as comunidades agropastoris- 5ºano- prof .alice

Post on 22-Dec-2014

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As Comunidades Agro-Pastoris

Há cerca de 10 000 anos atrás o Homem fez uma descoberta maravilhosa…

… descobriu que as plantas tinham origem numa pequena semente lançada na terra. Uma simples semente podia dar origem a centenas de outras sementes iguais a ela. Regando-as e esperando pacientemente pelas colheitas, o Homem tinha ao seu dispor uma fonte de alimentação permanente.

O trabalho da terra era duro e exigia a dedicação de toda a comunidade. O Homem abandonou a vida nómada e tornou-se sedentário. Deixou de ser recolector e passou a ser produtor, uma vez que era capaz de produzir o seu próprio alimento.

Outra espantosa descoberta que aconteceu mais ou menos em simultâneo com a descoberta da agricultura foi a domesticação de animais. Depois do cão, os primeiros animais domesticados foram a cabra, a ovelha, o porco e a vaca. Reproduzindo estes animais em cativeiro, o Homem tinha o seu sustento assegurado. Para além da carne, os animais forneciam-lhe também o leite, a lã que utilizava na tecelagem e as peles com que se cobria.

Alguns animais de grande porte como bois, vacas, burros ou cavalos passaram a ser utilizados como força de trabalho nos campos, puxando arados ou charruas, carregando feixes de lenha ou molhos de cereal ou servindo de montada ao próprio homem.

As Comunidades humanas, não precisando de se deslocar continuamente à procura de caça e de frutos, passaram a viver próximo das terras que cultivavam para melhor se defenderem enquanto esperavam pelas colheitas. Passaram a viver sempre no mesmo lugar e tornaram-se comunidades sedentárias. Construíram-se os primeiros povoados, a que na Península Ibérica damos o nome de Castros.

As casas tinham geralmente forma circular ou quadrangular e uma única divisão. O telhado era de madeira ou colmo e as paredes de pedra ou argila amassada com palha (taipa) ou adobe. Por vezes, nas margens dos lagos e rios, as comunidades humanas construíam habitações sobre estacarias. A estas dá-se o nomes de construções lacustres ou palafitas.

Na aldeia, todos os membros colaboravam executando as tarefas do dia a dia. A par do trabalho agrícola e da pastorícia, surgiram novas actividades artesanais…

Fotografia: Reconstituição de um povoado calcolítico – Parque Mineiro “Cova dos Mouros” – Martim Longo - Algarve

A olaria ou cerâmica (fabrico de vasilhas e objectos em barro)

A tecelagem (fabrico de tecidos e panos em lã ou outras fibras vegetais como o linho)

A fiação. (A lã e o linho tinham de ser fiados para poderem ser utilizados no tear).

A moldagem de instrumentos de pedra (pedra polida)

Fotografia: “Um dia na Pré-História” – Sítio Arqueológico de Alcalar (Portimão)

A cestaria (fabrico de cestos)

A metalurgia (fabrico de utensílios e objectos de metal)

A metalurgia surgiu há cerca de 6000 anos. Os primeiros metais a serem trabalhados pelo Homem foram o cobre, o ouro, a prata e o chumbo. Com eles moldavam armas (espadas, punhais, escudos…), instrumentos (foices, facas…) e objectos de adorno (colares, pulseiras, medalhões, estatuetas…). Mais tarde o Homem descobriu a forma de fundir o cobre com o estanho originando um metal mais resistente, o bronze. O ferro foi o último metal a ser fundido e utilizado pelo Homem. Só com a invasão Celta, acerca de 2500 anos é que esta técnica do fabrico do ferro chegou à Península Ibérica.

O dia a dia de uma Comunidade Agro-pastoril.

(Fotografia “Um dia na Pré-História” – Sítio arqueológico de Alcalar (Portimão)

Forno de cerâmica e molde para instrumentos de metal

(Reconstituição – Povoado calcolítico “Cova dos Mouros” – Martim Longo - Algarve)

A roda foi uma importante descoberta deste período da História. A adaptação da roda ao trenó e a combinação desta máquina com a força dos animais veio permitir uma maior facilidade nos transportes. A piroga e a canoa foram aperfeiçoadas e adaptadas às necessidades do Homem.

As Comunidades Agro-pastoris acreditavam na vida além túmulo. Enterravam os seus mortos em túmulos (alguns eram câmaras circulares, construídas com grandes pedras levantadas e cobertas por uma grande lage de pedra – as antas ou dolmens. O morto era enterrado juntamente com oferendas de alimentos, objectos pessoais e adornos. Se durante a vida terrena tivesse sido guerreiro poderia ser enterrado com as suas armas.

As Comunidades Agro-pastoris valorizavam a família. Os mais velhos, os anciãos eram normalmente os detentores do saber e, por isso, respeitados pela Comunidade tribal. A sepultura, na figura em cima, revela a preocupação da comunidade em preservar a vida terrena, na vida além túmulo. Acreditava-se que, assim como as plantas germinam e morrem, para no ano seguinte voltarem a viver, também os mortos passavam para o outro mundo, continuando o ciclo de vida.

As Comunidades agro-pastoris praticavam cerimónias rituais e mágicas que eram exercidas por “feiticeiros”, a quem os membros da aldeia julgavam possuir poderes mágicos. Os menires, grandes blocos de pedra enterrados perpendicularmente no solo teriam certamente um significado mágico para os homens e mulheres daquele tempo – à sua volta realizar-se-iam rituais ligados à fecundidade da Terra. Os cromeleques (círculos de pedras levantadas no solo) estariam muito provavelmente ligados ao Culto solar.

Monumentos Megalíticos (antas ou dólmenes, menires e mamoas)

Espero que tenhas gostado desta viagem pela História e que tenhas ficado a conhecer algo mais sobre os teus antepassados.

Até à próxima!

O

Disciplina de História e Geografia de Portugal – 5º ano de escolaridade

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