almeida - cap ii - a seleção dos diretores da escola pública
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Cap. II – A seleção dos diretores da escola pública: da indicação política à eleição direta - Almeida
Dourados-MS2011
Trabalho desenvolvido na disciplina Estudos em Gestão Educacional, sob orientação do Prof. Dr. Paulo Gomes Lima
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O autor nesse capítulo se propôs a compreender o contexto histórico do processo de escolha dos diretores de escola pública do Brasil e do estado do Paraná. Para isso, ele compreende que essa seleção é um processo que se explica pela análise de três dimensões, entendendo-as emergidas numa lógica histórica. Essas dimensões são:
econômica
política
social do Estado brasileiro
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Elencou como sendo relevante: discutir a compreensão das modalidades de escolha de diretores das escolas públicas e as implicações do trabalho educativo nesse processo. Para essa discussão, ela se pauta em três autores, na primeira e segunda parte do texto, que consideram o processo de seleção dos diretores, a partir de uma perspectiva histórica, quais sejam:
Dourado (1998)
Cury (1983)
Paro (1996)
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o Elenca três condições históricas para sua discussão teórica, que são:
“O inchaço do aparelho do Estado”
O desenvolvimento de um Estado centralizador
Análise do desenvolvimento do capitalismo no Brasil, com foco no sistema educacional
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• Na 3ª e 4ª parte, além dos dois autores como suporte teórico, subsidia-se em outros autores também, abordando sobre a eleição de diretores e a transição democrática no caso paranaense, analisando os avanços e conquistas dos professores a partir da década de 80, levando a:
Consolidação de um processo de escolha do diretor escolar com base na eleição direta
→ Ao final, realiza algumas considerações e reflexões acerca do papel da democracia na gestão escolar, sendo utilizada como pressuposto e princípio político, e para abarcar isso, ele se propõe a discutir:
Qual democracia tem-se como pressuposto para a gestão escolar
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Segundo Almeida, há duas direções que podem ser tomadas em relação à consideração da forma do trabalho educativo e a compreensão da gestão escolar, são elas:
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“A concepção de gestão escolar que toma a natureza do trabalho educativo como expressão não-material, entende que a lógica da reprodução ampliada do capital pode ser negada enquanto essência da organização do trabalho educativo” (ALMEIDA, 2004, p. 81).
Ele afirma que a opção pela gestão democrática da escola pressupõe:
A existência da forma pública e do financiamento público
dado que a gestão democrática da escola
requer o império do interesse coletivo e não do privado.
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O Estado tem um papel fundamental no período compreendido entre a década de 70 e os anos 2001, em que o autor, como já foi explicitado, se subsidiou em três autores para contextualizar sobre o processo de seleção de diretores das escolas públicas paranaenses. Desse modo, ele afirma que:
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Segundo ele, esse tipo de seleção de diretor, por meio de indicação estava de certa forma relacionado a uma concepção de gestão escolar burocratizado, envolvendo mecanismos no jogo de poder e da barganha política.
Deste modo, a direção escolar não era apenas um cargo político-partidário, mas uma função política central, que era não permitir a efetivação de um projeto político-educativo das classes subalternas. Neste sentido, a administração escolar é caracterizada como:
prática autoritária
centralizada
burocratizada
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usa Década de 70
Estado autoritário a serviço de suas finalidades
Década de 80Redemocratização política do Estado e da sociedade brasileira
Década de 90Acirramento da lógica gerencial de empresa nas escolas
“Restringe-se dessa forma a possibilidade de gestão democrática, pois dominava a lógica da despolitização, esvaziando-se a compreensão do que se faz na própria escola, do ponto de vista e da perspectiva histórica do trabalho educativo “(ALMEIDA, 2004, p. 87).
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Os autores utilizados como discussão teórica, chegaram as seguintes conclusões com suas pesquisas, no que se refere as modalidades de escolha de diretores escolares:
Paro A livre indicação por parte de uma
autoridadeConcurso público
Formas mistas de escolha
eleiçãoIsso leva a uma concepção de gestão escolar sob os pressupostos da lógica privada gerencial inserida
nas políticas educacionais
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Cury
Clientelismo político – poder local ou regional de grupos oligárquicos
Relação política que aponta o caráter centralizador do Estado
Expansão do capitalismo no Brasil- levando a expansão do sistema
educacional
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Paro
Escolha por meio de concurso público
Por mais que não possua vínculo com a comunidade
Mas com o Estado, que é quem o legitima pela lei.
Considera sendo importante a escolha democráticaTendo acesso da população aos
serviços públicos de qualidade e participação na tomada de decisões
dos seus interesses.
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usa “O processo eletivo para escolha do diretor, apesar do caráter democrático e
do movimento pela redemocratização do país a partir da década de 80, esteve sob a pressão clientelista” (ALMEIDA, 2004, p. 115).
Com isso, o autor ressalta que:
A eleição de diretor como modalidade de escolha
é um pressuposto para a efetivação da gestão democrática, porém, ainda permanece o autoritarismo nas escolas,
o que não se resolve somente com provimento do cargo de diretor por mecanismo eleitoral.
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usa A eleição para escolha de diretores no Estado do Paraná aconteceu da
seguinte forma:
Anos 70Teve como marco histórico a ditadura militar, não havendo espaço institucionalizado para o exercício da democracia – caráter tecnicista de
educação
Anos 801º - Designação do Secretário de Estado de
Educação; 2º - votos dos professores e especialistas em exercício no estabelecimento;
3º - além dos acima citados, os eleitores seriam: alunos do 2º grau, pais matriculados
regularmente nos estabelecimentos de ensino – escolha por meio do voto direto, surgindo
expectativas do processo democrático na gestão escolar
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Anos 90O processo eleitoral sofreu um retrocesso, durante o governo de Roberto Requião – reascendeu a lógica do controle sobre a
instituição escolar. A partir de 1995 há nas políticas públicas para gestão escolar um modelo inspirado na forma empresarial,
voltado para a privatização.
Almeida (2004) afirma que perdeu-se os avanços conquistados na década de 80, a afirmação de uma concepção de gestão escolar democrática a partir do processo seletivo de 1991 sofreu um revés, uma inflexão.
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O autor descreve cronologicamente como aconteceu o processo de escolha dos diretores da escola pública no Paraná, no qual segue infracitado:
Anos 1995 – Governo
Lerner
Sofre uma mudança –
governo situado no espectro político-
ideológico de direita,
neoliberal e favorável a
mais mercado e
menos Estado
Tratava-se de uma
estratégia de
compromisso de
campanha eleitoral junto aos
movimentos dos
professores
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Anos 1997
Escolha pelo voto direto
com alterações
de mandato
O diretor era
escolhido por meio de um colégio
eleitoral
Anos 2001 – decreto n.
4313
Introduzia mecanismo
s que poderiam
ser considerad
os antidemocráticos e de
caráter burocrático
Referência a
concepção de gestão
escolar promovida por meio
de políticas públicas da década de
90 – aplicação da lógica
privada na administraç
ão educacional
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A partir das constatações feitas, Almeida (2004) salienta que é necessário debater e compreender qual gestão democrática está presente nesse processo. Qual concepção de democracia tal processo aponta ou deveria apontar. Baseando em vários autores (Coutinho, Ciavatta, Azevedo, Oliveira, Weffort) para discutir os termos democracia, gestão democrática, participação e democratização do Estado. Com isso, ele chega a algumas considerações, sendo elas:
A democracia que não tem perspectiva histórica a socialização do poder, se constitui numa versão minimalista de democracia, sem qualquer sentido e conteúdo social.
A gestão escolar democrática ganha parâmetros importantes, pois toma o processo de escolha de diretores a partir de um formalismo democrático (eleição direta e participação) pode significar apenas a reprodução das relações burocráticas de poder.
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→ Almeida retrata que a discussão feita acerca da democracia na gestão escolar, há duas perspectivas defendidas pelos autores citados anteriormente, quais sejam:
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Almeida (2004) finaliza seu segundo capítulo considerando que o processo de escolha do diretor escolar, com um viés na concepção de gerência empresarial, deve por exemplo, ter como pressuposto a competência técnica do candidato a diretor escolar.
Salienta ainda que nesse sentido, a gestão escolar democrática estaria vinculada a uma competência do diretor escolar e não ao processo político e social ao qual a escola pública historicamente.
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