contabilidade de custos 2
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Contabilidade Gerencial
Tema: Custeio por absorção
Profa. Me. Tatiane Antonovz
Contabilidade Gerencial | Custeio por absorção 2
Olá! Seja bem-vindo!
Antes de iniciar os seus estudos, assista ao vídeo a seguir e saiba mais
sobre o que será visto nesta aula.
Introdução
O início do raciocínio gerencial começa com o entendimento das
metodologias de custo. Contudo, é preciso compreender desde a forma mais
simples até a mais complexa para que se possa perceber o processo de
contabilização de custos e qual tipo de custeio será mais vantajoso, ou seja, irá
oferecer a informação da forma mais correta para a empresa. Assim, em um
primeiro momento é preciso entender o custeio por absorção, que inicialmente
irá utilizar, também, os raciocínios de custo fixo e variável, sendo esses conceitos
importantes para a existência da Contabilidade Gerencial.
Custeio por Absorção
Pode-se dizer que existem duas metodologias clássicas na apuração de
custos: o custeio direto ou variável ou, ainda, o custeio por absorção. Esses
dois tipos de custeio foram desenvolvidos com base em diferentes
comportamentos de custos em relação à quantidade produzida, ou seja, nos
custos fixos e variáveis.
Quando a Contabilidade Industrial começou a se preocupar com o
comportamento dos custos, aqueles que eram considerados fixos não eram
relevantes e não havia a necessidade de criação de critérios de distribuição e
alocação de tais gastos na empresa.
Contabilidade Gerencial | Custeio por absorção 3
É preciso lembrar que os custos fixos ou indiretos são representados por
gastos como: aluguel, seguros, mão de obra indireta, manutenção, água e, em
alguns casos, energia elétrica, depreciação, materiais indiretos, entre outros.
Com o passar do tempo houve a industrialização, e isso criou atividades
mais complexas e diferentes. Assim, os gastos fixos e indiretos passaram a ser
relevantes dentro das empresas, sendo necessária a alocação de tais gastos,
agregando valor ao produto em conjunto com os custos diretos ou variáveis.
Para entender melhor o custeio por absorção e o custeio variável, leia o artigo
disponível no link a seguir:
<http://www2.uefs.br/sitientibus/pdf/32/o_custeio_por_absorcao_e_o_custeio_vari
avel.pdf>
Assista ao vídeo a seguir e saiba mais sobre despesa e custo e os tipos
de custeio utilizados. Não deixe de conferir!
Os custos diretos ou variáveis são aqueles atrelados à produção, ou
seja, quanto mais se produz maior é o volume desses custos. Os principais
representantes dessa categoria são: matéria-prima e mão de obra direta.
De forma histórica, o custeio por absorção foi mais utilizado em razão
dos critérios de avaliação dos inventários – ou seja, dos estoques – que das
necessidades gerenciais das empresas. Além disso, esse tipo de custeio
obedece aos Princípios de Contabilidade, considerando-se todos os gastos
industriais como relacionados com o produto, uma vez que, no custeio variável
ou direto, os custos fixos ou indiretos não integram os produtos e o inventário.
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Existe, ainda, outro problema, que é a subjetividade dos critérios de
rateio dos custos fixos ou indiretos, podendo subavaliar ou superavaliar um
produto.
A subjetividade dos critérios de rateio é um problema que persiste por
anos, pois não há uma fórmula ou forma de definir como os custos devem ser
rateados, ou seja, divididos ou atribuídos entre os produtos. Algumas bases
comuns para a divisão desses custos são: no caso da depreciação e mão de obra
indireta, as horas trabalhadas por produto; no caso de manutenção, as horas
gastas com manutenção para determinada máquina; e assim por diante, podendo
variar de empresa para empresa.
Atualmente, o custeio por absorção é o mais utilizado por seu caráter
fiscal. Sendo assim, a sua aceitabilidade pelo fisco acaba por torná-lo mais
utilizável em todo o mundo, incorporando custos fixos e indiretos aos produtos.
Para saber mais sobre o custeio por absorção, assista ao vídeo a seguir.
Confira!
Acompanhe, na sequência, um exemplo retirado de Padoveze (2004)
que permite entender, em um primeiro momento, como funciona a alocação
dos custos a um único produto e como é apresentada a Demonstração do
Resultado do Exercício, que traduz essa forma de custeio.
Exemplo com um único produto
Para fazer e vender o produto A, a empresa tem que incorrer nos
seguintes gastos:
Matéria-prima necessária para uma unidade de A – 200 unidades a R$
2,30. Nesse caso, para cada unidade do produto “A” serão consumidas 200
unidades de matéria-prima e cada uma dessas unidades custará R$ 2,30;
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Materiais auxiliares consumidos para uma unidade de A – 0,1 unidades
a R$ 360,00. Os materiais auxiliares para a elaboração de A são utilizados
na proporção de 0,1 unidade para cada unidade de A, e o valor de cada 0,1
unidade é de R$ 360,00;
Tempo necessário para produzir uma unidade do produto A – 4 horas a
R$ 50,00 por hora. Para a produção de cada unidade de A também são gastas
4 horas de trabalho e elas custam R$ 50,00 cada uma.
Nesse primeiro momento, os gastos elencados são constituídos por custos
variáveis, pois quanto mais se produzir mais será gasto, estando esses gastos
atrelados às unidades produzidas. Outro detalhe importante é que esses
são os custos que normalmente caracterizam os produtos, ou seja, matéria-prima
(MP), materiais auxiliares (MA) e mão de obra direta (MOD).
Gastos do período
Salários dos departamentos de apoio à produção: 200.000;
Gastos dos departamentos de apoio à produção: 90.000;
Depreciação: 150.000;
Salários e despesas administrativas: 70.000;
Salários e despesas comerciais: 50.000.
Nesse segundo momento, são apresentados os gastos fixos (e, neste caso
em específico, diretos, pois só há um produto), sendo eles divididos em custos e
despesas. Para diferenciar um do outro, basta lembrar que todos os gastos que
possuem algum tipo de relação direta com o processo fabril serão considerados
custos e, no caso de ocorrerem após o processo fabril, são despesas, estando
elas divididas basicamente em três grupos: administrativas, vendas e financeiras.
Contabilidade Gerencial | Custeio por absorção 6
Desse modo, dos gastos apresentados, os salários e os gastos dos
departamentos de apoio à produção, assim como a depreciação, serão
considerados como custos. Por sua vez, o valor dos salários e despesas
administrativas e comerciais será considerado como despesa, uma vez que
ocorre após o processo de fabricação.
No vídeo a seguir, a professora Tatiane falará um pouco mais sobre
custeio por absorção. Não deixe de assistir!
Outros dados
Comissões: 12% sobre o preço de venda;
Preço de venda: R$ 1.700,00 por unidade A;
Quantidade produzida e igualmente vendida: 1.000 unidades.
Como complemento há também o valor das comissões, que deve ser
atribuído percentualmente sobre o preço de venda: neste caso totalizando 12%
de R$ 1.700,00, que foi o valor atribuído como tal. Além disso, o exemplo
apresenta a quantidade vendida, que será utilizada tanto para o cálculo da receita
total quanto dos custos variáveis.
O exercício com um único produto permite, inicialmente, compreender a
distribuição dos custos de forma mais simples, uma vez que não existe a
necessidade de rateios e todo o custo fixo será diretamente alocado ao
produto. Ou seja, nesse caso o custo fixo será considerado como direto, pois
ele é de fácil identificação com o material produzido.
Assim, iniciando os cálculos a demonstração ficaria da seguinte forma:
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Veja que no caso dos custos variáveis (matéria-prima, materiais
auxiliares e do tempo) é preciso utilizar as unidades gastas multiplicando-se pelo
valor de cada componente.
Já com os outros gastos (custos) que foram apresentados por valor total,
por se tratar de custos fixos, foi preciso considerar, para o cálculo unitário, a
divisão dos valores pela quantidade produzida, que nesse caso coincide com a
quantidade vendida, para facilitação do entendimento. Assim, todos os valores
foram divididos por 1.000 unidades, apurando-se o valor unitário dos custos fixos
e, consequentemente, o valor do custo, que foi de R$ 1.136,00.
No caso das comissões, é preciso calcular o valor unitário com base no
percentual de 12% em cima do preço de venda, totalizando assim R$ 204,00.
Já com os salários e as despesas administrativas e comerciais o valor, por ser
fixo, é apresentado em sua totalidade, necessitando dessa forma ser dividido
pelas unidades produzidas (1.000) para que se conheça o valor unitário. Assim,
o valor das despesas totalizou R$ 324,00.
No final, o produto teve como custo total (a soma de todos os custos e
despesas) o valor de R$ 1.460,00.
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O gasto fixo é representado por valores que possuem a característica de existir
independentemente da produção e não necessariamente por aqueles que
mantêm os seus valores inalterados. Assim, nesse caso, salário e gastos de apoio
à produção, bem como salários e despesas administrativas e comerciais, foram
considerados como fixos por existirem mesmo que não haja produção, uma vez
que tais valores se referem a gastos que deverão ser pagos todos os meses.
Agora, em um segundo momento, considerando-se a existência de dois
produtos, é preciso começar a considerar a existência de custos indiretos, ou
seja, custos que irão precisar de um critério de rateio para poderem ser atribuídos
tanto aos produtos A e B.
Utilizando a maior parte dos dados do exemplo com um único produto e
com base em Padoveze (2004), apresentam-se os dados considerando agora a
existência do produto B, deixando de fabricar parte de A. As quantidades
produzidas e vendidas são:
Produto A – quantidade final a ser produzida/vendida = 625 unidades;
Produto B – quantidade final a ser produzida/vendida = 250 unidades.
Para fazer o produto B a empresa incorre nos seguintes gastos:
Matéria-prima necessária para uma unidade de B = 380 unidades a R$
3,00;
Materiais auxiliares consumidos para uma unidade de B = 0,2 unidades
a R$ 360,00;
Tempo necessário para produzir uma unidade do produto B = 6 horas a
R$ 50,00 por hora.
Contabilidade Gerencial | Custeio por absorção 9
O mesmo raciocínio utilizado para o cálculo no produto A deverá agora ser
utilizado para o produto B, lembrando que nos custos variáveis é
necessário multiplicar as quantidades necessárias para produzir cada produto
pelo seu custo unitário.
Outros dados
Comissões: 12% sobre o preço de venda;
Preço de venda: R$ 3.750,00 por unidade B.
O importante nesse exercício é lembrar que os custos fixos se mantêm
fixos dentro de um limite de produção. Nesse caso o limite não foi explícito, porém
supõe-se que, quando a empresa produzia as 1.000 unidades de A, ela gastava
o total anteriormente apresentado. Agora, no caso da produção do produto B,
houve até uma diminuição do número de produtos produzidos, então se deduz
que a estrutura de gastos fixos se manterá inalterada dentro dessa faixa de
produção – e esse detalhe se torna de extrema importância para o cálculo do
exercício.
Para que seja feito o custeio por absorção foram definidos os seguintes
critérios:
Para os salários e gastos dos departamentos de apoio à produção adotamos
o critério de rateio na proporção das horas diretas trabalhadas totais;
Para as depreciações adotamos o critério de rateio pelas quantidades
produzidas;
As despesas administrativas e comerciais serão atribuídas por percentual
medido obtido pela receita total dos dois produtos, em percentuais iguais
para ambos.
Note-se que, neste caso, foi preciso definir para os gastos fixos, e agora
indiretos (graças à existência de mais de um produto), critérios de rateio para a
atribuição dos gastos com salários e gastos dos departamentos de apoio à
produção, bem como para a depreciação e as despesas administrativas e
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comerciais. Assim, para a atribuição de tais valores foi necessário o seguinte
cálculo:
Assim, para o cálculo da base de rateio das horas totais de mão de obra,
foram utilizadas as quantidades produzidas de A e B multiplicadas pelas horas
de mão de obra que cada uma gasta, sendo encontradas 2.500 horas totais de
produção para A e 1.500 horas totais para B. Desse modo, o produto A gasta o
equivalente a 63% das horas totais de mão de obra e, por consequência, B gasta
37% do total de horas.
O cálculo é feito da seguinte forma:
Produto A – 625 unidades X 4 horas = 2.500 horas / 4.000 = 63%
Produto B – 250 unidades X 6 horas = 1.500 horas / 4.000 = 37%
4.000 horas = 100%
O raciocínio para saber quanto equivale determinada quantidade em
relação a um total é sempre este: dividir a menor parte pelo total. Neste caso, o
produto A pelo total e o produto B pelo total.
Para a depreciação, o critério de rateio foram as quantidades
produzidas, sendo utilizado o mesmo raciocínio para o cálculo da equivalência.
Já para o rateio das despesas administrativas e comerciais o raciocínio foi um
pouco diferente. O exercício pedia: “atribuídas por percentual medido obtido pela
receita total dos dois produtos, em percentuais iguais para ambos”. O que isso
quer dizer?
Contabilidade Gerencial | Custeio por absorção 11
Note que a produção de A foi de 625 unidades, com cada unidade vendida
por R$ 1.700,00, o que dá o valor total de vendas de R$ 1.062.500,00
(quantidade vendida por valor unitário). Já para o produto B, o número de
unidades vendidas foi de 250, ao custo de R$ 3.750,00 cada unidade, totalizando
uma venda de R$ 937.500,00, o que gera uma receita total entre os dois produtos
de R$ 2.000.000,00. Desse modo, quando se compara o valor das despesas
administrativas se obtém o valor de 4% (divide-se o total de R$
70.000,00 por R$ 2.000.000,00) e o mesmo raciocínio é utilizado para as
despesas comerciais, sendo obtido o valor percentual de 3%. Assim a divisão
dos custos é apresentada da seguinte forma:
Dessa forma, cada um dos custos fixos foi alocado, ou seja, dividido de
acordo com os critérios de rateio preestabelecidos. Assim, a demonstração
final, utilizado o critério de rateio por absorção, ficou da seguinte forma:
Contabilidade Gerencial | Custeio por absorção 12
Sendo assim, todos os custos e despesas foram atribuídos aos
produtos. Lembrando que no caso dos custos e despesas fixos – e neste caso
pela existência de dois produtos, que são também considerados indiretos –,
foram utilizados rateios para que houvesse uma forma de atribuição dos
custos.
É importante lembrar que, para um primeiro raciocínio, a diferença entre
o custeio por absorção apresentado e o custeio variável está na separação dos
custos fixos e variáveis, sendo que o principal foco não é essa divisão e sim as
justificativas para que ela seja feita.
Aqueles que defendem o custeio direto afirmam que os custos fixos devem
ser confrontados com as receitas de forma imediata no seu total, enquanto
aqueles que defendem o custeio por absorção afirmam que eles deverão ser
confrontados com as receitas à medida que as unidades são vendidas, sendo
que as unidades não vendidas, no caso do custeio por absorção, resultaram em
custos fixos, que devem ser inventariados e carregados para o futuro, ou seja,
somente os custos relativos aos produtos efetivamente produzidos e vendidos
deverão compor o custo do produto. Assim, os custos relativos aos produtos
em elaboração e aos produtos acabados que não foram vendidos ainda ficarão
no estoque desses produtos.
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Para saber mais sobre a diferença entre o custeio por absorção
apresentado e o custeio variável, assista ao vídeo a seguir com a professora
Tatiane.
Síntese
Veja no vídeo a seguir a síntese dos tópicos abordados nesta aula. Não
deixe de conferir!
Contabilidade Gerencial | Custeio por absorção 14
1. Considerando os seguintes dados, apresente os custos de cada produto
utilizando o custeio por absorção.
Produto A Produto B
Matéria-prima 0,5 unidade a 2,40 1,3 unidade a 4,00
Outros materiais 0,30 por unidade 1,40 por unidade
Embalagem 0,20 por unidade 0,30 por unidade
Tempo de mão de obra para cada unidade
0,6 hora 1,2 hora
Custo da mão de obra direta 6,25 6,25
Comissão sobre o preço de venda 5% 5%
Preço de venda 20,00 30,00
Produção do período 3.000 unidades 5.000 unidades
Gastos indiretos
Custos fixos 58.500,00
Despesas fixas 19.500,00 Fonte: Adaptado de Padoveze (2004).
Calcule o custeio por absorção de cada produto, considerando como base
de absorção dos gastos e despesas fixas o total dos gastos com mão de obra
direta.
O valor do custo do produto A e do produto B, respectivamente, é de
aproximadamente:
a. 27,90 e 12,45.
b. 15,00 e 30,00.
c. 12,45 e 27,90.
d. 13,00 e 32,00.
2. Qual alternativa representa somente custos fixos e indiretos?
a. Mão de obra direta e matéria-prima.
b. Seguros e materiais diretos.
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c. Depreciação e manutenção de máquinas.
d. Aluguel e mão de obra direta.
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Referências
PADOVEZE, C. L. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de
informação contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
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