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A prescrição de medicamentos na geriatria

Profa. Elaine GavioliUniversidade Federal do Rio Grande do Norte

Centro de BiociênciasDept. de Biofísica e Farmacologia

Introdução

• A população idosa vem crescendo rapidamente, especialmente na faixa etária acima dos 80 anos

• Estudos clínicos são realizados com indivíduos com menos de 60 anos de idade faltam informações sobre os efeitos dos medicamentos na geriatria

• Polifarmácia é uma prática comum em indivíduos idosos risco aumentado de interações medicamentosas e efeitos tóxicos

Problemas na Geriatria

• Iatrogenia• Imobilidade• Instabilidade postural• Incontinência esfincteriana• Insuficiência cerebral

Considerações sobre terapia medicamentosa em pacientes geriátricos

As alterações fisiológicas no paciente geriatra podem interferir sobre as características dos medicamentos:

- farmacocinética- farmacodinâmica

Alterações farmacocinéticas

Absorção:- Elevação do pH gástrico- Diminuição do fluxo sanguíneo esplâncnico- Diminuição da superfície da mucosa do intestino delgado- Diminuição da motilidade gastrointestinal

Estes fatores têm pouca relevância clínica, visto que a redução da motilidade gastrointestinal parece compensar a influência das outras alterações

Mudanças fisiológicas relacionadas a composição corporal

- Dimuição da água corporal total- Dimuição da massa muscular- Aumento da gordura corporal

Alterações com relevância clínica na distribuição de fármacos no organismo do

paciente idoso

Distribuição

Metabolismo

• Diminuição do fluxo sanguíneo portal reduz o metabolismo de primeira passagem de alguns fármacos

• Decréscimo do metabolismo hepático das reações de fase I (hidrólise, oxidação, redução)

T1/2 de vários fármacos

Metabolismo

Eliminação renal

Alterações na eliminação renal de fármacos ocorre devido a:

• Diminuição do fluxo sanguíneo renal • Diminuição da taxa de filtração

glomerular• Diminuição da taxa de secreção

tubular

• Eliminação renal do fármaco e dos metabólitos estará diminuída

• Existe acentuada variação interindivíduos

Farmacodinâmica

• Menor sensibilidade ao reflexo barorreceptor - idosos tornam-se sensíveis aos efeitos de fármacos vasodilatadores

ex.: antagonistas dos canais de cálcio e nitratos podem intensificar os sintomas de hipotensão postural, tontura e cefaléia

• Maior sensibilidade aos efeitos de fármacos depressores do SNC

• Hipoglicemiantes orais: hipoglicemia

Interações drogas-doenças em idosos

Alguns medicamentos afetam a mobilidade do idoso

• Fármacos benzodiazepínicos, antidepressivos e antipsicóticos estão relacionados ao aumento de quedas e traumatismos

• Uso crônico de corticóides causa osteoporose

Tratamento medicamentoso com AINEs

• Uso de AINEs é prática comum em idosos para tratamento de inflamações crônicas

• Ibuprofeno e Paracetamol são os fármacos de escolha por apresentarem menos riscos de complicações gastrointestinais

Indometacina, piroxicam, fenilbutazona: potencial tóxico Inibidores da COX-2: recomenda-se cautela no uso – risco elevado de

nefrotoxicidade e cardiotoxicidade em idosos

• Efeitos adversos:- aumento da pressão arterial de pacientes idosos- risco elevado de sangramento e úlcera gastrointestinal

Agentes hipnossedativos• Diazepam, clonazepam, flunitrazepam são dependentes do

metabolismo de fase 1: T1/2 e maiores efeitos adversos nos idosos

Agentes recomendados na geriatria: lorazepam, oxazepam, temazepam (benzodiazepinas de curta duração)

baixas doses e por curtos períodos (2-4 semanas)

Efeitos adversos: sedação exacerbada, sedação diurna, insônia de rebote, incoordenação motora, prejuízos cognitivos, sintomas de retirada e dependência

Fármacos antipsicóticos• Ocorre um aumento da responsividade aos antipsicóticos na

geriatria

Clorpromazina e haloperidol maior incidência de reações adversas:

- efeitos anticolinérgicos: boca seca, visão turva, retenção urinária- sintomas extrapiramidais- discinesia tardia- hipotensão postural

• Antipsicóticos atípicos são indicados para uso na geriatria

Anticoagulantes orais• Uso de anticoagulantes em pacientes idosos reduz os riscos de

problemas trombóticos e vascularesRecomenda-se AAS em baixas doses

• Sensibilidade aumentada a varfarina com a idade (> 60 anos): fragilidade endotelial vascular

• Risco aumentado de hemorragia cerebral em pacientes > 75 anos

Recomenda-se fazer monitoragem do tempo de protrombina em terapia com varfarina

prescrição na geriatria• Obter história medicamentosa completa, atentando para

automedicação e associações medicamentosas• Prescrever medidas não medicamentosas• Simplificar o regime medicamentoso • Iniciar com pequenas doses e adequá-las as respostas desejadas• Adequar o esquema de administração às condições clínicas do

paciente (insuficiência renal, cardíaca ou hepática)• Intruir o paciente quanto à importância do medicamento prescrito• Suspender medicações que não são necessárias

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