de 20 cm e, assim sucessivamente até
chegar ao último. Fazer 2 furos quase no final da ponta de cada cano. Amarrar os
canos com barbante e pendurá-los no caixote.
8)- Instrumento de garrafas de vidros
Fazer um cavalete de madeira, encaixar um cabo de vassoura, amarrar bem firme 8
garrafas de vidro, dando um pequeno espaço entre elas, a 1ª garrafa encher de
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água, a outra colocar um pouco menos e, assim sucessivamente até chegar na 8ª
garrafa.
9)- Reco-reco de bambu
Faça 9 riscos de 3 cm de distância paralelos um dos outros, em um dos lados de um
pedaço de bambu, limar todos os riscos até perfurar.
10)- Pandeiro de prato plástico de vaso de flores
Abrir quatro fendas de uns 8 cm de distância uma das outras na metade das laterais
do prato. Fazer um furo com um prego acima e abaixo de cada fenda. Achatar 8
tampinhas de garrafa e fazer um furo no centro. Passar um arame juntando 2
tampinhas e prender nos furos feitos no prato faça o mesmo com as demais
tampinhas.
11)- Instrumento de tubos de PVC
Lixe bem um dos lados de um tubo de PVC de 30 cm de comprimento e de 11 cm de
diâmetro, corte um pedaço de balão que tampe a abertura do tubo. Coloque o balão
do lado lixado e prenda com fita adesiva.
12)- Pratos de tampas de panelas
13)- Tambores de latas
Tambores de vários tamanhos. Esticar um tecido grosso na boca do tambor, prender
bem com barbante e reforçar com arame.
14)- Baquetas de roll-on de desodorante
Pegar a bolinha do desodorante roll-on, fazer um furo bem no centro. Encaixar a
bolinha em uma vareta de bambu ou madeira encapar a bolinha com bexiga e
depois prender com barbante no cabo de bambu ou madeira.
15)- Bate coco
Lixar bem duas metades de um coco seco até ficar bem liso, lixar por dentro e por
fora até tirar todas as felpas.
16)- Bongô de balão
Dois vasos de flores de plástico de 30 cm de comprimento, um de 15 cm de
diâmetro e outro de 25 cm de diâmetro, fazer mais furos no fundo. Fazer dois furos
em uma das laterais dos vasos na parte superior, prender com arame unindo os dois
vasos. Fazer mais dois furos abaixo do meio, encaixar uma vareta de bambu ou
madeira. Colocar um prego em cada extremidade da vareta dentro do vaso para que
a vareta não escape vedar com fita adesiva, prendendo os pregos. Cortar um balão
gigante e cobrir os vasos, prendendo com fita adesiva.
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17)- Bateria de latas e tampas de latas
Colocar pregos na ponta de 4 varetas de bambu ou madeira de 25 cm de
comprimento. Em uma caixa de papelão grande, fazer 4 furos. Passar as varetas
nos furos, os pregos devem ficar do lado de dentro da caixa. Prenda os pregos com
fita adesiva. Fazer dois furos em 6 latas de tamanhos diferentes, um de cada lado
aberto das latas. Passar um arame e prender na caixa pelo lado de dentro. Fazer
dois furos no centro de 4 tampas de lata de tamanhos variados. Passar um arame e
prender na ponta das varetas. Encaixar 5 latas numa bandeja grande de ovos. E, em
outra caixa de papelão menor prender com arame uma lata grande deitada. Fazer
baquetas de varetas de madeira.
18)- Trombone de conduíte
Moldar um conduíte em forma de trombone e prender com fita adesiva. Em uma das
pontas, colocar um cone de linha e prender com fita adesiva.
19)- Trompa de cano
Enrolar um cano de mangueira, em forma de trompa. Fazer 3 voltas: começando
com a menor, depois uma maior e outra maior ainda, prendendo com fita adesiva.
Cortar a parte de cima de uma garrafa pet, e encaixar o gargalo em uma das pontas
da mangueira, prendendo com fita adesiva.
20)- Xilofone de bambu
Cortar 6 bambus de tamanhos diferentes, começando com um de 10 cm, e ir
aumentando 5 cm até chegar no 6º bambu. Furar as duas pontas de todos os
bambus. Passar um barbante grosso e ir prendendo todos os bambus, deixando um
espaço entre eles. Deixar um pedaço grande de barbante para que possa ser
pendurado no pescoço.
21)- Xilofone de cano de PVC
Usar o mesmo procedimento do xilofone de bambu.
22)- Flauta de bambu
Cortar um bambu de 35 cm, fazer um corte em diagonal em uma das pontas do
bambu. Fazer um furo maior perto da ponta cortada em diagonal. Deixar um espaço
entre o furo maior e fazer mais 5 furos em seqüência do mesmo diâmetro, deixando
espaços iguais entre eles.
23)- Flauta de PVC
Usar o mesmo procedimento para a flauta de bambu.
24)- Flauta de Pã com cano de PVC
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Cortar 6 canos de tamanhos variados, começando com um de 5 cm, depois ir
aumentando 3 cm até chegar ao 6º cano. Prender os canos uns nos outros com fita
adesiva.
25)- Banjo de lata
Em uma ripa de mais ou menos uns 70 cm de comprimento e, uns 7 cm de largura,
colocar 5 parafusos em um de seus lados. Abaixo dos parafusos, uns 6 cm, colocar
um pequeno pedaço de madeira, tipo um cavaletinho, fixando com cola de madeira.
Em uma lata redonda de uns 30 cm de diâmetro, prender com arame a ponta de
uma lata de óleo. Usando arame prender a ripa na lata de óleo, fazer outro
cavaletinho de madeira bater 5 tachinhas e encaixar do lado de fora da lata redonda
com auxílio do arame. Esticar 5 linhas indianas entre os parafusos e as tachinhas do
cavaletinho do lado de fora da lata redonda.
26)- Guitarra de papelão
Colocar 6 parafusos em uma ripa de 70 cm de comprimento por 10 cm de largura.
Usar uma caixa grande de embalagem de pizza, para ser o corpo da guitarra.
Colocar cavaletinhos logo abaixo dos parafusos e outro com 6 tachinhas na
embalagem de pizza. Esticar uma linha indiana do parafuso até as tachinhas
fincadas no cavaletinho.
27)- Tantã de latinhas e de coco
Latinhas de tamanhos e modelos variados. Cobrir as latinhas com pedaços de
bexiga bem esticada, prender bem firme com barbante.
Lixar bem um coco seco até ficar bem liso, lixar por dentro e por fora até tirar todas
as felpas. Usar o mesmo procedimento das latinhas para cobrir o coco.
Não esquecer do acabamento final, use sua criatividade e decore os instrumentos
construídos.
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14 JOGOS DE IMPROVISAÇÃO
Os jogos de improvisação é uma ferramenta pedagógica que acompanha o
processo de educação musical levando a articulação entre pensamento, idéias
criativas e ações.
Objetivos
- Desenvolver a espontaneidade, memória, criatividade, inventividade e a
imaginação;
a)- Escolha um animal e imite o som produzido por ele.
b)- Agora escolha um elemento da natureza e reproduza o seu som.
c)- Produzir sons de diversas maneiras, utilizando a voz, corpo, percussão, objetos e
os instrumentos criados
d)- Grupo de 8 pessoas, criar uma história sonorizada e improvisada a partir de
palavras ditadas pelo professor
e)- Grupo de 8 pessoas, montar um coral, e apresentar uma música somente através
do assovio
f)- Grupo de 8 pessoas, criar uma história com início, meio e fim. Nessa história
devem aparecer vários instrumentos musicais conhecidos por vocês. Em seguida um
do grupo irá contar a história, enquanto os demais irão dramatizar imitando os sons
dos instrumentos musicais e demais sons que fazem parte da história. Vocês
deverão utilizar os materiais mais apropriados para a imitação dos sons.
g)- Grupo de 6 pessoas, montar uma banda musical com instrumentos imaginários e
fazer a apresentação de uma música, reproduzindo o som dos instrumentos que
compõem a banda utilizando somente o corpo e a voz.
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h)- Formar duplas, um de frente para o outro, um dos alunos deve criar uma
seqüência rítmica com algum dos instrumentos para o companheiro tentar repetir,
depois que o companheiro conseguir realizar a seqüência, trocar de posição.
i)- A turma toda de posse de um instrumento deverá imitar a seqüência rítmica
produzida pelo professor. Se o professor aumentar ou diminuir a intensidade do som
todos deverão acompanhá-lo.
j)- Agora vamos utilizar todos os objetos sonoros e instrumentos musicais produzidos
por vocês e montar uma orquestra. Vamos tentar reproduzir o ritmo de uma música
conhecida.
Sentados em círculo
k)- Todos de posse de um instrumento, um dos alunos deve começar o jogo
reproduzindo um trecho rítmico de uma música conhecida por todos, quando acabar
virar para o companheiro, e este deverá repetir o mesmo ritmo e, assim
sucessivamente até chegar novamente no primeiro aluno que deverá repetir a
seqüência do colega e depois tocar a seqüência que ele havia reproduzido no inicio
do jogo.
l)- Na sua opinião o penúltimo aluno consegui reproduzir exatamente igual a
seqüência feita pelo primeiro aluno? Explique porque ele não conseguiu e o que
faltou para que o penúltimo aluno reproduzisse a mesma seqüência do primeiro
aluno?
m)- Que conclusão você chegou com esse jogo?
n)- Formar duplas, ao som de uma música, um dos alunos deve criar uma
coreografia de dança, e seu companheiro terá que imitar, depois trocar de lugar.
69
REFERÊNCIAS
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ANEXOS
ANEXO A - MUNICÍPIOS PESQUISADOS DO NORTE PIONEIRO ANEXO B - QUESTIONÁRIO ANEXO C - MATRIZ CURRICULAR - LICENCIATURA EM ARTE VISUAL DA UEL ANEXO D - MATRIZ CURRICULAR - LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS DA FAP ANEXO E - MATRIZ CURRICULAR – BACHARELADO E LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS DA UFPR ANEXO F - MATRIZ CURRICULAR – LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS DA UEPG
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MUNICÍPIOS PESQUISADOS DO NORTE PIONEIRO
Cornélio Procópio localizado no terceiro planalto a nordeste do Estado
possui terra roxa de origem vulcânica, muito produtiva, inclusive em 1998, foi
considerada a primeira região do Paraná em produtividade e desenvolvimento e
quarta no Brasil. Até a década de 1950 predominava a monocultura do café, a partir
dessa data com a crise da cafeicultura, surge à policultura, cultivo do algodão, feijão,
milho, cana-de-açúcar, trazendo vantagens para o comércio local, pois os pequenos
proprietários comercializavam a sua produção. Com o plantio da soja, volta à
característica da monocultura para a economia agrícola da região. A partir de 1970
(mil novecentos e setenta) Cornélio Procópio, passa para a economia agroindustrial,
instalando-se indústrias como a Kanebo Silk do Brasil S.A., A Ducci S.A., A Cia
Iguaçu de Café Solúvel, a Cooperativa Cotia, a Cooperativa dos Cafeicultores,
diversas indústrias de estruturas metálicas, móveis e microempresas variadas,
enriquecem os setores secundário e terciário da economia procopense. A pecuária
leiteira, de corte, suína e de aves atende o mercado local e seus excedentes os
frigoríficos e laticínios exportam para outros mercados nacionais.
A principal atração turística da cidade é o seu monumento ao Cristo-Rei,
padroeiro da cidade, estátua de bronze de 9 metros de altura sobre um pedestal de
16 metros, situado em um dos pontos mais elevados da cidade, construído pelo
artista plástico Arlindo Castellane, em 1958, na administração de Reinaldo Carazzai.
A cidade oferece a Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de
Cornélio Procópio (FAFICOP). Possuí 13 (treze) estabelecimentos estaduais de
ensino 15(quinze) municipais que ofertam Educação Infantil e Ensino Fundamental e
7(sete) Centros de Educação Infantil. O NRE tem sob sua jurisdição 19 (dezenove)
municípios e 72 (setenta e dois) estabelecimentos estaduais de ensino. Cornélio
Procópio conta ainda, com A Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).
Outra cidade próxima a oferecer ensino superior é Bandeirantes, com a
Fundação Faculdades Luiz Meneghel (FFALM), famosa por seu conceituado
laboratório agrícola, a Faculdade oferece além do curso de agronomia os cursos de
medicina veterinária, ciências biológicas, enfermagem e sistemas de informação.
Bandeirantes, foi desmembrada de Jacarezinho em 1934, tornando-se município.
75
Quanto ao município de Jacarezinho também merece destaque foi um dos
primeiros pólos de desenvolvimento agrícola do Estado, colonizada por paulistas,
fluminenses e mineiros. Sua principal cultura agrícola no início do século era o café,
mas com o passar do tempo, houve a substituição do café pela cana-de-açúcar,
indústria de açúcar e álcool. E a partir de 1970, cresce o cultivo da soja, algodão e
trigo e, também a criação de avicultura e suinocultura.
A cidade é famosa pelas suas faculdades, escolas e atividades culturais,
considerada durante anos a capital estudantil da região.
Contando com as: Faculdade Estadual de Direito do Norte Pioneiro
(FUNDINOPI), Faculdade Estadual de Educação Física e Fisioterapia de
Jacarezinho (FAEFIJA) e a Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de
Jacarezinho (FAFIJA) sendo a mais antiga das Escolas de Ensino Superior do
interior paranaense.
Jacarezinho possui 8 (oito) estabelecimentos estaduais e 10 (dez)
estabelecimentos municipais de Educação Infantil e Ensino Fundamental e 9 (nove)
Centros de Educação Infantil. O NRE tem sob sua jurisdição 12 (doze) municípios e
51(cinqüenta e um) estabelecimentos estaduais de ensino.
E a partir de 28 de setembro de 2006, através da Lei Estadual nº. 15.300 foi
criada a Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP, que
integra as Faculdades: FAFIJA , FAEFIJA , FUNDINOPI, FAFICOP e FALM.
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QUESTIONÁRIO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE JACAREZINHO
NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE CORNÉLIO PROCÓPIO COLÉGIO ESTADUAL ANTONIO CARLOS GOMES- E.F.M.
MUNICÍPIO NOVA SANTA BÁRBARA Professora: Doraci Modesto de Pinho Araújo – doransb@seed.pr.gov.br
Orientador: Jean Carlos Moreno – morenojean@bol.com.br
Professor (a)
Peço, por favor, para responder a estas questões investigativas. Elas servirão como
suporte e apoio para um projeto de implementação pedagógica no colégio citado
acima, como título: O Ensino da Música na Escola: desafios para o professor de
arte. Esse projeto é uma das exigências do Programa de Desenvolvimento
Educacional (PDE).
1) - Que metodologia em educação musical utiliza para desenvolver os trabalhos em
suas aulas?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
2)-Já enfrentou algum tipo de dificuldade para trabalhar a música? Justifique
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
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3)- Que critério adota na seleção, organização dos repertórios e materiais, para
utilização em suas aulas de música?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
4)- Em sua opinião tocar um instrumento, cantar, e fazer música, é para quem:
( )- nasce com o dom e a habilidade para a música
( )- todos podem aprender através da educação musical
5)- Ao longo de sua vida escolar recebeu algum tipo de formação musical? Quando?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
6)- Você domina todos os conteúdos estruturantes da Música propostos nas
Diretrizes Curriculares de Arte do Estado do Paraná? Justifique:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
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BACHARELADO ARTES VISUAIS 2008 ANEXO II - PERIODIZAÇÃO RECOMENDADA
Código Disciplina AT AP EST TOT CR CRA PREQ 1ºAno HA559 História da Arte Geral I 60 4 60 - HA561 Linguagem das Artes Visuais 60 4 60 - HA158 Metodologia de Pesquisa em Artes 30 2 30 - HA562 Fundamentos da Linguagem Visual 60 60 6 120 - HA563 Desenho I 60 30 5 90 - HA565 Expressão em Volume 60 30 5 90 - HA569 Imagagem e Reprodução I (Fotografia) 60 30 5 90 -
Atividades Formativas 60 - TOTAL 390 150 600
2ºAno HA560 História da Arte Geral II 60 4 60 HA559 HA564 Desenho II 60 30 5 90 HA563 HA571 Escultura I 60 30 5 90 HA565 HA570 Imagem e Reprodução II (Gravura) 60 30 5 90 - HA567 Pintura I 60 30 5 90 -
Projetos. Avançados em Artes Visuais I* 180 12 180 - Atividades Formativas 60 -
TOTAL 480 120 660
3ºAno HA572 História da Arte do Brasil I 60 4 60 - HF295 Estética 30 2 30 HA559 HA574 Crítica de Arte 60 4 60 - HA159 Metodologia de Pesquisa em Artes II 30 2 30 HA158 HA568 Pintura II 60 30 5 90 HA567 HA160 Fundamentos Profissionais 30 2 30 -
Optativa I** 60 4 60 - Projetos Avançados em Artes Visuais II* 180 12 180 Projetos I Atividades Formativas 60 -
TOTAL 510 30 600
4ºAno HA573 História da Arte do Brasil II 60 4 60 - HA575 Trabalho de Conclusão de Curso
(bacharelado) 90 90 9 180 HA159
Projetos Avançados em Artes Visuais III* 30 150 7 180 Projetos II HA576 Estágio 120 2 120 -
Optativa II** 60 Atividades Formativas 60 -
TOTAL 240 240 120 660
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LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS 2008 ANEXO I - PERIODIZAÇÃO RECOMENDADA
Código Disciplina AT AP EST TOT CR C.R.A PRE-
REQ 1ºAno HA559 História da Arte Geral I 60 4 60 - HA561 Linguagem das Artes Visuais 60 4 60 - HA158 Metodologia de Pesquisa em Artes I 30 2 30 - HA562 Fundamentos da Linguagem Visual 60 60 6 120 - HA563 Desenho I 60 30 5 90 - HA565 Expressão em Volume 60 30 5 90 - ET053 Psicologia da Educação (1º sem.) 30 30 3 60 - EP074 Organização do Trabalho Pedagógico na
Escola (2º semestre) 60 2 60 -
HA566 Fundamentos do Ensino da Arte 60 30 5 90 - Optativa I 60 60 Atividades Formativas 60
TOTAL 480 180 60 780
2ºAno HA560 História da Arte Geral II 60 4 60 HA559 HA564 Desenho II 60 30 5 90 HA563 HA571 Escultura I 60 30 5 90 HA565 HA569 Imagagem e Reprodução I (Fotografia) 60 30 5 90 - HA567 Pintura I 60 30 5 90 - EM200 Didática (1º. Semestre) 30 30 3 60 EM134 Metodologia do Ensino de Artes Visuais
(2º. Semestre) 60 4 60 EM200
ET054 Estágio Supervisionado em Contextos Interativos na Educação
60 2 60 -
Optativa I** 60 4 60 - Atividades Formativas 60
TOTAL 450 150 60 720
3ºAno HA159 Metodologia de Pesquisa em Artes II 30 2 30 HA158 HA572 História da Arte do Brasil I 60 4 60 - HA568 Pintura II 60 30 5 90 HA567 EM135 Prática de Docência I – 1º semestre 105 2 105 - EM136 Prática de Docência II – 2º semestre 90 2 90 EM135
Projetos Avançados em Artes Visuais I* 180 12 180 - Optativa** 60 4 60 Atividades Formativas 60
TOTAL 390 30 195 675
4ºAno HA573 História da Arte do Brasil II 60 4 60 - HA574 Crítica de Arte 60 4 60 HA559 HF295 Estética 30 2 30 HA559 HA570 Imagem e Reprodução II (Gravura) 60 30 5 90 -
Optativa** 60 60 - Projetos Avançados em Artes Visuais II* 180 12 180 Projeto I
EM202 Trabalho de Conclusão de Curso (licenciatura) I – 1º semestre
45 1 45 -
EM203 Trabalho de Conclusão de Curso (licenciatura) II – 2º semestre
45 1 45
EP073 Políticas e Planejamento da Educação no Brasil – 1º semestre
30 30 3 60 -
Atividades Formativas 60 TOTAL 480 60 90 690
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