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AULA N.º 25

A «VIRADEIRA»

A 1ª INVASÃO FRANCESA

Após a morte de D. José I, o marquês de Pombal foi afastado do poder. Iniciou-se então um período que costuma ser designado como «Viradeira» - com o sentido de que teria havido grandes mudanças em relação à orientação pombalina.

Na verdade, as modificações políticas não foram muito acentuadas, e a «Viradeira» traduziu-se mais numa mudança de alguns nomes e de cargos do que propriamente em grandes alterações políticas.

A nova rainha, D. Maria I, procurou dar resposta às numerosas queixas vindas de muitos nobres e de outros presos políticos, em resultado das medidas de repressão ordenadas pelo marquês de Pombal. Muitos foram libertados e outros, que estavam no exílio, regressaram ao país.

Sob o ponto de vista económico, diminuiu o dirigismo económico imposto pelo marquês de Pombal e foram suprimidas algumas companhias estatais.

A crise do Tesouro, resultante da quebra das remessas de ouro do Brasil, implicou uma contenção nas despesas públicas que se traduziu no abandono de algumas orbas.

Contudo, apresar das dificuldades económicas foram tomadas algumas importantes medidas culturais e educativas, como foi o caso da Criação da Academia Real das Ciências e da Casa Pia de Lisboa.

D. Maria I D. Maria I e o Príncipe Consorte D. Pedro III

As Invasões Napoleónicas

Em 1789 deu-se a Revolução Francesa. Os revolucionários franceses, na sua maioria burgueses e gente do povo, revoltaram-se contra os poderes absolutos do seu rei, contra os pesados impostos e obrigações que lhes eram exigidos pela nobreza e pelo clero.

Os revolucionários tinham “novas ideias”. Defendiam que todos os cidadãos eram iguais perante a lei, isto é, todos tinham os mesmo direitos e deveres. E consideravam que a liberdade era um direito do indivíduo.

A Revolução Francesa pôs em perigo as outras monarquias absolutas da Europa e alguns reis absolutistas, ao sentirem-se ameaçados, reagiram e declararam guerra à França.

A guerra durou vários anos, até que ficou à frente do governo francês um militar muito ambicioso chamado Napoleão Bonaparte.

Em pouco tempo, Napoleão conseguiu dominar uma grande parte da Europa.

A Inglaterra continuava a opor-se e a resistir aos exércitos franceses. Então Napoleão, em 27 de Novembro de 1806, ordenou que todos os países europeus fechassem os seus portos aos navios ingleses. A essa ordem chamou-se “Bloqueio Continental”.

Portugal não aderiu ao Bloqueio Continental porque era um velho aliado da Inglaterra e com ela mantinha relações comerciais.

Por isso, em Novembro de 1807, tropas napoleónicas comandadas pelo general Junot, entraram em Portugal. Começou assim a 1.ª Invasão Francesa.

Por esta altura governava em Portugal o príncipe regente D. João, filho de D. Maria I. A rainha era já viúva e tinha enlouquecido. Por isso, a partir de 1799, o príncipe D. João passou a ser o regente do Reino.

Para não serem presos pelas tropas francesas, a rainha e o príncipe regente retiraram-se para o Brasil, a 27 de Novembro de 1807.

Acompanharam a família real pessoas da corte, magistrados, alguns funcionários e todos aqueles que quiseram mudar-se para o Brasil, num total de cerca de 15 mil pessoas.

Os 15 navios de guerra e os 20 navios mercantes que saíram de Lisboa rumo ao Brasil também levaram jóias, pratas, móveis, tapeçarias, livros e tudo o mais que foi possível carregar.

A Resistência aos Invasores e a Intervenção Inglesa

Chegado a Lisboa, Junot instalou o seu quartel-general na cidade e escolheu para sua residência o palácio de Quintela.

Desde logo, começou a tomar medidas que desagradaram aos portugueses:

- Mandou substituir, no castelo de D. Jorge, a bandeira portuguesa pela francesa;

- Acabou com a “Junta da Regência” nomeada pelo príncipe D. João e passou ele próprio a governar Portugal em nome de Napoleão.

Ao mesmo tempo Junot distribuiu as tropas francesas, num total de cerca de 50 mil soldados, por todo o território português. De norte a sul e do litoral ao interior, as tropas invasores destruíram as culturas, incendiaram povoações, mataram pessoas e roubaram das igrejas, das casas e dos solares tudo aquilo que lhes pareceu ter algum valor.

A população portuguesa reagiu contra o invasor. E movimentos de resistência popular apareceram espontaneamente em vários pontos do país.

General Junot

Entretanto, a Inglaterra, aliada de Portugal e a quem pediu auxílio, mandou desembarcar cerca de 9 mil militares ingleses na praia de Lavos (próximo da Figueira da Foz).

Em Agosto de 1808, um exército anglo-português, comandado por Arthur Wellesley, atacou os franceses e venceu-os nas batalhas de Roliça (Óbidos) e de Vimeiro (Lourinhã).

Estas derrotas obrigaram Junot a pedir a paz e a assinar um tratado – Convenção de Sintra – pelo qual se comprometeu a sair de Portugal com todas as suas tropas.

Arthur Wellesley

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