capacidade de investimento e - energia.sp.gov.br · lei nº 7.453 de 1985 prevê que os recursos...

Post on 09-Nov-2018

212 Views

Category:

Documents

0 Downloads

Preview:

Click to see full reader

TRANSCRIPT

Capacidade de investimento e royalties na região metropolitana da Baixada Santista Novembro de 2011

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO

METROPOLITANO

Gestão municipal A CF/88 descentralizou atribuições, transferindo responsabilidades para os municípios. Diversos estudos mostram que boa parcela dos municípios brasileiros dependem de transferências de recursos para fazer frente às responsabilidades. Em relação a outras regiões do estado de São Paulo, a RMBS conta com maior autonomia na arrecadação de tributos. Nesta RM as transferências representam 47% da receita corrente total, percentual inferior ao padrão médio observado para a macrometrópole (50%). A perspectiva de recursos adicionais, oriundos da atividade petrolífera, tem suscitado debates acalorados sobre o potencial de crescimento local e sobre o destino que será dado aos recursos.

2

Atividade petrolífera - impactos Propicia a obtenção de renda extraordinária.

Atividade contribui para o adensamento territorial, acarretando um aumento da demanda por serviços públicos e por infraestrutura geral.

Há necessidade de assegurar a justiça intergeracional, compensando as futuras gerações pela escassez do recurso natural.

3

Royalties do petróleo - perspectivas Benefícios

Aumento da renda local Expansão das receitas dos municípios da RMBS – ampliando a

capacidade de investir com recursos próprios Recurso adicional cria oportunidade para investir em

infraestrutura e equipamentos públicos Riscos

Dependência de recurso não-renovável Utilização das receitas obtidas para financiar despesa pública

corrente Perfil pró-cíclico Impacto ambiental

4

Evolução da distribuição de royalties sobre a produção de petróleo e de gás natural, segundo beneficiários – 2001-2010

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

4.000

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

milh

ões R

$

União Unidades da Federação Municípios Fundo Especial Fonte: ANP/SPG. Notas: Reais em valores correntes; A partir de 2007, o valor dos royalties distribuídos para os Municípios inclui os depósitos efetuados em

5

Evolução da distribuição de participação especial sobre a produção de petróleo e de gás natural, segundo beneficiários – 2001-2010

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

7.000

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

milh

ões R

$

União Unidades da Federação Municípios Fonte: ANP/SPG. Nota: Reais em valores correntes.

6

Capacidade de investimento dos municípios

Capacidade de

investimento

Capacidade de investir

com recursos próprios

Capacidade de investir

com recursos de

terceiros

7

IPCI – Índice Paulista de Capacidade de Investimento

Por que calcular? Para que as regiões metropolitanas e aglomerações urbanas possam, com a participação do Estado, promover o desenvolvimento regional, é necessário conhecer o potencial de participação de cada município nesse processo, mais precisamente os recursos que cada um tem disponível para o investimento.

8

9

Definida a partir do princípio de orçamento equilibrado. Calculada em termos per capita Corresponde à poupança efetiva de recursos do governo que

pode ser destinada aos investimentos deduzidos os recursos líquidos necessários para amortizar a dívida fundada.

IRP = (RC – DC) – AM* ou IRP = PoupGov – AM*

onde,

RC= receita corrente; DC= despesa corrente e AM*=amortizações recebidas – amortizações pagas

CAPACIDADE DE INVESTIMENTO COM RECURSOS PRÓPRIOS (IPC-RP)

9

10

CAPACIDADE DE INVESTIMENTO COM RECURSOS DE TERCEIROS (IPC-RT)

Diferença entre o limite de 120% receita corrente líquida (LRF) e o estoque da dívida consolidada atual.

Calculada em termos per capita.

O interesse é simplesmente ordenar os municípios e não aconselhá-los a aumentar o seu endividamento pela distância entre o limite legal e o estoque efetivo da dívida.

Como a análise é relativa, importa menos se o limite está estritamente correto ou não, mas como cada município ou região está em relação a esse limite.

10

Padronização dos índices Tanto o Índice de Capacidade de Investimento com Recursos Próprios (IPCI-RP) quanto o Índice de Capacidade de Investimento com Recursos de Terceiros (IPCI-RT) são calculados a partir da padronização dos valores calculados em R$ per capita, como indicado anteriormente.

MinjMaxj

Minjjiji VV

VVV

,,

,

−=

em que j=1,2 (capacidade de investimento com recursos próprios e de terceiros) e i = número de municípios.

11

Padronização dos índices Os resultados ficam sempre entre zero e um, o que facilita a

interpretação e a divulgação dos resultados. A RM cujo índice for igual a 1 é a que possui maior poupança

municipal. Tanto o IPCI-RP quanto o IPCI-RT são índices relativos.

Permitem somente o ordenamento das Regiões Metropolitanas e das Aglomerações Urbanas, e dos municípios que as compõem, de acordo com suas capacidades de investir.

Os resultados não indicam de forma nenhuma que a capacidade de investimento dos municípios ou das RMs mais bem classificados seja a mais adequada.

12

Resultados – classificação dos municípios de acordo com a capacidade de investimento

Tanto para o IPCI-RP quanto para o IPCI-RT o resultado varia entre 0 e 1.

Resultado Capacidade de investimento

0 a 0,25 Muito baixa

0,25 a 0,5 Baixa

0,5 a 0,75 Média

0,75 a 1 Alta

13

Resultados

Ano 0,25 0,5 0,75

2007 463 962 1064

2008 414 1263 1663

2009 208 625 1106

Valores em R$ correspondentes aos limites da classificação do IPCI-RP

14

Distribuição da população – RMBS (2009)

15

Fonte: Seade.

RMBS – Royalties e capacidade de investimento

16

Recursos do royalties abrem oportunidade para elevar o IPCI-RP sem expandir dívida...

Capacidade de investimento

2003 2009 2003 2009 IPCI-RP IPCI-RT

Santos 17 14 -13 0,04 0,03 -16 0,069 0,481 São Vicente 131 115 -12 0,42 0,35 -17 0,099 0,390 Itanhaém 14 13 -8 0,18 0,14 -20 0,188 0,396 Bertioga 13.126 15.414 17 367,06 347,62 -5 0,213 0,674 Guarujá 17 14 -13 0,06 0,05 -22 0,245 0,306 Praia Grande 131 115 -12 0,61 0,46 -24 0,267 0,455 Peruíbe 13 11 -13 0,23 0,21 -11 0,286 0,457 Mongaguá 12 11 -7 0,30 0,25 -18 0,316 0,460 Cubatão 669 9.391 1.303 5,89 75,56 1.183 0,366 0,634

RM Baixada Santista 14.130 25.100 78 374,78 424,67 13 0,139 0,437 Fonte: ANP / Seade / Emplasa.

Município Var. %

Royalties per capita(R$/hab)

Var. %

Royalties(em R$ mil)

Royalties – aplicação dos recursos Lei nº 7.453 de 1985 prevê que os recursos arrecadados com royalties do petróleo sejam

preferencialmente aplicados em energia, pavimentação de rodovias, abastecimento e tratamento de água, irrigação, proteção ao meio ambiente e saneamento básico.

Parcela de royalties até 5% Há uma jurisprudência do TCU que considera que veta apenas o uso de recursos obtidos

com esta parcela para o pagamento da dívida e no quadro de pagamento de pessoal. A proibição para pagamento de dívidas foi alterada com a Lei Federal nº 8.001/90, que veta apenas que estes recursos sejam destinados para o pagamento de dívidas com a União e suas entidades e para a capitalização de fundos de previdência.

Parcela de royalties acima de 5% Não há restrições para estados e municípios. MCT deve aplicar um mínimo de 40% dos

recursos em programas de fomento à capacitação e desenvolvimento científico e tecnológico nas regiões Norte e Nordeste.

Na prática não há destinação específica para estados e municípios.

Royalties e destino de recursos

2005 2009 Var. % 2005 2009Macaé 2.232,1 1.830,6 -18,0 53% 32,0%Rio das Ostras 5.510,7 2.400,4 -56,4 71% 58,6%Campos dos Goytacazes 1.578,8 2.022,7 28,1 72% 61,7% Fonte: STN / ANP.

2005 2009 2005 2009 2005 2009 2005 2009 2005 2009Macaé 617,6 996,2 45,0 2,5 256,5 265,7 530,7 987,6 628,5 1013,7Rio das Ostras 3379,4 242,8 24,2 0,0 29,1 431,7 810,0 818,8 716,4 679,9Campos dos Goytacazes 84,6 353,6 0,0 4,3 89,8 27,4 225,5 746,3 290,5 397,3 Fonte: STN.

Saúde Educação

Royalties / Rec. Royalties per capitaMunicípios (R$ / hab) (%)

MunicípiosDespesas municipais por função per capita (R$/hab)

Urbanismo Habitação Saneamento

Os royalties não têm vinculação orçamentária. O destino dos recursos é sempre objeto de grandes debates. A dependência destes recursos é sempre um risco...

RMBS - políticas públicas e desafios

19

Região Particulares ocupados Censo 2010

Em áreas de risco % de domicílios em risco

RM São Paulo 6.093.873 104.796 1,72RM Campinas 872.201 13.520 1,55RM Baixada Santista 528.280 21.333 4,04TOTAL RMs 7.494.354 139.649 1,86AU Jundiaí 215.368 787 0,37AU Piracicaba 402.289 1.025 0,25AU Sorocaba 438.407 2.284 0,52AU São José dos Campos 540.292 5.171 0,96MR Bragantina 120.464 1.064 0,88MR São Roque 78.571 1.282 1,63TOTAL MM 9.289.745 151.262 1,63

Estado de São Paulo 12.838.561 173.978 1,36Fonte: CDHU/ SEADE -2010

Precariedade Habitacional- PMU 2010 - Destaque para Situações de Risco

Domicílios

RMPessoas em

Setores Subnormais

Pessoas em Setores Precários

Pessoas em Setores

Subnormais + Setores Precários

Total de Pessoas em Todos os

Tipos de Setores

Pessoas em Assentamentos

Precários (Em %)

RMBSBertioga 6.138 320 6.458 29.284 22,05Cubatão 32.991 17.059 50.050 107.851 46,41Guarujá 86.084 10.576 96.660 263.134 36,73Itanhaém 0 4.448 4.448 70.674 6,29Mongaguá 0 3.673 3.673 33.784 10,87Peruíbe 0 3.638 3.638 49.774 7,31Praia Grande 2.958 11.805 14.763 192.404 7,67Santos 22.482 11.346 33.828 413.524 8,18São Vicente 39.082 12.497 51.579 300.749 17,15Total RMBS 189.735 75.362 265.097 1.461.178 18,10

Fonte: Assentamentos Precários no Brasil Urbano, Ministério da Cidade, CEM/Cebrap - 2007

RMBS

RMBS: SETORES SUBNORMAIS E PRECÁRIOS (2000)

20

Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande e Santos têm entre 6% e 10% de suas populações em assentamentos precários;

Cubatão e Guarujá têm, respectivamente, 46% e 37% da população em assentamentos precários. Em Cubatão, essas áreas estão concentradas nos bairros cota na Serra do Mar (área abrangida pelo programa de Recuperação Socioambiental da Serra do Mar - CDHU);

RMBS: ASSENTAMENTOS PRECÁRIOS

21

São Vicente tem 17,15% da população em situação de precariedade, concentrada em favelas de maré,como é o caso da favela México 70, uma das primeiras favelas do Estado a receber intervenções realizadas pela CDHU;

Embora Bertioga tenha uma população pequena,

destaca-se com 22% de sua população vivendo em setores onde já se inicia uma ocupação subnormal.

RMBS: ASSENTAMENTOS PRECÁRIOS

22

RMBS: Áreas de Risco

Programa Serra do Mar

Favela México 70

Cortiços de Santos

Ocupação de Encosta

Mangue

Municípios Áreas de Inundações

Áreas de Erosões

Áreas de Deslizamentos

Total por Município

Bertioga 18 1 1 20 Cubatão 11 0 8 19 Guarujá 31 12 15 58 Itanhaém 7 2 2 11 Mongaguá 10 0 3 13 Peruíbe 24 0 1 25 Praia Grande 37 0 0 37 Santos 31 0 10 41 São Vicente 90 1 8 99 TOTAL RMBS 259 16 48 323

RMBS: ÁREAS DE RISCO (2005)

23

Fonte: Agem BS – Primac (2002).

Área (ha) %

Adequados 301,35 12,86

Adequados com Restrições 140,51 6,00

Inadequados 1.901,41 81,14

Total 2.343,27 100,00

RMBSCompartimentos para Ação Habitacional

Fonte: Emplasa 2009

RMBS: COMPARTIMENTOS PARA AÇÃO HABITACIONAL (2009)

24

BERTIOGA 488,59 30,54 29,26 425,09CUBATÃO 143,86 10,96 5,22 114,66GUARUJÁ 142,53 25,85 24,34 81,53ITANHAÉM 600,23 71,67 34,53 495,21MONGAGUÁ 141,84 21,13 5,7 115,72PERUÍBE 320,15 39,39 7,59 266,88PRAIA GRANDE 147,33 54,07 8,58 84,91SANTOS 281,05 23,69 10,39 221,39SÃO VICENTE 148,95 24,07 14,89 95,14Total 2414,53 301,37 140,5 1900,53

Compartimentos (Ha)

Adequados Adequados c/ Restrições Inadequados

NOME MUNICIPIOÁREA MUNICÍPIO

(KM2)

Distribuição por município

Fonte: Emplasa 2009

RMBS: COMPARTIMENTOS PARA AÇÃO HABITACIONAL

25

Referências bibliográficas AGEM-BS. Programa Regional de Identificação e Monitoramento de Áreas

Críticas de Inundações, Erosões e Deslizamentos da Região Metropolitana da Baixada Santista. São Paulo, agosto de 2005.

ANP. Agência Nacional de Petróleo. Site: www.anp.gov.br. Vários acessos. BREGMAN, Daniel. Formação, distribuição e aplicação de royalties de recursos

naturais: o caso do petróleo no Brasil. Dissertação de Mestrado. Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, novembro de 2007.

CEM/CEBRAP. Assentamentos Precários no Brasil Urbano. Ministério das Cidades, CEM/CEBRAP, 2007.

EMPLASA. Análise das finanças públicas e da capacidade de investimento dos municípios de São Paulo. São Paulo. (em elaboração)

EMPLASA. Quadro Habitacional Metropolitano: subsídios ao Plano Estadual de Habitação de Interesse Social. São Paulo, dezembro de 2009.

IPT. Participações governamentais na renda do petróleo no Brasil. Nota Técnica 005/2009. Diretoria de Gestão Estratégica (DGE), Centro de Tecnologias Ambientais e Energéticas (CTAE). São Paulo, fevereiro de 2009.

SEADE. Site: www.seade.sp.gov.br. Vários acessos. STN. Secretaria do Tesouro Nacional. Site: www.stn.gov.br. Vários acessos.

top related