boletim #001 - 24 de junho de 2009
Post on 13-Mar-2016
216 Views
Preview:
DESCRIPTION
TRANSCRIPT
boletim semanal da Comissão Baixada Santista Pró ConfeCom
24 de junho de 2009 - Boletim #001
+ Oficina de Formação aconteceu na Estação da Cidadania, em Santos
Sociedade debate políticas de comunicação
Organizações da sociedade civil
não empresarial articulam conferências mu-
nicipais de comunicação nas nove cidades
da região metropolitana da Baixada Santis-
ta. Entre as entidades que fazem coro pela
democratização dos meios de comunicação
estão Centro Camará, Educafro, Fórum da
Cidadania de Santos, Grupo Praia Limpa,
Jornal Percurso, Movimento Novos
Praianos, ONG Projeto Zonnarte e Sindicato
dos Servidores Públicos de São Vicente.
O desafio é dar visibilidade às
pautas que tangem as políticas de
comunicação para os mais diferentes
segmentos da sociedade. Afinal, a
comunicação é um direito humano e dela
depende a garantia de todos os outros
direitos.
Entre as ações organizadas pela
Comissão, já foi realizada uma oficina de
formação na Estação da Cidadania em abril,
que contou com a presença de entidades
que fazem parte da comissão organizadora
nacional da ConfeCom, como o Coletivo
Intervozes e a Associação Brasileira de
Radiodifusão Comunitária (Abraço).
CRÉDITO
Comissão prepara
Conferências Livres
Entre as estratégias
definidas para a mobilização da
sociedade sobre as políticas
de comunicação, estão sendo
articuladas Conferências Livres
- encontros autogestionados
em escolas, sindicatos entre ou-
tros, para mobilização para a
ConfeCom.
Os eixos de discussão
propostos pela Comissão da
Baixada Santista são
Comunicação e Educação;
Diversidade Cultural,
Propriedade dos Meios e
Comunicação Pública.
Saiba como organi-
zar uma atividade você tam-
bém. Página 2
SEM DIPLOMA
Sindicato dos Jornalistas perde queda de braço no Supremo Tribunal
Federal e ninguém precisa de diploma para execer profissão. Confira
opiniões de diplomados sobre o tapa da turma de Gilmar Mendes e o
debate sobre o futuro do jornalismo e das comunicações. Páginas 4 e 5
SV realiza primeira
Conferência Livre
A Escola Estadual Luiz D'Aurea, em São
Vicente, sediou a primeira Conferência Li-
vre de Comunicação do Estado de São
Paulo. Adolescentes entre 12 e 13 anos de-
bateram violência na mídia e propostas pa-
ra a comunidade como a necessidade de
projetos de educomunicação nas escolas
e uma rádio para o bairro. Leia na próxima
edição matéria completa sobre o evento.
ACESSE
baixadasantista.pro
conferenciasp.org
Comissão Baixada Santista Pró
Conferência Nacional de Comunicação
por Isys Remião
A Comissão da Baixada Santista está tra-
balhando para que o debate em torno da
democratização da comunicação e as for-
mulações de propostas para a Conferên-
cia Nacional de Comunicação ocorram em
diversos segmentos da sociedade civil.
Por que fazer uma Conferência de Co-
municação?
Porque é um espaço em que os
cidadãos e cidadãs brasileiras poderão,
pela primeira vez, apresentar suas deman-
das e propostas de diretrizes para políti-
cas públicas de comunicação. As políticas
de comunicação no país têm sido defini-
das, de modo geral, sem a participação de-
mocrática da sociedade, resultando num
cenário de grande concentração dos mei-
os de comunicação e poucos espaços da
participação pública nas discussões sobre
o setor. O espaço público pertence a todos!
Quem pode participar da Conferência?
A Conferência terá representan-
tes do governo e da sociedade civil. Qual-
quer pessoa representante ou não de
algum segmento pode participar, levantan-
do discussões sobre o tema e formulando
propostas.
Como participar das mobilizações para
a Conferência de Comunicação?
A Baixada Santista formou uma
Comissão Pró-Conferência Nacional de
Comunicação, que atua em parceria com
a Comissão Estadual. Estamos
articulando comissões nos nove
municípios da região. Quer participar da
mobilização? Envie um email para
conferenciacombs@gmail.com
Conferências Livres
São espaços para discussão, for-
mulação de propostas e preparação de de-
legados para as Conferências Municipais e
Regionais.
A partir de junho até 20 de julho
estarão abertas as inscrições para autoges-
tão das conferências livres, ou seja, qual-
quer grupo da sociedade civil ou instituição
pode promover uma conferência livre.
Junte seu grupo. Está na hora de
discutir a mídia que temos e a que quere-
mos! Conheça o temário e as metodologi-
as propostas pela Comissão.
baixadasantista.proconferenciasp.org
Saiba mais e participe dessa dis-
cussão na nossa rede:
http://conferenciacombs.ning.com
Ou através do blog:
http://conferenciacombs.blogspot.com
+ Oficina de Formação aconteceu na Estação da Cidadania, em Santos
+ Oficina de Formação aconteceu
2
24 de junho de 2009 - Boletim #001
EXPEDIENTE
Boletim Semanal da Comissão Baixada Santista Pró ConfeCom
Revisão: Emerson Ribeiro
Diagramação: Carlos Gustavo Yoda e Emerson
Textos: Heitor Reis, Silvio Bergamini, Marcelo Gama, Mariana
Martins, Isys Remião, Leandro Fortes, Ivana Bentes e Yoda
24 de junho de 2009 - #001
produzido em software livre: Scribus
Heitor Reis (*)
Tenho uma razoável percepção
de como anda este país e os setores em
que houve Conferências Nacionais. Um
deles é o da saúde. A considerar a situa-
ção em que se encontra hoje, é difícil
imaginar que as treze conferências deli-
berativas tenham produzido algum efeito
sensível no setor. Mas gostaria de estar
errado e de ser informado, caso haja al-
go em contrário. Nada recebi de volta, du-
as semanas após ter solicitado tal coisa
em algumas listas de discussão.
Quem sabe, pela primeira vez,
poderei constatar que uma Conferência
Nacional produzirá um resultado palpá-
vel, concreto, mensurável, público e no-
tório?
Mas, então, surge um proble-
ma. Se a Confecom - Conferência Nacio-
nal de Comunicação produzir algum
resultado, ele atenderá a que interesse?
Aos empresários, os ditadores da mídia,
que dominam mais de dois terços da Co-
missão Organizadora, através de seus
representantes do poder público e de
seus representantes diretos? Ou ao dos
movimentos sociais, que caíram nesta
armadilha, agora estrangulados ainda
mais, com a redução de 82 % do verba
destinada para este fim?
- lei na íntegra
Conferência de Comunicação e Legislação Participativa
Conferência de Comunicaçãoexpõe conflitos do governo Lula
3
por Carlos Gustavo Yoda Quando Gilberto Gil assumiu o Mi-
nistério da Cultura em 2003, o entendimen-to de políticas culturais foi ampliado para um sentido antropológico. Atual ministro, o sociólogo Juca Ferreira, define que “cultura é todo campo simbólico, toda atividade que ultrapasse o limite funcional, que tenha uma carga simbólica e contribua para a subjetivi-dade”. Assim, políticas culturais envolvem um conceito muito mais amplo do que políti-cas públicas para a cultura. Elas são trans-versais a outras políticas e direitos.
Um dos principais entraves para descobrirmos a democracia cultural é formu-lar políticas que promovam e protejam a di-versidade das expressões artísticas e culturais nos meios de comunicação e que alarguem os gargalos de concentração de poder da informação. Teóricos entendem que é impossível dissociar comunicação de cultura. O próprio Ministério da Cultura já propôs algumas políticas que obtiveram sucesso - como o debate de Cultura Digital do Cultura Viva, a ratificação da Conven-ção da Unesco e os Pontos de Mídia Livre -e outros projetos que acabaram massacra-dos pelas grandes empresas midiáticas - no caso a tentativa de regulação do setor audiovisual com o anteprojeto de criação da Ancinav.
Assim, participação de artistas e pensadores do assunto é fundamental na 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) que se aproxima. Além das in-certezas sobre os temas que estarão em pauta e como acontecerão as etapas lo-cais e estaduais (que antecederão o gran-de encontro em Brasília, nos dia 1, 2 e 3 dezembro), a sociedade civil não empresari-al preocupa-se em criar uma arena de deba-tes sem tabus e com a presença dos mais diferentes segmentos sociais. A intenção é que o processo seja marcado não apenas como uma discussão de técnicas e tecnolo-gias, mas que seja uma ampla reflexão so-
bre democracia e a sociedade que queremos.
A Conferência é reivindicada des-de 2006 por entidades como o coletivo Inter-vozes, Conselho Federal de Psicologia e Associação Brasileira de Radiodifusão Co-munitária que formaram em 2007 a Comis-são Nacional Pró-Conferência de Comunicação, estabelecendo diálogo com governo. culminou no anúncio do presiden-te Lula durante o Fórum Social Mundial, em Belém do Pará, afirmando a convoca-ção da Conferência ainda para este ano. Em 16 de abril, o decreto de convocação da Confecom foi publicado e a as entida-des que compõem a comissão organizado-ra foram estabelecidas pelo Ministério das Comunicações (MiniCom), responsável pe-la organização.
Para acompanhar os passos do mi-nistro das Comunicações, Hélio Costa, Lu-la convocou os ministros Luiz Dulci e Franklin Martins (secretarias Geral da Presi-dência e Comunicação Social, respectiva-mente). Durante coletiva de imprensa por ocasião da criação da comissão organizado-ra, Dulci afirmou que não existem temas ta-bus a serem conferidos. Entre os
interesses que estarão em pauta nos dia 1, 2 e 3 de dezembro em Brasília, o minis-tro da Cultura quer afirmar as rádios comu-nitárias e possibilitar a experiência de TVs comunitárias, a regionalização do acesso a exibição e veiculação dos conteúdos e democratizar os meios de comunicação pa-ra que a produção independente tenha acesso aos meios de difusão.
“O Brasil é muito resistente em mudar a legislação. Até hoje, não conse-guimos regulamentar o capítulo da comuni-cação na Constituição, como está previsto. Os interesses são muito grandes e pode-ros. Mas o povo brasileiro vai conseguir fa-zer isso”, acredita o ministro Juca Ferreira. O Ministro da Cultura refere-se aos artigos 221 a 224 da Constituição que afirma, en-tre outros pontos, que “os meios de comu-nicação não podem ser objeto de monopólio ou oligopólio” e que a programa-ção de radiodifusores deve atender princí-pios como preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informati-vas; promoção da cultura nacional e regio-nal e estímulo à produção independente.
- Leia na íntegra
Blog da Petrobras provoca debate sobre jornalismo e acesso à informaçãopor Mariana Martins
A decisão da Petrobras de criar um blog para disponibilizar diretamente in-formações e comentar a cobertura feita so-bre si neste momento de turbulência por
que passa a empresa agitou a pauta da mí-dia brasileira na última semana. Debates envolvendo ética no jornalismo, liberdade de imprensa e expressão, acesso à informa-ção e direito à comunicação pautaram as discussões tanto da grande mídia comerci-al quanto dos veículos alternativos e blogs de jornalistas renomados.
O blog “ Fatos e Dados” foi criado pela Petrobras, segundo o próprio, para apresentar fatos e dados recentes sobre a empresa e posicionamentos acerca de questões relativas à Comissão Parlamen-tar de Inquérito (CPI) criada em 15 de maio para investigar supostas fraudes da esta-tal. A página eletrônica, que foi ao ar pela primeira vez no último dia 2 e tem tido uma
média de mais de 20 mil acessos por dia, passou a divulgar também as respostas da-das pela empresa às perguntas feitas pe-los veículos de comunicação.
Foi justamente a abertura dessas informações que gerou forte reação e pro-vocou calorosos debates. Acusada por jor-nais como Folha de São Paulo, O Globo e O Estado de São Paulo de quebrar a confi-dencialidade das perguntas envidas pelos jornalistas e também de prejudicar o traba-lho da imprensa com a publicação anteci-pada de perguntas e respostas, a Petrobras justifica a iniciativa pelos equívo-cos das edições feitas pelos jornais.
- leia mais
baixadasantista.proconferenciasp.org
PÉSSIMA NOTÍCIA
por Marcelo GamaHá tempos o judiciário, aqui
representado pelo Supremo Tribunal Federal, é defensor dos endinheirados. A classe dos jornalistas diplomados jamais se mobilizou por conta disso.
Há tempos Gilmar Mendes achincalha o País, vide, para ser
econômico, o caso Daniel Dantas. Tampouco houve levante por parte da imprensa diplomada. As minguadas vozes contrárias ao presidente do STF, como a de Mino Carta (jornalista fodão, que jamais pisou em uma faculdade), foram devidamente enquadradas. Mendes os processou. E eles ficaram sozinhos.
Há tempos o ensino superior de baixa qualidade vem espalhando seus tentáculos, trazendo consigo milhares de diplomas de jornalismo a serem comprados. Onde estava a dita Imprensa?
Bastava a metade dos formandos que fez juras de amor ao compromisso com a verdade durante a colação de grau cumprir essa promessa. Teríamos, então,
um judiciário um pouco mais sério, menos faculdades caça-níqueis e o mínimo de respeito à profissão que exercem.
A morte do diploma coroa a apatia de uma geração dominada por pretensos jornalistas que, com a mesma desfaçatez de Gilmar Mendes, atropela os fatos para manter seus empregos. Esconde crimes, estatísticas, imagens. Cria falsos heróis. Convenhamos, os patrões levaram tempo demais para perceber que não precisam de universitários para escrever o que mandam.
Lamente-se pelo jornalismo, cada vez mais raro por estas bandas. Pelos diplomados, não.
+ Sindicatos promoveram vigília no Supremo Tribunal Federal
4 24 de junho de 2009 - Boletim #001
por Leandro FortesO fim da obrigatoriedade do diplo-
ma para o exercício do jornalismo é uma derrota para a sociedade brasileira, não esta que discute alegremente conceitos de liberdade de expressão e acredita nas flo-res vencendo o canhão, mas outra, excluí-da da discussão sobre os valores e os defeitos da chamada “grande imprensa”. São os milhões de brasileiros informados por esquemas regionais de imprensa, aí in-cluídos jornais, rádios, emissoras de TV e sites de muitas das capitais brasileiras, cu-jo único controle de qualidade nas reda-ções era exercido pela necessidade do diploma e a vigilância nem sempre eficien-te, mas necessária, dos sindicatos sobre o cumprimento desse requisito.
Tenho ouvido, há anos, como con-tinuei ouvindo, hoje, quando o STF decidiu por oito votos a um acabar com a obrigato-riedade do diploma, essa lengalenga inter-minável sobre os riscos que a liberdade de expressão sofria com a restrição legal a candidatos a jornalistas sem formação aca-dêmica específica. Esse discurso enviesa-do de paixão patronal, adulado aqui e ali por jornalistas dispostos a se sintonizar com os sempre citados países do Primeiro Mundo que não exigem diploma, gerou uma percepção falaciosa, para dizer o mí-nimo, de que para ser jornalista basta ape-nas ter jeito para a coisa, saber escrever, ser comunicativo ou, como citou um des-ses ministros do STF, “ter olho clínico”. Foi baseado nesse amontoado de bobagens, dentro de uma anti-percepção da realida-de do ofício, que se votou contra o diplo-ma no Supremo.
Conheço e respeito alguns (pou-cos) jornalistas, excelentes jornalistas, que sempre defenderam o fim do diploma, e não porque foram cooptados pelo patrona-to, mas por se fixarem em bons exemplos e na própria e bem sucedida experiência.
São jornalistas de outros tempos, de ou-tras redações, de outra e mais complexa realidade brasileira, mais rica, em vários sentidos, de substância política e social. Não é o que vivemos hoje. Não por acaso, e em tom de deboche calculado, o minis-tro Gilmar Mendes, que processa jornalis-tas que o criticam e crê numa imprensa controlada, comparou jornalistas a cozi-nheiros e costureiros ao declarar seu voto pelo fim da obrigatoriedade do diploma. É uma maneira marota de comemorar o fim da influência dos meios acadêmicos de es-querda, historicamente abrigados nas fa-culdades de jornalismo, na formação dos repórteres brasileiros.
Sem precisar buscar jornalistas formados, os donos dos meios de comuni-cação terão uma farta pescaria em mar aberto. Muito da deficiência dessa discus-são vem do fato de que ela foi feita sem-pre pelo olhar da mídia graúda, dos jornalões, dos barões da imprensa e de seus porta-vozes bem remunerados. Eu,
que venho de redações pequenas e mal amanhadas da Bahia, fico imaginando co-mo é que essa resolução vai repercutir nas redações dos pequenos jornais do interior do Brasil, estes já contaminados até a me-dula pelos poderes políticos locais. Arrisco um palpite: serão infestados por jagunços, capangas, cabos eleitorais e familiares.
O fim da obrigatoriedade do diplo-ma vai, também, potencializar um fenôme-no que já provoca um estrago razoável na composição das redações dos grandes veí-culos de comunicação: a proliferação e a expansão desses cursinhos de trainee, fá-bricas de monstrinhos competitivos e dou-trinados para fazer tudo-o-que-seu-mestre-mandar. Ao invés de termos viabilizado a melhoria dos cursos de jornalismo, de ter-mos criado condições para que os grandes jornalistas brasileiros se animassem a dar aulas para os jovens aspirantes a repórte-res, chegamos a esse abismo no fundo do qual se comemora uma derrota.
De minha parte, acho uma pena.
Agora doeu, né?
por Silvio Bergamini
Para adicionar opinião e argu-
mentos. Hoje a profissão COMUNICA-
DOR é dividida principalmente entre
jornalistas, publicitários e os relações pú-
blicas. Os editores também enquadram-
se como comunicadores.
Das quatro profissões duas tem o
respeito legal e o amparo ao trabalho: jorna-
listas e relações públicas.
Os publicitários não tem profissão
regulamentada. Por esta razão "qualquer
um" cria, planeja, define comunicação. São
dois aspectos para a publicidade. A ética du-
vidosa de muitos dos francos atiradores, e
temos visto como é terrível a falta de ética
no segmento e a perda financeira dos anun-
ciantes.
Engenheiros, veterinários, adminis-
tradores de empresas, todos querem meter
o bedelho na comunicação publicitária e na
propaganda. Até pessoas não formadas e
que sequer possuem segundo grau, primei-
ro grau.
Se o ensino é deficiente no primei-
ro e segundo grau pode-se perceber a ra-
zão da falta de ética, de técnica, de
respeito ao dinheiro do anunciante. Anunci-
ante é comércio, é geração de empregos e
riquezas. Na mão de verdadeiros esteliona-
tários, oportunistas, escroques, temos as-
sim a riqueza social severamente
comprometida.
Jornalistas são regulamentados
faz décadas. Evidentemente donos de jor-
nais, políticos (ah, esses...), empresários
de vocação duvidosa, querem liberdade pa-
ra NÃO PAGAR, para NÃO OBEDECER PA-
DRÕES ÉTICOS, PARA NÃO TER EM
SUAS REDAÇÕES ALGUÉM COMPROME-
TIDO COM O LEITOR E NÃO COM O CAI-
XA. Para que a BOA TÉCNICA jornalística
confunda-se com interesses econômicos co-
mo AQUELES QUE CRIARAM REVISTAS
de puro "merchandising" disfarçadas de jor-
nalismo.
Diploma sim. Evidentemente. Qual
o argumento contra? Falta de liberdade de
expressão? Não é. Não mesmo. A constitui-
ção garante liberdade de expressão. A qual-
quer um. Basta identificar-se. Mas querem
impingir à sociedade falsos repórteres, fal-
sos redatores noticiosos, falsos produtores
de matérias jornalísticas para assim fazer
com que a propaganda enganosa, a propa-
ganda política, a propaganda disfarçada se-
ja lida como verdade pela sociedade.
Diploma sim. O coração de
estudante, aquele que enfrenta polícia que
intimida dentro do Campus da
Universidade, que se rebela e cria
MOVIMENTOS COMBATIVOS, que reage
às balas e às bombas com flores, leva, até
sua morte, o grito de liberdade e de defesa
da comunidade.
Diploma sim. Pois escroques que
invadem a publicidade invadirão as
redações quando patrões, políticos
malfeitores, interesses corporativistas
escusos atacarem o sagrado direito do
jovens de tornarem-se JORNALISTAS.
Midialivristas de to-
do o Brasil e uma
quantidade significati-
va de professores e es-
tudantes de
Comunicação são A FA-
VOR da formação superi-
or em Jornalismo, em
Rádio e TV, em Publicida-
de, em Cinema e em TODAS as
habilitações de Comunicação e
ao mesmo tempo CONTRA a exigência corpo-
rativa do Diploma APENAS para exercer a pro-
fissão de jornalista, o que "exclui" as demais
habilitações do exercício desta profissão e exclui
os fazedores de mídia e midialivristas vindos dos
mais diferentes campos do conhecimento e com a
mais diversa formação.
Por que a FENAJ e outras entidades corporati-
vas não esclarecem que o fim da exigência de Diplo-
ma para trabalhar em jornalismo não significa o fim
do Ensino Superior em Jornalismo? Que os Cursos
de Comunicação e de Jornalismo não vão acabar
com o fim dessa exigência? Que centenas de Cursos
Superiores extremamente bem sucedidos e disputa-
dos, inclusive no campo da Comunicação (como Publici-
DIPLOMA LIVRE
dade) não tem exigência de diploma para exercer a
profissão e são um sucesso com enorme demanda?
Ao invés de esclarecer que são duas coisas
distintas, confundem a todos! É a pedagogia da de-
sinformação e do "medo", a pedagogia da "reserva
de mercado" para UM único grupo de profissionais,
os "jornalistas", tirando a oportunidade e a emprega-
bilidade de tantos outros jovens formados em Comu-
nicação e não reconhecendo a potência da Mídia
Livre.
Nada justifica esta "excepcionalidade"
no cenário das mídias digitais! A não ser....o
corporativismo.
A exigência do diploma pode acabar na
quarta-feira mesmo (o Supremo Tribunal Federal in-
cluiu na pauta da sessão de quarta-feira, dia 10 de ju-
nho, o julgamento do Recurso Extraordinário RE
511961 que extingue a exigência de diploma para
exercer jornalismo) que os Cursos de Comunicação
e a habilitação em jornalismo e a formação superior
NÃO vão acabar!
A Comunicação e o jornalismo são importan-
tes demais para serem "exclusivas" de um grupo de
"profissionais". A Comunicação e o jornalismo hoje
são um "direito" de todos, que devem ser exercidos
por qualquer brasileiro, com ou sem diploma.
5
baixadasantista.proconferenciasp.org
por Ivana Bentes
Diploma sim. Evidentemente
MANIFESTAÇÃO
- A Regional de Santos, Baixada Sa-
ntista e Vale do Ribeira promoveu na
segunda-feira (22), às 19 horas, na
Câmara de Vereadores de Santos,
uma grande manifestação contra a -
decisão do STF. Não fique de braços
cruzados e lute em favor do diploma.
Regional de Santos,
Baixada Santista e Vale
do Ribeira
Sindicato dos Jornalistas
Profissionais no Estado
de São Paulo
"
Regionalização da publicidade
gera reações da grande mídia
por Mariana MartinsA estratégia do governo federal
para os investimentos em publicidade
governamental vem provocando intensos
debates no último mês. A divulgação do
crescimento de 961% dos meios de
comunicação utilizados para a veiculação
de anúncios, sem acréscimo expressivo
no valor gasto por outras gestões, foi
recebida de forma crítica pela grande
mídia comercial e de maneira
esperançosa por veículos de menore
porte.
Em matéria publicada na Folha
de São Paulo no dia 31 de maio,
Fernando Rodrigues expôs de forma
minuciosa o movimento de pulverização
dos investimentos em propaganda
promovido pela Secretaria de
Comunicação Social do governo
(Secom). Em 2008, o governo divulgou
peças publicitárias em 5.297 veículos,
sendo 2.597 rádios e 297 TVs, número
muito superior aos 499 meios de
comunicação que recebiam recursos para
fins de promoção em 2003. Nesse
período, o número de municípios
atingidos pelos anúncios do Executivo
Federal cresceu de 182 para 1.149.
O texto explicita a orientação
editorial do jornal ao realizar uma
comparação inoportuna entre a
publicidade das empresas privadas e do
governo federal para sugerir uma
desproporção na estratégia desse último.
Junto a uma coluna de Fernando Barros
e Silva, editor de Brasil do mesmo jornal,
a reportagem gerou repercussão entre
jornalistas e meios de comunicação.
Barros e Silva apelidou a política
de “bolsa-mídia” e acusou-a de “compra
de mídia de segundo e terceiro escalões”.
+ Em 2008, o governo divulgou peças publicitárias em 5297 veículos
6
24 de junho de 2009 - Boletim #001
São Vicente - dia 22
Conferência Livre na Escola Estadual Luiz D'Aurea -
São Vicente - Rua 8, 119 - informações: 3566-1259
Rio de Janeiro - dia 22
Audiência Pública na Assembléia Legislativa com o
apoio da Comissão de Cultura da Alerj
Brasília - dia 23
Audiência Pública sobre a Conferência Nacional e
Distrital
Fortaleza - dia 25
Debate no Sindicato dos Jornalistas do Ceará
Belém - dia 26
Audiência Pública na Assembléia Legislativa do
Pará sobre a realização da 1ª ConfeCom Estadual
São Paulo - dia 27
Seminário “Propostas concretas para a
democratização dos meios de comunicação”
Porto Alegre - dia 24 a 27
10º Fórum Internacional de Software Livre
O editor da Folha de S. Paulo sugere uma
relação entre o movimento de
diversificação dos investimentos
publicitários e a avaliação popular do
presidente da república, afirmando que
“essa mídia de cabresto que se consolidou
no segundo mandato ajuda a entender e a
difundir a popularidade do presidente. E
talvez explique, no novo mundo virtual, o
governismo subalterno de certos blogs que
o lulismo pariu por aí”.
Governo rebate críticas
Segundo Ottoni Fernandes
Júnior, subchefe-executivo da Secom, a
estratégia de pulverização e
regionalização das campanhas do
governo federal não é nova e é colocada
em prática desde a gestão do ex-ministro
Luiz Gushiken, que dirigiu a pasta até
2005.
Para Fernandes Júnior, a
regionalização da distribuição das verbas
publicitárias é um movimento natural e a
comparação do investimento em
propaganda do governo com o de
empresas privadas é um erro. “A função
das propagadas de um e de outro
[governo e empresas privadas] é
completamente diferente. As empresas
têm foco na venda dos seus produtos, no
consumo, e o nosso foco são nos direitos
e deveres do cidadão.”
- confira na íntegra
AGENDA da SEMANA
top related