artigo - vitimas do ddt
Post on 29-Oct-2015
104 Views
Preview:
TRANSCRIPT
-
DIANA GOMES DE OLIVEIRA MENDONA
MNICA VALRIA NASCIMENTO DE LIMA SANTIAGO
VERNICA LOUREIRO SOUZA
VITIMAS DO DDT: UM CASO DE SADE PBLICA
Rio Branco
2011
-
1
DIANA GOMES DE OLIVEIRA MENDONA
MNICA VALRIA NASCIMENTO DE LIMA SANTIAGO
VERNICA LOUREIRO
VITIMAS DO DDT: UM CASO DE SADE PBLICA
Trabalho de Concluso apresentado como requisito para a concluso do Curso de Ps Graduao de Auditoria em Servios de Sade da Unio Educacional do Norte Orientadora: Prof. MSc. Waldya Arajo Lopes de Melo e Assis
Rio Branco
2011
-
2
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Quantidade de DDT no organismo dos servidores ativos...................20
Tabela 2 Quantidade de DDT no organismo dos servidores aposentados......20
-
3
LISTA DE GRFICOS
Grfico 1 Nmero de servidores que informaram ter dor de cabea...........21
Grfico 2 Nmero de servidores que informaram ter dor de cabea
com frequncia.............................................................................................21
Grfico 3 Nmero de servidores que informaram ter problemas
respiratrios.................................................................................................22
Grfico 4 Nmero de servidores que informaram ter dor de problemas
respiratrios com frequncia.........................................................................22
Grfico 5 Nmero de servidores que reportou Queda de Cabelo...............23
Grfico 6 Nmero de servidores que reportou presena de caroo na
cabea.........................................................................................................23
Grfico 7 Nmero de servidores que reportou presena de bolhas na
cabea..........................................................................................................24
Grfico 8 Nmero de servidores que reportou cimbra...............................24
Grfico 9 Partes do Corpo onde a cimbra se apresentou por nmero de
servidores reportados.....................................................................................25
Grfico 10 Nmero de servidores que apresentou dores nas articulaes..26
Grfico 11 Partes do Corpo onde a dor articular se apresentou por nmero
de servidores................................................................................................26
Grfico 12 Nmero de servidores que reportou Coceiras/Erupes...........27
Grfico 13 Partes do Corpo onde Coceiras/Erupes se apresentaram por
nmero de servidores...................................................................................28
-
4
Grfico 14 Partes do Corpo onde Coceiras/Erupes se apresentaram por
nmero de servidores...................................................................................28
Grfico 15 Nmero de servidores que reportou gastrite.............................29
Grfico 16 Nmero de servidores que reportou problemas cardacos........29
Grfico 17 Nmero de servidores que reportou problemas de viso..........30
Grfico 18 Nmero de servidores que reportou uso de culos...................30
Grfico 19 Nmero de servidores que reportou insnia..............................31
Grfico 20 Nmero de servidores que reportou ansiedade.........................32
Grfico 21 Nmero de servidores por distrbio de ansiedade....................32
-
5
RESUMO
Objetivo: O presente estudo teve por objetivo conhecer as enfermidades
apresentadas pelos ex e atuais servidores do Ministrio da Sade atravs da
Fundao Nacional de Sade, que trabalharam com o inseticida DDT no Estado do
Acre, os quais, atravs de uma Comisso denominada Luta pela Vida esto
procurando por seus direitos sade, pois, muitos j foram a bito sem que nenhum
estudo tenha sido realizado para tal situao. Mtodos: Pesquisa bibliogrfica sobre
o produto txico o DDT, numa primeira etapa seguida de elaborao de
questionrio para pesquisa de campo, enumerando-se vrios itens que pudessem
fundamentar o entendimento do problema. Concluso: Confrontando-se o tema j
amplamente discutido cientificamente e a pesquisa realizada, e ainda, pelo prprio
reconhecimento do Poder Pblico Federal e Estadual dos danos causados pelo
produto DDT, pode-se confirmar a necessidade de atendimento de sade s vtimas
do pesticida.
PALAVRAS-CHAVE DDT, Intoxicao, Sade Pblica.
-
6
ABSTRACT
Objective: The present study had the objective of knowing the diseases presented by
former and current civil servants from the Ministry of Health through the National
Health Foundation, who worked with the insecticide DDT in the state of Acre, which,
through a committee called "Fight for Life "are looking for their rights to health, as
many have died without the development of a study for such situation. Methods:
Bibliographic research about the pesticide DDT was made as a first step and then,
a questionnaire for field research was elaborated, listing up several items that could
substantiate the understanding of the problem. Conclusion: Confronting the topic
already widely discussed scientifically and the research conducted, and yet, by the
Federal Government recognition of the damage caused by DDT product , confirm the
need for health care to the victims of the pesticide.
KEY WORDS DDT, Toxicity, Public Health.
-
7
SUMRIO
1. INTRODUO ...................................................................................................... 8
1.1. VISO GERAL ............................................................................................... 8
1.2. DDT: ORIGEM, CAUSAS E EFEITOS ......................................................... 10
1.3. TOXICIDADE DO DDT ................................................................................. 11
1.4. CONTAMINAES DOS ALIMENTOS ....................................................... 13
1.5. RESTRIES BRASILEIRAS AO USO DO DDT ........................................ 15
2. MATERIAL E MTODOS ................................................................................... 17
2.1. DELINEAMENTO DO ESTUDO E AMOSTRAGEM E COLETA DE DADOS ..
..................................................................................................................... 17
2.2. PROCESSAMENTO E ANLISE DOS DADOS ........................................... 17
3. RESULTADOS E DISCUSSO .......................................................................... 19
4. CONCLUSO ..................................................................................................... 36
5. REFERNCIAS .................................................................................................. 38
6. APNDICES ....................................................................................................... 40
6.1. APNDICE A................................................................................................ 40
-
8
1. INTRODUO
1.1. VISO GERAL
No Brasil, a divulgao a respeito dos efeitos malficos do uso do inseticida
DDT (Dicloro-Difenil-TRICLORETANO) a partir de 1945, e mais precisamente, com a
implantao da Campanha de Erradicao da Malria CEM, na dcada de 1965,
pelo governo Federal, no foram feita de forma precisa, escondendo-se os reais
efeitos danosos do inseticida. A toxicidade do produto to elevada ao ser humano,
animais e ao prprio meio ambiente que seu uso fora suspenso na Grcia em 1970
e nos Estados Unidos em 1972, aps divulgao da obra Primavera Silenciosa da
autora Raquel Canson (1962).
Com a utilizao do DDT em todo o territrio nacional, o governo federal na
nsia de combater a malria, criou outro problema de sade pblica: a
contaminao por intoxicao dos agentes pblicos, que trabalharam com a
aplicao do produto nas residncias, os quais, ao longo dos anos, passaram a
sentir sintomas no sistema nervoso central, resultando em alteraes de
comportamento, distrbios sensoriais, do equilbrio, da atividade da musculatura
involuntria e depresso dos centros vitais, particularmente, da respirao.
Com a implantao da Campanha de Erradicao da malria, em 1965, o
DDT foi amplamente aplicado em todo o territrio nacional, poca em que foram
contratados os guardas de endemias (os chamados mata mosquitos) que aplicavam
o inseticida nas paredes de residncias usando apenas como proteo um uniforme
de tecido cqui e um capacete de alumnio.
Para admisso era feito um curso com todas as orientaes tcnicas para o
manuseio e aplicao do DDT. As orientaes eram ministradas pelos inspetores
gerais, tcnicos selecionados nos estados, que faziam o curso na Escola Nacional
de Sade Pblica do Instituto Osvaldo Cruz Manguinhos Rio de Janeiro, e a
parte prtica nas favelas do Rio de Janeiro, sendo o primeiro curso realizado no ano
de 1966.
-
9
Neste curso era oferecida uma disciplina denominada Operaes de
Inseticida, que consistia nas orientaes com o manuseio e aplicao do DDT nas
frmulas DDT - Po 75% (para paredes permeveis), DDT Pasta concentrada 80%
(para casas pintadas de paredes permeveis) e DDT soluo 100% - mistura de
DDT puro, grau tcnico mais querosene para casas pintadas com tinta a leo
(impermeveis). Os dois primeiros eram solveis com gua. A carga do DDT- p de
0, 670 gramas ou 1 litro de pasta misturada com 10 litros de gua. O DDT puro
misturava-se 10 quilos para 200 litros de querosene. O efeito deste inseticida era o
pior de todo txico em alto grau. Para a aprendizagem de aplicao usava-se um
painel de 19 m2, onde a dedetizao tinha que deixar na parede 0,2 gramas por m,
quantidade suficiente para matar os mosquitos transmissores de doenas pelo
perodo de seis meses, tanto que as borrifaes eram semestrais, para manter o
efeito residual permanente do produto.
Nos referidos cursos, e todos os demais, jamais foi dada qualquer orientao
sobre os efeitos txicos do DDT para o ser humano, e que nunca aconteceria por
contato ou por inalao, a no ser que fosse ingerido. Este foi, talvez, o maior erro
do Governo Federal brasileiro, atravs do Ministrio da Sade em no atentar para
os efeitos toxicolgicos do DDT para com o homem e o meio ambiente. Sequer foi
observado que o produto j tinha sido banido em vrios outros pases.
Assim, o governo brasileiro tentando combater uma ao de sade pblica no
combate malria, criou outro problema que foi a intoxicao de seus agentes
atravs do DDT, isto porque, jamais foram alertados sobre os efeitos nocivos que o
pesticida causaria ao organismo do ser humano. O resultado no poderia ser outro:
intoxicao crnica pelo produto, vrias doenas provenientes do mau uso do
pesticida, seqelas e morte.
Os servidores da ex-SUCAM (Superintendncia de Campanhas de Sade
Pblica) dos estados do Rio de Janeiro e do Par, foram os primeiros a afirmarem
que o DDT antecipava a morte ou que deixava profundas seqelas. No Acre, aps a
morte de alguns servidores aposentados e da ativa, pelo grande nmero de
servidores reclamando de doenas e pela variedade de sintomas, foi formada uma
Comisso Luta pela Vida, liderada pelo servidor Aldo Moura da Silva, que iniciou
um movimento de alerta ao governo estadual e federal, sobre os problemas de
sade que ex e atuais servidores, que trabalharam com o DDT, vinham e vm
-
10
enfrentando, sem nenhuma assistncia pblica com o risco de morrerem
prematuramente.
Com a exposio dos problemas de sade pela Comisso, o caso ganha
repercusso nacional. O governo estadual e federal, pressionado pelo Ministrio
Pblico Federal do Acre e pela Comisso de Direitos Humanos da Assemblia
Legislativa do Acre (ALEAC), que apresentou um Relatrio sobre o caso, com
depoimentos de vrios servidores, forneceu assistncia gradual aos agentes.
Existem aes judiciais de servidores junto Unio e Projetos de Lei tramitando no
Congresso Nacional visando indenizaes pelos danos causados.
Por se considerar que o problema de sade dos ex e atuais servidores de
relevncia nacional, que tem como vtima o ser humano, optou-se pelo tema em
questes, com a realizao de pesquisa, de forma a fundamentar o trabalho de
concluso do curso permitindo o aproveitamento cientifico e prtico que o caso
oferece.
1.2. DDT: ORIGEM, CAUSAS E EFEITOS
Para encontrar resposta aos problemas de sade dos servidores que tiveram
contato com o pesticida DDT, foi elaborado um questionrio (anexo I) buscando-se
alcanar amostragem de trs grupos distintos: dos servidores aposentados, dos
ativos e dos casos de bitos. As perguntas constantes do questionrio englobam
situaes inerentes aos trs grupos de forma a enumerar, conhecer e confrontar as
diversas causas de doenas que transformaram os servidores em vitimas, ou seja,
com bitos ou que permanecem enfrentando doenas, sem esperana de cura, em
face da toxidade adquirida.
O DDT com a denominao Dicloro-Defenil-Tricloroetano o primeiro
pesticida moderno tendo sido largamente usado aps a Segunda Guerra Mundial
para combate dos mosquitos da malria e do tifo. O DDT foi sintetizado em 1874,
mas apenas em 1939 que um qumico suo, Paul Muller, descobriu suas
propriedades inseticidas. Por esta descoberta, foi merecedor do Prmio Nobel de
Medicina, em 1948, por constatar a eficincia do DDT para a erradicao de vrios
tipos de artrpodes. Sua formulao se d pela reao entre o Cloral e o Cloro
-
11
benzeno, usando-se o cido sulfrico como catalisador pertencente ao grupo
Organoclorado, conforme est demonstrado nas propriedades fsico-qumicas.
1.3. TOXICIDADE DO DDT
Embora o DDT atravesse facilmente o exoesqueleto quitinoso dos insetos,
ele pouco absorvido pela pele humana, o que explica sua relativa baixa toxicidade
a nvel tpico. O ser humano pode ser contaminado por exposio direta (inalao)
ou por alimentos contaminados com DDT e outros pesticidas organoclorados. Sendo
lipossolvel, possui aprecivel absoro tecidual. facilmente absorvido pelas vias
digestivas e respiratrias. Devido grande lipossolubilidade e lenta metabolizao,
os organoclorados acumulam-se na cadeia alimentar e no tecido adiposo (Brasil,
1997).
Conforme o Manual de Vigilncia da Sade de Populaes Expostas a
Agrotxicos:
os pesticidas organoclorados, entre os quais se inclui o DDT, atuam sobre o sistema nervoso central, particularmente alterando a homeostasia dos ons sdio e potssio nas membranas dos neurnios, provocando impulsos constantes, que resultam em alteraes de comportamento, do equilbrio, distrbios sensoriais, atividade involuntria da musculatura e depresso dos centros vitais, particularmente da respirao (Brasil, 1997).
A intoxicao aguda nos seres humanos caracteriza-se por cloracnes, na
pele, e por sintomas inespecficos, como dor de cabea, tontura, convulses e
insuficincia respiratria (OMS, 1982).
Em casos de intoxicao aguda, aps 2 h surgem os sintomas neurolgicos
de hiperexcitabilidade, parestesia na lngua, lbios e membros inferiores,
desconforto, desorientao, fotofobia, cefalias persistentes, fraqueza, vertigem,
alteraes de equilbrio, tremores, ataxia, convulses tnico-clnicas, depresso
central severa, coma e morte (Brasil, 1997).
Os sintomas especficos podem ocorrer em caso de inalao ou absoro
respiratria, como tosse, rouquido, edema pulmonar, irritao laringotraqueal,
rinorria, bradipnia, hipertenso e broncopneumonia (esta ltima uma complicao
freqente) (Brasil, 1997).
-
12
As manifestaes crnicas consistem em neuropatias perifricas, incluindo
paralisias, discrasias sangneas diversas que podem at ser conseqncias de
aplasia medular, leses hepticas com alterao das enzimas transaminases e
fosfatasse alcalina, leses renais e arritmias.
De todos os pacientes atendidos no Centro de Controle de Intoxicaes (CCI)
do Hospital Universitrio da UNICAMP, no perodo de janeiro de 1984 a junho de
1985, 30% estavam intoxicados por inseticidas, equivalendo a 592 casos. Dentro
deste grupo, 141 casos (23,8%) eram por pesticidas organoclorados19. Isto ocorreu
antes da proibio da comercializao e uso de inseticidas organoclorados pelo
Governo Federal (Brasil, 1985, p. 12941).
Em um estudo sobre a associao da presena do metablito 2,2-bis-p-
clorofenil-1,1-dicloroetileno (DDE) no tecido adiposo de pacientes com 6 tipos de
cncer (fgado, pncreas, seio, tero, mieloma mltiplo e linfoma no Hodgkin), os
resultados encontrados por Cocco et al. (2000, p.108) no indicaram correlao para
a maioria deles. Embora no se tenha encontrado correlao positiva entre cncer
heptico e DDT em pessoas negras, esta correlao apareceu no segmento
formado por indivduos brancos. Com base neste achado e na j conhecida
associao entre cncer heptico e DDT em camundongos, os autores afirmaram
que novos estudos devam ser feitos sobre o assunto, a fim de confirmar ou rejeitar a
hiptese de associao.
O DDT tambm um potente indutor das enzimas hepticas do citocromo P
450, que promovem a ativao de outras substncias carcinognicas, como a
Aflatoxina B1 e a ciclofosfamida. A presena de DDT potencializa, portanto, os
efeitos destes carcingenos (Paumgartten, 1997).
A eliminao se d pela urina, cabendo destacar tambm a importante via de
eliminao pelo leite materno (Brasil, 1997), colocando em exposio elevada bebs
lactentes. Vannuchi (1988) observou em Londrina, em 1984, uma contaminao de
leite materno de 0,142 mg/kg de p,p'- DDT + p,p'- DDE, indicando que os bebs
estavam ingerindo uma concentrao maior que o estipulado posteriormente pelo
Codex Alimentarius (FAO/WHO, 1996, p.28), para leite de vaca (0,05 mg/kg [ppm]).
O que indica que a situao destas crianas era crtica.
Beretta e Dick (1994), em um levantamento realizado em mulheres lactantes
da zona urbana de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, entre 1987 e 1988,
encontraram valores mdios de 2,98 ppm (g/g de gordura do leite), de DDT (DDT +
-
13
DDE + DDD) variando entre 0,32 e 12,4 ppm. Das amostras analisadas, 73%
excediam o limite de 1,25 ppm. E dentre os constituintes de DDT, p,p'- DDE chegava
proporo de 95%, com uma concentrao mdia de 2,53 ppm. Segundo as
autoras, a lei federal que proibiu em todo territrio nacional a comercializao, o uso
e a distribuio de produtos organoclorados destinados agropecuria, promulgada
em 1985 (Brasil, 1985, p. 12941) no estava sendo obedecida.
1.4. CONTAMINAES DOS ALIMENTOS
O DDT j era contra-indicado no tratamento de ectoparasitos do gado leiteiro,
antes de ser proibido, porque eliminado pelo leite, alm de ser armazenado no
tecido adiposo. A ocorrncia de nveis txicos na carne e no leite concorreu para a
proibio de sua fabricao e comercializao (Pardi, 1993).
J foi registrada contaminao por DDT e outros organoclorados na Amrica
Latina em carne bovina, carne de aves, leite, frutas, hortalias, legumes, cacau,
arroz e at mesmo em leos, de milho, soja, girassol e oliva. No caso dos produtos
de origem vegetal, este pode ser contaminado tanto por absoro foliar aps
asperso, quanto por translocao atravs do solo (OMS, 1982)
A partir da Segunda Guerra Mundial o DDT foi amplamente utilizado no
mundo, com aplicao na agropecuria e a seguir no combate aos demais
artrpodes causadores de doenas tais como: malria, tifo, doenas de chagas e
dengue. A introduo do DDT para uso no combate a pragas, o mais poderoso
pesticida que o mundo j conhecera, terminou por mostrar que a natureza
vulnervel interveno humana.
A maior parte dos pesticidas efetiva contra um ou outro tipo de insetos, mas
o DDT era capaz de destruir de imediato centenas de espcies diferentes de insetos.
Quando o DDT se tornou disponvel para uso tambm por civis, poucas pessoas
desconfiavam do maravilhoso produto, talvez apenas aquelas que eram ligadas a
temas da natureza. Uma dessas pessoas foi o escritor E.W.Teale, que advertia: Um
Spray que atua de forma to indiscriminada como o DDT, pode perturbar a
economia da natureza tanto quanto uma revoluo perturba a economia social.
-
14
Noventa por cento dos insetos so benficos e se so eliminados, as coisas em
pouco tempo fogem do controle.
Porm foi a biloga Raquel Carson uma das primeiras a atuar na
conscientizao de que os homens e os animais esto em interao constante com
o meio em que vivem. Em 1941 escreveu artigos falando sobre os testes que vinham
sendo feitos com o DDT, mais ningum deu ateno. Contudo, em 1962, escreveu a
obra Primavera Silenciosa, mostrando e o DDT penetrava na cadeia alimentar e
acumulava-se nos tecidos gordurosos dos animais, inclusive do homem (detectando
a presena de DDT at no leite humano), com o risco de causar cncer e dano
gentico. Mostrou tambm que uma nica aplicao de DDT em uma lavoura
matava insetos durante semanas e meses (tanto que era aplicado nas residncias
para combater o mosquito anofelino transmissor da malria) e no s atingia as
pragas, mas um nmero incontvel de outras espcies, permanecendo txico no
ambiente mesmo com sua diluio pela chuva.
A autora concluiu ainda que o DDT e outros pesticidas prejudicavam
irremediavelmente os pssaros e outros animais, e deixava contaminado todo o
suprimento mundial de alimentos. O livro causou alarme entre os leitores
americanos, provocando indignao da indstria de pesticidas. Ms, a escritora
munida de evidncias fez com que outros cientistas aceitassem e participassem de
sua luta e quando o Presidente Jonh Kennedy ordenou ao comit cientifico de seu
governo que investigasse as questes levantadas pelo livro, os relatrios
apresentados foram favorveis ao livro e a autora. Como resultado, o governo
passou a supervisionar o uso do DDT e externou ao mundo, sendo banido primeiro
na Sucia em 1970, nos Estados Unidos em 1972 e depois nos demais pases.
A maior contribuio de Primavera Silenciosa foi a conscientizao pblica
de que a natureza vulnervel interveno humana. Poucas pessoas at ento se
preocupavam com os problemas de conservao, a maior parte pouco se importava
se algumas ou muitas espcies estavam sendo extintas. Mas o alerta de Raquel
Carson era assustador demais para ser ignorado: a contaminao de alimentos, os
riscos de cncer de alterao gentica, a morte de espcies inteiras. Assim, pela
primeira vez, a necessidade de regulamentar a produo industrial de modo a
proteger o meio ambiente se tornou aceita.
No Brasil, a partir de 1945, o DDT foi usado em larga escala no combate s
pragas nas lavouras e no combate aos insetos transmissores de doenas, em
-
15
especial, a malria, com dedetizaes nas residncias de reas endmicas em
perodos semestrais.
1.5. RESTRIES BRASILEIRAS AO USO DO DDT
As primeiras medidas restritivas se deram em 1971 (Brasil, 1971, p.8318),
com a Portaria n.o 356/71, que proibiu a fabricao e comercializao de DDT e BHC
para combate de ectoparasitos em animais domsticos no pas, obrigando os
fabricantes a recolherem os produtos, mas isentou os produtos comerciais indicados
como larvicidas e repelentes de uso tpico; e com a Portaria n 357/71(Brasil, 1971,
p.8318), que proibiu em todo o territrio nacional o uso de inseticidas
organoclorados em controle de pragas em pastagens.
Estes atos fundamentaram-se: Na formao de resduos txicos na carne e
no leite de animais domsticos; Sua acumulao aps tratamentos repetidos; No
prejuzo que a ocorrncia destes resduos acarretava s exportaes de produtos de
origem animal devido a medidas restritivas impostas por pases importadores; Nas
recomendaes da FAO e OMS para que o uso de DDT e BHC fossem substitudos
por outros produtos.
Em 1985 proibiu-se em todo o territrio nacional a comercializao, o uso e a
distribuio de produtos organoclorados destinados agropecuria. Mas os
inseticidas organoclorados continuaram sendo permitidos em campanhas de sade
pblica no combate a vetores de agentes etiolgicos de molstias (malria e
leishmaniose), bem como em uso emergencial na agricultura, a critrio do Ministrio
da Agricultura. Tambm se manteve a permisso do uso de iscas formicidas base
de aldrin e dodecacloro, e do uso de cupinicidas base de aldrin para
reflorestamento (Brasil, 1975, p. 12941). Seu uso em sade pblica ficou sob
responsabilidade da Fundao Nacional de Sade (atual FUNASA), no Programa
Nacional de Controle de Vetores. A ltima compra efetuada pelo rgo foi um lote de
3 mil toneladas em 1991, para o controle de Anopheles darlingi na Amaznia
(Oliveira Filho, 1997).
Em face das denncias da Comisso de servidores da Funasa em Defesa da
Vida, sobre a seqncia de casos de bitos de ex e atuais servidores, problema
-
16
bastante explorado a nvel nacional pela mdia e em especial com envolvimento do
Ministrio Pblico Federal do Acre e da Assemblia Legislativa do Acre, atravs da
Comisso de Direitos Humanos, e ainda, pela participao de alguns Senadores e
Deputados Federais, o Governo Federal decidiu atravs da Lei n. 11.936 de 14 de
maio de 2009, banir o DDT do pas pela Lei n 11.936 de 14.05.2009, reconhecendo
assim que o pesticida foi e prejudicial ao ser humano e ao meio ambiente, a
exemplo dos demais pases, restando agora atender aos reclamas dos ex e atuais
servidores que trabalharam com o DDT e tambm das famlias que perderam seus
entes queridos este terrvel pesticida.
-
17
2. MATERIAL E MTODOS
2.1. DELINEAMENTO DO ESTUDO E AMOSTRAGEM E COLETA DE DADOS
O delineamento do estudo transversal e foi realizado mediante entrevistas,
com preenchimento de um questionrio sobre os efeitos do DDT em servidores da
Fundao Nacional de Sade (FUNASA) que tiveram contato com o produto em seu
processo de trabalho (APNDICE A).
Aps levantamento dos servidores junto ao setor de Recursos Humanos da
FUNASA-Acre, obteve-se o total de 392 servidores da ativa, 118 servidores
aposentados-ativos e 71 casos de bitos, totalizando 581 pessoas que trabalharam
com o DDT. A amostragem alcanou os servidores ativos, 176 (44,9%); no grupo de
aposentados um total de 36 (30,5%), havendo inclusive algumas visitas domiciliares
para facilitar o preenchimento e para o grupo de bitos foram preenchidos 19
(26,8)% questionrios junto s vivas, tambm em visitas domiciliares.
O perodo da coleta de dados, atravs do questionrio, aconteceu entre os
meses de janeiro a novembro de 2010 e teve a participao direta de servidores que
fazem parte da Comisso Luta pela vida, em especial, dos senhores Emir
Rodrigues de Mendona e Francisco Messias do Nascimento, que ajudaram os
servidores no preenchimento do referido questionrio e autorizaes para
divulgao dos dados, inclusive, junto aos servidores residentes no interior do
estado, durante reunies da Comisso para discutir sobre os problemas de sade
que vinham enfrentando, decorrentes do DDT.
2.2. PROCESSAMENTO E ANLISE DOS DADOS
A partir dos dados coletados atravs dos questionrios, foram calculadas as
prevalncias da exposio ao DDT e efeitos toxicolgicos descritos pelos servidores.
-
18
A tabulao e plotagem dos grficos foram realizadas no Microsoft Office Excel
2007.
Os dados toxicolgicos obtidos atravs dos exames de sangue e de Eletro-
neuromiografia realizados pelos pesquisados, e ainda, com os sintomas de doenas
apresentadas no questionrio relacionando-as com todas as informaes sobre
toxidade do DDT, citadas atravs da obra Primavera Silenciosa de Raquel Carson
e de pesquisa sobre o DDT, realizada pelo Dr. J. Torres Selikoff Fellow da Mont
Sinai School of Medicine (Grant 1 D43 Twoobo Fogarty Internacional Center of the
Nacional Institutes of Heaeth), alm de outras informaes levantadas sobre o
produto e sua nocividade, permitiu a anlise dos dados coletados, facilitando o
entendimento sobre a real situao das vitimas do DDT como um caso de sade
pblica, foco do presente trabalho.
-
19
3. RESULTADOS E DISCUSSO
A anlise do questionrio ser feita a partir do item 11, considerando os
aspectos que interessam para o entendimento da situao dos vitimados. Dentre os
pesquisados (aposentado-ativos+ativos+bitos) 12,2% vieram a bitos. Destes, 40
servidores (56,3%) estavam trabalhando com o DDT e os demais, 31 servidores j
eram aposentados (43,7%), sendo que somente 03 servidores (4,2%) teve como
causa da morte acidente. A mdia de vida alcanada do total de bitos pesquisado
foi de 54,6 anos de idade, muito longe da mdia de vida do homem que de 71
anos.
No item 11, onde foi questionado se o trabalhador teve contato direto com
DDT, obteve-se o seguinte resultado: no grupo dos servidores ativos 99% tiveram
contato; aposentados - 94% e dos bitos 95%. A diferena fica com os servidores
de outras funes, a exemplo de microscopistas, Auxiliar Administrativo, estes com
contato indireto, atravs de permanncia em depsitos e com manuseio de boletins
impregnados pelo inseticida, portanto, no geral, todos tiveram contato com o DDT.
Para comprovao do nvel de toxidade dos servidores dos trs grupos,
foram realizados Exames Toxicolgicos por Cromatografia, para pesquisa de
pesticidas pertencentes ao Grupo Orgno-Clorado (DDT), nos Laboratrios Instituto
Evandro Chagas, de Belm PA e no Centro de Atendimento Toxicolgico Dr.
Brasil Braslia- DF, nos anos de 2009 e 2010. No primeiro laboratrio (pblico), os
exames foram realizados por determinao da justia e no segundo laboratrio por
iniciativa particular de alguns ex e atuais servidores (95% dos ativos e 86% dos
aposentados). O nmero de exames realizados permite uma excelente amostragem
para levantamento de sintomas que transformaram os servidores em vitimas do
DDT.
O item 14 retrata o resultado dos exames realizados para conhecimento do
quantitativo em g/dl de DDT no organismo humano. Considerando-se o grande
nmero de exames, optou-se por uma escala de g/dl de DDT de 1,01 a 10,0; de
10,1 a 20,0; de 20,01 a 30 e mais de 30,1. No foi possvel realizar exames nos
-
20
servidores que foram a bito, j que todos morreram antes da determinao da
justia para fazer o referido exame.
De acordo com a Portaria de n 12 de 06/06/1983 da Secretaria de
Segurana e Sade no Trabalho atravs da N.R.7, que estabelece o valor
normal de toxicidade de 3 g/dl, pode-se observar que a quantidade em g/dl
de DDT no organismo dos ex e atuais servidores foi extremamente elevado (Tabela
1 e 2).
Tabela 1 Quantidade de DDT no organismo dos servidores ativos
Quantidade de DDT no organismo (g/dl) % de profissionais
1,01 a 10,0 46%
10,1 a 20,0 27%
20,1 a 30,0 12%
Mais de 30,1 10%
Tabela 2 Quantidade de DDT no organismo dos servidores aposentados
Quantidade de DDT no organismo (g/dl) % de profissionais
1,01 a 10,0 36%
10,1 a 20,0 14%
20,1 a 30,0 25%
Mais de 30,1 8%
Vale salientar que est descrito em exames do Centro de Atendimento
Toxicolgico Dr. Brasil, que o fato do valor toxicolgico encontrado no ultrapassar
o L.T.B. (Limite de Tolerncia Biolgica) ou T.L.V (Threshold Limit Value) no indica
que os nveis encontrados so incuos. No guia de informaes sobre intoxicao
crnica pelo DDT+BHC (pertencente ao grupo Orgnico-Clorado), a prpria
FUNASA reconhece como manifestaes crnicas: Neuropatias perifricas,
inclusive com paralisias, etc., alm disso a dose de DDT necessria para causar
severas doenas ou at a morte ainda desconhecida.
-
21
O item 15 enumera questionamentos que retratam os sintomas de doenas,
ao longo da vida, todos relacionados diretamente com os efeitos causados pelo DDT
no organismo humano. Tambm foi questionado se o sintoma de doena se
apresentava de forma frequente no grupo estudado. No grupo que foi a bito, todas
as informaes foram prestadas pelas vivas
No que tange a presena de dor de cabea (item 15.1), observa-se que em
todos os grupos, o ndice foi muito alto: Ativos 93%; Aposentados 78% e bitos
89% (Grfico 1). Quanto ao fato da dor de cabea ser frequente, obteve-se a
seguinte relao: Ativos 65%; Aposentados 81% e bitos 84% (Grfico 2).
Grfico 1 Nmero de servidores que informaram ter dor de cabea.
Grfico 2 Nmero de servidores que informaram ter dor de cabea com
frequncia.
0
50
100
150
200
ATIVOS APOSENTADOS BTOS
163
281713 5
2
SIM NO
0
20
40
60
80
100
120
ATIVOS APOSENTADOS BTOS
114
2916
62
4 3
SIM NO
-
22
Quanto a presena de problemas respiratrios (item 15.2) 63% dos ativos,
64% dos aposentados e 89% dos bitos apresentaram alguma vez este sintoma
(Grfico 4), sendo que dentre os que apresentavam com frequncia haviam 35% dos
ativos, 42% dos aposentados e 79% dos bitos (Grfico 5). Dentre o grupo de bitos
25 (35,2%) servidores apresentaram como causa morte problemas respiratrios.
Grfico 3 Nmero de servidores que informaram ter problemas
respiratrios.
Grfico 4 Nmero de servidores que informaram ter dor de problemas
respiratrios com frequncia.
Nos itens 15.3 (queda de cabelo); 15.4 (Caroos na cabea) e 15.5 (Bolhas
na cabea) os ndices apresentados no foram to altos, mas de certa forma,
tambm avaliam o grau de intoxicao no organismo humano (Grficos 5, 6, e 7).
0
20
40
60
80
100
120
ATIVOSAPOSENTADOS BTOS
111
2317
63
92
SIM NO
0
10
20
30
40
50
60
70
ATIVOSAPOSENTADOS BTOS
61
15 15
50
54
SIM NO
-
23
Grfico 5 Nmero de servidores que reportou Queda de Cabelo.
Grfico 6 Nmero de servidores que reportou presena de caroo na
cabea.
0
20
40
60
80
100
120
ATIVOSAPOSENTADOS BTOS
104
20
15
72
13
4
SIM NO
0
20
40
60
80
100
120
140
ATIVOSAPOSENTADOS
43
14
133
19
SIM NO
-
24
Grfico 7 Nmero de servidores que reportou presena de bolhas na
cabea.
J o item 15.6 questionava se os servidores sentiam cimbra. No geral, todos
os pesquisados (91% ativos, 83% aposentados e 95% dos bitos) reclamaram deste
sintoma (grfico 8) e a parte do corpo mais afetadas so as pernas e braos (grfico
9). Com 65% e 37% nos ativos, sendo 37% e 63% nos aposentados,
respectivamente.
Grfico 8 Nmero de servidores que reportou caimbra.
0
20
40
60
80
100
120
140
ATIVOSAPOSENTADOS BTOS
32
13 13
136
18
6
SIM NO
0
20
40
60
80
100
120
140
160
ATIVOSAPOSENTADOS BTOS
160
30
1816
1 1
SIM NO
-
25
Grfico 9 Partes do Corpo onde a caimbra se apresentou por nmero de
servidores reportados.
No item 15.7, onde foi questionado a respeito de dores nas articulaes,
ndices altssimos foram observados: 90% dos ativos, 83% dos aposentados e 100%
nos bitos (Grfico 10), havendo distribuio deste sintoma por vrias partes do
corpo (Grfico 11), corroborando com os estudos cientficos j registrados, em que o
DDT depois de atuar sobre o equilbrio de sdio/potssio nas membranas dos
axnios, provoca impulsos nervosos constantes que levam a contrao muscular,
convulses, paralisias e morte (OMS, 1982).
0
10
20
30
40
50
60
70
12
2 4
10
4
65
37
14
35
7
2
31
21 1 2
12
6
14
81
7
12
ATIVOS APOSENTADOS BTOS
-
26
Grfico 10 Nmero de servidores que apresentou dores nas articulaes.
Grfico 11 Partes do Corpo onde a dor aticular se apresentou por nmero
de servidores.
0
20
40
60
80
100
120
140
160
ATIVOSAPOSENTADOS BTOS
159
30
1917
1
SIM NO
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
20
17
1210
19
5
810
4
33
29
86
1
47
2
8
2 3 21 2 1
11
1 1 1
10
11
18
ATIVOS APOSENTADOS BTOS
-
27
O item 15.8 questionou a respeito da presena de Coceiras/Erupes.
Tambm foi encontrado um ndice bastante alto, com 71% dos ativos, 67% dos
aposentados e 100% dos bitos (Grfico 12).
Grfico 12 Nmero de servidores que reportou Coceiras/Erupes.
O DDT por ser txico, atua internamente nos rgos com uma coceira que
vem de dentro do organismo surgindo na pele, caracterizando-se por cloracnes. As
partes do corpo mais afetadas so os braos pernas, cabeas, costas e em especial
as mos.
Nos aposentados, o ndice maior foi nas pernas com 11%. Mas, o que mais
chama ateno o quantitativo de 24%, 36% e 84% deste sintoma nos trs grupos
respectivamente, com coceiras e erupes por todo o corpo, com formigamento,
tambm mencionado por alguns servidores que inclusive usam escovas para aliviar
a coceira (Grfico 13).
0
20
40
60
80
100
120
140
ATIVOSAPOSENTADOS BTOS
125
2419
51
8
SIM NO
-
28
Grfico 13 Partes do Corpo onde Coceiras/Erupes se apresentaram por
nmero de servidores.
No que tange a problemas no estmago (item 15.9), os resultados obtidos
foram preocupantes. Dos ativos 70%, dos aposentados 61% e dos bitos 95%
afirmaram positivamente que haviam apresentado algum distbio neste rgo
(Grfico 14).
Grfico 14 Partes do Corpo onde Coceiras/Erupes se apresentaram por
nmero de servidores.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
1
710
16
24
2
14
1 1
10
2
20 20
7
42
42
3
71 1 1 1
42
1
13
2 11 2
1
16
ATIVOS APOSENTADOS BTOS
0
50
100
150
ATIVOSAPOSENTADOS BTOS
123
2218
53
101
SIM NO
-
29
A gastrite foi doena que liderou com 66%, 53% e 95% respectivamente
nos servidores alvo. Considere-se, pois, que a toxidade do DDT tem ao direta com
o processo digestivo (Grfico 15).
Grfico 15 Nmero de servidores que reportou gastrite.
Dos trs grupos pesquisados, o dos aposentados evidenciou maior
proporo de problemas cardacos com um ndice de 56%. No ativos observou-se
ndice de 32% e nos que foram a bito 37% (Grfico 16).
Grfico 16 Nmero de servidores que reportou problemas cardacos.
0
5
10
15
20
25
30
ATIVOSAPOSENTADOS BTOS
17
4
1
27
8
2
SIM NO
0
20
40
60
80
100
120
ATIVOSAPOSENTADOS BTOS
56
20
7
120
1312
SIM NO
-
30
O item 15.11 avaliou as condies oftalmolgicas, sendo que dentre os
pesquisados 97% dos servidores ativos, 86% dos aposentados e 89% dos que
foram a bitos apresentaram algum problema de viso (Grfico 17), sendo que
destes, respectivamente, 84%, 83% e 74% usam culos (Grfico 18).
Grfico 17 Nmero de servidores que reportou problemas de viso.
Grfico 18 Nmero de servidores que reportou uso de culos.
Considerando-se que o DDT atua no organismo humano especialmente nos
aparelhos digestivo e respiratrio, modificando todo metabolismo que regula o
sistema central resultando em alteraes de comportamento, tanto que os
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
ATIVOSAPOSENTADOS BTOS
171
31
175
2
SIM NO
0
20
40
60
80
100
120
140
160
ATIVOSAPOSENTADOS BTOS
147
30
14
29
2 5
SIM NO
-
31
pesquisados, por grupo, afirmaram que 83%, 78% e 74% sofriam de insnia (item
15.13), problema de sade que confirma a intensidade do sintoma do prximo
questionamento (Grfico 19).
Grfico 19 Nmero de servidores que reportou insnia.
Outro problema reportado a nvel de Sistema Nervoso Central foi a
ansiedade (chamada no questionrio de nervosismo, para facilitar o entendimento -
item 15.14).
No grupo dos ativos 91%, aposentados 92% e bitos 95% sofriam e
sofrem de ansiedade extrema (Grfico 20), sendo a classificao impaciente com
80%, 83% e 95%, trmulo com 53%, 61% 3 84% e irritado com 68%, 75% e 89%,
respectivamente, portanto, com alto grau de complexidade do sistema nervoso
amplamente prejudicado pela toxidade do DDT (Grfico 21).
Esta situao tambm fora observada em animais domsticos que aps
terem tido contato com o DDT tinham seu sistema nervoso afetado vindo a morrer
com tremedeira, em especial os ces e gatos.
0
20
40
60
80
100
120
140
160
ATIVOSAPOSENTADOS BTOS
146
28
14
30
2 5
SIM NO
-
32
Grfico 20 Nmero de servidores que reportou ansiedade.
Grfico 21 Nmero de servidores por distrbio de ansiedade.
Na pesquisa tambm houve questionamento a respeito do alcoolismoe do
tabagismo, a fim de verificar se o uso de substncias exgenas influenciou os bitos
(item 15.15 e 15.16), todavia, no foi possvel estabelecer uma relao confivel
entre o relatado no questionrio e os atestados de bitos.
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
ATIVOSAPOSENTADOS
BTOS
161
33
1815
1
SIM NO
0
20
40
60
80
100
120
140
IMPACIENTETREMULO
IRRITADO
140
30
18
93
22
16
119
27
17
ATIVOS APOSENTADOS BTOS
-
33
Para os itens 16, 17 e 18, que tratavam respectivamente dos exames
realizados, das doenas que foram detectadas e da realizao de cirurgias e se
houve tratamento, a pesquisa pretendia levantar e reconhecer as diversas doenas
enfrentadas pelos vitimados, sem objetivar relacion-las com o DDT. Contudo, o
levantamento em questo poder permitir uma anlise mais profunda que se
pretenda fazer pelos tcnicos em sade em estudos futuros.
No mbito de outras doenas contradas, questionrio feito no item 19, a
malria, chamou a ateno, pela relao da falta de responsabilidade do poder
pblico (Unio) para com seus agentes os guardas de endemias, que eram
determinados a trabalhar em reas endmicas e jamais tiveram sequer proteo,
como um simples mosquiteiro para se protegerem do Aedes aegypti.
A maioria dos servidores entrevistados foi infectada (83%) sendo que alguns
9% chegaram a contrair a malria, mais de 16 vezes. A mdia de infeco de 1 a
4 vezes (87%), o que retrata que os servidores eram designados para trabalharem
no corredor da morte, sem nenhuma assistncia. Estes servidores tambm eram
infectados por enteroparasitas (42%, 50% e 42%) em decorrncia da alimentao e
da gua contaminada que era ingerida.
O Item 20 Estiveram hospitalizados no Estado e o 21 Se viajou para
tratamento fora do Estado, teve por objetivo permitir conhecer a movimentao dos
vitimados na busca de tratamento e mesmo daqueles que foram a bito. No estado,
os hospitais pblicos e particulares receberam internaes de diversos servidores.
Para fora do estado, a cidade de Goinia foi a mais procurada com 27% de
servidores que buscaram tratamento.
A pesquisa de campo realizada neste estudo foi elucidativa, pois, se
conseguiu uma excelente amostragem de servidores que tiveram contato direto com
o DDT com um ndice acima de 90% por grupo pesquisado. Ao se confrontar esse
nmero com os que fizeram o exame toxicolgico (dos grupos de ativos 95% e de
aposentados 86%) amplia-se o entendimento tcito de que os vitimados
apresentam a clareza da relao dos sintomas de doenas diversas com os efeitos
nocivos oriundos do DDT.
Dos problemas de sade levantados: dor de cabea, respiratrios, cimbra,
dores nas articulaes, coceiras e erupes, problemas no estmago, em especial,
gastrite, problemas cardacos, de viso e em especial do sistema nervoso, pode-se
afirmar que existe relao dessas doenas com a intoxicao pelo pesticida DDT,
-
34
corroborando os estudos realizados no Hospital Universitrio da UNICAMP, no
perodo de janeiro de 1984 a junho de 1985, pelo Centro de Controle de Intoxicao
(CCI).
Para reforar a variedade dos sintomas relacionados pelos pesquisados e a
gama de informaes j enumeradas que fundamentam as reclamaes dos
vitimados, foi realizada em Porto Velho RO, uma Audincia Pblica sobre a
contaminao do DDT, no Plenrio da Assemblia Legislativa de Rondnia, com a
participao de muitos funcionrios da FUNASA, polticos, sindicatos e em especial
da Professora Dr Heloisa Pacheco Ferreira, mdica Neurotoxicologista, Diretora do
Instituto de estudos em Sade Pblica da Universidade Federal do Rio de Janeiro,
que no s confirmou a infinidade de sintomas ocasionados pela intoxicao pelo
DDT, j descritos e que a complexidade da cura dos doentes porque quando o
DDT est no organismo humano, interfere na atuao dos diversos medicamentos
aplicados na busca de tratamento de determinadas doenas e que a classe mdica,
conforme a especialidade, por no conhecer com profundidade a implicao
causada pelo DDT, no se sente encorajada para atribuir a causa morte pela
contaminao do pesticida, observao esta j mencionada por vrios polticos e
servidores.
Para complementar a pesquisa e a enfermidade dos vitimados acrescenta-se
o trabalho realizado pela Comisso de Direitos Humanos da Assemblia Legislativa
do Estado do Acre, que procedeu a um levantamento in-loco junto aos enfermos que
trabalharam com o DDT, mostrados no Relatrio que foi apresentado pela
Comisso.
No Congresso Nacional, vrios parlamentares, com destaque para a
Deputada Federal acreana Prpetua Almeida, que vem dando ateno para o
problema enfrentado pelos vitimados pelo DDT no Acre, existem em tramitao
Projetos de Lei que visam indenizaes aos ex e atuais servidores que trabalharam
com o DDT.
No Acre, a Procuradoria da Repblica, reconhecendo o problema de sade
dos vitimados pelo DDT, passou a exigir da Unio e do Governo do Estado, as
providncias necessrias ao atendimento aos enfermos e a realizao de exames
toxicolgicos e outros, para encontrar respostas s doenas apresentadas, inclusive
com interpelao atravs de ao pblica n 2009.30.00.002365-0.
-
35
Dos 71 casos de bitos pesquisados, existem atestados de bitos
(fornecidos cpias pela FUNASA AC) com um maior nmero direcionado para
problemas respiratrios e cardio-respiratrios num total de 33 (46,4%). 03 bitos
foram por acidente, 33 bitos por cncer, falncia de mltiplos rgos (sendo esta
uma terminologia inadequada para os atestados de bito) - sem assistncia mdica
e 02 chamam a ateno por constarem nos atestados a afirmao morte por causa
desconhecida. Em relao ao problema causado pelo DDT, imagina-se que estes
dois atestados, talvez, tenham sido os mais acertados pelos mdicos.
Atenta-se tambm, para a mdia dos bitos, sendo que 56,3% destes
servidores eram da ativa e 43,7% eram do grupo de aposentados. Quanto a mdia
de vida neste grupo foi de 54,6 anos, muito inferior a mdia de longevidade do pas
que de 73 anos.
-
36
4. CONCLUSO
O tema vitimas do DDT: um caso se sade pblica, foi escolhido como
fundamentao de concluso de curso, devido sua importncia acadmico-prtica e
por est centrado numa discusso atual dos problemas de sade enfrentados por
vrios ex e atuais servidores que trabalharam na aplicao do produto pesticida
durante anos e que hoje esto a reivindicar tratamento por conta da esfera federal,
responsvel por todo o processo.
Para a realizao deste trabalho foram coletados e analisados todas as
informaes bibliogrficas inerentes aos estudos realizados sobre o DDT, sua
importncia e suas conseqncias negativas ao homem e ao meio ambiente, e em
especial, sobre os sintomas e doenas oriundas pela intoxicao causadas nos
trabalhadores pelo referido produto pesticida.
Atravs da confrontao de dados entre estudos cientficos j realizados
sobre o produto e suas conseqncias, com a prtica realizada atravs de pesquisa
de campo (questionrios) e de todas as informaes j divulgadas sobre o problema
de sade dos servidores, este trabalho teve como concluso, que o DDT
realmente responsvel por vrias doenas acometidas pelos que tiveram contato,
por alguns ou vrios anos, com o produto txico.
Mesmo havendo dvidas sobre os malefcios ao ser humano causado pelo
DDT por parte do poder pblico, o relatrio elaborado, com visitas in-loco pela
Comisso de Direitos Humanos da ALEAC (Assemblia Legislativa do Acre),
corroborando pelos exames toxicolgicos e ainda pelo reconhecimento do Governo
Federal em extinguir o produto DDT do territrio nacional, fez com que o Ministrio
Pblico Federal do Acre e a Justia Federal intercedessem e interpelassem os
governos federal e estadual pela assistncia aos enfermos.
Assim, os problemas de sade enfrentados pelas vitimas do pesticida se
tornaram reais e se transformaram num caso de Sade Pblica, onerando o Sistema
com agravos que poderiam ter sido evitados, fatos estes confirmados nos estudos
realizados, na pesquisa de campo objeto deste trabalho e no prprio
acompanhamento dos enfermos e dos bitos pela imprensa local e nacional.
-
37
Portanto, esse estudo deixa evidente a necessidade de ateno do Poder
Pblico aos servidores vitimados pelo DDT, ao tempo em que permitiu o
conhecimento almejado.
-
38
5. REFERNCIAS
ASSEMBLIA Legislativa do Acre. Relatrio. Comisso de Direitos Humanos. 2009 BERETTA, M.; Dick, T.; Bull. Environ. Contam. Toxicol. 1994, 53, 357.
BRASIL. Ministrio da Agricultura. Portaria n 357. Dirio Oficial da Unio, Seo 1, Braslia, 15 out. 1971 BRASIL. Ministrio da Agricultura. Portaria n 329. Dirio Oficial da Unio, Seo 1, Braslia, 3 set. 1985 BRASIL. Ministrio da Sade. Secretaria de Vigilncia Sanitria. Departamento Tcnico-Normativo. Diviso de Meio Ambiente e Ecologia Humana. Organizao Pan- Americana de Sade: Manual de Vigilncia da Sade de Populaes Expostas a Agrotxicos, Braslia,1997
COCCO, P.; Kazerouni, N.; Zahm, S. H.; Environ. Health Perspectives. 2000, p. 108. FAO/WHO; Codex Alimentarius Comission: Codex Alimentarius, 2B. Pesticide residues in foods - Maximum residue limits, Rome, 1996, cap. 2 OLIVEIRA FILHO, A. M.; Proceedings of the International Workshop on Organic Micropollutants in the Environment. Rio de Janeiro, Brasil, 1997. OMS (Organisation Mondiale De La Sant); Critres d' Hygiene de l'Environment: DDT et ses Derivs. Grand Bretagne, 1982, vol. 9 PARDI, M. C., Santos, I. F. dos; de Souza, E. R.; Pardi, H. S.; Cincia, Higiene e Tecnologia da Carne. EDUFF-UFG: Goinia, 1993. PAUMGARTTEN, F. J. R.; Proceedings of the International Workshop on Organic Micropollutants in the Environment. Rio de Janeiro: Brasil, 1997
-
39
TORRES, Joo P. M; D'AMATO, Claudio; MALM, Olaf. DDT (dicloro difenil tricloroetano): Toxicidade e contaminao ambiental uma reviso. Qum. Nova vol.25 no.6 So Paulo Nov./ dec. 2002 VANNUCHI, M. T. O. Determinao de resduos de pesticidas organoclorados em leite materno no municpio de Londrina - PR. Dissertao de Mestrado,
Centro de Cincias Agrrias. Universidade Estadual de Londrina, Brasil, 1989
-
40
6. APNDICES
6.1. APNDICE A
VITIMAS DO DDT
COMISSO EM DEFESA DA VIDA
QUESTIONRIO/PESQUISA
1. NOME: ______________________________________________________
2. SEXO ________________________ IDADE ________________________
3. RG N__________________________ CPF N_______________________
4. FUNCIONRIO DA EX - SUCAM/FUNASA: SIM NO
5. FOI FUNCIONRIO DA EX - SUCAM/FUNASA: SIM NO
6. TEMPO DE TRABALHO: ADMISSO ________/________/_________ DEMISSO ________/________/_________
7. TOTAL DE ANOS TRABALHADOS: ______________________________
8. APOSENTADO: FUNASA SIM NO OUTRO RGO SIM NO
9. NA ATIVA: CARGO ___________________________________________
LOCAL DE TRABALHO ________________________________________
10. ESTADO CIVIL: CASADO SOLTEIRO
11. CNJUGE: __________________________________________________
12. N FILHOS: ______________________________________
13. ENDEREO:____________________________________________________________
________________________ FONE _______________________
-
41
14. TEVE CONTATO DIRETO COM DDT? SIM NO
15. DURANTE QUANTO TEMPO ? _________________________ ANOS
16. FEZ EXAME TOXICOLGICO POR CROMATOGRAFIA PARA PESQUISA DE
PESTICIDA GRUPO ORGNO CLORADO? SIM NO
LABORATRIO: ___________________________
RESULTADO: POSITIVO NEGATIVO
SUBSTNCIAS ANALISADAS: PP DDT = ________________
PP DDE =___________________
PP DDT TOTAL =____________
FEZ EXAME EM OUTRO LABORATRIO? SIM NO
SUBSTNCIAS ANALISADAS
PP - DDT = ____________________________________________
PP - DDE = ____________________________________________
DDT TOTAL= ____________________________________________
17. HISTRICO DOS SINTOMAS DE DOENAS:
17.1. DOR DE CABEA SIM NO
COM FREQUNCIA SIM NO
17.2. PROBLEMAS RESPIRATRIOS SIM NO
COM FREQUNCIA SIM NO
ESPORDICO SIM NO
17.3. QUEDA DE CABELO: SIM NO 17.4. CAROOS NA CABEA: SIM NO 17.5. BOLHAS NA CABEA: SIM NO
-
42
17.6. SENTE CAIMBRA: SIM NO EM QUE PARTE DO CORPO
________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________
17.7. DORES NAS ARTICULAES SIM NO EM QUE PARTE DO CORPO
________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________
17.8. COCEIRAS/ERUPES SIM NO SE SIM, EM QUAIS PARTES CORPO
________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________
17.9. PROBLEMAS NO ESTMAGO SIM NO ULCERA SIM NO GASTRITE SIM NO OUTRO_______________________________________________
17.10. PROBLEMAS CARDICOS SIM NO QUAL_______________________________________________
17.11. PROBLEMAS DE VISO: SIM NO 17.12. USA OCLOS: SIM NO 17.13. TEM INSNIA: SIM NO 17.14. PROBLEMAS DE NERVOSISMO SIM NO
IMPACIENTE TREMULO IRRITADO
17.15. ALCOOLATRA SIM NO QUANTO TEMPO ____________________________________
FAZ TRATAMENTO SIM NO 17.16. FUMANTE: SIM NO
QUANTO TEMPO _________________________________________
17.17. DOS EXAMES LABORATORIAIS REALIZADOS, QUAIS DOENAS FORAM DETECTADAS: ____________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
-
43
17.18. FEZ CIRRGIAS: SIM NO QUAL (IS) ___________________________________________
_____________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
17.19. FAZ TRATAMENTO: SIM NO QUAL____________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
17.20. OUTRAS DOENAS CONTRAIDAS:
MALRIA, QUANTAS VEZES ________________________
TUBERCULOSE
DOENA DE CHAGAS
VERMINOSES
HIDROPISIA
OUTRAS / QUAIS __________________________________
__________________________________________________________
17.21. VIAJOU PARA TRATAMENTO FORA DO ESTADO
SIM NO
QUANTAS VEZES ______________________________ QUE CIDADES _________________________________
17.22. OUTRAS INFORMAES QUE JULGAR NECESSRIAS: ____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
18. COMPLEMENTAO/CASOS DE BITO: 18.1 - CAUSA MORTIS _______________________________________________
-
44
18.2 ESTEVE HOSPITALIZADO SIM NO
QUANTAS VEZES ___________________________________ ONDE _____________________________________________ QUANTO TEMPO ____________________________________
19.3 ESTEVE HOSPITALIZADO EM OUTRA CIDADE? SIM NO
QUANTAS VEZES____________________________________ ONDE _____________________________________________ QUANTO TEMPO:____________________________________
ASSUMO TOTAL RESPONSABILIDADE PELAS INFORMAES DO PRESENTE
QUESTIONRIO/PESQUISA.
LOCAL/DATA: _________________________________, _____/_____/______
ASSINATURA: ___________________________________________________
VISTO/RESPONSVEL PELA PESQUISA: ____________________________
top related