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A-10 PARAÍBA 24 a 30 de maio de 2013

Cidades

Rotina de pânico e medo nas agências dos Correios

Por causa dos constantes assaltos, cresce o número de funcionários da ECT com Síndrome de Pânico, depressão e problemas cardíacos no interior do Estado

O clima é de medo e insegurança entre os fun-cionários dos Correios na Paraíba, principalmente os que trabalham no interior do Estado, onde é cada vez maior o número de assaltos às agências da empresa.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Cor-reios e Telégrafos, em 2012, foram 48 ocorrências, que já somam pelo menos 18 no acumulado de janeiro a abril deste ano.

“Algumas dessas agên-cias chegaram a ser assalta-das mais de três vezes cada uma. Com esses números, acreditamos que a Paraíba está nos primeiros lugares em assaltos a agências dos Correios”, afirma Emanuel de Souza Santos, secretário-geral do Sindicato.

Santos diz que os ca-sos mais recentes foram re-gistrados nos municípios de Gurjão e de Pocinhos, ambos no Cariri paraibano. “Os as-saltantes preferem as cida-des do interior e as que estão mais próximas às divisas, pois é mais fácil para a fuga”, ressalta o secretário-geral.

A Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) mantém 203 agências próprias pelo interior do Estado e 14 franquias em João Pessoa e em Campina Grande. Tem 1.537 funcio-nários e, destes, cerca de 500 são atendentes, dos quais 42 trabalham na Capital.

Doença do pânicoA ETC não divulga as

perdas patrimoniais acu-muladas até o momento. Mas tanto quanto os pre-juízos materiais o que pre-ocupa são os problemas de saúde apresentados pelos funcionários vítimas da vi-

Pesquisa sebrae

Mulheres jásão 30% dosempreendedores

Na última dé-cada, as mulheres ganharam espaço no mercado de trabalho e na política. A con-quista deste espaço também se repete no empreendedor ismo. Conforme estudo iné-dito do Sebrae, “As Mulheres Empreende-doras do Brasil”, pu-blicado nesta terça-feira (14), o número de mulheres donas do próprio negócio au-mentou 21%, entre os anos de 2001 e 2011.

Reação

Taíssa Travassos

rulência dos assaltantes. Entre os casos mais fre-quentes aparece o chama-do Transtorno do Pânico, doença caracterizada como um transtorno de ansieda-de que gera ataque de medo intenso. Os trabalhadores apresentam sintomas como medo, irritabilidade, ansie-dade, problemas de coração e pressão alta, informa o sindicato.

Alguns têm dificulda-des até de comentar sobre o assunto. “Muitos estão com Síndrome do Pânico, tomam remédio controlado, têm difi-culdades para dormir e para trabalhar”, comenta Ema-nuel de Souza Santos.

DesprotegidosO secretário geral do

Sindicato dos Trabalhado-res em Correios e Telégra-fos, no entanto, reclama que seus associados não estão recebendo o apoio que de-veriam da parte do ECT. Ele conta que, após os assaltos, as medidas tomadas se res-tringem ao registro da ocor-rência e quando necessário

As agências dos Correios se tornaram um local perigoso e têm sido alvo frequente da ação de assaltantes

Empresa investe R$ 6 milhões em equipamentos de segurança

A Empresa de Correios e Telégrafos (ECT-PB) infor-ma que só este ano estão previstos investimentos da ordem de R$ 6 milhões na aquisição de equipamentos para expandir a plataforma de segurança e para a con-tratação de mais postos de vigilância dentro das suas unidades.

“O plano de segurança na rede de atendimento prevê um cronograma definido com ações de melhoria na segu-rança das agências. Dentro do plano de obras das unida-des, estão previstas a instala-ção para os equipamentos de segurança”, diz a nota envia-da pelos Correios. “Além dis-so, os funcionários recebem treinamento presencial bem como orientações através de comunicação interna, sobre segurança preventiva (con-duta e atitude) dentro e fora do trabalho. São realizadas reuniões periódicas com as forças de segurança pública para a obtenção de informa-ções que possam ajudar na prevenção de delitos”, acres-centa.

Por meio da sua as-sessoria de imprensa, a ECT-PB diz que, na Paraíba,

todos os empregados que foram vítimas de assalto recebem assistência médi-ca. O departamento médico entra em contato direto com o funcionário para orientá-lo quanto à necessidade de receber atendimento psico-lógico. Normalmente, o en-caminhamento é feito para um psicólogo da própria empresa, mas o funcioná-rio pode procurar outro que atenda pelo plano de saúde da ECT sem que seja onera-do. Para todas as ocorrên-cias, a empresa abre uma Comunicação de Acidente de Trabalho, o que garante a cobertura pelo INSS e pelos Correios em caso de doença ou transtornos relativos ao assalto.

Como a maioria dos casos de assaltos são re-gistrados no interior do estado, os funcionários que desejam receber acompa-nhamento psicológico são deslocados para Campina Grande ou para a capital. Em situações extremas, afirmam que o funcionário pode ser transferido para outra unidade caso seja fundamental para a sua re-cuperação emocional.

Já, entre os homens, esse crescimento foi de 10%, no mesmo período. Segundo a pesquisa, as empresárias estão mais escolarizadas, têm mais acesso a infor-mações e ousam empre-ender em atividades antes predominantemente mas-culinas.

As mulheres, em 2011, representavam 31% do total de empreendedo-res do país. Em 2001, essa participação feminina era de 29%. Na Paraíba, essa proporção é quase a mes-ma. Do total de empreen-

dedores paraibanos em 2011, 30% são mulheres e 70% são homens.

O estudo do Sebrae mostra ainda que as em-presas comandadas por mulheres estão se man-tendo mais no mercado. Na última década, subiu de 48% para 54% a taxa de empreendedoras com negócios em atividade há mais de cinco anos, fren-te à redução da proporção de empresárias que tocam empreendimentos com até dois anos de criação. Em 2001, esse índice estava em 30%, passando para 25% em 2011.

“Muitas mulheres es-tão se tornando empreen-dedoras por oportunidade e não apenas por necessi-dade. Estão conquistando seu espaço no mundo dos negócios”, destaca a ana-lista do Sebrae Paraíba e gestora do Prêmio Sebrae

Servidor sofre 3 assaltosem 3 agências diferentes

Uma das vítimas da onda de assaltos trabalha nos Correios há mais de 30 anos. Ele presenciou a ação de criminosos três vezes, em três agências diferentes.

A mais traumática foi a última delas e aconteceu há um ano. “Fiquei horas com uma arma apontada para meu rosto e sendo obrigado a colo-car todo o dinheiro em diver-sas bolsas para os assaltantes levarem tudo. Temi pela minha vida naquele momento”, rela-tou o funcionário, que preferiu não se identificar.

Segundo ele, o medo é constante e deixa sequelas. “Estou com alguns proble-mas sérios de coração, pres-são alta. A todo momento a

gente espera ser assaltado novamente”.

A imagem do revól-ver apontado para a cabeça costuma apresentar alguns sintomas. Os mais comuns são medo permanente de ser assaltada novamente, senti-mento de desesperança e im-potência.

De acordo com a psicó-loga Renata Toscano, as víti-mas de assaltos “costumam a ter insônia, irritabilidade, difi-culdade de concentração, res-postas exageradas a estímulos normais. Logo, elas passam a evitar assuntos e fatos que lhe remetam a lembranças do ocorrido, não saem mais de casa, mudam todo a sua roti-na de vida”.

faz o encaminhamento para tratamento psicológico.

“Mas percebemos que esse tratamento não é feito da forma correta, ele deve-ria ser contínuo. Os fun-cionários são tratados mo-mentaneamente e depois voltam para as suas fun-ções sem terem condições físicas e psicológicas para isso. Antes, a empresa também dificultava a re-alização da Comunicação de Acidente de Trabalho, a CAT, mas depois de di-versas reivindicações ago-

ra já está fazendo”, afirma Santos.

Além de se queixar do tratamento médico que seus associados deveriam rece-ber, Emanuel de Souza San-tos diz que os investimentos da ECT em segurança e infraestrutura são insufi-cientes e inapropriados. Há dez anos a empresa é clas-sificada na categoria de cor-respondente bancário o que atrai ainda mais o interesse dos assaltantes. Os Cor-reios eram correspondente bancário do Bradesco até o ano passado instituição tro-cada no início de 2013 pelo Banco do Brasil.

“Nas agências nós não temos segurança. Uma das medidas tomadas para me-lhorar a nossa segurança ao invés de ajudar trouxe mais problemas ainda. O tempo de abertura do cofre praticamente triplicou, au-mentando a insegurança. Quando acontecem assal-tos, os funcionários passam longos períodos sob a mira das armas dos bandidos”, conta o dirigente.

Oriel Farias

Mulher de Negócios, Maria José Menezes. Prova da conquista definitiva des-se espaço é o aumento da proporção de empreende-doras que sustentam suas famílias. Em 2001, 59% das empresárias comple-mentavam a renda do ma-rido no orçamento familiar. Dez anos depois, esse per-centual baixou para 50%, enquanto que a taxa das donas de negócio que são chefes de domicílio subiu de 27% para 37%.

Serviço, comércio e

indústriaA análise histórica

por setor também con-firma o avanço feminino no mundo dos negócios. A prestação de serviços e determinadas atividades do comércio, como lojas de vestuário e acessórios, concentravam 80% das do-nas de empresas no início

da década passada. Pas-sados dez anos, mais se-guras e escolarizadas, as mulheres despontaram na indústria. Enquanto que a proporção das empreen-dedoras com negócios em Serviços caiu de 49% para 33%, a quantidade de mu-lheres que empreendem na indústria saltou de 9% para 19% do total de mu-lheres com negócios esta-belecidos.

As atividades indus-triais que mais atraem as donas de negócio são ves-tuário, que reúne 47% das empresárias da Indústria. A produção de artigos di-versos, entre brinquedos e bijuterias, também desper-ta o interesse feminino e concentra 15% das empre-endedoras do setor, seguido pelas indústrias de alimen-tos e bebidas, que agrupa 11% das donas de negócios industriais. Comércio e

Serviços ainda aglomeram 64% das empresárias, com destaque para salões de beleza, bares e lanchonetes e ambulantes e acessórios do vestuário.

A concentração das mulheres em setores que tradicionalmente apre-sentam faturamento mais baixo ainda confere às empreendedoras rendi-mento inferior a dos ho-mens. Mais de 70% das donas de negócio faturam até dois salários mínimos. Entre os empresários, 59% têm rendimento de até R$ 1.356. Em 2001, esse mesmo ganho era re-alidade para 66% das em-presárias. Na década, po-rém, o rendimento médio real das mulheres donas de negócio, já descontada a inflação, cresceu 41%, enquanto o rendimento dos homens cresceu 37% no período.

Emanuel Santos, secretário geral do Sindicato

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